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Revista do Hospital
São Vicente de Paulo
Ano 3 • Número 12 • Nov/Dez 2013
Homenagem
Diretora médica do hospital
por quase 20 anos, Dra. Eliane
Castelo Branco se aposenta
Dra. Eliane Castelo Branco
(à esquerda) recebe o abraço e a
gratidão de Ir. Marinete Tibério,
CEO do hospital (à direita)
Saúde e
longevidade
Comece agora! Especialistas
dão dicas para manter o vigor
físico e mental por mais tempo
Densidade
dos ossos
Entenda como
é e para que serve
o exame que avalia
sua massa óssea
Informativo bimestral do Hospital São Vicente de Paulo
Renato Veras – diretor da UnATI
Ação, revisão, renovação.
“A cada ano, temos mais 750 mil
idosos a pressionar a pirâmide
populacional brasileira”
Que venha 2014!
Especialmente para nós, que estamos à frente de um hospital religioso, esta época do ano tem um
sentido especial. Nós nos vemos com o dever de revisitar nossa caminhada e reforçar o compromisso
de atuar dentro dos pilares da ética, qualidade e fraternidade. Por outro lado, somos também impelidos
a aceitar e promover mudanças imprescindíveis ao nosso progresso. Assim é a vida: um ciclo interminável de ação, revisão e renovação.
Para o HSVP, o ano de 2013 foi pleno de realizações, com importantes projetos concluídos e outros
iniciados. Implantamos mais um Centro Especializado, dando continuidade ao estudo de Vocação
Médica do hospital e, em 2014, planejamos lançar os Centros de Urologia e Cardiologia. Também
investimos em conforto, segurança e tecnologia de ponta.
Encerramos o ano com mudanças significativas em nossa equipe profissional, como a aposentadoria da
diretora médica do HSVP, a Dra. Eliane Castelo Branco, que, por mais de 20 anos, se dedicou de corpo
e alma a essa instituição. A ela, nossa amizade, profunda gratidão e justa homenagem, no relato de sua
história, contada por parentes, colegas de trabalho e amigos que conviveram com ela por tanto tempo.
Esperamos – e acreditamos – que o novo diretor médico, Dr. Márcio Neves, some forças e dê continuidade ao nosso Plano Diretor de crescimento, comungando dos nossos valores e princípios.
Esta edição da Revista do HSVP está repleta de boas reportagens para você e sua família. Focamos as
atenções em uma mudança que atinge todos: o aumento da expectativa de vida. O envelhecimento
saudável, com a prevenção de doenças e o aumento da qualidade de vida, é abordado por nossos
especialistas em diferentes matérias.
E é com esse espírito de renovação, fé e otimismo que desejo a todos um Natal de paz e um Ano Novo
repleto de saúde e alegrias.
U
ma das grandes preocupações globais da
atualidade é o envelhecimento populacional. A população mundial acima dos 60
anos dobrou desde 1980 e, por volta de 2017, o
número de pessoas com mais de 65 anos deverá
ultrapassar o número de crianças abaixo de 5
anos; em 2050, o número de todas as crianças e
adolescentes (até 14 anos). Criada há 20 anos, a
Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI), um
centro de estudos, ensino e assistência ligado à
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),
é, atualmente, uma referência em questão de cuidado com o idoso, tendo diversos projetos com o
Ministério da Saúde. Em entrevista à Revista do
HSVP, o médico Renato Veras, diretor da UnATI,
revela sua preocupação com o futuro da saúde
assistencial nesse cenário.
Ir. Marinete Tibério – CEO do HSVP
SUMÁRIO
Personalidade – Renato Veras, diretor da UnATI
Pastoral da saúde dá boas-vindas ao Padre Renato
Ser saudável é ser funcional
Exercite-se em qualquer idade
Qualidade – Medidas para conforto e segurança dos idosos
A densidade dos ossos
Homenagem – Dra. Eliane Castelo Branco
8ª edição da Jornada Multidisciplinar
A dor não é uma boa companheira
Aconteceu
EXPEDIENTE
3
4, 5
6, 7, 8
9
10, 11
12, 13
14, 15
16, 17
18
19, 20
Hospital São Vicente de Paulo - Rua Dr. Satamini, 333 Tijuca - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: 21 2563-2121.
FUNDADO EM 1930 pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.
Diretoria Médica: Eliane Castelo Branco (CRM: 52 28752-5).
Conselho Administrativo: Ir. Marinete Tiberio,
Ir. Custódia Gomes de Queiroz, Ir. Maria das Dores da Silva e
Ir. Ercília de Jesus Bendine.
Conselho Editorial: Irmã Custódia Gomes de Queiroz Diretora de Enfermagem; Irmã Ercília de Jesus Bendine - Diretora
da Qualidade; Eliane Castelo Branco - Diretora Médica;
Irmã Marinete Tibério - CEO do HSVP; Martha Lima - Gerente de
Hospitalidade; Olga Oliveira - Gerente de Suprimentos;
Vanderlei Timbó - Coordenador de Qualidade.
Edição: Simone Beja.
TEXTOS: Cristiane Crelier.
DIAGRAMAÇÃO: Maurício Santos.
APOIO EDITORIAL: Wilson Agostinho e Ana Paula Gama.
Impressão: Arte Criação
Revista do HSVP: O Brasil está preparado para
o envelhecimento populacional?
Renato Veras: Nem o Brasil nem nenhum lugar do
mundo. O que acontece é que o envelhecimento
populacional se deu muito rápido no mundo, e, no
Brasil, em particular, isso acontece da década de
90 para cá. Nós não temos estrutura para arcar
com esse grupo etário. Vivemos em uma sociedade que foi moldada no “Brasil do futuro”, da
garotada, do bonito, do jovem. E, a cada ano,
temos mais 750 mil idosos a pressionar a pirâmide populacional brasileira demandando saúde,
com múltiplas patologias crônicas.
Revista do HSVP: Faltam especialistas na
saúde assistencial?
RV: A saúde assistencial já vem se preocupando com esse cenário, mas a verdade é
que as universidades ainda pensam apenas
no jovem. Das 198 faculdades de medicina
existentes no país, apenas 12 têm a disciplina
de geriatria, que ensina a cuidar de idosos.
O mais grave é que, mesmo se o ministro da
Educação, decidisse criar a obrigatoriedade da disciplina nos cursos a partir de 2014, ele não conseguiria, pois, para isso, são necessários docentes
qualificados (com mestrado, doutorado), e não haveria uma quantidade de profissionais desse tipo
para colocar nas faculdades. E outro problema é
cultural, já que temos no país uma lógica da fragmentação da saúde, o que, para o idoso, é terrível.
Revista do HSVP: O que seria essa fragmentação e por que ela é ruim?
RV: É a nossa política de saúde, baseada na americana, que é fragmentada, que supervaloriza as
especialidades. As pessoas não têm um “médico
da família”, não procuram um clínico geral, vão
direto a um especialista. Isso pode até ser bom
para as pessoas que sofrem de problemas de saúde
pontuais, mas para o idoso é muito ruim. Ele precisa de alguém que o acompanhe, que ajude a prevenir certos problemas, que mantenha sob controle as doenças crônicas, que vá reavaliar sua
medicação de vez em quando.
Revista do HSVP: O que precisa ser feito na
área de saúde para essa nova realidade?
RV: Temos que ter ações prévias, cuidados preventivos. Sabemos que determinadas doenças vão
acontecer, e o que temos que fazer é evitá-las,
postergá-las ou minimizar seus danos. O papel do
médico nesse cenário não é mais o de cura, mas,
sim, o de acompanhamento. A cura das doenças
que vêm com a idade é algo muito remoto, mas
a estabilização pode proporcionar uma vida confortável. Nosso papel como médico é adicionar
qualidade a esses anos a mais que serão vividos.
Já o sistema de saúde precisa ampliar os programas de saúde domiciliares, o médico de família,
as ações de prevenção. O negócio é pensar em
situações anteriores aos hospitais; pensar em centros de convivência, em monitoramento, em visitas
domiciliares, em reabilitação, em fisioterapia, em
fatores de risco.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 3
10 Mandamentos para a Paz na Família
Pastoral da saúde dá
boas-vindas ao Padre Renato
M
embro da Ordem dos Ministros dos En- criados; preferia o apostolado em meio aos camfermos (“camilianos”, também conheci- poneses a servir aos poderosos da terra. Há uma
dos como padres de São Camilo), mais passagem da vida dele que me chamou muito a
recentemente devoto de Santa Luísa de Marilac e atenção e considero uma lição que todos devem
de São Vicente, o Padre Renato Prado é o novo aprender: certa vez, quando ainda era um esturesponsável pela Pastoral da Saúde do Hospital dante, o jovem Vicente foi caluniado, acusado de
São Vicente de Paulo. Com pouca idade e muita roubo por um colega. E essa provação foi imporexperiência, o jovem religioso, que assumiu a mis- tante para a sua maturidade e coerência, com a
são no final de agosto, chegou cheio de projetos, grande lição do perdão. Condenou o ato, mas
que incluem a ampliação da programação do cir- perdoou à pessoa. E é essa misericórdia que decuito interno de TV, e conta que seu lema é “viver vemos levar sempre conosco”, comenta Padre
a mesma espiritualidade de maneiras diferentes”.
Renato.
A responsabilidade de
Nascido em Cotia, em
acolher os pacientes e
“O amor ágape eclode das São Paulo, Padre Renato,
trazer conforto aos fami- coisas mais simples da vida, de 32 anos, é o terceiro filiares por meio de palalho de uma família de seis
vras e orações é uma mis- como um gesto de carinho irmãos. A vocação religioou uma palavra de que a
são diária no Hospital
sa veio gradualmente, após
pessoa esteja precisando” perder sua irmã, um ano
São Vicente de Paulo.
Contudo, o Padre Renamais nova, ainda na adolesto já foi recebido com a desafiadora missão cência, para um câncer. Aos 17 anos, foi estudar
de celebrar, em 6 de novembro, a cerimô- no Seminário São Camilo, na cidade de Iomerê,
nia mais importante e simbólica em Santa Catarina. Cursou Teologia, Filosofia e
do ano: a missa de aniversário Enfermagem em São Paulo. O padre já foi profesdo hospital e de São Vicente sor de ensino fundamental, médio, centro univerde Paulo. Ele conta que estu- sitário, pároco, capelão e missionário na Amazôdar mais a fundo a vida do nia, além de reitor de um seminário em terras chisanto lhe abriu novos cami- lenas, onde foi membro da Conferência Episcopal
nhos espirituais e até se iden- Chilena e teve papel na representação do Chile no
tificou com alguns aspectos Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).
de sua história.
A paixão por trabalhos e missões na área de
“Eu me tornei mais saúde sempre o acompanhou, junto com sua apdevoto desse gran- tidão para a Educação. Para ele, sua nomeação
dioso santo. Ele ti- para a Pastoral da Saúde do São Vicente foi um
nha a sensibili- presente divino. “Como disse São Camilo, os
dade de atender enfermos representam para nós o próprio Cristo.
os ricos e os po- Poder aplacar a carência, não uma carência
bres de manei- financeira, mas a necessidade espiritual de uma
ra bem acolhe- pessoa que sofre, por acometimento de uma
dora; preferia doença ou pela perda de um ente querido, é
estar entre os muito gratificante. O meu objetivo de vida é ‘me
1 Tenha fé e viva a palavra de
Deus, amando o próximo
como a si mesmo.
2 Ame-se, confie em si mesmo e
em sua família e ajude a criar
um ambiente de amor e paz
ao seu redor.
3 Reserve momentos para brincar
e se divertir com sua família,
pois a criança aprende
brincando e a diversão
aproxima as pessoas.
4 Eduque seu filho através da
conversa, do carinho e do
apoio e tome cuidado: quem
bate para ensinar está
ensinando a bater.
5 Participe com sua família
da vida em comunidade,
evitando diversões que
incentivam a violência.
colocar debaixo, para que a pessoa possa olhar
pela janela’. Ou seja, ser um caminho, uma pequena via, um degrau, para que as pessoas que
precisam possam ver a luz”, relata o Padre Renato.
Projetos para o hospital
O religioso quer implantar alguns novos projetos na pastoral, que, em sua opinião, já é um
exemplo de estrutura. “A pastoral tem uma estrutura organizada, como dificilmente encontramos
no Brasil. Ela funciona com a ajuda de uma coordenadora, a Irmã Josefa Dias Lima, dois colaboradores efetivos do quadro administrativo e um
capelão”, ressalta. O serviço conta, ainda, com
cerca de 30 voluntários.
A secretária da pastoral, Celeste Barcelos, destaca que o principal objetivo é o acolhimento e a
assistência ao doente e a seus familiares. “E não é
apenas dar acolhimento religioso, mas também assistir aqueles que não têm religião ou que têm outra
forma de manifestação da fé. Às vezes, o paciente
só precisa conversar, e nós estamos disponíveis
para ele também nesse sentido”, comenta Celeste.
6 Procure resolver os problemas
com calma e aprenda com as
situações difíceis, buscando em
tudo o seu lado positivo.
7 Partilhe seus sentimentos com
sinceridade, dizendo o que você
pensa e ouvindo o que os outros
têm para dizer.
8 Respeite as pessoas que
pensam diferentemente de você,
pois as diferenças são uma
verdadeira riqueza.
9 Dê bons exemplos, pois a
melhor palavra é o nosso
jeito de ser.
10 Peça desculpas quando
ofender alguém e perdoe de
coração quando se sentir
ofendido, pois o perdão é o
maior gesto de amor que
podemos demonstrar.
A pastoral atua de diferentes formas dentro
do hospital. Os agentes da pastoral e a coordenadora visitam diariamente os pacientes, oferecendo o conforto espiritual e a comunhão; já o
Padre Renato entra em áreas mais emergenciais, como o CTI e a unidade pós-operatória.
As missas ocorrem às quartas e aos sábados;
a Adoração ao Santíssimo Sacramento Eucarístico, às quintas-feiras. Além disso, a Irmã Josefa
apresenta, de domingo a domingo, o programa de reflexão bíblica, transmitido no circuito
interno pela manhã.
Entre os projetos que o Padre Renato pretende
colocar em prática, além da criação de programas sobre religião para o circuito interno de TV do
hospital, estão a promoção de retiros para colaboradores e a padronização de algumas celebrações, sob a abordagem dos três principais temas
da obra de São Vicente: missão, caridade e sacerdócio. “Também visamos, por meio da pastoral,
manter e expandir a qualidade do hospital como
um todo, pois somos uma família da caridade.
Quando disseminamos amor entre nós, o ambiente se torna mais agradável”, explica o padre.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 5
Ser saudável é
ser funcional
A
longevidade é uma bênção, desde que
se possa viver mais tempo com saúde.
O segredo para um envelhecimento saudável é se manter ativo e autônomo pelo maior período de vida possível. E isso só é possível com
um bom acompanhamento médico, que permita
manter sob controle as doenças crônicas.
Determinadas doenças crônicas começam a
se desenvolver a partir dos 40 a 45 anos e, se a
pessoa vai viver por 90 a 100 anos, serão 50 a
60 convivendo com um problema de saúde, às
vezes vários. As pessoas terão que conviver durante mais tempo com essas doenças que vão
acompanhá-las até o fim, pois doença crônica é
doença instalada, não se cura. Entretanto, quando
mantida sob controle, é possível prolongar a qualidade de vida e evitar que o mal provoque consequências irreversíveis à capacidade funcional.
“Envelhecer bem, do ponto de vista dos especialistas, é envelhecer sem dependência funcional. Não é a ausência de doenças, o que é
quase impossível. Se o idoso controla sua doença
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 6
crônica e consegue ter uma vida ativa, independente, ele é uma pessoa saudável“, comenta a
geriatra Mariangela Perez, do Hospital São Vicente de Paulo. Ela lembra que hábitos saudáveis
podem ajudar a chegar lá, mas esse não é o
único fator determinante.
As doenças crônicas mais comuns que têm
início já na juventude são a hipertensão e a diabetes. Já na terceira idade, que são chamadas de
“síndromes geriátricas”, as mais comuns são as
demências, a doença de Parkinson e a depressão. “As perdas de parentes e amigos ao longo
da vida são um fator importante para a depressão, mas também a perda do vigor físico leva
muitas pessoas a desenvolver o problema. Outro
fator considerado em uma síndrome geriátrica
atualmente são os remédios. A maioria das pessoas com idade avançada consome mais de cinco medicamentos de uso contínuo todos os dias.
E o uso excessivo do remédio causa outras doenças”, destaca Mariangela Perez. Ela explica que a
geriatra busca enxugar essa quantidade de remédios. “Por exemplo,
às vezes o idoso mais jovem
vai ao cardiologista e o
médico diz que ele vai
tomar aquela medicação para o resto da
vida. Então, ele toma.
Mas, em determinado
momento, ele passa
a não precisar mais.
Entretanto, o paciente
não volta ao médico
para reavaliar esse quadro de saúde. Então, ele
continua com esse medicamento e vai acumulando outros”, relata.
Dr. Daniel Schachter, neurologista
Dr. Guilherme Aguiar, clínico geral
Alguns estudos recentes revelam que o controle
rigoroso da hipertensão em idosos acima de 80
anos pode causar mais malefícios do que benefícios. “É que a medicação pode favorecer quedas e
fraturas, o que para o idoso pode ser pior do que
ter uma pressão um pouco alterada”, ressalta Perez,
acrescentando que situação semelhante ocorre
com o controle do diabetes. “Às vezes, a pessoa é
diabética a vida toda, só que, quando fica mais
idosa, já não come tanto. Assim, é possível até conseguir retirar o remédio. Se a medicação não for
revista, pode causar hipoglicemia, que é uma
causa importante de quedas em idosos”, explica.
O organismo fica diferente
Nem sempre é o caso de suspender a medicação, pois a questão é o equilíbrio. E é preciso lembrar que o organismo do idoso é diferente do organismo de uma pessoa jovem, já que as necessidades, o metabolismo e até o funcionamento dos
rins mudam com a idade. O rim do idoso trabalha no limite de suas funções; qualquer situação
que exija mais desse órgão pode fazê-lo falhar.
Para manter sob controle o quadro de saúde
no decorrer da vida e poder fazer essas adaptações conforme novos desafios se apresentem ao
organismo, é importante ter um médico, de preferência um clínico geral, que o acompanhe
sempre. “A prevenção é a medida mais barata e
mais eficaz para envelhecer com saúde. Quando
você diagnostica um problema de saúde, a tendência é adotar um especialista para controlar
Dr. Alemar Salomão, chefe da Cirurgia Geral
essa situação e esquecer o resto. Muitas vezes, a
pessoa se consulta com muitos especialistas, mas
não tem um clínico, aquele ‘médico da família’
que havia antigamente. Ou, então, a pessoa só
vai ao médico quando está doente. Isso não é um
bom modo de chegar a um envelhecimento saudável”, comenta o clínico geral Renato Marandino,
do Hospital São Vicente de Paulo. Ele ressalta que
o clínico detém todo o histórico do paciente e cria
com ele um vínculo que facilita uma série de processos de prevenção e profilaxia.
O clínico Guilherme Aguiar, chefe do CTI do
Hospital São Vicente de Paulo, lembra, ainda,
a importância de manter a saúde da mente.
“Se você tiver problemas físicos, mas a cabeça
estiver boa, é mais fácil ficar bem. Então, é importantíssimo controlar fatores de risco para doenças
cardiovasculares, que aumentam o risco de alterações cerebrovasculares (AVC)”, conclui.
O neurologista Daniel Schachter, do Hospital
São Vicente de Paulo, defende que, se a pessoa
tiver um estilo de vida compatível com a sua
idade, as dificuldades que o corpo e a mente vão
apresentando com a idade podem ser compensadas. “Com o envelhecimento, o cérebro muda,
a memória fica um pouco pior, o raciocínio pode
ficar mais lento. Por outro lado, a pessoa pode
compensar com a vivência, com a experiência,
com o conhecimento muito maior. Envelhecimento saudável é ter um estilo de vida adequado
a cada fase da vida”, comenta o especialista que
acrescenta que bons hábitos de higiene mental e
de sono são essenciais.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 7
Internação deve ser evitada
“Quando o idoso entra no hospital para uma
internação, a projeção não é boa. Na maior
parte dos casos, começa um ciclo de vai e volta
no hospital. Se a pessoa não morrer, vai ficar
esses anos há mais que não são poucos, serão
de sofrimento de dependência da família”, diz
Renato Veras, diretor da Universidade Aberta da
Terceira Idade (UnATI). É de fato um consenso dos
especialistas que a hospitalização do idoso deve
ser evitada, sempre que possível.
No entanto, às vezes, faz-se necessária. Nesse
caso, é importante que ele tenha o apoio familiar e
mantenha um bom estado psicológico para que
possa se recuperar mais facilmente. “Algo importante, por exemplo, é não deixar o idoso na cama
por muito tempo, senão acaba ficando mais difícil ele voltar a se mobilizar e aí ele acaba desistindo, o que vai provocar um decréscimo rápido
em sua saúde, o que pode ser irreversível. Mesmo
depois de uma cirurgia, o ideal é colocá-lo para
andar no dia seguinte, se possível, de
acordo com a complexidade do procedimento e a avaliação do médico”, sublinha o chefe da Cirurgia
Geral do Hospital São Vicente de
Paulo, Alemar Roge Salomão.
Q
Dicas para chegar lá
A genética é o principal fator determinante para
melhor e maior projeção de vida. No entanto,
mesmo que você não tenha sido sorteado na
loteria genealógica, os avanços da medicina
já permitem que viva mais. Contudo, para um
envelhecimento saudável, é preciso cooperar
com o seu corpo. Os especialistas do HSVP dão
algumas dicas:
• Adquira hábitos saudáveis de alimentação.
Uma dieta de baixa caloria é uma das melhores formas de preservar a saúde do corpo.
A dieta mediterrânea, rica em vegetais, azeite
de oliva, nozes e legumes, além de pobre em
carne vermelha e açúcar, é a mais recomendada pelos especialistas;
• Pratique exercícios regularmente. A atividade física é boa
para o corpo e
para a mente;
• Faça um check up anual. Quanto mais cedo você descobrir que
tem um problema crônico de
saúde, menos complicado será
para mantê-lo sob controle;
• Evite suplementações não recomendadas pelos seus médicos.
Não existem evidências na literatura científica que comprovem, de fato, que a suplementação com vitaminas ou outras substâncias tragam benefícios
para o envelhecimento. Pelo contrário, o excesso de certas substâncias pode provocar
alguns problemas de saúde;
• Não fume e evite o excesso de álcool. O tabagismo e o consumo exagerado de bebidas
alcoólicas podem acelerar o envelhecimento,
além de provocar doenças;
• Mantenha a mente ativa. Leitura, convívio com
pessoas de diferentes idades e atividades, frequentar diferentes meios, tudo isso ajuda o cérebro a se manter ativo;
• Durma bem. A quantidade de horas necessárias varia de uma pessoa para outra e diminui
com a idade. Para saber quando o seu sono
está correto, saiba que o ideal é acordar sentindo-se descansado e não ter sono durante o dia.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 8
Exercite-se em qualquer idade
ue exercícios fazem bem à saúde ninguém
discute, mas os benefícios conforme a idade
avança são ainda mais importantes. Se o segredo do envelhecimento saudável é manter-se funcional, são as atividades físicas, principalmente, que vão
ajudar a alcançar esse objetivo. Reduzem as chances
de problemas cardiovasculares, podem retardar o surgimento do diabetes tipo II e podem desacelerar a
perda de massa óssea, que ocorre a partir dos 40
anos, além de aumentar a força muscular. Funcionam
também para manter a saúde da mente, elevando o
bem-estar e a autoestima.
“A partir do momento em que os músculos são
estimulados, também se estimula o ganho de massa
óssea. Com músculos mais fortes, o risco de queda
é reduzido. A atividade física é uma das principais
formas de promover a saúde”, comenta Cíntia Moraes
de Sá, fisioterapeuta gerontóloga do Hospital São Vicente de Paulo.
A especialista lembra que nunca é tarde para
começar. Se a pessoa foi sedentária a vida inteira,
deve começar com exercícios leves, mas, antes, fazer
um check-up. Qual exercício vai depender da saúde
e da aptidão individual. Se a pessoa tem artrose,
por exemplo, talvez não possa fazer caminhadas.
“A hidroginástica é mais aconselhável nesse caso.
Se não tem problema musculoesqueléticos nem gosta
de caminhar, pode fazer natação, que é um exercício completo. Os exercícios de esforço também são
bons. Idosos também podem fazer musculação, desde
que bem orientados, para evitar lesões. Aliás, é importante nunca se esquecer de alongar os músculos
antes e depois de qualquer atividade física”, explica a
fisioterapeuta gerontóloga, acrescentando que tanto
a atividade aeróbica quanto a atividade de força
muscular melhoram o sistema cardiorrespiratório e
musculoesquelético.
Os exercícios não precisam ser diários. Podem-se
fazê-los em dias alternados ou duas vezes por semana.
Quanto ao horário, a pessoa deve escolher o período
do dia em que se sente com melhor disposição física.
Caso se exercite ao ar livre, no entanto, é preciso ter
alguns cuidados por conta do sol, como optar por um
horário de temperatura mais amena e por locais que
não sejam muito cheios, além de usar protetor solar e
levar consigo água para consumo.
Remédio para
problemas crônicos
A fisioterapeuta gerontóloga Cíntia Moraes de
Sá diz que certos exercícios auxiliam o controle e a
melhora de algumas doenças crônicas. A fisioterapia oferece um trabalho específico, mas também
pode ser aliada a esportes tradicionais:
• Mal de Parkinson – bicicleta e natação são ótimos
exercícios. A pessoa trabalha a musculatura coordenadamente, promovendo a melhoria da marcha;
• Diabetes – exercícios aeróbicos, para haver gasto
calórico. Os que exigem força também são bons,
porque aumentam a massa magra do corpo, facilitando o gasto calórico pelos músculos. Mas tem
que ter uma alimentação bem direcionada, antes
da prática do exercício, para evitar a hipoglicemia;
• Hipertensão – exercícios mais leves com o acompanhamento de um profissional que possa medir a
pressão durante todas as fases da atividade física;
• Memória – para exercitar a memória, a dança.
A necessidade de decorar e repetir coreografias é
uma ótima atividade para a mente.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 9
Medidas aumentam o
conforto e a segurança
dos idosos
O
s hospitais já vêm percebendo, há alguns anos, o crescimento da população
idosa. No Hospital São Vicente de Paulo,
atualmente, mais de 40% das internações são de
pacientes acima dos 65 anos. Em 2012, foram
atendidos 92.027 idosos na instituição, sendo
163 atendimentos a pessoas com idade acima
dos 100 anos – o paciente mais ancião tinha 113
anos. A unidade mantém um monitoramento contínuo de seu público e, por conta da observação
desse novo perfil de pacientes até mesmo centenários, implantou uma série de mudanças nos últimos
anos e vem abraçando novos projetos em prol do
conforto e da segurança dos pacientes idosos.
“Há muitos pacientes com idade avançada
que gozam de perfeitas condições físicas, que se
locomovem com desenvoltura e não precisam de
assistência especial. Mas há também aqueles que
apresentam necessidades especiais, e a esses
classificamos como ‘pacientes vulneráveis’, para
os quais temos um vasto protocolo de cuidados
que envolvem acompanhamento, assistência diferenciada e até mesmo procedimentos especiais
para a realização de exames”, explica Vanderlei
Timbó, coordenador de Qualidade do HSVP.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 10
Ele exemplifica o tratamento diferenciado para
exames lembrando o caso do teste ergométrico.
“O teste de esforço requer certo cuidado e atenção, no caso do idoso, mesmo quando o paciente
é bastante ativo. Ele pode ter condições de saúde
que dificultem o exame, e pode não chegar até o
final do teste, por exemplo, não por sua condição
cardiovascular, mas por problemas musculoesqueléticos comuns nessa fase da vida”, destaca.
“Temos um olhar mais detalhado para esses
clientes, inclusive com protocolos de prevenção
de queda, além de mobiliário específico que segue essas diretrizes”, acrescenta Martha Lima,
coordenadora de Hotelaria. Na Comissão de
Segurança do Paciente, que trabalha com notificações internas da equipe e também da ouvidoria, nenhum acidente foi registrado desde sua
criação. Há registros de “quase falhas”, que é a
notificação de alerta para promover novas ações
de segurança. “Temos muitos mecanismos, inclusive com redundâncias, para evitar erros”, frisa
Vanderlei Timbó.
Os banheiros são acessíveis tanto nos quartos
quanto nas áreas comuns do hospital, que disponibiliza também uma grande quantidade de
cadeiras de rodas. O investimento mais recente
nesse sentido foram as novas camas eletrônicas e
os novos colchões de formato abaulado, que,
além de dar mais conforto, evitam quedas.
“As camas eletrônicas dão mais autonomia ao
paciente, que consegue ajustar a posição do leito
sem precisar de ajuda. Já os colchões especiais
evitam que a pessoa role para fora da cama e, ao
mesmo tempo, facilitam na hora de levantar por
conta de seu corte diferenciado na parte
central”, diz Martha Lima.
A paciente Nilza Silva Fischer, de 80
anos, gostou. “As instalações do quarto
e do banheiro facilitam e dão segurança. E o colchão é muito bom, pois se
molda ao corpo da gente. Em nenhum
outro hospital em que já fiquei, encontrei
acomodações tão confortáveis e que me
fizessem sentir tão segura e independente como me senti aqui”, comentou
Nilza após uma semana de internação.
O atendimento ambulatorial tamA paciente Nilza Silva Fischer elogia
bém foi repensado para dar mais conas instalações do HSVP
forto, qualidade e segurança para os
pacientes com idade avançada ou vulneráveis. As salas de espera ficam distribuídas
por setores, de acordo com a posição dos consultórios, para reduzir a necessidade de deslocamentos. O sistema de chamada é pelo alto falante, para que o paciente possa ouvir mais
facilmente quando o médico chama.
A chegada e saída do hospital também é facilitada por meio de um ônibus que vai até a estação de metrô da Praça Afonso Pena. Criado há
cerca de cinco anos, o transporte foi idealizado
a partir de sugestões dos pacientes.
Diversas especialidades em um só local
oferecer mais conforto, segurança e eficiência ao
acolher os pacientes idosos. Além da ampla infra-estrutura e das especialidades, temos geriatras,
fisioterapeutas e programas de prevenção, em
que promovemos palestras periódicas. Se a pessoa faz um monitoramento racional, um acompanhamento regular do seu quadro de saúde, vai
ter menos internações e uma qualidade de vida
melhor”, ressalta Vanderlei Timbó.
No HSVP, todos os pacientes,
ambulatoriais ou internados, têm
acesso a todos os serviços que o
hospital oferece. “Se a pessoa
tiver que colher sangue, ela faz
aqui mesmo. Se tiver que fazer
ultrassonografia, ressonância,
tomografia, consultar um especialista, tem tudo aqui. Não precisa ser transportada, causando
transtornos e riscos de queda, que
sabemos que são o maior problema para a saúde do idoso”, sublinha Adriana Costa, gerente de Adriana Costa, gerente de
Enfermagem do HSVP
Enfermagem do hospital.
Ela lembra também que os pacientes com
idade avançada têm mais chances de ter oscilação de pressão e outras complicações, destacando que a equipe da Enfermagem tem protocolos específicos para prevenção e tratamento de
todas essas situações. “Para evitar úlceras de
pressão, por exemplo, temos um protocolo para
mudanças de decúbito, além de determinados
dispositivos e tecnologias que ajudam, como um
colchão de pressão alternada, que insufla alternadamente e aumenta o contato da superfície
corporal em locais alternados da pele, como se
estivesse massageando, melhorando a
circulação”, cita Adriana Costa.
O hospital atrai o público idoso por sua tradição na cidade e por seu corpo de especialistas
experientes e renomados. Uma outra vantagem é
a grande quantidade de especialidades concentradas em um só local, inclusive com a
disponibilidade de uma vasta gama de
exames. E, nos últimos anos, essa
condição de generalidade dos atendimentos se intensificou com a criação dos centros especializados.
“Essas características nos
permitem ter condições de
Vanderlei Timbó e Martha Lima no
congresso do Consórcio Brasileiro
de Acreditação (CBA) cujo tema foi o
envelhecimento populacional
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 11
A densidade
dos ossos
Densitometria óssea é exame
“padrão ouro” para diagnóstico da
osteoporose e outras doenças
A
partir de certa idade, a densitometria óssea
é importante para identificar pacientes
com baixa massa óssea e osteoporose e
avaliar o risco de fraturas. A Organização Mundial da Saúde recomenda a realização do exame
para mulheres na transição da menopausa que
possuam fatores de risco para fraturas, como
baixo peso corporal, fratura prévia e uso de medicação de risco para osteoporose; mulheres na
pós-menopausa com menos de 65 anos; homens
com mais de 70 anos e mulheres e homens com
fatores de risco como o uso prolongado de medicamentos (em especial a cortisona), doenças endócrinas, hepáticas, gastrointestinais e renais crônicas e da medula óssea, bem como insuficiência
de vitamina D e outras. Radiologista do Hospital
São Vicente de Paulo, membro titular do Colégio
Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), certificada em densitometria óssea
pela Associação Brasileira de
Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), que é filiada à International Society
for Clinical Densitometry
(ISCD) e International
Osteoporosis Foundation (IOF), a médica
Margaret Jordan dá
uma visão geral sobre a osteoporose e
explica como é feito o diagnóstico.
Dra. Margaret Jordan
Revista do HSVP: O que é, afinal, a osteoporose?
Margaret Jordan – A osteoporose foi definida
em 2001 como uma combinação de densidade
óssea diminuída e alteração na qualidade óssea,
resultando na diminuição da resistência óssea e
no aumento do risco de fratura. O diagnóstico é
feito por meio de aparelhos que quantificam a
densidade mineral dos ossos (DMO) utilizando a
tecnologia de dupla emissão de raios X (DXA).
Revista do HSVP: Por que ocorre a perda de
massa óssea?
MJ – Durante a vida, ocorre, continuamente, a
renovação óssea, ou seja, a substituição de osso
antigo por osso novo. A remodelação é regulada
por muitos fatores, incluindo-se o estrogênio e as
citocinas (substâncias que enviam mensagens
entre as células). Com o avançar da idade, é normal ocorrer perda óssea porque a reabsorção
é maior do que a formação, resultando em perda de qualidade e quantidade de tecido ósseo.
O aumento da massa óssea ocorre durante a puberdade, atinge um pico e se mantém num platô
até os 40 anos. A partir daí, começa a perda óssea (de 0,5% a 1% ao ano). Na mulher, a perda
se acelera depois da menopausa (de 1% a 2% ao
ano), mas os homens também apresentam modificações da massa óssea relacionadas à idade.
Revista do HSVP: Como é feito o exame de
densitometria?
MJ – O exame de densitometria óssea (DO) não
requer preparo, é rápido e não causa nenhum
mal ao paciente. O paciente deita-se em uma
mesa, sendo realizados raios X de baixa radiação,
equivalente à que se recebe ao ar livre por cerca
de 4 horas (radiação ambiental natural). As áreas
estudadas são o colo do fêmur, a coluna lombar
e, em alguns casos, o antebraço.
Revista do HSVP: Com que frequência se deve
fazer o exame? Ele pode ser feito em qualquer lugar?
MJ – Anualmente, para monitorar a progressão
da doença e avaliar a eficácia do tratamento.
Também é importante que o paciente procure
realizá-lo sempre no mesmo local, para não correr o risco de fazê-lo em uma máquina diferente.
A densitometria óssea é o único exame que existe
para diagnosticar osteoporose e é muito preciso.
No entanto, para fazer o acompanhamento e a
adequada comparação dos resultados entre dois
exames, eles devem ser iguais. Existem variações
nos resultados entre máquinas dependendo da
tecnologia de produção e detecção de raios X,
softwares utilizados e bases de dados populacionais. A diferença entre resultados de equipamentos do mesmo fabricante é de cerca de 2% e entre
fabricantes diferentes é por volta de 5% a 7%.
Além disso, existem diferenças no padrão de qualidade nos serviços. No Hospital São Vicente de
Paulo, por exemplo, realizamos controle de qualidade contínuo automático pelo próprio aparelho
durante cada exame e teses diários com um bloco
de modelo-padrão (phantom de calibração).
Seguimos fielmente a orientação do fabricante,
mantendo registros de manutenção atualizados e
nossos técnicos em radiologia têm vasta experiência prática, recebem treinamento continuado e
realizam avaliação de precisão periódica.
Revista do HSVP: Como se avalia o resultado
do exame?
MJ – Os resultados são apresentados na forma
de comparação com o valor médio da densidade
média óssea (DMO) do paciente com o de uma
pessoa jovem sem alterações. O diagnóstico,
feito com base em critérios da OMS, expressa
essa diferença em valores de desvio padrão chamado de T-score (pico de massa óssea). A partir
de então, o prognóstico é feito, através da utilização de programas de computação, onde incluímos outros fatores de risco, sendo possível predizer a probabilidade de fraturas de cada paciente.
Se o resultado for osteopenia, não há motivo para
preocupação. Isso apenas indica qual é o seu
padrão de massa óssea. Esse valor pode variar
conforme diversos fatores, como genética, gênero, etnia, nutrição (proteína, cálcio, vitamina D),
fatores endócrinos, fatores mecânicos (atividade física e peso corporal), tabagismo, álcool e
outros. Os exames sucessivos mostrarão se vai
haver alguma perda de massa óssea, controlando
o resultado do tratamento.
Revista do HSVP: Quando é que se faz densitometria em crianças ou adultos com menos
de 50 anos?
MJ – No caso de pacientes com doenças que
causam baixa massa óssea, geralmente endócrinas, gastrointestinais e renais.
Revista do HSVP: O que fazer para evitar fraturas e tratar a osteoporose?
Osso normal
Osso com
osteoporose
MJ – O tratamento não farmacológico consiste
em suplementação de cálcio e vitamina D, tomar
sol, fazer exercícios regulares, abstenção do fumo
e do consumo de álcool em excesso e na prevenção de quedas. Existem também medicamentos
que vêm sendo utilizados no tratamento da osteoporose, com diferentes mecanismos de ação e
efeitos esperados específicos. A maioria deles tem
função antirreabsortiva e de aumentar a massa
óssea, reduzindo, consequentemente, o risco de
fratura. Cabe ao médico escolher o melhor,
dependendo do caso de cada paciente.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 13
H o m e na g e m
H o m e na g e m
Dra. Eliane Castelo Branco
dedicação à medicina,
aos pacientes e ao HSVP
E
“Certa vez, começou a
chover muito e, logo, o
entorno do hospital ficou
alagado, ninguém saía e
ninguém chegava. Na época,
eu era chefe de Serviços
Gerais e rapidamente nos
mobilizamos para acomodar
os colaboradores que
não conseguiriam ir para
suas casas. Mas a cantina
que tínhamos no hospital
ficou muito cheia e com
dificuldades de pessoal
para atender a toda aquela
demanda. Então, a Dra.
Eliane, que já era diretora do
hospital, assumiu a cantina e
começou a atender. Lembro
que ela ficou disponível o
tempo todo e a cantina ficou
aberta praticamente a noite
toda”, Martha Lima, gerente
de Hospitalidade
m uma época em que apenas 18%
das mulheres brasileiras trabalhavam, ela foi uma das pioneiras a
mergulhar na carreira de Medicina.
“No país, havia poucas mulheres no curso de Medicina e a Eliane Castelo Branco
chamava a atenção também por ser a
aluna mais bonita da Faculdade Souza
Marques”, conta o colega de classe e de
trabalho Cyro Vargues, cardiologista e
coordenador do setor de Hemodinâmica
do Hospital São Vicente de Paulo. Além
da beleza, sempre teve como qualidade
a determinação, contam seus colegas
de trabalho do HSVP, onde ela construiu
uma sólida carreira de sucesso, primeiro
como broncoesofagolaringologista e,
depois, no cargo de diretora médica, o
qual ocupou por quase 20 anos e do qual
agora se despede com a aposentadoria.
“Eu tenho muito orgulho dela, que
sempre foi uma inspiração para mim.
Minha mãe decidiu ser médica em um
período em que não era comum que as
mulheres seguissem carreira, menos
ainda em uma profissão que exige tanta
dedicação e tempo disponível. E ela não
só chegou lá como atingiu cargos de
chefia, onde se manteve. E o mais incrível é que, mesmo com todas as demandas profissionais, ela sempre batalhou e
se desdobrou para ter tempo de cuidar
de mim, para conseguir ser mãe e médica. E conseguiu! É uma supermédica e
uma supermegamãe”, relata a filha, Carolina Castelo Branco Cooper, de 24
anos, historiadora.
Sobre Eliane Castelo Branco, há um
consenso de todos que a conhecem:
mão de ferro e coração de ouro. O jeito
sério e um pouco austero contrasta com
sua personalidade “extremamente emotiva” e de grande simplicidade. “Ela tem
um jeito duro, mas é a pessoa mais emotiva que conheço. Ela se emociona facilmente, chora à toa”, conta o clínico geral e chefe do CTI do hospital, Guilherme
Aguiar. “É assim, justamente, porque ela
é, de fato, uma pessoa sincera, que não
esconde nada. Ela fala o que pensa e
demonstra o que sente”, complementa a
cirurgiã plástica Mônica Resano, que foi
vice-diretora médica do HSVP durante
11 anos, ao lado da Dra. Eliane.
Já nos tempos em que fazia atendimento no hospital, de 1983 a 1994,
Eliane Castelo Branco era conhecida por
sua dedicação. “Ela era uma médica
muito próxima de seus pacientes, que tinham, inclusive, seu telefone pessoal.
Também nunca foi uma pessoa de esperar pelas atitudes dos outros: o que tiver
que ser feito ela faz”, conta a médica
Claudia Nastari, responsável pela Gerência Médica do HSVP. “É uma pessoa
apaixonada por tudo o que faz e sempre
foi uma médica muito interessada e disponível para atender
H o m e na g e m
os pacientes que necessitavam”, acrescenta Mônica Resano. “Era uma excelente broncoscopista pulmonar, sempre
atendendo às solicitações dos demais
médicos com carinho e com presteza”,
comenta Alemar Roge Salomão, chefe
da Cirurgia Geral, fazendo coro com o
cirurgião cardíaco Henrique Murad, que
foi substituído por ela na Direção Médica
do HSVP e que também foi seu colega de
trabalho no Hospital Universitário da
UFRJ. “Para um hospital ir à frente, é preciso ter alguém honesto e dedicado
como ela sempre foi nos vários anos em
que foi diretora médica do HSVP, onde
obteve muitas conquistas. No serviço público, ela precisou batalhar, mas nunca
desistiu de lutar. Se faltasse algo, ela ia
buscar de alguma forma. Corria atrás de
insumos, de equipamentos e até de pessoas e empresas para realizar consertos”, lembra Henrique Murad.
Uma direção vitoriosa
Entre suas grandes vitórias, na Direção Médica, apontadas por funcionários
e colaboradores do HSVP, estão a Acreditação do hospital, a manutenção da
qualidade do corpo clínico, a implantação do prontuário eletrônico e a melhora
da troca de informações entre os setores
e também do diálogo com a Superintendência, além da Unidade Pós-Operatória.
“Foi um marco a criação da Unidade
Pós-Operatória, porque foi um enorme
ganho de qualidade para os nossos serviços. Foi necessário um grande investimento para viabilizar a implantação dessas unidades de terapia intensiva, que
têm assistência diferenciada do CTI tradicional, recebendo apenas os pacientes
cirúrgicos”, destaca Claudia Nastari.
A manutenção da qualidade do corpo clínico não foi uma luta fácil. “O Hospital São Vicente de Paulo sempre acreditou que, para manter a qualidade do
atendimento, era preciso ter uma equipe
médica própria e fixa. E os critérios para
fazer parte dessa equipe sempre tiveram
padrões muito altos. No entanto, essa
característica tradicional de hospital
fechado, desagrada
a algumas correntes
da classe médica e,
para manter esses
altos padrões, ela
precisou travar algumas batalhas com o
Conselho Regional de Medicina, com a
sua própria classe”, lembra Mônica
Resano. “Ela defendeu a qualidade e a
unidade do corpo clínico com unhas e
dentes. Um exemplo disso é que, diferentemente da maioria dos hospitais hoje
em dia, para trabalhar no HSVP é preciso ter residência completa”, sublinha
Guilherme Aguiar. Opiniões reforçadas
por Irmã Marinete Tibério, atual CEO do
hospital, que destaca a luta da Eliane e
até uma certa rigidez em manter os critérios preconizados pelo hospital no atendimento de qualidade e segurança ao
paciente, a começar pelo próprio corpo
clínico e cirúrgico.
E foi essa preocupação com a qualidade que a fez mover “mundos e fundos” pelo Certificado de Acreditação
da Joint Commission International (JCI).
“A Eliane foi incansável na busca por
alcançarmos esse selo internacional
de qualidade”, pontua Claudia Nastari.
O gerente de Tecnologia da Informação
(TI), André Mallmann, concorda. Uma
das recomendações da JCI para a qualidade assistencial é o prontuário eletrônico, que demanda um sistema informatizado integrado na área assistencial e,
portanto, exigiu um grande esforço conjunto para sua implementação. “A Eliane
nos apoiou com tudo o que precisamos.
Sem ela, essa padronização do sistema
não teria sido possível. Todas as informações que necessitamos de controles e
cadastros médicos, por exemplo, ela
nem sequer delegou para outra pessoa.
Fez ela mesma”, conta André Mallmann.
A Irmã Marinete Tibério expressa também
o entusiasmo, a “garra” o interesse de
Eliane, não medindo esforços e enfrentando todos os obstáculos para a conquista do Selo Internacional de Qualidade, reconquistado em janeiro de 2012.
Dra. Eliane com alguns integrantes
da equipe médica do HSVP
“Em cerca de cinco anos de
convivência, nosso
relacionamento cresceu e se
fortaleceu, sedimentando
numa grande amizade.
Eliane é uma mulher
corajosa, sincera, amiga,
responsável, comprometida
com os valores e princípios
da instituição. Apesar de
parecer uma pessoa séria e,
por vezes, brava, no fundo é
uma pessoa terna, emotiva e
com muita docilidade no agir.
Não tenho nenhuma dúvida
quanto ao seu amor pelo
HSVP e que, durante todos
estes anos, o HSVP foi para
ela muito mais que um local
de trabalho: um ambiente
prazeroso e gostoso de
trabalhar, pois é inegável
a sua alegria de estar
aqui conosco”,
Irmã Marinete Tibério,
CEO do hospital
“A Dra. Eliane é uma pessoa
de muita simplicidade.
Nossa convivência ampliou
a troca de informações e
a respeitabilidade entre
a Diretoria Médica e de
Enfermagem. Participava
ativamente dos eventos
da instituição e trabalhava
como todo mundo”,
Adriana Costa, gerente
de Enfermagem
Dra. Eliane com a
filha Carolina
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 14
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 15
Hospital São Vicente de
Paulo promove a 8ª edição
da Jornada Multidisciplinar
Evento visa intercambiar informações na área médica entre o
corpo clínico do hospital e os profissionais de outras instituições
A
Emergência é a principal porta de entrada
dos pacientes em um hospital. E o Hospital
São Vicente de Paulo (HSVP) tem uma preocupação especial com a qualidade desse serviço, seja na área clínica ou cirúrgica, pois envolve
uma série de fatores e setores. Organização e
integração no atendimento, boa equipe médica,
tecnologia de ponta e infraestrutura são primordiais para identificar e tratar os problemas de
saúde do paciente de forma satisfatória. Assim,
buscando sempre a excelência no atendimento,
o HSVP realiza, nos dias 5 e 6 de dezembro, a 8ª
edição da Jornada Multidisciplinar – evento voltado para os profissionais da área de Saúde,
como médicos, fonoaudiólogos, enfermeiros e
da Gestão Hospitalar –, que visa trazer novidades e intercambiar informações na área médica
entre seu corpo clínico e profissionais de outras
instituições de saúde.
“Nosso objetivo é chamar a atenção para a
importância do atendimento rápido para essas
emergências, diminuindo, assim, as complicações
maiores e aumentando as chances de sucesso terapêutico”, comenta o cardiologista Cyro Vargues,
coordenador da Hemodinâmica e do Centro de
Estudos do HSVP.
A Jornada teve início na década de 80,
quando foi inaugurado o hospital do HSVP,
sendo voltada primeiramente para os médicos.
Mas foi em 2005 que o evento ganhou força e
passou a contar com participação multidisciplinar. Para Cyro Vargues, a Jornada Multidisciplinar
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 16
é fundamental para a integração entre os profissionais de saúde de dentro e de fora do hospital.
“É uma oportunidade para debater e reciclar conhecimentos sobre importantes temas ligados à
prática clínica e cirúrgica. Além disso, temos em
discussão diversos assuntos da área administrativa, que é voltada para os gestores ou para
quem se interessa em ingressar na área de gestão”, frisa Vargues.
Todos os profissionais de atendimento do Hospital São Vicente de Paulo são treinados para
identificar e encaminhar para o especialista da
área cada tipo de emergência. A troca de informações entre os setores e também entre os profissionais melhora o fluxo e a qualidade do serviço de emergência. Cardiologia, Neurologia,
Ortopedia e Oftalmologia são as principais
Cyro Vargues,
cardiologista e
coordenador da
Hemodinâmica
e do Centro de
Estudos do HSVP
especialidades disponíveis
na unidade, que tem equipe
própria. “Nós atendemos às principais emergências clínicas e cirúrgicas,
entre as quais podemos destacar as tráumato-ortopédicas, oftalmológicas e cardiovasculares, sendo que, dentro dessa última, o infarto
agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular
encefálico (AVE) merecem destaque especial, já
que são as principais causas de mortalidade nos
grandes centros urbanos”, destaca Vargues.
Segundo o médico, o tema dessa edição da
Jornada – Emergências Clínicas e Cirúrgicas –
visa reforçar a divulgação do setor de Emergência do HSVP, que projeta para 2014 a divulgação
do setor de Emergências Cardiovasculares, com a inauguração do novo
CTI e da nova Unidade Coronária,
bem como do moderno equipamento
do setor de Hemodinâmica.
Programação terá
emergências como
tema de fundo
São esperadas, em média, de 200
a 220 pessoas, durante os dois dias
do evento, que assistirão às palestras ministradas por profissionais do
HSVP e de outras instituições, tendo
as emergências clínicas e cirúrgicas
como temática. No dia 5, o cardiologista Cláudio Munhoz, do HSVP, apresentará as
Novidades na Abordagem Terapêutica da Fibrilação Atrial. Em seguida, Nilson Araújo, médico
do Serviço de Arritmia Cardíaca do HSVP, falará
sobre Denervação Renal no Tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica e outras Patologias.
À tarde, haverá o debate sobre Emergências Ortopédicas, moderado por Alfredo Villard,
ortopedista do HSVP. Serão abordados assuntos
como fraturas da extremidade distal do rádio e
fraturas do fêmur proximal. Entre os debatedores estão João Gabriel Villard, Tiago Góes,
Marcelo Monteiro, Marcus Calixto e Eduardo
Cabral, ortopedistas do Hospital São Vicente.
Haverá também uma mesa-redonda para discutir o Tratamento Contemporâneo de Infarto
Agudo do Miocárdio, com a participação de
cardiologistas convidados de outras renomadas instituições, moderada por Cyro Vargues e
Aristarco Siqueira, chefe do Serviço de Cardiologia do hospital.
Já no dia 6, será apresentada a mesa-redonda
Conceitos Atuais em Emergências Oftalmológicas, moderada por Flávio Resende, chefe do
Serviço de Oftalmologia do HSVP, em que serão
discutidos assuntos como catarata traumática,
glaucoma agudo, conjuntivites e ceratites. Outro
destaque é o debate Manejo do Paciente Renal
na Emergência, com temas sobre nefrolitíase e
manuseio da hipervolemia, moderado por Carla
Ávila, médica da Emergência do hospital.
Os participantes concorrerão ao sorteio de
brindes e a uma viagem para um casal passar o
final de semana em Búzios. As inscrições são
gratuitas (exclusivamente para profissionais de
saúde) e podem ser feitas pelos telefones (21)
2563-2147/2563-1107 (ramal 2218) ou pelo
e-mail [email protected].
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 17
IV Jornada de Radiologia recebe especialistas para debates
A dor não
é uma boa
companheira
M
ary Nilsen Lucas de Lima e Silva, de 66
anos, passou décadas sem um diagnóstico. As debilitantes dores no ombro e
braço iam e vinham, periodicamente, tornando
seu dia a dia complicado. “Fui a diferentes especialistas, fiz inúmeros exames, e ninguém descobria o que eu tinha nem conseguia aplacar minhas crises de dor profunda. Meu braço inchava
e ficava difícil cumprir minhas funções no trabalho e em casa”, conta. Faz mais de 25 anos que
ela convive com o problema, mas, agora, ela tem
controle e consegue minimizar as crises.
As dores crônicas atingem milhões de pessoas
em todo o mundo e podem ter muitas causas e
localizações. Alguns pacientes nunca chegam a
ter um diagnóstico, mas, mesmo assim, é possível, com o tratamento certo, aliviar e até reduzir
as crises. Mary encontrou alívio com o tratamento
realizado por meio da Clínica da Dor, do Hospital
São Vicente de Paulo, que concilia medicamentos
e acupuntura.
“A dor serve para alertar a pessoa de algum
problema no organismo. Entretanto, no caso da
dor crônica, ela perde essa utilidade, passando ela mesma a ser a doença.
Quando persiste, seja de modo diário ou periódico, traz uma série de
alterações para a vida da pessoa,
afetando inclusive o humor e as relações familiares”, comenta a médica anestesiologista Maria Luiza
Maddalena, responsável pela
Clínica da Dor do Hospital
São Vicente.
O alvo da terapia são
pacientes com dores de
difícil resolução, ou que
já foram diagnosticados
Dra Maria Luiza
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 18
Pensando na importância da constante atualização de seus profissionais, o Hospital São Vicente
promoveu mais um Fórum de Radiologia, no dia 9 de novembro, com coordenação científica do físico
médico Sérgio de Oliveira e do supervisor e técnico em radiologia Leonardo Flor. O evento gratuito
recebeu mais de 80 especialistas da área, como médicos, tecnólogos e técnicos. O debate comemorou, ainda, o Dia do Radiologista, celebrado em 8/11.
Os profissionais aproveitaram a ocasião para atualizar seus conhecimentos e trocar experiências.
O encontro propôs discussões sobre questões relacionadas ao radiodiagnóstico, entre elas a evolução
do tratamento radioterápico e o uso de imobilizadores na aquisição de imagens em radioterapia.
Radioproteção, Radioterapia, Ressonância Magnética, Mamografia, Sistema Digital e Densitometria
Óssea foram alguns dos exames de imagem em foco nas discussões.
e a causa não tem tratamento. As lombalgias
respondem por 60% dos casos encaminhados à
Clínica da Dor, mas também são frequentes os
pacientes com enxaquecas, neuralgia do trigêmeo e em tratamento de câncer.
“Os pacientes são encaminhados ao serviço
por clínicos e outros especialistas. Há paciente
que nos procura diretamente. Se ele sofrer de
uma dor muito intensa, atuamos imediatamente
contra a dor, para dar conforto ao paciente. Mas,
em geral, reencaminhamos a pessoa a um clínico
geral para uma investigação antecedente ao tratamento”, explica Maddalena.
O diagnóstico começa seguindo algumas
pistas para encontrar a raiz do problema “Nem
sempre é possível ter um diagnóstico laboratorial
taxativo, mas os exames de imagem permitem
verificar ou excluir a presença de lesões anatômicas e, através disso, podemos inferir um diagnóstico”, assinala o clínico Renato Marandino, do
Hospital São Vicente de Paulo. Clínico e coordenador do CTI do HSVP, Guilherme Aguiar revela
algumas pistas importantes: “Se a dor irradia-se
para outros membros, a chance de ser algo comprimindo uma raiz nervosa é grande. A forma
como a dor começou ou o que a desencadeia
também são observações significativas.” Renato
Marandino acrescenta que é preciso saber onde
procurar. “Às vezes, é preciso um exame bem
específico, ou um exame comum, mas focado em
um local bem específico do corpo”, revela.
O tratamento pode ser feito com medicamentos de vários tipos, bloqueios anestésicos, relaxantes musculares, anti-inflamatórios e até anticonvulsivantes, dependendo do tipo de dor. Em alguns
casos, recomenda-se também fisioterapia. Maria
Luiza Maddalena revela, ainda, que a acupuntura
é uma forte aliada para esses pacientes.
Unidos contra o câncer de mama
Outubro é o mês mundial da luta contra o câncer de mama e o Hospital São Vicente de Paulo
entra de cabeça nessa campanha. Para celebrar o Outubro Rosa, o hospital realizou exames
gratuitos de mamografia, debate e outras ações, unindo forças de toda a equipe, entre médicos,
enfermeiros, psicólogos e técnicos de enfermagem.
No dia 5 de outubro, um evento educativo, com palestra, foi realizado com o objetivo de promover informações a respeito da doença e do autoexame para detecção precoce de tumores.
Mais de 100 mulheres participaram da atividade coordenada por Sandra Gioia e Joyce
Souza, mastologistas do HSVP. “Este ano, nós atingimos os dois principais objetivos do
nosso Outubro Rosa: informação e ação. E isso só foi possível com a união de esforços
de profissionais de diversos setores do hospital, que doaram seu tempo e amor para o
sucesso da campanha”, comenta a mastologista Sandra Gioia.
Psicologia no tratamento hospitalar é tema de simpósio
A importância da Psicologia no tratamento de pacientes foi tema do Simpósio de Psicologia no Contexto Hospitalar – Diversidade e Prática, no Hospital São Vicente de Paulo. Sob a coordenação da
psicóloga Cecília Calabaíde, o evento abordou as diversas possibilidades de atuação da Psicologia no
CTI, a abordagem ideal em relação à família quando o pior acontece e a importância da assistência
espiritual no meio hospitalar. A ideia do evento surgiu da necessidade de formar os profissionais para
lidar com o fator psicológico em casos de pacientes críticos.
Café da manhã para comemorar o Dia do Médico
O dia 18 de outubro é o Dia do Médico, a mesma data em que a Igreja comemora o Dia de
São Lucas, que era médico de formação. Em celebração à data, o Hospital São Vicente de Paulo
agradeceu e parabenizou seus mais de 400 médicos pelo exercício da profissão com tanta dedicação
e carinho com um café da manhã e distribuição de brindes para todos os médicos da instituição.
O Dia foi de festa e muita animação.
HSVP se mantém entre
os melhores
hospitais
O Hospital São Vicente de Paulo,
mais uma vez, está entre os mais
bem colocados no ranking da
respeitada revista América Economia, da consultoria América
Economía Intelligence. Dos 45
melhores hospitais e clínicas da
América Latina, o HSVP foi o
único do Estado do Rio de Janeiro a figurar na lista. Há três
anos, o HSVP é considerado o
quinto melhor hospital do Brasil,
segundo a pesquisa, que está
em sua quinta edição.
Para a CEO do hospital, Irmã Marinete
Tibério, “a classificação é mais uma conquista e a certeza de que vale a pena continuarmos trabalhando na busca pela excelência na qualidade de atendimento,
segurança do paciente, humanização da
técnica e investimento em tecnologia de
ponta, quando constatamos que nossos
esforços são reconhecidos. Essa pesquisa
é muito séria e exige documentação comprobatória de tudo o que é respondido
no questionário. Por isso, nossa classificação nos traz muita alegria e tem sabor de
vitória”, comemora.
33 anos
de dedicação
à população
Já são mais de 33 anos de atendimento à população. O aniversário do Hospital São Vicente de Paulo, no dia 6 de novembro,
foi comemorado com missa, celebrada pelo recém-chegado Padre
Renato. Em seguida, foi promovido também um bate-papo com educadores do CBA, que pontuou a XVII Semana da Qualidade.
Durante a celebração eucarística, o Padre Renato ressaltou a importância do
amor e da caridade como princípios que levaram o hospital a se tornar o que é
hoje. Foi lembrado também o aniversário da Irmã Marinete, no dia 5/11.
O bate-papo da XVII Semana da Qualidade foi liderado por Vanderlei Timbó,
coordenador de Qualidade, que discutiu as Estratégias de Gestão para
Manutenção da Qualidade fora do período de auditoria.
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