USO DE MAPAS CONCEITUAIS COMO AVALIAÇÃO

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USO DE MAPAS CONCEITUAIS COMO AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM
Autores : Anderson Daniel STOCHERO, Lauren Linck NILSON
Identificação autores: Instituto Federal Farroupilha – campus Santo Ângelo, Universidade Regional Integrada do Alto
Uruguai e das Missões – Santo Ângelo
Introdução
No processo de ensino e aprendizagem a utilização de ferramentas auxiliares tem uma
importância significativa, considerando a recorrente dificuldade apresentada por jovens na
assimilação dos conteúdos ministrados em sala de aula. Partindo desta análise de realidade se
faz necessário buscar suporte em outras maneiras capazes de efetivar a compreensão de
conteúdos por parte dos discentes, e assim, traçar estratégias de aperfeiçoamento. Após alguns
estudos, pode-se contar com um recurso auxiliar, os mapas conceituais os quais, segundo
Moreira (2010) são diagramas que indicam relações entre conceitos, ou entre palavras que são
utilizadas para representar conceitos.
Os mapas conceituais, de um modo geral não obedecem a uma sequência de tempo ou
de direção, nem hierarquias organizacionais ou de poder. Ao contrário, buscam relacionar
conceitos entre si, para somente então hierarquizá-los de uma maneira que venha facilitar a
compreensão de determinados assuntos. Neste sentido, Crosseti et al (2009) afirma que os
mapas se caracterizam como uma estratégia que possibilita o desenvolvimento de habilidades
de pensamento crítico, é uma ferramenta de ensino que requer a capacidade de analisar,
sintetizar, ter flexibilidade, curiosidade, participação ativa e experiência.
Desta forma, quando os alunos assimilam um determinado conteúdo através dos
mapas, eles passam a desenvolver seu próprio entendimento através da internalização das
informações. Por outro lado, quando os estudantes constroem seu próprio mapa conceitual,
eles necessitam desenvolver inicialmente uma compreensão sobre os conceitos que estão
estudando, antes de poder representar seu conhecimento através de um mapa pessoal
(VEKIRI, 2002).
Na elaboração de um mapa conceitual, é necessário que se estabeleçam conexões
entre diferentes conceitos e, dentro dessa necessidade, o recurso mais utilizado como conector
entre diferentes conceitos são as linhas, pois esse elemento indica segundo Moreira (2010)
que há, no entendimento de quem fez o mapa, uma relação entre as diferentes concepções.
Assim “é importante que o mapa seja um instrumento capaz de evidenciar significados
atribuídos a conceitos e relações entre conceitos no contexto de um corpo de conhecimentos,
do assunto abordado” (MOREIRA, 2010 p.15).
Levando tais fatores em consideração, pode-se avaliar que uma representação gráfica,
através dos mapas conceituais, se mostra mais efetiva que um simples texto na comunicação
de conteúdos complexos, pois o processamento mental das imagens pode ser menos exigente
cognitivamente que o processamento verbal de um texto (VEKIRI, 2002).
Consequentemente, a importância dos mapas conceituais esta na explicação por quem
os faz, ou seja, quando o autor explica, externaliza o significado de seu conhecimento e
estabelece as relações que buscou demonstrar através do uso deste recurso de aprendizagem
(MOREIRA, 2010). Nesse contexto, a análise de mapas conceituais é essencialmente
qualitativa, pois as explicações orais ou escritas, em relação ao mapa é que irão evidenciar a
compreensão e aprendizagem da pesquisa. E, para finalizar a pesquisa é ideal relacionar todas
as etapas da pesquisa fazendo uso do mapa conceitual, o qual terá a função de unir todas as
informações obtidas com o trabalho.
Material e Métodos
Para realizar os propósitos deste estudo foi feita uma proposta de atividade pedagógica
a três turmas de ensino médio de uma escola estadual do município de São Miguel das
Missões, contabilizando 75 alunos participantes.
A atividade refere-se ao uso de mapas conceituais para a avaliação da aprendizagem
de alunos na disciplina de química, baseando-se em Moreira (2010), bem como com o auxílio
de um programa, disponível na rede para acesso gratuito chamado de cmapstools.
Assim, é possível atribuir significado à pesquisa, pois quando os alunos fazem uso das
tecnologias durante as aulas, tem-se uma ferramenta que facilita o seu aprendizado. E de
acordo com Pedro Demo (1998) é exatamente nesse momento de interação entre educando e
tecnologia que, estes irão tornar-se cidadãos e terão uma aprendizagem mais flexível, eficaz e
autônoma.
Após a proposta da atividade os alunos desenvolveram os mapas de forma individual,
inicialmente em uma folha de ofício a fim de se apropriarem da ferramenta e posteriormente
no software específico para essa atividade.
A pesquisa se classifica como sendo qualitativa, pois pretende interpretar e
compreender a compreensão dos jovens relativas a um determinado conteúdo de química,
escolhido de forma aleatória pela professora. Essa análise permite que sejam mensurados os
benefícios e falhas do método utilizado para explicações em sala de aula. É fundamental
salientar que o presente trabalho é decorrente de uma atividade pedagógica e, sendo assim
com base nos princípios éticos da pesquisa, serão omitidos os nomes dos alunos e da escola
na qual foi desenvolvido o trabalho.
Resultados e discussão
O uso de mapas conceituais, de acordo com Moreira (2010) tem alto potencial para
facilitar a negociação, construção e aquisição de significados, se mostrando uma ferramenta
imprescindível para a assimilação do conteúdo e avaliação do aprendizado. A partir deste
pressuposto, foi feito uso do recurso em três turmas de ensino médio de uma escola da rede
pública, especificamente no primeiro ano dessa modalidade de ensino. A ideia inicial foi
identificar se os alunos teriam a compreensão mínima do conteúdo básico de química, ou seja,
nomenclaturas gerais e específicas e, se conseguiriam estabelecer relações entre eles.
Deve-se levar em consideração que a utilização dos mapas favorece o aprendizado
de conceitos, os quais estão na base dos princípios, modelos, teorias e filosofias que
constituem o domínio teórico do conhecimento humano, porém, na prática o ensino de modo
geral dispõe de pouca atenção aos conceitos, sendo estes definidos e aprendidos
mecanicamente. Daí a importância dos mapas, os quais favorecem a compreensão total e
verdadeira de conceitos (MOREIRA, 2010).
Inicialmente a tarefa foi elaborada a partir de um mapa conceitual base, sobre
determinado conteúdo visto em sala de aula, a fim de exemplificar aos educandos e
possibilitar uma visão geral da atividade proposta, após copiaram o mapa em seus cadernos e
assimilaram as regras básicas da elaboração, de forma que para ter significado a atividade
precisa ser negociada, de maneira clara, entre professor e alunos.
Ao correr da atividade, o professor visou identificar, coforme Moreira (2010)
explicitou, a ocorrência de conceitos unidos por uma linha, a qual tem caráter relevante pois
significa que há, no entendimento de quem fez o mapa, uma relação entre esses conceitos.
Um recurso utilizado para chamar a atenção dos alunos foi o uso de um software
chamado cmaptools que é gratuito e está disponível para download. A partir desta proposta
percebeu-se a maior aceitação por parte dos discentes, de forma que em um total de 75 alunos
apenas três tinham conhecimento prévio acerca do programa e sua forma de uso.
A ideia de dinamizar o processo baseou-se na importância da inserção das tecnologias
no ambiente de ensino, pois através delas os alunos podem interagir e aprender de forma mais
efetiva, coforme destaca Miranda (2007) os seres humanos possuem tendência a simplificar as
informações que recebem do meio, e assim, conseguem ter uma visão mais ampla desse meio
e de sua composição. Através da criação de categorias e associações, as quais permitem que
se memorize e compreenda o que se passa ao redor e, torna fundamental que se insira no dia a
dia escolar o uso das tecnologias presentes na rotina das crianças e adolescentes como auxilias
nesse processo de ensino e aprendizagem.
Através deste conceito é notável que a utilização da ferramenta tecnológica, foi capaz
de atrair e influenciar a participação dos alunos na atividade, pois quando combinado que a
utilização de um programa virtual seria o recurso para o desenvolvimento da avaliação
durante as aulas, o interesse foi maciço. Porém na aula foi proposta a criação de um mapa
criado individualmente em uma folha de ofício branca sobre o conteúdo trabalhado durante o
trimestre, como um treino para posteriormente iniciar a prática no programa de fato.
A atividade despertou a curiosidade dos alunos em fazer uso de um programa de
computador como uma forma de avaliação pelo professor, e principalmente, uma avaliação
sem questões dissertativas ou objetivas, considerando somente o conhecimento adquirido
pelos alunos durante as aulas.
A ferramenta como forma avaliativa facilitou a análise do professor sobre a
importância e significados dos conteúdos trabalhados durante o trimestre. E através do uso da
ferramenta foi possível identificar dificuldades dos alunos, o que possibilitou novas
oportunidades de aprendizagem.
Após a constatação pode-se verificar, conforme Moreira (2010) que os mapas
apresentados por alunos não apresentam um modelo padrão rígido, mas mesmo assim a
produção dos alunos tem valor, de forma que não há mapa certo ou errado, o que pode haver é
algum equivoco por parte de quem o elaborou.
Conclusão
O uso de mapas conceituais elaborados e apresentados pelos professores corresponde a
sua inserção em uma metodologia expositiva tradicional. Já a elaboração/confecção e
apresentação de mapas feitos por alunos, enquadra-se em uma perspectiva construtivista
interacionista social (MOREIRA, 2010).
A construção destes mapas influência de forma positiva o processo de ensino e
aprendizagem, além de contribuir valorosamente para a avaliação do professor referente
assimilação do conteúdo ensinado, permitindo que o mesmo possa rever sua metodologia caso
identifique que os alunos não estão acompanhando as aulas conforme o esperado.
O mapa ao ser usado como ferramenta de avaliação pelo professor permite que este
passe segurança para seus alunos, pois para a construção do mapa a pressão exercida sobre os
educandos é significativamente menor, devido ao fato de que não existirá um mapa errado e,
nem um número máximo ou mínimo de questões as quais necessita acertar.
Porém, não basta apenas propor a aplicação de uma nova ferramenta, é necessário que
os alunos sintam-se impelidos a participar da atividade de forma comprometida, e para isso
pode-se utilizar recursos tecnólogos, atraindo-os e motivando-os.
Referências
CROSSETTI M. G. O. C., BITTENCOURT G. K.G. D. , SCHAURICH D., TANCCINI T.,
Antunes M. Estratégias de ensino das habilidades do pensamento crítico na enfermagem.
Rev Gaúcha Enferm. 2009.
DEMO, P. Educar pela pesquisa. 3. ed. Campinas : Autores Associados, 1998.
MIRANDA, G. L. Limites e possibilidades das TIC na educação. Revista de Ciências da
Educação. n.3. mai-ago.41-50, 2007.
MOREIRA, M. A. Mapas conceituais e aprendizagem significativa. São Paulo: Centauro,
2010.
VEKIRI, I. (2002). What Is the Value of Graphical Displays in Learning? Ed. Psychol.
Rev., 14, 261.
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