Um Arriscado Esporte Nacional: Influência do Fumo e Álcool no

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Um Arriscado Esporte Nacional: Influência do Fumo e Álcool no desenvolvimento
do Câncer de Boca.
O câncer de boca é uma denominação que inclui os cânceres de lábio e da cavidade
bucal, incluindo mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua e assoalho da boca. A
localização anatômica de maior incidência é o lábio inferior (principalmente em pessoas
de pele clara), seguida da língua. O câncer em outras regiões da boca acomete
principalmente fumantes e os riscos aumentam quando o fumo é associado ao álcool.
Devido sua alta incidência e mortalidade o câncer bucal é considerado um grave
problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Segundo o Instituto Nacional do
Câncer (INCA), a estimativa para novos casos de câncer de cavidade bucal para o ano
de 2012 foi de 9.990 casos novos de câncer da cavidade oral em homens e 4.180 em
mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 10 casos novos a cada
100 mil homens e 4 a cada 100 mil mulheres.
Sem considerar os tumores da pele não melanoma, o câncer da cavidade oral em
homens é o quarto mais frequente na região Nordeste (6/100 mil). Para as mulheres, é o
oitavo mais frequente na região Nordeste (3/100 mil).
Os principais fatores de risco para o câncer da cavidade bucal são o tabagismo (hábito
de fumar), o etilismo (consumo de bebida alcoólica) e as infecções pelo HPV (Vírus do
Papiloma Humano). Estudos apontam que o hábito de fumar e beber estabelece um
sinergismo entre esses dois fatores de risco, aumentando 30 vezes o risco para o
desenvolvimento desse tipo de câncer. O fumo é responsável por cerca de 42% dos
óbitos por essa neoplasia. Já o etilismo pesado corresponde a, aproximadamente, 16%
dos óbitos.
As taxas de mortalidade por câncer da cavidade bucal apresentam um declínio na
população masculina na maioria dos países. Em mulheres, esse comportamento ainda
não pode ser observado, uma vez que o início do uso do tabaco pelas mulheres foi
posterior ao dos homens. Contudo, as taxas de incidência para câncer da cavidade oral
relacionado à infecção pelo HPV, como amígdala, base da língua e orofaringe,
aumentam entre adultos jovens em ambos os sexos. Parte desse aumento pode ser
atribuído a mudanças no comportamento sexual.
A detecção precoce do câncer pela inspeção visual, seja ela feita pelo próprio indivíduo
ou por dentistas e médicos, pode descobrir anormalidades pré-malignas do câncer da
cavidade bucal. Quando diagnosticado precocemente, esse tipo de câncer apresenta bom
prognóstico.
O principal sinal deste tipo de câncer é o aparecimento de feridas na boca que não
cicatrizam em uma semana. Outros sinais são ulcerações (feridas) superficiais, com
menos de 2 cm de diâmetro, indolores (podendo sangrar ou não) e manchas
esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. Dificuldade para falar,
mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado, dor e presença de
linfadenomegalia cervical (caroço no pescoço) são sinais de câncer de boca em estágio
avançado.
Pessoas com mais de 40 anos de idade, devem evitar o fumo e o álcool, promover a
higiene bucal, ter os dentes tratados e fazer uma consulta odontológica de controle a
cada ano. Outra recomendação é a manutenção de uma dieta saudável, rica em vegetais
e frutas.
Para prevenir o câncer de lábio, deve-se evitar a exposição ao sol sem proteção (filtro
solar e chapéu de aba longa). O combate ao tabagismo é igualmente importante na
prevenção deste tipo de câncer.
A cirurgia e/ou a radioterapia são, isolada ou associadamente, os métodos terapêuticos
aplicáveis ao câncer de boca. Para lesões iniciais, tanto a cirurgia quanto a radioterapia
tem bons resultados e sua indicação vai depender da localização do tumor e das
alterações funcionais provocadas pelo tratamento (cura em 80% dos casos).
A cirurgia radical do câncer de boca evoluiu com a incorporação de técnicas de
reconstrução imediata, que permitiu largas ressecções e uma melhor recuperação do
paciente. As deformidades, porém, ainda são grandes e o prognóstico dos casos,
intermediário. A quimioterapia associada à radioterapia é empregada nos casos mais
avançados, quando a cirurgia não é possível. O prognóstico, nestes casos, é
extremamente grave, tendo em vista a impossibilidade de se controlar totalmente as
lesões extensas, a despeito dos tratamentos aplicados.
Por: Edgley Porto
Email: [email protected]
Fontes sugeridas para leitura:
1. Artigo
do
autor
publicado
em
revista
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3434468/
2. http://revista.uepb.edu.br/index.php/pboci/article/viewFile/871/775
3.
4. http://www.inca.gov.br/estimativa/2012/index.asp?ID=5
internacional:
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