0 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRO-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS LÍLIAN GRACE DA SILVA SOLON CONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICO E BIODISPONIBILIDADE RELATIVA EM RATOS DE SUSPENSÕES ORAIS DE NAPROXENO SÓDICO OBTIDAS DE FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO NA CIDADE DO NATAL - RN Natal / 2010 1 LÍLIAN GRACE DA SILVA SOLON CONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICO E BIODISPONIBILIDADE RELATIVA EM RATOS DE SUSPENSÕES ORAIS DE NAPROXENO SÓDICO OBTIDAS DE FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO NA CIDADE DO NATAL - RN Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de mestre. Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Lira Soares Co-orientadora: Profa. Dra. Aurigena Antunes de Araújo. Natal / 2010 2 3 Lílian Grace da Silva Solon CONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICO E BIODISPONIBILIDADE RELATIVA EM RATOS DE SUSPENSÕES ORAIS DE NAPROXENO SÓDICO OBTIDAS DE FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO NA CIDADE DO NATAL - RN Banca Examinadora: Natal, 26 de fevereiro de 2010 NATAL / RN 2010 4 Dedico este trabalho: À minha mãe, Maria da Conceição Silva, pelo apoio incondicional, pelo esforço, carinho e compreensão. À minha querida sobrinha Julia. A sua chegada a esse mundo trouxe intensa alegria à nossa família. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a DEUS pela realização desse trabalho, pelo privilégio de conhecer pessoas tão inteligentes e competentes ao longo do meu caminho, muito obrigada. Ao Professor Dr. LUIZ ALBERTO LIRA SOARES pela orientação, amizade e esclarecimentos constantes. À Professora Dra. AURIGENA ANTUNES DE ARAÚJO, pelo seu incentivo e amizade, por compartilhar comigo um pouco de toda sua experiência. À Professora Dra. TATIANE PEREIRA DE SOUZA, que abriu as portas da minha iniciação científica e acadêmica. Meu mais profundo respeito e admiração. À Professora Dra. GERLANE COELHO BERNARDO GUERRA, pelo apoio, cordialidade e amizade. Aos professores Dr. ISAC MEDEIROS e Dr. EDUARDO DE JESUS OLIVEIRA, por terem me recebido no Laboratório de Bioequivalência da Universidade Federal da Paraíba. Ao SÓCRATES GOLZIO, ALEXSANDRO e ROBERTO, pela grande ajuda durante os experimentos no LTF - UFPB. À professora Dra. MARIA DAS GRAÇAS ALMEIDA, pela confiança e receptividade no LABMULT – UFRN. Aos professores Dr. DIOGO TEIXEIRA e JAIRO SOTERO, pelo ótimo convívio e ajuda no Laboratório de Química Farmacêutica – UFRN. Aos amigos da Pós: ALMÁRIA, BENILSON, DAIANE, EDILENE, ELIZABETH, LAYANY, MELINA GADELHA, NAIRA, VÍVIAN, ZAMA, pelo companheirismo, carinho e ótimos momentos de convívio. A ajuda de vocês fez com que esse trabalho ficasse melhor. À amiga ANA JOSANE, pela ajuda e sugestões neste trabalho e pela amizade. Ao amigo PHILIPPE MESQUITA, pelo companheirismo, incentivo e amizade. 6 Aos alunos de iniciação científica ANA ISABEL, FRANCINALDO, HUGO CARPEGIANNY, MARIANE e ROBERTA STOPILHA. Muito obrigada pela ajuda. Aos funcionários do Laboratório de Farmacologia do Centro de Biociências (UFRN): NEIDA e RAIMUNDO, pela grande assistência prestada. Ao CNPQ e CAPES pelo apoio financeiro. Aos ANIMAIS utilizados para o desenvolvimento da ciência em benefício da humanidade. A todos que me apoiaram e me incentivaram para a realização desse trabalho, o mais sincero muito obrigada. 7 RESUMO Os medicamentos vendidos nas farmácias de manipulação têm sido notificados pela ANVISA quanto à resposta terapêutica reduzida ou por toxicidade. Disto e visando avaliar a qualidade dos produtos magistrais o presente trabalho objetivou realizar ensaios de controle de qualidade e biodisponibilidade relativa em suspensões de naproxeno sódico na concentração de 25 mg/mL, obtidas de seis farmácias de manipulação na cidade do Natal (A, B, C, D, E e F) e de uma suspensão de referência (R). No controle de qualidade físico-químico foram realizados ensaios para determinação do teor, pH, homogeneidade, volume e características organolépticas. O método utilizado no doseamento mostrou precisão, exatidão, linearidade e especificidade. As formulações obtidas nas farmácias B, C e E apresentaram um teor abaixo das especificações, enquanto que a formulação F apresentou um teor acima do recomendado pela Farmacopéia Americana. Em relação ao pH as suspensões C, E e F apresentaram resultados fora das especificações farmacopéicas. Desta forma, apenas as suspensões R, A e D foram selecionadas para o ensaio de biodisponibilidade relativa. As suspensões R, A e D foram administradas oralmente em ratos Wistar e o sangue foi coletado em intervalos de 10, 20, 40 e 60 min, 3, 4, 6, 24 e 48 h. O plasma obtido foi então armazenado em freezer a – 80 ºC para posterior análise em CLAE. O método utilizado apresentou especificidade, linearidade (R2 = 0,9987), precisão, exatidão, adequada recuperação e estabilidade. As condições cromatográficas utilizadas na metodologia foram: fluxo 1,2 mL/min, a fase móvel constituiu tampão fosfato de sódio monobásico 0,01 M pH 4,0 e acetonitrila (50:50, v/v), coluna C18 e comprimento de onda em 280 nm. O índice de confiança de 90% para as razões de Cmax e ASCt se encontrou dentro do intervalo de 80 – 125% proposto pelo FDA apenas para a suspensão obtida da farmácia de manipulação D, sendo, portanto considerada bioequivalente para a taxa de absorção nas condições propostas por este estudo. Assim, os resultados obtidos indicam a necessidade de uma maior fiscalização pelos órgãos competentes de forma a garantir a segurança do paciente e qualidade do medicamento produzido pela farmácia de manipulação. Palavras-chave: validação, biodisponibilidade. controle de qualidade, CLAE, naproxeno, 8 ABSTRACT Compounded medicines have been reported by the ANVISA due to decreased of the therapeutic response or toxicity of these formulations. The aim of this work was to investigate the physicochemical quality control among naproxen sodium oral suspensions 25 mg/mL obtained from six compounding pharmacies (A, B, C, D, E and F) and the manufactured suspension (R). In the quality control test, the tests of pH, content, homogeneity, volume and physical and organoleptic characteristics were performed according to the Brazilian Pharmacopoeia. The analytical method for determination of naproxen in suspensions was validate. This method showed excellent precision, accuracy, linearity and specificity. In the content test the suspensions B, C and E showed lower value and the F suspension showed a high value of the content. The products C and E were disapproved in the description of the physical and organoleptic characteristics test. In the pH test, three suspensions were outside specifications (C, E and F). Only the products R, A and D showed satisfactory results in these tests and therefore they were approved for relative bioavailability test. The R, A and D suspensions were orally administered to Wistar rats and the blood samples were taken at time intervals of 10, 20, 40, 60 min, 3, 4, 6, 24 and 48 h. The plasma samples were immediately stored at – 80 ºC until analysis of HPLC. The bioanalytical method validation showed specificity, linearity (R2 0.9987), precision, accuracy, good recovery and stability. The chromatographic conditions were: flow rate of 1.2 mL.min-1 with a mobile phase of acetonitrile : sodium phosphate buffer pH 4.0 (50:50, v/v) at 280 nm, using a C18 column. The confidence interval of 90% for the Cmax and AUCt ratio was within the range of 80 - 125% proposed by the FDA. Only one suspension, obtained from the compounding pharmacy D, was considered bioequivalent to the rate of absorption under the conditions proposed by this study. Thus, the results indicate the need for strict supervision from the relevant authorities to ensure the patient safety and the quality of compounded drugs by pharmacies. Key words: validation, quality control, HPLC, naproxen, bioavailability. 9 SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 17 2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 21 2.1 FARMÁCIA MAGISTRAL ........................................................................... 21 2.2 NAPROXENO............................................................................................. 24 2.2.1 Farmacocinética..................................................................................... 24 2.2.2 Mecanismo de Ação............................................................................... 25 2.2.3 Indicações terapêuticas........................................................................ 25 2.2.4 Efeitos adversos.................................................................................... 26 2.3 MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS ........................................................... 27 2.3.1 Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE ou HPLC) ................. 28 2.4 MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE FÁRMACOS DAS MATRIZES BIOLÓGICAS ................................................................................................... 31 2.4.1 Preparação das amostras ..................................................................... 31 2.4.2 Extração líquido-líquido (ELL ou LLE – liquid-liquid extraction) ...... 32 2.4.3 Extração em fase sólida (EFS ou SPE – solid phase extraction) ...... 33 2.4.4 Microextração em fase sólida (MEFS ou SPME – solid phase microextraction) ............................................................................................. 34 2.4.5 Precipitação de proteínas ..................................................................... 35 2.4.6 Ultrafiltração .......................................................................................... 36 2.5 VALIDAÇÃO ............................................................................................... 37 10 2.5.1 Especificidade e seletividade ............................................................... 37 2.5.2 Linearidade ............................................................................................ 38 2.5.3 Intervalo ................................................................................................. 38 2.5.4 Precisão ................................................................................................. 38 2.5.5 Limite de detecção (LOD) ..................................................................... 39 2.5.6 Limite de quantificação (LOQ) ............................................................. 40 2.5.7 Exatidão ................................................................................................. 41 2.5.8 Robustez ................................................................................................ 42 2.5.9 Recuperação .......................................................................................... 42 2.5.10 Estabilidade ......................................................................................... 43 2.6 PADRONIZAÇÃO INTERNA E EXTERNA ................................................. 44 2.7 DEFINIÇÕES ............................................................................................. 45 2.7.1 Biodisponibilidade ................................................................................ 45 2.7.2 Biodisponibilidade absoluta ................................................................ 46 2.7.3 Biodisponibilidade relativa ................................................................... 46 2.7.4 Bioequivalência ..................................................................................... 47 2.7.5 Equivalentes farmacêuticos ................................................................. 47 2.7.6 Equivalentes terapêuticos .................................................................... 48 2.8 FATORES QUE INFLUENCIAM A BIODISPONIBILIDADE ....................... 49 2.8.1 Fatores fisiológicos relacionados ao trato gastrointestinal (TGI) .... 49 2.8.2 Características físico-químicas do fármaco ....................................... 50 2.8.3 Características da forma farmacêutica e seus excipientes ............... 51 2.9 PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS AVALIADOS .............................. 52 2.10 ENSAIOS DE BIODISPONIBILIDADE DO NAPROXENO REALIZADOS EM ANIMAIS E HUMANOS ............................................................................. 54 11 3 OBJETIVOS................................................................................................... 58 3.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................... 58 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................... 58 4 METODOLOGIA............................................................................................ 60 4.1 MATERIAIS................................................................................................. 60 4.1.1 Equipamentos e acessórios................................................................. 60 4.1.2 Reagentes............................................................................................... 61 4.1.3 Produtos Farmacêuticos....................................................................... 61 4.2 MÉTODOS.................................................................................................. 63 4.2.1 Amostragem........................................................................................... 63 4.2.2 Considerações Éticas........................................................................ 63 5 CAPÍTULO I – ESTUDO COMPARATIVO DE CONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICO EM SUSPENSÕES MAGISTRAIS CONTENDO NAPROXENO SÓDICO 25 mg/mL ............................................ 65 RESUMO ...................................................................................................... 66 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 67 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................ 70 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 74 CONCLUSÕES ............................................................................................. 81 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 82 6 CAPÍTULO II – PHARMACOKINETIC PROFILES OF COMPOUNDED NAPROXEN SODIUM ORAL SUSPENSIONS ADMINISTERED TO RATS BY A SIMPLE ISOCRATIC HPLC METHOD ………………………………… 86 ABSTRACT ................................................................................................... 87 INTRODUCTION .......................................................................................... 88 EXPERIMENTAL .......................................................................................... 89 12 RESULTS ..................................................................................................... 94 DISCUSSION AND CONCLUSIONS ............................................................ 101 ACKNOWLEDGMENT .................................................................................. 102 REFERENCES ............................................................................................. 103 7 CONCLUSÃO ............................................................................................ 108 8 REFERENCIAS .......................................................................................... 110 9 ANEXOS ..................................................................................................... 131 ANEXO I - PARECER N°178/2008 – APROVAÇÃO PELO COMIT Ê DE ÉTICA EM PESQUISA DA UFRN .................................................................... 132 ANEXO II – RELATÓRIO EMITIDO PELO Galaxie Chromatography Data System ............................................................................................................. 134 ANEXO III – PDA 2D e 3D View ....................................................................... 139 ANEXO IV – PLANILHAS DO SOFTWARE WINNONLIN 2.0 .......................... 142 ANEXO V - CERTIFICADO DE ANÁLISE DO PADRÃO SECUNDÁRIO NAPROXENO .................................................................................................. 147 ANEXO VI - CERTIFICADO DE ANÁLISE DO PADRÃO SECUNDÁRIO DICLOFENACO ............................................................................................... 149 ANEXO VII - CERTIFICADO DE ANÁLISE DO SOLVENTE ACETONITRILA GRAU HPLC .................................................................................................... 151 13 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANVISA ASC CLAE Cmax DAD DP DPR EMEA FDA HPLC Ke M mM pH PI RPM SE T1/2 Tmax USP UV/Vis Agência Nacional de Vigilância Sanitária Área Sob a Curva Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Concentração Máxima Alcançada Detector de arranjo de diodos Desvio Padrão Desvio Padrão Relativo European Agency for Evaluation of Medicinal Products Food and Drug Administration High Performance Liquid Chromatography Constante de Eliminação Molar Milimolar Potencial Hidrogeniônico Padrão Interno Rotações por Minuto Solução Estoque Tempo de meia-vida Tempo para o alcançar Cmax United States Pharmacopoeia (Farmacopéia Americana) Ultravioleta-visível 14 LISTA DE FIGURAS REVISÃO DA LITERATURA Figura 1 - Fórmula estrutural do naproxeno [ácido (+)-6-metóxi-α-metil-2-naftalenoacético] ....................................................... Figura 2 - Tipos de Cromatografia de acordo com a fase estacionária e a fase móvel ..................................................................................................... Figura 3 - Representação de um equipamento de CLAE ............................. Figura 4 - Extração Líquido-Líquido .............................................................. Figura 5 - Procedimento de Clean-up e extração em fase sólida ................. Figura 6 - Precipitação de proteínas ............................................................. Figura 7 - Curva de concentração sérica em função do tempo ..................... 24 28 29 33 34 35 54 Figura 8 - Gráfico de concentração plasmática em função do tempo após a administração oral de 2,5 mg/Kg de naproxeno em cães da raça Beagle ..... 55 Figura 9 - Perfil de concentração plasmática em função do tempo de naproxeno em humanos sadios (n = 24), após a administração de comprimidos de naproxeno sódico (550 mg) teste e referência .................... 56 CAPÍTULO I Figura 1 - Fórmula estrutural do naproxeno .................................................. Figura 2 - Representação gráfica da curva padrão de naproxeno ............... Figura 3 - Espectros do naproxeno obtidos em cinco pontos diferentes do pico ................................................................................................................ 76 Figura 4 - Cromatograma do naproxeno padrão secundário (50 µg/mL) obtido por CLAE. Tempo de retenção 4,24 minutos ...................................... 80 Figura 5 - Cromatograma da amostra de suspensão oral de naproxeno sódico (50 µg/mL) obtido por CLAE. Tempo de retenção 4,25 minutos ..... 80 CAPÍTULO II Figura 1 - HPLC chromatograms ………………………………………………. 95 Figura 2 - Mean plasma concentration-time profiles of naproxen in wistar rats (n=5) after oral administration of naproxen sodium suspension: reference versus test 1 (A) and reference versus test 2 (D) ………..…… 100 68 74 15 LISTA DE TABELAS REVISÃO DA LITERATURA Tabela 1 - Principais componentes da CLAE e algumas de suas características ............................................................................................... 30 CAPÍTULO I Tabela 1 - Valores de precisão (intra-dia e inter-dia) e exatidão das soluções de trabalho de naproxeno (n = 5) ................................................... 75 Tabela 2 - Descrição das características físicas e organolépticas das amostras de suspensão oral de naproxeno ............................................... Tabela 3 - Valores de pH e teor encontrados nas amostras de suspensão 77 78 CAPÍTULO II Tabela 1 - Intra-day and Inter-day assays precision and accuracy for naproxen in rat plasma (n = 5) ……………………………………………….. 96 Tabela 2 - Stability of naproxen in rat plasma after three freeze-thaw cycles at – 20 ºC and after long term stability at – 80 ºC (n = 3) ……………………... 98 Tabela 3 - Pharmacokinetic parameters of naproxen after oral administration of naproxen sodium suspension in rat, each value represents the mean ± S.D. (n=5) ……………………………………………………………. 99 Tabela 4 - The ratio of log-transformed values of Cmax and AUCt and the corresponding CI 90% …………………………………………………………… 101 16 1 - INTRODUÇÃO 17 1 INTRODUÇÃO A partir da década de 50 o mundo vivenciou uma explosão nos processos de industrialização. A indústria farmacêutica apresentou alternativas padronizadas para o tratamento das patologias. Com o desenvolvimento da genética e biologia molecular foi possível o conhecimento dos receptores protéicos, e entendimento da variabilidade da resposta inter e intra individual. Atualmente tem-se uma grande preocupação quanto a individualização da terapêutica, uma vez que pode permitir ajustes de concentrações dos medicamentos relacionados com variáveis do paciente como sexo, idade, raça, fumante, alcoólatra, insuficiência renal, doença hepática e interações medicamentosas. A individualização da terapêutica pode mudar o contexto das práticas de saúde. Primeiramente irá exigir dos serviços de saúde preparo quanto às técnicas diagnósticas para quantificar o fármaco na corrente circulatória, o que implica maior investimento nos serviços de saúde, requer compromisso ético e legal para realização dessas práticas e irá permitir uma política de farmacovigilância incisiva e eficaz. Além disso, poderá aumentar a segurança no tratamento realizado, com o mínimo de efeitos adversos observados, sendo uma prática extremamente importante para médico/paciente. Durante muito tempo a indústria farmacêutica não percebeu a importância da disponibilidade das substâncias, a partir das formas farmacêuticas. Os formuladores ficavam satisfeitos quando se cumpriam as especificações pré-determinadas nos testes físicos e químicos tradicionais. A noção de disponibilidade da substância ativa a partir de um medicamento nasceu da observação da não equivalência terapêutica entre especialidades farmacêuticas, até o momento consideradas como substituíveis, devido a presença 18 do mesmo fármaco, na mesma dose unitária, na mesma forma farmacêutica. A dificuldade e, às vezes, a impossibilidade de realizar comparações rigorosas dos resultados terapêuticos dos medicamentos considerados equivalentes, conduziu a necessidade de determinar sua biodisponibilidade antes de admitir que são equivalentes e substituíveis entre si (AIACHE et al, 1983). A bioequivalência ou biodisponibilidade relativa conquistou atenção crescente nos últimos 30 anos após evidências de que produtos comerciais contendo a mesma dosagem do fármaco, ou parte ativa, podem exibir diferenças pronunciadas na resposta terapêutica. No Brasil os termos biodisponibilidade e bioequivalência ficaram conhecidos após a política dos medicamentos genéricos (BRASIL, 2000). A introdução destes medicamentos foi um fator importante que trouxe à tona preocupações sobre a biodisponibilidade, uma vez que o desempenho do fármaco in vivo era totalmente desconhecido (HORVITZ, 1975; SMITH, 1972). Medicamento genérico, no Brasil, é definido como equivalente farmacêutico em relação ao medicamento de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após renúncia ou expiração da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua segurança, qualidade e eficácia (BRASIL, 2007). O medicamento de referência é o medicamento inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no Brasil, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente por ocasião do registro (BRASIL, 2007). Uma questão extremamente pertinente nos dias atuais diz respeito aos medicamentos vendidos nas farmácias de manipulação, medicamentos genéricos e medicamentos similares, que têm sido notificados pela Agência Nacional de 19 Vigilância Sanitária (ANVISA) quanto à resposta terapêutica reduzida. Com base em informações coletadas entre os anos 2000 e 2003, o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), comprovou, entre denúncias contra medicamentos manipulados, 27 ocorrências graves, que relataram óbitos, comas e intoxicações. Desde então a ANVISA, visando a segurança, tem adotado novos critérios para a manipulação destes medicamentos. O rigor começou com a publicação da RDC n°33, de 19 de abril de 2000, que estipulou procedi mentos para controle e garantia da qualidade dos medicamentos produzidos por estes estabelecimentos. Atualmente a resolução em vigor é a RDC n° 87, de 21 de novembro de 2008 (BRASIL, 2008). As farmácias de manipulação principalmente pelos preços individualizado (FERREIRA, acessíveis 2000). atendem e a boa parte da população possibilidade de tratamento Considerando que a manipulação de medicamento é o método tradicional de preparo de medicamentos individualizados, torna-se importante o estudo periódico de farmacocinética com vistas a alcançar uma política de farmacovigilância que proteja o paciente. Por isso, é necessária a investigação destas formas farmacêuticas produzidas pelas farmácias e a avaliação da segurança quanto à utilização destes produtos. 20 2 – REVISÃO DA LITERATURA 21 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 FARMÁCIA MAGISTRAL A Farmácia Magistral é um estabelecimento de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de fármacos, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos (BRASIL, 2000). No Brasil, já nos primórdios do séc.XVIII, os boticários preparavam em suas boticas, ervas e drogas vindas da Europa. Com o aumento do número dessas boticas, o governo Imperial passou a controlar a atividade, criando um órgão regulador: “Physicatura Mor” que exigia experiência de quatro anos como “fazedor de remédio” para se instalar como boticário (FERREIRA, 2000). No início do século XIX surgiram os primeiros cursos de Farmácia nas Faculdades de Medicina e somente em 1898 surgiu a primeira Faculdade de Farmácia em São Paulo. Nos anos 40 e 50, com o incentivo do Governo Getúlio Vargas, indústrias estrangeiras de medicamentos se instalaram no país. O medicamento surgiu como instrumento de dominação técnica e econômica e começou então a decadência das farmácias magistrais, as quais quase desapareceram nos anos 60 até meados dos anos 80. Paralelamente, ocorreu uma certa desvalorização do farmacêutico de forma geral (QUINTANEIRO, 2002). No final dos anos 80 várias ações e conscientizações, principalmente pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) e Conselho Regional de Farmácia (CRF), fizeram com que a população percebesse o papel social do farmacêutico, e dessa forma ocorreu o resgate da verdadeira missão do profissional de farmácia, ressurgindo assim a essência dos antigos boticários que além de manipular os medicamentos, eram como amigos e zelavam pela saúde da família. Ocorreu nesse 22 período um crescimento de farmácias magistrais trazendo uma boa parte da clientela de medicamentos industrializados (QUINTANEIRO, 2002). O ano 2000 foi um marco importante na história da farmácia magistral. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou a RDC n° 33 de 19 de abril de 2000 trazendo o Manual de Boas Práticas de Manipulação. Muita coisa mudou, mas todos se adequaram e continuaram fazendo com que o setor crescesse cada vez mais (CONSELHO, 1999). Em 2003, nova Resolução é publicada, a RDC n° 354 d e 18 de dezembro de 2003, a qual estabelece critérios adicionais de Boas Práticas de Manipulação em Farmácias, como a manipulação de produtos farmacêuticos, em todas as formas farmacêuticas, de uso interno que contenham substâncias de baixo índice terapêutico. No dia 12 de dezembro de 2006 foi publicada a RDC n° 214 de 12 de dezembro de 2006 após um ano e meio de discussão em consulta pública via internet. Tanta polêmica fez com que alterações fossem propostas e algumas aceitas com a publicação da RDC n° 67 de 8 de outubro de 20 07. No ano seguinte a mais nova Resolução, a RDC n° 87 de 21 de novembro de 20 08, alterou alguns pontos da RDC anterior, entre os quais se destacam: a retirada da obrigatoriedade da análise de diluídos; prorrogação por 90 dias o prazo para implantação das cabines de manipulação; e autorização para o farmacêutico responsável prescrever e indicar produtos manipulados, que não exigem prescrição médica. A publicação dessas resoluções trouxe para o laboratório da farmácia as mesmas exigências da indústria, embora a realidade destes dois setores seja bastante distinta. Além de procedimentos padronizados, gestão da qualidade, monitoramento de processos, agora, mais rigor no controle de qualidade e treinamento de colaboradores. A farmácia necessita realizar investimentos pesados 23 em equipamentos, treinamentos e contratação de serviços terceirizados (SBCC, 2009; ZOLNER, 2008). A tecnologia disponível para preparações de medicamentos em pequena escala está cada vez mais sofisticada, e as condições de preparação nas farmácias são cada vez mais suscetíveis de se adequarem aos padrões de qualidade exigidos. A farmácia de manipulação tem um importante papel na sociedade, produzindo medicamentos individualizados, na quantidade exata para o tratamento (uso racional), ajuste de dosagem de acordo com as necessidades individuais de cada paciente, personalização da terapêutica, manipulação de medicamentos que foram retirados do mercado, facilidade de administração, permitindo assim a escolha da forma farmacêutica e associação de princípios ativos compatíveis, atendimento farmacêutico personalizado, e, além disso, oferecendo um medicamento mais barato que o industrializado (FERREIRA, 2000; LEAL, 2007). Entre as desvantagens dos medicamentos manipulados elas estão o curto prazo de validade devido a dificuldades na obtenção de produtos estáveis. Quando se trata desse tipo de medicamento, para o qual não existe uma padronização com relação ao excipiente utilizado entre as farmácias, existe grande preocupação relacionada ao efeito destes. Da mesma forma acontece quando se trata da manipulação de medicamentos utilizando fármacos de baixo índice terapêutico, os quais podem atingir níveis tóxicos com extrema facilidade, sendo este um dos temas que acelerou a modificação da legislação, de modo a garantir ainda mais a segurança na preparação destes medicamentos (LEAL, 2007). 24 2.2 NAPROXENO O naproxeno (Figura 1) é um dos AINES bastante utilizados na clínica médica e comercializado em farmácias de manipulação, tendo como fatores relacionados ao seu favor à sua potencia anti-inflamatória, um maior intervalo de dose e estudos de comprovada segurança realizado em crianças (JACOB, 1998). FIGURA 1- Fórmula estrutural do naproxeno [ácido (+)-6-metóxi-α-metil-2-naftalenoacético] 2.2.1 Farmacocinética O naproxeno é totalmente absorvido quando administrado por via oral. Os alimentos retardam a taxa, mas não a extensão da absorção. As concentrações plasmáticas máximas ocorrem de 1 a 4 horas. A absorção é acelerada pela administração concomitante de bicarbonato de sódio, mas retardada pelo hidróxido de magnésio ou pelo hidróxido de alumínio. Sua meia-vida de eliminação é variável: cerca de 12 horas no jovem, mas pode aumentar para 16 horas no idoso, por causa do declínio da função renal relacionado com a idade (GOODMAN & GILMAN, 2007; JACOB, 1998; RUNKEL et al., 1972). A fração livre de naproxeno é 41% maior nas mulheres que nos homens, embora a ligação à albumina seja muito alta em ambos os sexos (RANG, 2004). 25 O naproxeno atinge a concentração plasmática máxima de 90 µg/mL com dose de 750 mg em adultos. O volume aparente de distribuição é de aproximadamente 0,1 L/Kg (DESAGER et al., 1976; KOROLKOVAS, 2007). Os metabólitos do naproxeno são excretados quase inteiramente na urina. Cerca de 30% do fármaco sofre 6-desmetilação e a maior parte, bem como o próprio naproxeno, é excretada como glicuronídio ou outros conjugados (GOODMAN & GILMAN, 2007; JACOB, 1998). Cerca de 10% é excretado na forma inalterada e menos de 3% de naproxeno e seus metabólitos são eliminados pelas fezes (KOROLKOVAS, 2007). O naproxeno liga-se 99% às proteínas plasmáticas. Após a sua administração, compete com a aspirina pelo sítio de ligação às proteínas plasmáticas. Prolonga também o tempo de protrombina (KATZUNG, 1998). Ele atravessa a barreira placentária e é encontrado no leite de mulheres lactantes em aproximadamente 1% da concentração plasmática materna (GOODMAN & GILMAN, 2007). 2.2.2 Mecanismo de ação Atua como inibidor não seletivo da enzima ciclooxigenase (COX), impedindo a formação de prostaglandinas (GOODMAN & GILMAN, 2007). 2.2.3 Indicações terapêuticas Mostra-se eficaz para as indicações reumatológicas habituais e está disponível em formulações de liberação prolongada e suspensão oral, para uso em crianças (JACOB, 1998). 26 As posologias para cada indicação estão descritas abaixo (KOROLKOVAS, 2007): • Para o tratamento da dismenorréia primária, 500 mg ou 250 mg a cada 6 ou 8 horas; • Para inflamação leve a moderadamente grave do músculo esquelético e tecido mole, 250 mg a cada 12 horas. Em tratamentos prolongados a dose deve ser ajustada; • Para processos inflamatórios agudos, 750 mg inicial seguido de 250 mg a cada 8 horas até a sua cessação; • Para artrite reumatóide e osteoartrite, de 500 mg a 750 mg duas vezes ao dia; • Para o uso em crianças, a dose recomendada é de 10 mg/Kg de peso corporal, dividido em duas tomadas. 2.2.4 Efeitos adversos Os efeitos adversos mais comuns são os gastrointestinais, efeitos sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), prurido, icterícia, comprometimento da função renal, ototoxicidade, angioedema, trombocitopenia e agranulocitose (GOODMAN & GILMAN, 2007; JACOB, 1998). Entre os efeitos sobre o SNC, destacam-se: sonolência, dor de cabeça, tonturas, suores, fadiga e depressão. (GOODMAN & GILMAN, 2007). 27 2.3 MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS A cromatografia é definida como um método físico-químico de separação, no qual os constituintes da amostra a serem separados são particionados entre duas fases, uma estacionária, geralmente de grande área, e a outra uma fase móvel (fluido insolúvel na fase estacionária) (CIOLA, 1998). Durante a eluição da fase móvel sobre a fase estacionária, os componentes contidos no sistema de solventes interagem de forma diferente com a fase estacionária e são seletivamente retidos resultando em migrações diferentes dos componentes pela fase estacionária. Estas diferenças no gradiente de migração dependerão das características físico-químicas da fase móvel, da fase estacionária e também dos analitos (NASCIMENTO, 2004). Nos últimos 50 anos, a cromatografia vem ocupando um lugar de destaque no meio científico, isto se deve não somente ao desenvolvimento de vários novos tipos de técnicas cromatográficas (cromatografia a líquido, cromatografia a gás e cromatografia de fluido supercrítico), mas também a sua facilidade de efetuar separações, identificação e quantificação de espécies químicas (SKOOG, 2002). A Figura 2 mostra os diferentes tipos de cromatografia de acordo com a fase estacionária e a fase móvel. 28 FIGURA 2 – Tipos de Cromatografia de acordo com a fase estacionária e a fase móvel. CGL – Cromatografia Gás-Líquido; CGS – Cromatografia Gás-Sólido; CFS – Cromatografia em Fluido Supercrítico; CLL – Cromatografia Líquido-Líquido; CCD – Cromatografia em Camada Delgada; CLS – Cromatografia Líquido-Sólido; CTI – Cromatografia de Troca Iônica; CET – Cromatografia por Exclusão de Tamanho; CFL – Cromatografia de Fase Quimicamente Ligada (NASCIMENTO, 2004) 2.3.1 Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE ou HPLC) A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência é a versão instrumental das técnicas cromatográficas. Segundo Ciola (1998) a CLAE é uma técnica que emprega um conjunto de equipamentos especiais, que poderão diferir em características e grau de automação. Os aparelhos empregados para realizar a cromatografia a líquido são chamados de cromatógrafos a líquido (Figura 3). 29 FIGURA 3 – Representação de um equipamento de CLAE Fonte: http://www.lcresources.com/resources/getstart/2g01.htm A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência apresenta uma enorme aplicação na área bioanalítica, de fitoterápicos, análises de alimentos, toxicológicas, forenses, genoma, proteoma e na análise de íons inorgânicos. Por ser uma técnica de ampla aplicabilidade e de fácil adaptação para determinações quantitativas acuradas, a CLAE é umas das técnicas de separação mais utilizadas. O cromatógrafo a líquido é um aparelho composto, basicamente, de seis elementos. As características dos seus principais componentes estão descritas na Tabela 1. 30 TABELA 1- Principais componentes da CLAE e algumas de suas características (GIL, 2005) COMPONENTES CARACTERÍSTICAS Reservatório de solventes: onde se encontra(m) o(s) solvente(s) da fase móvel. Bomba de alta pressão sistema mecânico que impulsiona o solvente para a coluna cromatográfica de forma a movimentá-lo independente da gravidade ou capilaridade. Injetor: dispositivo posicionado entre a coluna cromatográfica e a bomba. Serve como sistema de entrada da amostra para a coluna. Permite a introdução de um volume fixo de amostra dentro do aparelho de CLAE. Coluna cromatográfica: de comprimento (entre 10 e 30 cm) e diâmetros internos (entre 4 – 10 mm) variados. Suporta altas pressões. É o local onde se encontram empacotadas as partículas de fase estacionária e onde ocorre o processo de separação. Detector: dispositivo eletroeletrônico que responde à variação da composição do efluente da coluna gerando sinais elétricos. Os detectores mais comuns empregados são: Uv-vis, fluorescência, eletroquímico, massas. Processador de dados (Pc sistema que analisa e processa os dados provenientes do ou integrador) detector e os transforma em sinais gráficos chamados de cromatogramas. Nestes aparecem os picos cromatográficos de onde são calculadas as medidas de suas áreas ou alturas. 31 2.4 MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE FÁRMACOS DAS MATRIZES BIOLÓGICAS As matrizes biológicas contêm numerosos e variados compostos, desde sais inorgânicos a macroproteínas, sendo bastante complexas. Os métodos bioanalíticos comumente envolvem extração do fármaco e seus metabólitos da biomatriz (sangue, plasma, urina, etc) ou remoção de proteínas (clean up) antes da separação por técnicas cromatográficas (NASCIMENTO, 2004). 2.4.1 Preparação das amostras A análise de fármacos em fluidos biológicos normalmente é complicada pelas baixas concentrações do analito, pela complexidade das matrizes biológicas e pelo limitado volume das amostras disponíveis para a determinação (RASMUSSEN et al., 2004) . A elevada concentração de proteínas e o grande número de compostos endógenos presentes nesse tipo de matriz também dificultam a análise e podem levar à precipitação ou desnaturação e adsorção no material de preenchimento da coluna cromatográfica, com conseqüente aumento da pressão do sistema, mudanças no tempo de retenção e decréscimo na eficiência da coluna. Devido a isso, apesar do surgimento de técnicas modernas de separação, com as quais se pode obter alta seletividade e baixos limites de detecção/quantificação, a preparação da amostra é a primeira e mais crucial etapa na análise dos fármacos e inclui pré-concentração do analito e clean up da amostra (QUEIROZ et al., 2001). Em geral, mais de um tipo de técnica de extração e/ou concentração pode ser empregado para uma certa amostra. A escolha da técnica a ser utilizada deve levar em conta as seguintes características: 32 • Ser simples; • Ser rápida; • Ter baixo custo; • Fornecer extratos relativamente livres de interferentes; • Ter alta recuperação, com boa exatidão e precisão para os analitos de interesse. 2.4.2 Extração líquido-líquido (ELL ou LLE – liquid-liquid extraction) A extração líquido-líquido baseia-se na diferente solubilidade do analito em dois solventes imiscíveis. Este princípio é bastante utilizado na preparação de amostras para análise cromatográfica, principalmente pelo baixo custo e fácil operação. A ELL é eficiente na remoção de interferentes e aumenta a concentração do analito na amostra. Geralmente adiciona-se um solvente orgânico (pouco polar) imiscível à amostra aquosa (polar), num valor adequado de pH. A mistura é agitada e posteriormente centrifugada. Remove-se a fase orgânica e seca-se sob fluxo de ar ou nitrogênio. Resuspende-se o resíduo na amostra e injeta-se no sistema cromatográfico (MORRINSON, 1990). A Figura 4 mostra o procedimento geral empregado para extração com solvente orgânico, diretamente do plasma. Mais de um passo de extração da fase aquosa ou orgânica também pode ser realizado, caso haja problemas com interferentes endógenos. 33 Plasma + PI* + Tampão + Solvente extrator agitação/centrifugação Fase orgânica Fase aquosa desprezar Evaporar o solvente Dissolver o resíduo na fase móvel Injetar FIGURA 4 - Extração Líquido-Líquido PI* = Padrão interno 2.4.3 Extração em fase sólida (EFS ou SPE – solid phase extraction) A extração em fase sólida emprega solventes recheados em cartuchos ou adsorvidos em discos e os mecanismos de retenção são idênticos àqueles envolvidos em cromatografia líquida em coluna. Essa técnica é bem compatível com CLAE de fase reversa e é de fácil automação. Entretanto apresenta retenção insuficiente de muitos compostos polares, seletividade limitada e elevado custo operacional. Além disso, a quantidade de solventes orgânicos necessários para EFS ainda é significativa, mesmo que seja menor que a usada em ELL (NASCIMENTO, 2004) (Figura 5). 34 FIGURA 5 - Procedimento de Clean-up e extração em fase sólida. Fonte: www.biotage.com/graphics/9223.jpg 2.4.4 Microextração em fase sólida (MEFS ou SPME – solid phase microextraction) A microextração em fase sólida é uma técnica de extração que emprega uma fibra ótica de sílica fundida recoberta com um filme fino de polímero ou de um adsorvente sólido. Esta fibra ótica, junto com a fase extratora, é acondicionada dentro da agulha de uma microseringa. Para a extração dos analitos, a fibra é colocada em contato direto com a amostra ou na fase vapor de um frasco de “headspace” (solutos voláteis); após a extração, os analitos presentes na fibra são dessorvidos e introduzidos na instrumentação analítica requerida (CLAE ou CG). É um método mais simples e mais rápido que a ELL e EFS, em geral são obtidos extratos mais limpos e quase não se emprega solventes orgânicos para a dessorção. No entanto, apresenta como desvantagens valores bastante reduzidos de recuperação, o que é indesejável quando se deseja quantificar analitos a nível de traços (COLLINS et al., 2006, GILAR et al., 2001). 35 2.4.5 Precipitação de proteínas A precipitação de proteínas é bastante utilizada para a remoção de fármacos em matrizes complexas. Este é o tipo de técnica mais simples uma vez que apresenta apenas um passo principal. Um agente precipitante é adicionado ao plasma e a amostra é então homogeneizada. Após a homogeneização, as proteínas precipitadas são removidas através de centrifugação e uma alíquota do sobrenadante é injetada no sistema cromatográfico. O esquema abaixo (Figura 6) mostra o procedimento geral empregado para a remoção de fármacos diretamente do plasma (KLINK, 2000). Plasma + PI* + Precipitante agitação/centrifugação Sobrenadante Precipitado desprezar retirar alíquota Injetar FIGURA 6 - Precipitação de proteínas. *PI = padrão interno 36 2.4.6 Ultrafiltração O método de ultrafiltração combina dois princípios físicos: a filtração combinada com a centrifugação. As membranas utilizadas no processamento podem ser de vários tipos, tais como celulose regenerada, polietersulfonas e outras. Este método possui várias vantagens, tais como: rápido tempo de processamento; recuperação máxima das amostras; conveniência na preparação; alto fator de concentração; as amostras eluídas são adequadas para injeção direta no CLAE (QUEIROZ et al., 2001). São várias as aplicações para o método de ultrafiltração. Estas vão desde o isolamento e concentração de DNA, anticorpos e remoção de proteínas ligadas ou não ligadas a fármacos do soro e plasma. 37 2.5 VALIDAÇÃO A validação é definida como um ato documentado que atesta se qualquer procedimento, processo, equipamento, material, operação ou sistema realmente conduza aos resultados esperados. Portanto a validação de procedimentos analíticos e bioanalíticos têm por objetivo demonstrar que os métodos de ensaio utilizados apresentam resultados que permitam avaliar a qualidade dos medicamentos, conforme os parâmetros especificados (BRASIL, 2003; SWARTZ & KRULL, 1997). De acordo com a Resolução RE n° 899, de 29 de maio de 2003, a validação deve garantir, por meio de estudos experimentais, que o método atenda às exigências das aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade dos resultados. Para tanto, deve apresentar especificidade e seletividade, linearidade, intervalo, precisão, limite de detecção, limite de quantificação e exatidão adequadas à análise. 2.5.1 Especificidade e seletividade “É a capacidade que o método possui de medir exatamente um composto em presença de outros componentes tais como impurezas, produtos de degradação e componentes da matriz” (BRASIL, 2003). Um método é considerado específico se ele produz apenas uma resposta para um simples analito. Como os métodos cromatográficos não produzem respostas apenas para um analito de interesse, mas também para outras substâncias de interesse, o termo seletividade é sempre mais apropriado neste contexto que especificidade (NASCIMENTO, 2004). 38 2.5.2 Linearidade É a capacidade de uma metodologia analítica de demonstrar que os resultados obtidos são diretamente proporcionais à concentração do analito na amostra, dentro de um intervalo especificado. Recomenda-se que a linearidade seja determinada pela análise de no mínimo cinco concentrações diferentes. Os dados podem ser tratados por regressão linear pelo método dos mínimos quadrados dos pontos médios de três curvas de calibração autênticas. O critério mínimo aceitável do coeficiente de correlação (r) deve ser igual a 0,99 para métodos analíticos e igual ou superior a 0,98 para métodos bioanalíticos. 2.5.3 Intervalo É a faixa entre os limites de quantificação superior e inferior de um método analítico. Normalmente é derivado do estudo de linearidade e depende da aplicação pretendida do método. 2.5.4 Precisão É a avaliação da proximidade dos resultados obtidos em uma série de medidas de uma amostragem múltipla de uma mesma amostra. Esta divide-se em três níveis: Repetibilidade (precisão intra-corrida): Concordância entre os resultados dentro de um curto período de tempo com o mesmo analito e mesma instrumentação. 39 A repetibilidade do método é verificada por no mínimo nove determinações, ou seja, três concentrações: baixa, média e alta, com três réplicas cada ou mínimo de seis determinações a 100% da concentração teste. Precisão intermediária (precisão inter-corridas): concordância entre os resultados do mesmo laboratório, mas obtidos em dias diferentes, com analistas diferentes e/ou equipamentos diferentes. Recomenda-se o mínimo de dois dias com analistas diferentes. Reprodutibilidade: concordância entre os resultados obtidos em laboratórios diferentes como em estudos colaborativos, geralmente aplicados à padronização de metodologia analítica. A precisão pode ser expressa como desvio padrão relativo (DPR) ou coeficiente de variação (CV%), segundo a equação 1. DPR = DP CMD x 100 (Equação 1) Em que DP é o desvio padrão e CMD a concentração média determinada. Não se admite valores superiores a 5% para métodos analíticos e 15% para métodos bioanalíticos. 2.5.5 Limite de detecção (LOD) É a menor quantidade do analito presente em uma amostra que pode ser detectada, porém não necessariamente quantificada, sob condições experimentais estabelecidas. O limite de detecção é estabelecido por meio da análise de soluções 40 de concentrações conhecidas e decrescentes do analito, até o menor nível detectável. Em CLAE, a estimativa do limite de detecção pode ser feita com base na relação três vezes o ruído da linha de base. Pode ser determinado pela equação 2: LD= DPa x 3 IC (Equação 2) Em que DPa é o desvio padrão do intercepto com o eixo y de, no mínimo, três curvas de calibração construídas com as concentrações do fármaco próximas ao suposto limite de quantificação e IC é a inclinação da curva de calibração. 2.5.6 Limite de quantificação (LOQ) É a menor quantidade do analito em uma amostra que pode ser determinada com precisão e exatidão aceitáveis sob condições experimentais estabelecidas. O Limite de Quantificação é estabelecido por meio da análise de soluções contendo concentrações decrescentes do fármaco até o menor nível determinável com precisão e exatidão aceitáveis. Pode ser expresso pela equação 3: LD= DPa x 10 IC (Equação 3) Em que DPa é o desvio padrão do intercepto com o eixo y de, no mínimo, três curvas de calibração construídas com as concentrações do fármaco próximas ao suposto limite de quantificação e IC é a inclinação da curva de calibração. Também pode ser determinado por meio do ruído, considerando a concentração que produza relação sinal-ruído superior a 10:1. 41 Nos métodos bioanalíticos, o Limite de Quantificação é estabelecido por meio da análise de matriz biológica contendo concentrações decrescentes do fármaco até o menor nível quantificável com precisão e exatidão aceitáveis. Pode-se utilizar a razão 5:1 entre o sinal e o ruído da linha de base, no entanto, o Limite de Quantificação deve ser, no mínimo, cinco vezes superior a qualquer interferência da amostra branco no tempo de retenção do fármaco, admitindo-se DPR até 20%. 2.5.7 Exatidão É a proximidade dos resultados obtidos pelo método em estudo em relação ao valor verdadeiro. A exatidão é calculada como porcentagem de recuperação da quantidade conhecida do analito adicionado à amostra, ou como a diferença percentual entre as médias e o valor verdadeiro aceito, acrescido dos intervalos de confiança. É determinado através de três concentrações: baixa, média e alta, com três réplicas cada, perfazendo um total de nove determinações. E exatidão é expressa pela relação entre a concentração média determinada experimentalmente e a concentração teórica correspondente (Equação 4). A exatidão deve estar entre 80 – 120% do valor nominal da concentração. Concentração média experimental x 100 Exatidão = Concentração teórica (Equação 4) 42 2.5.8 Robustez A robustez de um método analítico é a medida de sua capacidade em resistir a pequenas e deliberadas variações dos parâmetros analíticos. Constatando-se a susceptibilidade do método à variações nas condições analíticas, estas deverão ser controladas e precauções devem ser incluídas no procedimento. 2.5.9 Recuperação A recuperação mede a eficiência do procedimento de extração de um método analítico dentro de um limite de variação. Porcentagens de recuperação do analito e do padrão interno próximos a 100% são desejáveis, porém, admite-se valores menores, no mínimo 60%, desde que a recuperação seja precisa e exata. O teste deve ser realizado comparando-se resultados analíticos de amostras extraídas a partir de três concentrações (baixa, média e alta), contemplando a faixa de linearidade do método, com os resultados obtidos com soluções padrão não extraídas, que representam 100% de recuperação. O cálculo de recuperação deve ser feito em função da relação de área do padrão extraído e não extraído, tanto para o analito como para o padrão interno separadamente. 43 2.5.10 Estabilidade O conhecimento da estabilidade de um analito é essencial para se garantir a integridade da amostra. Os dados de estabilidade são necessários para mostrar que a concentração do analito no momento da análise corresponde à sua concentração no momento da coleta (CAUSON, 1997). A Resolução n° 899 (BRASIL, 2003) recomenda as seg uintes condições para estudo de estabilidade em métodos bioanalíticos: • Estabilidade das soluções-padrão utilizadas para preparação diária da curva de calibração; • Estabilidade de amostras de amostras de plasma mantidas a -20° C e submetidas a três ciclos de congelamento e descongelamento; • Estabilidade à temperatura ambiente durante 4 horas, denominada estabilidade de curta duração; • Estabilidade pós-processamento, ou seja, estabilidade das amostras de plasma processadas e mantidas por 24 horas e 48 horas à temperatura ambiente; • Estabilidade de longa duração, que deve exceder o intervalo de tempo compreendido entre a coleta da primeira amostra e a análise da última de acordo com o protocolo de estudo de bioequivalência. 44 2.6 PADRONIZAÇÃO INTERNA E EXTERNA Dentre os métodos de quantificação, a padronização interna é a que possui maior capacidade de eliminar erros técnicos, sendo selecionada para a quantificação dos fármacos em fluidos biológicos. Este método consiste em comparar a relação entre a área/altura obtida do composto e a do padrão interno, empregando diversas concentrações do composto em estudo e uma concentração fixa do padrão interno. Ou seja, adiciona-se uma quantidade conhecida do padrão interno à amostra e determina-se a relação entre as áreas/alturas do pico cromatográfico, eliminando os erros decorrentes do procedimento de extração (BRASIL, 2003; CAUSON 1997). O objetivo de usar um padrão interno durante a análise quantitativa é minimizar os possíveis erros que porventura possam acontecer como, por exemplo, perdas durante a extração e erros de injeção. O padrão interno ideal corresponde a uma substância similar à substância a ser quantificada, que tenha um tempo de retenção diferente ao fármaco analisado, mas que seja próximo a ele, e que não influencie a análise (COLLINS et al, 2006). Segundo Causon (1997), o padrão interno deve possuir propriedades químicas semelhantes ao composto analisado, estar presente em concentrações similares, ter tempo de retenção próximo ao composto problema sem causar interferência, ser inerte e não fazer parte da amostra. A padronização externa consiste em comparar a área ou altura do pico correspondente a quantidades conhecidas do composto problema com a do mesmo composto na amostra cuja concentração se deseja determinar (BRASIL, 2003). Preparam-se soluções da substância a ser quantificada em diversas concentrações; obtém-se o cromatograma correspondente a cada uma delas e relacionam-se as áreas obtidas com as concentrações. Utilizando a equação da curva resultante, 45 pode-se calcular a concentração desta substância na amostra a partir da área da substância obtida no cromatograma resultante de uma injeção separada. Este método é sensível a erros de preparo das amostras e dos padrões, da injeção das soluções padrão e das amostras. Por isso deve ser feito a cada análise. 2.7 DEFINIÇÕES A intercambialidade entre vários produtos farmacêuticos deve resultar da equivalência farmacêutica, bioequivalência e equivalência terapêutica (MARZO, 1999). As exigências internacionais relativas à bioequivalência de medicamentos fizeram várias tentativas de harmonização, mas mesmo assim ainda existem diferenças importantes entre as definições desses termos utilizadas pelos órgãos de regulamentação de diversos países. 2.7.1 Biodisponibilidade De acordo com o Food and Drug Administration (FDA, 2003), a biodisponibilidade é definida como a velocidade e extensão pela qual a substância ativa é absorvida da forma farmacêutica e torna-se disponível no sítio de ação. Para formas farmacêuticas que não pretendem liberar o fármaco na corrente sanguínea, a biodisponibilidade pode ser determinada por medidas que reflitam a velocidade e extensão pela qual o princípio ativo torna-se disponível no local de ação. Segundo o European Agency for Evaluation of Medicinal Products (EMEA, 2001) biodisponibilidade consiste na velocidade e extensão pela qual a substância ativa é liberada da forma farmacêutica e torna-se disponível na corrente sanguínea. 46 Para a ANVISA (BRASIL, 2003), biodisponibilidade é definida como a velocidade e extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva de concentração versus tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina. 2.7.2 Biodisponibilidade absoluta A biodisponibilidade absoluta consiste na fração da dose administrada que é efetivamente absorvida pelo organismo. Pode ser determinada calculando-se a área sob a curva de concentração plasmática do fármaco versus tempo, tendo-se como referência uma injeção intravenosa, pois neste caso, a biodisponibilidade é de 100% (STORPIRTIS, 1995). 2.7.3 Biodisponibilidade relativa De acordo com a ANVISA, a biodisponibilidade relativa consiste no quociente entre a quantidade e a velocidade do princípio ativo que chega à circulação sistêmica a partir da administração extravascular de um produto de referência que contenha o mesmo princípio ativo (BRASIL, 2003). Para Storpirtis (1995), a biodisponibilidade relativa consiste no estudo comparativo entre as biodisponibilidades de dois medicamentos administrados sob condições iguais e padronizadas. 47 2.7.4 Bioequivalência Segundo a ANVISA (BRASIL, 2003), dois medicamentos são considerados bioequivalentes quando demonstrada a equivalência farmacêutica entre produtos que, ao serem administrados na mesma dose molar, e nas mesmas condições experimentais, não apresentam diferenças estatisticamente significativas em relação à biodisponibilidade. Bioequivalência é definida pela ausência de diferença significativa na velocidade e extensão pela qual a substância ativa, presente em equivalentes farmacêuticos, torna-se disponível no local de ação, quando administrado na mesma dose molar e sob condições similares em um estudo apropriadamente desenhado (FDA, 2003). De acordo com a EMEA (2001), dois produtos são considerados bioequivalentes quando estes forem equivalentes e suas biodisponibilidades, após a administração da dose molar, forem de tal forma semelhantes, que garantam os mesmos efeitos em relação à eficácia e segurança. 2.7.5 Equivalentes farmacêuticos Equivalentes farmacêuticos são produtos farmacêuticos que contém o mesmo fármaco, sob idêntica forma do sal ou éster e idêntica forma farmacêutica e dosagem. Entretanto, os excipientes utilizados não são, necessariamente, os mesmos. Ambos produtos devem satisfazer aos ensaios farmacopéicos indicados. (BRASIL, 2004). Equivalentes Farmacêuticos, de acordo com a EMEA (2001), são produtos farmacêuticos que contém a mesma quantidade de fármaco(s) na mesma forma farmacêutica e que cumprem requisitos de qualidade iguais ou comparáveis. 48 2.7.6 Equivalentes terapêuticos Dois medicamentos são considerados terapeuticamente equivalentes se eles são farmaceuticamente equivalentes e, após administração na mesma dose molar, seus efeitos em relação à eficácia e segurança são essencialmente os mesmos, o que se avaliam por meio de estudos de bioequivalência apropriados, ensaios farmacodinâmicos, ensaios clínicos e estudos in vitro (correção in vivo/in vitro) (BRASIL, 2003). Segundo o EMEA (2001), considera-se um produto farmacêutico como equivalente terapêutico quando este contém o mesmo fármaco e demonstre, clinicamente, a mesma segurança e eficácia do produto cuja eficácia tenham sido estabelecidas. 49 2.8 FATORES QUE INFLUENCIAM A BIODISPONIBILIDADE DE MEDICAMENTOS A biodisponibilidade de medicamentos administrados por via oral pode ser influenciada por diversos fatores fisiológicos e físico-químicos, sendo que as características próprias do fármaco e de sua liberação a partir da forma farmacêutica exercem grande influência na quantidade e na velocidade de absorção. Considerando-se que a absorção ocorre somente após a solubilização do fármaco, os processos de desintegração da forma farmacêutica sólida, a liberação e dissolução do fármaco e sua permeabilidade através das membranas biológicas, são etapas determinantes na biodisponibilidade (SHARGEL & YU, 1999). De maneira geral, os fatores que influenciam a biodisponibilidade de medicamentos são: fisiológicos relacionados ao trato gastrointestinal, características físico-químicas do fármaco e características da forma farmacêutica e seus excipientes. 2.8.1 Fatores fisiológicos relacionados ao trato gastrointestinal (TGI) Dentre os fatores fisiológicos do TGI que podem influenciar a biodisponibilidade de fármacos destacam-se a superfície de absorção; o pH dos líquidos presentes; a velocidade de esvaziamento gástrico; a motilidade intestinal; a estabilidade dos fármacos nos líquidos presentes e a influência dos alimentos. As diferenças na constituição das membranas do estômago, intestino delgado e intestino grosso determinam as variações na absorção dos fármacos. O intestino delgado, em função de suas microvilosidades, apresenta maior eficiência de absorção em relação ao estômago e intestino grosso, caracterizando a área de absorção efetiva dos fármacos (SHARGEL & YU, 1999). 50 Um parâmetro importante que controla a absorção, distribuição, metabolismo e excreção dos fármacos, consiste na habilidade da molécula em atravessar as membranas biológicas. Para um fármaco atravessar as membranas biológicas e atingir o seu sítio de ação, é necessário um equilíbrio entre suas propriedades hidrofílicas e lipofílicas. De maneira geral, quanto maior a lipofilicidade, maiores serão a absorção, o metabolismo, a ligação a proteínas plasmáticas e a distribuição (PANCHAGNULA, 2000). O tempo de permanência do fármaco no intestino delgado é determinado pela motilidade intestinal. Assim, quanto maior o tempo de contato do fármaco com seu sítio de absorção, maior será a quantidade absorvida (WILDING, 1999). 2.8.2 Características físico-químicas do fármaco A solubilidade do fármaco pode ser considerada o principal fator relacionado às características físico-químicas que influenciam a biodisponibilidade de medicamentos. A dissolução do fármaco é um pré-requisito para absorção e conseqüente resposta clínica da maioria dos fármacos apresentados em formas farmacêuticas sólidas administradas por via oral (AMIDON et al., 1995). A solubilidade do fármaco pode ser influenciada por alguns fatores, entre os quais: características intrínsecas do próprio fármaco, como constante de dissociação e lipossolubilidade; tamanho de partícula; forma cristalina e apresentação molecular na forma de sais ou ésteres (SERRA, 1998). De acordo com o princípio de partição de pH, apenas as formas menos ionizadas, mais lipofílicas, podem ser absorvidas por difusão passiva, uma vez que a membrana do TGI funciona como barreira lipídica. No entanto, esse princípio apresenta limitações, pois o estômago, intestino e sangue não são compartimentos fechados e estáticos e a absorção de um fármaco não depende somente do fato de 51 não estar ionizado, mas também de suas características de lipossolubilidade (KANO, 2002; SERRA, 1998). 2.8.3 Características da forma farmacêutica e seus excipientes As formas farmacêuticas, os excipientes empregados na formulação, bem como os processos de fabricação influenciam a velocidade de liberação e, consequentemente, a absorção e biodisponibilidade dos fármacos. A velocidade de liberação do fármaco das formas farmacêuticas administradas por via oral, geralmente diminui na seguinte ordem: soluções, suspensões, pós, cápsulas, comprimidos, comprimidos revestidos e/ou drágeas e comprimidos de liberação modificada (AULTON, 2005). As soluções são formas farmacêuticas de escolha quando uma absorção rápida e completa é exigida. Para esta forma farmacêutica, a biodisponibilidade de fármacos pode ser afetada por alguns fatores, como estabilidade do fármaco nos líquidos do TGI, formação de complexo entre fármaco e algum excipiente ou a incorporação do fármaco em micelas (AULTON, 2005). A ocorrência de alterações na biodisponibilidade é, geralmente, maior no caso de formas farmacêuticas sólidas, devido aos excipientes empregados e à tecnologia empregada (FERRAZ, 1997). As suspensões são empregadas para veicular fármacos pouco solúveis ou insolúveis em meio aquoso. Alterações na biodisponibilidade de fármacos administrados sob esta forma farmacêutica podem estar relacionadas com o tamanho da partícula, forma cristalina do fármaco, complexação do fármaco com algum excipiente, agentes tensoativos que, normalmente, favorecem a dissolução e 52 substâncias que aumentam a viscosidade, as quais retardam a absorção e interferem no esvaziamento gástrico e na motilidade intestinal (AULTON, 2005). 2.9 PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS AVALIADOS Para a avaliação da biodisponibilidade e bioequivalência de dois medicamentos são determinados os parâmetros farmacocinéticos que melhor se correlacionam com os efeitos terapêuticos no organismo (ARANCIBIA, 1991; STORPIRTIS, 1995). Estes parâmetros relacionam-se com a quantidade de fármaco absorvida e à velocidade do processo de absorção (STORPIRTIS, 1995). Estes parâmetros são obtidos das curvas de concentração sangüínea do fármaco versus tempo, e analisados estatisticamente para determinação da bioequivalência (BRASIL, 2007). Os seguintes parâmetros farmacocinéticos devem ser determinados (Figura 7): a) Área sob a curva da concentração plasmática ou sérica versus tempo (ASC): relaciona-se com a quantidade ou a extensão de absorção do fármaco. Pode ser calculado pelo método trapezoidal e expresso em unidades de concentração vezes tempo. b) Área sob a curva do tempo zero ao tempo t (ASC0-t): relaciona-se com a quantidade do fármaco absorvida do tempo zero ao tempo t, onde t é a última coleta determinada experimentalmente. 53 c) Área sob a curva da concentração plasmática versus tempo, de zero ao infinito (ASC0-inf): calculada do tempo zero ao tempo infinito, relaciona-se com a quantidade ou a extensão de absorção do fármaco. A quantidade da absorção sistêmica do fármaco é diretamente relacionada com ASC que é geralmente calculado pelo método trapezoidal e expresso em unidades de concentração vezes tempo. A ASC0-t deve ser igual ou superior a 80% da ASC0-inf. d) Concentração máxima atingida no plasma (Cmax): concentração mais elevada do fármaco atingido na circulação sangüínea após administração de um fármaco. Relaciona-se à intensidade da resposta farmacológica. A Cmax ideal deve estar dentro da janela terapêutica. e) Meia vida de eliminação do fármaco (t1/2): representa o tempo em que a concentração do fármaco no plasma é reduzida à metade. Calcula-se através do logaritmo neperiano (ln) de 2 (ln2= 0,693) dividido pela constante de eliminação t1/2 = ln2/K. f) Tempo correspondente à concentração máxima atingida no plasma (Tmax): tempo correspondente para que o fármaco atinja a concentração máxima (Cmax). 54 FIGURA 7 – Curva de concentração sérica em função do tempo. As setas indicam os parâmetros farmacocinéticos determinados para avaliação da bioequivalência. Fonte: www.psiquiatriageral.com.br/interacoes02.jpg 2.10 ENSAIOS DE BIODISPONIBILIDADE DO NAPROXENO REALIZADOS EM ANIMAIS E HUMANOS Na literatura estão descritos diversos ensaios pré-clínicos e clínicos do naproxeno. Os primeiros ensaios aconteceram na década de 70, desde a síntese desta molécula (VALENTOVIC, 2008). Segundo Runkel et al. (1972), o ensaio de biodisponibilidade em ratos foi realizado através da administração oral de uma dose de 3 mg/Kg de naproxeno com coleta sanguínea feita através da veia jugular. Além de ratos, o autor e colaboradores realizaram ensaios em cachorro, porco, macaco e humanos. Um dos gráficos de concentração plasmática em função do tempo após a administração oral de 2,5 mg/Kg de naproxeno em cachorros, obtido neste estudo, encontra-se na Figura 8. Em todas as espécies animais estudadas, o tempo de meia-vida do naproxeno variou de 2 a 35 horas, e em humanos variou de 10 a 17 horas. 55 FIGURA 8 - Gráfico de concentração plasmática em função do tempo após a administração oral de 2,5 mg/Kg de naproxeno em cães da raça Beagle. Fonte: Hunkel et al., 1972. Satterwhite e Boudinot (1988) desenvolveram um método de extração líquido-líquido para determinação simultânea de naproxeno e cetoprofeno em plasma de ratos. Este método utilizou cromatografia de alta eficiência com detecção no ultravioleta e foi utilizado por outros autores para ensaios de biodisponibilidade com essas moléculas (PATIL et al., 2005; MAZO et al., 1997). Um estudo mais recente, realizado por Setiawati e colaboradores (2009), avaliou a bioequivalência de duas formulações de comprimidos de naproxeno sódico (Figura 9). O estudo foi randomizado e cruzado, incluindo 24 homens e mulheres. Após a administração oral de 550 mg de naproxeno sódico, os valores obtidos foram 969,77 µg.h/mL, 1013,72 µg.h/mL, 75,92 µg/mL e 15,11 horas para ASCt, ASCinf, Cmax e Tmax, respectivamente. Em estudos realizados com suspensões orais de naproxeno em humanos, os valores encontrados foram: ASCt 721,73 µg.h/mL, Cmax 56 43,93 µg/mL e Tmax 1,83 h (CARRASCO-PORTUGAL et al., 2006; PALMA-AGUIRRE et al., 2009). FIGURA 9 - Perfil de concentração plasmática em função do tempo de naproxeno em humanos sadios (n = 24), após a administração de comprimidos de naproxeno sódico (550 mg) teste e referência. Fonte: Setiawati et al., 2009. 57 3 – OBJETIVOS 58 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL: Realizar um estudo de controle de qualidade físico-químico e biodisponibilidade relativa de suspensões orais de naproxeno sódico (25 mg/mL) obtidas de farmácias de manipulação na cidade do Natal - RN. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: • Realizar ensaios de controle de qualidade do medicamento de referência e dos medicamentos obtidos de diferentes farmácias de manipulação; • Validar metodologia analítica para a determinação do teor das suspensões estudadas; • Validar metodologia bioanalítica para o estudo de biodisponibilidade relativa do naproxeno sódico; • Realizar estudos de biodisponibilidade relativa em ratos com o medicamento de referência e obtidos de diferentes farmácias de manipulação. 59 4 – METODOLOGIA 60 4 METODOLOGIA 4.1 MATERIAIS 4.1.1 Equipamentos e acessórios • Agitador Vortex QL – 901 BIOMIXER® • Balança analítica GEHAKA® – AG200; • Balança de barra tripla – ROHAUS® • Balões volumétricos - VIDROLABOR® de 25, 50 e 100 mL • Centrífuga SUPRA® 21K • Coluna ACE® , 4,6 x 150 mm, 5 µm, C18; • Cromatógrafo líquido de alta eficiência VARIAN®: bomba quaternária modelo ProStar 240, auto injetor ProStar 410, detector PDA ProStar 335 e sistema de dados (software) Galaxie Chromatography Data System versão 1.9.302.530; • Máscara de proteção com filtros VO e GA – 3M 6003 – NIOSH® • Insert para vial (100 µL de capacidade) com mola de polipropileno - MANDREL® • Potenciômetro LABMETER® PHS – 3B; • Pré-coluna ACE® 5 C18 • Pipetas automáticas de volume variável EPPENDORF® Research • Pipetas volumétricas VIDROLABOR® • Ponteiras descartáveis EPPENDORF® – brancas (0,5 – 20 µL), amarelas (2 – 200 µL) e azuis (50 – 1000 µL); • Seringas descartáveis (1, 3, 5 e 10 mL) – BD® • Sistema de purificação de água Milli-Q, MILLIPORE®; 61 • Sistema de filtração a vácuo SARTORIUS GOETTINGEN® • Sonda uretral nº 8 - MEDSONDA® • Tubos descartáveis (0,1 – 1,5 mL) EPPENDORF® • Ultra-som UNIQUE® 1400; • Unidade filtrante descartável, 0,45 µm de poro, MILLIPORE®; • Vials de tampa rosqueada (2 mL de capacidade) - VARIAN® 4.1.2 Reagentes • Acetonitrila para CLAE – J. T. BAKER® (Anexo VII) • Ácido fosfórico p.a. - CRQ® • Fosfato de sódio monobásico monohidratado p.a. VETEC® • Soluções tampão pH 4,0 e 7,0 - QM® Reagentes 4.1.3 Produtos farmacêuticos • Anestésicos: - Vetarnacol® (Cloridrato de Ketamina) 5% - frasco de 100 mL - Calmium® (Cloridrato de Xilazine) 2g/100 mL – frasco de 50 mL • Heparina sódica (5000 UI/mL) - CRISTÁLIA® • Padrão secundário de naproxeno lote N060719 teor de pureza 100,31% fornecido por DEG Importação de Produtos Químicos LTDA, com validade até julho de 2010 (Anexo V). • Padrão secundário de diclofenaco sódico lote ALL25640 teor de pureza 99,6% fornecido por All Chemistry Produtos Naturais & Farmacêuticos, com validade até junho de 2010 (Anexo VI). 62 • Flanax (naproxeno sódico suspensão 25 mg/mL) – ROCHE® • Suspensões de naproxeno sódico (25 mg/mL) obtidas de farmácias de manipulação. 63 4.2 MÉTODOS O estudo foi realizado em duas etapas: uma fase em controle de qualidade físico-químico (Capítulo I) e uma fase experimental em animais (Capítulo II). As suspensões aprovadas nos ensaios de controle de qualidade participaram da segunda etapa. 4.2.1 Amostragem O número de estabelecimentos avaliados foi definido considerando todas as farmácias de manipulação da cidade do Natal que foram registradas no Conselho Regional de Farmácia – RN até o ano de 2008. O número de amostra foi calculado através da equação 5 de acordo com a Farmacopéia brasileira IV, 1988. n = N (Equação 5) Em que: n = tamanho da amostra; N = total de estabelecimentos Sendo assim, das trinta e nove farmácias de manipulação da cidade do Natal, seis participaram do estudo. As farmácias foram selecionadas de modo aleatório através de sorteio. 4.2.2 Considerações éticas O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN (Parecer N° 178/2008) (Anexo I). 64 5 – CAPÍTULO I 65 ESTUDO COMPARATIVO DE CONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICO EM SUSPENSÕES MAGISTRAIS CONTENDO NAPROXENO SÓDICO 25 mg/mL Lílian Grace da Silva Solon1, Ana Isabel Maia de Oliveira1, Gerlane Coelho Bernardo Guerra2, Aurigena Antunes de Araújo2, Luiz Alberto Lira Soares*3 1 Departamento de Farmácia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, Brasil. 2 Departamento de Biofísica e Farmacologia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, Brasil. 3 Departamento de Farmácia. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, Brasil. Unitermos: naproxeno, validação, controle de qualidade *Correspondência: Luiz Alberto Lira Soares Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas Av. Gal. Gustavo Cordeiro de Farias, s/n, Faculdade de Farmácia, 2º andar, CCS/UFRN. Petrópolis, Natal – RN – Brasil. CEP: 59012-570 E-mail: [email protected] 66 RESUMO O naproxeno é um fármaco amplamente utilizado para o tratamento de enfermidades reumáticas e processos inflamatórios agudos e encontra-se disponível, no mercado brasileiro na forma de comprimidos e suspensão industrializada ou produzida nas farmácias de manipulação. Diante disto, o presente trabalho objetivou realizar estudo de controle de qualidade comparativo entre a suspensão referência de naproxeno sódico, Flanax®, denominada R e suspensões obtidas de seis farmácias de manipulação na cidade do Natal, denominadas A, B, C, D, E e F na concentração de 25 mg/mL. Neste sentido, foram realizados ensaios para determinação do teor, pH, homogeneidade, identificação, teor, volume e características organolépticas. O método utilizado no doseamento mostrou precisão, exatidão, linearidade e especificidade. As formulações obtidas nas farmácias B, C e E apresentaram um teor abaixo das especificações, enquanto que a formulação F apresentou um teor acima do recomendado pela Farmacopéia. Em relação ao pH, as suspensões C, E e F apresentaram valores fora das especificações. No que diz respeito à homogeneidade, detectou-se que as amostras obtidas das farmácias C e E apresentaram aspecto espumoso após agitação e as partículas suspensas não se distribuíram de forma homogênea ocorrendo rapidamente a sedimentação. Em relação ao volume, observou-se que a maioria das amostras apresentou volume compatível ao rotulado, exceto a amostra C. Assim, os resultados indicam a necessidade de uma maior fiscalização pelos órgãos competentes de forma a garantir a segurança do paciente e qualidade do medicamento produzido pela farmácia de manipulação. 67 1 INTRODUÇÃO O naproxeno é um antiinflamatório não esteroidal (AINE), analgésico e antipirético, bastante utilizado para o tratamento de enfermidades reumáticas e processos inflamatórios agudos (mialgia, dismenorréia, inflamação leve a moderadamente grave do músculo esquelético e tecido mole) [3,8,10,12,14,16,19]. Age impedindo a síntese de prostaglandinas e tromboxanos a partir do ácido araquidônico por inibir a enzima ciclooxigenase (COX). Quimicamente corresponde a ácido (+)-6-metóxi-α-metil-2-naftalenoacético e a sua forma de sal é conhecida por (+)-6-metóxi-α-metil-2-naftalenoacético sódico (Figura 1). Quando administrado por via oral, o naproxeno sódico converte-se rapidamente a naproxeno e após a sua absorção liga-se 99% às proteínas plasmáticas [9]. Os metabólitos do naproxeno são excretados quase inteiramente na urina. Cerca de 30% do fármaco sofre 6-desmetilação e a maior parte é excretada como glicuronídio ou outros conjugados [4]. Cerca de 10% é excretado na forma inalterada e menos de 3% de naproxeno e seus metabólitos são eliminados pelas fezes [9]. As principais complicações encontradas com o uso prolongado do naproxeno são efeitos gastrointestinais e sobre o sistema nervoso central, prurido, icterícia, comprometimento da função renal, ototoxicidade, angioedema, trombocitopenia e agranulocitose [2]. 68 FIGURA 1- Fórmula estrutural do naproxeno sódico [(+)-6-metóxi-α-metil-2-naftalenoacético sódico]. Fonte: Goodman & Gilman, 2003. No mercado brasileiro várias farmácias magistrais comercializam suspensões contendo naproxeno sódico. Estes estabelecimentos possuem diversas vantagens inerentes ao produto medicamentoso, dentre elas destacam-se a modificação da forma farmacêutica e concentração do ativo, adaptando o medicamento à utilização por idosos e crianças, principalmente; formulação de componentes ativos não comercializados pela indústria farmacêutica; menor preço que o medicamento industrializado e segurança quanto à ocorrência de automedicação [13]. Fatores econômicos tornam interessante a utilização de genéricos, similares e manipulados como alternativa aos produtos originais, desde que estes garantam eficácia e segurança equivalentes. A Legislação Brasileira em vigor estabelece que para um medicamento ser registrado como similar ou genérico é necessário que se comprove a equivalência farmacêutica em relação ao medicamento de referência indicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), conforme o guia para realização de estudo e elaboração de relatório de equivalência farmacêutica e perfil de dissolução [ 5 ]. 69 Entre as principais desvantagens encontradas nos medicamentos manipulados estão o curto prazo de validade em decorrência da dificuldade na obtenção de produtos estáveis [13]. Neste tipo de medicamento ainda não existe uma padronização com relação aos excipientes utilizados entre as farmácias, e por isso há uma grande preocupação com relação ao seu efeito terapêutico. Desde então a ANVISA tem buscado medidas de segurança e adotado novos critérios para a manipulação destes produtos [6]. Dentro deste contexto, o presente trabalho teve dois objetivos principais: validar a metodologia para o doseamento do naproxeno e realizar um estudo comparativo de controle de qualidade entre a suspensão industrializada de naproxeno sódico (Flanax®) e as obtidas de diferentes farmácias de manipulação na cidade do Natal – RN, visando avaliar a qualidade destes produtos magistrais. 70 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Amostras Foram utilizadas suspensões de naproxeno sódico (25 mg/mL) de seis diferentes farmácias de manipulação, denominadas de A, B, C, D, E e F. O medicamento de referência utilizado foi Flanax® 25 mg/mL (Syntex S.A., México), denominado “R”. 2.2 Substância Química de Referência Naproxeno padrão secundário (lote N060719), teor de pureza 100,31%, fornecido por DEG Importação de Produtos Químicos LTDA. 2.3 Reagentes Ácido fosfórico (CRQ®), acetonitrila para CLAE (J. T. BAKER®), fosfato de sódio monobásico monohidratado (VETEC®), soluções tampão pH 4.0 e 7.0 (QM® Reagentes). 2.4 Validação do Método A validação da metodologia analítica foi determinada segundo os critérios descritos na Resolução 899 de 29 de maio de 2003 [7]. 71 2.4.1 Linearidade O ensaio de linearidade foi realizado na faixa de concentração 5 – 100 µg/mL, utilizando concentrações de seis soluções padrão de calibração, sem réplicas, analisados em triplicata. A correlação linear entre as concentrações foi estabelecida através do método dos mínimos quadrados, sendo avaliada pelo coeficiente de correlação (R2), que deve ser igual ou superior a 0,99. 2.4.2 Precisão e Exatidão A precisão (intra-dia e inter-dia) e exatidão foram obtidas pela análise das soluções de trabalho, em quintuplicata, em três concentrações estabelecidas (alta 100 µg/mL, média 50 µg/mL e baixa 5 µg/mL) de naproxeno. A precisão foi expressa pelo desvio padrão relativo (DPR%) e a exatidão em percentual (%) de desvio das concentrações médias observadas experimentalmente em relação ao valor nominal. 2.4.3 Especificidade A especificidade do método foi avaliada por meio da pureza do pico de naproxeno, obtendo-se espectros em cinco pontos do pico através da cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE/DAD). 72 2.5 Ensaios de Controle de Qualidade 2.5.1 Descrição das características físicas e organolépticas As características físicas e organolépticas, cor, odor e homogeneidade das suspensões, foram descritas de acordo com a Farmacopéia Brasileira IV [11]. Para a aprovação, as mesmas deverão estar homogêneas e macroscopicamente livres de partículas estranhas. 2.5.2 Determinação do volume O volume das suspensões foi determinado em proveta e em seguida foi comparado ao volume rotulado. 2.5.3 pH O pH das suspensões de naproxeno foi determinado em potenciômetro previamente calibrado, em triplicata, seguindo as normas da Farmacopéia Americana [20], que considera que estas preparações deverão apresentar valores de pH entre 2,2 e 3,7. 73 2.5.4 Doseamento do naproxeno O doseamento do naproxeno foi realizado por meio de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), utilizando cromatógrafo VARIAN® com detector de arranjo de diodos (DAD) modelo ProStar 335, bomba quaternária ProStar 240, auto injetor ProStar 410 e sistema de dados (software) Galaxie Chromatography Data System versão 1.9.302.530. Foi utilizada uma coluna ACE C-18, 15 cm de comprimento, 4,6 cm de diâmetro interno e partículas de 5 µm. A fase móvel foi constituída de acetonitrila e tampão fosfato de sódio monobásico 0,01 M, na proporção de 50:50. O tampão teve pH 4.0 ± 0,2, ajustado com ácido fosfórico. O fluxo isocrático foi 1,2 mL/min e o volume de injeção 20 µL. A detecção ocorreu no ultravioleta a 280 nm. O padrão e as amostras foram preparados na concentração de 50 µg/mL, utilizando a fase móvel como solvente. A especificação de teor para suspensão de naproxeno é de 90,0% a 110,0% da quantidade declarada [20]. 2.5.5 Identificação Foi utilizada a mesma metodologia descrita para o doseamento, sendo comparados os tempos de retenção e perfil dos picos. 74 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO O método de doseamento por CLAE demonstrou linearidade, apresentando coeficiente de correlação (r) igual a 0,9998, e equação da reta: y = 17,235 x + 10,132 (Figura 2). Esta faixa de linearidade foi adequada à aplicação do método na determinação do teor de naproxeno nas amostras de suspensão. 2000 y = 17,235x + 10,132 R2 = 0,9998 1800 1600 Área (mAU.Sec) 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 0 20 40 60 80 100 120 Concentração (µg/m L) FIGURA 2 – Representação gráfica da curva padrão de naproxeno obtida por CLAE (n = 3). A variação da precisão intra-dia e inter-dia para a menor concentração variou de 1,72 a 2,36%. Todos os resultados encontraram-se dentro das especificações exigidas pela norma brasileira de métodos analíticos, cujo desvio padrão relativo deve ser menor ou igual a cinco (DPR ≤ 5%). Para a exatidão intra-dia os valores encontrados foram de 91,44%; 96,22% e 100,41%, para a baixa, média e alta concentração respectivamente, as quais se apresentaram dentro dos limites preconizados pela ANVISA (80% ≤ exatidão ≤ 120%) (Tabela 1). 75 TABELA 1: Valores de precisão (intra-dia e inter-dia) e exatidão das soluções de trabalho de naproxeno (n = 5). Concentração nominal Concentração média Precisão (µg/mL) experimental (DPR%) Exatidão (%) (µg/mL) Intra-dia 5 4,57 1,72 91,44 50 48,11 2,43 96,22 100 100,41 0,80 100,41 5 4,71 2,36 94,15 50 46,76 1,86 93,52 100 99,22 0,72 99,22 Inter-dia No teste de identificação, os espectros obtidos em cinco pontos do pico no cromatograma de naproxeno (Figura 3) são similares, demonstrando tratar-se do mesmo cromóforo. 76 FIGURA 3 – Espectros do naproxeno obtidos em cinco pontos diferentes do pico. No ensaio de descrição das características físicas e organolépticas as amostras foram avaliadas em relação à cor, odor, homogeneidade e quanto à presença de partículas estranhas. O resultado da análise encontra-se detalhado na Tabela 2. 77 TABELA 2 - Descrição das características físicas e organolépticas das amostras de suspensão oral de naproxeno Partículas Amostra Cor Odor Homogeneidade estranhas R Amarelo Laranja H A A Branco Menta H A B Amarelo Laranja H A C Branco Menta NH A D Branco Menta H A E Vermelho Morango NH A F Branco Menta H A H = amostra homogênea; NH = amostra não-homogênea; A = ausência de partículas estranhas Após a realização do teste de homogeneidade observou-se que as amostras C e E estavam fora das especificações da Farmacopéia Brasileira pois apresentaram aspecto espumoso após agitação, as partículas suspensas não se distribuíram de forma homogênea já que rapidamente ocorreu sedimentação. A não homogeneidade das suspensões pode implicar em falha terapêutica uma vez que a dose não está sendo administrada corretamente, levando o paciente no início do tratamento a receber uma dose sub-terapêutica e ao longo do tratamento doses mais elevadas. A resolução brasileira RE n° 67/2007, que dispõe so bre Boas Práticas de Manipulação, preconiza que seja determinado o volume das formas farmacêuticas líquidas não-estéreis antes do envase. O volume das suspensões foi determinado através de proveta e o valor obtido foi comparado ao rotulado. A maioria das amostras apresentou volume compatível com o rotulado, exceto a amostra C que teve uma diferença de +5 mL devido a erro de aferição do volume durante a manipulação deste medicamento. 78 A análise de pH foi realizada de acordo com a Farmacopéia Americana [20], a qual estabelece o valor de pH entre 2,2 e 3,7 para suspensão oral de naproxeno sódico. Três amostras tiveram os valores de pH fora das especificações recomendadas (Tabela 3). O pH é um dos fatores mais importantes no processo de formulação uma vez que influencia diretamente na solubilidade, estabilidade e absorção do fármaco [1]. Em relação a determinação do teor de naproxeno nas suspensões estudadas observou-se que apenas as amostras R, A e D se encontraram dentro das especificações da Farmacopéia Americana que considera que o teor de naproxeno não deve ser menor que 90% ou maior que 110% do valor apresentado no rótulo. Neste sentido, podemos destacar a amostra E por apresentar o teor de apenas 21,29%, valor considerado muito abaixo do especificado, e ainda, as amostras B e C com teor também abaixo e a amostra F com valor acima das esecificações (Tabela 3). TABELA 3 – Valores de pH e teor encontrados nas amostras de suspensão. Cada valor representa a média ± desvio padrão relativo (n = 3). Amostra pH Teor Resultado R 3,10 ± 3,01 96,32 ± 0,69 DDE A 3,28 ± 1,57 97,59 ± 0,78 DDE B 2,72 ± 0,21 76,43 ± 1,45 FDE C 4,84 ± 0,89 82,59 ± 0,16 FDE D 2,96 ± 0,35 99,27 ± 0,76 DDE E 1,74 ± 3,15 21,29 ± 3,53 FDE F 4,38 ± 0,44 123,72 ± 1,09 FDE DDE = dentro das especificações; FDE = fora das especificações 79 O doseamento de substâncias ativas em medicamentos é considerado um dos ensaios mais importantes no controle de qualidade físico-químico, tendo em vista que possibilita o conhecimento da real concentração do fármaco presente na amostra a qual está diretamente relacionada a dose que será administrada ao paciente e conseqüentemente com a ação terapêutica. Portanto quando o teor está abaixo do especificado o paciente receberá uma dose sub-terapêutica que pode ocasionar falência do tratamento. Por outro lado, quando o teor se encontra acima do recomendado pode levar a efeitos adversos potencialmente graves, principalmente em fármacos que possuem uma margem terapêutica estreita [2]. Os cromatogramas do naproxeno padrão secundário e das suspensões possuíram o mesmo perfil e tempos de retenção próximos: 4,24 minutos para o padrão secundário e 4,25 minutos para a suspensão (Figuras 4 e 5). O cromatograma mostrado, referente à suspensão R, representa o comportamento de todas as outras suspensões analisadas. 80 FIGURA 4 – Cromatograma do naproxeno padrão secundário (50 µg/mL) obtido por CLAE. Tempo de retenção 4,24 minutos. FIGURA 5 – Cromatograma da amostra referência de suspensão oral de naproxeno sódico (50 µg/mL) obtido por CLAE. Tempo de retenção 4,25 minutos. 81 4 CONCLUSÕES O método utilizado para o doseamento de suspensões de naproxeno sódico por CLAE mostrou especificidade, linearidade, precisão e exatidão. No teste de descrição das características físicas e organolépticas, foram observadas modificações nas características dos produtos, tais como diferenças na cor ou odor das preparações. Quanto ao teste de homogeneidade as suspensões C e E foram reprovadas. Com relação ao teste de pH, três amostras apresentaram resultados fora das especificações (C, E e F) e quanto ao teor, as amostras B, C e E apresentaram valores abaixo e a amostra F apresentou valor acima do especificado. Entre seis suspensões estudadas, apenas três foram aprovadas em todos os testes a que foram submetidas (R, A e D). Com isso, o estudo indicou a necessidade de uma maior fiscalização pelos órgãos competentes e reforça também a importância dos ensaios de controle de qualidade do produto manipulado final. A qualidade destes medicamentos deve estar sempre associada às Boas Práticas de Manipulação, seguindo aos procedimentos operacionais de forma a garantir a segurança do paciente e a qualidade do medicamento produzido pela farmácia de manipulação. 82 5 REFERÊNCIAS [1] ALLEN, L.J. Quality-Control Analytical Methods: Principles of pH. International Journal of Pharmaceutical Compounding. v. 7, n. 3, p. 225, 2003. [2] ARONSON, J. K. Side Effects of Drugs: The International Encyclopedia of Adverse Drug Reactions and Interactions. p. 2426-2429, 2006. [3] BENEVENTO, M., LANNA, P.R.M.M. Naproxen sodium 550mg in the treatment of non articular acute inflammatory conditions - (trauma and musculoskeletal affections). Revista Brasileira de Medicina. v. 47, n. 9, p. 435-439, 1990. [4] BOYNTON, C.S., DICK, C.F., MAYOR, G.H. NSAID: An overview. Journal of Clinical Pharmacology. v. 28, p. 512-517, 1988. [5] BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RE nº 310, de 01 de setembro de 2004. Guia para realização do estudo e elaboração do relatório de equivalência farmacêutica e perfil de dissolução. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br; [02 fev 2010]. [6] BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RE nº 67, de 08 de outubro de 2007. Boas práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias. Disponível em: http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/search.php; [01 fev 2010]. [7] BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RE N.º 899, de 29 de maio de 2003. Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos. Disponível em: http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/search.php; [27 jan. 2009]. 83 [8] BROGDEN, R.N., HEEL, R.C., SPEIGHT, T.M., AVERY, G.S. Naproxen up to date: a review of its pharmacological properties and therapeutic efficacy and use in rheumatic diseases and pain states. Drugs. v. 18, p. 241-277, 1979. [9] DAVIES, N.M., ANDERSON, K.E. Clinical pharmacokinetics of naproxen. Clinical Pharmacokinetics. v. 4, p. 268-93, 1997. [10] DEARMOND, B., FRANCISCO, C.A., LIN, J.S., HUANG, F.Y., HALLADAY, S., BARTIZEK, R.D., SKARE, K.L. Safety profile of over-the-counter naproxen sodium. Clinical Therapeutics. v. 17, n. 4, p. 587-601, 1995. [11] FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 4 ed., São Paulo: Atheneu, 1988. [12] KAPADIA, L. A study of naproxen sodium and ibuprofen in primary dysmenorrhea. Journal of the Society of Occupational Medicine. v. 37, n. 3, 77-80, 1987. [13] LEAL, L.B., SILVA, M.C.T., SANTANA, D.P. Preços x qualidade e segurança de medicamentos em farmácias magistrais. Infarma. v. 19, p. 28-31, 2007. [14] MARTA L. C., STEFANIA T., MARIA G. S., PAOLA A., LUIGIA F., GABRIELE M., PATRIZIA G., PAOLA P. Human pharmacology of naproxen sodium. The Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics. v. 322, n. 2, p. 453-460, 2007. [15] VALENTOVIC, M. xPharm: The Comprehensive Pharmacology Reference, p. 1-6, 2008. [16] POWELL, A.M., CHAN, W.Y. Differential effects of ibuprofen and naproxen sodium on menstrual prostaglandin release and on prostaglandin production in the rat uterine homogenate. Prostaglandins, Leukotrienes and Medicine, v. 13, n. 2, p.129-137, 1984. 84 [17] RUIZ, M.E., RUBINI, A., MANDEL, J.S., VOLONTÉ, M.G. Equivalencia farmacéutica de comprimidos conteniendo naproxeno 500 mg. Latin American Journal of Pharmacy. v. 26, n. 4, p. 530-535, 2007. [18] SADECKA, J., CAKRT, M., HERCEGOVA, A., LOSKO POLONSKY, J., SKACANI, I. Determination of ibuprofen and naproxen in tablets. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis. v. 25, p. 881-891, 2001. [19] SIVIERO, J.G. Naproxen sodium suspension avaliation in the treatment of traumatisms and musculoskeletal disorders in children. Radiochimica Acta. v. 38, n. 2, p. 286-290, 1985. [20] USP - THE UNITED STATES PHARMACOPOEIA. 30 ed. v. 3. USP Convention: Rockville, 2007. 85 6 – CAPÍTULO II 86 PHARMACOKINETIC PROFILES OF COMPOUNDED NAPROXEN SODIUM ORAL SUSPENSIONS ADMINISTERED TO RATS BY A SIMPLE ISOCRATIC HPLC METHOD Lílian Grace da Silva Solon1, Gerlane Coelho Bernardo Guerra2, José Pérez-Urizar3, Aurigena Antunes de Araújo*2, Luiz Alberto Lira Soares4 1 Department of Pharmacy.Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, Brazil. 2 Department of Biophysics and Pharmacology. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, Brazil. 3 Pharmacology and Physiology Laboratory. Universidad Autónoma de San Luis Potosí. SLP, Mexico. 4 Department of Pharmacy.Universidade Federal de Pernambuco. Recife, Brazil. Key words: Validation; HPLC; Pharmacokinetics; Rat plasma; Naproxen *Corresponding author: A. A. Araújo Departamento de Biofísica e Farmacologia Centro de Biociências Av. Senador Salgado Filho, S/N - Lagoa Nova 59078-900 – Natal - RN, Brasil E-mail: [email protected] 87 ABSTRACT The purpose of this study was to validate a simple and specific bioanalytical method for determining naproxen concentrations in rat plasma samples by HPLC and to evaluate the pharmacokinetic profiles of naproxen sodium oral suspensions obtained from compounding pharmacies. Three suspensions were investigated one reference (Flanax®) and two compounded formulations (test 1 and test 2). Analysis was run at a flow rate of 1.2 mL.min-1 with a mobile phase of acetonitrile : NaH2PO4 0.01 M pH 4.00 (50:50, v/v) at 280 nm, using a C18 column (150 mm x 4.6 mm, 5 µm). The calibration curve was linear (R2 = 0.9987) over the range of 0.25 - 200 µg.mL-1. The precision for inter and intra-day analysis ranged from 2.46% to 12.39%. Accuracies using the quality control samples of 0.5, 15, 75 and 150 µg.mL-1 ranged from 86.7% to 101.1%. For analysis of pharmacokinetic properties, the naproxen suspension was orally administered to rats and blood samples were drawn at 10, 20, 40, 60 min, 3, 4, 6, 24 and 48 hours after dosing. The plasma pharmacokinetic parameters, Cmax, Tmax and AUCt were 191.25 ± 11.17 µg.mL-1, 1.00 ± 0.106 h and 2438.16 ± 291.34 µg.h.mL-1 for the reference drug, 188.22 ± 24.78 µg.mL-1, 1.06 ± 0.092 h and 1755.02 ± 228.90 µg.h.mL-1 for test 1, and 160.50 ± 10.58 µg.mL-1, 0.66 ± 0.102 h and 1955.28 ± 142.80 µg.h.mL-1 for test 2. No significant differences were found based on analysis of variance, with mean values and 90% CI of test2/reference ratio (Cmax 83.92% and AUCt 80.19%). For test1/reference ratio, the result was Cmax 98.41% and AUCt 71.98%. Based on these results, it can be concluded that the validated method was successfully applied to this study; the test 1 formulation failed to demonstrate a bioequivalence to the reference drug; however, the test 2 and reference naproxen sodium oral suspension were bioequivalent in terms of the rate and extent of absorption under these conditions. 88 1. Introduction According to Anfarmag (Associacao Nacional de Farmaceuticos Magistrais) the turnover of compounded medicines is very high in Brazil. In 2008, the sales amounted to R$1.2bil [26]. The large consumption of these medicines by the Brazilian population has raised the suspicion of the quality and safety of these drugs, since cases of toxicity and death were reported by the National Agency of Health Vigilance (ANVISA) [2]. Compounded medicines have possible risks of variable bioavailability due to differences between formulations. Despite frequent inspections of Brazilian compounding pharmacies, there is not a strict quality control that involves in vivo tests. Structurally naproxen is a propionic acid derivative related to the arylacetic group of nonsteroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs) with a chiral center. The (+) form is the active isomer. Naproxen and naproxen sodium are known chemically as (+)-6-methoxy-α-methyl-2-naphthaleneacetic acid and (+)-6-methoxy-α-methyl-2-naphthaleneacetic acid, sodium salt, respectively [20]. This drug is indicated for the treatment of rheumatic disorders, dysmenorrhoea and for the relief of mild to moderate pain. Member drugs of the NSAID group act by inhibiting prostaglandin biosynthesis and share several adverse effects including gastrointestinal bleeding and ulceration [3,4,16,17]. Naproxen is administered by the oral route as an immediate release and as a slow release preparation (tablet and suspension). Naproxen is approximately 99% bound to plasma proteins is metabolized by demethylation and undergoes phase II metabolism of glucuronide conjugation [1,11,27,30]. The pharmacokinetic parameters of naproxen following an administration of 250 mg of naproxen sodium oral suspension obtained from previous bioavailability studies in humans are 721.73 ± 18.47 for AUC72h, 43.93 ± 1.83 for Cmax and 2.38 ± 0.21 for Tmax [28]. Several high-performance liquid chromatography (HPLC) methods have been developed for naproxen determination in human or rat plasma for pharmacokinetic studies [5,9,10,13,14,18,24,34]. Nevertheless, there is a need to improve these methods in terms of ease of sample handling and analysis time. Many naproxen products are used in worldwide, but there is no bioavailability data concerning naproxen compounded formulations. 89 The aim of this study was to validate a simple and specific bioanalytical method to determine naproxen concentrations in rat plasma samples and to investigate the pharmacokinetic parameters of three different oral suspensions of naproxen sodium (one manufactured suspension and two compounded formulations) in order to compare their bioavailability. 2. Experimental 2.1. Chemicals and reagents The reference material naproxen with a purity 100.3% was purchased from DEG Importação de Produtos Químicos LTDA, Brazil. The internal standard, diclofenac sodium {2-[2-(2,6-dichlorophenylamino) phenyl] acetic acid} with a purity 99.6% was obtained from All Chemistry Produtos Naturais & Farmacêuticos, Brazil. All other chemicals were of HPLC grade. Milli-Q water (Millipore Corporation, Bedford, MA) was used for NaH2PO4 buffer preparation. The reference naproxen formulation was Flanax® (25 mg mL-1) produced by Syntex S.A., Mexico. The two test naproxen sodium oral suspensions, test 1 (suspension A, 25 mg mL-1) and test 2 (suspension D, 25 mg mL-1) were obtained from two different compounding pharmacies, A and D respectively, in Natal, Brazil. 2.2. Equipment and analysis conditions Analyses were performed with a Varian ProStar HPLC system (Varian, USA) including a quaternary pump (ProStar 240 model), auto-sampler (ProStar 410 model), variable wavelength PDA detector (ProStar 335 model), a thermostated column compartment and the Varian software Galaxie Chromatography Data System, Version 1.9.302.530. Chromatographic separations were via an ACE C18 column (150 mm x 4,6 mm, 5 µm, ACE, USA) coupled with a ACE RP guard column (4 mm x 4,6 mm, 5 µm, ACE, USA) at room temperature. Elution for the analytes were through isocratic flow of acetonitrile : NaH2PO4 0.01 M pH 4,00 (50:50, v/v). The mobile phase was filtered through a 0.45 µm filter and degassed before use. The 90 flow rate of the mobile phase was maintained at 1.2 mL min-1. The detection wavelength was set at UV 280 nm and the injection volume was 20 µL. 2.3. Stock and working standard solutions The stock solution of naproxen (1 mg mL-1) and the internal standard (1 mg mL-1) were prepared by dissolving the appropriate amount of the pure solid in acetonitrile. Both stock solutions were stored in a – 80 °C freezer. The working standard solutions of naproxen were prepared fresh by step-wise dilutions of the above stock solution with the mobile phase to provide a calibration concentration range of 0.25 – 200 µg mL-1 when spiked into drug-free rat plasma. The working internal standard solution was prepared from the stock by dilution with mobile phase to 50 µg mL-1. Four quality control samples (QC), were prepared from the stock solutions by spiking naproxen into drug-free rat plasma to obtain final concentrations of 0.5, 15, 75 and 150 µg mL-1. Routine calibration curves consisting of 0.25, 1, 5, 10, 20, 40, 100 and 200 µg mL-1 calibrators were generated together with the QC for computation of naproxen concentrations in rat samples using peak area ratios of naproxen and internal standard. 2.4. Animals handling and sample collection Wistar rats weighing 280 – 300 g were obtained from the Bioscience Center of Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Natal, Brazil). They were acclimated and housed in cages at a temperature of 25 ºC with free access of standard laboratory food and water. Twelve hours before the initiation of experiments, food was withheld, but animals had free access to water. All handling and experimentation were according to protocols approved by the institutional care and use of laboratory animals committee. Naproxen sodium suspension was orally administered to rats at a dose of 50 mg kg-1. The animals were anesthetized with 15 mg kg-1 of xilazine hydrochloride (20 mg mL-1) and 100 mg kg-1 of ketamina hydrochloride (50 mg mL-1) through an i.p. route. Blood samples were taken from the tails at time intervals of 10, 20, 40, 60 min, 3, 4, 6, 24 and 48 h. At each time point, blood 91 samples were collected from five rats to compute the mean concentration. Since only a maximum of 3 - 4 samples of 500 µL each could be sampled from a rat over a short time, three groups of five rats were needed to complete the full sampling intervals. The blood samples were collected into heparin-coated tubes and maintained on ice for a short time before spinning in a microcentrifuge at 4 ºC to harvest the plasma samples, which were immediately stored at – 80 ºC until analysis. 2.5. Clean up of plasma samples 150 µL of plasma obtained from dosed animals was mixed with 25 µL of internal standard solution, 50 µL of NaH2PO4 0.5 M pH 2,2 and NaCl for 1 minute. 250 µL of acetonitrile was then added and the sample vortexed for 3 minutes. For the calibration and quality control samples, 25 µL of their respective working standards prepared in acetonitrile : NaH2PO4 0.01 M pH 4.00 (50:50, v/v) were added to each 150 µL of free-drug plasma before mixing with internal standard solution. NaCl and acetonitrile in the mixture precipitated the plasma proteins. The mixture was then centrifuged at 10,000 rpm at 4 ºC for 5 minutes, and the supernatant containing the extracted naproxen and the internal standard was then filtered through 0.45 µm and transferred to the auto-sampler of the HPLC for analyses. 2.6. Method validation The method was validated according to the “Guidance for Industry” under the section of “Bioanalytical Method Validation” by the Food and Drug Administration of USA [7,15]. 92 2.6.1. Selectivity and linearity The selectivity of the method was assessed by determining that endogenous substances and the anesthetics present in rat plasma do not co-elute with naproxen and the internal standard in the HPLC method. Normal and hemolysate plasma samples from at least six untreated rats were used to verify the selectivity of the bioanalytical method. To evaluate the linearity of the calibration curves, eight calibration standards containing naproxen at nominal concentrations of 0.25, 1, 5, 10, 20, 40, 100 and 200 µg mL-1 were prepared as described in section 2.3. The standard calibration curves were constructed using naproxen/internal standard peak-area ratios vs. the nominal concentration by linear regression. 2.6.2. Precision, accuracy and recovery Assay precision was assessed by determining the coefficients of variation (CV) of the four QC samples (concentrations of 0.5, 15, 75 and 150 µg mL-1) within the same analysis (n=5, intra-day precision) and over a series of analyses (n=5, inter-day precision). Both intra-day and inter-day precision were calculated with the following formula: standard deviation CV% = X 100 mean Relative accuracy was determined by calculating the percent accuracy by the equation: mean measured concentration Accuracy % = = X 100 nominal concentration The precision and accuracy of the first calibrator of 0.25 µg mL-1, lower limit of quantification (LLOQ) were also evaluated. The recovery experiments in this study were performed by comparing peak areas of naproxen and internal standard in spiked plasma samples, 93 extracted by the method described in section 2.5. The compounds of interest at concentrations corresponding to 100% recovery were added to similarly post-extracted blank plasma. 2.6.3. Stability The stability of naproxen in rat plasma was tested in three freeze-thaw cycles with QC samples at four concentration levels. These samples were stored frozen at – 20ºC and analyzed on days 0, 1 and 5 to give the evaluations. Specifically, the long term stability of the samples when stored at – 80 ºC for up to 4 months was analyzed, since this is the temperature at which the samples were stored before analysis. To assess the stability of the samples between the time of extraction and the HPLC run, the samples were analyzed at the time of extraction and the values were compared to the 10 and 24 h post-extraction values of the same samples stored at room temperature. These tests provide the validation for using the auto-sampler when analyzing multiple samples. 2.7. Pharmacokinetic and statistical analyses Pharmacokinetic analysis of naproxen was carried out according to a standard non-compartmental method using the WinNonlin software (Pharsight Co., CA, Version 2.0). Cmax and Tmax were obtained directly from the observed data. The AUCt was calculated by the trapezoidal method. The AUCinf was calculated as AUCt + Ct/Ke, where Ct was the last quantifiable concentration, Ke was the terminal elimination rate constant and was determined by least-squares regression analysis during the terminal log-linear phase of the concentration-time curve. The T1/2 was calculated as 0.693/Ke. Statistical analyses of variance (ANOVA) of AUCt, AUCinf and Cmax were calculated after transformation of the data to their logarithmic (ln) values. Using the error variance (S2) obtained from the ANOVA, the 90% confidence intervals (CI) were calculated. 94 3. Results 3.1. Method validation 3.1.1. Selectivity and linearity Fig. 1 shows representative HPLC chromatograms of control, blank plasma (A) and hemolysate plasma (B) from untreated rats, low QC, blank plasma sample spiked with 0.5 µg mL-1 of naproxen (C), a calibrator, 100 µg mL-1 (D), both with spiked internal standard and finally a plasma sample obtained 1 h after naproxen sodium oral suspension administration in Wistar rats (E). Fig. 1 D shows a steady baseline, the naproxen peak was symmetrical and well separated from the plasma peak. Naproxen and internal standard were well separated using the above described chromatographic condition with retention times of 4.26 and 8.23 min respectively. No interfering peaks from endogenous substances in the control plasma samples of different rat or other reagents were detected under the conditions employed. The peak area ratio (naproxen/internal standard) as a function of the nominal naproxen concentrations over a wide range of 0.25 - 200 µg mL-1 was linear. The regression coefficient R2 was 0.9987. The weighted linear regression equation was: y = 0.014x + 0.0343. 95 Figure 1: HPLC chromatograms of blank plasma (A), hemolysate plasma (B), QC sample spiked -1 with naproxen at 0.5 µg mL and internal standard (C), a calibrator spiked with naproxen at 100 µg -1 mL and internal standard (D), and plasma sample 1 h after administration of naproxen (E). Peak 1: naproxen at about 4.26 minutes; Peak 2: internal standard at about 8.23 minutes. 96 3.1.2. Precision, accuracy and recovery The intra-day and inter-day precision and accuracy for the plasma naproxen are summarized in Table 1. The intra-day and inter-day variability for the different QC were minimal, ranging from 2.46% to 12.39%, indicating excellent precision. Accuracies using the same QC ranged from 86.7% to 101.1%. All these variabilities were well within acceptable limits. Precision and accuracy for the LLOQ of 0.25 µg mL-1 were 17.6% and 98%, respectively. The recovery from spiked plasma was calculated by comparing peak areas with QC samples (n=3) at four different concentration levels. The mean recoveries for naproxen in four QC samples (0.5, 15, 75 and 150 µg mL-1) were 74.51%, 95.16%, 96.07% and 98.69%, respectively. Recovery of the internal standard was 94.2%. The lower recovery for the 0.5 µg mL-1 QC was probably due to the low concentration and loss of naproxen through non-specific binding to precipitated protein. Table 1: Intra-day and Inter-day assays precision and accuracy for naproxen in rat plasma (n = 5) Nominal concentration -1 (µg mL ) Measured concentration ± S.D. -1 (µg mL ) Precision Accuracy (CV%) (%) Intra-day 0.5 0.467 0.024 5.24 93.5 15 12.99 0.750 5.77 86.7 75 73.71 2.238 3.03 98.3 150 151.62 3.730 2.46 101.1 0.5 0.426 0.060 12.30 98.5 15 13.39 1.302 9.71 89.3 75 70.07 8.683 12.39 93.4 150 149.05 4.281 2.87 99.3 Inter-day 97 3.1.3. Stability The results of stability of naproxen in rat plasma after three freeze-thaw cycles and the long term storage are shown in Table 2. There were no significant changes (-3.37 to +3.36% for freeze-thaw cycles and -2.24 to -10.40% for long term stability). The samples remained within acceptable limits of precision and accuracy. These results indicated that naproxen was stable for least 5 days in rat plasma stored at – 20 ºC and for least 4 months when stored at – 80ºC. In addition the extracted samples were stable at room temperature for the periods under which determinations were made, which were 10 and 24 h later (not shown).This is important because samples can be stored in an auto-sampler at room temperature until measurement without compromising the concentration of naproxen. 98 Table 2: Stability of naproxen in rat plasma after three freeze-thaw cycles at – 20 ºC and after long term stability at – 80 ºC (n = 3) Nominal Measured concentration (µg mL-1) ± S.D. % Change concentration (µg mL-1) Fresh samples Three freeze-thaw cycle 0.5 0.507 ± 0.034 0.501 ± 0.069 - 1.18% 15 14.92 ± 0.85 13.82 ± 0.95 - 7.37% 75 72.57 ± 3.65 75.01 ± 8.29 + 3.36% 150 152.72 ± 6.55 148.29 ± 4.27 - 2.90% Fresh samples Long term stability 0.5 0.453 ± 0.021 0.417 ± 0.058 - 7.94% 15 14.89 ± 1.44 13.34 ± 1.24 - 10.40% 75 70.23 ± 5.34 68.65 ± 7.96 - 2.24% 150 151.66 ± 9.17 147.58 ± 4.75 - 2.69% 99 3.2 Pharmacokinetic evaluation In this study, the pharmacokinetic parameters AUCt, AUCinf and Cmax, Tmax and T1/2 were used to compare the formulations. The results of Cmax and AUCt were 191.25 ± 11.17 µg.mL-1 and 2438.16 ± 291.34 µg.h.mL-1 for reference drug, 188.22 ± 24.78 µg.mL-1 and 1755.02 ± 228.90 µg.h.mL-1 for test 1, 160.50 ± 10.58 µg.mL-1 and 1955.28 ± 142.80 µg.h.mL-1 for test 2 (Table 3). Mean plasma concentrations versus time profiles of naproxen after administration of two tests and reference formulations in rats (n = 5) are shown in Fig. 2. The mean plasma concentration-time curve of the formulations were comparable. As showed in Table 4, the 90% confidence intervals for geometric mean ratios of test2/reference for AUCt and Cmax were within the acceptable limits (80 – 125%) of bioequivalence which implies that the bioequivalence criteria were met [8]. For test1/reference ratio, the result was Cmax 98.41% and AUCt 71.98%. Table 3: Pharmacokinetic parameters of naproxen after oral administration of naproxen sodium suspension in rat, each value represents the mean ± S.D. (n=5) Pharmacokinetic Reference Suspension A Suspension D parameters suspension (Test 1) (Test 2) AUCt (µg.h.mL-1) 2438.16 ± 291.34 1755.02 ± 228.90 1955.28 ± 142.80 AUCinf (µg.h.mL-1) 2465.97 ± 291.56 1766.93 ± 229.03 1984.10 ± 133.73 Cmax (µg.mL ) 191.25 ± 11.17 188.22 ± 24.78 160.50 ± 10.58 Tmax(h) 1.00 ± 0.106 1.06 ± 0.092 0.66 ± 0.102 T1/2 (h) 9.98 ± 1.26 5.49 ± 0.50 8.68 ± 1.05 AUCt/AUCinf (%) 98.86 ± 0.327 99.31 ± 0.141 97.75 ± 0.842 -1 100 Figure 2: Mean plasma concentration-time profiles of naproxen in wistar rats (n=5) after oral administration of naproxen sodium suspension: reference versus test 1 (A) and reference versus test 2 (D). 101 Table 4: The ratio of log-transformed values of Cmax and AUCt and the corresponding CI 90%. Naproxen sodium oral suspension 25 mg mL-1 Pharmacokinetic Test 1/Reference (%) Test 2/Reference (%) parameter (90% CI) (90% CI) 98.41 83.92 (85.63 – 111.19) (74.30 – 83.98) 71.98 80.19 (56.13 – 70.82) (66.22 – 92.93) Cmax (µg.mL-1) -1 AUCt (µg.h.mL ) 4. Discussion and Conclusions The bioanalytical method described above was simple and rapid for the determination of naproxen in rat plasma. A one-step protein precipitation provided a simple, rapid and economic procedure. Other methods described in the literature use sophisticated techniques for the quantification of naproxen in biological matrices, like LC-MS, fluorescence spectroscopy and capillary electrophoresis [19,21,22,29,31,32,33]. Despite the high sensitivity of these techniques, there is high cost as well as a lot of time spent with clean up and extraction of drug. This HPLC analysis method showed excellent precision, accuracy, stability, specificity and recovery. Therefore, this method was suitable and applied to monitor the concentration of naproxen in rat plasma. For comparing the bioavailability between formulations, three groups of five animals were used for each administered formulation of naproxen sodium oral suspension. The number of animals was suitable for this pharmacokinetic study [12]. The peak plasma concentration represents the maximum plasma drug concentration obtained after oral administration of drug. Cmax provides an indication that the drug is sufficiently systemically absorbed to provide the therapeutic response [3]. In the reference and test 1 formulations, Cmax was achieved within 1 h. This value is consistent with the values previously reported by other investigators [6,28]. For test 2 formulation, the Tmax was 0.66 h suggesting that a rapid absorption of naproxen is occurred. 102 The AUCt value of naproxen was more than 80% compared to the value of AUCinf (%AUCt / AUCinf ratio > 80%, 99.31% for test 1, 97.75% for test 2 and 98.86% for the reference suspension), indicating that the sampling time was sufficiently long to ensure an adequate description of the absorption phase. Since the 90% CI for AUCt and Cmax ratio for reference and test 1 formulation were not inside the 80-125% interval proposed by the US Food and Drug Administration Agency, it suggests that naproxen formulation elaborated by the compounding pharmacy A was not bioequivalent to the Flanax® formulation. Nevertheless, the test 2 and reference naproxen sodium oral suspension were bioequivalent in terms of the rate and extent of absorption in these conditions. When two formulations of the same drug are bioequivalent in rate and extent of absorption, it is assumed that they are therapeutically equivalent [8]. It is important to point out that there is no in vivo monitoring of these compounded medicines in Brazil. This pitfall can be solved by using this proven method for quantification of naproxen in rat plasma. 5. Acknowledgment This work was supported by Brazilian government research grants (CAPES and CNPq). 103 6. References [1] Aarbakke J, Gadeholt G, Høylandskjaer A. Pharmacokinetics of naproxen after oral administration of two tablet formulations in healthy volunteers. International Journal of Clinical Pharmacology, Therapy and Toxicology. 6 (1983) 281-283. [2] ANVISA: Fármacos manipulados têm sido consumidos cada vez mais. Available at http://www.anvisa.gov.br/divulga/artigos/farmacos.htm [3] Boynton, C.S., Dick, C.F., Mayor, G.H. NSAID: An overview. Journal of Clinical Pharmacology. 28 (1988) 512-517. [4] Brogden RN, Heel RC, Speight TM, Avery GS. Naproxen up to date: a review of its pharmacological properties and therapeutic efficacy and use in rheumatic diseases and pain states. Drugs. 18 (1979) 241-277. [5] Cakrt, M., Hercegova, A., Losko Polonsky, J., Sadecka, J., Skacani, I. Isotachophoretic determination of naproxen in the presence of its metabolite in human serum. Journal of Chromatography A. 916 (2001) 207-214. [6] Carrasco-Portugal Mdel C, Herrera JE, Reyes-García G, Medina-Santillán R, Flores-Murrieta FJ. Comparative bioavailability of two oral suspensions of naproxen sodium. Arzneimittelforschung. 8 (2006) 589-592. [7] Center of Drug Evaluation and Research (FDA), Guidance for Industry: Bioanalytical Method Validation, available at http://www.fda.gov/cder/guidance/4252fnl.pdf, 2001. [8] Center of Drug Evaluation and Research (FDA), Guidance for Industry: Bioequivalence Guidance, available at http://www.fda.gov/downloads/AnimalVeterinary/Guidance ComplianceEnforcement/GuidanceforIndustry/ucm052363.pdf., 2006. 104 [9] Costi, E.M., Goryacheva, I., Sicilia M.D., Rubio, S., Perez-Bendito, D. Supramolecular solid-phase extraction of ibuprofen and naproxen from sewage based on the formation of mixed supramolecular aggregates prior to their liquid chromatographic/photometric determination. Journal of Chromatography A. 1 (2008) 1-7. [10] Dalia A. Attia. In vitro and in vivo evaluation of transdermal absorption of naproxen sodium. Australian Journal of Basic and Applied Sciences. 3 (2009) 2154-2165. [11] Davies NM, Anderson KE. Clinical pharmacokinetics of naproxen. Clinical Pharmacokinetics. 4 (1997) 268-293. [12] Francois-Xavier Mathy, Veronique Preat, Roger K. Verbeeck. Validation of subcutaneous microdialysis sampling for pharmacokinetic studies of flurbiprofen in the rat. Journal of Pharmaceutical Sciences. 11 (2001) 1897-1906. [13] Hartmann, C., Smeyers-Verbeke, J., Massart, D.L., McDowall, R.D. Validation of bioanalytical chromatographic methods. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis. v. 17 (1998), 193-218. [14] Hearan Suh; H. W. Jun; G. W. Lu. Fluorometric high performance liquid chromatography for quantitation of naproxen in serum. Journal of Liquid Chromatography & Related Technologies. 15 (1995) 3105-3115. [15] Henry Farrar, Lynda Letzig, Michael Gill. Validation of a liquid chromatographic method for the determination of ibuprofen in human plasma. Journal of Chromatography B. 780 (2002) 341-348. [16] Jeffrey K. Aronson. Meyler's Side Effects of Drugs: The International Encyclopedia of Adverse Drug Reactions and Interactions. (2006) 2426-2429. [17] Marta L. C., Stefania T., Maria G. S., Paola A., Luigia F., Gabriele M., Patrizia G., Paola P. Human pharmacology of naproxen sodium. The Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics. 2 (2007) 453-460. 105 [18] Martin, M.J., Pablos, F., Gonzales, A.G. Simultaneous determination of caffeine and non-steroidal anti-inflammatory drugs in pharmaceutical formulations and blood plasma by reversed-phase HPLC from linear gradient elution. Talanta. 49, (1999) 453-459. [19] Mikami, E.T., Goto, Ohno, T., Matsumoto, M., Nishida, M. Simultaneous analysis of naproxen, nabumetone and its major metabolite 6-methoxy-2-naphtylacetic acid in pharmaceuticals and human urine by high-performance liquid chromatography. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis. 23 (2000) 917-525. [20] Monica Valentovic. xPharm: The Comprehensive Pharmacology Reference. (2008) 1-6. [21] Monser, L., Darghouth, F., Simultaneous determination of naproxen and related compounds by HPLC using porous graphitic carbon column. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis. 4-5 (2003) 1087-1092. [22] Murillo Pilgrim, A., Garcia Borneo, L.F.G. First derivative non-linear variable-angle synchronous fluorescence spectroscopy for the simultaneous determination of salicylamide, salisilate and naproxen in serum and urine. Analytica Chimica Acta. 373 (1998) 119-129. [23] Nattee Sirisuth, Natalie D. Eddington. Systematic method for the development and validation of an IVIVC metoprolol and naproxen drug examples. International Journal of Generic Drugs. IVIVC Series Part III (2001) 250-258. [24] Paino,I.M.M., Ximenes, V.F., Fonseca, L.M., Kanegae, M.P.P., Khalil N.M., Brunetti, I.L. Effect of therapeutic plasma concentrations of non-steroidal anti-inflammatory drugs on the production of reactive oxygen species by activated rat neutrophils. Brazilian Journal of Medical and Biological Research. n 38 (2005) 543-551. [25] Pai, Y.F., Liu, C.Y. Capillary electrochromatographic separation of non-steroidal anti-inflammatory drugs with a histidine bonded phase. Journal of Chromatography A. 2 (2002) 293-301. [26] Redação Anfarmag, 04/03/2008, available at http://www.anfarmag.org.br/integra.php?codigo=970 106 [27] Runkel R, Chaplin M, Boost G, Segre E, Forchielli E. Absorption, distribution, metabolism, and excretion of naproxen in various laboratory animals and human subjects. Journal of Pharmaceutical Sciences 5 (1972) 703-708. [28] Sevelius H, Runkel R, Segre E, Bloomfield SS. Bioavailability of naproxen sodium and its relationship to clinical analgesic effects. British Journal of Clinical Pharmacology. 6 (1980) 259-263. [29] Sultana, N., Arayne, M.S., Iftikhar, B. Simultaneous determination of atenolol, rosuvastatin, spironolactone, glibenclamide and naproxen sodium in pharmaceutical formulations and human plasma by RP-HPLC. Journal of the Chinese Chemical Society. 5 (2008) 1022-1029. [30] Todd, P., Clissold, A. S. P., Naproxen: a reappraisal of its pharmacology, and therapeutic use in rheumatic diseases and pain states. Drugs. 40 (1990) 91-137. [31] Vermeulen, B., Remon, J. P. Validation of a high-performance liquid chromatographic method for the determination of ibuprofen enantiomers in plasma of broiler chickens. Journal of Chromatography B: Biomedical Sciences and Applications. 2 (2000) 243-251. [32] Xiong, X.Y., Zhang, Q.Z., Xiong, F.M., Tang, Y.H. Determination of three nonsteroidal anti-inflammatory drugs in human plasma by LC coupled with chemiluminescence detection. Chromatographia. 11-12 (2008) 929-934. [33] Yi-Hsin Hsu, Yi-Bo Liou, Jen-Ai Lee, Chau-Yang Chen, An-Bang Wu. Assay of naproxen by high-performance liquid chromatography and identification of its photoproducts by LC-ESI MS. Biomedical Chromatography. 20 (2006) 787-793. [34] Zakeri-Milani, P., Barzegar-Jalali, M., Tajerzadeh, H., Azarmi, Y., Valizadeh, H. Simultaneous determination of naproxen, ketoprofen and phenol red in samples from rat intestinal permeability studies: HPLC method development and validation. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis. 3-4 (2005) 624-630. 107 7 – CONCLUSÃO 108 7 CONCLUSÃO Os resultados obtidos no presente estudo permitiram as seguintes considerações: • O método utilizado para o doseamento de suspensões de naproxeno sódico por CLAE mostrou especificidade, linearidade, precisão e exatidão; • Das sete suspensões analisadas, observou-se que duas não se apresentaram de forma homogênea e três tiveram os valores de pH fora das especificações farmacopéicas; • Quanto ao teor, quatro suspensões se apresentaram fora das especificações da Farmacopéia Americana; • A suspensão referência (Flanax®) e duas suspensões obtidas de farmácias de manipulação apresentaram resultados satisfatórios em todos os testes de controle de qualidade físico-químico a que foram submetidas, sendo, portanto, selecionadas para a segunda etapa do estudo: o ensaio in vivo; • O método bioanalítico para a determinação de naproxeno em plasma de ratos foi validado, apresentando especificidade, linearidade, precisão, exatidão, adequada recuperação e estabilidade. • Quando comparado os valores de ASCt e ASCinf nos perfis de concentração plasmática em função do tempo das suspensões, obteve-se um valor acima de 80%, o que indicou um tempo de coleta de plasma suficiente para descrever a taxa de absorção de cada produto; • O índice de confiança de 90% para as razões de Cmax e ASCt esteve dentro do intervalo de 80 – 125% proposto pelo FDA para apenas uma suspensão. Esta, obtida da farmácia de manipulação D, foi considerada bioequivalente para a taxa de absorção nas condições propostas por este estudo. 109 8 - REFERÊNCIAS 110 AARBAKKE, J., GADEHOLT, G., HØYLANDSKJAER, A. Pharmacokinetics of naproxen after oral administration of two tablet formulations in healthy volunteers. International Journal of Clinical Pharmacology, Therapy and Toxicology, 1983. v. 21, n. 6, p. 281-283. ADAMOVICS, J. A. Chromatographic analysis of pharmaceuticals. 2th ed. New York – USA: Marcel Dekker Inc., 1997. AHRER, W., SCHERWENK, E., BUCHBERGER, W. Determination of drug residues in water by the combination of liquid chromatography or capillary electrophoresis with electrospray mass spectrometry. Journal of Chromatography A, 2000. v. 910, p. 69-78. AHSANUL H., JAMES T. S. Direct injection hplc analysis of some non-steroidal anti-inflammatory drugs on restricted access media columns. Biomedical Chromatography, 1998. v. 13, n. 1, p. 51-56. AIACHE, J.M.; ROCA, R.; BASTIDE, J.; BASTIDE, M.; KANTELIP, J.P. Biopharmaceutical study of new oral dosage forms of indomethacin. J Pharm Belg.1983; v. 38, n. 1, p. 5-21. ALLEN, L.J. Quality-Control Analytical Methods: Principles of pH. International Journal of Pharmaceutical Compounding. 2003; v. 7, n. 3, p. 225. Disponível em: <http://www.ijpc.com/Products/ProductAddToCart.cfm?PID=1486> Acesso em 25 set. 2008. AMIDON, G.L.; LENNERNAS, H.; SHAH, V.P.; CRISON, J.R. A Theorical basis for a pharmaceutical drug classification: the correlation in vitro drug product dissolution and in vivo bioavailability. Pharmaceutical Research, 1995; v. 12,n. 3, p. 413-420. 111 AMOS, B., MARPLE, SMITHERS, J., MATIN, S.B.. Quantitative determination of naproxen in formulated rat feed by gas chromatography-mass spectrometry and gas chromatography-flame-ionization detection. Journal of Chromatography A,1981. v. 206, n. 1, p. 151-157. ARANCIBIA, A. Calidad biofarmacéutica: estudios “in vitro” e “in vivo”. Acta Farm. Bonarense, 1991; v. 10, n. 2, p. 123-133. ARANCIBIA, J.A., ESCANDAR, G.M. Determination of naproxen in pharmaceutical preparations by room-temperature phosphorescence. A comparative study of several organized media. Analyst, 2001. v. 126, n. 6, p. 917-922. ARESTA, A., PALMISANO, F., ZAMBONIN, C.G. Determination of naproxen in human urine by solid-phase microextraction coupled to liquid chromatography. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, 2005. v. 39, n. 3-4, p. 643-647. ATTIA, D.A.. In vitro and in vivo evaluation of transdermal absorption of naproxen sodium. Australian Journal of Basic and Applied Sciences, 2009. v. 3, n. 3, p. 2154-2165. AULTON, M.E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. BENEVENTO, M., LANNA, P.R.M.M. Naproxen sodium 550mg in the treatment of non articular acute inflammatory conditions - (trauma and musculoskeletal affections). Revista Brasileira de Medicina, 1990. v. 47, n. 9, p. 435-439. BIONPALLY, R. R., RAMBHAU, D., RAO, V.S.. Pharmacokinetics of single-dose administration of naproxen at 10:00 and 22:00 Hours. Chronobiology International, 1993. v. 10, n. 2, p. 137-142. 112 BLAGBROUGH, I.S., DAYKIN, M.M., DOHERTY, M., PATTRICK, M., SHAW, P.N. High-performance liquid-chromatographic determination of naproxen, ibuprofen and diclofenac in plasma and synovial-fluid in man. Journal of Chromatography-Biomedical Applications, 1992. v. 578, n. 2, p. 251-257. BOYNTON, C.S., DICK, C.F., MAYOR, G.H. NSAID: An overview. Journal of Clinical Pharmacology. 1988, v. 28, p. 512-517. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): Fármacos manipulados têm sido consumidos cada vez mais. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/artigos/farmacos.htm>. Acesso em: 03 fev. 2010. BRASIL. Resolução RE N.º 899, de 29 de maio de 2003. Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/search.php> Acesso em: 27 out. 2009. BRASIL. Resolução RDC nº 33, de 19 de abril de 2000. Regulamento técnico sobre boas práticas de manipulação de medicamentos. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/search.php> Acesso em 03 fev. 2010. BRASIL. Resolução RDC nº 354, de 18 de dezembro de 2003. Permite a manipulação de produtos farmacêuticos, em todas as formas farmacêuticas de uso interno, que contenham substâncias de baixo índice terapêutico, aos estabelecimentos farmacêuticos que cumprirem as condições especificadas. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php> Acesso em 03 fev. 2010. 113 BRASIL. Resolução RDC n° 214, de 12 de dezembro de 2006. Dispõe sobre boas práticas de manipulação de medicamentos para uso humano em farmácias. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php> Acesso em 03 fev. 2010. BRASIL. Resolução RDC n° 67, de 08 de outubro de 20 07. Dispõe sobre boas práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/search.php> Acesso em 03 fev. 2010. BRASIL. Resolução RDC nº 87, de 21 de novembro de 2008. Altera o regulamento técnico sobre boas práticas de manipulação em farmácias. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php> Acesso em 03 fev. 2010. BRASIL. Resolução RDC nº 16, de 02 de março de 2007. Regulamento técnico para medicamentos genéricos. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php> Acesso em 03 fev. 2010. BRASIL. Resolução RE nº 310, de 01 de setembro de 2004. Guia para realização do estudo e elaboração do relatório de equivalência farmacêutica e perfil de dissolução. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=15466> Acesso em 03 fev. 2010. BROGDEN, R.N., HEEL, R.C., SPEIGHT, T.M., AVERY, G.S. Naproxen up to date: a review of its pharmacological properties and therapeutic efficacy and use in rheumatic diseases and pain states. Drugs, 1979. v. 18, p. 241-277. 114 BROQUAIRE, M.; ROVEI, V.; BRAITHWAITE, R. Quantitative determination of naproxen in plasma by a simple high-performance liquid chromatographic method. Journal of Chromatography, 1981; v. 224 n. 1. p. 43-49. CARRASCO-PORTUGAL, M.D.E.L.C., HERRERA ,J.E., REYES-GARCÍA, G., MEDINA-SANTILLÁN, R., FLORES-MURRIETA, F.J. Comparative bioavailability of two oral suspensions of naproxen sodium. Arzneimittelforschung, 2006. v. 56, n. 8, p. 589-592. CARRETERO, A.S., CRUCES-BLANCO, C., GARCIA, M.I.R., DIAZ, B.C., GUTIERREZ, A.F. Simple and rapid determination of the drug naproxen in pharmaceutical preparations by heavy atom-induced room temperature phosphorescence. Talanta, 1999. v. 50, n. 2, p. 401-407. CAKRT, M., HERCEGOVA, A., LOSKO POLONSKY, J., SADECKA, J., SKACANI, I. Isotachophoretic determination of naproxen in the presence of its metabolite in human serum. Journal of Chromatography A, 2001. v. 916, p. 207-214. CAUSON, R. Validation of chromatographic methods: viewpoint and discussion. Journal of Chromatography B, 1997; v. 689, n. 1, p. 175-180. CENTER OF DRUG EVALUATION AND RESEARCH (FDA), Guidance for Industry: Bioanalytical Method Validation, disponível em: <http://www.fda.gov/cder/guidance/4252fnl.pdf>, 2001. Acesso em: 27 jan. 2010. CENTER OF DRUG EVALUATION AND RESEARCH (FDA), Guidance for Industry: Bioequivalence Guidance, disponível em: <http://www.fda.gov/downloads/AnimalVeterinary/Guidance ComplianceEnforcement/GuidanceforIndustry/ucm052363.pdf>., 2006. Acesso em: 27 jan. 2010. 115 CIOLA, R. Fundamentos da cromatografia a líquido de alto desempenho. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda, 1998. CLARIA, J., KENT, J.D., LOPEZ-PARRA, M., ESCOLAR, G., RUIZ-DEL-ARBOL, L., GINES, P., JIMENEZ, W., VUCELIC, B., ARROYO, V. Effects of celecoxib and naproxen on renal function in nonazotemic patients with cirrhosis and ascites. Hepatology, 2005. v. 41, n. 3, p. 579-587. COLI, A., LARI, S., PERIN, S., LARI, F. Efficacy of sodium naproxen in the prevention of postoperative pain - preliminary-report. Anesthesia and Analgesia, 1993. v. 76, n. 2, p. S55-S55. COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P.S. Fundamentos de cromatografia. Campinas: Editora da Unicamp, 2006. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO RIO GRANDE DO SUL. Comparativo entre RDC 33 e RDC 214. Disponível em: <http://www.crfrs.org.br/docs/comprdc33.doc> Acesso em 10 fev. 2009. COSTI, E.M., GORYACHEVA, I., SICILIA M.D., RUBIO, S., PEREZ-BENDITO, D. Supramolecular solid-phase extraction of ibuprofen and naproxen from sewage based on the formation of mixed supramolecular aggregates prior to their liquid chromatographic/photometric determination. Journal of Chromatography A, 2008. v. 1210, n. 1, p. 1-7. CSAPO, A.I., HENZL, M.R. Work in progress: The mechanism of naproxen action in parturient rats. Prostaglandins, 1977. v. 14, n. 4, p. 799-802. DAVIES, N.M., ANDERSON, K.E. Clinical pharmacokinetics of naproxen. Clinical Pharmacokinetics, 1997. v. 32, n. 4, p. 268-293. 116 DESAGER, J.P.; VANDERBIST, M.; HARVENGT, C. Naproxen plasma levels in volunteers after single dose administration by oral and rectal routes. Journal of Clinical Pharmacology, 1976; v. 16, n. 4, p. 189-193. DERRY, C., DERRY, S., MOORE, R.A., MCQUAY, H.J. Single dose oral naproxen and naproxen sodium for acute postoperative pain in adults. Cochrane Database of Systematic Reviews, 2009. n.1. DINC, E., OZDEMIR, A., AKSOY, H., USTUNDAG, O., BALEANU, D. Chemometric determination of naproxen sodium and pseudoephedrine hydrochloride in tablets by HPLC. Chemical & Pharmaceutical Bulletin, 2006. v. 54, n. 4, p. 415-421. EMEA – EUROPEAN AGENCY FOR THE EVALUATION OF MEDICINAL PRODUCTS. Note for guidance on the investigation of bioavailability and bioequivalence. London, EMEA 2001. Disponível em: <http://www.emea.europa.eu/pdfs/human/qwp/140198en.pdf> Acesso em 12 jan. 2009. ESCUDER-GILABERT, L., MARTIN-BIOSCA, Y., SAGRADO, S., VILLANUEVA-CAMANAS, R.M., MEDINA-HERNANDEZ, M.J. Quality control of pharmaceuticals containing non-steroidal anti-inflammatory drugs by micellar liquid chromatography. Chromatographia, 2002. v. 55, n. 5-6, p. 283-288. FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 4 ed. São Paulo, Andrei, 1988. FARRAR, H., LETZIG, L., GILL, M.. Validation of a liquid chromatographic method for the determination of ibuprofen in human plasma. Journal of Chromatography B, 2002. v. 780, p. 341-348. 117 FDA - FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. Compliance program guidance manual - in vivo bioequivalence. Disponível em: <http://www.fda.gov/ora/compliance_ref/bimo/7348_001/default.htm> Acesso em 14 fev. 2009. FERRAZ, H.G. Avaliação biofarmacêutica in vitro e in vivo (bioequivalência) de comprimidos de ampicilina 500 mg comercializados no Brasil. São Paulo, 1997. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas – Universidade de São Paulo. FERREIRA, A. Guia prático de farmácia magistral. 2. ed. Juiz de Fora: Pharmabooks, 2000. FRANCOIS-XAVIER, M., PREAT, V., VERBEECK, R.K.. Validation of subcutaneous microdialysis sampling for pharmacokinetic studies of flurbiprofen in the rat. Journal of Pharmaceutical Sciences, 2001. v. 90, n. 11, p. 1897-1906. GIL, E.S.; ORLANDO, R. M; SERRANO, S.H.P. Controle físico-químico de qualidade de medicamentos. Campo Grande: Editora Uniderp, 2005. GILAR, M.; BOUVIER, E.S.P.; COMPTON, B.J.; Advances in sample preparation in electromigration chromatographic and mass spectrometric separation methods. Journal of Chromatography A, 2001. v. 909, p 111-135. GOODMAN, L.S.; GILMAN, A. As bases farmacológicas da terapêutica. 11 ed. Rio de Janeiro: Macgraw Hill Companies, 2007. GOSTZSCHE, PC., MARINELLI, K., GYLDING-SABROE, J.P., LARSEN, N.E., SOSRENSEN, K.. Bioavailability of naproxen tablets and suppositories in steady state. Scandinavian Journal of Rheumatology, 1983. v. 12, n. 50, p. 3-9. 118 GRAHAM, D.Y., MALATY, H.M. Alendronate and naproxen are synergistic for development of gastric ulcers. Archives of Internal Medicine, 2001. v. 161, n. 1, p. 107-110. HALLESY, D.W., SHOTT, L.D. HILL, R. Comparative toxicology of naproxen. Scandinavian Journal of Rheumatology, 1973. v. 2, n. 2, p. 20-28. , HARTMANN, C., SMEYERS-VERBEKE, J., MASSART, D.L., MCDOWALL, R.D. Validation of bioanalytical chromatographic methods. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, 1998. v. 17, p. 193-218. HORVITZ, R.A. More on bioavailability and generics. Drug Theraphy, 1975; v. 5, n. 9, p. 125-130. HSU, Y.H., LIOU, Y.B., LEE, J.A., CHEN, C.Y., WU, A.B.. Assay of naproxen by high-performance liquid chromatography and identification of its photoproducts by LC-ESI MS. Biomedical Chromatography, 2006. n. 20, p. 787-793. INTERNATIONAL STANDARD ORGANIZATION (ISO). General requirements for the competence of testing and calibration laboratories. ISO/IEC 17025, 1999. JACOB, L.S., Farmacologia. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. JEFFREY, K. A. Meyler’s Side Effect of Drugs: The international encyclopedia of adverse drug reactions and interactions, 2006. Elsevier Science, 15 ed., p. 2426-2429. 119 KANO, E.K. Avaliação biofarmacêutica de formulações contendo cefadroxil: estudo in vivo e in vitro (bioequivalência). São Paulo, 2002. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas – Universidade de São Paulo. KARIDAS, T., AVGERINOS, A., MALAMATARIS, S. Extractionless hplc method for the determination of naproxen in human plasma and urine. Analytical Letters, 1993. v. 26, n. 11, p. 2341-2348. KATZUNG, B.G., Farmacologia básica e clínica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. KHAN, I.U., AMAN, T., ASHRAF, A., KAZI, A.A. Spectrophotometric determination of naproxen in pure and pharmaceutical preparations. Analytical Letters, 1999. v. 32, n. 10, p. 2035-2050. KLINK, F. - New sample preparation approaches to biological matrices for LC/MS. LC GC, 2000; v. 17, n. 12, p. 1084-1093 KOROLKOVAS, A. Dicionário terapêutico guanabara 2007/2008. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. LANÇAS, F. M. Validação de métodos cromatográficos de análise. São Carlos: Editora RiMa, 2004. LEAL, L.B.; SILVA, M. de C.T.; DE SANTANA, D.P. Preço x qualidade e segurança de medicamentos em farmácias magistrais. Infarma, 2007; v.19,n. 1/ 2, p. 28-31. LEAL, L.B. Estudo de fármacos e medicamentos manipulados em farmácias magistrais utilizados no tratamento de doenças reumatológicas. Recife, 2007. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas – Universidade Federal de Pernambuco. 120 LEITE, F. Validação em análise química. 5 ed. Campinas: Editora Átomo, 2008. LU, Y., WU, K., LIANG, N., CHEN, G.G. LC Method for quantification of ent-11α-Hydroxy-15-oxo-kaur-16-en-19-oic acid in rabbit plasma: validation and application to a pharmacokinetic study. Chromatographia, 2009. v. 70, n. 11-12, p. 1599-1603. LUNN, G.. HPLC Methods for recently approved pharmaceuticals. Wiley Interscience. New Jersey, 2005. MAHESHWARI, R.K., WANARE, G., CHAHAR, N., JOSHI, P, NAYAK, N. Quantitative estimation of naproxen in tablets using ibuprofen sodium as hydrotropic agent. Indian Journal of Pharmaceutical Sciences, 2009. v. 71, n. 3, p. 335-337. MANRIQUE-MORENO, M., SUWALSKY, M, VILLENA, F., GARIDEL, P. Effects of the nonsteroidal anti-inflammatory drug naproxen on human erythrocytes and on cell membrane molecular models. Biophysical Chemistry, In Press, Accepted Manuscript, Available online 4 January 2010. MARTA, L. C., STEFANIA, T., MARIA, G. S., PAOLA, A., LUIGIA, F., GABRIELE, M., PATRIZIA, G., PAOLA, P. Human pharmacology of naproxen sodium. The Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, 2007. v. 322, n. 2, p. 453-460. MARTIN, M.J., PABLOS, F., GONZALES, A.G. Simultaneous determination of caffeine and non-steroidal anti-inflammatory drugs in pharmaceutical formulations and blood plasma by reversed-phase HPLC from linear gradient elution. Talanta, 1999. v. 49, p. 453-459. 121 MARZO, A. Open questions on bioequivalence: some problems and some solutions. Pharmaceutical Research, 1999; v. 40 n. 4, p. 357-368. MARZO, A., RIPAMONTI, M., BENATTI, P., MARZO, P., WOOL, C., CERUTTI, R., REINER, V. Absorption and distribution of naproxen in rats orally treated with naproxen betainate sodium salt monohydrate - Comparison with naproxen. Arzneimittel-Forschung/Drug Research, 1997. v. 47, n. 4, p. 381-384. MARZO, A., MONTI, N., RIPAMONTI, M., MARZO, P., WOOL, C., CERUTTI, R., MAGGI, G.C. Comparative bioavailability study on naproxen betainate sodium salt monohydrate and naproxen sodium salt in healthy volunteers. Arzneimittel-Forschung/Drug Research, 1997. v. 47, n. 4, p. 385-389. MATEUS, F.H. Influência de solventes na disposição cinética e no metabolismo enantiosseletivo do verapamil em ratos. Ribeirão Preto, 2007. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas - Universidade de São Paulo. MEDINA, L., GARCIA, L., MEDINA, J., DIAZ-OLIVEROS, J., JUNG, H. Implementation of a system for evaluating and ensuring quality of bioequivalence studies. Proceedings of Western Pharmacology Society, 1998. v. 41, p. 175-177. MIKAMI, E.T., GOTO, OHNO, T., MATSUMOTO, M., NISHIDA, M. Simultaneous analysis of naproxen, nabumetone and its major metabolite 6-methoxy-2-naphtylacetic acid in pharmaceuticals and human urine by high-performance liquid chromatography. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, 2000. v. 23, p. 917-525. MINER, P.B., PLACHETKA, J.R., ORLEMANS, E., FORT, J.G., SOSTEK, M.B.. T1972 Pharmacokinetics of naproxen and esomeprazole in PN400, a single-tablet, multilayer formulation of enteric-coated naproxen coupled with immediate-release esomeprazole. Gastroenterology, 2009. v. 136, n. 5, p. A-612. 122 MONSER, L., DARGHOUTH, F., Simultaneous determination of naproxen and related compounds by HPLC using porous graphitic carbon column. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, 2003. v. 32, n. 4-5, p. 1087-1092. MORRINSON, R.T.; BOYD, R.N. Química orgânica. 9 ed. Lisboa: Fundação Cloustre Gulbenkian, 1990. MOYER, S. Pharmacokinetics of naproxen sodium. Cephalalgia, 1986. v. 6, p. 77-80. NASCIMENTO, T. G. desenvolvimento e validação de métodos bioanalíticos para quantificação simultânea de fármacos em plasma humano. João Pessoa, 2004. Tese de Doutorado. Universidade Federal da Paraíba. PAI, Y.F., LIU, C.Y. Capillary electrochromatographic separation of non-steroidal anti-inflammatory drugs with a histidine bonded phase. Journal of Chromatography A, 2002. v. 982, n. 2, p. 293-301. PAINO, I.M.M., XIMENES, V.F., FONSECA, L.M., KANEGAE, M.P.P., KHALIL, N.M., BRUNETTI, I.L. Effect of therapeutic plasma concentrations of non-steroidal anti-inflammatory drugs on the production of reactive oxygen species by activated rat neutrophils. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, 2005. n. 38, p. 543-551. PALMA-AGUIRRE, J.A., VILLALPANDO-HERNÁNDEZ, J., GERMÁN NOVOA-HECKEL, G., OLIVA, I., CARIÑO, L., LÓPEZ-BOJÓRQUEZ, E., BURKE-FRAGA, V., NAMUR, S., GONZÁLEZ-DE LA PARRA, M. Bioavailability of two oral-tablet and two oral-suspension formulations of naproxen sodium/paracetamol (acetaminophen): single-dose, randomized, open-label, two-period crossover comparisons in healthy mexican adult subjects. Clinical Therapeutics, 2009. v. 31, n. 2, p.399-410. 123 PANCHAGNULA, R; THOMAS, N.S. Biopharmaceutics and pharmacokinetcs in drug research. International Journal of Pharmaceutics, 2000; v. 201, p. 131-150. PATIL, P.R.; PRAVEEN, S.; SHOBHA RANI, H.; PARADKAR, A.R. Bioavailability assessment of ketoprofen incorporated in gelled self-emulsifying formulation: a technical note. AAPS PharmSciTech, 2005. v. 6, n. 1, p. E9-E13. PILGRIM, M., GARCIA BORNEO, L.F.G. First derivative non-linear variable-angle synchronous fluorescence spectroscopy for the simultaneous determination of salicylamide, salisilate and naproxen in serum and urine. Analytica Chimica Acta, 1998. v. 373, p. 119-129. PEREZ-RUIZ, T., MARTINEZ-LOZANO, C., TOMAS, V., CARPENA, J. Selective determination of naproxen in the presence of nonsteroidal anti-inflammatory drugs in serum and urine samples using room temperature liquid phosphorimetry. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, 1998. v. 17, n. 4-5, p. 719-724 PEREZ-RUIZ, T., MARTINEZ-LOZANO, C., TOMAS, V., CARPENA, J. Sensitive synchronous spectrofluorimetric methods for the determination of naproxen and diflunisal in serum. Fresenius Journal of Analytical Chemistry, 1998. v. 361, n. 5, p. 492-495. . POWELL, A.M., CHAN, W.Y. Differential effects of ibuprofen and naproxen sodium on menstrual prostaglandin release and on prostaglandin production in the rat uterine homogenate. Prostaglandins, Leukotrienes and Medicine, 1984. v. 13, n. 2, p. 129-137. PSILLAKIS, E.; KALOGERAKIS, N.; Hollow-fibre liquid-phase microextraction of phthalate esters from water. Journal of Chromatography A, 2003; v. 999, p.145-153. 124 PSILLAKIS, E.; KALOGERAKIS, N.; Developments in liquid-phase microextraction. Trends Analytical Chemistry, 2003; v. 22, p. 565-674. PULKKINEN, M.O., HENZL, M.R., CSAPO, A.I.. The effect of naproxen-sodium on the prostaglandin concentrations of the menstrual blood and uterine “jet-washings” in dysmenorrehic women. Prostaglandins, 1978. v. 15, n. 3,p. 543-550. QUEIROZ, S. C. N.; COLLINS, C. H.; JARDIM, I. C. S. F. Métodos de extração e/ou concentração de compostos encontrados em fluidos biológicos para posterior determinação cromatográfica. Química Nova, 2001; v. 24, n. 1, 68-76. QUINTANEIRO, T. O mercado farmacêutico brasileiro e o esforço de guerra norte-americano. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: <www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/325.pdf> Acesso em 23 jul. 2008. RANG, H.P., RITTER J. M., DALE, M. M. et al. Farmacologia. 5 ed. São Paulo: Editora Elsevier, 2004. RASMUSSEN, K.E.; PEDERSEN-BJERGGARD, S.; Development in hollow fibre-based, liquid-phase microextraction. . Trends Analytical Chemistry, 2004; v. 23, p. 1-10. REDAÇÃO ANFARMAG, 04/03/2008. Disponível em: <http://www.anfarmag.org.br/integra.php?codigo=970>. Acesso em: 14 jan. 2010. RIBANI, M.; BOTTOLI, C. B. G.; COLLINS, C. H.; JARDIM, I. C. S. F.; MELO, L. F. C. Validação em métodos cromatográficos e eletroforéticos. Química Nova, 2004; v. 27, n. 5, 771-780. 125 ROGERS, L.A., CREWS, K.E., LONG, S.G., PATTERSON, K.M., MCCUNE, J,E. Evaluation of chromatographic methods for drug products containing polar and non-polar molecules using reversed phase, hydrophilic interaction, and ion exchange chromatography. Journal of Liquid Chromatography & Related Technologies, 2009. v. 32, n. 15, p. 2246-2264. RUNKEL, R.; CHAPLIN, M.; BOOST, G; SEGRE, E.; FORCHIELLI, E. Absorption, distribuition, metabolism and excretion of naproxen in various laboratory animals and human subjects. Journal of Pharmaceutical Sciences, 1972; v. 61, n. 5, p. 703-708. SADECKA, J., CAKRT, M., HERCEGOVA, A., LOSKO POLONSKY, J., SKACANI, I. Determination of ibuprofen and naproxen in tablets. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, 2001. v. 25, p. 881-891. SARGENT J.D., PETERS K, GOLDSTEIN J, D.S., SOLBACH P. Naproxen sodium for muscle-contraction headache treatment. Headache, 1988. v. 28, n. 3, p. 180-182. SATTERWHITE, J.H., BOUDINOT, F.D.. High-performance liquid chromatographic determination of ketoprofen and naproxen in rat plasma. Journal of Chromatography B: Biomedical Sciences and Applications, 1988. v. 431, p. 444-449. SBCC - Sociedade Brasileira de Controle de Contaminações. Normalização das farmácias de manipulação. Disponível em: <www.sbcc.com.br/revistas_pdfs/ed%2017/17RDC33_NormalizacaoDasFarmacas.p df> Acesso em 05 fev. 2009. SCHIFF, M., MINIC, M. Comparison of the analgesic efficacy and safety of nonprescription doses of naproxen sodium and ibuprofen in the treatment of osteoarthritis of the knee. Journal of Rheumatology, 2004. v. 31, n. 7, p. 1373-1383. 126 SENER, E., TUNCEL, M., ABOUL-ENEIN, H.Y. Rapid determination of naproxen sodium in pharmaceutical formulations by flow injection analysis (FIA) using UV-detection. Journal of Liquid Chromatography & Related Technologies, 2003. v. 26, n. 3, p. 401-408. SERRA, C.H.R. Avaliação biofarmacotécnica de comprimidos contendo cefalexina: cinética de dissolução e bioequivalência. São Paulo, 1998. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas – Universidade de São Paulo. SEVELIUS, H., RUNKEL, R., SEGRE, E., BLOOMFIELD, S.S. Bioavailability of naproxen sodium and its relationship to clinical analgesic effects. British Journal of Clinical Pharmacology, 1980. v. 10, n. 6, p. 259-263. SEGRE, E.J. Naproxen sodium (anaprox) pharmacology, pharmacokinetics and drug-interactions. Journal of Reproductive Medicine, 1980. v. 25, n. 4, p. 222-225. SETIAWATI, E., DENIATI, S.H., YUNAIDI, D.A., HANDAYANI, L.R., HARINANTO, G., SANTOSO, I.D., PURNOMO SARI, A., RIMAINAR, A. Bioequivalence study with two naproxen sodium tablet formulations in healthy subjects. Journal of Bioequivalence & Bioavailability, 2009. v. 1, p. 28-33. SHARGEL, L.;YU, A.B.C. Applied biopharmaceutics and pharmacokinetics, 4th ed., Connecticut: Appleton & Lange, 1999. SHEN J. ; JIAO Z. ; LI Z. D. ; SHI X. J. ; ZHONG M. K. ; HPLC determination of telmisartan in human plasma and its application to a pharmacokinetic study. Pharmazie. 2005; v. 60, n 6, p. 418-420. SILBERSTEIN, S.D., HUTCHINSON, S.L. Diagnosis and treatment of the menstrual migraine patient. Headache, 2008. v. 48, p. S115-S123. 127 SIRISUTH, N., EDDINGTON, N.D. Systematic method for the development and validation of an IVIVC metoprolol and naproxen drug examples. International Journal of Generic Drugs. IVIVC Series Part III, 2001. p. 250-258. SIVIERO, J.G. Naproxen sodium suspension avaliation in the treatment of traumatisms and musculoskeletal disorders in children. Radiochimica Acta, 1985. v. 38, n. 2, p. 286-290. SKOOG, D.A. Princípios de análise instrumental. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. SLATTERY, J.T.; LEVY, G. Determination of naproxen and its desmethyl metabolite in human plasma or serum by high performance liquid chromatography. Clinical Biochemistry, 1979; v. 12 n. 3, p. 100-103. SMITH, M.C. The pharmacist and generic drugs – a study of ampicillin. Journal of American Pharmaceutical Association, 1972; v. 12, n. 10, p. 511-515. SNYDER, L.R.; KIRKLAND, J.J.; GLAJCH, J.L..; Practical HPLC method development. 2th ed. New York: John Wiley & Sons.1997. SOUZA, C.E.M. Desenvolvimento e validação de métodos bioanalíticos para determinação de hidroclorotiazida e cimetidina em plasma humano e aplicação em estudo de farmacocinética comparada. Universidade Federal de Pernambuco. Dissertação de mestrado. Recife, 2008. STORPIRTIS, S.; CONSIGLIERE, V.O. Biodisponibilidade e bioequivalência de medicamentos: aspectos fundamentais para o planejamento e execução de estudos. Revista de Farmácia e Bioquímica da Universidade de São Paulo, 1995; v. 31, n. 2, p. 63-70. 128 STROM, B.L., SCHINNAR, R., BILKER, W.B., FELDMAN, H.I., FARRAR, J.T., CARSON, J.L. Relative gastrointestinal toxicity of naproxen sodium vs ibuprofen. Journal of Investigative Medicine, 1996. v. 44, n. 3, p. A316-A316. SUH, H.; JUN, H. W., LU, G. W. Fluorometric high performance liquid chromatography for quantitation of naproxen in serum. Journal of Liquid Chromatography & Related Technologies, 1995. v. 18, n. 15, p. 3105-3115. SULTANA, N., ARAYNE, M.S., IFTIKHAR, B. Simultaneous determination of atenolol, rosuvastatin, spironolactone, glibenclamide and naproxen sodium in pharmaceutical formulations and human plasma by RP-HPLC. Journal of the Chinese Chemical Society, 2008. v. 55, n. 5, p. 1022-1029. SWARTZ, M. E.; KRULL, I. S. Analytical method development and validation. New York: Marcel Dekker, 1997. TASHTOUSH, B.M.; AL-TAANI, B.M. HPLC determination of naproxen in plasma. Pharmazie, 2003; v. 58, n. 9, p. 614-615. TASHTOUSH, B.M.; AL-TAANI, B.M. A rapid and sensitive method for the determination of naproxen in plasma. Acta Pharmaceutica Turcica, 2003; v. 45, n. 3, p. 197-201. TODD, P., CLISSOLD, A. S. P., A reappraisal of its pharmacology, and therapeutic use in rheumatic diseases and pain states. Drugs, 1990. v. 40, p. 91-137. URIZAR, J.P.; Pharmacokinetic/pharmacodinamic modeling of antipyretic and anti-inflammatory effects of naproxen in the rat. The Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, 2001; v. 287, p. 198-205. 129 USP - THE UNITED STATES PHARMACOPOEIA. 30 ed. v. 3. USP Convention: Rockville, 2007. VALENTOVIC, M. xPharm: The Comprehensive Pharmacology Reference, 2008. p. 1-6. Disponível em: <www.elsevier.com>. Acesso em: 25 jan. 2010. VERMEULEN, B., REMON, J.P.. Validation of a high-performance liquid chromatographic method for the determination of ibuprofen enantiomers in plasma of broiler chickens. Journal of Chromatography B: Biomedical Sciences and Applications, 2000. v. 749, n. 2, p. 243-251. VICKERY, B.H. Effects of naproxen on uterine contractility in vivo. Prostaglandines and Medicine, 1979. v. 2, n. 4, p. 299-315. WALLACE, J.L., OJTEG, G., ANDERSSON, L.I., HOOGSTRAATE, J. A comparison of AZD3582 and naproxen in the rat refeeding model of gastric antral ulcer. Gastroenterology, 2003. v. 124, n. 4, p. A453. WATSON, D.G. Pharmaceutical analysis, Livingstone: Churchill, 1999. WELLS, T.G., MORTENSEN, M.E., DIETRICH, A., WALSON, P.D., BLASIER, D., KEARNS, G.L. Comparison of the pharmacokinetics of naproxen tablets and suspension in children. Journal of Clinical Pharmacology, 1994. v. 34, n. 1, p. 30-33. WILDING, I.R. Evolution of the biopharmaceutics classification system (BCS) to oral modified release (MR) formulations: what do we need to consider? European Journal of Pharmaceutical Sciences, 1999; v. 8, p. 157-159. 130 XIONG, X.Y., ZHANG, Q.Z., XIONG, F.M., TANG, Y.H. Determination of three nonsteroidal anti-inflammatory drugs in human plasma by LC coupled with chemiluminescence detection. Chromatographia, 2008. v. 67, n. 11-12, p. 929-934. ZAKERI-MILANI, P., BARZEGAR-JALALI, M., TAJERZADEH, H., AZARMI, Y., VALIZADEH, H. Simultaneous determination of naproxen, ketoprofen and phenol red in samples from rat intestinal permeability studies: HPLC method development and validation. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, 2005. v. 39, n. 3-4, p. 624-630. ZOLNER, W.J. A Process Verification Model for Quality Assurance in a Compounding Pharmacy. 2008; v. 12, n. 3, p. 247. International Journal of Pharmaceutical Compounding, 131 9 - ANEXOS 132 ANEXO I Parecer N°178/2008 – aprovação pelo comitê de ética em pesquisa da UFRN 133 134 ANEXO II Relatório emitido pelo Galaxie Chromatography Data System 135 136 137 138 139 ANEXO III PDA 2D e 3D View 140 Cromatograma em terceira dimensão do padrão secundário naproxeno (50 µg/mL). Tempo de retenção 4,24 minutos Cromatograma em segunda dimensão do padrão secundário naproxeno (50 µg/mL) Tempo de retenção 4,24 minutos 141 Cromatograma em terceira dimensão de amostra de plasma de rato coletado após 1 hora da administração da suspensão referência de naproxeno sódico Cromatograma em segunda dimensão de amostra de plasma de rato coletado após 1 hora da administração da suspensão referência de naproxeno sódico 142 ANEXO IV Planilhas do software WinNonLin 2.0 143 144 145 146 147 ANEXO V Certificado de análise do padrão secundário naproxeno 148 149 ANEXO VI Certificado de análise do padrão secundário diclofenaco 150 151 ANEXO VII Certificado de análise do solvente acetonitrila grau HPLC 152