Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 1 Corrente e Densidade de corrente elétrica. Começamos agora a estudar o movimento de cargas elétricas. Exemplo de corrente elétrica: as pequenas correntes nervosas que regulam nossas atividades musculares, correntes nas casas, como a que passa pelo bulbo de uma lâmpada, em um tubo evacuado de TV, fluem elétrons. Partículas carregadas de ambos os sinais fluem nos gases ionizados de lâmpadas fluorescentes, nas baterias de rádios transistores e nas baterias de automóveis. Correntes elétricas atravessam as baterias de calculadoras e em chips de aparelhos elétricos (Microcomputadores, forno de microondas, etc.). Em escalas globais, partículas carregadas são presas nos cinturões de radiação de Van Allen existentes na atmosfera entre os pólos norte e sul. Em termos do sistema planetário, enormes correntes de prótons, elétrons e íons voam na direção oposta do Sol, conhecido como vento solar. Em escala galáctica, raios cósmicos, que são prótons altamente energéticos, fluem através da Via-Láctea. Como a corrente consiste num movimento de cargas, nem todo movimento de carga constitui uma corrente elétrica. Referimos a uma corrente elétrica passando através de uma superfície, quando cargas fluem através dessa superfície. Exemplifiquemos dois exemplos: 1) Os elétrons de condução de um fio de cobre isolado estão em movimento randômico a uma velocidade da ordem de 106 m . Se passarmos um hipotético plano s através do fio, os elétrons de condução passam através dele em ambas as direções, a razão de alguns bilhões por segundo. Então não há um transporte de carga e conseqüentemente não há corrente. Porém se conectar as extremidades do fio em uma bateria, o movimento das cargas se dará em uma direção, havendo assim corrente elétrica. 2) O fluxo de água através de uma mangueira de jardim representam a direção do fluxo das cargas positivas, (os prótons na molécula de água) a razão de alguns milhões de Coulomb por segundo. Não há transporte de cargas, pois há um movimento paralelo de cargas elétricas negativas (elétrons na molécula de água) de exata quantidade na mesma direção. Figura 1 – Sentido convencional da corrente elétrica num circuito elétrico. O sentido real é o oposto, o do movimento dos elétrons. q dq ;i dt t Sobre condições de regime estacionário, a corrente elétrica é a mesma em um fio condutor, analisando diferentes seções transversais do fio. Isto garante que a carga é conservada. A unidade do SI para corrente elétrica é o Coulomb por segundo ou Ampére (A): 1 A 1C i 1s A direção da corrente elétrica: Na figura acima demos a direção da corrente elétrica como sendo o movimento de cargas positivas, repelidas pelo terminal positivo da bateria elétrica e atraídas pelo seu terminal negativo. Este é o sentido convencional histórico; o sentido real é o do movimento das partículas negativas (elétrons), que é contrário ao sentido convencional. Densidade de corrente elétrica – J Na teoria de campos, estamos interessados em eventos que ocorrem em um ponto e não em uma região extensa. Então, devemos conceituar a densidade de corrente J , medida em ampéres por metro quadrado (A/m2). O incremento de corrente ΔI que atravessa uma superfície incremental ΔS, normal à densidade de corrente é: I JN S J S J dS I I Definição de Corrente Elétrica: S Imagine um fio condutor isolado, em forma de curva, como ilustrado abaixo. Não há campo elétrico aplicado ao fio, conseqüentemente não há força elétrica atuando nos elétrons de condução. Se inserimos uma bateria, conectada às extremidades do fio, estabelecemos um campo elétrico no interior do fio, exercendo força sobre os elétrons de condução, estabelecendo assim uma corrente elétrica. A densidade de corrente pode ser comparada à velocidade de uma densidade de carga volumétrica: I Q t v I V t v v S x t S vx Como vx representa a componente da velocidade v, teremos: 1 1 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Jx v v x Generalizando, teremos: J v v Observe que a carga em movimento constitui a corrente, que também chamamos de J como densidade de corrente de convecção. 2 metro quadrado: A m 2 . Para qualquer superfície, a densidade de corrente se relaciona com a corrente através da equação: J . dA i Aqui o elemento de área dA é perpendicular ao elemento de superfície de área dA. Cálculo da velocidade: Os elétrons de condução em um condutor de cobre possuem um movimento randômico com velocidade da ordem de 106 m s . A direção do fluxo ou a velocidade da correnteza (drift speed) dos elétrons de condução é muito menor. A velocidade de correnteza da corrente em um fio de casa, por exemplo, é caracterizada por Figura 2 – Ilustração do movimento dos portadores de carga positivo (sentido convencional (a)) e sentido real (b). Observe que J e E possuem o mesmo sentido. Assim, algumas vezes estamos interessados na corrente i de um determinado condutor. Outras vezes necessitamos determinar o movimento localizado de cargas em algum ponto do condutor. Uma carga positiva movimenta-se na direção do campo elétrico em um dado ponto do condutor, originando um fluxo. Para descrever esse fluxo, introduzimos o conceito de densidade de corrente J, um vetor que possui o mesmo sentido do campo elétrico. i - + v uma velocidade da ordem de 10 3 m s . Estimaremos a velocidade de correnteza de um fio com cargas móveis. Na figura anterior denotamos esta velocidade por vd. Assumimos por convenção que o movimento das cargas é o movimento das cargas (portadores) positivas. O número de portadores em um comprimento L de um fio é n A L, onde n é o número de portadores por unidade de volume e A área da seção transversal do fio. A carga é dada por: q ( nAL ) e Esta carga passa pelo volume V em um intervalo de tempo dado por: t Lv d Substituindo elétrica, teremos: i na q t nALe L vd de corrente nAev d Resolvendo para vd e usando a definição de densidade de corrente J teremos: i J vd nAe + ne Estendendo para a forma vetorial, teremos: J d v E definição d J (ne)vd O produto ne possui unidade no SI de coulomb por metro cúbico C 3 . Observe que os m vetores J e v possuem a mesma direção. Vemos que as cargas positivas possuem velocidade na direção do campo elétrico e as cargas negativas no sentido oposto. Se possuirmos uma corrente elétrica distribuída uniformemente sobre a seção transversal de um fio condutor, a densidade de corrente J é uma constante para todos os pontos deste fio condutor e vale: J i A Aqui, A é a área da seção reta do condutor. A unidade SI da densidade de corrente J é o ampére por Exemplo - O fim de um fio de alumínio com diâmetro de 2,5 mm está conectado a um fio de cobre cujo diâmetro é de 1,8 mm. O fio formado carrega uma corrente estacionária de 1,3 A. Qual a densidade de corrente em cada fio? Para isso calculemos a área da seção transversal dos fios de alumínio e cobre e apliquemos a definição da densidade de corrente: 2 2 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori AAl 1 d2 4 J Al i AAl ACu 1 d2 4 J Cu i ACu 1 ( 2, 5.10 3 ) 2 4 1,3 4,9110 . 1 (1, 8.10 3 ) 2 4 1,3 2,54.10 5,1.105 A 6 superfície fechada é representada por Qi, então a taxa de decaimento é dQi/dt e o princípio da conservação de cargas requer que: 4, 9110 . 6 m2 2 , 6.105 A 6 m2 26 A cm2 2, 54.10 6 m2 m2 51 A M S massa / m3 ) . Aqui, massa / mol é a densidade do cobre e NA o número de avogadro. M é a massa molar do cobre. J dS n (6,02.1023mol 1 )(9,010 . 3 kg m3) 64.10 3 kg mol 8, 47.1028 eletrons m3 5110 ,. 5 28 (8,47.10 )(1,610 . 19 ) 3, 8.10 5 m s 14 cm h Você pode perguntar: "Os elétrons se movem tão vagarosamente, como a luz se acende logo que imediatamente que acionamos o interruptor?". Esta confusão é de não distinguirmos a velocidade da correnteza dos elétrons e a velocidade a qual muda a configuração do campo elétrico no fio. Esta velocidade é próxima a da luz. Similarmente, quando você abre a torneira em uma mangueira de jardim, se esta contiver água, imediatamente sairá água na outra extremidade, devido à pressão, porém a velocidade da correnteza é pequena. vd i nAe J ne Continuidade de corrente É importante relacionar o conceito de corrente com a conservação da carga e a equação da continuidade. O princípio da conservação da carga informa que as cargas não podem ser criadas nem destruídas, embora quantidades iguais de cargas positivas e negativas possam ser simultaneamente criadas (por separação), perdidas ou destruídas (pela recombinação). A equação da continuidade segue este princípio quando consideramos qualquer região limitada por uma superfície fechada. A corrente através dessa superfície fechada é: J dS I S Este fluxo para fora das cargas positivas e negativas pode ser equilibrado pela diminuição das cargas positivas (ou talvez, um aumento das cargas negativas) dentro da superfície fechada. Se a carga dentro da J dV S V Como: Qi t t v v dV v t v 3 dV Comparando as relações, teremos: J dV V v V Então: NA M dQi dt O sinal negativo indica que a corrente está fluindo para fora. Aplicando o Teorema de Gauss: cm2 O número de elétrons por unidade de volume n é o mesmo que o número de átomo por unidade de volume e é encontrado por: 3 ( atomos / m atomos / mol J dS I Exemplo No exemplo anterior, qual a velocidade de correnteza dos elétrons de condução no fio de cobre? n NA 3 J t dV v t Recordando a interpretação física da divergência, esta equação indica que a corrente, ou variação de carga com o tempo, que diverge de um pequeno volume por unidade de volume, é igual à taxa de diminuição de carga por unidade de volume em cada ponto. Condutores Os físicos hoje descrevem o comportamento dos elétrons ao redor do núcleo atômico positivo em termos da energia total do elétron em relação ao nível zero de referência para um elétron a uma distância infinita do núcleo. A energia total é dada pela soma das energias cinética e potencial, e como energia deve ser dada ao elétron para que este se afaste do núcleo, a energia de cada elétron no átomo é uma quantidade negativa. Embora este modelo possua algumas limitações, é conveniente associarmos estes valores de energia com as órbitas ao redor do núcleo; as energias mais negativas correspondem às órbitas de menor raio. De acordo com a teoria quântica, somente certos níveis discretos de energia, ou estados de energia, são permitidos em um dado átomo, e um elétron deve, portanto, absorver ou emitir quantidades discretas de energia, ou quanta, ao passar de um nível a outro. Um átomo normal na temperatura de zero absoluto possui um elétron ocupando cada um dos níveis de energia mais baixos, começando a partir do núcleo e continuando até que o suprimento de elétrons se esgote. Em um sólido cristalino, como um metal ou um diamante, os átomos estão dispostos muito mais 3 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori próximos, muito mais elétrons estão presentes e muito mais níveis de energia permissíveis estão disponíveis por causa das forças de interação entre os átomos. Verificamos que os níveis de energia que podem ser atribuídos aos elétrons são agrupados em largas faixas, ou bandas, cada banda composta de inúmeros níveis discretos extremamente próximos. Na temperatura de zero absoluto, o sólido normal também possui cada nível ocupado, começando com o menor e continuando até que todos os elétrons estejam situados. Os elétrons com os maiores (menos negativos) níveis de energia, os elétrons de valência, estão situados na banda de valência. Se forem permitidos maiores níveis de energia na banda de valência, ou se a banda de valência se une suavemente com a banda de condução, então uma energia cinética adicional pode ser dada aos elétrons de valência por um campo externo, resultando em um fluxo de elétrons. O sólido é chamado um condutor metálico. A banda de valência preenchida e a banda de condução não preenchida para um condutor a O K estão esboçadas na figura 3 (a). Se, contudo, o elétron com o maior nível de energia ocupar o nível do topo da banda de valência e existir uma banda proibida (gap) entre a banda de valência e a banda de condução, então o elétron não pode receber energia adicional em pequenas quantidades e o material é um isolante. Esta estrutura de bandas está indicada na figura 3 (b). Note que, se uma quantidade de energia relativamente grande puder ser transferida para o elétron, ele pode ser suficientemente excitado para saltar a banda proibida até a próxima banda onde a condução pode facilmente ocorrer. Aqui o isolante é rompido. Ocorre uma condição intermediária quando somente uma pequena região proibida separa as duas bandas, como ilustrado na figura 3 (c). Pequenas quantidades de energia na forma de calor, luz ou um campo elétrico podem aumentar a energia dos elétrons do topo da banda preenchida e fornecer a base para condução. Estes materiais são isolantes que dispõem de muitas propriedades dos condutores e são chamados semicondutores. Considerando um condutor, os elétrons livres se movem pela atuação de um campo elétrico E, Assim, um elétron de carga –e experimentará uma força dada por: F e E No espaço livre, o elétron aceleraria e continuamente aumentaria sua velocidade (e energia); no material cristalino, o progresso do elétron é impedido pelas colisões contínuas com a rede de estruturas cristalinas termicamente excitadas e uma velocidade média constante é logo atingida. Esta velocidade v, é denominada velocidade de deriva (do inglês, drift) e é linearmente relacionada com a intensidade de campo elétrico pela mobilidade do elétron em um dado material. Designamos mobilidade pelo símbolo , tal que: vd e E onde e é a mobilidade de um elétron e positiva por definição. Note que a velocidade do elétron está em uma direção oposta à direção de E. A equação anterior também mostra que a mobilidade é medida em unidades de metros quadrados por segundo por volt; os valores típicos são 0,0012 para o alumínio, 0,0032 para o cobre e 0,0056 para a prata. Para estes bons condutores, uma velocidade de deriva de poucas polegadas por segundo é suficiente para produzir um aumento de temperatura apreciável e pode causar o derretimento do fio se o calor não for rapidamente removido por condução térmica ou radiação. Podemos obter a relação J e e E onde e é a densidade de carga do elétron livre, um valor negativo. A densidade de carga total v, é zero, pois quantidades iguais de cargas positivas e negativas estão presentes no material neutro. O valor negativo de e, e o sinal de menos levam a uma densidade de corrente J que está na mesma direção da intensidade de campo elétrico E. Contudo, a relação entre J e E para um condutor metálico é também especificada pela condutividade (sigma), onde é medido em siemens por metro (S/m). J Figura 3 – Ilustração das bandas de energia em três diferentes materiais a oK. (a) O condutor não possui banda proibida entre as bandas de valência e de condução. (b) O isolante possui uma grande banda proibida. (c) o semicondutor possui uma pequena banda proibida. 4 E Um siemens (l S) é a unidade básica de condutância no SI e é definido como um ampére por volt. Antigamente, a unidade de condutância era chamada mho e simbolizada por um invertido. Assim como o siemens reverencia os irmãos 4 4 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Siemens&, a unidade inversa de resistência, que chamamos de ohm (l Ohm é um volt por ampere), reverencia Georg Simon Ohm, o físico alemão que primeiro descreveu a relação tensão-corrente implícita. Chamamos esta equação deforma pontual da lei de Ohm; em breve veremos uma forma mais comum da lei de Ohm. Primeiramente, contudo, é interessante observar a condutividade de diversos condutores metálicos; os valores típicos (em siemens por metro) são 3,82.107 para o alumínio, 5,80.107 para o cobre e 6,17 107 para a prata. Dados de outros condutores podem ser encontrados no Apêndice C. Ao observarmos valores como estes, é apenas natural considerarmos que estamos sendo apresentados a valores constantes; isto é essencialmente verdade. Os condutores metálicos obedecem à lei de Ohm muito fielmente, e esta é uma relação linear; a condutividade é constante sobre largas faixas de densidade de corrente e intensidade de campo elétrico. A lei de Ohm e os condutores metálicos são também descritos como isotrópicos, ou tendo as mesmas propriedades em todas as direções. Um material não isotrópico é chamado anisotrópico. Mencionaremos tal material dentro de poucas páginas. Entretanto, a condutividade é uma função da temperatura. A resistividade, que é o inverso da condutividade: Figura 4 – Uniformidade de E e J num condutor. 5 a Va b E dl E b a dl b E lab Vab Va b E lb a El J dS I 1 JS S Re sistividade Como varia quase linearmente com a temperatura na região da temperatura ambiente, e para o alumínio, o cobre e a prata ela aumenta cerca de 0,4 por cento para um aumento de l K na temperatura. Para diversos metais, a resistividade cai abruptamente a zero na temperatura de poucos Kelvin; esta propriedade é denominada supercondutividade. O cobre e a prata não são supercondutores, embora o alumínio o seja (para temperaturas abaixo de 1,14 K). Se agora combinarmos (7) e (8), a condutividade podem ser expressa em termos da densidade de carga e da mobilidade do elétron por: e J Supondo uniformidade no campo, podemos escrever: Este é o nome de família de dois irmãos alemães, KarI Wilhelm e Wemer von Siemens, famosos inventores do século XIX. Kari se tomou cidadão britânico e foi nomeado cavaleiro, tomando-se Sir William Siemens. I S I S E l S Vab l Vab I Chamamos de resistência R: l R R e Pela definição de mobilidade, é agora interessante notar que uma temperatura mais elevada implica uma maior vibração da rede cristalina, maior impedimento de progresso dos elétrons para uma dada intensidade do campo elétrico, menor velocidade de deriva, menor mobilidade, menor condutividade, maior resistividade. & 5 R S l S Propriedades dos condutores e Condições de Fronteira Mais uma vez, devemos temporariamente nos afastar das condições estáticas assumidas e variar o tempo por alguns microssegundos para vermos o que acontece quando uma distribuição de cargas é repentinamente desbalanceada dentro de um material condutor. Suponhamos, para efeito de argumento, que repentinamente apareça um número de elétrons no interior de um condutor. Os campos elétricos estabelecidos por estes elétrons não são anulados por quaisquer cargas positivas, e os elétrons, portanto, começam a acelerar para longe um do outro. Isto 5 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori continua até que os elétrons atinjam a superfície do condutor ou até que um número igual de elétrons seja injetado na superfície. Aqui o progresso dos elétrons para fora é interrompido, já que o material que envolve o condutor é um isolante que não possui uma banda de condução conveniente. Nenhuma carga pode permanecer dentro do condutor. Se isto acontecesse, o campo elétrico resultante forçaria as cargas para a superfície. Assim, o resultado final dentro do condutor é uma densidade de carga zero e uma densidade superficial de carga que permanece na superfície externa. Esta é uma das duas características de um bom condutor. As outras características, estabelecidas para condições estáticas nas qual nenhuma corrente deve fluir, seguem a partir da lei de Ohm: a intensidade de campo elétrico dentro do condutor é igual a zero. Fisicamente, vemos que se um campo elétrico estivesse presente os elétrons de condução se deslocariam e produziria uma corrente, acarretando, assim, uma condição não-estática. Resumindo para a eletrostática, nenhuma carga e nenhum campo elétrico podem existir em qualquer ponto dentro de um material condutor. Entretanto, a carga pode aparecer na superfície como uma densidade superficial de carga. Nossa próxima investigação diz respeito aos campos externos ao condutor. Desejamos relacionar estes campos externos à carga na superfície do condutor. Este problema é um problema simples e podemos tratar de sua solução primeiro com um pouco de matemática. Se a intensidade do campo elétrico externo for decomposta em duas componentes, uma tangencial e outra normal à superfície do condutor, a componente tangencial é zero. Se não fosse, uma força tangencial seria aplicada aos elementos de carga da superfície, resultando no seu deslocamento e em condições não-estáticas. Como são consideradas condições estáticas, a intensidade de campo elétrico e a densidade de fluxo elétrico tangenciais são zero. A lei de Gauss responde nossas perguntas que dizem respeito à componente normal. O fluxo elétrico que deixa um pequeno incremento de superfície deve ser igual à carga contida nesta superfície incremental. O fluxo não pode penetrar no condutor, pois o campo total ali é zero. Ele deve deixar a superfície normalmente. Quantitativamente, podemos dizer que a densidade de fluxo elétrico em coulombs por metro quadrado que deixa a superfície normalmente é igual à densidade superficial de carga em coulombs por metro quadrado, ou: DN = S. Se utilizarmos alguns dos resultados anteriormente obtidos para fazermos uma análise mais cuidadosa (e incidentalmente introduzindo um método geral que será usado mais tarde), podemos estabelecer a fronteira condutor-espaço livre mostrando as componentes tangencial e normal de D e E no lado do espaço livre da 6 fronteira. Ambos os campos são zero no condutor. O campo tangencial pode ser determinado aplicando-se: E dl 0 sobre o pequeno caminho fechado abcda. A integral deve ser dividida em quatro partes. Desenvolvendo, chegamos as condições de Fronteira: Componentes tangenciais: Dt Et 0 Componentes Normais: DN 0 EN S Resumindo os princípios que aplicamos aos condutores em campos eletrostáticos: 1. A intensidade do campo elétrico estático dentro de um condutor é zero. 2. A intensidade do campo elétrico estático na superfície de um condutor é, em qualquer ponto, normal à superfície. 3. A superfície de um condutor é uma superfície eqüipotencial. Figura 5 – Um condutor, onde o campo elétrico é nulo em seu interior,e normal em cada ponto de sua superfície. 6 6 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Materiais dielétricos Embora tenhamos mencionado materiais isolantes e dielétricos, ainda não fornecemos quaisquer relações quantitativas nas quais eles estão envolvidos. Contudo, em breve veremos que um dielétrico em um campo elétrico pode ser visto como um arranjo de dipolos elétricos microscópicos no espaço livre que são compostos por cargas positivas e negativas cujos centros não são coincidentes. Estas não são cargas livres e não contribuem para o processo de condução. Ao contrário, elas são ligadas por forças atômicas e moleculares e podem apenas mudar ligeiramente de posição em resposta aos campos externos. Elas são chamadas cargas ligadas, em contraste com as cargas livres que determinam condutividade. As cargas ligadas podem ser tratadas como quaisquer outras fontes de campo eletrostático. Se não desejarmos, portanto, não precisamos introduzir a constante dielétrica como um novo parâmetro ou lidar com permissividades diferentes da permissividade do espaço livre; entretanto, a alternativa seria considerar cada carga dentro de um pedaço de material dielétrico. Este é um preço muito alto a ser pago por usar nossas equações anteriores sem modificá-las, e devemos, portanto, despender algum tempo estudando a respeito de dielétricos de maneira qualitativa, introduzindo a polarização P, a permissividade e a permissividade relativa R e desenvolvendo algumas relações quantitativas envolvendo estas novas quantidades. A característica comum de todos os dielétricos, sejam eles sólidos, líquidos ou gasosos, em forma cristalina ou não, é sua capacidade de armazenar energia elétrica. Este armazenamento faz-se por um deslocamento das posições relativas das cargas ligadas positivas e negativas internas contra as forças normais atômicas e moleculares. Este deslocamento contra a força restauradora é análogo ao levantamento de um peso ou à compressão de uma mola e representa a energia potencial. A fonte de energia é o campo externo, e o movimento das cargas deslocadas resulta talvez em uma corrente transitória através da bateria que está produzindo o campo. O mecanismo atual de deslocamento das cargas difere em diversos materiais dielétricos. Algumas moléculas, denominadas moléculas polares, têm um deslocamento permanente entre os centros de gravidade das cargas positivas e negativas, e cada par de cargas age com um dipolo. Normalmente, os dipolos estão orientados de maneira aleatória no interior do material e a ação do campo externo alinha estas moléculas, até certo ponto, na mesma direção. Um campo suficientemente forte pode até produzir um deslocamento adicional entre as cargas positivas e negativas. Uma molécula apolar não possui arranjos de dipolo mesmo depois que o campo é aplicado. As cargas positivas e negativas deslocam-se em direções opostas contra sua 7 atração mútua e produzem um dipolo alinhado com o campo elétrico. Figura 6 – Moléculas com um momento de dipolo permanente, mostrando sua orientação randômica na ausência de campo elétrico externo (a) e orientando-se na presença deste em (b). 7 Figura 7 – Em um átomo, os centros da densidade de carga positiva e negativa coincidem (a). Porém na presença de um campo elétrico externo, não (b). Assim há a presença de um momento de dipolo induzido. Figura 8 – Em (a), num dielétrico, os círculos representam átomos neutros. Em (b), na presença de um campo elétrico externo E0. A orientação dos dipolos causam um campo interno no material dielétrico E’ que no seu interior dará um campo resultante E , soma dos vetores E0 e E’ (c). Figura 9 – Orientação das moléculas polares (7.1) e apolares (7,2). (7.1) (7.2) 7 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Definimos como momento de dipolo o valor: Qd p Aqui, Q é a carga positiva das duas cargas ligadas compondo o dipolo e d o vetor da carga negativa para a carga positiva. A unidade é o Coulomb vezes o metro (C.m). Definimos a polarização P como sendo o momento de dipolo por unidade de volume: 1 nv P lim pi v 0 vi1 A unidades da polarização P é o coulomb por metro quadrado (C/m2). Sendo QT a carga total envolvida por uma superfície S, como sendo a soma das cargas ligadas (Qb) e cargas livres Q: QT = Qb + Q Onde: P dS ; Qb Qb b S dV V e E dS ; QT 0 QT T Como Q QT dV V S Qb 0 E P dS S Onde Q v dV V Definimos o vetor D, agora, quando um material polarizável está presente, como: D E P 0 Com o auxílio do teorema da divergência, teremos: P E 0 D b T v Figura 10 – Cargas ligadas em um dielétrico, devido à polarização deste em um campo elétrico. 8 Tabela I – Permissividade relativa e constante dielétrica para alguns materiais. Material água (deionizada) água (destilada ) Água (do mar) Âmbar Álcool etílico Ar Baquelita Borracha NaCl CO2 TiO2 Esteatite Ferrita (NiZn) Gelo Ge Madeira (Seca) Mica Náylon Neopreno Neve Óxido de Alumínio Papel Piranol Plexiglas Poliestireno Polietileno Polipropileno Porcelana Quartzo SiO2 Si Styrofoam Teflon Terra TiBa Vidro Pyrex R 1 80 2,7 25 1,0005 4,74 2,5 – 3 5,9 1,001 100 5,8 12,4 4,2 16 1,5 – 4 5,4 3,5 6,6 3,3 8,8 3 4,4 3,45 2,56 2,26 2,25 6 3,8 3,8 11,8 1,03 2,1 2,8 1200 4-7 4 ’’/’ 0 0,04 4 0,002 0,1 0,022 0,002 0,0001 0,0015 0,003 0,00025 0,05 8 0,01 0,0006 0,02 0,011 0,5 0,0006 0,008 0,0005 0,03 0,00005 0,0002 0,0003 0,014 0,00075 0,00075 0,0001 0,0003 0,05 0,013 0,002 0,0006 Tabela II – Condutividade para uma série de condutores metálicos. Material Ag Cu Au Al W Zi Latão Ni Fe Bronze Solda Aço carbono Prata Germânica Mn Constantan Ge Aço sem estanho Nicromo (S/m) 6,17.107 5,80.107 4,10.107 3,82.107 1,82.107 1,67.107 1,5.107 1,45.107 1,03.107 1.107 0,7.107 0,6.107 0,3.107 0,227.107 0,226.107 0,22.107 0,11.107 0,1.107 Material Grafite Si Ferrita H2O (mar) Calcário Argila H2O H2O(dest.) Terra (areia) Granito Mármore Baquelita Porcelana Diamante Poliestireno Quartzo (S/m) 7.104 2300 100 5 10-2 5.10-3 10-3 10-4 10-5 10-6 10-8 10-9 10-10 2.10-13 10-16 10-17 8 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Em materiais isotrópicos, os vetores E e P são sempre paralelos, independentemente da orientação do campo. Já em materiais anisotrópicos, como cristais simples, a natureza periódica dos materiais cristalinos fazem com que os momentos de dipolo estejam mais facilmente ligados ao longo do eixo do cristal e não necessariamente na direção do campo aplicado. Em materiais ferroelétricos, a relação entre E e P não é linear e apresenta efeitos de histerese; isto é, a polarização produzida por uma dada intensidade do campo elétrico depende do passado da amostra. São exemplos deste tipo de dielétrico o titanato de bário, usado em capacitores de cerâmica e o sal de Rochelle. A relação linear entre E e P é dada por: P e E 0 E dl E P , teremos: D 1 0E e Definimos outra grandeza adimensional, a permissividade relativa ou constante dielétrica do material como: R = e +1 Assim: R Condições de dielétricos perfeitos: 2 D dS 0 S DN1 DN 2 S 9 Como nenhuma carga livre está disponível no interior de dielétricos perfeitos, somente cargas ligadas: DN1 DN1 D1 cos Dt1 DN 2 D1sen D2 cos 1 D1sen D2 sen Dt 2 2 E Fronteira 1 Dt 2 Relações entre as componentes normais dos meios (1) e (2): 0E Sendo a permissividade: = R 0 Teremos: D Dt1 Relações entre os ângulos 1 e 2: Pode-se mostrar que: 0 D Et 2 C Aqui, e é uma grandeza adimensional denominada susceptibilidade elétrica do material. Como: D Et1 0 9 1 1 2 2 D2sen 1 2 1 DN 2 2 Dividindo as duas relações: para tg tg materiais 1 1 2 2 As magnitudes dos campos são dadas por: Observe a Figura 11 – Ilustração da fronteira ente dois meios com constantes dielétricas 1 2. D2 1 Meio dielétrico 1 DN2 1 2 D1 cos 2 sen2 2 1 1 1 ΔS C Et2 2 Et2 Meio dielétrico 2 DN2 2 E2 E1 sen 2 1 1 cos2 1 2 2 Relações entre as componentes tangenciais dos meios (1) e (2): 9 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori (b) Se a velocidade da carga é 2.106 m/s em z = 0,1 m, determine v nesse ponto. André Marie AMPÉRE Ampére, famoso físico francês, nasceu a 22 de janeiro de 1775 e morreu a 10 de junho de 1836. Tornou-se célebre, particularmente pelo contribuiu que deu para a descoberta de Öersted (unidade de intensidade do campo magnético), sobre o eletromagnetismo. Generalizando esta descoberta reconheceu, em1820, que sem a intervenção de magneto dois fios percorridos pela eletricidade atuam um sobre o outro, e indicou, em 1822, o emprego da pilha para transmissão dos despachos, descobrindo assim, o princípio da telegrafia elétrica. Os trabalhos desenvolvidos no campo da matemática também lhe granjearam grande reputação. Exemplos - Hayt Exemplo 1 – Dado o vetor densidade de corrente: J 10 2 zaˆ 4 cos2 aˆ A m2 : (a) Determine a densidade de corrente em P( = 3, = 300, z = 2); (b) Determine a corrente total que flui para fora da faixa circular = 3, 0 < < 2 , 2 < z < 2,8. (a) J 10 32 2aˆ J 180aˆ (b) I 10 J v v 106 0,11,5 2 106 J v v 15,81kC m2 (c) Se a densidade volumétrica de carga em z = 0,15 m é 2000 C/m3, determine a velocidade da carga nesse ponto. J v v 10 106 0,151,5 2000 J v v 29.047 ms Exemplo 3 – Determine a magnitude da densidade de corrente de uma amostra de prata para a qual = 6,17.107 S/m e μe = 0,0056m2/V se: (a) a velocidade de deriva é 1,5μm/s. J 4 3cos2 300 aˆ A m2 e v v e 6,17 107 0,0056 e e 9aˆ A m2 J dS 1,102 101 0 10 J 1,102 10 1,5 10 6 16,52kA m2 (b) A intensidade do campo elétrico é 1mV/m. S I 10 2 zaˆ 4 cos2 aˆ J d dzaˆ E J 6,17 107 10 3 61,7 mkA2 S 2.82 I 10 2 0 3 z2 zd dz 10 3 2 2.8 3 2 3257 ,2 A (c) a amostra é um cubo de 2,5 mm de lado tendo uma tensão de 0,4 mV entre as faces opostas. 2 Exemplo 2 – Uma densidade de corrente é dada em coordenadas cilíndricas por: J 10 6 z1,5aˆ z A m2 na região 0 20 2 μm; para 20 μm, J 0 A m . I 106 z1,5aˆ z 0,4 10 2,5 10 3 3 9,87 MA m2 J I S 0,5 2,5 10 3 2 80 mkA2 d d aˆ z Exemplo 4 – Um condutor de cobre de 0,6 in de diâmetro e comprimento 1200 ft. Suponha que ele conduz uma corrente total de 50 A. (a) Determine a resistência total do condutor. d R S I 6,17 10 7 (d) A amostra é um cubo de 2,5 mm de lado conduzindo uma corrente total de 0,5 A. (a) Determine a corrente total que atravessa a superfície z = 0,1 m na direção az. J dS V l J S 20 I 10 6 z1,5 2 d 0 0 2 I 6 2 2 0 1200 0,3048 5,8 10 7 4 0,6 0,0254 2 0,03 (b) Que densidade de corrente existe nele? 20 1,5 10 0,1 l S 39,7mA J I S 50 1,824 10 4 2,74 105 mA2 10 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 11 (c) Qual a diferença de tensão entre os terminais do condutor? J V l V 1200 0,3048 2,74 105 5,8 10 7 lJ 1,729V 5 (d) Quanta potência é dissipada no fio? P RI 2 L = -40nC/m z Exemplo 5 – Dado o campo Potencial no espaço livre: V 100senh5xsen5 y V -1 E um ponto P(0,1; 0,2; 0,3), determine em P: (a) V. L = 40nC/m V (0,1;0,2;0,3) 43,84 V E E E E E E 2 (2, 3, z) V V aˆ x x V aˆ y y 1005cosh5xsen5 yaˆx 5senh5x cos5 yaˆ y 500cosh5xsen5 yaˆx senh5x cos5 yaˆ y x = 4 (V =0) 6 7 (6, 3, z) x P(x, y, z) 5000,948aˆx 0,2815aˆ y 474aˆx 140,8aˆ y Cálculo do campo: EP E1P (c) |E|, E 474 2 140,8 2 495V m (d) |s|, se é sabido que P pertence à superfície do condutor. S 11 y V (0,1;0,2;0,3) 100 senh(5.0,1)sen(5.0,2) (b) E. 3 DN 0 E aˆ E2P aˆ 1 L 2 0 1 x 6 1 x 6 4.38 nC m2 Exemplo 6 – Um plano perfeitamente condutor está localizado no espaço livre em x = 4 e uma linha de cargas uniforme de 40 nC/m está situada ao longo da linha x = 6, y = 3. Seja V = 0 no plano condutor. Em P(7, -1, 5), determine: E1P 2 y 3 x 6 1 E1 L 2 0 2 y 3 aˆ x x 6 2 y 3 x 6 aˆ 2 2 x x 6 y 3 2 2 y 3 2 2 y 3 x 6 2 2 y 3 2 aˆ y Potencial: P (a) V. V1P V1x (b) E. E1 dl x 4 P V1P V1x E1 dl x 4 V1P 0 L 2 ln x 6 2 y 3 2 ( 7, 1,5) ( 4, y , z ) 0 11 aˆ y Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori L V1P E1 (7, 1,5) ln 17 ln 4 2 7 6 2 7 6 0 1 3 E1 (7, 1,5) 2 2 0 2 7 6 2 1 3 aˆ y E2 (7, 1,5) 16 aˆ y 17 40 n 1 aˆ x 2 0 17 VP 2 1 3 aˆ x 1 aˆ x 17 L E1 (7, 1,5) aˆ aˆ L 2 0 2 16 aˆ y 17 2 x 2 E2 2 0 2 x 2 y 3 2 2 x 2 2 y 3 aˆ y 2 y 3 x 2 2 P V2 x y 3 2 aˆ y E 2 dl x 4 V2 P L V2 x V2 P 2 2 2 ln 41 ln 4 2 ln 41 ln 4 y 3 2 ln 41 ln 4 y 3 2 L 2 1 aˆ x 41 16 aˆ y 41 40 n 1 aˆ x 2 0 41 16 aˆ y 41 L 2 0 2 1 3 2 32 V1P 12 E1P E2P 1 16 1 16 aˆ x aˆ y 720 aˆ x aˆ y 17 17 41 41 1 1 16 16 720 aˆ x 720 aˆ y 17 41 17 41 EP 24,79aˆ x 396,67aˆ y CN 720 Exemplo 7 – Usando os valores para as mobilidades do elétron (0,12) e da lacuna (0,025) para o silício a 300K, e assumindo que as densidades de carga dos elétrons e das lacunas são 0,0029 C/m3 e -0,0029 C/m3, respectivamente, determine: (a) A componente da condutividade devida às lacunas. 2 h h h 0,0029 0,025 h 7,25 10 5 S m (b) A componente da condutividade devida aos elétrons. e e V2 P ln 17 ln 4 ln 41 ln 4 e e 0,0029 0,12 3,48 10 4 S m (c) a condutividade. y 3 y 3 0 VP aˆ y 1 16 720 aˆ x aˆ y 41 41 2 h e 7,25 10 5 3,48 10 4 4,205 10 4 S m 0 L 2 7 2 2 0 VP VP y 3 0 L V2 P 2 ( 7, 1,5) ( 4, y , z ) 1 3 aˆ x 0 L V2 P y 3 2 32 0 L 0 2 ln x 2 EP EP 2 y 3 aˆ x 2 Potencial: V2 P 1 3 EP 2 y 3 aˆ x 2 x 2 L 2 E2 (7, 1,5) x 2 2 7 2 E 2 (7, 1,5) 2 y 3 0 E2 (7, 1,5) 2 x 2 2 7 2 L 1 16 E1 (7, 1,5) 720 aˆ x aˆ y 17 17 E2 P 41 720ln 17 633,85V VP 0 L 2 2 y 3 12 L 2 VP ln 41 ln 17 0 L 2 ln 0 41 17 2 Exemplo 8 – Uma lâmina de um material dielétrico tem uma constante dielétrica relativa de 3,8 e contém uma densidade de fluxo elétrico uniforme de 8 nC/m2. Se o material é sem perdas, determine: (a) E; 12 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori D E D E D 0 R E D1 8n 8,85 10 12 3,8 2 30 D1 237,88V m 13 2 50 702 91,1 nC m2 (e) 1; (b) P; D 0E P P D 0E P e 0E R e 1 R 1) 0 E P ( R 1) 0E e R 1 (f) P1. P 3,8 1 8,85 10 238 P 5,89 mnC2 D1 P P pi pi i 1 1 V 1 V 5,89 1020m 30aˆx 50aˆ y 70aˆz nC m2 e determine: (a) DN1; Como a componente normal no plano z = 0 é a z, teremos: DN1 30aˆx 50aˆ y nC m2 (c) D t1; Dt1 Dt1 (d) D1; 30 1 0 E1 1 E1 D1 1 1 0 D1 R1 P1 P1 P1 P1 1 D1 R1 R1 3,2 1 D1 3,2 0,6875 D1 20,6aˆx 34,4aˆ y 48,1aˆz nC m2 Exemplo 10 – Continue o exercício anterior, determinando: (a) DN2; DN1 DN 2 DN2 70aˆz nC m2 (b) Dt2; 70 nC m2 (b) Dt1; Como as componentes tangenciais no plano z = 0 são as x e y, teremos: Dt1 R1 1 3 Exemplo 9– Considere a região z < 0 composta por um material dielétrico uniforme para o qual R = 3,2, enquanto que a região z > 0 é caracterizada por R = 2,0. Seja: D1 E R1 1 1 P1 1 pi V 1 5,89 n V 10 2 9 1 1; R1 13 E 0 1 e1 P1 (c) o número médio de dipolos por metro cúbico se o momento de dipolo médio é de 10-29C.m. N P1 e1 12 Dt1 D1 58,3 arcsen 91,1 0 39,8 1 1 P ( 1 V arcsen 1 2 50 2 58,3 nC m 2 Dt1 1 Dt 2 2 Dt 2 2 Dt1 1 Dt 2 R2 Dt1 R1 Dt 2 R2 Dt1 R1 13 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Dt 2 Dt2 2 3,2 Componentes Eletrônicos: 50aˆ y Podemos eletrônicos como: 18,75aˆx 31,25aˆ y nC m 2 (c) D2; D2 30aˆ x D2 Dt 2 DN2 P2 P2 P2 2 1 D2 2 9,38aˆx 15,63aˆ y 1.1 – Lineares: Capacitores, Resistores e Indutores arccos 1.2 – Não Lineares: Diodos. 35aˆz nC m 2. Componentes Ativos. DN 2 A tensão de saída depende da de entrada e de parâmetros internos do componente. Citamos os transistores e as válvulas. D2 70 arccos 78,91 0 2 14 2 (e) 2. 2 componentes 1. Componentes Eletrônicos Passivos. Subdividem-se em: R2 2 os 2. Componentes Ativos. 70aˆz nC m2 1 D2 R2 classificar 1. Componentes Passivos. 18,75aˆx 31,25aˆ y (d) P2; 14 27,5 Capacitores: Podemos armazenar energia potencial de diversas formas: comprimindo um gás, em uma mola comprimida, etc. Podemos também armazenar energia potencial elétrica em um campo elétrico, e um capacitor é um dispositivo para tal fim. O capacitor é uma bateria portátil, operando com uma determinada energia, que leva um grande tempo para acumular energia, porém descarrega rapidamente. Capacitores são muito utilizados em eletrônica e microeletrônica, atuando como armazenadores de energia potencial. Eles são elementos vitais em circuitos (transmissores e receptores de aparelhos de rádio e TV). (a) (b) Figura 10 – (a) Capacitores. (b) Definição de capacitor. 14 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 15 11.2 - (a) Capacitor plano e ligado a uma bateria. Diagrama representativo do circuito (b). Capacitância: Capacitores são encontrados em muitas formas e tamanhos diferentes. Os mais comuns são os capacitores de placas paralelas, consistidos de duas placas paralelas condutoras de área A separadas por uma distância d. O símbolo utilizado para o capacitor é baseado na estrutura do capacitor de placas paralelas e é usado para capacitores de quaisquer simetrias. Na região entre as placas do capacitor, é preenchido por um dielétrico, um material isolante como o óleo ou plástico. Quando não há o preenchimento de material entre as placas, a permissividade dielétrica é a mesma do vácuo: 0 15 8, 8510 . 12 ( SI ) Em 1837 Michael Faraday descobriu que quando um capacitor é preenchido por um dielétrico, sua capacitância aumenta por um fator k, chamado constante dielétrica. Quando um capacitor é carregado, suas placas possuem sinais +Q e -Q, respectivamente. Referimos então a um capacitor de carga elétrica Q. Devido as placas serem condutoras, elas são superfícies equipotenciais: Todos pontos sobre a placa estão em um mesmo potencial. Há uma diferença de potencial elétrico entre as duas placas. Simbolizamos esta diferença por V. A carga Q e a diferença de potencial V em um capacitor são proporcionais, onde a constante de proporcionalidade é chamada de capacitância eletrostática C: Q C .V A unidade SI da capacitância é o faraday (F) : 1 farad = 1 F = 1 coulomb por volt = 1 C/ V Para se carregar um capacitor, precisamos conectá-lo com uma bateria, conforme mostra o esquema abaixo: O capacitor permanece descarregado até conectá-lo com a bateria B ligando a chave S, o que completa o circuito. Com o passar do tempo as placas do capacitor terão uma carga +Q e -Q, e estarão a uma diferença de potencial V. Uma vez que esta diferença de potencial é estabelecida entre as placas do capacitor, a corrente cessa e o capacitor estará completamente carregado. Cálculos de capacitância: a) Capacitor de placas paralelas: Figura 12 – Capacitor de Placas Paralelas (a) e linhas de força do campo elétrico (b). Figura 11 – 11.1 - (a) Capacitor plano e efeitos de borda (b). A diferença de potencial entre as placas é: E dl V C Q ; E. dA V C E.L Q Q 0 0 EA A 0 d Se preenchido com um dielétrico de permissividade : C C A d A R 0 d 15 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 16 capacitores por um capacitor equivalente que é um capacitor que possui a mesma capacitância que o circuito equivalente. b) Capacitor cilíndrico: Figura 13 – Capacitor cilíndrico. 1) Capacitores em paralelo: Nesse esquema vemos um conjunto de capacitores associados em paralelo a uma bateria. Figura 15 – Associação de capacitores em paralelo. Q Q Q r S a E V 1 +Q C 2 Vab 2 2 3 r ln rba - + V L 0 ln( rb ) r a Preenchido com dielétrico de permissividade : : L r ln( rb ) C 2 V C 0 C 16 eq C V 3 C 1 V 0 s ra -Q Os terminais da bateria são ligados diretamente às placas dos três capacitores. Como a bateria mantém a diferença de potencial V entre os terminais, ela aplica a mesma diferença de potencial entre os terminais dos capacitores.Vemos que: a c) Capacitor Esférico: Q1 Figura 14 – Capacitor esférico C1V ; Q2 C2V ; Q3 Q Q1 Q2 Q3 n Q V Ceq C3V Ceq C1 C2 C3 Ceq Cj j 1 Ou seja, em uma associação de capacitores em paralelo, a capacitância equivalente é a soma das capacitâncias. A carga total é a soma das cargas e a ddp se mantém constante. 2) Capacitores em série. 2 S a 2 0 r r E 2 s a r Va b 0 C 4 A figura abaixo mostra 3 capacitores conectados em série a uma bateria: Figura 16 – Associação de capacitores em série. V rb ra rb ra 1 2 C 1 -Q +Q 4 - V -Q +Q C eq -Q +Q + V Observamos V1 Podemos ter em um circuito associação de capacitores distinta, em algumas vezes pode substituir os V C 3 V ra rb rb ra Associação de capacitores: 3 C 2 -Q +Q ra rb 0 rb ra Com dielétrico de permissividade : C V Q ;V C1 2 Q ;V C2 3 que: Q C3 V V1 V2 V3 n 1 C eq 1 C1 1 C2 1 C3 1 C eq Cj 1 j 1 16 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Veja que, a carga total é a mesma em cada capacitor e a ddp no capacitor equivalente é a soma de cada ddp em cada capacitor de uma associação em série. Capacitores comuns Apresenta-se com tolerâncias de 5 % ou 10 %. Capacitores são freqüentemente classificados de acordo com o material usados como dielétrico. Os seguintes tipos de dielétricos são usados: cerâmica (valores baixos até cerca de 1 μF) o C0G ou NP0 - tipicamente de 4,7 pF a 0,047 uF, 5 %. Alta tolerância e performance de temperatura. Maiores e mais caros o X7R - tipicamente de 3300 pF a 0,33 uF, 10 %. Bom para acoplamento não-crítico, aplicações com timer. o Z5U - tipicamente de 0,01 uF a 2,2 uF, 20 %. Bom para aplicações em bypass ou acoplamentos. Baixo preço e tamanho pequeno. poliestireno (geralmente na escala de picofarads) poliéster (de aproximadamente 1 nF até 1000000 μF) polipropilêno (baixa perda. alta tensão, resistente a avarias) tântalo (compacto, dispositivo de baixa tensão, de até 100 μF aproximadamente) eletrolítico (de alta potência, compacto mas com muita perda, na escala de 1 μF a 1000 μF) Propriedades importantes dos capacitores, além de sua capacitância, são a máxima tensão de trabalho e a quantidade de energia perdida no dielétrico. Para capacitores de alta potência a corrente máxima e a Resistência em Série Equivalente (ESR) são considerações posteriores. Um ESR típico para a maioria dos capacitores está entre 0,0001 ohm e 0,01 ohm, valores baixos preferidos para aplicações de correntes altas. Já que capacitores têm ESRs tão baixos, eles têm a capacidade de entregar correntes enormes em circuitos curtos, o que pode ser perigoso. Por segurança, todos os capacitores grandes deveriam ser descarregados antes do manuseio. Isso é feito colocando-se um resistor pequeno de 1 ohm a 10 ohm nos terminais, isso é, criando um circuito entre os terminais, passando pelo resistor. Capacitores também podem ser fabricados em aparelhos de circuitos integrados de semicondutores, usando linhas metálicas e isolantes num substrato. Tais capacitores são usados para armazenar sinais analógicos em filtros chaveados por capacitores, e para armazenar dados digitais em memória dinâmica de acesso aleatória (DRAM). Diferentemente de capacitores discretos, porém, na maior parte do processo de fabricação, tolerâncias precisas não são possíveis (15 % a 20 % é considerado bom). Identificação do valor no capacitor cerâmico Os capacitores cerâmicos, apresentam impressos no próprio corpo, um conjunto de três algarismos e uma letra. Para se obter o valor do capacitor, os dois primeiros 17 algarismos, representam os dois primeiros digitos do valor do capacitor e o terceiro algarismo (algarismo multiplicador), representa o número de zeros à direita, a letra representa a tolerância (podendo ser omitida)do capacitor (faixa de valores em que a capacitância variará)para os capacitores cerâmicos até 10pF é expressa em pF os acima de 10pF é expressa em porcentagem. O valor é expresso em pF. Por exemplo um capacitor com 224F impresso no próprio corpo, possuirá uma capacitância de 220000pF com uma tolerância de +/- 1% (seu valor pode ser um porcento a mais ou a menos desse valor). 17 Aplicações Capacitores são comumente usados em fontes de energia onde elas suavizam a saída de uma onda retificada completa ou meia onda. Por passarem sinais de Corrente Alternada mas bloquearem Corrente Contínua, capacitores são freqüentemente usados para separar circuitos Corrente alternada de corrente continua. Este método é conhecido como acoplamento AC. Capacitores também são usados na correção de fator de potência. Tais capacitores freqüentemente vêm como três capacitores conectados como uma carga trifásica. Geralmente, os valores desses capacitores não são dados pela sua capacitância, mas pela sua potência reativa em var. História A Jarra de Leyden, primeira forma de capacitor, fora inventada na Universidade de Leyden, na Holanda. Era uma jarra de vidro coberta com metal. A cobertura interna era conectada a uma vareta que saia da jarra e terminava numa bola de metal http://pt.wikipedia.org/wiki/Capacitor Energia Armazenada em um campo elétrico. Imagine um capacitor descarregado e que devemos transferir elétrons de uma placa à outra. O campo elétrico na região entre as placas tende a se opor à esta transferência. Devemos realizar trabalho para que possamos acumular carga no capacitor. Este trabalho para carregar um capacitor está na forma de energia potencial elétrica U no campo entre as placas. O trabalho requerido para deixar o capacitor carregado a uma carga Q é dado por: dW V dQ Q dQ C 17 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Depois da chave S fechar, os capacitores terão a mesma ddp: V=1,79 V. A energia potencial final será de: Q W 1 q dQ C0 dW Uf Q2 2C W Pode-se encontrar as seguintes relações para a energia potencial armazenada entre as placas de um capacitor: U Q2 2C 1 CV 2 2 Também podemos encontrar a densidade de energia u entre as placas do capacitor, dada pela razão da energia armazenada e o volume: U Ad u C V2 2 Ad Lembrando que para um capacitor de placas 0A e o campo E é dado por: E=V/d, d paralelas, C teremos: 1 E 2 (Densidade de Energia) 2 0 u Exemplo 11 - Um capacitor C1 de capacitância 3,55 mF é carregado com uma ddp de V0=6,3 V usando uma bateria de 6,3 V. A bateria é removida e o capacitor é conectado a um capacitor C2 descarregado de capacitância C2 = 8,95 mF como mostra a figura abaixo. Quando a chave S é fechada, a carga de C1 flui para C2 até que ambos os capacitores estejam a mesma diferença de potencial V. Qual será esta ddp? S Q 0 C 2 A carga original q0 é agora parte dos 2 capacitores: Q0 Q1 Q2 Mas q=CV. Então: C1V C2V V V0 C1 C1 C2 6, 3 3,55 3,55 8,95 1, 79V Exemplo 12 - No exemplo anterior, qual será a energia potencial do sistema de 2 capacitores antes e depois da chave S fechar ? Inicialmente o capacitor C1está carregado e possui uma energia potencial. Sua ddp é V0= 6,3 V. A energia potencial inicial é: Ui 1C V2 2 10 1C V2 2 1 1C V2 2 2 6 .1, 792 1 ( 3, 5510 . 2 6 .1, 792 ) 8, 9510 . 2.10 5 J 1 ( 3, 5510 . 6 )(6, 32 ) 7, 04.10 5 J 70, 4 J 2 20 J Observe que Ui > Uf , cerca de 72 %. Isto não é uma violação ao princípio da consevação da energia. A energia perdida aparece da forma de energia térmica perdida pelos fios que fazem a conexão dos capacitores. Lembramos que quando um capacitor está preenchido com um dielétrico, sua capacitância aumenta de um fator k, denominado constante dielétrica do material introduzido. Pode-se escrever: C C0 Onde C0 é a capacitância medida quando o dispositivo (capacitor) não está preenchido por nenhum dielétrico. A tabela a seguir ilustra valores da constante dielétrica para alguns materiais: Tabela III – Constante dielétrica relativa de alguns materiais. Material Constante dielétrica k = R Ar (1 atm ) Papel Óleo transformado Porcelana Silício Água (20 C) Germânio 1,00054 3,5 4,5 6,5 12 80,4 16 Para o vácuo, k=1,0 C 1 C1V0 18 Exemplo 13 – Determine a permissividade relativa do material dielétrico presente em um capacitor de placas paralelas se: (a) S = 0,12 m2, d = 80 μm, V0 = 12 V e o capacitor contêm 1μJ de energia. C A d CV02 2WE 2 10 C 2 V02 122 C 13888 ,88 pF A dC C R 0 R d 0A 6 WE R 80 10 61,3888 10 8,85 10 1 2 0,12 8 1,046 18 18 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori (b) A densidade de energia armazenada é de 100 J/m2, V0 = 200 V, d = 45 μm. CV02 2 WE 2WE V02 C 2,25 10 7 8,85 10 12 R 0 1 2 A d 2 45 10 6100 200 2 2dWE V02 A C 2,25 10 7 F m s s E 10 8,85 10 0 20 10 6 200 103 10 10 F m 11,29 12 (a) um cabo coaxial de 1 ft de comprimento de 35 B/U, que possui um condutor interno de 0,1045 in de diâmetro, um dielétrico de polietileno ( R = 2,26) e um condutor externo de 0,680 de diâmetro interno. C 2 C L ln(b a ) L R 0 ln(b a ) 2 C 2 2,26 8,85 10 12 ln(0,680,30 0,1045) C 20,13 pF (b) uma esfera condutora de raio 2,5 mm coberta com uma camada de polietileno de 2mm de espessura, envolvida por uma esfera condutora de 4,5 mm de raio. ra rb rb ra C 4 C 4 C 4 2,26 8,85 10 12 44,,55 22 10 C 0,9 pF ra rb R 0 rb ra 3 (c) duas placas retangulares condutoras, 1 cm por 4 cm, de espessura desprezível, entre as quais há três camadas de dielétricos de 1cm por 4 cm cada, de 0,1 mm de espessura, tendo constantes dielétricas de 1,5, 2,5 e 6. C 3 2 1,5 2,5 6 8,85 10 1 210 2 4 10 1,5 2,5 1,5 6 6 2,5 0,1 10 3 2 C 0,8108 3,54 10 11 28,7 pF Exemplo 15 – Um cilindro condutor com 1 cm de raio e no potencial de 20V é paralelo a um plano condutor que tem potencial zero. O plano está 5 cm distante do eixo do cilindro. Se os condutores estão mergulhados em um dielétrico perfeito para o qual R = 4,5, determine: (a) a capacitância por unidade de comprimento entre o cilindro e o plano. (b) Smax no cilindro. Resistência Elétrica: Exemplo 14 – Determine a capacitância de: 1 C 1 3 C 10 R A d 0 25423,7 (c) E = 200kV/m, S = 20μC/m2 e d = 100 μm E 1 2 3 C 19 1 1 1 C1 C2 C3 C1C2C3 C1C2 C1C3 C3C2 Se aplicarmos a mesma diferença de potencial em extremidades de um pedaço de cobre e em vidro, verificamos diferentes correntes. Essa característica do condutor é denominada de resistência elétrica. Determinamos a resistência elétrica de um condutor entre dois pontos aplicando uma diferença de potencial V entre esses pontos e medimos a corrente i resultante. A resistência R é dada por: R V I A unidade SI de resistência elétrica é dada pelo Volt por Ampére, denominada Ohm ( ). 1V . 1 1A Um condutor cuja função em um circuito é fornecer certa resistência à passagem de corrente é denominado de resistor. Representamos um resistor em um diagrama pelo símbolo . Definimos a resistividade de um condutor como a razão entre o campo elétrico aplicado ao condutor e a densidade de corrente J: E J A unidade de resistividade no SI é o volt por metro (V/m) e também o Ohm vezes metro ( .m). Propriedades físicas de alguns materiais variam com a temperatura, e a resistividade também se comporta dessa maneira. Para o cobre e alguns metais em geral, a resistividade possui o seguinte comportamento com a temperatura: 0 0 (T T0 ) 19 19 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Aqui, T0 é uma temperatura de referência, em geral é escolhida T0= 293K, é o chamado coeficiente de resistividade. A tabela abaixo ilustra alguns valores de resistividade a temperatura ambiente (20 C) para alguns materiais. Tabela IV – Resistividade de alguns materiais. Material Resistividade R( .m). Coeficiente de resistividade ( K 1) Metais Típicos Cobre 1, 69.10 8 4 , 3.10 3 Alumínio 2, 75.10 8 4, 4.10 3 Tungstênio 5, 25.10 8 4 , 5.10 3 Ferro 9 , 68.10 8 6, 5.10 3 Platina 10, 6.10 8 Semicondutores típicos 3, 9.10 3 Silício puro 2, 5.103 7010 . 3 Silício tipo p 8, 7.10 4 Silício tipo n 2 , 8.10 3 Isolantes Típicos 1010 1014 1016 Vidro Quartzo 20 A Lei de Ohm: Dissemos que um resistor é um condutor com uma específica resistência. Isto significa que ele tem a mesma resistência se a magnitude e direção (polaridade) de uma diferença de potencial aplicada forem mudadas. Alguns resistores dependem dessa diferença de potencial aplicada. Quando um resistor não depende da ddp aplicada em seus terminais e o comportamento gráfico de V em função da corrente for uma reta, como mostra a figura abaixo, dizemos que ele obedece à Lei de Ohm V=RI. Observe que quanto maior a inclinação da reta, tanto maior a resistência elétrica, pois R= tg . Figura 17 –Comportamento Ôhmico (a) e resistência em um condutor (b). Podemos escrever também a relação: E .J para um material dito isotrópico, ou seja, que não varia suas propriedades elétricas com as diversas direções. Se nós conhecemos a resistividade de uma substância, podemos encontrar sua resistência. Seja A área da seção reta de um condutor e L seu comprimento. Podemos encontrar as seguintes relações entre o campo elétrico e a densidade de corrente neste condutor: E V ;J L i A E J V L i A Lembrando que V/I é a resistência do material, teremos: R L A Vemos que a resistência em um condutor é inversamente proporcional à sua área de seção reta e diretamente proporcional à resistividade e ao seu comprimento. Um dispositivo condutor obedece à Lei de Ohm quando sua resistência é independente da magnitude e polaridade do potencial elétrico aplicado. Um material condutor obedece à Lei de Ohm quando sua resistividade é independente da magnitude e direção do campo elétrico aplicado. O modelo utilizado para analisar o processo de condução nos materiais condutores é o modelo do elétron livre, no qual elétrons de condução são livres para se mover no volume do material condutor. Assume-se que durante esse movimento, os elétrons não se colidem com os outros elétrons, mas só entre os átomos do metal condutor.Os elétrons, de acordo com a física clássica, possuem uma distribuição Maxwelliana de velocidades, como as moléculas em 20 20 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori um gás. Nessa distribuição, a velocidade média do elétrons é proporcional à raiz quadrada da temperatura absoluta . O movimento dos elétrons é regido pelas leis da física clássica, e não pelas leis da física quântica, cujo modelo é o mais adequado atualmente. Quando aplicamos um campo elétrico em um metal, os elétrons modificam seu movimento randômico e iniciam um movimento ordenado na direção oposta à do campo elétrico aplicado, com uma velocidade de correnteza vd . O movimento dos elétrons é uma combinação entre as colisões com os átomos no metal e à aceleração devido ao campo elétrico E. Quando consideramos os elétrons livres, a única contribuição para a velocidade de correnteza é devido ao campo elétrico aplicado no metal. Chamando de m a massa do elétron colocado em um campo elétrico E, de acordo com a segunda lei de Newton, ele terá aceleração dada por: a=F/m=eE/m . Chamando o tempo entre duas colisões sucessivas de o elétron possuirá uma velocidade de correnteza dada por: eE vd a m Combinando com a equação para a densidade de corrente, teremos: vd J ne eE m E m e2 n J Energia e Potência em circuitos elétricos: Na figura abaixo ilustramos um dispositivo qualquer (resistor, capacitor, etc.) conectado a uma bateria que mantém uma ddp V em seus terminais, causando um maior potencial no terminal a e um menor no terminal b. Figura 18 –Circuito envolvendo resistor. 21 Mantida a ddp nos terminais da bateria, haverá um fluxo de corrente i no circuito e entre os terminais a e b. Uma quantidade de carga dq se moverá de a para b, sob uma ddp V. A energia potencial decresce de uma quantidade: (de a para b V diminui): dU dq.V iVdt Como definimos potência por: P dU dt Comparando com E= J, teremos: Então: m e2n Observe que a resistividade em um metal não depende do campo elétrico aplicado, obedecendo à Lei de Ohm. Exemplo 14 - Determine o tempo t entre as colisões de um elétron e os átomos de cobre em um fio de cobre. P V .i O princípio da conservação da energia nos diz que o decréscimo de energia potencial é acompanhado pela transferência de energia em alguma outra forma. Essa é a potência associada a essa transferência. Podemos ainda encontrar as seguintes relações: P Temos que: m e2 n Tomando o valor de da tabela teremos: 9,110 . 31kg 28 3 (8,47.10 m )(1,610 . 19 C)2 (1,69.10 8 .m) 2, 5.10 14 s Exemplo 16 - Determine o caminho livre médio l do elétron entre duas colisões. Sabemos que : vd (1, 6.106 m s )( 2 , 5.10 14 s) 40nm 21 R.i 2 V2 R Em um resistor, a passagem dos elétrons se dá a velocidade de correnteza constante, mantendo sua energia cinética média constante, aparecendo uma perda de energia potencial elétrica como energia térmica. Em escala microscópica há uma transferência de energia devido a colisões entre os elétrons e os átomos que formam a estrutura do resistor, aumentando sua temperatura. A energia mecânica transferida na forma de energia térmica é dita dissipada. Associação de Resistores: Podemos associar resistores de duas maneiras: em série e em paralelo. Em cada associação, podemos encontrar a resistência equivalente da associação, como ilustramos na figura abaixo: (a) Associação em paralelo: Nesse tipo de associação, a ddp em cada resistor se mantém constante, pois todo está conectado no mesmo fio. As 21 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 22 correntes somadas darão a corrente total i e a resistência equivalente Req encontramos através de: 1 Re q 1 R1 1 R2 1 R3 n 1 Re q j 1 1 Rj V R1i1 R2i2 R3i3 i i1 i2 i3 (Lei dos nós). i i i 1 R 1 2 R 2 R eq R 3 3 i V 22 V (b) Associação em série: Nesta associação, a corrente que atravessa cada resistor é a mesma, e a ddp em cada resistor, quando somadas, dá a ddp total V sobre a resistencia equivalente Req. V V1 V2 V3 n Req R1 R2 R3 Req Rj j 1 V 1 R 1 2 2 V V 3 R R eq 3 R i i V V Em ambos os casos temos: V i . Req Potenciômetros: As resistências variáveis são denominadas de potenciômetros ou reostatos. A seguir ilustramos alguns tipos encontrados: Figura 19 –Potenciômetros. 22 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 23 As Leis de Kirchhoff( *) As Regras de Kirchhoff são: 1. A soma das correntes em qualquer junção de circuito é zero. Figura 1 - Lei dos nós (a) e Lei das malhas (b). i1 (a) i i2 2. A soma das diferenças potenciais ao redor qualquer circuito fechado é zero. 23 (b) r a b R1 c d - + + I i R2 r R4 h R3 g + - f e Tabela I – Tensão em componentes do circuito (b). Diferença de Componente Potencial de x á Valor y Resistor r2 Va-Vb - r2.I Vb-Vc Gerador Resistor R1 Vc-Vd - R1.I Resistor R2 Vd-Ve - R2.I Ve-Vf Gerador Resistor R3 Vf -Vg - R3.I Resistor R4 Vg -Vh - R4.I Resistor r1 Vh-Vi - r1.I V -V Gerador i a Notação de sinais: Sentido da análise Sentido da corrente I Gerador e resistor: Biografia - Kirchhoff ( *) Kirchhoff Nasceu em 12 de março de 1824 em Königsberg, Prussia (hoje Kaliningrad, Russia) e morreu em 17 de outubro de 1887 em Berlin, Alemanha. Era um estudante de Gauss. Ele ensinou em Berlim em 1847 e Breslau. Em 1854 ele foi designado a professor de físicas a Heidelberg onde ele colaborou com Bunsen. Foi um físico que fez contribuições importantes à teoria de circuitos e elasticidade. As leis de Kirchhoff, anunciadas em 1854, permitem cálculo de correntes, voltagens e resistências de circuitos elétricos que estendem o trabalho de Ohm. O trabalho dele em radiação de corpo negro era fundamental no desenvolvimento de teoria do quantum. Kirchhoff foi o primeiro a explicar as linhas escuras presentes no espectro do sol 23 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori icc espectro como causa da absorção de comprimentos de onda particulares. Isto começou uma era nova em astronomia. Em 1875 ele foi designado à cadeira de físicas matemáticas em Berlim. Sua inaptidão o levou a gastar muito tempo de sua em muletas ou em uma cadeira de rodas. O melhor trabalho conhecido são as quatro obra-prima de volume Vorlesungen über mathematische Physik (187694). + r U r i 0 icc r Baterias são utilizadas em muitas aplicações: carros, PCs, laptop, MP3 e telefones celulares. Uma bateria possui essencialmente uma química capaz de produzir elétrons. Reações químicas que produzem elétrons são chamadas de reações eletroquímicas Geradores, Receptores e Aparelhos de medida. A Bateria Básica: Geradores - Introdução: Se você observou uma bateria, notou que ela possui dois terminais. Um positivo do (+) e outro terminal negativo (-). As células de Nas AA, ou de C D extremidades da bateria são os terminais. Em uma bateria de um carro, há duas peças que atuam como terminais. Os elétrons são coletados numa bateria no terminal negativo. Se você conectar um fio no terminal negativo para o positivo, fluirão elétrons do terminal negativo para o terminal positivo tão rápido quanto podem. Normalmente pode-se conectar algum dispositivo à uma bateria, como uma lâmpada, uma lanterna de automóvel, ou usando um fio em uma bateria. Dentro da própria bateria, uma reação química produz elétrons. Uma velocidade dos elétrons produzida por essa reação química (resistência interna da bateria) controla quantos elétrons podem fluir e entrar em seus terminais. Elétrons fluem na bateria para fio e o fazem do terminal negativo para o terminal positivo pela reação química, que pode durar até um ano. Uma vez conectado fio do, um inicia-se de química de reação. Se uma quantidade de carga atravessa um resistor, estabeleceu-se uma diferença de potencial entre seus terminais. Para manter-se esse fluxo de carga constante, é necessário conectar ao resistor um gerador , o qual possui uma força eletromotriz (fem), que realiza trabalho sobre a carga, mantendo-a constante sobre o resistor; analogamente ao que acontece a uma bomba de água que faz com que o escoamento de água em uma tubulação de irrigação seja constante. Um dispositivo que possui uma força eletromotriz é uma bateria ; outro é o gerador elétrico. Células solares são também dispositivos que possuem a fem. i - + r Equação do gerador (i,U): U - 24 r i Figura 2U– Gráfico U vs. i para gerador. 40 35 30 Figura 3 – Ilustração do circuito de uma 25 bateria. 20 i 15 10 - + (i Convencional) r i (real:sentido dos elétrons) 5 2 4 6 Algumas retas características estão indicadas na figura acima. O valor de corrente pelo qual a tensão nos terminais do gerador é nula, é denominado de corrente de curto circuito (icc) e é a máxima corrente lançada por um gerador num circuito. 8 I A Química da Bateria: Se você quer saber como são as reações químicas existentes numa bateria, é fácil realizar experimentos na própria casa tentando obter diferentes combinações. Para fazer esses 24 24 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori experimentos cuidadosamente, gastando cerca de R$10,00 - R$30 ,00 em uma casa de componentes eletrônicos. Adquira um fio (1m) que para baixas voltagens e baixas correntes (de 5 - 10 mA). A primeira bateria foi criada por Alessandro Volta em 1800. Para criá-la, ele montou um conjunto de finas placas alternando camadas de zinco intercaladas por papel embebido em água salgada e (prata), como mostra a figura. Esse arranjo era conhecido como "pilha voltaica". As camadas superiores e inferiores consistiam de metais diferentes. Se você conectar os extremos, é possível medir uma voltagem da pilha. Você pode aumentar o valor da voltagem com o aumento do crescimento das camadas. Você pode criar sua própria pilha voltaica usando moedas e toalha de papel. Misture sal com água (tanto sal quanto a água segurará) e empape a toalha de papel nesta salmoura. Então crie uma pilha alternando moedas de diferentes tamanhos. Veja que tipo de voltagem e corrente produz a pilha. Figura 4 – Ilustração de uma bateria alimentando um motor (a) e estrutura interna de uma bateria (b).. (a) 25 Outros metais para tentar incluem chapa de alumínio e aço. Cada combinação metálica deveria produzir uma voltagem ligeiramente diferente. Nos 1800s, antes da invenção do gerador elétrico (o gerador não foi inventado e foi aperfeiçoado até os 1870s), a cela de Daniel (que também é conhecida através de três outros nomes--a "cela" de Crowfoot por causa da forma típica do elétrodo de zinco, a "cela" de gravidade porque gravidade mantém o dois sulfates separado, e uma "cela molhada" ao invés da cela seca moderna (porque usa líquidos para o eletrólito), era extremamente comum para telégrafos operacionais e doorbells. A cela de Daniell é uma cela molhada que consiste em cobre e zincoe uma chapa de cobre e sulfato de zinco. Article by: J J O'Connor and E F Robertson Baterias são utilizadas em muitas aplicações: em carros, PCs, laptops, MP3 players e telefones celulares. Uma bateria possui essencialmente uma química capaz de produzir elétrons. Reações químicas que produzem elétrons são chamadas de reações eletroquímicas. Figura 5 – Diagrama das camadas que constituem a pilha (b) Esse arranjo era conhecido como “pilha voltaica”. As camadas superiores e inferior consistiam de metais diferentes. Se você conectar os extremos, é possível medir a voltagem e a corrente na pilha. Você pode aumentar a pilha aumentando assim a voltagem com o crescimento das camadas. Figura 6 – Diagrama das camadas de uma pilha (a) e bateria ideal (b). (a) 25 25 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori (b) Reações de bateria Provavelmente a bateria mais simples que você pode criar é chamada uma bateria de zinco carbono. Entendendo a reação química que entra em nesta bateria você pode entender como baterias trabalham em geral. Imagine que você tem um pote de ácido sulfúrico (H2SO4). Colocando uma barra de zinco nisto, o ácido começará a corroer o zinco imediatamente. Você verá gás de hidrogênio borbulhando e forma no zinco, e a barra e ácido começarão a aquecer. Está acontecendo: As moléculas ácidas migram para cima com três íons: dois íons de H+ e um íon SO4. Os átomos de zinco na superfície da barra de zinco perdem dois elétrones (2e-) se tornar íons de Zn++. Os íons de Zn++ combinam com os SO4 íon para criar ZnSO4 que dissolvam no ácido. Os elétrons dos átomos de zinco combinam com os íons de hidrogênio no ácido para criar moléculas de H 2 (hidrogênio gasoso). Nós vemos o hidrogênio subir como gás como bolhas que formam na barra de zinco. Se você agora introduzir uma barra de carbono no ácido, o ácido não faz nada a isto. Mas se você conecta um arame entre a barra de zinco e a barra de carbono, duas mudanças ocorrem. Os elétrons fluem pelo arame e combina com hidrogênio na barra de carbono, assim gás de hidrogênio começa a borbulhar a barra de carbono. Há menos calor. Você pode dar potência a uma lâmpada incandescente ou carga semelhante que usa os elétrons que fluem pelo arame, e você pode medir uma voltagem e corrente no arame. A energia do calor se transforma em movimento dos elétrons. Os elétrons vão se mover à barra de carbono porque há mais facilidade em se combinar com hidrogênio. Há uma voltagem característica na cela de 0.76 volts. Eventualmente, a barra de zinco dissolve completamente os íons de hidrogênio no ácido se acostumam e os estampa " de bateria ". Em qualquer bateria, o mesmo tipo de reação eletroquímica acontece de forma que elétrons movam de um lado para o outro. Os metais e o eletrólito usado 26 controlam a voltagem da bateria. Cada reação diferente tem uma voltagem característica. Por exemplo, aqui é o que acontece em uma cela da bateria de conduzir ácido de um carro: A cela tem um prato feito de chumbo e outro prato feito de dióxido de chumbo, com um eletrólito de ácido sulfúrico forte no que os pratos são submergidos. Chumbo combina com SO4 para criar PbSO4 mais um elétron. Condução de dióxido, íons de hidrogênio e íons SO4 , mais elétrons do chumbo crie PbSO4 e molhe no prato de dióxido de chumbo. Como as descargas de bateria, ambos os pratos constroem PbSO4 (conduza sulfato), e água constrói no ácido. A voltagem característica é de aproximadamente 2 volts por célula, assim combinando seis células você adquire uma bateria de12V. Tipos de Baterias: Uma bateria de condução de ácido tem uma característica agradável: a reação é completamente reversível. Se você aplica corrente para a bateria à voltagem certa, conduz a formação de dióxidos e formam novamente nos pratos; assim você pode usar de novo a bateria. Em uma bateria de zinco-carbono, não há nenhum modo fácil para inverter a reação porque não há nenhum modo fácil para voltar gás de hidrogênio no eletrólito. Baterias modernas usam uma variedade de substâncias químicas para dar poder a as reações. Baterias euímicas típicas incluem: Bateria de "zinco-carbono”. Também conhecido como uma bateria de carbono padrão (standard). Os elétrodos são zinco e carbono, com uma pasta ácida entre eles servindo como o eletrólito. Bateria alcalina - Pilhas Duracell e baterias de Energizer em comum, os elétrodo são zinco e manganês-óxido, com um eletrólito alcalino. Bateria de Lithium (fotografia) - Lithium, lithium-iodide e conduzir-iodide é usado em máquinas fotográficas por causa da habilidade para prover ondas de calor. Bateria ácida - Uso em automóveis, os elétrodo são feitos de chumbo e óxido como um eletrólito ácido forte (recarregável). Bateria de "níquel-cádmio” - Os elétrodos são hidróxidos de níquel e cádmio, com hidróxido de potássio como eletrólito (recarregável). Bateria de metal de níquel - Esta bateria está substituindo a de níquel-cádmio rapidamente porque não sofre do efeito de memória que níquelcádmio fazem (recarregável). 26 26 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Bateria Lithium-íon - Com uma relação de potência boa, é achada freqüentemente em computadores laptop e telefones celulares. (recarregáveis). Bateria de zinco - Esta bateria é de peso leve e recarregável. Bateria de óxido de "zinco-mercúrio” - Isto é freqüentemente usado na ajuda para audição. Bateria de “prata-zinco” - Usada em aplicações aeronáuticas porque a relação de poder-para-peso é boa. Bateria de “metal-cloreto” - Usada em veículos elétricos. Potência Elétrica do gerador: Arranjos ou associações de geradores. Em quase qualquer dispositivo que usa baterias, você não usa uma célula de cada vez. Você regularmente as agrupa serialmente para formar voltagens mais altas, ou em paralelo para formar correntes mais altas. Em um arranjo consecutivo, somam-se as voltagens. Em um arranjo paralelo, somam as correntes. O diagrama seguinte mostra estes dois arranjos. Podemos associar geradores de duas formas: em série e em paralelo. Na associação em série de n geradores de iguais força eletromotriz e e iguais resistência onterna r, as forças eletromotrizes se somam e também se somam suas resistências internas: req nr eq n Se multiplicarmos por i a equação do gerador: i r i2 U i Denominamos de: Potência Total: Também denominada de Potência lançada : Pl Já na associação em paralelo de n geradores iguais, , a fem do gerador equivalente é a mesma e a resistência interna do gerador equivalente fica dividida por n: req r eq i Potência dissipada: Potência dissipada por efeito Joule na Bateria pela resistência interna. Pd n r i2 Figura 7 – Associação em paralelo (a) e série (b) de geradores. Tipos de pilhas (c). Circuitos com mais de uma fonte (d) (a) Potência útil: Potencia aproveitada da bateria . Pu U i i r i 2 A máxima potência útil ocorrerá quando: dPu di 0 2 r i i 0 i 27 2 r icc 2 Substituindo esse valor de corrente na expressão da potência útil, teremos: 2 Pu max (b) 4r Os gráficos a seguir ilustram as características da potência útil para uma bateria. curvas Figura 7 – Gráfico da Potência útil versus corrente num gerador. Pu 60 (c) 50 40 30 20 10 2 4 6 8 I 27 27 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 28 Exemplos de associações: Nas figuras, encontre a corrente que circula em cada malha: Figura 8 – Tipos de associações entre geradores: (a) (d) Quando duas fontes são conectadas entre si num único circuito, a fonte que possui fem maior fornece energia para a outra. O arranjo anterior (a) é chamado de arranjo paralelo. Se você assume que cada célula paralela também produzirá 1.5 volts, mas a corrente será quatro vezes isso de uma única cela. O arranjo inferior é chamado de arranjo consecutivo. As quatro voltagens se somam para produzir 6 volts. Esquematicamente teremos os seguintes circuitos: Série: Circuito equivalente: 28 (b) Força eletromotriz equivalente: N eq i i 1 Resistência equivalente: N req ri i 1 (c) Paralelo: Circuito equivalente: Força eletromotriz equivalente: eq Resistência equivalente: req r n 28 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 29 (h) (d) (i) Qual a indicação do voltímetro? 29 (e) (j) Procedimento experimental para medir a corrente e a fem de um gerador. (f) (j) (g) (k) 29 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 30 (l) (o) 30 (m) (p) (n) 30 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 31 (b) (q) 31 Normalmente, quando você compra um pacote de baterias, o pacote lhe contará a voltagem e avaliação de corrente para a bateria. Por exemplo, uma máquina fotográfica digital usa quatro baterias de níquel-cádmio que estão avaliados em 1.25 volts e 500 milliampéres-horas para cada célula. Trabalho, Energia e fem: Em um dispositivo com uma fem, tal como uma bateria, há uma terminal carregado positivamente e um terminal carregado negativamente. Na figura abaixo representamos o sentido da corrente convencional em uma bateria. Uma vez que as cargas entram no dispositivo, este realiza trabalho sobre elas, forçando-as ao polo positivo e fechando o ciclo. A energia que o dispositivo utiliza para tal processo pode ser de origem química, como uma bateria, ou mecânica, como em um gerador de Van de Graaff. Pode ainda utilizar energia solar, como em células solares. Assumimos que a carga deva entrar no dispositivo no terminal onde há o potencial mais baixo, e deva deixá-lo no potencial maior. O dispositivo deve realizar um trabalho dW no elemento de carga dq, para força-lo a se mover. Definimos a força eletromotriz e no dispositivo como sendo: dW dq Em outras palavras, a força eletromotriz é o trabalho por unidade de carga para que o dispositivo mova a carga do mais baixo potencial ao maior. A unidade do SI é o joule por coulomb ou o volt (V). Um dispositivo gerador ideal é aquela que não apresenta resistência interna para mover a carga de um terminal ao outro. A ddp entre os terminais é igual a fem do dispositivo. Por exemplo, uma bateria de fem 12 V tem ddp de 12V. Um dispositivo gerador rea l, é aquele que apresenta resistência interna para o movimento interno da carga. A seguir representamos o gerador ideal e o real. Figura 10 – Geradores real e ideal. (a) Gerador real. Figura 9 – Fonte de tensão em circuito aberto (a) e em curto-circuito (b). (a) (b) Gerador ideal. 31 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Nesses circuitos para analisar a corrente que percorre a resistência, temos que obedecer às seguintes regras: 1) A soma algébrica da mudança do potencial em um caminho completo do circuito dever ser zero. 2) A corrente entrando pelo pólo negativo e saindo pelo pólo positivo de um dispositivo (gerador ou resistor): e > 0 ou V > 0 . 3) A corrente entrando pelo pólo positivo e saindo pelo pólo negativo de um dispositivo ( gerador ou resistor): e < 0 ou V < 0 . 4) A corrente entrando em um nó, se divide de tal forma que a soma das partes que saem do nó é igual a que chega. Estas regras são denominadas: 32 Figura 12 – Geradores e tensão nos terminais (a). Variação da tensão nos elementos de um circuito (b). (a) (b) 32 Regras de Kirchhoff . 1. A soma das correntes que chegam a um nó é igual à soma das correntes que saem do nó. 2. Partindo de um ponto em uma malha, a soma das diferenças de potencial em cada componente da malha até chegar ao mesmo ponto, é nula. Considere um nó em que chega uma corrente i como indica a figura abaixo: Figura 11 – Lei dos nós. A tensão entre os pontos a e b é dada por: V Multiplicando chegamos a: ri por i a relação acima Vi i ri2 Pu Pt Pd Nessa equação, Pu= V . i é a potência útil , Pt = e . i é a potência total e Pd ri2 é a potência dissipada na resistência interna do gerador. Definimos como o rendimento h do gerador, a relação dada por: Pu Pt Então: i1 i3 i2 i4 Assim aplicando essas regras ao gerador ideal e chamando de a o pólo positivo:: Va iR Va i V O rendimento é a relação entre a potência elétrica lançada e a potência total. Receptores: R Para o gerador real, teremos: ir iR 0 i r R Esta também é chamada de Lei de Ohm-Pouillet. Para representarmos o gerador entre dois pontos A e B de um circuito, utilizamos o símbolo: Leis de Kirchhoff: convenção de sinais. Existem aparelhos capazes de receber energia elétricas e transformá-las em outras formas de energia que não sejam exclusivamente térmica. Esses aparelhos denominam receptores e funcionam quando estão ligados a um circuit, onde existem um ou mais geradores.Como exemplos de receptores, citamos os aparelhos domésticos como o liquidificador, batedeira e furadeira, que transformam energia elétrica em mecânica. Acumuladores formados por placas de chumbo dentro de um eletrólito , transformam energia elétrica em energia química. Receptor elétrico é o aparelho que transforma energia elétrica em outras formas de energia que não sejam exclusivamente térmica. 32 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Esquema do receptor: Como o receptor recebe energia elétrica do circuito, as cargas elétricas que constituem a corrente vão do potencial maior (pólo positivo) ao potencial menor (pólo negativo). Todavia, um receptor não poderá transformar toda a energia elétrica recebida em energia útil, não elétrica. Uma parte dessa energia dissipa-se na resistência interna r' de maneira análoga ao que ocorre no gerador. Para os receptores mais comuns em funcionamento verifica-se que a potência elétrica útil do receptor é diretamente proporcional à corrente que o atravessa. Se Pu é a potência elétrica útil do receptor e i a corrente que o atravessa, temos: Pu '.i ' Pu i Aqui, e' é a força contra eletromotriz (fcem ) , uma constante de proporcionalidade. Sua unidade no SI é o volt (V). A equação do receptor e seu esquema é mostrado a seguir: A resistência interna de um amperímetro ideal é nula para que toda a corrente elétrica passe pelo amperímetro. 2) O Voltímetro : É o aparelho usado para medir diferença de potencial Para encontrar a diferença de potencial entre dois pontos em um circuito ou em uma resistência, necessitamos colocar o voltímetro em paralelo com a resistência. A resistência interna de umvoltímetro ideal é infinita, para que não passe corrente por ele. 33 3) O potenciômetro : O potenciômetro é um aparelho que mede uma desconhecida força eletromotriz ex comparando com uma fem padrão e s. i V ' ri 33 Carga e descarga no Capacitor: No circuito da figura: Podemos utilizar para carregar ou descarregar o capacitor, conforme as posições das chaves (1) e (2). As potências útil, total e dissipada do receptor são deduzidas de maneira análogas ao do gerador. Aparelhos de medida elétrica: Muitos instrumentos de medida elétrica envolvem circuitos que podem ser analizados por métodos que discutiremos: 1) O Amperímetro : O instrumento usado para se medir corrente é o amperímetro. Para medir a corrente em uma resistência, colocamos o amperímetro em série com essa resistência. Figura 13 – Montagens com amperímetro e voltímetros. Figura 20 – Circuito utilizado para experimento de carga e descarga num capacitor. 33 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Processo de carga: Coloca-se as chaves nas posições (1) e (3): a) Uma vez ligada a chave, então teremos: R I Q E C dQ dt ; E cte) (I I I I0 ln I (t ) I0 e Q(t ) Q0 VC (t ) Q E t RC e R t RC Q(t ) C VC (t ) E e t RC t RC E e VR (t ) R I (t ) VR (t ) E e t RC No gráfico a seguir indicamos a curva de carga e descarga. Note o comportamento assintótico quando t .A (a) Corrente na carga e descarga do capacitor. 0 E t RC t e t 0 R Q (t ) E C 1 e t RC A tensão no capacitor, no processo de carga, será dada por: VC E R I0 t E e RC dt R Q 0 Q(t ) C 0 t dQ Q(t ) 1) dt ; A tensão no resistor será dada por: Equação da carga: dQ dt t / RC t / RC por: t RC t RC VR (t ) RCI0 (e I 0e (Equação da carga no capacitor) Observe que a tensão no Capacitor é dada será dada por: R I (t ) dQ Q(t ) E C e (Equação da Corrente) A tensão no resistor no processo de carga VR (t ) dQ I (t )dt t Q0 1 dt RC 1 dt RC 0 I0 Q dQ I dt dI 1 dQ dE dt C dt dt dI 1 dQ 0 dt R C dt t dI I Equação da carga: R dI I 34 VC (t ) E (1 e t RC (b) Tensão na resistência e no Capacitor durante o processo de carga. ) Na descarga: Dedução da corrente: Colocam-se as chaves nas posições (2) e (4). Teremos: UC U R Q C 0 RI 1 dQ C dt I 1 I C dI R dt dI I 1 dt RC Então: ln I I0 1 t RC I I0 e t RC dI dt t dI I I0 R 1 dt RC 0 Figura 21- Carga e descarga num capacitor. Em laboratório, foram utilizados um capacitor de capacitância C = 47 F e um resistor de resistência 238 k . O valor de tempo ao qual a carga cai a 1/e de seu valor inicial Q0 é denominado constante de tempo ( = R.C = 11.19s). 34 34 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Efeitos da Corrente Elétrica: A passagem de corrente elétrica através de condutores acarreta diferentes efeitos, dependendo da natureza do condutor e da intensidade de corrente. É comum dizer-se que a corrente elétrica tem quatro efeitos principais: fisiológico, térmico (ou Joule), químico e magnético. O efeito fisiológico corresponde à passagem de corrente elétrica por organismos vivos. A corrente elétrica age diretamente no sistema nervoso, provocando contrações musculares; quando isto ocorre, dizemos que houve um choque elétrico. O pior caso de choque é aquele que se origina quando uma corrente elétrica entra pela mão de uma pessoa e sai pela outra. Nesse caso, atravessando o tórax de ponta a ponta ela tem grande chance de afetar o coração e a respiração. O valor mínimo de intensidade de corrente que se pode perceber pela sensação de cócegas ou formigamento leve é 1mA. Entretanto, com uma corrente de intensidade 10 mA, a pessoa já perde o controle dos músculos, sendo difícil abrir a mão e livrar-se do contato. O valor mortal está compreendido entre 10 mA até 3 A, aproximadamente. Nestes valores, a corrente, atravessando o tórax, atinge o coração com intensidade suficiente para modificar seu ritmo. Modificando o ritmo o coração para de bombear sangue através do corpo e a morte pode ocorrer em frações de minutos. Se a intensidade for ainda mais alta, a corrente pode paralisar completamente o coração. Este se contrai o mais possível e mantém-se assim enquanto passar a corrente. Interrompida a corrente, geralmente o coração relaxo e pode começar a bater novamente, como se nada tivesse acontecido. Todavia, paralisando o coração, paralisa-se também a corrente sanguínea, e uma pequena interrupção dessa circulação pode provocar danos cerebrais irreversíveis. Os efeitos térmicos, conhecidos como efeito Joule, é causado pelo choque de elétrons livres contra os átomos dos condutores. Ao receberem energia, os átomos vibram mais intensamente. Quanto maior for a vibração dos átomos, maior será a temperatura do condutor. Nestas condições observa-se, externamente, o aquecimento do condutor. Esse efeito é muito aplicado nos aquecedores em geral, como o secador de cabelos. O efeito químico corresponde a certas reações químicas que ocorrem quando a corrente elétrica atravessa as soluções eletrolíticas. É muito aplicado, por exemplo, no recobrimento de metais, (niquelação, cromação, prateação, etc.). O efeito magnético é aquele que origina um campo magnético na região em torno da corrente. A constatação de um campo magnético, em determinada região, é feita pelo desvio da agulha magnética (ímã), de um aparelho denominada bússola. Em 1820, um fato importante conectou os fenômenos magnéticos e elétricos. 35 Hans Christian Oersted (1777-1851), físico dinamarquês, realizou experiências sobre a ação da corrente elétrica sobre uma agulha magnética: a primeira observação do efeito magnético da corrente elétrica. Os fenômenos magnéticos não constituem, portanto, fenômenos isolados; eles têm relação íntima com os fenômenos elétricos. 35 Georg Simon Ohm veio de uma família protestante. Seu pai, Johann Wolfgang Ohm, era um serralheiro enquanto sua mãe, Maria Elizabeth Beck, era a filha de um alfaiate. Embora seus pais não tinham sido formalmente educados, o pai de Ohm era um homem bastante notável que tinha se educado para um nível alto e pode dar aos filhos uma educação excelente pelos seus próprios ensinos. Das sete crianças nascidas a Johann e Maria Ohm sobreviveram só três, Georg Simon, o irmão Martin que tornou-se um matemático famoso, e a monja Elizabeth Barbara. Quando eles eram as crianças, Georg Simon e Martin foram ensinados pelo pai que os trouxe para um padrão alto em matemática, físicas, química e filosofia. Isto estava em contraste totalmente à educação escolar deles. Georg Simon entrou em Ginásio de Erlangen aos onze anos e lá recebeu pouco de treinamento científico. A realização notável de Johann Wolfgang Ohm, um homem completamente autodidáta, pode dar para seus filhos uma educação matemática e científica. Em 1805 Ohm entrou na Universidade de Erlangen. Ohm foi (ou mais com precisão, foi enviado) para a Suíça onde, ele levou um posto como um professor de matemática em uma escola em Gottstadt em 1806. Karl Christian von Langsdorf deixou a Universidade de Erlangen em cedo 1809 levar um posto na Universidade de Heidelberg e Ohm teria gostado de ter ido com ele para Heidelberg reiniciar seus estudos matemáticos. Porém, Langsdorf aconselhou Ohm para continuar os estudos de matemática, aconselhando Ohm a ler os trabalhos de Euler, Laplace e Lacroix. Bastante relutantemente Ohm levou o conselho dele mas ele deixou o posto de ensino dele em Gottstadt Nydau em março de 1809 ao se tornar um tutor privado em Neuchâtel. Durante dois anos ele levou a cabo seus deveres como um 35 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori tutor enquanto seguiu o conselho de Langsdorf e continuou o estudo privado em matemática. Então em abril de 1811 ele voltou para a Universidade de Erlangen. Por seus estudos privados recebeu um doutorado de Erlangen em 25 de outubro de 1811 e imediatamente uniu o pessoal como um conferencista de matemática. O governo Bávaro lhe ofereceu um posto como professor de matemáticas e físicas em Bamberg e ocupou lá o posto em janeiro de 1813. Esta não era a carreira próspera enfrentada por Ohm e ele decidiu que ele teria que mostrar que ele era preço muito mais que um professor em uma escola pobre. Trabalhou em um livro elementar no ensino de geometria enquanto permanecia desesperadamente infeliz em seu trabalho. O governo Bávaro o enviou então para uma escola em Bamberg para ajudar com o ensino de matemática. Em 11 de setembro de 1817 Ohm recebeu uma oferta do posto de professor de matemáticas e físicas no Ginásio Jesuítico de Cologne. Esta era uma escola melhor que qualquer aquele Ohm tinha ensinado previamente e teve um laboratório de física equipado. Como ele tinha feito tanto para da vida dele, Ohm continuou os estudos privados lendo os textos dos matemáticos franceses Lagrange, Legendre, Laplace, Biot e Poisson. Ele passou a ler os trabalhos de Fourier e Fresnel começou o próprio trabalho experimental dele no laboratório de físicas escolar depois que ele tivesse aprendido a descoberta de Oersted do eletromagnetismo em 1820. No princípio as experiências foram administradas para o próprio benefício educacional. Depois de um tempo, mudou a atitude para o trabalho experimental e começou a trabalhar sistematicamente para a publicação dos seus resultados. De fato ele já tinha se convencido da verdade do que nós chamamos hoje " isto é a lei " de Ohm a relação que a corrente pela maioria dos materiais é diretamente proporcional à diferença potencial aplicou pelo material. Em dois documentos importantes em 1826, Ohm deu uma descrição matemática de condução em modelo de circuitos no estudo de Fourier de condução de calor. Estes documentos continuam a dedução de Ohm de resultados de evidência experimental e, particularmente pelo segundo, ele pôde propor leis que foram um modo longo para explicar resultados de outros que trabalham em eletricidade. O segundo papel é certamente o primeiro passo em uma teoria inclusiva que Ohm pôde ceder o livro famoso publicado no ano seguinte. 36 sentindo estava ferido, ele decidiu permanecer em Berlim e, em 1828 de março, ele formalmente resignado a posição dele em Cologne. Trabalhou temporariamente como matemático em escolas de Berlim. Em 1845 ele se tornou um sócio da Academia Bávara. Eletricidade não era o único tópico no qual Ohm empreendeu pesquisa, e não o único tópico no qual ele terminou em controvérsia. Em 1843 ele declarou o princípio fundamental de acústica fisiológica, teve a ver com o modo em qual ouve tons de combinação. Porém totalmente não foram justificadas as suposições que ele fez na derivação matemática dele e isto resultou em uma disputa amarga com o físico August Seebeck. Ele teve sucesso desacreditando a hipótese de Ohm e Ohm teve que reconhecer o erro dele. Veja [10] para detalhes da disputa entre Ohm e Seebeck. Em 1849 Ohm levou um posto em Munich como curador do gabinete físico da Academia Bávara e começou a dissertar na Universidade de Munich. Só em 1852, dois anos antes da morte dele, fez Ohm alcance a ambição vitalícia dele de ser designada à cadeira de físicas na Universidade de Munich. Adaptado de Artigo por: J J O'Connor e E F Robertson Conte Alessandro Volta nasceu em Como, Itália, em uma família nobre. O físico italiano Alessandro Giuseppe Antônio Anastasio Volta era o inventor da pilha de voltaic, a primeira bateria elétrica. Em 1775 ele inventou o electrophorus, um dispositivo que, uma vez eletricamente carregado por tido sido esfregado, poderia transferir carga elétrica para outros objetos. Entre 1776 e 1778, descobriu Volta o gás de metano isolado. O que é agora conhecido como a lei de Ohm aparece no livro famoso Kette, bearbeitet de mathematisch (1827) em qual ele deu a teoria completa de eletricidade. O livro começa com o fundo matemático necessário para uma compreensão do resto do trabalho. Embora o trabalho de Ohm influenciou a teoria fortemente, foi recebido com pouco entusiasmo. Ohm está 36 36 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Luigi Galvani (1737-1798) O anatomista italiano e médico Luigi Galvani foi o primeiro a investigar o fenômeno do que veio ser chamado "bioelectrogenesis" experimentalmente. Em uma série de experiências iniciadas por volta de 1780, Galvani trabalhou na Universidade de Bolonha e achou que a corrente elétrica gerada por uma garrafa de Leyden ou um gerador de eletricidade estático giratório causaria a contração dos músculos na perna de uma rã e muitos outros animais, ou aplicando a carga elétrica para o músculo ou para o nervo. As experiências notáveis de Galvani ajudaram estabelecer a base para o estudo biológico de neurofisiologia e neurologia. A troca de paradigma estava completa: nervos não eram tubos de água ou canais, como Descartes e os contemporâneos dele haviam pensado, mas condutores elétricos. Informação dentro do sistema nervoso é levada por eletricidade gerada diretamente pelo tecido orgânico. Como o resultado das demonstrações experimentais de Luigi Galvani e seus seguidores, foi desvelada a natureza elétrica da função nervo-músculo. Porém, uma prova direta só poderia ser feita quando os cientistas poderiam medir ou descobrir as correntes elétricas naturais geradas nas celas nervosas e musculares. Galvani não teve a tecnologia para medir estas correntes, porque elas eram muito pequenas. Luigi Galvani foi designado em Anatomia na Universidade em 1762. A habilidade dele como um cirurgião o ganhou a Cadeira de Obstetrícias logo no Instituto de Ciências das quais ele era se tornar o presidente em 1772. As investigações na estrutura orgânicas animal o estabeleceram como um dos fundadores de eletrotecnologia moderno ao término do décimo oitavo século, ao lado de seus contemporâneos dele Henry Cavendish, Benjamim Franklin e Alessandro Volta. Ele foi o primeiro a descobrir a ação fisiológica da eletricidade. As experiências subseqüentes fazendo os músculos expostos e nervos de um contrato de rã quando conectou a um condutor bimetálico, demonstrou a existência de forças bioelétricas em tecido animal. Isto deu lugar a uma discordância entre Galvani e Volta em cima da explicação do fenômeno sobre o qual cada era em parte certa. O trabalho não obstante instrumental em Volta principal gerou a invenção da primeira bateria elétrica. Galvani segurou a Cadeira durante 33 anos, mas foi despedido em 1797 seguindo a ocupação do país pelo exército napoleônico. Sendo um homem de integridade, ele recusou levar o juramento de submissão requerido pelo invasor. Ele morreu o ano seguinte. Galvanização é o nome derivado de Luigi Galvani, e era uma vez usado como o nome para a administração de choques elétricos, originada da indução de Galvani do estremeção nas pernas de rã cortada, pela geração acidental de eletricidade. Agora sensação arcaica é 37 a origem do significado de galvanizou quando descrevia alguém que se mexe sob ação súbita, abrupta. Em 20 de março de 1800, ocorreu uma das maiores inovações nas experiências de eletricidade. Uma discordância profissional, em cima dos resultados de uma experiência entre Luigi Galvani e Alessandro Volta. Volta foi conduzido a provar que quando certos metais e substâncias químicas entram em contato entre si podem produzir uma corrente elétrica. Arranjou vários pares de discos de prata e de zinco separados por papel empapado em água de sal e uma corrente elétrica foram produzida. Volta tinha produzido a primeira bateria. 37 37 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Aparelhos de medições: Amperímetros, Ohmímetros e Voltímetros. São aparelhos para medir corrente, resistência elétrica e diferença de potencial, respectivamente. Amperímetro: Para medir corrente elétrica que passa por um resistor (R2 na figura abaixo), liga-se o amperímetro (entre os pontos a e b da figura abaixo) em série com o resistor. A resistência interna do amperímetro deve ser pequena, para que não altere a grandeza da medida. Um amperímetro ideal tem resistência interna nula. 38 1. Galvanômetro: O galvanômetro é o componente principal de um voltímetro ou amperímetro. Esse instrumento possui sensibilidade a pequenas correntes que o atravessam. Um galvanômetro típico de um laboratório de ensino possui uma bobina móvel em torno de um eixo, no campo magnético de um ímã permanente. Quando a bobina é atravessada pela corrente, o campo magnético exerce sobre ela um torque que provoca sua rotação. Como há um ponteiro acoplado à bobina indicando sua rotação sobre uma escala,. A figura abaixo ilustra a estrutura interna de um galvanômetro. Voltímetro: Para medir a diferença de potencial em um resistor (R1, na figura abaixo), usa-se um voltímetro ligado em paralelo com o resistor, entre os pontos c e d indicados na figura. Um voltímetro ideal deve possuir resistência infinita para que não perturbe a medida no circuito. Figura 22 – Circuito utilizando voltímetro e amperímetro (a) e aparelhos (b). (a) Figura 23 – Esquema de um galvanômetro. Dependendo o que queremos medir, podemos utilizar o galvanômetro como um amperímetro ou voltímetro. Para utilizarmos o galvanômetro como um amperímetro, devemos ligá-lo em paralelo com uma resistência de pequeno valor, denominada shunt (Rs) , onde a maior parte da corrente passa por essa derivação. Figura 24 – Circuito que utiliza um galvanômetro. i G rg ig (b) Alguns multímetros analógicos e digitais: is Rs rg Rs Assim: R i r i s s g g i rg rg Rs Rs i i rg Rs Rs ig 1 ig Para utilizarmos o galvanômetro como um voltímetro, devemos ligá-lo em paralelo com uma resistência de grande valor, denominada de resistência multiplicadora (Rm). 38 38 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Figura 25 – Circuito que utiliza um galvanômetro e resistência multiplicadora.. G rg ig Rm Vg Vm Assim: U Vg Vm Rm rg ig Pode-se usar um galvanômetro em série com uma bateria e um resistor Rs para termos um ohmímetro simples: 39 Osciloscópios: Osciloscópios são instrumentos de medidas de tensão pela aplicação das diferenças de potencial em suas entradas verticais ou horizontais. A tensão é proporcional ao deslocamento na tela do osciloscópio. O princípio de funcionamento consiste na interação de um feixe de elétrons com campo elétrico no interior de um tubo de raios catódicos. Uma grade (3) é colocada a um potencial superior do potencial do filamento (Ug > Uf). Assim há a extração de elétrons do filamento (1). A figura abaixo ilustra a estrutura interna de um osciloscópio. Figura 26 – Circuito que utiliza um galvanômetro e resistência Figura 28 – Esquema interno de um osciloscópio. shunt. Rs a G rg ig b Quando a e b estão em curto, Rs é determinada de modo que a corrente que passa pelo galvanômetro proporciona uma deflexão no ponteiro que cobre a escala completa. Deflexão nula indica uma resistência infinita entre os terminais. Quando os terminais estiverem ligados por uma resistência desconhecida R, a corrente que passa pelo galvanômetro depende dessa resistência e pode ser ajustada de modo a dar a leitura direta de R. Deve-se tomar cuidado pois não podemos medir a resistência de um amperímetro sensível usando um ohmímetro, pois este proporciona uma corrente que passa por uma resistência desconhecida. Ponte de Wheatstone: Componentes: Na figura, ajusta-se o valor da resistência Rs de maneira que os potenciais nos pontos a e b sejam os mesmos. Assim, não há diferença de potencial entre os pontos a e b. Portanto, pode-se determinar uma resistência desconhecida Rx por: Figura 27 – Circuito que utiliza uma montagem de ponte de Wheatstone. Rx R2 Rs R1 Rx R2 Rs R1 (1) Filamento. (2) Cilindro de Venelt: Controle do número de elétrons incidentes pelo ajuste da polaridade. (3) Grade. (4) Ajuste. (5) Placa horizontal. (6) Placa vertical. (7) Brilho. (8) Focalização. (9) Ajuste do potenciômetro. (10) Ajuste do potenciômetro. (11) Sistema de varredura. (12) Amplificação e Atenuação horizontal. (13) Amplificação e atenuação vertical. (14) Entrada horizontal. (15) Entrada Vertical. 39 39 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Diodos Exemplo de um resistor não Ôhmico é um diodo semicondutor de junção pn, que consiste de dois materiais semicondutores, tipo p e tipo n, como descrevemos na seção anterior. Esse material possui as seguintes características, onde representamos os átomos receptores, imóveis no lado p por : e as lacunas ou buracos por . Já os átomos doadores, tipo n, com facilidade em doar elétrons, representamos por e os elétrons próximos por . Figura 29 – Junção p-n. e- TIPO P b Potencial - + da Junção TIPO N JUNÇÂO PN 0 doadores ionizados + (1) - Receptores ionizados DISTRIBUIÇÃO DE LACUNAS E ELÉTRONS LIVRES + Lacuunas 0 elétrons (2) (densidade de carga) (1)+(2) carga líquida + - x E dS E S E (Campo Elétrico) x E dx E V V ( Potencial) V E dl x 40 Quando forma-se a junção, os elétrons livres na região tipo N se difundem através da junção e preenchem as lacunas próximas à junção, na região P. As lacunas difundem-se através da junção desde a região P até a região N e capturam elétrons livres próximo à junção na região N. Quando um elétron abandona o átomo doador na região N e se move dentro da região P, os átomos possuem menos elétrons que os necessários à neutralização da carga positiva de um núcleo e se carrega (ioniza-se). Tem uma carga positiva extra igual à carga negativa do elétron que perdeu. Similarmente quando uma lacuna abandona o átomo receptor na região P, o átomo toma uma carga negativa, porque a lacuna foi preenchida com um elétron, e o átomo possui um elétron a mais que o necessário para neutralizar a carga do seu núcleo. Esses átomos carregados, ou íons são fixos na rede cristalina não podem se mover. Então se forma uma região de carga fixa em ambos os lados da junção. Sobre o lado N da junção existe uma região de íons carregados negativamente e sobre o lado p da junção há uma camada de íons com cargas negativas. Observe que (na figura anterior) aparece uma barreira de íons negativos no lado p da junção Essa barreira negativa repele os elétrons na vizinhança da junção e evita a infiltração de maior número de elétrons do lado n até o lado p do cristal. Similarmente, no lado N há a formação de íons positivos e evita a difusão de lacunas adicionais através da junção, do material P ao material N. As duas zonas de átomos ionizados formam uma barreira para qualquer outra difusão através da junção, pois as cargas na junção forçam os portadores majoritários a afastar-se dela. Esta barreira é conhecida como zona de depleção ou zona de barreira, ou potencial de barreira. A carga dos átomos de impureza é distribuída na junção PN como ilustramos na figura anterior, curva (1). Na região P, os receptores ionizados têm carga negativa e na região N, os átomos doadores ionizados têm carga positiva. Na junção PN a carga é zero. Porém, na região P há lacunas que contém carga positiva e na região N há elétrons que contém carga negativa. Essa distribuição é mostrada na curva (2). O potencial da junção atua nas lacunas, separando-as da mesma, na região P, e aos elétrons, afastando-os da junção na região N, de modo que as cargas na região P e N se separam. Então a inclinação da curva (2) é mais gradual que a da curva (1). A carga na junção é zero, porém o aumento de cada lado é mais suave que na curva (1). Penetrando mais na região P as cargas tornam-se positivas devido às lacunas e penetrando no interior do lado N co cristal as cargas tornam-se negativas devido aos elétrons. 40 40 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori A carga sobre o cristal na região P é igual à diferença entre a carga dos átomos receptores ionizados e a carga das lacunas. A carga no cristal na região N é igual a diferença entre a carga dos átomos doadores ionizados e elétrons. Essas cargas se anulam, exceto na região circunvizinha à junção, Indicamos na figura correspondente à carga líquida ((1)+(2)). Na área próxima à da junção, há carga negativa na região P e carga positiva na região N. Como estabelecemos anteriormente, estas atuam como uma barreira para evitar a posterior difusão de lacunas da região P à região N e a difusão de elétrons da região N à região P. Este potencial de barreira constitui uma diferença de potencial através da junção e é da ordem de poucos décimos de volts e é denominado de potencial aparente e é representado por uma pequena bateria como ilustra a figura, com o terminal negativo conectado ao material P e o terminal positivo conectado ao material N. Tal potencial de barreira é semelhante à placa cátodo de um diodo de vácuo. Se a placa torna-se positiva em relação ao cátodo aquecido o diodo conduzirá corrente. Se aplaca é negativa em relação ao cátodo o diodo bloqueiará a circulação da corrente. Assim, quando conectamos um diodo retificador a uma bateria, a corrente para uma polaridade da bateria é muito pequena, enquanto que para outra, a corrente é grande, conforme indicamos no comportamento da corrente em função da ddp a seguir. 41 Abaixo ilustramos para T1 = 100K (Vermelho), T2 = 300K (Azul), e T3 = 500K (Verde). Figura 31 – Corrente em um diodo para diferentes temperaturas. I I0 1000 41 800 600 400 200 0 -0.1 0 Variação Figura 30 – Corrente em um diodo. I0 A 0.1 0.2 da 0.3 0.4 0.5 corrente nA Lembrando que pode-se controlar o número de elétrons livres n ou de buracos p, inserindo-se átomos dopantes na rede cristalina do material semicondutor, como mostramos anteriormente: Tipo Doadores n A equação da corrente é dada, no caso mais geral, por: I I0 e qV kT 1 Onde: k: Constante de Boltzmann. k 1,38 10 23 J K ou k 8,62 10 T: Temperatura Absoluta (em Kelvin). 5 eV K Aceitadores p Dopantes Átomos Com 5 elétrons na última camada: P,As, Sb Com 3 elétrons na última camada: B,Ga, In Função Aumenta n e reduz p Aumenta p e reduz n Na região próxima à da junção pn, há a difusão de elétrons para o lado p e buracos para o lado n, originando uma região de carga espacial. O lado n acumula carga líquida positiva e o lado p acumula carga líquida negativa, produzindo um campo elétrico através da junção pn, balanceando o efeito da difusão e impedindo que mais elétrons ou buracos atravessem a junção. A região de carga espacial da qual os elétrons escapam depende da profundidade de 41 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori penetração do campo no semicondutor e é chamada camada de depleção. e- 42 b+ p n (a) Polarização Reversa na junção: (Reverse Bias) (b) Polarização direta na junção: (Foward Bias) +V - 42 Uma importante aplicação desta propriedade do um diodo é em circuitos retificadores, onde se obtém a partir de um sinal alternado (AC) que tem média nula, um sinal de corrente contínua (DC). Retificador de meia onda: ilustrado abaixo: (a) Polarização reversa na junção: (Back-bias) Há extração de elétrons do lado n e buracos do lado p, fazendo com que a região de carga espacial alargue-se e a corrente circulante seja nula. b+ ep Retificador de onda completa: n - V + (b) Polarização direta na junção: Nesse caso, os elétrons são extraídos do lado p, aumentando a concentração de buraco e se difundem através da junção se recombinando com elétrons do lado n. O Campo aplicado favorece a condução pela junção. A tensão de saída no osciloscópio será a indicada acima. 42 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Podemos utilizar também uma ponte de diodos para retificar o sinal: 43 mantendo a corrente fluindo na carga até que o diodo conduza novamente. V V V0 43 t No semi-ciclo positivo os diodos D2 e D4 conduzem e D1 e D3 cortam. No semi-ciclo negativo os diodos D2 e D4 cortam e D1 e D3 conduzem. (Observação: D1 , D2 (acima) e D3 D4 (abaixo) no sentido horário). A tensão medida no osciloscópio fornecerá: A carga perdida será dada por: q IL T No capacitor, a variação de voltagem é dada por: V IL T (Para meia onda). C q C IL T (Para onda completa). 2 C VDC Como I L , substituindo na equação R V acima: V VDC T R C VDC T V T VDC A ondulação de saída é denominada de “ripple” e é dada por: Retificador com filtro: r V T VDC V VDC (Meia onda). T (Onda completa). 2 Como para V V0 cos(2 ft) e f = 60Hz r teremos T = 1/f 0.0166s Se utilizarmos C = 1 teremos: R C r T F e R = 100 k 105 10 6 10 1 0.0166 0.166 16,67% 10 1 Quando o diodo conduz, o capacitor se carrega até V0 e quando o diodo corta o sinal o capacitor se descarregará com uma constante de tempo: = R.C, 43 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori LED – Light Emission diode O diodo emissor de luz opera pelo princípio da junção pn descrita anteriormente. A figura abaixo ilustra um circuito que utiliza um LED. Quando o elétron na base da banda de condução cai para um buraco no topo da banda de valência em um semicondutor, uma energia Eg, denominada gap característica do semicondutor, é liberada. Esta energia pode ser transformada em vibração na rede do material semicondutor (comum em semicondutores de silício) ou liberada na forma de radiação eletromagnética, na região do visível, o que acontece em materiais semicondutores de Arseneto de Gálio e fósforo. A energia Eg se relaciona com o comprimento de onda da radiação liberada pela equação: c f hc Eg Em um LED típico, que consiste de uma junção pn de As-Ga-P possui Eg=1,9 eV. O comprimento de onda da luz emitida será: hc Eg 6.61 10 34 Js3,0 10 8 1,9eV 1,6 10 19 J eV m s 650 nm Esse comprimento de onda corresponde à cor vermelha, maioria dos LEDs comerciais. Outra aplicação do LED consiste em conectar o final da junção pn em um cristal devidamente polido, em um determinado plano de junção que atua como um Laser Esse dispositivo é denominado de diodo laser. A figura abaixo ilustra esse componente, desenvolvido na AT&T Bell Laboratories. 44 O Efeito Piezelétrico: Em alguns cristais, como as moléculas polares (quartzo, topázio), uma tensão mecânica aplicada a eles provoca a polarização das moléculas. O efeito denomina-se efeito piezelétrico. A polarização do cristal sob tensão provoca uma diferença de potencial entre suas faces que pode ser aproveitada para gerar corrente elétrica. Os cristais piezelétricos são utilizados em transdutores como microfones, captadores fonográficos e dispositivos detetores de vibrações, que convertem deformações mecânicas em sinais elétricos. O efeito piezelétrico invertido: uma tensão aplicada em certos materiais provoca deformação mecânica, é utilizado em fones de ouvido, microscópios de varredura e em muitos outros dispositivos. Como a freqüência natural de vibração do quartzo está compreendida na região das radiofreqüências, e sua curva de ressonância é muito aguda, o cristal de quartzo é muito utilizado para estabilizar osciladores de radiofreqüência e controlar relógios muito exatos. O efeito piezoelétrico foi descoberto por Pierre e Jacques Curie em 1880 e consiste na variação das dimensões físicas de certos materiais sujeitos a campos elétricos. O contrário também ocorre, ou seja, a aplicação de pressões. Por exemplo, pressões acústicas que causam variações nas dimensões de materiais piezoelétricos provocam o aparecimento de campos elétricos neles. Um outro método de gerar movimentos ultra-sônicos é pela passagem de eletricidade sobre metais especiais, criando vibrações e produzindo calor intenso durante o uso. Este efeito é chamado de magnetoestritivo O efeito piezoelétrico poderá ser utilizado em atuadores (converte eletricidade em energia mecânica) e em transdutores (converte energia mecânica em energia elétrica). Isto permite a construção de chaves e controles, indicadores diretos de voltagens e uma série de outros sensores. A conversão direta de eletricidade em energia mecânica pode ser utilizada para a criação de "músculos metálicos" que darão movimento a pequenos robôs ou mesmo a próteses humanas. Mas as aplicações possíveis do material passam ainda por válvulas microscópicas, ótica adptativa e materiais inteligentes capazes de alterar seu formato conforme a necessidade. O efeito de transdução pode ser utilizado, por exemplo, em sensores que disparam o "air-bag" dos automóveis. 44 44 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Transístores Transistores são elementos de circuito de três terminais, onde se aplica um sinal de baixa potência entre dois desses para controlar outro sinal de alta potência entre os outros dois terminais. A figura abaixo mostra a corrente que passa pelos terminais DS controlada pelo potencial em G. 45 Com o aparecimento da difusão de portadores nas junções, produzem-se barreiras de potencial entre emissor e base e base e coletor. Transistor de efeito de campo: (MOSFET) (Metal-Oxide-Semiconductor Field-Effect Transistor) O dispositivo é controlado por um campo elétrico, diferentemente do modelo anterior que é controlado pela difusão de portadores. 45 John Bardeen e Walter Houser Brattain receberam o prêmio Nobel de Física em 1950 pela descoberta do efeito transístor. A figura abaixo ilustra o primeiro construído. Observe que a fonte S e a base G são aterradas e o potencial VD é aplicado no terminal de dreno D. A magnitude do ganho da corrente é controlada pelo potencial VGs. Circuitos Integrados: Há vários tipos de transistores de acordo com sua construção e características para cada aplicação existente. Classificamos como: Transistor de junção bipolar: (BJJ) São construídos com semicondutores Ge ou Si, da forma npn ou pnp. Transistor pnp emissor p base coletor p ie Um circuito integrado (o microchip) é um aparelhinho com um circuito eletrônico completo, funcionando com transistores, resistências e suas interconexões, fabricado em uma peça de material semicondutor, como o silício, germânio ou arseneto de gálio, folheados em wafers de 8 ou 12 camadas. Alguns circuitos integrados são usados como memória (as RAMs, ROMs, EPROMs); outros são utilizados como processadores - realizando funções lógicas e matemáticas em um computador. Alguns CIs, transistores, diodos e LED (Light emission diode). ic e c ib b n Transistor npn ie n n ic e c ib b p 45 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Código de cores em resistências: 46 Exemplos - Tipler Exemplo 25.1 – Os pontos A, B, C e D são os vértices de um quadrado de lado a. (a) Calcular o trabalho necessário para colocar uma carga positiva q em cada vértice do quadrado, vindo as cargas do infinito. (b) Mostrar que a equação: U n 1 2 qi Vi i 1 dá, na realidade, este trabalho. 46 Solução: (a) Colocando a primeira carga em A, o trabalho é nulo: WA 0 Traga-se a segunda carga do infinito até B. O trabalho efetuado é: WB q VA em que VA é o potencial em B da primeira carga A no primeiro vértice: WB q VA q k q a WB k q2 a A terceira parcela do trabalho é: WC q VC em que VC é o potencial em C devido à carga q em em A, à distância distância a: WC q VC WC 2 a , e devido à carga q em B, à WC k q 2 a q k q2 2 a k q a k q2 2 a A quarta parcela do trabalho WD corresponde ao trabalho de colocar a quarta carga no ponto D: WD WD q WD q VD k q a k q k q a 2 a 2 2 k q k q 2 a 2 a O trabalho total será: 46 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori WT WA WB WC WD k q2 4 a WT WT (b) WT WT U Pela Lei de Gauss: 4 1 2 U WT Er 2 (a) C 0 V V1 V2 dV r2 r1 V k q a k q a 2 k q2 a k q 2a V1 V2 A 10 2 8.85 pF d 10 3 C 88.5 pF (b) Q C V 1.06nC r2 V V1 V2 r1 V V V1 V2 2 47 1 L Q 2 L Q 2 L Q C V 2 L 0 C r ln 2 r1 0 Q dr r r2 0 1 dr r r1 V1 V2 ln 0 r2 r1 Exemplo 25.4 – Um capacitor de placas paralelas quadradas, com 14 cm de lado e separadas por 2 mm é ligado a uma bateria e carregado até 12 V. A bateria é então desligada do capacitor e a separação entre as placas é aumentada para 3.5 mm. (a) Qual a carga do capacitor? (b) Que energia eletrostática está inicialmente no capacitor? (c) De quanto se altera a energia quando a separação entre as placas é modificada? Solução: (a) C Solução: Q V E dl Er dr r2 Solução: dV 0 Q r r1 i 1 C 0 1 2 L Er 0 Exemplo 25.3 – Determinar a expressão da capacitância de um capacitor cilíndrico constituído por dois condutores de comprimento L. Um dos cilindros possui raio r1 e o outro, coaxial ao primeiro, tem o raio interno r2, sendo r1 < r2 << L. Q r L qi Vi 4 Qint S k q2 2 2 a k q2 2 a Exemplo 25.2 – Um capacitor de placas planas e paralelas tem as placas quadradas com o lado de 10 cm separadas por 1 mm. (a) Calcule a capacitância do capacitor. (b) Se o capacitor foi carregado a 12 V, que quantidade de carga foi transferida de uma para outra carga? E dS 4 1 4 q 2 47 C 0 Q Q C V V A 0.142 8.85 pF d 0.002 C 86.7 pF 47 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Q C V Q 86.7 pF 12 Q 1.04nC 1 1 (b) U QV U 1.04nC 12 2 2 U 6.24nJ V V (c) V E d E d d d 3.5 V V V 12 d 2 V 21V 1 1 U QV U 1.04nC 21 2 2 U 10.92nJ U U U U 10.92nJ 6.24nJ U 4.68nJ 2 C Exemplo 25.6 – Os capacitores do exemplo anterior são removidos da bateria e desconectados cuidadosamente um do outro de forma a permanecer com as respectivas cargas (a). Eles são ligados no circuito indicado (b). Encontre carga e a diferença de potencial em cada um deles. 48 0 Solução: Q Ceq L r ln 2 r1 C1 C2 Q Q1 Q2 Exemplo 25.5 – Um capacitor de 2 F e outro de 4 F estão ligados em série aos terminais de uma bateria de 18 V. Calcular a carga e a diferença de potencial em cada um deles. 48 Q Ceq V 2 4 Q 24 Ceq V Q1 C1 V Q2 C2 V Ceq 24 Q Ceq V V Q1 2 8 Q2 4 8 6 F Q 48 C 48 6 8V Q1 16 C Q2 24 C Exemplo 25.7 – (a) Calcular a capacitância equivalente do circuito com três capacitores esquematizados. (b) Calcular a carga e a diferença de potencial em cada um deles quando o circuito for ligado a uma bateria de 6V. Solução: Q 1 Ceq 1 Ceq 1 C1 2 4 Ceq V 1 C2 1 4 3 1 Ceq 4 Ceq 1 2 1 4 4 F 3 4 F 18 3 Q 24 C 24 C V1 V1 12V 2 F 24 C V2 V2 6V 4 F Q V1 V2 Q1 C1 Q2 C2 Solução: Q Ceq 1 Ceq C1 C2 1 C1 1 C2 Q Ceq V Ceq V 2 4 1 6 1 3 2 6V Ceq 1 2 6 6 F Ceq 2 F Q 12 C 48 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Q 12 C V3 C3 3 F Q 12 C V2,4 Ceq ,1 6 F C V3 V2,4 C0 49 C 2 22.1pF C 44.2 pF 4V 2V 49 Q2 C2 V2,4 Q2 2 F 2V Q2 4 C Q4 C4 V2,4 Q4 4 F 2V Q2 8 C (c) Entre a nova capacitância C, a carga inicial Q e a nova diferença de potencial V teremos a relação: Exemplo 25.8 – As placas de um capacitor são quadradas, de 10 cm de lado, e estão separadas por 4 mm. Uma chapa de dielétrico, com a constante dielétrica 2, tem a mesma área que as placas. (a) Qual a capacitância do capacitor sem o dielétrico? (b) Qual a capacitância com o dielétrico enchendo completamente o espaço entre as placas? (c) Qual a capacitância se uma placa de dielétrico, com espessura de 3 mm for inserida no espaço de 4 mm entre as placas? Q V C Solução: A diferença de potencial V no capacitor é a soma da diferença de potencial no capacitor vazio Vvazio com a diferença de potencial no dielétrico Vdielétrico: V Vvazio Vdielétrico V 1 4 Ev d Ed 3 4 d O campo elétrico no espaço vazio é igual ao campo elétrico inicial E0: Ev Q E0 0 A O campo elétrico no dielétrico fica reduzido pelo fator : (a) Sem o dielétrico, a capacitância é dada por: 2 C0 0 C0 A 0.1 8.85 pF d 0.004 22.1pF (b) Quando o capacitor está cheio com o dielétrico de constante dielétrica , sua capacitância aumenta pelo fator . E0 Ed Ed Q 0 A Sabendo que a diferença de potencial inicial é: V0 E0 d E0 E0 14 d V V E0 d 1 4 3 4 V 3 4 d E0 d 3 4 A capacitância será: 49 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Q V C Q C 3 E0 d Q C E0 d 4 V 4 Q C 3 U2 3 V0 4 0 4 C Q 3 V0 4 C 3 C0 Exemplo 25.9 – Dois capacitores de placas planas e paralelas, cada qual com a capacitância C1 = C2 = 2 F, estão ligados em paralelo a uma bateria de 12 V. Calcular (a) A carga em cada capacitor. (b) A energia em cada capacitor. Os capacitores são então desligados da bateria e uma chapa de dielétrico com = 2.5 é inserida entre as placas do capacitor C2. Calcular, então, (c) a diferença de potencial em cada capacitor, (d) a carga em cada capacitor e (e) a energia em cada capacitor. C V 2 U 2 2U 122 2 U 144 J QTot Ceq C1 C2 Ceq C1 C1 2 F 2.5 2 F QTot 48 V Ceq 7 C 7 F V 6.86V Q1 C1 V Q2 C2 V 1 U1 C1 V 2 2 Solução: Q1 C1 V Q2 C2 V 1 U1 C1 V 2 2 1 U2 C2 V 2 2 U U1 U2 Q1 24 C Q2 60 C U1 144 J U2 360 J U 504 J Exemplo 25.10 – Um átomo de hidrogênio consiste em um núcleo com um próton de carga +e e um elétron de carga –e. A distribuição de carga no átomo é esfericamente simétrica e o átomo não é polar. Considere um modelo em que o átomo de hidrogênio consiste em uma carga positiva pontual no centro de uma nuvem de distribuição de carga de raio R e carga total –e. Mostre que quando um átomo é colocado em um campo elétrico externo uniforme E , o momento de dipolo induzido é proporcional a E, isto é: p E , onde α é chamado de polarizabilidade. U 288 J V Ceq V 2 U UTotal C Q C V 12 Q 24 C 2 Exemplo 25.10 – Encontre (a) A carga em cada capacitor. (b) A energia total armazenada em cada capacitor do exemplo anterior se um dielétrico é inserido entre as placas de um capacitor.enquanto a bateria ainda está desconectada. Solução: Q 1 1 C2 V 2 U2 5 6.862 U2 118 J 2 2 U U1 U2 U 47.1 J 118 J U 165 J 4 2 22.1pF 2 3 C 35.4 pF C 50 Q1 2 6.86 Q1 13.7 C Q2 5 6.86 Q2 34.3 C 1 U1 2 6.862 U1 47.1 J 2 Solução: p e L 1 E dA Qint S 0 50 50 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 4 Exemplo 26.2 – Num acelerador de partículas, uma corrente de 0.5 mA é fruto do movimento de prótons de 5 MeV num feixe cujo raio é 1.5 mm. (a) Calcular a densidade numérica dos prótons no feixe. (b) Se o feixe atinge um alvo, quantos prótons colidem com este alvo em 1 s? 1 Qint 4 L2 0 0 4 e L3 Qint L3 4 3 R3 3 L3 Qint e 3 R 1 L3 Qint E e 3 4 L2 0 R 0 L E e 3 4 0 R 4 3 Qint E 1 L2 E 4 1 L2 Qint 4 L E E e E Q t n q A vd vd I n q A na 8.93 cmg 3 na na 8.47 1022 átomos cm3 q vd vd 8.47 10 A I n q A v 22 átomos cm3 vd NA m M 6.02 1023 átomos mol g 63.5 mol 8.47 1028 átomos m3 Ni 19 1.6 10 C 5 m s 3.1 107 1.6 10 19 3 1.5 10 3 2 prótons m3 Exemplo 26.3 – Um fio de nichrome 10 6 m tem um raio de 0.65 mm. Qual o comprimento necessário para se obter uma resistência de 2 Ω ? I na e 1 2 8 10 13 1.67 10 27 m v 3.1 107 s 0.5 10 n 1.43 1013 2 3.54 10 I vd q A n e r n q A vd I vd q A K 5MeV 5 106 1.6 10 19 J K 5MeV 8 10 13 J 1 2 K K m v2 v 2 m na na Q t n A densidade numérica de elétrons livres será igual a densidade de átomos para m elétron livre por átomo: n n q A vd Solução: I Solução: I Q t Exemplo 26.2 – Num acelerador de partículas, uma corrente de 0.5 mA é fruto do movimento de prótons de 5 MeV num feixe cujo raio é 1.5 mm. (a) Calcular a densidade numérica dos prótons no feixe. (b) Se o feixe atinge um alvo, quantos prótons colidem com este alvo em 1 s? Exemplo 26.1 – Um fio condutor típico, de experiências de laboratório, é de cobre e tem o raio de 0.815 mm. Calcular a velocidade de migração dos elétrons neste condutor percorrido por uma corrente de 1 A. Admitir que haja um elétron livre por átomo. Solução: I R3 E 0 51 r2 4 8.15 10 m 2 Solução: R l l R A l A R r2 51 51 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 2 l 0.65 10 10 2 3 6 l 2.65m Exemplo 26.4 – Calcular a resistência, por unidade de comprimento, de um fio de cobre 14. (d) a potência proporcionada pelo resistor externo. (e) a potência dissipada pela resistência interna da bateria. (f) se a bateria for de 150 A.h, que energia pode reter? Solução: (a) a corrente, I Solução: l A R l R r Va Vb A I 0.5 A 1.7 10 8 m 1.7 10 8 2.08 10 3 r I Va Vb 6 1 0.5 Va Vb 5.5V 2 Para o fio de cobre 14: A = 2.08 mm R l 6 11 1 I (b) a voltagem, R Cu14 52 52 (c) a potência proporcionada por essa fonte de fem. P I P 6 0.5 P 3W (d) a potência proporcionada pelo resistor externo. 2 P R 8.17 10 3 l m R I2 P 11 0.52 P 2.75W (e) a potência dissipada pela resistência interna da bateria. r I2 P Exemplo 26.5 – Admitindo que o campo elétrico seja uniforme, determinar seu módulo no fio de cobre calibre 14 mencionado no exemplo anterior quando percorrido por uma corrente de 1.3 A. P 1 0.52 P 0.25W (f) se a bateria for de 150 A.h, que energia pode reter? W Q W 150 A h 3600 C 6V A h W 3.24MJ Solução: E V E Exemplo 26.8 – Dada uma bateria de fem conhecida e resistência interna r, que valor deve ter a resistência de um resistor ligado em série com a bateria para que o efeito Joule no resistor seja máximo ? V l R I R I l R E I 1.3 8.17 10 l V E 1.06 10 2 m Exemplo 26.6 – Um resistor de 12 é percorrido por uma corrente de 3 A. Calcular a potência dissipada nesse resistor. P Solução: 2 3 R R r P dP dR 2 R r 2 2 R R r 2 2 1 R R r 3 Resolvendo: R r Solução: R I2 P 12 32 P 108W Exemplo 26.7 – Uma bateria de fem igual a 6 V e resistência interna de 1 está ligada a um resistor de 11 . Calcular: (a) a corrente, (b) a voltagem, (c) a potência proporcionada por essa fonte de fem. Exemplo 26.9 – Uma diferença de potencial de 12 V é impressa ao circuito de 2 resistores, de 4 e de 6 ligados em paralelo. Calcular (a) a resistência equivalente, (b) a corrente no circuito, (c) 52 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori a corrente em cada resistor, (d) a potência dissipada em cada resistor e (e) a potência debitada pela bateria. Exemplo 26.10 – Um resistor de 4 e outro de 6 estão ligados a uma bateria de 12 V. e resistência interna desprezível. Calcular (a) a resistência equivalente, (b) a corrente no circuito, (c) a queda de potencial em cada resistor, (d) a potência dissipada em cada resistor e (e) a potência total dissipada. Solução: (a) Resistência equivalente: paralelo: 1 Req 1 Req 1 R1 1 R2 6 4 24 1 Req Req 1 Req 10 24 1 4 53 1 6 Req 24 10 2.4 Solução: (a) Resistência equivalente: série: Req R1 R2 (b) Corrente no circuito: V Req I 12 2.4 I I I Req V Req V1 R1 I1 12 4 I1 V2 R2 I 2 12 6 I2 V I1 I2 I2 R1 I12 V R1 12 10 I P1 P2 R2 I P2 P2 V1 V2 V R2 V2 P1 2A 4 32 P2 R1 I12 P1 P1 5.76W R2 I 22 P2 4 1.22 6 1.22 P2 8.64W 6 2 (e) A potência debitada na bateria será: 2 Pb 12 5 60W Observe que: P1 P2 7.2V (d) A potência em cada um será: Pb Vb I Pb (e) A potência debitada na bateria será: Pb I 1.2 A R1 I V1 4 1.2 V1 4.8V R2 I V2 6 1.2 3A 24W Pb Vb I V Req (c) A tensão em cada resistor: como estão em série, a corrente é a mesma em cada um: P1 36W 2 2 I 5A I1 4 6 10 Req I (d) A potência em cada um será: P1 Req (b) Corrente no circuito: (c) A corrente em cada resistor: como estão em paralelo, a tensão é a mesma em cada um: Pb 53 60W 36W 24W Pb 12 1.2 14.4W Observe que: Pb P1 P2 14.4W 5.76W 8.64W Exemplo 26.11 – No circuito esquematizado da figura, calcular (a) a resistência equivalente, (b) a corrente debitada pela fonte de fem (c) a queda de potencial em cada resistor e (d) a corrente em cada resistor. 53 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Req Solução: (a) Resistência equivalente: série: Rp R3 R1 R2 R1 R2 Req R3 12 6 2 12 6 72 Req 2 18 Req 6 Req Req I I 18 6 R3 I I V Req I1 V2 I2 12 12 R2 I 2 12 6 54 R3 a tensão ficará: V 6V R1 I1 V I1 R1 8 Reqi 3A 23 R1 I1 R1 R2 R1 R2 Req Reqi R3 Req R2 I2 V1 V1 R3 Reqi (d) A corrente em cada resistor: V2 Rp 4 12 5 4 12 48 Reqi 5 16 Req 3 5 (c) A tensão em cada resistor: como nos resistores R1 = 12 e R2 = 6 estão em paralelo, a tensão é a V 12V mesma em cada um: V Rp I 4 3 V3 Reqi i I Na resistência R3 = 2 Solução: No Ramo inferior: Reqi (b) Corrente no circuito: V 54 R3 8 24 8 24 Req 6 Req Exemplo 26.13 – As fems e as resistências dos elementos do circuito esquematizado estão assinaladas em cada um deles. Calcular (a) o potencial nos pontos a até g, admitindo que o potencial do ponto f seja nulo. (b) Fazer o balanço de energia no circuito. I1 1A I2 I2 V R2 2A Exemplo 26.12 – Calcular a resistência equivalente da associação de resistores indicada: Solução: (a) A corrente no circuito será dada pela Lei de Ohm generalizada: 54 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Ri 12 4 8 5 5 4 1 1 16 I a bateria carregada tenha uma fem de 1 = 12 V e a outra a fem de 2 = 11 V, e que as resistências internas sejam r1 = r2 = 0.02 . A resistência interna dos condutores de carga é R = 0.01 . Qual será a corrente de carga? (c) Qual será a corrente se a ligação nas baterias for feita erroneamente? i I I 0.5 A Potencial em cada ponto do circuito: Vg Va Vf Vg 1 0 12 12V I r1 12 0.5 1 11.5V Vb Va I R1 Vc Vb I R2 Vd Vc 2 Ve Vd I r2 Vf Ve I R3 11.5 0.5 5 9V 9 0.5 5 6.5V 6.5 4 2.5V 2.5 0.5 1 2V 1 55 2 0.5 4 0V (b) Cálculo da potência debitada pela fonte P1 55 I P1 P1 6W 1: Solução: (a) Esquema da ligação acima. (b) Leis de Kirchhoff: 12 0.5 Potência dissipada pelos resistores: PR R1 I 2 PR R2 I 2 R3 I 2 r1 I 2 r2 I 2 5 5 4 1 1 0.52 PR 4W Cálculo da potência consumida na carga da bateria2: P2 2 I P2 P1 2W 4 0.5 I I 1 2 R r1 r2 12 11 1 0.02 0.02 0.01 0.05 I 20 A (c) A regra das malhas, de Kirchhoff, dará: I I 1 2 R r1 r2 12 11 23 0.02 0.02 0.01 0.05 Carinha, você vai explodir espalhando ácido em tudo...cuidado!!! I 460 A a bateria, Exemplo 26.14 – Uma bateria de um automóvel, em plena carga, é ligada por dois condutores de grosso calibre (cabos de “chupeta”) a outra bateria descarregada. (a) Que terminal da bateria sem carga deve ser ligado ao terminal positivo da bateria carregada? (b) Admitamos que 55 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 56 Esquema da “chupeta”: Faça direito se não explode!!! 56 Pilha elétrica alcalina 56 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 57 Exemplo 26.15 – (a) Calcular a corrente em cada parte do circuito esquematizado. (b) Calcular a energia dissipada em 3 s no resistor de 4 . Solução: (a) Cálculo da resistência equivalente de 3 6 Solução: (a) Lei dos nós: I I1 : 1 Req I2 1 R1 Malha abcdefa: 12 2 I2 5 3 I1 I 2 7 3 I1 5 I2 e R1 R2 R1 R2 Req 3 6 18 3 6 9 Req 0 1 R2 Req 2 0 Malha abefa: 12 4 I1 3 I1 I2 12 7 I1 3 I2 0 0 Resolvendo o sistema: I I1 I 2 7 3 I1 5 I 2 0 12 7 I1 3 I 2 0 Lei dos nós: I Teremos: I I2 I1 P 18 12 I 3 I1 0 2 I I1 3 Regra das malhas na Malha bcdeb: será: 3 I I1 R1 I12 P 4 1.52 P 9W P t W W 27J 21 2 I I1 5 I 11 I1 6 I1 0 21 Resolvendo o sistema: (c) A energia liberada será: W I2 Malha abefa: 2A 0.5 A 1.5 A (b) A potência no resistor de 4 I1 I I1 I 2 2 I I1 3 93 5 I 11 I1 Exemplo 26.16 – (a) Calcular a corrente em cada ramo do circuito esquematizado. Completar o diagrama com os sentidos e valores das correntes em cada ramo. (b) Atribuir o potencial V = 0 no ponto c e identificar os potenciais dos pontos a até f. 21 Teremos: I 2A I2 3A I1 de 3 1A Cálculo da queda de potencial nos resistores e 6 em paralelo : V I I1 Req 6V 57 57 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 58 Corrente em cada um dos resistores paralelos: IR 3 IR 6 V R3 V R6 IR 3 IR 6 6 3 6 6 IR 3 2A IR 6 1A (b) Identificando no circuito os valores das correntes e trocando o sentido adequadamente: (a) A carga inicial é dada por: Q0 CV Q0 Q0 4 F 24V 96 C (b) A corrente inicial é igual ao quociente entre a voltagem inicial e a resistência: V0 24 I0 R 200 I0 0.12A I0 (c) A constante de tempo é: R C 800 s 58 200 4 F 0.8ms (d) para t = 4 ms: t Q t Q0 e Q t Q t Vd Ve Vc 21 0 21 21 Vd 21V Vd 3 2A 21 6 15 Ve 15V Vf Va Vf Vb Va 2 Ve 15V 18 15 18 33 Va 12A 33 24 9 33V Vb 9V Exemplo 26.17 – Um capacitor de 4 F é carregado a 24 V e depois ligado a um resistor de 200 . Calcular: (a) a carga inicial no capacitor. (b) a corrente inicial no resistor de 200 . (c) a constante de tempo do circuito. (d) a carga no capacitor depois de 4 ms. 4ms 4ms 96 C e 4 ms 0.8 ms 0.647 C Exemplo 26.18 – Uma bateria de 6 V e resistência interna insignificante é usada para carregar um capacitor de 2 F através de um resistor de 100 . Calcular: (a) a corrente inicial, (b) a carga final no capacitor e (c) o tempo necessário para a carga atingir 90% de seu valor final. Solução: (a) Cálculo da corrente inicial: I0 Solução: 6 R 100 I0 0.06A I0 (b) Carga final: Qf C Qf Qf (c) Q t 2 F 6V 12 C C 1 e t RC t Q t Qf 1 e t 0.9 Q f Qf 1 e 58 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori t 0.9 1 e t e 1 0.9 t e 0.1 I0 59 3A (b) Depois de um grande intervalo de tempo, o capacitor estará completamente carregado e não há mais fluxo de cargas. A regra da malhas aplicada à malha da esquerda, abefa dará: t ln e t ln e t t t ln 0.1 ln10 59 1 ln10 ln10 R C ln10 t 100 2 F 2.5 t 460 s 12 4 I f If 8I f 0 1A Exemplo 26.19 – O capacitor no circuito está inicialmente descarregado. Calcular a corrente através da bateria (a) imediatamente depois de a chave ser fechada. (b) um grande intervalo de tempo depois de a chave ser fechada. Solução: (a) Como o capacitor está inicialmente descarregado, o potencial nos pontos d e c são iguais logo depois de a chave ser fechada. Logo, não há corrente inicial através do resistor de 8 , entre b e e, nesse instante. A regra das malhas aplicada à malha abcdefa dará: 12 4 I 0 0 59 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Exercícios: 1) Um eletrômetro é um aparelho que é usado para medir carga estática. Um a carga desconhecida é colocada nas placas de um capacitor e a diferença de potencial é medida. Qual o mínimo de carga que pode ser medida por um eletrômetro de capacitância 50 pF e voltagem 0,15 V ? 2) Dois objetos metálicos, de cargas +70pC e 70pC estão sobre uma diferença de potencial de +20V. a) Qual a capacitância do sistema? b) Qual a ddp se as cargas forem de +200 pC e 200pC sem a capacitância mudar? 60 8) Suponha que as duas superfícies esféricas de um capacitor esférico possua uma o dobro da área da outra. Encontrar sua capacitância. 9) Quantos capacitores de 1,00 mF devem ser conectados em paralelo para armazenar uma carga de 1,00 C com uma ddp de 110 V sob os capacitores? 10) Na figura, encontre a equivalente da associação. Assuma que C1=10,0 F, capacitância C2= 5,0 F e C3= 4,0 F 60 C 1 C 2 V 3) O capacitor da figura têm capacitância de 25 m F e está inicialmente descarregado. A bateria o mantém a uma ddp de 120 V. Depois da chave se fechar por um grande tempo, qual a carga no capacitor? 11) Cada um dos capacitores na figura abaixo possuem uma capacitância de 25,0 F. Uma diferença de potencial de 4200 V é aplicada quando a chave é conectada. Quantos coulombs de carga atravessam o medidor A? C + C 3 1) Se a ddp V for de 120 V, qual a carga em cada capacitor ? S - A S 4200 V C C C V 4) Um capacitor de placas paralelas circulares possui 8,2 cm de raio e separação 1,3 mm. a) Calcule sua capacitância. b) Qual a carga que aparece nas placas quando uma ddp de 120 V é aplicada no capacitor? 12) Quanto de energia é armazenada em 1 metro cúbico de ar devido a um campo elétrico de intensidade 150 V/m ? 5) Dispomos de duas placas de metal de 1m2 de 13) Que capacitância é necessária para armazenar uma energia de 10 kW-h a uma ddp de 1000V? área e fabricamos com elas um capacitor plano de 1,00 F. Qual deve ser a separação entre as placas? 6) As placas do catodo de um tubo de diodo a vácuo sào da forma de dois cilíndros concêntricos com o catodo sendo o cilindro central. O diâmetro do catodo é de 1,6 mm e o cilindro externo possui diâmetro de 18 mm. Ambos possuem o comprimento de 2,4cm. Calcule a capacitância do diodo. 7) Uma gota esférica de mercúrio de raio R tem capacitância dada por C 4 0 RSe duas destas gotas combinam para formar uma terceira gota maior, qual a capacitância da terceira gota? 14) Dois capacitores de 2 F e 4 F de capacitância são conectados em paralelo sob uma ddp de 300 V. Calcule a energia total armazenada nos capacitores. 15) Um capacitor de placas paralelas possui capacitância de 7,4 pF quando há ar em seu interior. Preenchido por um dielétrico, sua capacitância vai para 7,4 mF. Encontre o valor da constante dielétrica. 16) Uma corrente de 5 A existe em um resistor de 10 por 10 min. a) Qual a carga elétrica nesse intervalo de tempo ? 60 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori b) Quantos elétrons passam pela seção transversal desse resistor nesse intervalo de tempo? c) Encontre a ddp. 17) A corrente elétrica típica em um terminal de vídeo é de 200 A. Quantos elétrons atravessam a cada segundo? 18) A cinta de um gerador de Van de Graaff possui 50 cm de largura e velocidade de 30 m/s. A cinta carrega carga para a esfera a uma razão correspondente a 100 A. Encontre a densidade superficial de carga na cinta. 19) Uma corrente é estabelecida em um tubo de descarga de gás quando uma suficiente e alta voltagem são aplicadas através dos dois eletrodos do tubo. O gás ionizase e elétrons se movem para o terminal positivo enquanto os íons positivos vão em direção ao terminal negativo. Qual a magnitude e direção da corrente em um tubo de descarga de hidrogênio no qual há 3,1.1018 elétrons e 1, 1.1018 prótons se movendo em uma seção de área transversal do tubo ? 20) Uma junção pn é formada quando dois diferentes materiais semicondutores na forma de cilindros idênticos de raio 0,165 mm são conectados. Cerca de 3, 5.1015 elétrons por segundo atravessam a junção do lado . 15 buracos (um buraco n para o lado p, enquanto 2, 2510 atua como se fosse uma partícula de carga +e) atravessam do lado p para o lado n. n p Qual a corrente total e a densidade de corrente? 21) Um resistor possui área de seção transversal corrente é de 1, 4.103 A2 . J m 61 Encontre a resistividade do fio. 25) Um bloco retangular de área de seção transversal 3, 50cm2 possui comprimento de 15,8 cm e resistência 935 O material pelo qual o bloco é constituído possui (elétrons de 5, 3310 . 22 eletrons 3 m condução). Uma diferença de potencial de 35,8 V é aplicada entre seus terminais. a) Qual a corrente sobre o bloco? b) Se a densidade de corrente é uniforme, qual seu valor? c) Qual a velocidade de escoamento (correnteza) dos elétrons de condução? d) Qual o campo elétrico no bloco? 61 26) Um estudante possui um rádio de 9,0 V e 7,0 W. Ligado das 9:00 PM às 2:00 AM, quanta carga atravessou-o? 27) Um certo tubo de raio X opera a uma corrente de 7,0 mA e uma ddp de 80 kV. Qual a potência dissipada, em watts? 28) Energia térmica é produzida por um resistor a uma razão de 100 W quando uma corrente de 3,00 A o atravessa. Qual sua resistência ? 29) Um resistor desconhecido é conectado aos terminais de uma bateria de 3,00 V. A potência dissipada pelo resistor é 0,540 W. Quando o resistor é conectado entre os terminais de uma bateria de 1,5 V , qual a potência dissipada por ele? 30) Encontre a resistência equivalente entre os pontos A e B nos casos abaixo. igual a 56, 0cm 2 . Qual a resistência se este resistor for um fio de 10 km de comprimento? A resistividade deste fio é a) 3, 00.10 7 .m . 22) Um fio condutor possui diâmetro de 1 mm, 2 m de comprimento e resistência elétrica de 50 mW. Encontre sua resistividade. 180 A 100 50 B 90 23) Um fio de uma liga níquel-cromo-ferro, possui 1, 0mm 2 comprimento 1 m e área de seção transversal de . Se uma corrente de 4 A o atravessa quando submetido a uma diferença de potencial de 2V, encontre a condutividade do fio. (Obs.: =1/ ). 24) Quando aplicamos uma ddp de 115 V em um fio de raio 0,3 mm e comprimento 10 m, a densidade de b) A 50 150 B 61 Física III – Leis de Kirchhoff. Componentes Eletrônicos e Dielétricos – CAPÍTULO IV - Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 62 c) 40 A 200 80 B 50 80 40 220 V 120 d) +5q -2q d -3q d 40 A 300 6 80 B 80 160 d P d 120 +3q e) 300 A 300 40 6 80 B 160 d -2q d -5q 21) Se a Terra possui uma densidade de carga superficial de 1,0 elétrons por metro quadrado, (assumindo aproximação) qual seria o potencial elétrico da Terra? E o campo elétrico da Terra na sua superfície? 80 22) Os elétrons tendem a se mover em regiões de alto ou baixo potencial? 120 31) No circuito abaixo determine: a) A corrente que atravessa os resistores. b) A ddp em cada resistor: A) 150 50 120 V B) 62 62