Módulo Temático II - Psicofis. das Motivações Primárias

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Módulo II – Motivações Primárias
Comportamento Emocional
1) Enquadramento
a. Conceitos fundamentais: Balanço Autónomo; breve referência aos conceitos de
Habituação e Novidade; Especificidade Estímulo-Resposta; Especificidade
Individual de Resposta
b. Bases psicofisiológicas e significado dos registos das alterações na AEP
c. Demonstração das técnicas de captação da AEP (Electrodermografia)
2) Aplicação
a. Elaboração de uma experiência para testar os efeitos de estímulos
emocionogéneos, apresentados na modalidade visual, na alteração da AEP
b. Execução da experiência
3) Análise e discussão dos resultados
4) Avaliação
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Módulo II – Motivações Primárias
Comportamento Emocional
1) Enquadramento
a. Conceitos Psicofisiológicos Fundamentais
• Balanço Autónomo (Ā)
ª Refere-se ao grau de domínio que o SNS (ou SNP) exerce em cada indivíduo,
propondo que o comportamento humano seja examinado no contexto desse
balanço
ª O Balanço Autónomo é representado por um valor (Ā) empiricamente derivado de
funções autónomas (CEP, RC, RR, Pressão Sanguínea, Salivação, ...)
ª Valores Ā elevados indicam predominância do SNP enquanto que valores baixos
indicam predominância do SNS
ª Os valores Ā individuais mantêm-se relativamente constantes ao longo do tempo
Nota:
ª Importância da interacção entre Ā e LVI para compreender a magnitude e a direcção
das respostas
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ª Os valores Ā apresentam uma distribuição normal na população
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ª Exemplos do valor preditivo em situações experimentais:
9 Ā < está associado a padrões de actividade psicofisiológica comuns em pessoas
com tendências de personalidade de tipo neurótico e desordens psicossomáticas
(> RC, Ritmo Respiratório e Pressão Sanguínea e < Temperatura Cutânea)
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• Habituação
ª Fenómeno de decréscimo progressivo na reactividade psicofisiológica a um dado
estímulo produzido pela apresentação repetida desse mesmo estímulo
ª Corolário:
9 A apresentação de um estímulo novidade ou inesperado leva a um aumento da
reactividade
ª Habituação e auto-organização
9 A Habituação parece possuir um valor adaptativo
ª Exemplos do valor preditivo em situações experimentais
Restrições:
ªA Habituação é menos pronunciada face a estímulos intensos, importantes, raros ou
complexos
ª Quando a magnitude das respostas simpáticas ao estímulo é elevada, o nível de
activação pós-resposta pode baixar a níveis inferiores aos observados antes da
ocorrência do estímulo (Rebound)
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• Especificidade Estímulo-Resposta (EER)
ª Para uma mesma situação, o padrão de actividade psicofisiológica individual é
similar, i.e, é de esperar que ocorra um padrão consistente de respostas
psicofisiológicas em determinada situação-estímulo, podendo variar em
situações diferentes
ª Corolários (e exemplos do valor preditivo):
9 Quando confrontados com a mesma situação-estímulo, não são de esperar
diferenças entre as respostas psicofisiológicas de diferentes indivíduos
9 Com a mudança da situação-estímulo, são de esperar mudanças nos padrões
de resposta psicofisiológica
9 Não são de esperar diferenças entre indivíduos nos diferentes padrões de
resposta psicofisiológica caracteristicamente elicitados por diferentes
situações estímulo (i.e. diferentes respostas emocionais a diferentes
estímulos emocionogéneos tenderiam a ser similares entre indivíduos)
Nota:
ª O padrão de actividade psicofisiológica pode ajudar a diferenciar entre estados
emocionais, por exemplo, enquanto que o medo está associado ao aumento do
Ritmo Respiratório e da CEP, a fúria/irritação está associada ao aumento da EMG e
da Pressão Diastólica
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• Especificidade Individual de Resposta (EIR)
ª Cada indivíduo apresenta um padrão de resposta psicofisiológica característico à
maior parte das situações-estímulo, i.e., é possível encontrar uma certa
constância nas respostas de um indivíduo numa variedade de situaçõesestímulo
ª Exemplos do valor preditivo do conceito em situações experimentais
Ex. EER – Comparação da ressonância emocional média de um grupo de
toxicodependentes-delinquentes com um grupo controle, face a estímulos
visuais de conteúdo droga (Dr) e crime (Cr)
Conclui-se que os mesmos estímulos elicitam padrões de resposta
diferentes conforme os grupos e que alguns estímulos diferentes
produzem o mesmo padrão de resposta no grupo experimental, ao
contrário do que a EER faz prever
Ex. EIR – Comparação da CEP de um grupo de toxicodependentesdelinquentes com um grupo controle, face a estímulos visuais de
conteúdo droga (Dr) e crime (Cr)
Conclui-se que o grupo experimental apresenta uma organização
psicofisiológica diferente da do grupo controle face aos mesmos estímulos
e que essa organização tende a manter-se face a estímulos diferentes
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b. Bases psicofisiológicas e significado dos registos das alterações
na Actividade Eléctrica da Pele
• Bases fisiológicas da Actividade Eléctrica da Pele
ª A pele e as glândulas sudoríparas são dinamicamente reguladas pela interacção entre
os estímulos do meio e o SNC, participando nas reacções adaptativas do
organismo e assumindo um valor importante como índice do comportamento
Féré (1888) demonstrou que “rápidas flutuações da resistência da pele podem ocorrer
como resposta a estimulações emocionais”
Glândulas de
secreção para o
exterior, enervação
exclusivamente
simpática e
neurotransmissão
colinérgica
Distribuídas por todo
o corpo mas com >
densidade na palma
das mãos (planta dos
pés,…)
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ª A pele manifesta várias formas de fenómenos bioeléctricos:
9 Resistência Galvânica da Pele (SRR ou GSR)
Quando uma corrente eléctrica fraca e contínua é aplicada entre dois
eléctrodos colocados na palma da mão (técnica exossomática e bipolar),
com um afastamento de ≈ 3 cm, a resistência eléctrica registada entre eles
varia de acordo com a estimulação
9 Condutância Galvânica da Pele (SCR ou GSC)
Similar à GSR mas refere-se ao grau de facilidade com que uma corrente
eléctrica é conduzida na pele
9 Potencial Galvânico da Pele (SPR ou GSP)
Se o sinal eléctrico é suficientemente amplificado, mesmo sem aplicação de
corrente externa (técnica endossomática e monopolar), a voltagem
registada entre os eléctrodos (diferença de potencial) também varia em
função da estimulação
9 Resposta Galvânica da Pele
Refere-se às alterações fásicas conjuntas da GSR/GSC e/ou GSP em
relação com a estimulação
9 Nível tónico
Média da AEP durante um intervalo de tempo isento de alterações fásicas
9 Flutuações Espontâneas
Alterações da AEP (que excedem 0,5kΩ) e que ocorrem sem a presença de
estímulos identificáveis
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ª Em resposta à estimulação ocorre uma alteração do tonus autonómico que altera a
sudação (e o fluxo sanguíneo cutâneo), o que provoca alteração na GSR e GSP
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Por ex., a emoção de vergonha provoca um aumento de sudação mas também a
vasodilatação dos vasos sanguíneos cutâneos que, na face, provocam o ruborizado.
Estimulação
Reacção simpática
> activação glândulas
> sudação
< GSR / > GSC
> GSP
Por exemplo, picada na pele ⇒ descarga simpática reflexa nas glândulas
sudoríparas ⇒ aumento da secreção de suor (água e elementos electrolíticos) ⇒
diminuição da resistência e aumento da condutividade eléctrica da pele.
ª Estímulos somato-sensoriais (dôr, pressão, calor) e estímulos emocionogéneos
provocam alterações periféricas no tónus do SNA e, consequentemente, na Resposta
Galvânica
ª O registo da Resposta Galvânica é frequentemente combinado com o registo de outros
índices dependentes do SNA, tais como o RC e a Pressão Sanguínea
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ª Componentes (parâmetros) da AEP (análise da actividade fásica):
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tónico
tónico
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• Significado psicofisiológico (alguns exemplos)
ª A AEP tem sido utilizada sobretudo como indicador de intensidade ou quantidade
de actividade simpática (lembrar que a AEP é muito dependente da LVI)
ª Os tempos e ritmos de recuperação parecem traduzir o ritmo a que o SN
restabelece a homeostasia e a sua resposta em termos comportamentais
ª O ritmo de recuperação reflecte diferenças de reactividade electrodérmica em
situações experimentais que impliquem alteração do nível de discriminação
e reflecte o grau de envolvimento da pessoa na tarefa
ª O número de flutuações espontâneas está correlacionado com a frequência das
respostas, níveis de resistência/condutância e com a amplitude
ª Em paradigmas de RO, > amplitude, > frequência ou < latência, interpretam-se
como indicadores de um > nível de atenção
ª Existe uma relação directa entre o nível de vigília e a AEP
ª Em paradigmas de aprendizagem, o grau de ↓ dos parâmetros electrodérmicos
indica o grau de habituação alcançado (em paradigmas de condicionamento
clássico, o grau de ↑ dos parâmetros indica o grau de aprendizagem)
ª As pessoas introvertidas parecem manifestar maior reactividade electrodérmica
ª Existe uma relação directa entre a intensidade emocional e a reactividade
electrodérmica (mas o medo provoca < activação do que outras
emoções, como a ira ou alegria)
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c. Demonstração das técnicas de captação da AEP (EDG)
• Introdução:
ª Montagem dos eléctrodos: bipolar e monopolar
• Objectivos experimentais:
ª Conhecer os procedimentos para o registo da AEP
ª Observar e registar alterações na AEP associadas a estados emocionais
ª Analisar o registo nas várias condições
experimentais de modo a aumentar o
entendimento das potencialidades e
limites deste índice
• Materiais:
ª Polígrafo electrónico BIOPAC MP30, c/ cabo
SS3L, ligado a um PC c/ Windows 95
ª Software de recolha/análise de dados BSL V3
ª Estímulos emocionógenos
• Fases experimentais:
ª Preparação
ª Calibragem
ª Registo
ª Análise
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