AQUA-hqe conecta as construções sustentáveis brasileiras à rede internacional de Certificação Consolidação da rede aumenta a visão global do processo de análise de desempenho ambiental das construções Lançada em 2008, pela Fundação Vanzolini, a certificação de sustentabilidade Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental) trouxe uma proposta de mudança na cultura da construção civil brasileira. Desde então, a certificação obteve grande sucesso no mercado e alcançou o número de 432 edificações e mais de 43.000 unidades habitacionais certificadas. Mesmo com êxito alcançado no período, o sistema de avaliação de desempenho ambiental brasileiro (AQUA), versão adaptada da certificação francesa Démarche HQE (Haute Qualité Environmentale), se renovou e alcançou um novo patamar em 2014: promoveu a fusão entre os referenciais técnicos brasileiros e franceses, criando a certificação AQUA-HQE, e a partir daí, passou a integrar uma Rede Internacional de Certificação para a sustentabilidade na construção. A integração dos atores globais do HQE™ em um ambiente de rede se deu a partir da criação da Cerway, uma entidade internacional de origem francesa criada para articular as iniciativas globais HQE™ com o objetivo de desenvolver ainda mais a certificação de construções sustentáveis no mundo. Para isso, conta com o apoio do CSTB (Centro Científico e Técnico da Construção da França) e de técnicos e especialistas da Certivéa e da Cerqual organismos de certificação da construção sustentável franceses; além da equipe técnica da Fundação Vanzolini e de especialistas de outros países que difundem a sustentabilidade na construção civil. Entre as incumbências da Cerway por meio da Rede estão: o fomento, difusão, articulação, integração e acompanhamento dos processos de avaliação ambiental das construções certificadas HQE™. Para isso, criou-se um Comitê Consultivo Internacional, do qual a Fundação Vanzolini é membro nato. Com a criação da Rede a certificação AQUA-HQE passou a ser uma chancela internacional de nova geração, alinhada ainda mais aos avançados critérios globais do HQE™, sem perder uma de suas principais qualidades, que é o respeito às características locais de cada região, com a adaptação constante dos referenciais técnicos à cultura, clima, normas técnicas e regulamentação. Além disso, o permanente foco da certificação no ser humano foi mantido, onde 50% das exigências técnicas visam as condições ideais de saúde e conforto e 50% promovem benefícios ambientais. Esse processo requer alterações importantes no comportamento dos empreendedores, tendo já os principais lideres do setor adotado o planejamento dos empreendimentos de forma sustentável, antes mesmo do início do projeto. Com isso, a certificação AQUA-HQE vem ganhando cada vez mais adesão de consumidores e de importantes setores da economia brasileira e conta com diversos empreendimentos certificados no Brasil, em diferentes fases (pré-projeto, projeto, execução ou operação e uso), em várias regiões e Estados. Junto a isso, os avanços na tecnologia, normalização e regulamentação impulsionam o aperfeiçoamento de novos referenciais técnicos que alimentam a Rede Internacional de Certificação. A certificação AQUA-HQE para edificações baseia-se em 14 objetivos de desempenho que devem ser atingidos em níveis base, boas práticas e melhores práticas, ultrapassando as exigências que correspondem à regulamentação vigente ou prática corrente, distribuídas equilibradamente em conforto, saúde e baixo impacto ambiental. As soluções arquitetônicas e técnicas para atenderem aos critérios do AQUA-HQE visam obter os melhores resultados ambientais, com economia de recursos naturais. Consideram o programa de necessidades do empreendimento, o contexto local, a estratégia ambiental do empreendedor, a análise econômica global, o usuário e as demais partes interessadas e a regulamentação. A certificação é concedida por meio de rigoroso processo de auditorias presenciais em três fases estratégicas do empreendimento: pré-projeto, projeto e execução. Os referenciais técnicos abrangem empreendimentos, residenciais e nao residenciais. Compromisso Ambiental Ao se comprometer com a AQUA-HQE, o empreendedor se obriga a pensar, desde as fases iniciais do projeto, no entorno do empreendimento durante a construção, o uso e a desconstrução. Ele considera aspectos do ciclo de vida dos materiais e sistemas construtivos, como durabilidade, conservação, manutenção e potencial de reciclagem. Desde o canteiro de obras, com gestão de resíduos sólidos, de energia e água, todo o processo visa garantir a formalidade da cadeia produtiva. Medidas que atendem objetivos de desempenho em conforto térmico (no verão e no inverno), acústico, visual e olfativo da construção edificada deixam o empreendimento pronto para garantir o uso e a operação com qualidade ambiental, a eficiência no uso da água e energia, onde pessoas possam viver com comodidade e bem-estar. Fases do Processo A primeira fase do processo é chamada de pré-projeto. Nessa fase, o empreendedor investe em pensar o empreendimento. Faz estudos preliminares, define o conceito do empreendimento, os critérios, o programa de necessidades e escolhe o partido arquitetônico. Nesse momento ele pode analisar e confrontar as soluções mais eficazes, eficientes e econômicas para garantir o menor impacto ambiental, o maior conforto e saúde na construção e no uso do edifício. O empreendedor estabelece, então, o sistema de gestão do empreendimento, que vai garantir o contínuo atendimento aos objetivos ao longo das fases seguintes. Para obter a certificação do empreendimento, o empreendedor precisa demonstrar que é capaz de atingir os desempenhos pelas soluções arquitetônicas e técnicas propostas; desenvolver o projeto e especificar as soluções; se comprometer com o processo e com os objetivos de desempenho; ou seja, mostrar que sabe o que fazer, que sabe como fazer, que dispõe dos recursos necessários e que o empreendimento é viável técnica e econômicamente. Na fase de projeto, os objetivos e as escolhas do programa são utilizados como dados de entrada para desenvolver os projetos de arquitetura, de engenharia e dos sistemas prediais. Nessa fase, serão definidas, em detalhe, as soluções, por meio de estudos, simulações computacionais e cálculos. Agora, o empreendedor mantém o sistema de gestão para garantir o controle, documentar e comprovar os desempenhos, a fim de obter a certificação. Na fase execução, a obra é realizada de acordo com o projeto, com os acompanhamentos, monitoramentos e medições que comprovam o desempenho, segundo os objetivos estabelecidos. A gestão será considerada eficaz se seguir à risca, no canteiro, os requisitos de baixo impacto ambiental, conforto e saúde do projeto. Nessa fase, o empreendedor documenta e demonstra os resultados para a obtenção da certificação. No momento da entrega, os usuários vão receber um manual para que possam ficar informados e conscientizados sobre a operação e uso do imóvel sustentável certificado. Soluções Ativas e Passivas O conceito do empreendimento pode conter soluções ativas e passivas. Entre as soluções passivas, que podem ser empregadas sem custo adicional, estão a orientação das fachadas de modo a obter melhor iluminação natural, insolação, sombreamento, ventilação, menor exposição ao ruído; cobertura destacada do forro, para melhorar a ventilação natural; e sombreamento das faces ensolaradas com utilização de vegetação para reduzir o calor no interior do imóvel. Se forem adotadas nas fases do pré-projeto e projeto, a habitação sustentável pode ter um custo similar ou menor do que a convencional. As soluções ativas podem incluir adoção de vasos sanitários com descarga de seis litros, torneiras e chuveiros que economizam nos fluxos, sistemas de aproveitamento de água da chuva e reúso de água, lâmpadas de alta eficiência energética e de energia solar para aquecimento da água. “Esses itens podem requerer um investimento adicional. Porém, precisamos lembrar que, quanto mais alto o desempenho ambiental, menores serão os custos operacionais futuros da edificação”, explica Martins. Custo operacional Martins ressalta que, hoje em dia, é necessário repensar o conceito de custo da obra e levar em conta a fase de operação que, ao longo dos anos, é muito maior do que o valor gasto na construção. Num horizonte de 50 anos, do custo total de construção e operação de um edifício, cerca de 20% correspondem à construção e 80% à operação. “Ou seja, se um edifício for sustentável e tiver custos operacionais mais baixos, os investimentos adicionais realizados na fase de construção terão um rápido retorno”, informa Martins. Sistema de Gestão Para estabelecer e manter o sistema de gestão do empreendimento e garantir o desempenho, o empreendedor necessita deum consultor de sustentabilidade ou uma equipe AQUA-HQE, conforme o porte e a complexidade do empreendimento. Os consultores de sustentabilidade AQUA-HQE orientam as equipes técnicas sobre a aplicação dos critérios e verificam se são atendidos pelas soluções planejadas, projetadas e executadas. Esses agentes auxiliam na elaboração das justificativas dos desempenhos. Avaliação da qualidade ambiental Antes de ser submetido à auditoria de certificação, o empreendedor deve promover uma autoavaliação do empreendimento em todas as fases, de modo que possa corrigir eventuais desvios, o mais cedo possível. As 14 categorias de desempenho para as edificações, são avaliadas segundo os níveis base, boas práticas e melhores práticas. Nenhuma categoria pode estar abaixo do nível base. O nível boas práticas deve ser atingido em pelo menos quatro categorias. O nível melhores práticas equivale aos desempenhos máximos constatados em empreendimentos de elevada qualidade ambiental, devendo ser alcançados em pelo menos três categorias. Certificação Para obter a certificação, ao final de cada fase do processo, o empreendedor submete o projeto a uma rigorosa avaliação por meio de auditorias presenciais pela Fundação Vanzolini. Cada etapa de avaliação dura de um e meio a três dias, conforme a complexidade do projeto. Reconhecimento A partir da criação da Rede Internacional de Certificação, os empreendedores brasileiros certificados e os que alcançarem a certificação, receberão dois certificados: Processo AQUA, emitido pela Fundação Vanzolini e, com base neste, o HQE, emitido pelo Cerway - entidade responsável pelo desenvolvimento e certificação HQE em todo o mundo. A certificação AQUA-HQE leva em conta o clima, a cultura, os parâmetros técnicos, regulamentações e a normalização técnica brasileira. A metodologia, baseada na certificação francesa HQE, é reconhecida por diversas entidades certificadoras da França, Alemanha, Inglaterra, Finlândia, Itália e Estados Unidos, que fazem parte da SBAlliance (SustainableBuilding Alliance), da qual a Fundação Vanzolini atua como membro fundador e ocupa o Board. Estabelecida e mantida pelos professores da Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, desde 1967, a Fundação Vanzolini é o primeiro organismo a certificar sistemas de gestão no Brasil. Como principal certificadora da construção civil do Brasil, com mais de 20 anos de experiência no setor, integra o IQNet – InternationalCertification Network, presente em mais de 150 países. Critérios de Certificação AQUA-HQE: 14 critérios para edifícios: eco-construção: relação com o entorno escolha integrada de produtos, processos e sistemas construtivos canteiro de obras com baixo impacto ambiental eco-gestão: da energia da água de resíduos de uso e de operação manutenção com permanência do desempenho ambiental conforto: térmico acústico visual olfativo saúde: qualidade sanitária dos ambientes qualidade sanitária do ar qualidade sanitária da água Portifólio: O portfólio de empreendimentos certificados AQUA-HQE estão disponíveis no site: http://www.vanzolini.org.br/hotsite-aqua.asp INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA: ALZIRA HISGAIL E EDUARDO GOMES (55.11) 3675.0809 | (55.11) 9 9292.9126 www.ateliedetextos.com.br| [email protected]