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Ciências Humanas
e Suas Tecnologias
Manual do Professor de
Filosofia Volume 1
Apresentação
O
material didático da Coleção EJA Educação Profissional foi elaborado a partir do documento base do Programa Nacional de Integração da Educação
Profissional com a Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens
e Adultos, tendo como pressupostos alguns princípios e fundamentos pedagógicos:
compreensão do trabalho como princípio educativo; pesquisa como fundamento da formação, por entendê-la como modo de produção de conhecimentos e de entendimento da
realidade, além de contribuir para a construção da autonomia intelectual dos educandos;
integração do currículo; valorização dos diferentes saberes no processo de ensino e aprendizagem; e o trabalho como princípio educativo.
Nos livros que compõem a coleção, as abordagens das áreas dos conhecimentos são
embasadas na perspectiva de complexos temáticos, ou seja, em temas gerais comuns ligados entre si. Temas que abrangem os conteúdos mínimos a serem abordados sob o enfoque
de cada área do conhecimento; possibilitam a compreensão do contexto em que os alunos
vivem; atendem às condições intelectuais e sociopedagógicas dos alunos; garantem um
aprofundamento progressivo ao longo do material; e promovem o aprofundamento e a
ampliação do conhecimento do aluno.
A abordagem dos materiais didáticos é centrada em resoluções de problemas, ou seja,
no início da unidade são propostos os problemas, dilemas reais vividos pela sociedade e, a
partir da disciplina, são fornecidos dados e fatos buscando a solução dos problemas propostos.
Para efetivar a integração das diferentes áreas do conhecimento, articulando-as ao
mundo do trabalho, são utilizados grandes temas integradores: sociedade e trabalho; ciência e tecnologia e trabalho; saúde e trabalho; linguagens e trabalho; entre outros.
Em cada volume da coleção, a disciplina é dividida em unidades que, por sua vez,
são separadas em capítulos. Cada unidade conta com seção inicial de abertura, em que é
colocado o problema gerador; conteúdos desenvolvidos de modo a propiciar a construção
de soluções para o problema inicial por meio de atividades, propostas de reflexão, análise de situações, simulação de cenários para tomada de decisão que são intercalados ao
conteúdo em estudo; atividades de reflexão, de análise, de pesquisa e de produção (oral e
escrita); seção final de sistematização da unidade, retomando o percurso de aprendizagem
e relacionando-o ao problema inicial.
Com a intenção de desenvolver ideias e conceitos, ampliando os conhecimentos do
educando de maneira estimulante e participativa, as obras contam ainda com sugestões de
livros e sites, nos quais o aluno poderá realizar pesquisas para explorar as conexões entre
as áreas do conhecimento.
Por meio da participação de todos os envolvidos no processo educacional, o material
foi desenvolvido de modo que o trabalho dos alunos se desenvolva de maneira prazerosa
e significativa.
2
Manual do Professor de Filosofia Volume 1
Orientações aos Professores
Orientações aos Professores
Orientações Gerais do Volume
Este livro foi formulado com foco em alguns recortes da história da filosofia, tentando conectá-los ao cotidiano, para que, a partir deles, os professores possam despertar o interesse dos alunos
para a reflexão filosófica.
Objetivos Gerais do Volume
•
Integrar os assuntos de cada unidade a alguns temas da história da filosofia.
•
Desenvolver pequenos textos, reflexões e discussões sobre os objetivos propostos.
Princípios Pedagógicos Gerais do Volume
A escrita deste volume partiu, a cada capítulo, de alguns questionamentos e situações do cotidiano, conectando-os a pequenos textos e citações de autores, bem como a correntes filosóficas, a fim
de discutir o tema gerador da unidade.
Articulação do Conteúdo
Os conteúdos desta disciplina poderão facilmente ser articulados a outras disciplinas, como
história e português, ao se trabalhar com as músicas e poesias, assim como a contextualização histórica dos autores e assuntos.
Atividades Complementares
Várias atividades complementares foram sugeridas ao decorrer do livro, como passeios, visitas
a museus, filmes, livros, entre outras.
Além disso, a seguir, apresentam-se algumas questões já realizadas em processos seletivos,
com o intuito de começar a preparar os alunos para o vestibular. Algumas dessas atividades devem
ser desenvolvidas em sala de aula.
Manual do Professor de Filosofia Volume 1
3
4
1)
(UEG) O ser humano, desde sua origem, em sua existência cotidiana, faz afirmações, nega,
deseja, recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos de fato e de valor, por meio
dos quais procura orientar seu comportamento teórico e prático. Entretanto, houve um
momento em sua evolução histórico-social em que o ser humano começou a conferir um
caráter filosófico às suas indagações e perplexidades, questionando racionalmente as suas
crenças, os seus valores e as suas escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia:
a. é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio da elaboração dos
sentimentos, das percepções e dos anseios humanos, procura consolidar suas crenças e
opiniões.
b. existe desde que existe o ser humano, não havendo um local ou uma época específica
para seu nascimento, o que autoriza afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também
filosófica e exige o trabalho da razão.
c. inicia sua investigação quando se aceita os dogmas e as certezas cotidianas que são
impostos pela tradição e pela sociedade, visando educar o ser humano como cidadão.
d. surge quando o ser humano começa a exigir provas e justificações racionais que validam
ou invalidam suas crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade revelada pela codificação mítica.
Resposta: alternativa d.
2)
(UNB) No início do século XX, estudiosos esforçaram-se em mostrar a continuidade, na
Grécia Antiga, entre mito e filosofia, opondo-se a teses anteriores, que advogavam a descontinuidade entre ambos.
A continuidade entre mito e filosofia, no entanto, não foi entendida univocamente. Alguns
estudiosos, como Cornford e Jaeger, consideraram que as perguntas acerca da origem do
mundo e das coisas haviam sido respondidas pelos mitos e pela filosofia nascente, dado
que os primeiros filósofos haviam suprimido os aspectos antropomórficos e fantásticos dos
mitos.
Ainda no século XX, Vernant, mesmo aceitando certa continuidade entre mito e filosofia,
criticou seus predecessores, ao rejeitar a ideia de que a filosofia apenas afirmava, de outra
maneira, o mesmo que o mito. Assim, a discussão sobre a especificidade da filosofia em
relação ao mito foi retomada.
Considerando o breve histórico acima, concernente à relação entre o mito e a filosofia
nascente, assinale a opção que expressa, de forma mais adequada, essa relação na Grécia
Antiga.
a. O mito é a expressão mais acabada da religiosidade arcaica, e a filosofia corresponde ao
advento da razão liberada da religiosidade.
b. O mito é uma narrativa em que a origem do mundo é apresentada imaginativamente,
e a filosofia caracteriza-se como explicação racional que retoma questões presentes no
mito.
c. O mito fundamenta-se no rito, é infantil, pré-lógico e irracional, e a filosofia, também
fundamentada no rito, corresponde ao surgimento da razão na Grécia Antiga.
d. O mito descreve nascimentos sucessivos, incluída a origem do ser, e a filosofia descreve
a origem do ser a partir do dilema insuperável entre caos e medida.
Resposta: alternativa b.
Manual do Professor de Filosofia Volume 1
3)
4)
(IFSP) Comparando-se mito e filosofia, é
correto afirmar o seguinte:
a. A autoridade do mito depende da
confiança inspirada pelo narrador,
ao passo que a autoridade da filosofia repousa na razão humana, sendo
independente da pessoa do filósofo.
b. Tanto o mito quanto a filosofia se
ocupam da explicação de realidades passadas a partir da interação
entre forças naturais personalizadas,
criando um discurso que se aproxima
do da história e se opõe ao da ciência.
c. Enquanto a função do mito é fornecer
uma explicação parcial da realidade,
limitando-se ao universo da cultura
grega, a filosofia tem um caráter universal, buscando respostas para as
inquietações de todos os homens.
d. Mito e filosofia dedicam-se à busca
pelas verdades absolutas e são, em
essência, faces distintas do mesmo
processo de conhecimento que culminou com o desenvolvimento do
pensamento científico.
e. A filosofia é a negação do mito, pois
não aceita contradições ou fabulações, admitindo apenas explicações
que possam ser comprovadas pela
observação direta ou pela experiência.
Resposta: alternativa a.
(Unimontes) No mundo grego, pode-se
encontrar uma série de relatos mitológicos sobre diversos aspectos da vida
humana, da natureza, dos deuses e do
universo. Dois tipos de relatos merecem
destaque: as cosmogonias e teogonias.
Os relatos citados tratam da:
a. origem dos homens e das plantas.
b. origem do cosmo e dos deuses.
c. origem dos deuses e dos homens.
d. origem do cosmo e das plantas.
Resposta: alternativa b.
5)
(Unimontes) “Nenhum homem me fará
descer à casa de Hades contrariando o
meu destino. Nenhum homem, afirmo,
jamais escapou de seu destino, seja
covarde ou bravo, depois de haver nascido”. (Homero, Ilíada).
Hades, na filosofia antiga, designa:
a. o nome do deus das águas.
b. o nome do deus da beleza.
c. o nome do deus do mundo subterrâneo e dos mortos.
d. o nome do deus da guerra.
Resposta: alternativa c.
6)
(Unioeste) "Advento da Polis, nascimento da filosofia: entre as duas ordens
de fenômenos os vínculos são demasiado estreitos para que o pensamento
racional não apareça, em suas origens,
solidário das estruturas sociais e mentais
próprias da cidade grega. Assim recolocada na história, a filosofia despoja-se
desse caráter de revelação absoluta que
às vezes lhe foi atribuído, saudando, na
jovem ciência dos jônios, a razão intemporal que veio encarnar-se no Tempo.
A escola de Mileto não viu nascer a
Razão; ela construiu uma razão, uma
primeira forma de racionalidade". Jean
Pierre Vernant.
Sobre a Filosofia seguem as seguintes
afirmações:
I. Ela foi revelada pela deusa Razão a
Tales de Mileto quando este afirmou
que o princípio de tudo é a água.
II. Ela foi inventada pelos gregos e
decorre do advento da Polis, a cidade
organizada por leis e instituições que,
por meio delas, eliminou todo tipo de
disputa.
III.Ela rejeita o sobrenatural, a interferência de agentes divinos na explicação
dos fenômenos; problematiza, discute e põe em questão até mesmo
as teorias racionais elaboradas com
rigor filosófico.
Manual do Professor de Filosofia Volume 1
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IV.Surgiu no século VI a.C. nas colônias gregas da Magna Grécia e da Jônia, apenas no século seguinte deslocou-se para Atenas.
V. Ocupa-se com os princípios, as causas e condições do conhecimento que
pretenda ser racional e verdadeiro; põe em questão e problematiza valores
morais, políticos, religiosos, artísticos e culturais.
Das afirmações feitas acima:
a. I, III e V são corretas.
b. I e II são incorretas.
c. II, IV e V são corretas.
d. todas são corretas.
e. todas são incorretas.
Resposta: alternativa b.
Sugestão de Planejamento
Este livro foi elaborado para apoiar os processos de ensino e aprendizagem da disciplina de filosofia ao longo do primeiro semestre das modalidades de Educação de Jovens
e Adultos e Educação Profissional de Jovens e Adultos – Ensino Médio. Nesse sentido,
sugere-se que os conteúdos do livro sejam distribuídos no número correspondente de aulas
deste módulo. Um capítulo a cada mês, podendo variar de acordo com o desenvolvimento
de cada turma. Temas que despertarem maior interesse poderão ser mais aprofundados,
assim como outros poderão ser vistos mais rapidamente. Ou ainda, alguns temas poderão
ser trabalhados mais detalhadamente por meio das atividades complementares, nas quais
os alunos aprofundarão suas reflexões fora da sala de aula. Quanto à avaliação, poderão
ser realizados pequenos testes, assim como trabalhos de pesquisa dos temas que foram
apenas sugeridos, mas que não foram abordados em sala e nem no livro.
Sugestões de Leitura
A fim de aprofundar os temas propostos, a principal indicação aos professores são
os livros da coleção Os pensadores, sobre os pré-socráticos, Platão, Marx, dentre vários
outros.
Orientações Didáticas
Unidade 1
Orientações Gerais
Esta unidade foi formulada para que os alunos consigam refletir sobre como as
questões metafísicas são inerentes a toda a humanidade e estão presentes na filosofia
desde o seu início.
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Manual do Professor de Filosofia Volume 1
Objetivos Gerais
•
Buscar a reflexão sobre a nossa condição de seres humanos.
•
Pensar em como surge um campo de conhecimento específico, conhecido como
filosofia, para refletir sobre o ser e as coisas.
Conteúdos Privilegiados
•
O início da filosofia.
•
Os primeiros pensadores.
•
Os pré-socráticos ou filósofos da natureza.
Orientações Específicas e Respostas das Atividades
Página 11
Abertura
O professor poderá conduzir a discussão aprofundando-se no tema. Por exemplo,
questionando a respeito das influências da família, do cotidiano, da sociedade, etc. na vida
de cada um. Essas influências fazem com que se pense a respeito de questões existenciais
ou afastam tais questionamentos? O professor deve incitar a participação dos alunos,
estimulando as suas lembranças de momentos em que fizeram questionamentos como
os descritos na abertura da unidade, destacando que tais indagações estão na base do
pensamento filosófico e não devem ser confundidas com as crenças religiosas de cada um.
Página 12
Análise
O professor deve indagar à turma sobre os possíveis motivos pelos quais algumas
pessoas se recusam a pensar a respeito da existência do mundo e da sua própria vida.
Alertar neste ponto, que tais questões podem ser assustadoras para muitas pessoas, mas
que o autoconhecimento e os questionamentos sobre a existência humana são importantes para estabelecer o seu lugar no mundo. Deve, ainda, perguntar à turma sobre quais
seriam as principais indagações que os homens se fazem desde o princípio dos tempos e
se elas teriam se transformado ao longo do tempo.
Página 13
O professor deve elencar com os alunos quais seriam as principais características
das explicações mitológicas e quais as diferenças básicas entre tais explicações e o pensamento filosófico.
Manual do Professor de Filosofia Volume 1
7
Alertar que há diferentes explicações mitológicas para o surgimento do mundo
e dos seres humanos. Tais mitos de criação são chamados de cosmogonias; já as narrativas míticas sobre a origem dos deuses chamam-se teogonias. O foco principal dos
mitos é o passado, a narrativa fabulosa de como era o mundo em suas origens ou em
um passado remoto, descrevendo a genealogia das divindades sobrenaturais e suas
relações com os homens. Tais narrativas, por terem legitimidade religiosa, podiam
conter elementos contraditórios e mesmo assim não serem questionadas.
A mitologia foi matéria-prima inicial do pensamento filosófico. A filosofia, ao
romper com o pensamento mitológico, instaura a possibilidade de racionalização das
origens do mundo e do homem. A filosofia preocupa-se não só em como as coisas
foram no passado, mas também como o são no presente e serão no futuro, buscando
causas naturais para os fenômenos, não admitindo contradições e incoerências em seu
pensamento, buscando a lógica racional. A filosofia surgiu com o objetivo de buscar
uma explicação racional para as principais questões levantadas pelo mito, como a
origem do cosmos.
Explicar aos alunos que entre o fim do século XIX e início do século XX havia
otimismo em relação às capacidades técnicas e científicas do homem, e a filosofia
aparecia como ruptura em relação aos mitos, como uma primeira explicação científica
da realidade ocidental surgida na Grécia Antiga; mais tarde, em meados do século
XX, tornaram-se importantes na sociedade os estudos históricos e antropológicos e, a
partir deles, foi legitimada a relevância dos mitos para a cultura e para a organização
social das mais diversas sociedades. Passou-se a considerar que a filosofia surgiu não
de uma ruptura completa com o pensamento mítico, mas se desenvolveu gradualmente a partir do interior dos próprios mitos, racionalizando-os e colocando-os diante
de novas e diferentes explicações. Essa interpretação atual da relação entre mito e
filosofia considera que há uma continuidade entre esses dois modos de conhecer a
realidade.
Para subsidiar as reflexões sobre pensamento mítico e pensamento filosófico,
acesse as informações disponíveis em:
•<http://filosofiaifal.wordpress.com/2013/04/15/mito-e-filosofia-marilena-chaui/>.
•<http://criticanarede.com/his_mitofil.html>.
•<http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/o-pensamento-mitico-e-osurgimento-da-filosofia/>.
•<http://www.brasilescola.com/filosofia/mito-filosofia.htm>.
Página 18
Pesquisa
O mito de Perséfone pode ser encontrado em:
•<http://www.infoescola.com/mitologia-grega/persefone/>.
•<http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/MGPersef.html>.
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Manual do Professor de Filosofia Volume 1
Página 22
Reflexão
Sugerir aos alunos que tentem imaginar um lugar fora do espaço. Será que isso é possível ou
não? Questione se pode existir algo nesse lugar e o que seria isso. Observar a reação dos alunos, pois
esta é uma questão bastante difícil de ser respondida e até mesmo pensada.
Para Kant, o homem é formado por espaço e tempo, sendo absolutamente impossível perceber
algo que não seja limitado por essas categorias, chamadas pelo pensador de “formas puras da sensibilidade”. Para Kant, há uma série de questões chamadas de antinomias, que são aquelas sem respostas
racionais. Um exemplo citado por ele é Deus, o qual não se pode conhecer a natureza infinita e
ilimitada, e sim apenas pensar sobre Ele, pois Ele não é limitado nem pelo espaço e nem pelo tempo,
assim como nós, ou seja, segundo Kant é impossível falar racionalmente sobre Deus.
Página 23
Trabalho Interdisciplinar
O professor deve incentivar a pesquisa e a análise de diferentes fontes culturais, sobretudo com
a finalidade de acabar com o preconceito sobre as religiões. Provavelmente, os alunos são de religiões
diferentes, de forma que além deles conhecerem e poderem falar sobre o que sabem de suas próprias
religiões, eles também podem conhecer o fundamento de outras crenças e culturas.
Para saber mais sobre algumas religiões procurar em:
•<http://www.feparana.com.br/>.
•<http://www.cnbb.org.br/>.
•<http://www.ielb.org.br/>.
•<http://www.islamreligion.com/pt/?gclid=COvF7rrFgLsCFU7xOgodOEAA0w>.
•<http://www.cjb.org.br/>.
•<http://www.sociedadebudistadobrasil.org/>.
Reflexão
Resposta pessoal.
Unidade 2
Orientações Gerais
Esta unidade foi elaborada para que os alunos consigam refletir acerca dos valores e regras
morais como sendo fundamentais para a convivência em sociedade, considerando as posições filosóficas de alguns autores clássicos.
Manual do Professor de Filosofia Volume 1
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Objetivos Gerais
•
Pensar a respeito das questões éticas da sociedade.
•
Analisar a forma pela qual elas foram pensadas ao decorrer da história da
filosofia.
Conteúdos Privilegiados
•
A ética.
•
Dilemas éticos.
•
Os filósofos e a ética.
•
O pensamento medieval.
•
Idade Moderna.
Orientações Específicas e Respostas das Atividades
Para subsidiar as atividades, recomendam-se os filmes indicados ao final da
unidade. Sugere-se também algumas análises disponíveis nos sites abaixo.
Sobre o filme Dogville:
•<http://setimaartefaeufmg.files.wordpress.com/2011/11/roteiro-deanc3a1lise-do-filme-dogville.pdf>.
•<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010269922004000100010&script
=sci_arttext>.
• < h t t p : / / w w w . p o s f a c i o . c o m . b r / 2 0 1 0 / 0 7 / 2 5 / e n t r e - o - f i l m e
-e-a-filosofia-dogville-e-nietzche/>.
Sobre o filme Crash – no limite:
•<http://www.urutagua.uem.br/013/13lourenco.htm>.
•<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2801200710.htm>.
Página 26
Abertura
Pode-se perceber que os nossos valores morais são construídos e estabelecidos socialmente pela família, pelas leis, pelas religiões, etc. Alertar os alunos para
o fato de que aquilo que se considera o correto (e, portanto, moral) pode não o
ser para outras sociedades e épocas. E como esses valores surgiram? Será que nos
primórdios da humanidade os homens já possuíam valores morais ou eles são frutos
das civilizações? Perguntar à turma quais os costumes de outras sociedades que eles
acham mais estranhos e se eles se habituariam a esses costumes.
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Manual do Professor de Filosofia Volume 1
Página 27
Reflexão
Questionar a turma quanto à atitude do aluno que oferece uma maçã à professora com a
pretensão de obter em troca a nota máxima. A atitude do aluno é ética? Por quê? Auxiliar os alunos
a perceber que a troca de favores, o suborno, a obtenção de vantagens que não correspondem ao
esforço e mérito próprios etc. são atitudes antiéticas, que contrariam as regras consideradas corretas
pela sociedade.
Após alguns minutos de discussão, o professor poderá pedir para que cada um dos grupos
apresente suas conclusões sobre a charge acima. Então, poderá se iniciar um debate sobre o significado da charge, sobre qual é o sentido da palavra ética, sobre as situações de falta de ética, ou ainda
em quais momentos ela deveria ser mais respeitada.
Página 28
Trabalho Interdisciplinar
Listar com a turma as regras de comportamento mais comuns exigidas em uma empresa em relação aos seus funcionários, como, por exemplo, respeitar os horários de trabalho, não usar o telefone
da empresa para assuntos pessoais etc. Questionar os alunos sobre quais seriam os comportamentos
éticos dos próprios empregadores em relação aos funcionários, como remunerar igualmente os funcionários que desempenham as mesmas tarefas e que tenham o mesmo tempo de casa, não favorecer
alguns empregados em detrimento de outros em virtude de motivos pessoais etc.
O professor poderá escrever no quadro as principais ideias apontadas pelos alunos e discutir
acerca de sua validade, importância e ainda como seria o ambiente de trabalho sem tais regras, etc.
Reflexão
Auxiliar os alunos a interpretar a frase de Descartes. Comente que cada cultura, em cada época
e local específico, tem regras e comportamentos próprios que podem parecer estranhos a grupos pertencentes a outras culturas. Descartes percebeu que por mais que nossos próprios costumes pareçam
os únicos corretos, isso não é verdade, já que para outros povos, seus próprios comportamentos são
os únicos a fazer sentido. Arrolar exemplos dessa ideia com os alunos.
Um exemplo simples que pode ser usado é o costume relativo à vestimenta da noiva em um
casamento. Em nossa sociedade, assim como em várias outras do Ocidente, a tradição é a noiva
usar branco no dia do casamento. Mas nem sempre foi assim. A cor branca para a noiva só começou
a ser usada no Ocidente no século XIX, no casamento da rainha Vitória, monarca da Inglaterra,
para simbolizar pureza e castidade, e popularizou-se a partir de 1920 (alguns historiadores citam as
rainhas Mary Stuart da Escócia e Maria de Médici, da França, como pioneiras no uso do branco em
cerimônias de casamento no Ocidente); antes disso não havia cor específica para a noiva, usava-se
cores vivas, incluindo o vermelho.
Manual do Professor de Filosofia Volume 1
11
A noiva da Roma Antiga podia usar um véu vermelho escuro, sobre
uma túnica amarela cor de açafrão. Na Grécia antiga, as mulheres usavam
cores escuras, incluindo estampados. Na Europa, durante a Idade Média,
era muito comum o uso de vestidos de noiva vermelhos, que remetiam à
capacidade da noiva de gerar sangue novo, dando continuidade ao clã
(o véu branco simbolizava a castidade). Na Renascença, as noivas usavam
cores escuras e principalmente o preto, a cor considerada mais adequada,
pois representava a religiosidade. Durante o século XVIII, na corte europeia, as cores prediletas eram as florais em tons pastel. Na China, o costume
tradicional é que a noiva use vermelho na cerimônia do casamento, pois para
os chineses o vermelho simboliza o amor e a boa sorte. No norte da Índia,
noivas usam os tradicionais Saris vermelhos, cor que simboliza o sangue, que
na cultura indiana é atribuído à emoção e à fertilidade; em algumas regiões
da Índia, as noivas usam o amarelo ouro, que simboliza a prosperidade; em
outras regiões indianas, ainda, o verde é a cor usada pelas noivas, simbolizando fertilidade e prosperidade. O branco também é usado por noivas
indianas em algumas regiões do país.
No Japão Antigo, o branco era usado durante o luto, assim como usa-se tradicionalmente o preto nas sociedades ocidentais. A partir desse e de
outros exemplos, é possível ajudar a turma a perceber que os costumes e
padrões de comportamento variam historicamente e de cultura para cultura,
ou seja, os costumes que se conhece não são universais nem são os “corretos”, apenas são os que foram ensinados na referida cultura e, por isso,
parecem tão naturais.
Página 33
Análise
O professor deverá perguntar aos alunos quais são os critérios que se
utiliza para determinar o que é correto e o que não é. Questionar o que eles
consideram bom e o que é mau. Como isso foi criado socialmente? Seriam
valores inerentes a toda a espécie humana? De onde surgem esses valores?
O que é bom é somente aquilo que faz bem para a pessoa? Ou deve também
ser bom para o restante da humanidade? O que é mal é apenas aquilo que
afeta a pessoa?
Pesquisa
•<http://www.filosofia.ufc.br/argumentos/pdfs/edicao_3/16.pdf>.
•<http://www2.ufpel.edu.br/ich/filosofiamedieval/pdf/monografia_
elisa.pdf>.
•<http://www2.ufpel.edu.br/ich/filosofiamedieval/pdf/luis_tcc.pdf>.
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Manual do Professor de Filosofia Volume 1
Página 36
Análise
Fazer com que os alunos percebam como os critérios de justiça são muito pautados pela publicidade dos atos, ou seja, se os outros souberem que estamos fazendo algo ruim, seremos julgados e
como não queremos passar uma má imagem, não fazemos determinadas coisas. Porém, se ninguém
soubesse e ou se tivéssemos algum poder que ninguém mais possuísse, (como um anel que tornasse a
pessoa invisível, por exemplo) e que pudéssemos nos beneficiar disso em várias ocasiões, mesmo de
modo antiético, aproveitaríamos tais vantagens?
Unidade 3
Orientações Gerais
Esta unidade foi pensada tendo em vista a convivência em sociedade, ou seja, como se dão as
relações em grupos, cidades, Estados. Quais as regras políticas adotadas em sociedade e se é possível
transformá-las.
Objetivos Gerais
•
Refletir em como a política faz parte do dia a dia dos alunos, até mesmo em pequenas atitudes
do cotidiano.
•
Conhecer como algumas formas políticas foram concebidas pelos pensadores da filosofia.
Conteúdos Privilegiados
•
As formas políticas.
•
Cidadania na Grécia Antiga.
Orientações Específicas e Respostas das Atividades
Página 39
Abertura
Levar os alunos a perceber que todos somos cidadãos, independentemente de gostarmos ou
não de política. Questionar qual é o papel do cidadão na sociedade e qual a importância que se dá
para a política no dia a dia. Considerar que ser um bom cidadão vai além de apenas participar ativamente da política (como candidatos a um cargo ou eleitores), mas que todos os pequenos gestos do
cotidiano contribuem a favor ou contra a vida em sociedade.
Manual do Professor de Filosofia Volume 1
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Página 40
Reflexão
A democracia é uma invenção grega, surgiu em 508-507 a.C., em Atenas. O grande reformador
da política ateniense foi Clístenes, o qual transformou o sistema político dessa cidade-estado de uma
tirania para uma democracia, ou seja, permitiu que todos os que eram considerados cidadãos pudessem participar da vida pública. Contudo, apenas uma parcela da população era apta à participação
política, pois poucos eram considerados cidadãos (em geral: homens, alfabetizados, com tempo livre
para deliberar na praça, filhos de pais nascidos em Atenas. Embora o critério para definir a cidadania
pudesse variar de uma cidade-estado para outra). Mulheres, escravos e estrangeiros (muito numerosos nessa época em Atenas) continuavam sem poder participar da vida política da cidade.
Página 42
Reflexão
O professor pode sugerir aos alunos uma reflexão em uma situação hipotética na qual eles fossem obrigados a ir todos os dias até a praça de sua cidade para decidir todas as ações das prefeituras.
Será que sobraria tempo para outro trabalho? Será que as pessoas gostariam de decidir as ações do
Governo? Será que seriam tomadas as ações corretas? Como seria para chegar a um consenso?
Página 43
Pesquisa
•<http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/democracia-no-brasil-um-breve-historico/>.
•<http://www.mundovestibular.com.br/articles/4272/1/A-DEMOCRACIA-NO-BRASIL/
Paacutegina1.html>.
•<http://www.cnv.gov.br/>.
Trabalho Interdisciplinar
O professor poderá entrar em contato com os professores de história e de sociologia de sua
escola e elaborar um trabalho interdisciplinar sobre a propaganda política brasileira. Como ela surgiu, como o povo a recebe, se as promessas são cumpridas ou não, etc.
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Manual do Professor de Filosofia Volume 1
Página 53
Análise
1)
Ajudar os alunos a identificar a semelhança sugerida por meio da imagem entre
criminosos sendo reconhecidos por uma testemunha e candidatos a cargos eletivos sendo escolhidos por uma eleitora.
Questionar os alunos acerca do motivo de a charge sugerir que a eleitora deva
ir à delegacia para votar e qual é a semelhança sugerida entre bandidos e candidatos. Quantos e quais casos os alunos conhecem de candidatos que foram
acusados de corrupção? Quais são os crimes mais comuns que os políticos normalmente são acusados?
2)
Auxiliar a turma a identificar a tese principal do texto – a de que os critérios
corretos para a escolha dos melhores governantes não são o poder, a riqueza
e a origem ilustre, mas sim a sabedoria para governar, a virtude e o exemplo
de respeito às leis – e a interpretar seu significado à luz do contexto político
contemporâneo.
Discutir com os alunos os aspectos atuais do discurso de Cícero, ou seja, como
tendemos a escolher os candidatos quase que exclusivamente pela aparência e
muitas vezes pela tradição de sua família, sem atentarmos para a sua real formação. Será que esse candidato é realmente sábio para dirigir a nossa cidade,
estado ou nação? Será que a sabedoria dele provém apenas de sua formação em
universidades e faculdades, ou ela pode também proceder de sua vivência como
cidadão?
Unidade 4
Orientações Gerais
Esta unidade foi formulada tendo como meta analisar o ser cultural do homem,
ou seja, as suas manifestações artísticas, a linguagem, suas formas de lazer e entretenimento. Também foi abordado o tema da indústria cultural e da globalização como críticas
à padronização cultural.
Objetivos Gerais
•
Pensar sobre a criação cultural do homem.
•
Analisar a posição teórica de autores da filosofia, refletindo sobre a crítica à indústria cultural e à globalização.
Manual do Professor de Filosofia Volume 1
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Conteúdos Privilegiados
•
O lazer e a cultura.
•
Conceitos de cultura.
•
A globalização.
•
Indústria cultural.
Orientações Específicas e Respostas das Atividades
Página 55
Abertura
O professor pode mostrar aos alunos que nem todas as atividades de lazer são puro entretenimento, explicando a eles de que maneira elas podem aumentar o nosso conhecimento cultural.
Alguns exemplos seriam bons filmes, passeios culturais, músicas, shows e concertos. O professor
poderá aprofundar esse tema ao decorrer das aulas, dando sugestões aos alunos desse tipo de atividades, como uma boa música ou um passeio interessante (a ida a um museu, por exemplo).
Página 57
Trabalho Interdisciplinar
O professor deve incentivar a turma a realizar uma visita presencial a um museu, porém, se isso
não for possível, os alunos podem fazer visitas virtuais a museus brasileiros e estrangeiros por meio
da internet.
Nos sites a seguir encontram-se links para visitas virtuais aos acervos de vários museus:
•<http://www.eravirtual.org/pt/>.
•<http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/02/16/912114/46-museus-virtuais-vocevisitar-graca.html>.
•<http://olhardigital.uol.com.br/video/faca-um-tour-virtual-pelos-principais-museus-domundo/24732>.
Fazer uma visita virtual ao Museu Casa Portinari, disponível em:
•<http://museucasadeportinari.org.br/visite-o-museu/visita-virtual-2>.
Fazer uma visita virtual ao Museu Imperial, disponível em:
•<http://museuimperial.gov.br/visita-interativa.html>.
Fazer uma visita virtual ao Museu Oscar Niemeyer, disponível em:
•<http://www.museuoscarniemeyer.org.br/visite/visita-virtual-3D>.
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Manual do Professor de Filosofia Volume 1
Páginas 58-59
O conceito de cultura é um dos mais complexos e amplos das ciências humanas e não se resume
às manifestações culturais.
Para subsidiar suas reflexões sobre o tema, leia alguns textos sugeridos a seguir.
• Alguns trechos do livro Cultura: um conceito antropológico, de Roque de Barros Laraia.
Disponíveis em: <http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=TqjoHTKdo7c
C&oi=fnd&pg=PA7&dq=cultura&ots=vpEjYp7esv&sig=QeXxGDA1AOACCo1Ydg2
iha-5J1Y#v=onepage&q=cultura&f=false>.
• Alguns trechos do livro A ideia de cultura, de Terry Eagleton. Disponíveis em: <http://books.
google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=CWqPYqs2KigC&oi=fnd&pg=PA9&dq=cult
ura&ots=D7ySAxcdp4&sig=dJ9avIAx2iaAxUXTXwN-QxCmtAc#v=onepage&q=cultur
a&f=false>.
Páginas 60-61
O professor deve citar a teoria do Positivismo, desenvolvida por Auguste Comte, a qual afirma
justamente a ideia de que sociedades pautadas pela ciência (como a sociedade europeia do século
XIX e início do século XX) eram superiores a outras ainda ligadas a uma série de crenças mitológicas
e religiosas.
Professor, para saber mais sobre Comte, acesse os links abaixo:
•<http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/auguste-comte-423321.
shtml?page=0>.
•<http://www.consciencia.org/a-evolucao-no-pensamento-de-comte>.
Pesquisa
Sites sobre a diversidade cultural brasileira:
•<http://www.brasilescola.com/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm>.
•<http://www.fea.usp.br/conteudo.php?i=357>.
•<http://blog.ftc.br/ftcdigital/?p=780>.
Página 62
Para subsidiar as reflexões sobre os aspectos culturais da globalização, ler:
• Trechos do livro Globalização da cultura, de Fábio de Sá Cesnik e Priscila Akemi Beltrame.
Disponíveis em:<http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=3M63GuosEjwC&
oi=fnd&pg=PR13&dq=globaliza%C3%A7%C3%A3o+e+cultura&ots=cPCcN7xdpI&sig
=SPh-vqrHyUsQbe3fhsSC8HOQ-pw#v=onepage&q=globaliza%C3%A7%C3%A3o%20
e%20cultura&f=false>.
• Trechos do livro Culturas híbridas, poderes oblíquos, de Nestor García Canclini. Disponíveis
em: <http://www.ufrgs.br/cdrom/garcia/garcia.pdf>.
Manual do Professor de Filosofia Volume 1
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Páginas 64-65
Para subsidiar suas reflexões sobre o assunto e ajudar a preparar as aulas,
podem ser lidos os textos disponíveis em:
•<http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/1599/1/racabecinhas_MedEtno_2002.pdf>.
•<http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=7cad5unh_g8C
&oi=fnd&pg=PA147&dq=ind%C3%BAstria+cultural&ots=GniFq
vAk-y&sig=ATqZUkpl6HQ3DFO1Tyxo8FpHziw#v=onepage&q=ind
%C3%BAstria%20cultural&f=false>.
Página 66
Professor, para explicar que padrões culturais diferem de sociedade para
sociedade, iniciar com a análise de um conceito: o etnocentrismo.
O etnocentrismo pode ser definido como uma “atitude emocionalmente
condicionada que leva a considerar e julgar sociedades culturalmente diversas
com critérios fornecidos pela própria cultura. Assim, compreende-se a tendência
para menosprezar ou odiar culturas, cujos padrões se afastam ou divergem dos
da cultura do observador que exterioriza a atitude etnocêntrica. [...] Preconceito
racial, nacionalismo, preconceito de classe ou de profissão, intolerância religiosa
são algumas formas de etnocentrismo”. (WILLEMS, E. Dicionário de sociologia.
Porto Alegre: Globo, 1970, p. 125.).
Assim como acontece com os valores morais, os quais são distintos em cada
sociedade, os valores culturais e o próprio padrão de beleza também variam de
acordo com locais e épocas diferentes. Já houve uma época em que mulheres
“cheinhas” eram vistas como muito mais belas que as muito magras, que a pele
bronzeada de sol era considerada feia, assim como é no Japão até os dias de hoje.
Portanto, ter cabelos crespos ou lisos, olhos castanhos ou azuis, um corpo mais
magro ou mais bem definido são características que ao invés de definirem a beleza
ou a feiura de alguém ou de algum grupo, de forma definitiva, devem ser consideradas apenas de forma muito relativa. Porque o que hoje é feio, amanhã poderá
vir a se tornar muito belo, o que aqui é aceito como beleza pode não ser em outro
lugar.
Página 67
Conversar com os alunos a respeito da importância e do papel da mídia
nas sociedades humanas. É um papel positivo ou negativo? Abordar também a
questão do controle de consciência que pode existir por quem domina os meios de
comunicação.
Perguntar aos alunos quais programas eles assistem e quais cantores ou
músicas são utilizados neles. Questionar se eles conhecem as músicas regionais
(sertanejas, sambas, pagodes etc.) e se estas aparecem nesses programas, ou apenas os grandes sucessos nacionais e internacionais é que são mostrados. Será que
a mídia exerce uma grande influência no comportamento e nos gostos de quem os
assiste?
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Manual do Professor de Filosofia Volume 1
Para subsidiar suas reflexões sobre as diferenças entre indústria cultural e cultura
popular, ler os textos sugeridos a seguir.
•Livro Festa no pedaço: cultura popular e lazer na cidade, de José Guilherme
Cantor Magnani. Disponível em:<http://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=&id=LgLuBaZFM4IC&oi=fnd&pg=PA9&dq=ind%C3%BAst
ria+cultural++cultura+popular&ots=Oms_DJY3oL&sig=t6VVHlAsAeNtzRJcFbyex0fm7I#v=onepage&q=ind%C3%BAstria%20cultural%20%20
cultura%20popular&f=false>.
•Artigo Indústria cultural e alienação: questões em torno da música brega, de Adriana
Facina. Disponível em:<http://www.unicamp.br/cemarx/anais_v_coloquio_arquivos/
arquivos/comunicacoes/gt6/sessao1/Adriana_Facina.pdf>.
Reflexão
Professor, para subsidiar a reflexão com os alunos, ler os textos disponíveis em:
•<http://pendientedemigracion.ucm.es/info/mediars/MediacioneS7/Indice/
BaldanzaRFyAbreuNR/baldanzayabreu2010.html>.
•<http://seer.ucg.br/index.php/estudos/article/viewFile/1175/818>.
•<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1677-11682009000100008&
script=sci_arttext>.
•<http://www.neim.ufba.br/site/arquivos/file/imagens.pdf#page=24>.
Página 69
Análise
Resposta: alternativa b.
Reflexão
Outro poema que também poderá ser utilizado é Aquarela do Brasil, de João Gilberto.
Ele pode ser acessado para obter mais informações nos seguintes links:
•<http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquarela_do_Brasil>.
•<http://www.youtube.com/watch?v=ygrdoP9Z68U&feature=kp>.
Manual do Professor de Filosofia Volume 1
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Anexos
Quadro de Articulação de Conteúdo
Volume 1
Filosofia
Sociologia
Os primeiros
pensadores.
História
Arte
L. Portuguesa
Sociedades da
Antiguidade Clássica.
Os pré-socráticos
ou filósofos da
natureza.
Unidade 1
Unidade 2
O pensamento
medieval.
Raízes da Europa
moderna: a sociedade medieval.
Unidade 2
Unidade 3
Idade Moderna.
Igualdade e diferenças nas sociedades.
Idade Moderna: a
Era das Revoluções.
Unidade 2
Unidade 3
Unidade 4
A globalização.
A sociologia e o
mundo globalizado.
A arte e as fronteiras Linguagem, cultura e
alargadas.
globalização.
Bem-vindos ao
mundo globalizado.
Unidade 4
20
Unidade 3
Unidade 3
Indústria cultural.
Novas tecnologias
e as linguagens
artísticas.
Tecnologias da
comunicação e da
informação.
Unidade 4
Unidade 4
Unidade 4
Unidade 4
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