FACULDADE GARCIA SILVEIRA - FAGS UMA ANÁLISE DO TERCEIRO SETOR NO NEOLIBERALISMO Maria Rosa Guedes Souza Sobradinho/DF 2003 MARIA ROSA GUEDES SOUZA UMA ANÁLISE DO TERCEIRO SETOR NO NEOLIBERALISMO Monografia apresentada a Faculdade Garcia Silveira FAGS como um dos prérequisitos para obtenção do grau de bacharel em Serviço Social, sob a orientação da Professora Cilene Sebastiana Braga Lins. Sobradinho/DF 2003 MARIA ROSA GUEDES SOUZA UMA ANÁLISE DO TERCEIRO SETOR NO NEOLIBERALISMO Aprovado em ..............de...................de...................... BANCA EXAMINADORA Professora Cilene Sebastiana Braga Lins Faculdade Garcia Silveira Professor Francisco Facó Faculdade Garcia Silveira Professora Luiza Alessandra Piubelli Faculdade Garcia Silveira Dedicatória Aos meus filhos Thiago e Patrícia ao meu marido Edson C. Souza e a todos os que direta ou indiretamente contribuíram para o resultado do meu sucesso. SUMÁRIO Introdução Capítulo I – A Crise Capitalista e o Surgimento do Terceiro Setor 1.1 As mudanças no mundo Capitalista na contemporaneidade ...........................06 1.2 As crises Capitalistas mundiais ........................................................................12 1.3 O surgimento do Neoliberalismo envolvendo as privatizações estatais............15 1.4 Os novos papéis do Estado e a Política social............................................. Capítulo II – O Terceiro Setor no Brasil 2.1 Um passeio pela história ..................................................................................19 2.2 Definições e conceitos .....................................................................................23 2.3 Legislação específica .......................................................................................26 2.4 Parceria Estado X Empresa .............................................................................29 Capítulo III – O Terceiro Setor no Brasil, Serviço Social e as últimas discussões 3.1 Políticas sociais ...............................................................................................33 3.2 A atuação do Terceiro Setor no Brasil .............................................................35 Conclusão Bibliografia 1.1 Sites ..................................................................................................................42 1.2 Sites Recomendados ........................................................................................45 1 INTRODUÇÃO A ação profissional do Serviço Social, delineia-se dentro de um contexto envolvendo a relação entre capital e trabalho. Desta forma, devemos analisar esta relação articulando as mudanças ocorridas no mundo contemporâneo, principalmente no bojo das empresas, movimentos populares, previdência, Assistência e outros elementos significativos. Mas, observamos a necessidade de centrar uma maior atenção nas Organizações Não Governamentais. Assim, verificamos a necessidade de aprofundar a discussão das políticas sociais no contexto neoliberal. Para o melhor entendimento dessas relações é importante conhecer o processo de implementação de políticas sociais e a diversidade de assuntos pertinentes ao tema como: legislações atualizadas, análise e estratégia de conjunturas, diagnósticos sociais, definição de ações, monitoramento, avaliação e prestação de contas. O estudo sobre a legislação é um dos assuntos mais importantes neste processo. O seu conhecimento é de importância para viabilizar ações preliminares relacionadas à população. É a partir de seu detalhamento aliado aos conhecimentos necessários à uma intervenção de qualidade que definemse interfaces de atuação. Estas atuações podem ser estabelecidas diante das necessidades da população, e direcionadas a novas atuações políticas e sociais criando uma dinâmica particular a esta gestão que visa a cidadania. 2 O profissional do Serviço Social, deve saber trabalhar em equipe para fomentar propostas efetivas e implantá-las, defendendo-as, subsidiando-as para que o objetivo inicial seja atingido. Segundo Beatriz Augusto Paiva, “a prestação de serviços sociais é contínua, o que define uma relação necessária entre uma burocracia, pública ou privada, e os usuários. Quem elabora as decisões sociais sempre exige apoio dos beneficiários.” Portanto, a discussão nem sempre caracteriza facilidades de aplicação e implantação. Inversamente, pode prolongar o processo, e se os objetivos não estiverem claros e definidos, o projeto de sociedade claro para todos os envolvidos, a articulação pode não acontecer de forma a garantir a democracia e a cidadania de todos. Assim, a gestão das políticas sociais deve ser pensada pelo profissional de forma a adquirir consistência política concreta levando em conta os compromissos e mecanismos de controle social. A avaliação pode ser pautada a partir de atividades meio (organização correta e democrática da estrutura de custos operacionais), atividades fim (despesas com transferências de renda), verbas de diferentes fontes, não desconsiderando, que o fomento a processos participativos necessitam de suporte para se processar informações, estabelecendo discussões para uma prática mais democrática do processo de gestão. Os pensamentos estratégicos, fazem parte desta lógica. Na contemporaneidade, os profissionais do Serviço Social vêm reconstruindo uma prática profissional diferente da tradicional, devido à crise capitalista atual que demanda novas posturas, condições e relações de trabalho. 3 Durante muito tempo o Serviço Social esteve ligado a um conceito autoexplicativo, tradicional e reducionista (método, objeto e objetivos). Compreendia-se que a atuação era meramente prática, com conhecimentos transmissíveis e sistematizados. A visão humanista-cristã marca a valorização da dimensão pessoal e social do homem, partindo de regras e padronização de procedimentos ou princípios operacionais. O objeto é o homem, o método o caminho para se atingir algo e o objetivo delimitado por postulados e princípios marco filosófico (potencialidades). Desta concepção derivou-se outra, com papéis e funções próprias do Serviço Social. A partir deste posicionamento, às novas demandas, o Serviço Social, construiu e consolidou novas formas de atuação considerando elementos exteriores, vinculação à papéis socio-ocupacionais e questões históricas principalmente aquelas associadas as relações de classe capitalista. A prática profissional está inserida em uma sociedade concreta, onde busca soluções a problemas diários normalmente estão vinculados à grandes contextos. Há mais ou menos vinte anos a profissão consolidou-se enquanto ferramenta de transformação, formação e exercício profissional. Conquistas importantes como o rompimento com a fundamentação filosófica conservadora e o estabelecimento de novos perfis mais atuais. Novas situações de trabalho foram criadas., rompendo com a tradicional postura e estabelecendo novas formas concretas de atuação. Neste contexto o setor privado tem uma variada forma de gerenciar a força de trabalho. Normalmente se prende à produção como recompensa 4 (lucros) e neste ponto torna-se um desafio para o profissional de Serviço Social mediar as relações entre empregado e empregador. As novas posturas profissionais do mundo contemporâneo exigem do Assistente Social maior discernimento e conhecimento teórico das novas formas de organização da produção, da força de trabalho e as possibilidades de gerenciamento devido às diversidades brasileiras. O surgimento do terceiro setor, como uma forma de atuação social, veio mostrar que estudiosos de todo o mundo, e em particular dos Estados Unidos da América, vislumbraram, por meio de seus estudos, a possibilidade de desenvolvimento de programas sociais, não necessariamente trabalhados pelo governo, mas por segmentos das empresas que se proponham a atuar em ações cujos temas sejam de interesse de segmentos da sociedade. A partir da década de setenta o mundo começou a sofrer um processo de reestruturação capitalista. Neste contexto, diversos teóricos começaram a discutir o papel do Estado neste processo. O Terceiro Setor surgiu assim como uma forma de responder as necessidades colocadas pela reorganização do capitalismo e o Estado frente a esta nova realidade. Essas respostas tiveram como suporte a reorganização social, econômica e política da sociedade capitalista. Acompanhando essas mudanças verificamos as novas formas de acumulação do capital. Dentro desta ótica temos como objetivo: buscar informações em referenciais teóricos sobre o terceiro setor que evidenciem a necessidade de reorganização do Estado neste novo contexto capitalista. Para isso torna-se necessário analisar teoricamente o terceiro Setor no contexto Neoliberal. Isto mostra a necessidade de analisar por meio de estudos referentes ao terceiro 5 setor, as ações sociais de natureza profissional desenvolvidas pelas empresas, que interferem sobre a vida de segmentos sociais. Este trabalho tem como base um estudo exploratório, não arriscaremos a contribuir com hipóteses. A metodologia tem como delineamento uma pesquisa bibliográfica envolvendo estudos sobre o Terceiro Setor e a Relação do Estado com essas empresas. Desta forma, o terceiro setor apresenta-se neste trabalho como um elemento importante de análise envolvendo suas múltiplas determinações no bojo da sociedade capitalista. “Uma longa caminhada começa sempre com o primeiro passo”, diz um provérbio chinês. Por isso, devemos fazer das pequenas ações o ponto de partida para uma firme caminhada em direção à responsabilidade social, como valor fundamental na transformação da sociedade. Assim, este trabalhado ficou dividido em três momentos: a grande crise capitalista que abalou os conceitos vigentes no início do século passado; o terceiro setor, como forma de suprir deficiências do primeiro setor abordando sua evolução e por último a sua presença no Brasil, como forma de atuação da sociedade no suprimento das ações do Estado. 6 CAPÍTULO I – A CRISE CAPITALISTA E O SURGIMENTO DO TERCEIRO SETOR 1.1 – As mudanças no mundo Capitalista na contemporaneidade Para que tenhamos uma visão mais completa do processo de transformação do mundo social, relativo ao binômio empresa, trabalho e Estado é importante fazermos uma retrospectiva histórica, buscando informes na teoria de Karl Marx, precursor dos postulados sociais. Desta forma, verificamos a importância de iniciar este estudo apresentando sua teoria a respeito do funcionamento da sociedade capitalista. A necessidade de resgatar esta discussão neste trabalho ocorre em função de vislumbrarmos as formas de manifestação do capitalismo desde suas origens tendo como elemento principal a reprodução das relações sociais. “Marx afirmava que a força de trabalho era transformada em mercadoria, o valor de força de trabalho corresponde ao Socialmente necessário. Tudo estaria bem, contudo o valor deste Socialmente Necessário é um problema. Na realidade o que o trabalhador recebe é o salário de Subsistência, que é o mínimo que assegura a manutenção e reprodução do trabalho. 7 Mas apesar de receber um salário, o trabalhador acaba por criar um valor acrescentado durante o processo de produção, ou seja, fornece mais do que aquilo que custa, é esta diferença que Marx chama de Mais Valia. A Mais Valia não pode ser considerado um roubo pois é apenas fruto da propriedade privada dos meios de produção. Mas, os Capitalistas e os proprietários, procuram aumentar os seus rendimentos diminuindo o rendimento dos trabalhadores, é pois esta situação de exploração da Força de Trabalho pelo Capital que Marx mais critica. Marx critica a essência do Capitalismo, que reside precisamente na exploração da força de trabalho pelo Produtor Capitalista, e que segundo Marx, um dia haverá de levar à revolução social.” Isto mostra claramente as formas de dominação a que o trabalhador está sujeito no capitalismo. Entretanto, estas formas de dominação não se restringe as relações estabelecidas no interior da fábrica. Mas no modo como o estado capitalista se organizar nesta sociedade. Vários autores como Oliveira (1996) e Antunes (1995 e 2001) buscam mostrar que o trabalho assalariado é um dos elementos definidores da forma de organização da classe trabalhadora e do Estado na sociedade ou como diz Antunes, Classe-que-vive-do-trabalho. Todavia, as formas de organização da classe trabalhadora têm um reflexo significativo na forma de atuação do Estado. Desta forma, não podemos ressaltar o surgimento das políticas sociais sem resgatar as contradições que culminaram na sua criação. Esta análise se faz necessária em função da 8 origem da política social ocorre no interior das relações entre capital e trabalho ou seja a primeira atenção dada ao trabalhador ocorre nas políticas direcionadas ao trabalhador fabril conforme salienta Mota: A primeira observação é a de que a intervenção do Estado é a parte da própria construção da sociedade fundada no trabalho assalariado e explorado. Inicialmente, sua ação incidiu na regulação jurídica das relações e condições de trabalho, dando origem à hoje chamada Legislação trabalhista; posteriormente, desdobra-se nos chamados sistemas públicos de proteção social, também modernamente conhecidos como de seguridade social. Mota, 2000, p.169 As mudanças no mundo capitalista, segundo Ricardo Antunes (1985), surgiram com a crise capitalista ocorrida após a segunda guerra mundial, em 1945, e nos anos 70, quando o fordismo, teoria administrativa propagada por Henry Ford, e que foi a base das teorias econômicas do mundo moderno, se baseou em suas vivências em sua empresa automobilística e foram expressas por princípios. Ford foi quem primeiro sistematizou sua teoria organizacional administrativa. “Adotou três princípios básicos, a saber: a) Princípio de intensificação: consiste em diminuir o tempo de duração com emprego imediato dos equipamentos da matériaprima e a rápida colocação do produto no mercado. 9 b) Principio de economicidade: consiste em reduzir ao mínimo o volume do estoque da matéria-prima em transformação. Por meio deste princípio, conseguiu fazer com que o trator ou o automóvel fossem pagos à sua empresa antes de vencido o prazo de pagamento da matéria-prima adquirida, bem como do pagamento de salários. A velocidade de produção deve ser rápida. Diz Ford, em seu livro: "O minério sai da mina no sábado e é entregue sob a forma de um carro, ao consumidor, na terça-feira, à tarde". c) Princípio de produtividade: consiste em aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da especialização e da linha de montagem. Assim, o operário pode ganhar mais, num mesmo período de tempo, e o empresário ter maior produção. “ As mudanças continuaram com o surgimento do keynesianismo que nos apresenta o conjunto de idéias, que propunham a intervenção estatal na vida econômica com o objetivo de conduzir a um regime de pleno emprego. As teorias de John Maynard Keynes1 tiveram enorme influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado. Ele acreditava que a economia seguiria o caminho do pleno emprego, sendo o desemprego uma situação temporária que desapareceria graças às forças do mercado. Assim, o objetivo do keynesianismo era manter o crescimento da demanda em paridade com o aumento da capacidade produtiva da economia, de forma suficiente para garantir o pleno emprego, mas sem excesso, pois isto 10 provocaria um aumento da inflação. Neste contexto observamos que na década de 1970 o keynesianismo sofreu severas críticas por parte de uma nova doutrina econômica: o monetarismo. Em quase todos os países industrializados o pleno emprego e o nível de vida crescente alcançados nos 25 anos posteriores à II Guerra Mundial foram seguidos pela inflação. Os keynesianos admitiram que seria difícil conciliar o pleno emprego e o controle da inflação, considerando, sobretudo, as negociações dos sindicatos com os empresários por aumentos salariais. Em função disso, foram tomadas medidas que evitassem o crescimento dos salários e preços, mas a partir da década de 1960 os índices de inflação foram acelerados de forma alarmante. Além do fordismo a teoria keynesiana também entrou em crise. Ousa-se dizer que a crise não era só de seus teóricos, mas também do contexto social em que estavam inseridos, o que nos permite afirmar, que nas primeiras décadas do século passado, a queda do lucro das empresas, a falência de um padrão vigente até aquela época, a supremacia do capital financeiro sobre a concentração de capitais, a crise fiscal, o incremento das privatizações, as tendências generalizadas de desregulamentação e flexibilização relativas ao processo produtivo, iam em sentido contrário ao proposto por Ford. Todo esse processo antevia uma grande mudança nos preceitos econômicos até então vigentes. Neste contexto Brenner (1999) afirma em sua obra: “A partir da segunda metade dos anos 1960, produtores de custos menores (Alemanha e especialmente Japão) expandiram rapidamente sua produção (...) reduzindo as fatias do mercado e taxas de lucro de seus rivais. O resultado foi o 1 Fonte internet. 11 excesso de capacidade e de produção fabril, expresso na menor lucratividade agregada no setor manufatureiro das economias do G-7 como um todo. (...) Foi a grande queda da lucratividade dos Estados Unidos, Alemanha, Japão e do mundo capitalista adiantado como um todo – e sua incapacidade de recuperação – a responsável pela redução secular das taxas de acumulação de capital, que são a raiz da estagnação econômica de longa duração durante o último quartel do século, (a partir) do colapso da ordem de Bretton Woods entre 1971 e 1973. (...) As baixas taxas de acumulação de capital acarretaram índices baixos de crescimento da produção e da produtividade; níveis reduzidos de crescimento da produtividade redundaram em percentuais baixos de aumento salarial. O crescente desemprego resultou do baixo aumento da produção e do investimento.” Há uma desmontagem do setor produtivo. A crise acentuada evidência a “ruptura de um padrão de dominação de classe relativamente estável.” Este fato gerou a busca de novos padrões de dominação. Não podemos deixar de considerar o welfare state, que exerceu influência na crise fiscal. Todo este cenário evidenciava uma crise muito forte nos países do terceiro mundo, já que os países ricos dominavam modernas técnicas de gerenciamento, com procedimentos técnicos-científicos avançados e centralizavam os saberes da nova economia A crise não atingiu apenas os países em desenvolvimento, chamados Terceiro Mundo, mas também países desenvolvidos como o Japão. O grande 12 atingido foi o trabalhador que sofreu com o desemprego e as variações da jornada de trabalho, gerando com isso, um problema social a ser enfrentado. A crise mundial é resultado de um processo de transmutação pelo qual passou o mundo na década de 1970, foi de tal ordem que a crise atingiu a economia, o social, a política, as ideologias chegando aos valores constitutivos da força de trabalho. O mundo do trabalho sofreu fortes mudanças quando eclodiram as forças operárias, que se manifestaram por meio dos sindicatos e movimentos de classe. As grandes potências como a França e Inglaterra, sofrem as influências das manifestações dos grupos sociais organizados (Dupas, 1999,). Enquanto isso ocorria com a mão de obra, o mundo capitalista, embora estar sofrendo forte crise estrutural, buscava soluções se reestruturando suas bases nos fundamentos no taylorismo e no fordismo, como forma de dirimir o fenômeno que percorria os países desenvolvidos. Como solução transformou a mão de obra do trabalhador em atividades mecânicas, deixando o trabalho que exigia atividade intelectual, para a “esfera da gerência científica” A partir do final da década de 1970, os economistas têm adotado argumentos monetaristas em detrimento daqueles propostos pela doutrina keynesiana; mas as recessões, em escala mundial, das décadas de 1980 e 1990 refletem os postulados da política econômica de John Maynard Keynes. 1.2 – O surgimento do Neoliberalismo e as privatizações estatais Antunes (2001) salienta que o Neoliberalismo é um modelo que vem sendo adotado a partir dos anos 80, nos países ocidentais e que tem como 13 característica primordial o afastamento do Estado em relação à gestão de diversos setores da economia. Diferencia-se do Liberalismo clássico quanto à circulação internacional de bens e capitais. Dupas (1999) salienta que no neoliberalismo há a preocupação em se formar blocos econômicos que sob a justificativa de maior facilidade na circulação da produção (e conseqüente barateamento) cria verdadeiras fortalezas protecionistas em torno das economias mais fortes. Antunes (2001) salienta que podemos considerar como inauguradores do modelo neoliberal os governos de Margareth Tatcher e Ronald Reagan no início dos anos 80, quando ocorrem profundos cortes de investimentos sociais, internamente, e percebe-se uma grande preocupação com a formação de blocos econômicos que ajudem a suprimir gastos com a circulação de produtos e capitais. No entanto os setores estratégicos da economias norte-americana e inglesa continuam sob protecionismo. Para ele a luta contra o neoliberalismo é, ao mesmo tempo, uma luta contra o próprio capitalismo como sistema de exploração e dominação social. Faleiros (2000) enfoca que entre as funções do neoliberalismo, podemos considerar as principais: a restrição do papel do Estado na garantia dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais e a de privatizar empresas públicas para favorecer o mercado. Mota (1995) salienta que também foi dada ênfase ao mecanismo neoliberal de transformar os cidadãos em simples consumidores, envoltos numa cultura padronizada e submetidos a valores distantes da sua própria realidade. Valores impostos, que são difundidos, principalmente, pelos meios de comunicação, pela educação e políticas culturais oficiais. 14 Segundo Antunes (2001) o Neoliberalismo consiste em um sistema político extremamente capitalista e de direita, que prevê a abertura total de um país para empresas privadas e, com elas, a liberdade econômica, com intervenção razoável do Estado. Este modelo têm como principais características as privatizações e a busca incessante de crescimento econômico. O Neoliberalismo também é conhecido como um sistema que não se preocupa ou pouco se preocupa com a área social e estrutural de um país, tendo como preocupação maior o crescimento econômico e tecnológico. Mal visto pela Social Democracia e pelo Socialismo, o Neoliberalismo é considerado "um sistema que usa a globalização de ma fé para a exploração a riqueza de países sub-desenvolvidos". Como é possível perceber, o Neoliberalismo, ao contrário da Social Democracia e do Socialismo, possui uma aproximação muito grande com a globalização e o comércio mundial, constituindo-se como um sistema de relações "neocoloniais" (dominador e dominado), o que atualmente estabelece a Divisão Internacional do Trabalho (exportadores de matérias-primas e exportadores de tecnologia). A experiência inglesa recente, particularmente depois da ascensão de Margareth Thartcher e da implantação do projeto neoliberal, trouxe profundas conseqüências para o mundo do trabalho no reino unido e particularmente na Inglaterra. Antunes,2001 p.61 No Brasil isto ganhou impulso no Governo de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso com as privatizações e novas formas de relações de trabalho2. O Neoliberalismo tem uma grande probabilidade de tomar o poder 2 Oliveira (1996) salienta que as novas relações de trabalho envolvem o contexto onde novas formas contratuais de trabalho se baseiam no trabalho temporário e sem proteção social. 15 de um país, principalmente do Brasil, pois nenhum dos partidos Neoliberais brasileiros se declara como tal. Esse tipo de ideologia favorece principalmente à classe média (pois pode ocorrer uma enorme queda de preços, devido à concorrência) e à classe alta, pois os empresários teriam maior liberdade de mercado. Quem sai perdendo no esquema é a população de baixa renda, que é maioria no Brasil, mas não tem acesso a um método de ensino qualificado e, por isso, está sujeito a eleger governantes por influências de órgãos da mídia e afins, perdendo assim o poder de voto e decisão, sem a possibilidade de defesa de seus direitos.” 1.3 – Os novos papéis do Estado e da Política Social Segundo Dupas (1999) Fatos históricos marcantes ocorridos entre o final da década de 1980 e o início da década de 1990 determinaram um processo de rápidas mudanças políticas e econômicas no mundo. Até mesmo os analistas e cientistas políticos internacionais foram surpreendidos pelos acontecimentos. Entre esses principais acontecimentos destacamos a queda do Muro de Berlim em 1989; fim da Guerra Fria; fim do socialismo real; a desintegração da União Soviética, em dezembro de 1991, e seu desdobramento em novos Estados Soberanos (Ucrânia, Rússia, Lituânia etc.); e a formação de blocos econômicos regionais (União Européia, Nafta, Mercosul, etc.); grande crescimento econômico de alguns países asiáticos (Japão, Taiwan, China, Hong-kong, Cingapura), levando a crer que constituirão a região mais rica do Século XXI; fortalecimento do capitalismo em sua atual 16 forma, ou seja, o neoliberalismo; grande desenvolvimento científico e tecnológico ou Terceira Revolução Industrial ou Tecnológica. Para ele o cenário internacional do início dos anos 90 foi marcado pela crescente hegemonia do ideário neoliberal como modelo de ajuste estrutural das economias e pela afirmação do domínio político e militar dos EUA, com o fim da guerra fria e o colapso do chamado socialismo real no Leste Europeu e na antiga URSS. Esse movimento foi acompanhado pela evolução de novos conceitos no mundo do trabalho (qualidade, produtividade, terceirização, reengenharia, etc.), como resultado do desenvolvimento e da introdução de novas tecnologias na produção e na administração empresarial, com agravamento da exclusão social e crescimento da apropriação de riquezas do sul pelos países do norte. A deterioração social nos países em desenvolvimento e as políticas protecionistas e excludentes dos países de capitalismo avançado tem levado à instabilidade política, em particular nos países do leste europeu, da antiga URSS e da África. "Avolumam-se evidências de que, na economia global, cada vez mais é o mercado financeiro, ou seja, as grandes corporações e não os governos, que, em última análise, decidem sobre os destinos do câmbio, da taxa de juros, da poupança e dos investimentos. Sem dúvida, a liberalização e a globalização dos mercados são altamente vantajosas para o grande capital, cujos horizontes e estratégias transbordam as fronteiras estreitas do Estado nacional [...] Dificilmente encontrar-se-á uma referência às prioridades sociais na retórica dos arautos da globalização." 17 (H. Rattner, Globaliza, Revista do IEA, USP, set./dez.1995.) Para Dupas (1999) os efeitos da globalização começaram a chamar atenção quando o desemprego começou a atingir também os países desenvolvidos. No contexto de um país sub-desenvolvido, os efeitos da globalização têm sido desastrosos. Um exemplo ilustrativo foi o ocorrido com o México, que viveu sua pior crise, financeira em dezembro de 1994. O país fôra até então, o melhor aluno do FMI e do Banco Mundial; fez a desregulamentação da economia, a abertura econômica ao exterior e a política de privatizações de suas empresas estatais. Para ele o mundo globalizado, a competição e a competitividade entre as empresas tornaram-se questões de sobrevivência. Entretanto, como o poder das empresas (quanto ao domínio de tecnologias, de capital financeiro, de mercados, de distribuição etc.) é desigual, surgem relações desiguais entre elas e o mercado. Algumas sairão vitoriosas e outras sucumbirão. Muitos setores da economia estão oligopolizados e até mesmo monopolizados, dificultando a entrada de novos competidores. Desse modo, a noção de livre mercado é relativa. Muitos setores da atividade econômica já tem "dono" e dificilmente permitirão a entrada de novos produtores. A globalização da economia e das finanças beneficia, assim, amplamente o grande capital, as grandes corporações transnacionais. A globalização surgiu de forma inesperada e descontrolada. Tem causado desemprego em certos países, desafia o poder tradicional dos governos e passa para as pessoas a sensação de que o mundo se transformou num ambiente selvagem, do dia para a noite. Por mais que os estudiosos apresentem argumentos favoráveis a essa mutação econômica, a imagem que 18 ela tem é a dos saques da Indonésia, dos desempregados na Europa e das empresas fechadas na Argentina. Essa forma de globalização favorece os países que concentram maior poder econômico e diminui a autonomia política e decisória dos Estados, que, adotando uma inserção subordinada à lógica da "Nova Ordem Mundial" passam a reduzir impostos de importação, atacar conquistas sociais e sindicais e submeter suas políticas e legislações aos interesses dos países centrais. Embora os impactos sociais sejam semelhantes em escala mundial, são os países da África, América Latina e do Leste europeu que sofrem de forma aguda e acelerada as conseqüências dos programas de ajustamentos econômicos Neoliberais do FMI e do Banco Mundial, agravando a pobreza e levando a miséria e o desespero para extensas camadas sociais. Na América Latina, os modelos de estabilização tem resultado em forte dependência externa para garantir a estabilidade de preços. E simultaneamente tem sucateado importantes setores industriais e gerado um crescimento do desemprego estrutural. Estas mudanças resultaram em novas formas de organização do Estado com a Política Social contribuindo para a transferência das responsabilidades com a questão social para o terceiro setor e ONGs. No próximo capítulo dedicaremos uma análise do terceiro setor no Brasil. 19 CAPÍTULO II – O TERCEIRO SETOR NO BRASIL 2.1 – Um passeio pela história O terceiro setor no Brasil, como categoria social, é recente. Para que tenhamos uma visão mais ampla temos que nos reportar a República Velha, onde o Estado oligárquico, desconhecia os problemas sociais que afligiam a população. A Igreja, como instituição, assumiu o pioneirismo de realizar ações sociais que minimizavam os sofrimentos da população mais pobre. Esse contexto se estendeu até os idos de 1920, quando iniciaram-se os movimentos organizados, os sindicatos em especial, que vieram apresentar propostas mudancistas para a situação vigente. Por ocasião da República Nova, o governo de Getúlio Vargas, reconhece a formação dos sindicatos, como representante que pleiteiam reivindicações populares e estabelecem direitos mínimos para os trabalhadores. Surgem, então, as Leis trabalhistas, a carteira de trabalho, o voto universal, o sistema de ensino público e com ele as escolas de aprendizagem profissional (SESI, SENAI, SESC) e a LBA. A Igreja se mantém atuante, sempre numa ação de “caridade”, substituindo as responsabilidades que deveriam ser do Estado. No final da Segunda Guerra ( 1945), o Estado governado por Vargas, entra em crise e os conflitos se evidenciam quando, de um lado os setores de produção buscam capital no exterior, e do outro lado os cidadãos desamparados exigem ações mais atuantes do governo. A Constituição de 20 1946, ao estabelecer o regime democrático, põem por terra o despotismo da ditadura imposta por Vargas. Em 1964, com a República Militar, o Estado assume com exclusividade a execução das políticas públicas, ao mesmo tempo em que há uma ruptura entre Estado e Sociedade. Mesmo assim, organiza de forma centralizada políticas compensatórias, como INPS (previdência social); BNH (habitação); COBAL (alimentação), MOBRAL(alfabetização de adultos), entre outros. A LBA oferece assistência tradicional aos mais pobres, ao mesmo tempo em que a igreja inicia sua pregação respaldada pela teologia da libertação. A década de 60/70, vivenciou um padrão de intervenção do Estado, rígido, onde a expansão de capital aconteceu dentro de um paradigma de regulação truncada, sem espaço para comportamentos ou posturas democráticas. A cidadania não foi priorizada e a população em seu bojo, reproduziu a ideologia do Estado, em quase sua totalidade, por um grande período. Segundo o estudioso José de Souza Martins, o atraso na estruturação da sociedade aconteceu tardiamente por conta do entremeamento do público e privado descartando a cidadania por falta de uma consciência social desenvolvida. O capital, neste contexto, sempre foi privilegiado exercendo domínio por todos aqueles que não tinham conhecimento e que estavam situados em classes sociais menos abastadas. O Estado, então, ditou a ideologia capitalista por meio da classe burguesa às massas populares. Observamos na crise histórica a representação na esfera social do público, o estatal e o privado relacionado ao mercado. 21 A crise instalada no Brasil, em 1986, por falta de uma definição governamental, no que se refere às políticas públicas, mostrava que deveria ser aberto um caminho para a solução de uma infinidade de problemas. A intenção à época era apenas o eleitorado que vagava na ignorância, na miséria e na doença. A falta de conhecimento, e a elitização de serviços fez com que o povo sofresse muito com a falta de propostas cabíveis de desenvolvimento. O Estado pouco consegue em sua realidade de enormes gastos dar conta de sua máquina. A privatização já acontece e a execução de políticas públicas inexiste. Sempre que se pensa em revitalizar o Estado descartam-se as políticas públicas sociais como pontos importantes de desenvolvimento. A área econômica sempre prevalece, já que a globalização era uma realidade. Na década de 80/90, houve uma revitalização da consciência cidadã, ainda adormecida, mas insuflada a crescer por meio dos sindicatos, e grupos organizados para a discussão de novas formas de comportamentos sociais, onde não apenas os deveres eram importantes, mas também os direitos de cada um. A busca de igualdade cresceu num contexto onde a massa passou a perceber a importância na luta por melhores condições de vida em todos os sentidos. A transição democrática (com perspectivas futuras) desta década se estabeleceu de fato com a Constituição Federal de 1988, por ocasião da Nova República. Convivendo muitos anos com a exclusão social, como uma tranquila companheira e que sempre pareceu fazer parte do processo, sem dar-lhe a 22 devida importância, a Lei maior de 1988, vem estabelecer novas posturas sociais, econômico-políticas-culturais, procurando respeitar o ser como um conjunto de itens importantes para seu estabelecimento social /psíquico para agir com substância na sociedade de forma geral. Durante um tempo significativo e a ao longo da história, houve a apropriação privada do espaço público. Os serviços do Estado estavam voltados para o atendimento de grupos particulares. Hoje a proposta se respalda na composição de equipes de trabalho com noção de bem público, garantindo a qualificação profissional dos servidores públicos. Deve-se disponibilizar à população serviços básicos e com qualidade. O processo de transição ganha um grande aliado com a Constituição de 1988 e os movimentos sociais permitiram que a conscientização da massa fosse iniciada. As Organizações Não Governamentais – ONGs, que surgiram na metade da década de 80, se profissionalizaram, se qualificaram, especializando-se tematicamente. Em 1988 os debates de nova proposta social foi um marco histórico. Os anos 90 evidenciaram um maior destaque às ONGs, ainda com discussão sobre os seus significados. Elas se caracterizaram como “ grupos de cidadãos que se organizam na defesa de direitos” (Bava, 1996). As Leis são sistematizadas e a participação popular é mais organizada, havendo maior controle social e havendo indicadores de que tanto o Estado quanto a Sociedade devem exercer tarefas públicas. Assim, surgem O Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Orgânica da Assistência Social e a disseminação de Conselhos Sociais cuja missão é definir diretrizes públicas. 23 Os grupos sistematizados pela sociedade civil assumem um papel fundamental no fomento de ações típicas de Estado, e que são exercidas pela sociedade organizada. Esta nova postura faz com que o Estado reveja seu papel, diminuindo seu tamanho e delegando, à sociedade, competências de sua responsabilidade. É neste ambiente que nascem as Organizações Sociais (OS) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que por sua vez se basearam nas ONGs de origens americanas e européias. No Brasil, a partir da ECO 92, as ONGs ganham maior visibilidade e nascem com compromisso crítico e oposicionista. Hoje desempenham papel fundamental na organização da sociedade, sendo parceiras do Estado cobrindo espaços que, não necessariamente, precisam ser ocupados pelo Estado, mas que fazem parte de suas necessidades sociais básicas. 2.2 – Definições e conceitos Terceiro Setor é o conjunto de iniciativas particulares sem fins lucrativos com um sentido público, composto por formas tradicionais de ajuda mútua (atividades assistenciais e beneficentes), (associações movimentos de bairro, sociais grupos e associações feministas), civis filantropia empresarial (fundações ligadas a empresas privadas) e ONGs. Folha de São Paulo, 18 de setembro de 1999. Um dos fenômenos recentes do processo de desenvolvimento social é a crescente importância das organizações da sociedade civil (OSCs). A mobilização em torno da cidadania e 24 o aporte de recursos de diversas fontes estimulam a ampliação de iniciativas com finalidade pública. Instituto Fonte Desenvolvimento é o processo de criar e dirigir programas para educar o público-alvo de uma instituição e comunicar-se a fim de obter apoio público. (...) É o modo de vida de toda uma instituição. Luiz Henrique Mello A definição do Terceiro Setor surgiu na metade do século,(passado), nos Estados Unidos, uma mistura de dois setores econômicos clássicos de sociedade: o público, representado pelo Estado, e o privado, representado pelos empresariados em geral, uma noção que vem do comportamento filantrópico que a maioria das empresas norteamericanas sempre manteve ao longo de sua história. Cesar Fróes e Melo Neto e Francisco Paulo. ONG significa organização não governamental advindo o conceito da ONU, para caracterizar as iniciativas de entidades comprometidas com a vida social. São entidades civis sem fins lucrativos que prestam serviços a determinados grupos ou sociedade, e não fazem parte do aparelho do Estado. A construção do conceito é histórica, efetuada ao longo dos anos, assim, quando uma empresa atua em ambas dimensões adquire o seu status de “empresa-cidadã” o que a faz fundamental para o que chamamos de Terceiro Setor. O Terceiro Setor é constituído por organizações privadas sem fins lucrativos que geram bens, serviços públicos e privados. Todas elas têm como 25 objetivo o desenvolvimento político, econômico, social e cultural no meio em que atuam. Exemplos de organizações do Terceiro Setor são as organizações não-governamentais (ONGs), as cooperativas, as associações e fundações. As ONGs têm estatuto jurídico de entidade sem fins lucrativos, com plano de trabalho definido. Já as entidades de Assistência Social, também tem estatuto jurídico, trajetória histórica, missão institucional e objetivos diferentes das ONGs, e têm o propósito de suprir as necessidades sociais não cobertas pelo Estado, em grande parte são filantrópicas. A filantropia difere da utilidade pública na medida em que sobrevive de doações . Em todas as entidades sociais existem quatro elementos fundamentais: pessoas, sociedade, serviços e recursos, que juntos têm a missão de um trabalho gerencial articulado em benefício do social. É assim que atua o terceiro setor. Como filantropia o discurso perpassa na ação voluntária de um trabalho social na busca de melhor qualidade de vida para segmentos da sociedade que se encontram marginalizados ou desprovidos de assistência do Estado. Assim, 26 podem ser exercidas por pessoas ou entidades que se proponham a desempenhar este papel. Não tem fins lucrativos. Ao lado do termo filantropia vamos encontrar o mecenato que é o apoio “generoso” às artes e ciências. Terceiro Setor “é o conjunto de pessoas jurídicas privadas de fins públicos e sem finalidade lucrativa, constituída voluntariamente, auxiliares do Estado na persecução de atividades de conteúdo social relevante (Modesto,1998)” que investe em obras sociais a fundo perdido. Não deve ser confundido com “setor terciário”, que é como, nas ciências econômicas, costuma ser designado o setor de serviços, ou seja o conjunto de produtos da atividade humana que satisfazem uma necessidade da população, sem assumir a forma de um bem material (ensino, transporte, comércio, comunicações diversão, etc.). Emile Boudens 2.3 – Legislação específica O Decreto Lei 525/38 institui acesso a parecer do Conselho Nacional de Serviço Social – CNSS, onde em 1943 prevê a vinculação das entidades a este órgão. A obrigatoriedade de sua vigência veio por meio do Decreto 5698/43, e o condensamento desta legislação aconteceu no Decreto Lei 1493/51, onde sua utilização acontece até a atualidade. A Constituição de 1988 prevê a efetivação do controle social sobre o poder do Estado. Foi em função disso que as 27 legislações regulamentadoras criaram os Conselhos, que variam na sua composição e finalidade de acordo com a área ou política a que estão afetos. Marilda Vilela Iamamoto Conhecer a legislação implantada a partir da Constituição de 1988 é prioridade para o trabalho que contempla a Seguridade Social : A lei Orgânica da Saúde, a Lei Orgânica da Previdência Social, a Lei Orgânica da Assistência Social, o Estatuto da Criança e do Adolescente dentre outros. Vislumbra-se a necessidade de conhecer os direitos, os deveres e as possibilidades de avanço diante da realidade apresentada no âmbito do social. O Decreto Lei nº 527 de 1º de julho de 1938, Decreto lei 5698/43, Decreto Lei 1493/51 são fundamentais, trazem a regulamentação da cooperação financeira da União com as entidades privadas por intermédio dos Ministérios de Educação e Saúde e a questão do repasse de recursos a entidades sem fins lucrativos. O objeto de repasse concentrou-se em instituições assistenciais destinadas a exercer o serviço social, que traduziam equivocadamente ações de assistência de saúde, educação e cultura. Este fato configura o elemento recurso, previsto no contexto de atuação social. A Lei nº 8212, de 24 de julho de 1991 coloca que a entidade que está recebendo o benefício da isenção necessita promover a assistência social beneficente, inclusive educacional ou de saúde, a menores, idosos, excepcionais ou pessoas carentes. O que acontece na realidade é que as entidades beneficentes, para se beneficiarem da isenção de tributo distorcem a lei. Essa distorção acontece pela falta de leis ordinárias de regulamentação, e consequentemente a certificação do (CNSS) Conselho Nacional de Serviço 28 Social está em desacordo com a constituição por deficiência deste tipo de obrigação por parte da União. O Decreto nº 752/93, de 16 de fevereiro, não traz a obrigatoriedade de aplicação de recursos integralmente na filantropia, mas pelo menos 20% da sua receita bruta. Isto advém da alteração deste decreto que coloca as entidades beneficentes de assistência social, educacional ou de saúde sem fins lucrativos. A exceção acontece com a área de saúde que ofereçam 60% da sua capacidade de instalação relacionada ao SUS, Santas Casas, APAEs, e outras entidades que se relacionem às pessoas portadoras de deficiência. A necessidade para que a assistência social se estabeleça com propriedade é formular e instituir legislações que abarquem a filantropia e sua funcionalidade real. Outro aspecto que não pode ser deixado de lado é o que se refere às parcerias que são estabelecidas entre as Organizações Sociais Civis mais conhecidas como ONGs, que surgiram em 1970 no Brasil, e foram regulamentada pelo Decreto nº 3.100, e o Estado. Há que se repensar as legislações difusas existentes, condensando-as, de forma a contemplar os segmentos sociais que deverão ser cobertos pela assistência social e que cumpram políticas públicas ditadas pelo Estado. É o privado com funções públicas. Hoje a filantropia está disciplinada no Decreto nº 2.536, de 6 de abril de 1998. Ao lado das entidades filantrópicas vamos encontrar as entidades de utilidade pública, sem fins lucrativos, criada pela Lei nº 98, de 28 de agosto de 1935, que foi alterada pelo Decreto nº 50.517, de 2 de maio de 1961 e disciplinada pela portaria nº 11, de 13 de junho de 1990, da Secretaria Nacional 29 dos Direitos da Cidadania e Justiça, que por sua vez foi revogada em 11 de maio de 1998, estando em vigor a portaria Ministerial nº 342, de 01 de maio de 1990. 2.4 – Parceria Estado X Empresa O estabelecimento social do Neoliberalismo, e a diminuição de verbas para programas sociais caracteriza hoje problemas sociais seríssimos, como: alto índice de desigualdades, desemprego estrutural e alto índice de pobreza. O Terceiro Setor, por meio das ONGs, assume o papel de complementar as ações do Estado, atuando ainda de forma isolada, mas estruturada e com propósitos definidos dentro da temática escolhida. No Brasil existem duas formas jurídicas institucionais para a constituição de organizações sem fins lucrativos: as associações civis sem fins lucrativos e as fundações privadas. Uma associação se origina da vontade de um grupo de pessoas unidas por uma causa ou objetivos sociais comuns. Uma fundação privada é uma pessoa jurídica constituída a partir de um patrimônio destinado por uma pessoa física ou jurídica para a realização de um fim social e determinado. Uma fundação é criada por iniciativa de seu instituidor, e há 2 (duas) únicas formas: por escritura pública ou testamento. Devido a esta finalidade social e pública, o patrimônio ganha personalidade jurídica e fica sujeito à fiscalização do Ministério Público (por meio da Curadoria de Fundações da comarca da sede da fundação). O papel do Ministério Público, por 30 atribuição legal, é zelar por essas organizações, assegurando a efetiva utilização do patrimônio para o cumprimento de sua finalidade. Por necessitar de um fundo patrimonial expressivo para sua constituição, poucas ONGs são constituídas como fundações; a maior parte opta por constituir uma associação civil. Para constituir uma fundação, recomendamos uma consulta à Curadoria de Fundações mais próxima. Alexandre Ciconello e Elisa Rodrigues Alves Larroudé Uma fundação privada é uma pessoa jurídica constituída a partir de um patrimônio destinado por uma pessoa física ou jurídica para a realização de um fim social e determinado. Uma fundação é criada por iniciativa de seu instituidor, e há 2 (duas) únicas formas: por escritura pública ou testamento. Devido a esta finalidade social e pública, o patrimônio ganha personalidade jurídica e fica sujeito à fiscalização do Ministério Público (por meio da Curadoria de Fundações da comarca da sede da fundação). O papel do Ministério Público, por atribuição legal, é zelar por essas organizações, assegurando a efetiva utilização do patrimônio para o cumprimento de sua finalidade. 31 CAPÍTULO III – O TERCEIRO SETOR NO BRASIL, SERVIÇO SOCIAL E AS ÚLTIMAS DISCUSSÕES Historicamente, o Serviço social é uma reprodução de serviços que atendem necessidades sociais, com valor de uso. Hoje, os profissionais que atuam no ramo recebem o cunho de serem profissionais liberais. A relação existente de força de trabalho/remuneração pode acontecer como trabalhador; como prestador de serviços sociais governamentais; projetos sociais de cunho cidadão. No Serviço Social enquanto trabalho deve ser considerado a produção e a reprodução da vida social ( material e subjetiva) .Em primeiro plano devemos considerar os meios que permitam a satisfação das necessidades básicas. Para que isto aconteça, as relações homem /trabalho/homem devem acontecer em diferentes dimensões(econômica, sociais, etc) e são nelas onde as relações de poder aparecem. Ressalva-se neste ponto a questão de concepções( formas de pensar)/ideologias que devem dar vazão a diferentes dimensões e possibilidades na análise e atuação do bom profissional do Serviço social. No Brasil, o desemprego tecnológico alia-se ao desemprego estrutural. Nas relações de trabalho nota-se a violência em diversos âmbitos, perpetuando comportamentos que ao longo do tempo não foram mudados, apenas disfarçados. O Consenso de Washington preconizando moldes Neoliberais, traz novos padrões de regularização social. Observa-se neste contexto o Estado dependente do cenário internacional para se estabelecer e ditar regras, 32 principalmente no âmbito econômico. A desigualdade social e o desemprego são constantes. O mundo concorda com esta ideologia, mesmo com tantas desigualdades evidenciadas: a esfera privada ( classe dominante) está ditando regras com muito mais propriedade que o Estado. O Serviço Social observa que os direitos sociais são universais, mas hoje não são respeitados nem preservados diante da mudança de papeis e determinação econômica vigente. Manda mais que tem mais poder econômico. A flexibilidade em diferentes contextos ( produções e relações de trabalho, produtos, padrões de consumo) é buscada para atender a demanda que se forma. A qualidade de vida e de trabalho são itens importantes na vida dos cidadãos. Observamos a globalização ( qualidade total), a terceirização, que ditam comportamentos ditos “viáveis” para atender uma forma mais atual que está sendo estabelecida. Os salários são oferecidos de acordo com interesses de patrões e os direitos sociais em muitas situações desconsiderados em sua plena forma do pós guerra. O trabalhador é obrigado a se adaptar a esta situação, já que a tecnologia aparece intensamente bombardeando situações que até algum tempo o trabalhador considerava como segura para seu sustento. As oportunidades de trabalho se transformam, a estabilidade já não é uma constante. A pobreza aparece em amplos segmentos da população, por altos índices de desemprego. A participação qualitativa da sociedade civil ainda é conturbada. O Assistente Social encontra neste ponto uma expressiva oportunidade de trabalho: assessorias e consultorias no campo das políticas públicas e movimentos sociais; pesquisas, estudos e planejamentos sociais, etc. 33 A gestão e a gerência pública na atualidade diferencia-se da tradicional necessitando de habilidades e conhecimentos específicos de cunho social, político, econômico, jurídico dentre tantas vertentes existentes. A competência do Assistente Social ajusta-se a estes campos citados em uma atuação mais moderna. A sociedade civil por outro lado ganha mais responsabilidades no campo de prestação de serviços sociais: o estabelecimento de ONGs, sendo mais uma oportunidade ao Assistente Social. A filantropia empresarial por sua vez investe em projetos comunitários considerados de interesse público sendo um espaço em potencial à profissão discutida. 3.1 – Políticas Sociais A institucionalização do Serviço Social historicamente estabelecida nas empresas privadas estão relacionadas com eficiência, racionalidade e produtividade. As empresas diante de diferentes problemas advindos da vida privada do trabalhador, recorreram da atuação do Assistente Social no processo educativo e disciplinador profissional. Diante deste quadro, observa-se também as empresas assumindo responsabilidades públicas com a força de trabalho e alterando os direitos sociais em direitos corporativos. Esta alteração não deixa de ser uma estratégia por parte dos empregadores para a “conquista” do trabalhador. 34 O objetivo desta perspectiva é a melhoria social de forma prática em um tratamento em doses homeopáticas dos males sociais. “O Serviço Social tem de buscar o detalhe e a minúcia em cada programa específico. Também porque se preocupa crucialmente da ação. Tende a concentrar seu esforço em programas governamentais e empresas particulares, fora de quadros determinativos maiores. O estudo utilizando –se de ecléticas misturas de teorias e método, mais como uma abordagem multidisciplinar e aplicada do que como uma teoria específica”. Marcos Antonio Coimbra Hoje os profissionais que atuam na área interagem entre a perspectiva e a profissão do serviço social, apesar de criticarem o tradicional, avançam na busca de novas referências. Dentro do período de transição política do Serviço Social, podemos observar três vertentes deste processo: • “Intenção de ruptura”: consolidada academicamente na conjuntura apresentada, por meios de debates da categoria profissional e de produções intelectuais. Segundo Netto ( 1989 : 513-14), a direção tomada por esta vertente está voltada para o marxismo relacionandose com “a formação de campos de intervenção, espaços e políticas de prática”. As dificuldades encontradas advém das situações de conflito geradas pela tradição e amadurecimento daqueles que se encontram no processo. 35 • “Modernizadora e Reatualização do conservadorismo” : sua expressão não foi significativa, mas continuara a influenciar as ações dos Assistentes Sociais que continuaram a atuar em programas e planos. As diversas entidades procuraram apresentar situações articuladas de prática, observando especificidades dentro da conjuntura da sociedade à época. A partir de 1985, as reflexões acerca da profissão se fazem mais clássicas da teoria social. Observamos nesta transição a intenção de ruptura. 3.2 – A atuação do Terceiro Setor no Brasil Com base nos estudos de Leilah Landim, M.C. Prates Rodrigues (Rodrigues, 1997 organizou o quadro a seguir: Brasil – organização do terceiro setor por categoria jurídica e finalidade - 1991 Por categoria jurídica Fundações Associações Sindicatos de empregadores Sindicatos de empregados Confederações e federações TOTAL Distribuição percentual 5,8 89,1 1,5 2,6 1,0 100,0 Por finalidade Distribuição Percentual Beneficentes, religiosas e assistenciais Culturais, científicas, educacionais Esportivas e recreativas Associações, sindicatos e federações de empregadores Associações, sindicatos e federações de empregados Associações de autônomos e profissionais liberais Outras TOTAL 29,1 18,7 23,3 2,9 4,5 1,8 19,7 100,0 36 As empresas estão assumindo a sua responsabilidade social e promovendo uma verdadeira revolução cívica, visto que 2.830 empresas já se preocupam com sua atuação social, e assim pensando, estão investindo cerca de R$ 98 mil por empresa, em média, por ano em projetos que beneficiam aproximadamente 37 milhões de pessoas. “A responsabilidade social das empresas aproximam as pessoas dos problemas sociais e os tornam mais reais do que pareciam quando só o Estado participava. Nesse novo contexto, as questões sociais ganham um caráter prático porque colocam as pessoas, e não a instituição estatal, em contato direto com a problemática social dos nossos tempos.” Antônio Marmo Trevisan (13/03/02) O próprio conceito de terceiro setor começa a se ampliar e vai além do estado e das ONGs, valorizando outros participantes e serviços como a filantropia empresarial, as associações beneficentes e recreativas, as iniciativas das igrejas e o trabalho voluntário. A afirmação deste novo perfil participante e responsável da sociedade brasileira se traduz na busca de novas formas de articulação, entre organizações do terceiro setor, órgãos governamentais e empresas. Este novo padrão de relacionamento entre Sociedade Civil, Estado e Mercado, está sendo implementado. Tal fato inovador se expressa por ações como a do Movimento Viva Rio, da Fundação Victor Civita, do Projeto Axé, da Fundação Bradesco, da Fundação Roberto Marinho, do Instituo C&A dentre as muitas ONGs. que permeiam a sociedade brasileira. “A formação de líderes sociais é um capítulo importante para a crescente dimensão que o Terceiro Setor vem assumindo na economia 37 mundial. Enquanto os empregos diminuem no Primeiro Setor (o governo) e no Segundo (a iniciativa privada), no Terceiro (as ONGs sem fins lucrativos) ocorre uma explosão de demanda. Uma pesquisa do IPEA mostra que, na década de 90, enquanto a população brasileira economicamente ativa aumentou 20%, o Terceiro Setor cresceu 44%. As organizações não-governamentais já concentram 1% do PIB do país e são responsáveis por 3,2% dos empregos (2,6 milhões de postos de trabalho), o mesmo número de empregados no comércio. A expansão continua, mas o tipo de emprego oferecido exige cada vez mais qualificação. (...) Estamos criando um novo paradigma de responsabilidade social corporativa: uma ação unifica de empresas”. Ricardo Arnt (Exame, 28 maio 2003) 38 CONCLUSÃO A evolução pela qual passou a sociedade, desde os idos do início do século XX, quando Ford, Taylor e Keynes revolucionaram os conceitos de empresa, mercado e sociedade, se contrapondo às idéias de Marx, sobre o capitalismo, refletiram acentuadamente nos movimentos sociais dos mais variados segmentos da época. As organizações dos grupos sociais fizeram-se mais presentes em 1960, quando os sindicatos se estruturam, organizando grandes movimentos e reivindicações junto às empresas, criando uma nova contextualização nas várias camadas sociais, em particular entre os trabalhadores cuja mão de obra “barata”, era a grande maioria. Estes movimentos alteraram a economia, provocando a busca de soluções, de ideologias e de posturas inovadoras. O capitalismo sofre brusca queda e, com a baixa do lucro, em 1970, há uma desmontagem do setor produtivo. A Inglaterra, com a ascensão de Margareth Tatcher, promove as grandes mudanças nas relações de trabalho. Pode-se afirmar que estas grandes mutações que lá ocorreram, também aconteceram em toda a Europa, respeitando-se a historicidade de cada país, se espalhando pelo mundo, como movimento sindical, como forma de organizada de mão de obra. Segundo Mac Ilroy (1996), mais de 70% da força de trabalho inglesa estava filiada a um sindicato. Na década de 80, atendendo as realidades nacionais, as tendências se diversificaram, tanto é que os movimentos sindicais se caracterizaram por 39 adotar posturas, também diversificadas. A política, a religião, a ideologia, as ocupações, dentre outros, disseminaram suas propostas e ações transformando a sociedade. Com o advento do neoliberalismo, as lutas dos diferentes segmentos sociais se evidencia, o Estado se modifica, as forças produtivas se reestruturam, o mercado se retrai, a qualidade de vida é duramente atingida. Todas estas mutações sociais geram o crescimento do setor de serviços. Surge o Terceiro Setor. Nascido nos Estados Unidos da América, rapidamente se globaliza. Esta alternativa de ocupação e de suprimento de ações sociais de competência do Estado, são realizadas por segmentos da sociedade, que abrem um espaço a ser ocupado. No Brasil, desde 1935, há uma preocupação legislativa com segmentos sociais da sociedade civil, menos aquinhoadas, que evoluiu para legislações mais elaboradas que geraram as entidades de utilidade pública e de filantropia. Regulamentadas por lei, cumprem o seu papel. São quase 3000 associações, cooperativas e fundações reconhecidas, que suprem de ações sociais de competência do Estado, sedimentando o Terceiro Setor no Brasil. Assim, observamos a dificuldade de abordar o terceiro setor sem mencionar as mudanças ocorridas no mundo Contemporâneo. Estas são algumas reflexões que consideramos importantes para as ações do Serviço Social no espaço da prática, principalmente no Terceiro Setor. 40 BIBLIOGRAFIA ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? 2 edição. São Paulo, Cortez, Campinas: unicamp,1995. ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho. 5 edição. São Paulo, Boitempo, 2001. ARNT, Ricardo. Responsabilidade Social: O líder social. Exame, São Paulo: Abril, nº 793,p 98-99,28maio03. BOUDENS, Emile. Terceiro Setor: Legislação (estudo). Brasília-DF: Câmara dos Deputados, fev 2000. CARVALHO, Denise Bomtempo Birche de, SOUSA, Nair Heloisa Bicalho de, DEMO, Pedro. Novos paradigmas da política social. Política Social - 1 Col. MORAIS, Jomar. Um caso exemplar. Exame. Abril, nº 679,p.68-79, 13jan1999. COSTA JR., Leopoldo. Terceiro Setor e Economia Social (apostila) texto preliminar. São Paulo: FGV, s/d DUPAS, Gilberto. 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