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XXVIII PRÊMIO COCA-COLA DE REDAÇÃO 2016/02
REDAÇÃO VENCEDORA
Redação 1° lugar – Curso Psicologia – Túlio Cesário Barbosa
Câncer econômico
Entre o impeachment do ex-presidente Fernando Collor e o de Dilma Rousseff,
o Brasil viveu menos de três décadas de relativo e gradual desenvolvimento
socioeconômico, sobretudo nas gestões de Fernando Henrique Cardoso e Lula. No
entanto, nos bastidores político-partidários e em certos setores da administração
pública, priorizaram-se interesses oligárquicos e pessoais em detrimento de ações
que viessem a blindar o país de uma eventual (hoje, concreta no bolso e até no
estômago de muitos brasileiros) crise econômica. A consequência disso? Inflação,
retração do mercado e, consequentemente, o rápido avanço do desemprego.
Esse quadro apresenta causalidade multideterminada, mas cabe destacar: a
falta de investimentos em infraestrutura (com destaque aos transportes e à energia);
o planejamento imediatista da economia (que se vê em apuros quando um grande
parceiro comercial, como a China, encolhe); e irresponsabilidade da política
partidária em relação à política econômica (instala-se um balcão de negócios em
que as decisões que estruturam a gestão da economia são efetuadas ou não de
acordo com aproximações ou afastamentos entre legendas partidárias, que
engendram ou não benefícios a esses grupos, no ritmo da agenda política). Tudo
isso desemboca em um aumento considerável do desemprego, com um crescimento
há muito não visto na frequência ao setor de recursos humanos, esfacelando o
cotidiano de milhões de trabalhadores.
As implicações dessa vertiginosa subida da desocupação de postos de
trabalho são diversas: alimenta-se pior, habita-se pior, locomove-se pior. Enfim, a
Gerência de Planejamento e Operações Acadêmicas
Campus Perimetral: Av. Perimetral Norte, 4.129 - Vila João Vaz Telefone: 3272-5000
Unidade Bueno: Av. Mutirão, 2.600 (esquina com a T 9) Setor Bueno Telefone: 3520-9400
vida cotidiana é atrofiada, o que, somado à menor possibilidade de investimento em
educação e de compra, instala um caleidoscópio de estagnação ou mesmo recessão
nos mais diversos âmbitos, em um ciclo que passa pela família que não consegue
mais sustentar a capacitação dos filhos (com educação profissional e cidadã),
tampouco comprar bens de consumo, por perderem o crédito devido ao “nome sujo
na praça”. Isso, inclusive, leva o mercado a contar com menos trabalhadores
capacitados no médio prazo e a retrair seu lucro no presente. O desemprego, desse
modo, constitui um câncer socioeconômico.
Nesse sentido, para que se reverta esta situação, é imprescindível que aqueles
que operam a máquina pública não titubeiem em realizar as reformas econômicas
(previdência
e
tributária)
necessárias,
alavanquem
o
desenvolvimento
da
infraestrutura, diversifiquem o planejamento econômico e incentivem a contratação
pelas empresas. Além disso, as negociatas partidárias escusas devem ser
aniquiladas via justiça e pressão popular. Dessa forma, a crise retrocede e o
emprego ressuscita.
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