16° TÍTULO: REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE À FORMULAÇÕES COSMÉTICAS CONTENDO ÁCIDO HIALURÔNICO CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): THALITA CAROLINE SOUSA SANTOS ORIENTADOR(ES): KAREN TIAGO DOS SANTOS RESUMO A pele, maior órgão do corpo humano, passa pelo processo de envelhecimento, perda de volume e, assim surgimento de rugas e linhas de expressão. A procura por novos tratamentos na área da estética vem crescendo e com o passar dos anos, o uso de produtos que prometem o rejuvenescimento adquiriram destaque na indústria cosmética, devido principalmente a margem de segurança que oferecem à saúde do paciente. Dentre os preenchedores dérmicos utilizados, podemos citar as formulações a base de ácido hialurônico (AH), substância considerada segura, mas que ainda assim apresenta reações adversas tais como a hipersensibilidade. O objetivo deste trabalho é apresentar dados sobre estas reações através de revisão bibliográfica e levantamento de dados a partir de trabalhos publicados. INTRODUÇÃO No processo de envelhecimento, a pele tende a perder células responsáveis por sua integridade, sustentação e elasticidade. Desta feita, torna-se cada vez mais comum a procura por tratamentos que visem melhorar a aparência, preencher rugas e linhas de expressão. As técnicas de preenchimento cutâneo são muito utilizadas e existem diversas opções de produtos a serem utilizados, tais como o ácido poliláctico (PLA), o polimetilmetacrilato (PMMA) e o AH. Este último tem se mostrado como padrão na área da estética e está em segundo lugar entre os produtos mais utilizados em procedimentos realizados nos Estados Unidos¹. Na área da estética, o AH é utilizado para preencher deformidades dérmicas por este conferir volume e sustentação ao tecido. Diversos estudos comprovam a eficácia do AH, mas existem registros sobre reações adversas à produtos contendo esta substância na formulação. Dentre os relatos, podemos observar as reações de hipersensibilidade imediata que ocorrem logo após a aplicação do AH como edema e hiperemia no local, e reações de hipersensibilidade tardias, como assimetria do local e nódulos inflamatórios². OBJETIVO O objetivo deste trabalho é apresentar dados, baseados em diversos estudos clínicos, bem como relatos comparativos de casos sobre as reações adversas e demais complicações que as formulações cosméticas contendo AH podem causar. METODOLOGIA Este trabalho foi realizado utilizando a modalidade de Pesquisa Bibliográfica, com consulta e análise de literatura e de artigos publicados. Os bancos de dados utilizados foram livros, NCBI e Google Acadêmico. DESENVOLVIMENTO A pele é o maior órgão do corpo humano, responsável por exercer a função de barreira química e microbiana, contra radiações solares, proteção imunológica; percepção sensorial e regulação hemodinâmica. É dividida em Epiderme, sendo a camada mais superficial e constituída por epitélio estratificado pavimentoso; Derme, responsável pela nutrição da epiderme, constituída por elastina, colágeno, proteínas e AH; e Hipoderme, ou tecido subcutâneo, formada por feixes de tecido conjuntivo, células adiposas, folículos pilosos e glândulas3. O processo de envelhecimento da pele é caracterizado pela perca de funções celulares, a diminuição das fibras de colágeno, e surgimento de rugas e linhas de expressões3,4. Substâncias de preenchimento dérmico são utilizadas para corrigir os sinais de envelhecimento e devem ser duradouras ou permanentes, sem efeitos tóxicos ou imunológicos ao paciente4. Com tudo, estas substâncias podem ativar o sistema imunológico a partir do reconhecimento de proteínas presentes em suas formulações, desencadeando reações inflamatórias e processos alérgicos5. O AH é um polímero de ácido glucurônico e N-acetilgucosamina, presente nos animais, desempenhando função de estruturação tecidual6. O composto exógeno é considerado seguro, por ser biodegradável, mas que ainda assim pode ser reconhecido como agressor ao organismo, desencadeando reações de hipersensibilidade, processos alérgicos, formação de nódulos e abcessos e reações de corpo estranho, devido a técnica incorreta de aplicação ou pela formulação do próprio produto6,7. RESULTADOS PRELIMINARES Em um estudo relatado por Simone Neri et al (2013), mostrou que uma mulher, 35 anos de idade, apresentou nódulos em região infraorbitária bilateral após quinze dias da aplicação de preenchedor dérmico a base de AH7. Nicholas J Lowe et al (2001), realizou um estudo com setecentos e nove pacientes submetidos ao tratamento dérmico com AH, onde seis destes, apresentaram reações imediatas como dor e inflamação no local da aplicação, e reações tardias, com o surgimento de nódulos, abcessos e assimetria de tecido8. Susan Van Dyke et al (2010), relatou que uma mulher, 41 anos, apresentou eritema e edema em região nasolabial logo após aplicação de AH, e ainda, quatro meses após, esta apresentou nodulações no local9. Com o presente estudo, foi possível avaliar que, técnicas de preenchimento cutâneo são consideradas as mais procuradas em todo o mundo, graças ao alto índice de sucesso após o tratamento, como a aplicação de AH. Ainda assim, esta substância ocasionalmente pode gerar reações adversas, sendo reconhecido como agente agressor ao tecido e ativando resposta de defesa, gerando processos inflamatórios e alérgicos, com intensidade variável para cada indivíduo estudado. Relatos dessas reações ainda são escassos na literatura, diante disto, é necessária uma ampliação dos estudos à cerca da resposta imune perante o uso de substâncias contendo AH, para que se torne mais seguro e eficaz, proporcionando maior satisfação e mínimos riscos ao paciente. FONTES CONSULTADAS 1 TALARICO, S. et al. Avaliação da Segurança e Eficácia de Novo Preenchedor à Base de Ácido Hialurônico no Tratamento dos Sulcos Nasolabiais e Contorno dos Lábios.Surg Cosmet Dermatol. 2010.;2(2):83-86. 2 BITTERMAN-DEUTSCH O, KOGAN L, NASSER F. Delayed immune mediated adverse effects to hyaluronic Acid fillers: report of five cases and review of the literature. Dermatol Reports. 2015 Mar 30;7(1):5851. doi: 10.4081/dr.2015.5851. eCollection 2015 Mar 16. 3 SAMPAIO, SAP. Rivitti EA. Dermatologia. 3 Ed. SP; Artes Médicas; 2007. 1585p. 4 APPLEGATE E. Anatomia e Fisiologia. 4 Ed. RJ; Elsevier Brasil; 2012. 472p. 5 GOMES, AB. Alergia a Cosméticos. Ativos Dermatológicos [Internet]. 2013. [Acesso em 2016 abr 23]. Disponível em http://www.ativosdermatologicos.com.br/upload/img/13_2606_artigo_alergia.pdf. 6 LAURINO C, PALMIERI B, COACCI A. Efficacy, Safety, and Tolerance of a New Injection Technique for High- and Low-Molecular-Weight Hyaluronic Acid Hybrid Complexes. Eplasty. 2015 Oct 8;15:e46. eCollection 2015. 7 NERI, SRNG. et al. Uso de Hialuronidase em Complicações Causadas por Ácido Hialurônico Para Volumização da Face: Relato de Caso. Surg Cosmet Dermatol. 2013;5(4):364-366. 8 LOWE, NJ. et al. Hyaluronic acid skin fillers: adverse reactions and skin testing. J Am Acad Dermatol. 2001 Dec;45(6):930-3. 9 VAN DYKE, S. et al. Severe Acute Local Reactions to a Hyaluronic Acid-derived Dermal Filler. J Clin Aesthet Dermatol. 2010;3(5):32-35.