Perguntas e Respostas - DQAM - Ministério do Meio Ambiente

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MERCÚRIO
1) Qual a forma química mais tóxica do mercúrio?
O mercúrio elementar é um elemento presente naturalmente na crosta terrestre, na água, nos seres
vivos e na atmosfera. Dentre as diferentes formas químicas do Hg, o metil-Hg+ é a forma mais
tóxica para organismos superiores, particularmente mamíferos. O metil-Hg é, em sua maior parte,
produzido biologicamente por bactérias como um mecanismo natural de detoxificação. Nos
mamíferos, o metil-Hg acumula-se preferencialmente no sistema nervoso central devido à sua
afinidade com aminoácidos abundantes neste sistema, levando à disfunção neural e eventualmente à
paralisia e morte. A principal via de exposição humana ao metil-Hg é a ingestão de peixes,
particularmente os peixes carnívoros. Outras vias, como absorção cutânea, ingestão de água e outros
alimentos são possíveis, porém desprezíveis em relação à exposição através do consumo de peixes
contaminados.
2) Como o mercúrio é obtido da natureza?
Bastante raro, porém com extração e purificação simples, o mercúrio ocorre na forma mineral,
sendo o cinábrio o mineral mais abundante, principalmente no leste europeu, na Espanha, México e
Argélia. O mercúrio é o único metal líquido à temperatura ambiente, possui caráter nobre, sendo
pouco reativo, pode formar compostos orgânicos e inorgânicos. O mercúrio não é minerado no
Brasil, sendo desconhecida a existência de depósitos.
3) Qual e como foi o caso mais importante de contaminação por mercúrio?
O caso de maior repercussão de contaminação por mercúrio foi o caso de Minamata, no Japão. Em
1908, a empresa Nippon Nitrogen Fertilizer (NN) se instalou em Minamata, tornando-se
responsável, em meados da década de 1930, por 50% da produção japonesa de acetaldeído e de
compostos derivados do ácido acético. Em 1941 a NN deu início à produção de cloreto de vinila,
quando adotou o nome de Chisso Co,, responsável por 90% da arrecadação dos impostos do
município e pela manutenção de várias escolas e hospitais. A Chisso utilizava sulfato de mercúrio
como catalisador na produção de ácido acético e derivados, e de cloreto de mercúrio para produzir
cloreto de vinila. Como no processo de metilação do acetileno parte do mercúrio também é
metilada, o metal era liberado nos efluentes da empresa, no caso, diretamente na Baía de Minamata.
4) Como o Brasil adquire o mercúrio?
Não existem minas de cinábrio no Brasil. Portanto, o país não é um produtor de mercúrio através de
mineração primária e importa toda a quantidade consumida. O Brasil importa mercúrio tanto na forma
metálica, na forma de compostos deste metal e também na forma de mercúrio adicionado em produtos.
A Espanha e o Quirguistão são os países que mais exportaram mercúrio metálico para o Brasil em
2010. O Brasil não exporta o mercúrio metálico, porém exporta mercúrio através de produtos que
contem esse metal adicionado, como, por exemplo, lâmpadas, computadores, televisores,
principalmente para países da América Latina.
5) Como a preocupação ambiental com o mercúrio tem sido tratada no âmbito internacional e
nacional?
No âmbito internacional, o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - UNEP (United
Nations Environmental Programme), libera a negociação intergovernamental para elaboração de um
instrumento legal global juridicamente vinculante, que propicie reduzir a emissão, a
comercialização e a mineração do mercúrio, além de dar diretrizes para os aspectos relacionados à
recuperação de áreas contaminadas e estocagem adequada do mercúrio e seus resíduos. Este
processo deverá ser concluído em 2013.
O Ministério do Meio Ambiente coordena tecnicamente a participação do Brasil, em parceria de
todas as instituições do governo que possuem relação com o tema, como o IBAMA, o Ministério da
Saúde, o Ministério de Minas e Energia, a ANVISA, etc.
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