Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Diretoria de Vigilância Epidemiológica DIRETRIZES DE MANEJO CLÍNICO DE CASOS SUSPEITOS DE INFLUENZA PANDÊMICA (H1N1) / SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG) NO ESTADO DE SANTA CATARINA Protocolo - 03 VERSÃO I Santa Catarina, 06 de abril de 2010 DIRETRIZES DE MANEJO CLÍNICO DE CASOS SUSPEITOS DE INFLUENZA PANDÊMICA (H1N1) / SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG) NO ESTADO DE SANTA CATARINA. 1. INTRODUÇÃO Todos os anos enfrentamos no inverno um aumento no número de casos de doenças respiratórias. Tal fato é associado principalmente a uma maior circulação viral, entre eles o Influenza. Desde abril de 2009, estamos diante de um novo subtipo deste vírus, o Influenza A/Califórnia/H1N1, proveniente da recombinação de material genético de vírus que acometem humanos, aves e suínos. Como não temos contato prévio com este novo subtipo, não temos imunidade, sendo todos susceptíveis. Ao juntarmos isso com a sua eficiente capacidade de transmissão entre os seres humanos, o potencial pandêmico ficou estabelecido. Desde então, os serviços de saúde têm se preparado para o atendimento de um maior número de casos de Síndrome Gripal (SG), bem como realizar o tratamento dos casos graves associados à infecção pelo Influenza. Os dados epidemiológicos preliminares não apontam para um aumento importante da letalidade/mortalidade do novo subtipo em relação ao sazonal, porém o aumento do número de casos, mesmo que leves, com esgotamento da capacidade de atendimento pelos serviços de saúde, é uma preocupação mantida. Todos os níveis de atendimento devem ser mobilizados para mitigar os efeitos do aumento do número de casos, tanto de formas leves quanto graves. Em uma situação de pandemia, não trabalhamos mais com o conceito de Referência única para atendimento, todos os Serviços devem estar aptos a responderem. Algumas equipes, porém, acumulam experiência e geram conhecimento, consolidando-se como Referência para a discussão dos casos. Em nosso Estado, essas Referências são o Hospital Nereu Ramos (HNR) e o Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG). 2. OBJETIVOS Padronizar conceitos entre os profissionais da saúde; Orientar fluxos de atendimento, bem como o manejo dos pacientes, desde a atenção básica, transporte, internação e atendimento em UTI; Estimular a detecção precoce de casos suspeitos, principalmente em pacientes com fator de risco para complicação; Orientar o uso racional de antivirais; Informar sobre cuidados com populações especiais. 3. AGENTE ETIOLÓGICO, PATOGÊNESE E TRANSMISSÃO O vírus Influenza é um Ortomixovírus, com material genético composto por RNA, de fita simples. Tem como característica a facilidade de sofrer mutações, fato que contribui com o surgimento de novos subtipos, alguns com potencial pandêmico. SES/SVS/DIVE 2 É dividido em tipos (A, B, C), de acordo com a presença de antígenos específicos. O Influenza A está mais associado a epidemias e pandemias, principalmente por sua alta capacidade de transmissão interpessoal e rápida variação antigênica, fato que torna a população novamente susceptível. Alguns grupos são mais acometidos, principalmente com formas graves: gestantes, crianças, idosos, portadores de doenças crônicas. Adultos jovens também são classicamente mais acometidos. O vírus causa dano celular primário ou citotóxico no epitélio respiratório, além de estimular a produção de citocinas e mediadores inflamatórios. A gravidade da doença é dada pela magnitude da resposta inflamatória do hospedeiro, podendo chegar a uma resposta sistêmica (SIRS) e disfunção orgânica. A presença de infecção bacteriana sobreposta piora o prognóstico. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, pelo contato com gotículas de secreção respiratória (tosse, espirro), ou através do contato com objetos e superfícies contaminadas com o vírus, tocando-se posteriormente olhos, nariz e boca. Tais gotículas alcançam curtas distâncias (aproximadamente 1 metro). Em caso de realização de procedimentos em vias aéreas (nebulização, intubação, aspiração, procedimentos odontológicos), ocorre a produção de aerossol, que pode percorrer distâncias maiores, e o profissional que atende necessita de máscara com filtro para sua proteção. Período de Incubação: 1-7 dias (média de 1-4 dias). Período de Transmissão: 1 dia antes do início dos sintomas até 7 dias após, sendo que em crianças menores de 12 anos e imunodeprimidos esse período é ampliado para 14 dias. O CDC recomenda como período de transmissão um dia antes do início da febre até 24 horas após o final da febre. A capacidade de transmissão do vírus pelo leite materno não é reconhecida, porém o íntimo contato durante a amamentação pode ser fonte de transmissão, devendo a nutriz higienizar as mãos antes de iniciar o processo e utilizar máscara cirúrgica. 4. QUADRO CLÍNICO O espectro clínico da infecção por Influenza varia desde Síndrome Gripal (SG), doença aguda e auto-limitada, caracterizada por febre (ainda que não aferida), acompanhada de tosse e dor de garganta, na ausência de outros diagnósticos, até Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), caracterizada pelos sinais e sintomas da SG, com evolução para insuficiência respiratória (dispnéia). O diagnóstico de Síndrome Gripal é clínico, não sendo necessária avaliação específica laboratorial (etiológica). A SG pode ser descrita como nasofaringite, faringite, amigdalite, laringite, traqueíte, laringotraqueíte, infecção das vias aéreas superiores. Os sintomas de SG são: febre alta, em geral acima de 38º C, seguida de coriza, mialgia, dor de garganta, artralgias, prostração, dor de cabeça e tosse. Podem estar presentes diarréia, vômitos e fadiga. A febre é o sintoma mais frequente e dura em torno de três dias. Pode evoluir com piora dos sintomas respiratórios após o desaparecimento da febre, por um período de mais quatro dias. A infecção por Influenza pode evoluir com complicações, como: exacerbação de condição crônica de base, infecção bacteriana secundária (sinusite, otite, pneumonia), bronquiolite, asma, injúria pulmonar aguda, insuficiência respiratória, miocardite, pericardite, miosite, rabdomiólise, encefalite, convulsões, mal epiléptico, SES/SVS/DIVE 3 resposta inflamatória sistêmica, insuficiência renal, sepse, disfunção multiorgânica e morte. São fatores de risco para complicações: crianças menores que 2 anos; adultos com mais de 60 anos; gestantes (e mulheres até 2 semanas após o parto, independente da forma como ocorreu – abortamento, espontâneo); obesos com índice de massa corpórea maior que 35 (crianças com IMC acima do percentil 95); imunossuprimidos (infecção pelo HIV, transplantados, pessoas em uso de medicamentos imunossupressores, portadores de Síndrome de Down, crianças usuárias crônicas de salicilatos); adultos e crianças portadores de doenças crônicas como diabetes, cardiopatias, pneumopatias, hepatopatias, doenças neuromusculares, hematológicas e metabólicas; indígenas (população aldeada). O espectro mais grave da infecção por Influenza, a SRAG, tem como característica fundamental a elevação da frequência respiratória e dispnéia. Tais doentes necessitarão de acompanhamento em Serviços capacitados no atendimento de pacientes graves, podendo necessitar de internação em Unidade de Terapia Intensiva. Frequência Ventilatória: definição de taquipnéia, por faixa etária Faixa Etária Menores de 2 meses Entre 2 e 11 meses Entre 12 meses e 5 anos Crianças maiores que 5 anos Adultos Número de movimentos respiratórios por minuto 60 mrm 50 mrm 40 mrm 30 mrm 25 mrm São sinais de alerta para agravamento: Adultos: dispnéia, taquipnéia (frequência respiratória superior a 25 irpm), hipoxia (saturação de oxigênio ≤92% em ar ambiente, ≤94% para gestantes), cianose, vômitos incoercíveis, oliguria, vertigens, alterações da consciência, agravamento de enfermidade crônica, hipotensão arterial (PA diastólica <60 mmHg ou sistólica <90 mmHg). Crianças: dispnéia, taquipnéia, tiragem intercostal, hipoxia, cianose, oliguria, convulsões, irritabilidade, alterações aguda da consciência, recusa alimentar repetida, desidratação, vômitos incoercíveis, inapetência, comprometimento do estado geral e hipotensão arterial. Nos casos graves, devemos estar atentos para a possibilidade aumentada de pneumonia bacteriana (Staphylococcus aureus – caracterizada por infiltrado multilobular confluente, e Streptococcus pneumoniae). Com a publicação de trabalhos sobre Influenza A (H1N1) após a primeira onda (2009), destaca-se que os casos graves evoluem dessa forma rapidamente. Casos mais arrastados que evoluem com gravidade, geralmente estão associados a infecções secundárias. SES/SVS/DIVE 4 Tabela de infecções respiratórias agudas com respectivo CID-10 CID 10 J00 J02.9 J03.9 J04.0 J04.1 J04.2 J06 J10.0 J10.1 J10.8 J11.0 J11.1 J11.8 U04 Agravo Nasofaringite aguda (resfriado comum) Faringite aguda não especificada Amigdalite aguda não especificada Laringite aguda Traqueíte aguda Laringotraqueíte aguda Infecção aguda das vias aéreas superiores de localizações múltiplas e não especificadas Influenza com pneumonia devido ao vírus da gripe identificado Influenza com outras manifestações respiratórias, devida ao vírus da gripe identificado Influenza com outras manifestações, devida ao vírus da gripe identificado Influenza com pneumonia devida a vírus não identificado Influenza com outras manifestações respiratórias, devida a vírus não identificado Influenza com outras manifestações, devida a vírus não identificado Síndrome Respiratória Aguda Grave NOTIFICAÇÃO E INVESTIGAÇÃO DEVERÃO SER FEITAS APENAS PARA OS PACIENTES INTERNADOS COM SRAG, OS CASOS DE GESTANTES COM SG E SURTOS. 5. EXAMES COMPLEMENTARES O diagnóstico etiológico é realizado através de coleta de material de nasofaringe e extração de material genético do vírus Influenza A (H1N1) linhagem suína pela técnica de rt-PCR em tempo real, idealmente até o 3º dia de sintomas, podendo-se coletar até o 7º dia (vide capítulo específico). A coleta pode ser feita por swab ou aspirado, lembrando-se, nesse último, dos cuidados pelo risco de aerossolização. Em pacientes submetidos a IOT podemos coletar secreção traqueal para realização do exame (aumento da positividade). A coleta de material para diagnóstico viral deve, preferencialmente, ser realizada antes do início do tratamento com Oseltamivir. Atualmente, não é recomendado o uso de teste rápido ou outra metodologia disponível além da PCR, pela baixa sensibilidade e especificidade encontradas nos protocolos de validação. O uso de Imunofluorescência, quando disponível, deve ser restrito para confirmar apenas outras etiologias (VSR, Adenovírus, Influenza B, Parainfluenza 1, 2, 3). O DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO/COLETA DE MATERIAL DE NASOFARINGE FICA RESTRITO A TODOS OS PACIENTES INTERNADOS COM SRAG E OS CASOS DE GESTANTES COM SG, ALÉM DA CONFIRMAÇÃO DE SURTOS. No acompanhamento dos casos de SRAG, deverão ser solicitados exames complementares, com o intuito de avaliar a gravidade e diagnosticar ou descartar outras doenças: Oximetria de pulso e gasometria arterial: importante para detectar alterações sugestivas de injúria pulmonar e classificar os doentes; SES/SVS/DIVE 5 Hemograma; Radiografia de tórax PA e Perfil (deve ser realizado mesmo em gestantes, observando os protocolos dos Serviços de Radiologia); Glicemia; Uréia e creatinina; AST e ALT (TGO e TGP); LDH (funcionará como marcador de injúria pulmonar precoce); CPK (elevação é preditor de gravidade) Lactato venoso; Eletrólitos (sódio, potássio e magnésio); TAP e TTPa; Proteína C reativa; Hemocultura e cultura de outro foco suspeito; Urocultura (especialmente em gestantes); Teste de gravidez em mulheres em idade fértil. Alguns exames podem ser repetidos, a critério clínico, no decorrer da evolução do quadro, sendo que em pacientes graves, o intervalo será menor. Podemos observar no hemograma dos pacientes com infecção pelo Influenza leucocitose ou leucopenia , neutropenia. A radiografia de tórax pode evidenciar infiltrado intersticial localizado ou difuso ou presença de área de condensação. DEVEMOS DAR ATENÇÃO ESPECIAL AOS PACIENTES QUE APRESENTAREM QUADRO CLÍNICO DE SG, SEM DISPNÉIA, E COM ALTERAÇÕES RADIOLÓGICAS COMPATÍVEIS COM INFECÇÃO POR INFLUENZA. PACIENTES COM ALTERAÇÃO RADIOLÓGICA PRECOCE APRESENTAM UMA TENDÊNCIA DE EVOLUÇÃO PARA FORMAS GRAVES, DEVENDO SER MANEJADAS COMO SRAG, ANTES MESMO DE EVOLUÍREM COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA. NA FALTA DO EXAME COMPLEMENTAR, ATENTAR PARA OS CRITÉRIOS CLÍNICOS DE GRAVIDADE, COM INTUITO DE ENCAMINHAR PRECOCEMENTE. 6. TRATAMENTO A infecção por Influenza é, em geral, benigna e auto-limitada, não necessitando de tratamento específico. O paciente acometido deve receber orientações gerais sobre contenção da doença (medidas de higiene/etiqueta da tosse), orientações sobre hidratação oral adequada e alimentação (dieta conforme a aceitação, sem indicação de restrição alimentar, porém evitando excessos), bem como de retorno aos Serviços de Saúde em caso de piora clínica ou aparecimento dos sinais de alerta. Devem ser prescritos medicamentos sintomáticos (analgésicos, antitérmicos, descongestionantes), de acordo com a avaliação clínica individualizada, evitando-se o uso de salicilatos, sobretudo em menores de 18 anos, pela possibilidade da Síndrome de Reye (doença rara, porém grave, caracterizada por encefalopatia metabólica progressiva, com edema cerebral e hipertensão intracraniana – com cefaléia, vômitos e irritabilidade evoluindo para alteração do nível de consciência e coma – e esteatose SES/SVS/DIVE 6 hepática microvesicular com insuficiência hepática, desencadeada após uma infecção viral tratada com salicilatos). Em caso de broncoespasmo, indica-se o uso de medicamentos inalatórios com espaçador, contra indicando-se a nebulização, pois a mesma aumenta o risco de transmissão (aerossolização). Não utilizar corticóide como medicação rotineira, exceto em broncoespasmo refratário. Salientamos que, de acordo com as orientações do Ministério da Saúde (MS), as indicações de uso de antivirais (Oseltamivir) contidas neste protocolo se baseiam: na bula do medicamento, conforme seu registro na ANVISA, nas recomendações da OMS, na evidência científica robusta relacionada ao uso racional do medicamento (uso terapêutico e prevenção de resistência medicamentosa) na gripe sazonal, e nas evidências disponíveis, até o momento, para o vírus Influenza A (H1N1) linhagem suína. Prescrição e dispensação não previstas neste protocolo ficam sob a responsabilidade conjunta do médico responsável pela prescrição e da autoridade de saúde local. O uso indiscriminado pode induzir resistência. a. ANTIVIRAL O tratamento antiviral rotineiramente disponibilizado pelo MS é o Oseltamivir (Tamiflu®), um inibidor da neuraminidase (enzima viral que cliva os receptores que prendem o vírus à superfície da célula hospedeira), interferindo com a liberação de novos vírus a partir das células infectadas, fato que previne o acometimento de novas células do trato respiratório, evitando a disseminação da infecção. Como o pico de replicação viral ocorre 24-72 horas após o início dos sintomas, o uso do medicamento deve ser o mais precoce possível. O uso após as primeiras 48 horas de sintomas só deve ser admitido em situações especiais. DEVEM RECEBER OSELTAMIVIR TODOS OS PACIENTES COM SRAG E OS PACIENTES COM SG E FATORES DE RISCO: crianças com idade entre 1 e 2 anos; adultos com mais de 60 anos; gestantes; obesos com índice de massa corpórea maior que 35 (crianças com IMC acima do percentil 95); imunossuprimidos (infecção pelo HIV, transplantados, pessoas em uso de medicamentos imunossupressores, portadores de Síndrome de Down, crianças usuárias crônicas de salicilatos); adultos e crianças portadores de doenças crônicas como diabetes, cardiopatias, pneumopatias, hepatopatias, doenças neuromusculares, hematológicas e metabólicas; indígenas (população aldeiada). Profissionais da saúde que tiveram exposição ao vírus (principalmente em procedimentos de laboratório ou de assistência com produção de aerossol), sem o uso adequado de Equipamento de Proteção Individual (EPI), devem ser avaliados para a indicação de quimioprofilaxia com Oseltamivir. A VACINAÇÃO PRÉVIA PARA INFLUENZA PANDÊMICA H1N1 2009 NÃO CONTRA-INDICA O TRATAMENTO COM ANTIVIRAIS ESPECÍFICOS. SES/SVS/DIVE 7 Apresentações do Oseltamivir Tamiflu® Roche Cápsula de 75 mg Suspensão com 12mg/mL Cápsula de 30 mg Cápsula de 45 mg Cápsula de 75 mg Suspensão com 15 mg/mL Oseltamivir Farmanguinhos Suspensão Manipulada de Oseltamivir O laboratório produtor orienta que o pó para suspensão oral (frasco com 30g) seja reconstituído com 52 mL de água filtrada ou fervida, ficando com uma concentração final de 12 mg/mL - validade após reconstituição a 25o C é de 10 dias e sob refrigeração de até 17 dias. Atentar para a diferença de concentração para a Suspensão Manipulada (15 mg/mL), e que tem validade de 3 semanas se armazenado até 25º C e 6 semanas sob refrigeração. Em casos especiais, na falta da suspensão oral, as cápsulas (de acordo com a dosagem recomendada por peso) podem ser abertas e o pó misturado por 2 minutos, até obter uma suspensão homogênea, com líquidos como água, calda de chocolate, mel (apenas para crianças com 2 anos de idade ou mais velhas), açúcar mascavo ou refinado dissolvido em água, cobertura de sobremesas, leite condensado, calda de frutas ou iogurte - para mascarar o sabor amargo - (volume aproximado de 5 mL – colher de chá). Utilizar imediatamente. Orientar para os cuidados de higiene no preparo. Indicação de Tratamento com Oseltamivir: SRAG Pacientes com SRAG devem receber Oseltamivir nas primeiras 48 horas de sintomas, e após, nas situações especiais Síndrome Gripal Pacientes com SG e fatores de risco devem receber Oseltamivir nas primeiras 48 horas de sintomas Profilaxia Profissionais da saúde com exposição profissional sem o EPI adequado devem ser avaliados para a profilaxia com Oseltamivir, que deve ser iniciada no máximo 48 horas após o último contato Dosagem Terapêutica do Oseltamivir Adultos 1 cp de 75 mg de 12/12 H por 5 dias Crianças maiores de 12 meses ≤ 15 kg Entre 15 e 23 kg Entre 23 e 40 kg > 40 kg 30 45 60 75 Crianças menores de 12 meses (3 mg/kg/dose) < 3 meses 3 a 5 meses 6 a 11 meses 12 mg de 12/12 H por 5 dias 20 mg de 12/12 H por 5 dias 25 mg de 12/12 H por 5 dias SES/SVS/DIVE mg mg mg mg de de de de 12/12 12/12 12/12 12/12 H H H H por por por por 5 5 5 5 dias dias dias dias 8 Dosagem Profilática do Oseltamivir Adultos 1 cp de 75 mg ao dia por 10 dias Crianças maiores de 12 meses ≤ 15 kg Entre 15 e 23 kg Entre 23 e 40 kg > 40 kg 30 45 60 75 Crianças menores de 12 meses (3 mg/kg/dia) < 3 meses 3 a 5 meses 6 a 11 meses NÃO RECOMENDADO 20 mg ao dia por 10 dias 25 mg ao dia por 10 dias mg mg mg mg ao ao ao ao dia dia dia dia por por por por 10 10 10 10 dias dias dias dias A segurança no uso em crianças com menos de 1 ano não está estabelecida. Estudos em animais jovens evidenciam uma alta concentração na droga em SNC, talvez pela barreira sanguínea cerebral imatura, podendo levar ao óbito. O uso nessa situação deve ser baseado em análise clínica criteriosa, ponderando-se o risco-benefício. Para crianças de 1 a 12 anos, deve-se utilizar a dose por peso. Ainda temos muita controvérsia no uso de inibidores da neuraminidase em crianças. Uma revisão com meta-análise publicada pelo British Medical Journal em agosto de 2009, com estudos baseados em Influenza Sazonal, tem como conclusão que o uso destes medicamentos na população pediátrica traz poucos benefícios, diminuindo o tempo de doença e a transmissão domiciliar, com mínimo efeito em exacerbação de asma ou na redução do uso de antibióticos. Os efeitos na incidência das formas graves não foram estabelecidos. Em artigo de revisão publicado no Canadian Family Physician, de dezembro de 2009, relata-se efetividade com uso de Oseltamivir na redução na duração dos sintomas em 36 horas, uma redução de 53% no risco ajustado de pneumonia, 39% no risco ajustado para otite média e 28% no risco ajustado de doença respiratória. Por outro lado, alguns autores advogam que o benefício seria suplantado pelos efeitos colaterais, sobretudo gastrintestinais, levando a desidratação e piora clínica pelos vômitos associados ao uso de Oseltamivir. Lembramos que a maioria dos estudos disponíveis trata de Influenza Sazonal, sendo poucos realizados com H1N1 de linhagem suína. A prescrição do antiviral para as gestantes deve ser muito criteriosa. Embora as gestantes pertençam a um grupo de alto risco para complicações e morte por Influenza, o Oseltamivir é um medicamento de Categoria de Risco B na Gestação (estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas também não existem estudos controlados em mulheres grávidas; ou aqueles cujos estudos em animais mostraram risco, não confirmado em estudos controlados em gestantes – deve-se pesar o risco-benefício). Fica recomendada a anotação no cartão da gestante que fizer uso do medicamento, com acompanhamento desta até o parto e do RN até 30 dias após o nascimento, buscando evidência de lesão pelo uso da medicação. O uso de Oseltamivir durante a amamentação não esta liberado pelo fabricante, porém alguns estudos demonstram que a passagem do antiviral SES/SVS/DIVE 9 pelo leite materno é mínima, atingindo concentrações muito baixas no lactente. Desta forma, em casos especiais, pode-se utilizar a medicação na lactação, avaliando-se o risco-benefício para a mãe e a criança. Alguns pacientes, devido à condição clínica na qual se encontram, podem apresentar um menor aproveitamento da droga, sugerindo-se o uso de dose dobrada do antiviral: insuficiência respiratória, neutropenia, imunossupressão (incluindo quimioterapia ou uso de corticóide), obesidade grau III, pacientes em uso de nutrição enteral, pacientes com instabilidade hemodinâmica/uso de droga vasoativa (redução da absorção intestinal pela diminuição do fluxo esplâncnico). A dosagem máxima por tomada não deve exceder 150 mg. Em trabalho publicado no Canadian Medical Association Journal em 2010, fica questionada a dosagem dobrada em pacientes com quadro clínico grave e em obesos. Estudos de farmacocinética demonstram quem a dosagem padrão é suficiente, nesses casos, para atingir níveis terapêuticos adequados. Porém, mais estudos são necessários para mudarmos as recomendações, originalmente feitas pela OMS. Em caso de vômitos em período menor que uma hora após a ingestão da medicação, dose suplementar é necessária. Em casos especiais, podemos iniciar o uso de Oseltamivir num período superior a 48 horas, principalmente nas formas graves. Nessas situações, estima-se que a persistência do vírus nos tecidos seja prolongada, fato que justificaria o uso tardio do antiviral, inclusive podendo necessitar de aumento no tempo de tratamento para 7-10 dias, dependendo da evolução do quadro (resposta clínica lenta). Nestes casos, os pacientes devem permanecer em Precaução Respiratória – Gotícula, até o término do tratamento antiviral específico (nas crianças deverá ser extendido até 14 dias, mesmo após o termino do antiviral). Critérios para início tardio de Oseltamivir em Adultos Presença de 1 Critério de Gravidade Critérios de Gravidade Hipotensão: PAD < 60 mmHg ou PAS < 90 mmHg FR > 30 mrm Alteração do sensório Hipotermia Critério para início tardio de Oseltamivir em Crianças Necessidade de Internação em Terapia Intensiva SE FOR AFASTADO O DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO POR VÍRUS INFLUENZA, SUSPENDER O USO DE OSELTAMIVIR. Insuficiência renal: necessário ajuste da dose com redução em 50% nos casos de clearance de creatinina entre 10-30 mL/min (dose terapêutica do SES/SVS/DIVE 10 adulto de 75 mg uma vez ao dia por 5 dias, por exemplo). Para clearance menor que 10 mL/min não dispomos de estudos adequados. Paciente em hemodiálise receberão apenas 30 mg, após cada sessão. Pacientes em diálise peritoneal deverão receber apenas 30 mg uma vez por semana. Insuficiência hepática: Não é necessário ajuste de dose para pacientes que tenham disfunção hepática leve a moderada e que estejam em tratamento ou profilaxia para Influenza. A segurança e farmacocinética em pacientes com disfunção hepática grave não foram estudados. São efeitos colaterais relatados: náuseas, vômitos, diarréia, dor abdominal, tontura, cefaléia, insônia, vertigem, fadiga, rash, urticária, elevação de enzimas hepáticas, convulsão, delírio, tendência a automutilação, colite hemorrágica. Pacientes em Terapia Intensiva, com uso de dose dobrada, parecem ter uma dificuldade maior em sua sedação. Em caso de reação adversa, notificar à ANVISA utilizando o formulário disponível em http://www.anvisa.gov.br/farmacovigilancia/notificadoras/notificacao_prof.pdf , enviando por fax para o número que consta no próprio. O Ministério da Saúde está preparando um estoque de outro antiviral, o Zanamivir (Relenza®), para ser utilizado em caso de resistência ao Oseltamivir. O Zanamivir possui o mesmo mecanismo de ação do Oseltamivir, devendo ser utilizado também precocemente. É de uso inalatório oral (diskhaler – não deve ser utilizado em nebulizadores ou outros aparelhos), sendo a dosagem 5 mg/inalação. Posologia: 2 inalações duas vezes ao dia (20 mg/dia) por 5 dias, sendo recomendado pela bula apenas em maiores de 12 anos de idade e pelo MS para maiores de 7 anos (FDA aprovou para maiores de 7 anos, Austrália recomenda para maiores de 5 anos). A dosagem profilática é 10 mg (2 inalações) uma vez ao dia por 10 dias. Os principais efeitos colaterais descritos são: reação alérgica típica, incluindo edema orofaringeano, broncoespasmo, dispnéia, exantema. Não deve ser utilizado em portadores de pneumopatia crônica, pela possibilidade de broncoespasmo. Indicação de uso do Zanamivir: Tratamento Pacientes sem resposta ao Oseltamivir (quando esse foi introduzido antes de 48 horas) e que estejam em Unidade Hospitalar Pacientes imunossuprimidos que não apresentaram resposta ao tratamento com Oseltamivir Profilaxia Contato próximo (familiar, profissional da saúde) de pacientes infectados com cepa resistente ao Oseltamivir com comprovação em Laboratório de Referência b. DISPENSAÇÃO DO ANTIVIRAL O medicamento antiviral é fornecido aos Estados pelo Ministério da Saúde. É distribuído pelo Estado aos Municípios. Nos Municípios, de acordo com os protocolos próprios e particularidades locais, o remédio será disponibilizado aos pacientes (consultar Vigilância Epidemiológica Municipal). Para a SES/SVS/DIVE 11 retirada do medicamento, devemos preencher carbonado (Receituário C) com os seguintes dados: Nome completo do paciente; Idade; Endereço do paciente; Data do início dos sintomas; Nome do medicamento; Dosagem; Qual o fator de risco que justifica a indicação; Assinatura e carimbo com CRM do médico; Data da prescrição. receituário branco De acordo com a Portaria N. 367 do Ministério da Saúde, de 22 de fevereiro de 2010, o Oseltamivir será disponibilizado à população, dentro dos critério estipulados pelos Protocolos, também através do Programa Farmácia Popular do Brasil, sendo necessário prescrição em receituário branco carbonado de retenção (Receituário C). c. INFECÇÕES PULMONARES BACTERIANAS SECUNDÁRIAS Devido à presença de infecções bacterianas secundárias, sobretudo pulmonares, com maior gravidade do quadro, o profissional que atende os pacientes com SG e SRAG deve estar atento para o diagnóstico e tratamento dessas. Sugerimos alguns esquemas terapêuticos para Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC), BASEADOS nas recomendações da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Sociedade Brasileira de Pediatria. Pacientes internados há mais de 72 horas ou em ventilação mecânica devem ser avaliados e tratados como Pneumonia Hospitalar, utilizando-se antimicrobianos com espectro de cobertura para germes gram-negativos, ou de acordo com o perfil microbiológico da Instituição (orientação pelo SCIH). Terapia Antimicrobiana para PAC Grave – Adultos Antibiótico Amoxacilina + Clavulanato ou Ampicilina + Sulbactam ou Ceftriaxona ASSOCIADOS A MACROLÍDEOS Azitromicina ou Claritromicina ALERGIA ÀS PENICILINAS Levofloxacino (sem macrolídeo associado) Dosagem 1 gramas IV de 8/8 horas 1,5-3,0 gramas IV de 6/6 horas 2 gramas IV de 1X/dia 500 mg IV 1X/dia 500 mg IV de 12/12 horas 750 mg IV 1X/dia Pacientes Institucionalizados, DPOC, bronquiectásicos, previamente internados (< 6meses) – Avaliar cobertura para Pseudomonas com Piperacilina-Tazobactam 4,5 gramas IV de 6/6 horas O tempo de tratamento deve ser definido com a evolução clínica, num mínimo de cinco dias, observando-se a resposta terapêutica – melhora SES/SVS/DIVE 12 clínica, e laboratorial, com a parada da febre por pelo menos 48 horas antes do fim da terapia. Nos casos sem indicação de internação ou em caso de melhora clínica, utilizar antibioticoterapia via oral – terapia seqüencial – para alta (Amoxicilina + Clavulanato 500mg de 8/8 H associado à Azitromicina 500mg 1x/dia ou Claritromicina 500mg de 12/12H ou Levofloxacina 500 mg 1cp + 1/2 cp 1x/dia), nos adultos. Nas crianças, utilizar os antibióticos com dosagem por peso, conforme tabela abaixo. Terapia Antimicrobiana para PAC – Crianças até 2 meses Ampicilina Antibiótico Dosagem Vide tabela de dosagem ASSOCIADA COM Aminoglicosídeo ou Cefalosporina de 3ª Geração Vide tabela de dosagem Vide tabela de dosagem Terapia Antimicrobiana para PAC – Crianças até 2 meses Ampicilina (50mg/kg/dose) IGC (semanas) ≤29 30 a 36 37 a 44 ≥45 Gentamicina IGC (semanas) ≤29 30 a 34 ≥35 Amicacina IGC (semanas) ≤29 30 a 34 ≥35 Cefotaxima (50mg/kg/dose) IGC (semanas) ≤29 30 a 36 37 a 44 ≥45 Legenda SES/SVS/DIVE IPN (dias) 0 a 28 > 28 0 a 14 > 14 0a7 >7 TODOS Intervalo (horas) 12 8 12 8 12 8 6 IPN (dias) 0a7 8 a 28 ≥29 0a7 ≥8 TODOS Dose (mg/Kg) 5 4 4 4.5 4 4 Intervalo (horas) 48 36 24 36 24 24 IPN (dias) 0a7 8 a 28 ≥29 0a7 ≥8 TODOS Dose (mg/Kg) 18 15 15 18 15 15 Intervalo (horas) 48 36 24 36 24 24 IPN (dias) 0 a 28 >28 0 a 14 >14 0a7 >7 TODOS Intervalo (horas) 12 8 12 8 12 8 6 IGC: Idade gestacional corrigida IPN: Idade pós-natal 13 Terapia Antimicrobiana para PAC Grave – Crianças maiores de 2 meses Antibiótico Penicilina Cristalina ou Cefuroxima NOS CASOS GRAVES Ceftriaxona ASSOCIADA COM Oxacilina Dosagem 200.000 UI/Kg/dia divididas de 6/6 horas 100-150 mg/Kg/dia divididos de 8/8 50-100 mg/Kg/dia a cada 24 horas 200 mg/Kg/dia divididos de 6/6 horas Terapia Antimicrobiana para PAC – Crianças maiores de 2 meses – Tratamento Ambulatorial Anticrobiano Amoxicilina (VO) Penicilina procaína (IM) Eritromicina (VO) Amoxicilina–Clavulanato (VO) Cefaclor (VO) Cefprozil (VO) Cefuroxima-axetil (VO) Dosagem 50 mg/kg/dia 50.000 UI/kg/dia 50 mg/kg/dia 50 mg/kg/dia 40 mg/kg/dia 30 mg/kg/dia 30 mg/kg/dia Intervalo 12/12 H 12/12 H 6/6 H 12/12 H 12/12 H 12/12 H 12/12 H Duração 7-10 dias 7 dias 14 dias 7-10 dias 7-10 dias 7-10 dias 7-10 dias d. TERAPIA INTENSIVA NO ADULTO I. Indicações de Internação em Terapia Intensiva 1. Instabilidade Hemodinâmica • PAM< 70 mmHg, PAS < 90 mmHg, FC> 90 bpm, diurese < 0,5 ml/kg/h • Necessidade de ressuscitação volêmica e de droga vasoativa 2. Insuficiência Respiratória • • • • • FR > 30 Dispnéia com uso de musculatura respiratória acessória e/ou tiragens e/ou diaforese. Cianose de extremidades SpO2 < 94% com macronebulização acima de 5L/minuto e/ou SpO2 < 90% em ar ambiente Relação PaO2/FiO2 < 300 3. Confusão mental 4. Uréia >50 em pacientes sem insuficiência renal prévia Pacientes com fatores de risco para complicações de Influenza, tais como obesidade, gravidez, imunossupressão, Diabetes Mellitus, cardiopatias graves, insuficiência renal crônica, asma, DPOC e neoplasias, devem ser cuidadosamente monitorados quanto ao desenvolvimento de insuficiências orgânicas. SES/SVS/DIVE 14 II. Manejo da Insuficiência Respiratória: 1. Suplementação de oxigênio com cateter nasal ou máscara de macronebulização ou máscara de Venturi com o objetivo de atingir os seguintes parâmetros: • FR < 25 • SpO2 > 93% com fluxo de oxigênio ofertado < 5L/min ou FiO2 < 0,5 na máscara de Venturi. • Melhora do desconforto respiratório 2. Ventilação Não Invasiva Embora haja evidências da eficácia da ventilação não invasiva em diminuir a necessidade de intubação oro-traqueal, não há segurança na recomendação de seu uso por aumentar a aerossolização de partículas respiratórias, o que poderia levar a um maior risco de transmissão à equipe de saúde. 3. Ventilação Mecânica 3.1 Indicação de intubação • • • • 3.2 • • • • • • • 3.3 Alteração do nível de consciência (Escala de Coma de Glasgow ≤8) SpO2 < 93% (ou < 94% em grávidas) com FiO2 > 50% (fluxo de oxigênio do ar inspirado > 5L/min) Persistência de desconforto respiratório como definido acima. Instabilidade hemodinâmica Iniciação da VM Sedação adequada (Ramsay > 4) Modo Volume Controlado ou Pressão Controlado. FiO2 de 100% com objetivo de atingir níveis menores que 60% nas primeiras 24h após ajustados os níveis de PEEP PEEP de 5 cmH2O com elevação de 2 em 2 cmH2O com finalidade de redução rápida da FiO2. Volume corrente de 6 mL/kg de peso ideal (homens = Altura em cm – 152) x 0,91 + 50 e mulheres = Altura em cm – 152) x 0,92 + 45,5) Pressão Alveolar ou Pressão de Pausa inspiratória < 35 cmH2O com objetivo de mantê-la < 30 cmH2O nas primeiras 24 h Buscar estabilidade hemodinâmica, evitando a hiper-hidratação. Manutenção da VM SES/SVS/DIVE 15 • • • • 3.4 • • • Menor sedação possível para garantir conforto Redução da FiO2 até 40% Redução gradual das pressões (PEEP e Pressão Alveolar) após sinais de estabilidade e/ou melhora respiratória Iniciar modo espontâneo (Pressão de Suporte) assim que possível Reconhecimento de gravidade ou piora respiratória Manutenção de FiO2 > 60% com PEEP ≥ 15 cmH2O. Manutenção de Pressão Alveolar > 35 cmH2O Reconhecimento de aumento de ventilação de espaço morto: ventilação minuto adequada (> 6 a 8 L/min) associado a déficit de troca de CO2 e hipercapnia à gasometria arterial. SE OS SINAIS ACIMA ESTIVEREM PRESENTES, ENTRAR EM CONTATO COM CENTRO DE REFERÊNCIA PARA ORIENTAÇÕES. 3.5 Medidas de resgate de hipoxemia, tais como recrutamento alveolar, posição PRONA e uso de membrana de oxigenação extracorpórea, são medidas de exceção, com necessidade de treinamento adequado da equipe de saúde. Sugerimos buscar orientação no centro de referência. 3.6 Medidas de Prevenção da PAV • • • • • • • Cabeceira elevada > 30 graus Avaliar a sedação diariamente e diminuir sempre que possível Desmame rápido da ventilação após resolução da insuficiência respiratória Uso de higiene oral com clorexidine 1,2% Aspiração de secreção acima do balonete conforme a necessidade com técnica estéril Sistema fechado de aspiração se PEEP > 12 cmH2O Evitar intubação nasotraqueal e. TERAPIA INTENSIVA NA CRIANÇA Riscos de Complicações da Gripe A com Evolução para Gravidade 1. Idade < 5anos, principalmente abaixo 2 anos de idade; 2. Doenças pulmonares crônicas (incluindo asma brônquica e doença pulmonar obstrutiva crônica); 3. Doenças respiratórias crônicas, associadas com deficiência da função pulmonar e/ou dificuldade em lidar com secreções (mucoviscidose etc..); 4. Doenças cardiovasculares (alterações congenitas, miocadiopatias, ICC e coronariopatias); 5. Doenças renais (sindrome nefrótico, insuficiência renal cronica etc); SES/SVS/DIVE 16 6. Doenças hepáticas; 7. Doenças hematológicas (hemoglobinopatias, incluindo anemia falciforme); 8. Distúrbios metabólicos (endócrinas como diabetes mellitus, obesidade, alteração mitocondrial); 9. Desordens neurológicas (cerebrais, medulares, sistema nervoso periférico) e musculares, que podem comprometer a função respiratória ou a manipulação de secreções respiratórias ou ainda aumentar a aspiração, por exemplo: deficiência mental, paralisia cerebral, lesões da medula espinhal, distúrbios da deglutição ou outros distúrbios neuromusculares); 10. Epilepsia; 11. Paralisia cerebral, especialmente quando acompanhado por deficiência de desenvolvimento neuropsiquicomotor; 12. Desordens Neuromusculares (por exemplo, Distrofia muscular), especialmente quando associada a deterioração da função respiratória; 13. Alterações ou injurias cérebrais ou medulo espinais; 14. Crianças dependentes de suporte ventilátório/oxigenioterapia (por exemplo: oxigênio, traqueostomia e/ou ventilação artificial); 15. Deficiência mental moderada a profunda (retardo mental) ou atraso de desenvolvimento, especialmente quando associada com fatores acima descritos; 16. Deficiências na função imunológica ou condições que necessitam de medicamentos ou tratamentos (por exemplo, certos tratamentos de câncer, HIV, uso crônico de esteróides, LES, transplantados, infecção) que resultam em deficiências significativas da imunidade; 17. Terapia crônica com aspirina; 18. Gestante adolescente; 19. Obesidade; Obs: Mesmo crianças não pertencentes aos grupos com fatores de risco para complicações, mas que evoluem com sintomas indicativos de gravidade, devem ser manejados com cuidado. Sintomas iniciais e sinais de complicação que indicam maior risco morte • Febre superior a 38º, com difícil controle com antitérmicos; • Tosse e coriza; • Dor de garganta; • Fadiga, mialgia , artralgia; • Apatia e hipoatividade (não consegue acordar ou interagir como de costume letargia sonolência excessiva, diminuição significativa no nível de atividade e/ou diminuição de status mental); • Irritabilidade; • Anorexia importante; • Dor no peito ou no abdômen (para crianças que podem relatar); • Tonturas e dor de cabeça forte; • Piora do quadro da gripe após os sintomas estaren ausentes por um dia; • Desidratação, devido a vômitos persistentes e incoersíveis, acompanhada ou não de diarréia; • Sinusites, otites, asma; • Pneumonia (infecção secundária); SES/SVS/DIVE 17 • • • • • • • • • Insuficiência respiratória com taquidispneia (respiração rápida com dificuldade e tiragens generalizadas, angústia respiratória, batimentos de asa de nariz; Palidez; Cianose com SaO2 ≤ 92% em ar ambiente; Alterações laboratoriais: leucocitose, leucopenia, neutrofilia, linfopenia, LDH e CPK elevadas; Radiografia de tórax: infiltrado intersticial localizado ou difuso ou presença de área de condensação; Miocardites Pericardites; Miosite ou rabdomiolise; Insuficiencia renal aguda com oligoanuria (pré-renal ou necrose tubular aguda); Alterações neurológicas (convulsões, encefalites). O MAIOR RISCO DE MORTE OCORRE NOS PACIENTES QUE EVOLUEM PARA DISFUNÇÃO ORGÂNICA. Critérios para a definição de Disfunção Orgânica em Pediatria 1-Disfunção cardiovascular (Instabilidade hemodinâmica) • Hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente para cada idade, apesar da infusão intravenosa de líquidos isotônicos em bolus (≥ 40 ml/kg em 1 hora); • Necessidade de drogas vasoativas para manter a PA na faixa normal (dopamina > 5 mcg/kg/min ou dobutamina, adrenalina ou noradrenalina em qualquer dose); • Perfusão diminuída: Cérebro (alteração da consciência, sonolência, irritabilidade) Rins - Oligúria: débito urinário < 0,5 ml/kg/h Pele - Enchimento capilar lentificado: > 5 seg Hipotermia (com diferença entre a temperatura central e periférica > 3º C Palidez, Sudorese e cianose de extremidades • Acidose metabólica inexplicável: déficit de bases > 5,0 mEq/L • Aumento do lactato arterial > 2x o limite superior da normalidade 2- Disfunção Respiratória Lesão Pulmonar Aguda (LPA) / Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) • Raios-X de tórax - infiltrado pulmonar bilateral, com ausência de evidências de hipertensão atrial esquerda, • Hipoxemia arterial grave não responsiva à oxigenoterapia (relação Pao2/fio2 ≤ 200 mmHg para SDRA e PaO2/Fio2 ≤ 300 mmHg para LPA) • PaCo2 > 65 mmHg ou 20 mmHg acima do paCo2 basal • Necessidade de ventilação mecânica não-invasiva ou invasiva não eletiva SES/SVS/DIVE 18 3- Neurológica • Escala de coma de Glasgow ≤ 11 4- Hematológica • Contagem de plaquetas < 80.000/mm3 • INR > 2 5- Renal • Creatinina sérica ≥ 2x acima do limite superior da normalidade para a idade 6- Hepática • Bilirrubina total ≥ 4 mg/dl (não aplicável para recém-nascidos) • TGO 2x acima do limite superior da normalidade para a idade Limites para Frequência Cardíaca (FC) e Pressão Arterial Sistólica (PAS) de acordo com a faixa etária Idade < que 1 semana 1 semana a 1 mês 1 mês a 1 ano 2-5 anos 6-12 anos 13-18 anos FC - Taquicardia > 180 bpm > 180 bpm > 180 bpm > 140 bpm > 130 bpm > 110 bpm FC - Bradicardia < 100 bpm < 100 bpm < 90 bpm N/A N/A N/A PAS (Hipotensão) < 59 mmHG < 79 mmHG < 75 mmHG <74 mmHG < 83 mmHG < 90 mmHG Regra prática para cálculo da Pressão Arterial Sistólica em Crianças < 1 mês 1 mês a 1 ano Maiores que 1 ano 60 bpm 70 bpm 70 + (2 X idade) bpm Oxigenioterapia Todos pacientes com taquidispnéia e SaO2 ≤ 92% em ar ambiente devem iniciar usando máscaras faciais não reinalantes e com reservatório de O2 (10 L/min) Ventilação Não-Invasiva com Pressão Positiva (VNIPP): Pode ser indicada para os pacientes com LPA, evitando-se retardar a entubação em pacientes que evoluem rapidamente para SDRA. Deve-se lembrar aqui do risco de aerossolização desse procedimento, devendo ser realizado apenas em ambientes adequados (isolamento). Ventilação Pulmonar Mecânica: Nos pacientes com critério diagnóstico de SDRA, deve-se utilizar ventilação protetora com critérios: • Volume corrente para valores ≤ 6 ml/kg; • Limitar pressão de platô em 30 cm H2O; • Fração inspirada de oxigênio (FiO2) mantendo sempre que possível < 60% (tolerando saturações entre 85 e 90%); • Hipercapnia permissiva com o objetivo de não piorar a lesão pulmonar. • PEEP - Pressão positiva ao final da expiração no manejo da LPA/SDRA deverá ser sempre utilizada com o intuito de prevenir lesão alveolar e SES/SVS/DIVE 19 minimizar a lesão pulmonar associada ao uso de altas concentrações de oxigênio. Seleção de PEEP de acordo com a FiO2 FiO2 PEEP 0,3 5 0,4 5-8 0,5 8-10 0,6 10 0,7 10-14 0,8 14 0,9 14-18 1 18-20 Posição PRONA deve ser considerada em pacientes que necessitem de FiO2 ≥ 60%, PEEP ≥10 para manter SaO2 ≥90%; Ventilação Oscilatória de Alta Freqüência (VOAF) Indicado quando a ventilação convencional protetora falhou ou quando há necessidade do uso de parâmetros lesivos para os pulmões (FiO2 > 0,6 ou pico de pressão >34 cmH2O). Lembrar que a utilização precoce parece ser mais benéfica do que quando tardia; Manobras de recrutamento alveolar Parece haver benefício quanto à melhora da oxigenação em situações de perda de PEEP, atelectasia, uso de FiO2 elevada e hipoxemia refratária (quando houver necessidade de FiO2 acima de 40% para obter SaO2 de 90% a 95%). Surfactante Pode ser usado em pacientes com LPA/SDRA. Os dados ainda não são conclusivos para crianças. Óxido Nítrico Inalatório esta indicado nos casos de hipertensão pulmonar que pode estar presente nos casos de LPA/SDRA levando a efeitos benéficos sobre a oxigenação de forma aguda e sustentada, sem, no entanto, reduzir mortalidade. Corticoterapia Na fase aguda, altas doses de corticóide estão contra indicadas. Apenas pode ser considerado em baixas doses nos casos de choques refratários. E outra indicação seria nos pacientes com SDRA após sete dias de inicio de doença levando a diminuir a fase de fibrose pulmonar. Abordagem da Disfunção Cardiovascular Fluidoterapia Nos pacientes com hipotensão e/ou com sinais de choque, bolus de SF 20 mL/kg de 20 em 20 minutos até no máximo 80 ml/kg em 1 hora. Mas após a fase de instabilidade hemodinâmica, deve-se cuidar com excesso de volume nos dias posteriores (nos casos de LPA/SDRA), pois observou-se efeito benéfico em manter o paciente com balanço hídrico negativo; Drogas Vasoativas Dopamina – na dose acima de 5 microgramas/kg/min, tem efeito vasoconstrictor, cronotrópico e inotrópico positivo ; Noradrenalina – na dose de 0,1 a 0,3 microgramas/kg/min, tem mais efeito vasoconstrictor; Adrenalina – na dose 1 a 0,3 microgramas/kg/min, tem efeito vasoconstrictor, cronotrópico e inotrópico positivo; Dobutamina – 5 a 20 microgramas/kg/ min, tem efeito inotrópico positivo; Milrinona – 0,1-1micrograma\kg\min, tem efeito inotrópica e vasodilatadora sistêmica e pulmonar. SES/SVS/DIVE 20 O tratamento visa alcançar - PAM > 65 mmHg - SVO2 > 70% - Lactato < 2 mmol/L - Diurese acima de 1ml/Kg/H 7. CUIDADOS EM GRUPOS ESPECIAIS a. GESTANTES A avaliação dos dados epidemiológicos de Influenza A (H1N1) no mundo e no Brasil demonstraram a gestação como fator de risco importante para agravamento. Ao se atender gestante, deve-se ficar atento à presença de comorbidades, elevando o risco. Programar reavaliações periódicas, tentando triar precocemente sinais de alerta para agravamento. Atentar para que a febre na gestante, principalmente no primeiro trimestre, pode levar a distúrbio do fechamento do tubo neural. Portanto, utilizar antitérmicos adequados e orientar bem quanto a necessidade de retorno ao serviço de saúde se piora do quadro gripal. Caso a gestante com SG apresente alguma queixa obstétrica (sangramento genital, rotura de membranas ovulares, trabalho de parto), deve ser encaminhada, imediatamente após a avaliação clínica, para consulta especializada com a obstetrícia, bem como todas as gestantes internadas. b. CRIANÇAS MENORES DE 2 ANOS Atentar em crianças pequenas para a dificuldade no diagnóstico clínico, sendo que estas podem apresentar como sintoma de SG letargia, podendo não ter tosse e febre. Crianças dessa faixa etária com comorbidades devem receber atenção especial, preferencialmente realizando exames complementares para diagnóstico precoce de complicações. c. PORTADORES DE DOENÇAS CRÔNICAS Pacientes portadores de doenças crônicas também devem receber atenção especial, sendo monitorados pela equipe de saúde para encaminhamento precoce para serviço especializado em caso de sinais de complicação. Atentar especialmente para cardiopatas e pneumopatas que, pela menor reserva cardiorrespiratória, evoluem com formas mais graves. d. NEUTROPÊNICO FEBRIL Em pacientes neutropênicos febris (tanto adultos quanto crianças), no período entre abril e setembro (período aproximado de aumento na circulação do vírus Influenza), devemos avaliar a terapia com Oseltamivir, mesmo em doentes sem sintomatologia de SG (pela neutropenia, podem ser oligossintomáticos). Tal recomendação ainda está em análise e necessita de mais estudos comprovando a eficácia. SES/SVS/DIVE 21 8. TRANSPORTE DE PACIENTES GRAVES E REGULAÇÃO DE LEITOS A partir de 10/08/2009, com a Portaria Número 835, a Secretaria de Estado da Saúde implantou a Central Estadual de Regulação de Leitos de Terapia Intensiva (Adulto, Pediátrico e Neonatal). Segundo a Portaria, “o profissional médico com necessidade de Leito de UTI se reportará a Central de Regulação do SAMU através do telefone 192 informando os dados clínicos do paciente, sendo este responsável, dentro das limitações da sua unidade de saúde, pela estabilização do paciente até a remoção do mesmo. Este contato deverá ser obrigatoriamente de médico para médico”. A equipe da Regulação através da Regulação Estadual e da Central de Leitos, nos casos de pacientes graves, ajudará na localização do leito adequado, bem como providenciará o transporte. Atentar para que as remoções entre as Unidades de Saúde seguem as normativas de transporte de pacientes, devendo ser em veículo adequado para transporte de doente crítico, quando for o caso (SAMU). Ao realizarmos o transporte de pacientes com Influenza, devemos atentar para os cuidados de limpeza com as viaturas. Os serviços de remoção das Unidades de Saúde devem estabelecer rotina específica para desinfecção após o transporte. 9. TELEFONES ÚTEIS Superintendência dos Hospitais Públicos Estaduais – SES: (48) 3221-2082 Diretoria de Vigilância Epidemiológica – DIVE: (48) 3221-8400 DIVE – GEVIM – Setor de Influenza: (48) 3221-8476/8446 DIVE – Sobreaviso: (48) 8843-9974 LACEN: (48) 3251-7800 SAMU: 192 Hospital Nereu Ramos: (48) 3216-9300 Núcleo Hospitalar de Epidemiologia – HNR: (48) 3216-9418 Hospital Infantil Joana de Gusmão: (48) 3251-9000 Núcleo Hospital de Epidemiologia – HIJG: (48) 3251-9014 10. REFERÊNCIAS AMIB. "Recomendações para o Reconhecimento e Abordagem do Recém-nascido, da Criança e do Adolescente com Doença Grave causada pelo Vírus Influenza A H1N1". O documento é resultado das discussões dos Membros dos Comitês Científicos da AMIB e da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) após reunião ocorrida no dia 17 de agosto, na sede da AMIB. Grupo de Trabalho AMIB/SBP Coordenador: Sérgio d´Abreu Gama Participantes: Arnaldo Prata Barbosa, Felipe Cabral, Hélio S Queiroz Filho, Jefferson Pedro Piva, José Oliva Proença Filho, Marcos A Jannuzzi de Oliveira, Paulo de Jesus Hartmann Nader, Paulo Ramos David João, Pedro Celiny R Garcia, Renato Soibelmann Procianoy, Werther Brunow de Carvalho. São Paulo Agosto de 2009 Ariano RE et al. Enteric absorption and pharmacokinetics of oseltamivir in critically ill patients with pandemic (H1N1) Influenza. CMAJ 2010:182(4); 357-63. SES/SVS/DIVE 22 Brasil. Ministério da Saúde. PROTOCOLO DE MANEJO CLÍNICO DE SRAG E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA INFLUENZA PANDÊMICA (H1N1) 2009. Versão IV - Preliminar. Brasília, MS. 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza. 2005. Center for Deseases Control (CDC). Update interim recommendations for the use of antiviral medications in the treatment and prevention of Influenza for the 20092010 season. Atlanta; December 7,2009. CDC. Influenza Season Triage Algorithm for Children (≤18 years) With Influenza-Like Illness. American Academy Pediatrics and CDC 2009-2010. CDC. Recommendations for Use of Antiviral Medications for the Management of Influenza in Children and Adolescent for the 2009-2010 Season Pediatric Supplement for Health Care Providers. CDC. Center for Diseases Control. Interim Guidance on Antiviral Recommendations for Patients with Novel Influenza A (H1N1) Virus Infection and Their Close Contacts. Atlanta. 2009. Duarte PAD et al. Pacientes com infecção por vírus A (H1N1) admitidos em unidades de terapia intensiva do Estado do Paraná, Brasil. Rev Brás Ter Intensiva 2009; 21(3):231-6. Goldstein B, Giroir B, Randolph A. International pediatric sepsis consensus conference: definitions for sepsis and organ dysfunction in pediatrics. Pediatr Crit Care Med 2005; 6(1):2-8. Jain Seema et al. Hospitalized Patients with 2009 H1N1 Influenza in the United States, April-June 2009. NEJM 2009;361;20. Jamieson B, Jain R, Carleton B, Goldman R. Use of oseltamivir in children. Canadian Family Physician 2009:55;1199-1201. Kumar A, Zarychanski R, Pinto R et al. Critically Ill Patients With 2009 Influenza A (H1N1) Infection in Canada. JAMA 2009:302(17);1872-9. Laboratório GSK. Relenza®. Bula do medicamento. Laboratório Roche. Tamiflu®. Bula do medicamento. Mauad T et al. Lung pathology in fatal novel human Influenza A (H1N1) infection. Am J Respir Crit Care Med. 2010 Jan 1; 181(1):72-9. Moscona A. Neuraminidase Inhibitors for Influenza. NEJM 2005, 353;13. Organização Mundial da Saúde. Boletim Informativo da OMS sobre produtos farmacêuticos. No 1. Genebra, OMS. 2004. Rello J et al. Intensive care adult patients with severe respiratory failure caused by Influenza A (H1N1)v in Spain. Critical Care 2009;13:R148. Rio de Janeiro. Secretaria Municipal e Estadual de Saúde e Defesa Civil. Protocolos Influenza. Diagnóstico e Tratamento. Medidas de prevenção para os serviços de saúde. Versão 3.0. 17 de agosto de 2009. Shun-Shin M, Thompson M, Heneghan C, Perera R, Hamdem A, Mant D. Neuraminidase inhibitors for treatment and prophylaxis of influenza in children: systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. BMJ 2009;339:b3172. Sociedade Brasileira de Pediatria. Recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria para Antibioticoterapia de Crianças e Adolescentes com Pneumonia Comunitária. 2002. Tanaka T, Nakajima K, Murashima A, Garcia-Bournissen F, Koren G, Ito S. Safety of neuraminidase inhibitors against novel influenza A (H1N1) in pregnant and breastfeeding women. CMAJ 2009:181;1-2. Universidade de São Paulo. Hospital das Clínicas. Recomendações para o Manejo de Pacientes com Infecção pelo Vírus Influenza A (H1N1). 2009. Yeh E et al. Preferential Lower Respiratory Tract Infection in Swine-Origin 2009 A(H1N1) Influenza. CID 2010:50;391-4. Zarychanski R, Stuart TL, Kumar A, Doucette S, Elliott L, Kettner J, Plummer F. Correlates of severe disease in patients with 2009 pandemic influenza (H1N1) virus infection. CMAJ 2010. Early release at www.cmaj.ca SES/SVS/DIVE 23 11. GRUPO TÉCNICO 12. Coordenador: Fábio Gaudenzi de Faria – Médico Infectologista (HNR/DIVE/SES) Colaboradores: Camilo Fernandes – Médico Pneumologista (HNR/SES/UNISUL) Cristina Machado Pires – Médica Intensivista (SAMU/SES) Eliane V. de Araújo – Médica Pediatra (HIJG/SES) Israel Maia da Silva – Médico Pneumologista e Intensivista (HNR/SES) Ivete Yoshiko Masukawa – Médica Infectologista (HNR/SES/HU-UFSC) Lara Kretzer – Médica Intensivista (HNR/SES/HU-UFSC) Lígia Francisco – Médica Intensivista Pediatra (HIJG/SES) Marcos Paulo Guchert – Médico Infectologista Pediatra (HIJG/HRSJ-HMG/SES) Mariângela Pimentel Pincelli – Médica Pneumologista e Intensivista (HNR/SES/UFSC) Silvia Cristina de Carvalho Flôres – Médica Infectologista (HNR/SES/SBI-SC) Sônia Ferraz de Andrade – Médica Intensivista Pediatra (HIJG/SES) Valter Rótolo da Costa Araújo – Médico Infectologista (HGCR/SES/UNISUL) FLUXOGRAMAS DE ATENDIMENTO E ANEXOS SES/SVS/DIVE 24 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA PACIENTE COM SINTOMAS GRIPAIS: TOSSE, FEBRE, ASTENIA, CORIZA, RINORRÉIA ACOLHIMENTO: OEFERECER MÁSCARA CIRÚRGICA E ORIENTAÇÕES DE ETIQUETA DA TOSSE AVALIAÇÃO CLÍNICA PRESENÇA DE SINAIS DE ALERTA: Avaliação em adultos - Alteração do nível de consciência, sonolência, convulsão - Freqüência Respiratória > 30 IRPM - PA diastólica < 60 mmHg ou PA sistólica < 90 mmHg - Idade > 60 anos de idade Avaliação em crianças - Cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal - Taquipnéia: 2 meses a menor de 1 ano (>50 IRPM); 1 a 5 anos (>40 IRPM) - Toxemia/Estado geral comprometido - Sonolência, convulsões, letargia - Ausência de ingestão de líquidos, desidratação, vômitos, inapetência - Dificuldades familiares em medicar e observar cuidadosamente SIM NÃO ESTABILIZAR O PACIENTE ENCAMINHAR IMEDIATAMENTE AO SERVIÇO ESPECIALIZADO FATORES DE RISCO SIM INICIAR OSELTAMIVIR (SE < 48 HORAS DE SINTOMAS) ORIENTAÇÕES GERAIS E SOBRE SINAIS DE ALERTA SINTOMÁTICOS EM CASO DE DÚVIDA, ENCAMINHAR PARA SERVIÇO ESPECIALZIADO PARA AVALIAÇÃO PROGRAMAR REAVALIAÇÃO SES/SVS/DIVE NÃO ORIENTAÇÕES GERAIS E SOBRE SINAIS DE ALERTA SINTOMÁTICOS PROGRAMAR REAVALIAÇÃO OBS: Das formas leves, apenas Gestantes com SG e surtos devem ser notificados, preenchendo-se a Ficha de Investigação, além da coleta de material para rt-PCT 25 FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO Paciente com febre > 38º C, tosse e dispnéia REALIZAR EXAME CLÍNICO, RX DE TÓRAX, GASOMETRIA ARTERIAL OU OXIMETRIA, HEMOGRAMA, LDH Leucocitose ou leucopenia ou saturação < 92% em ar ambiente ou RX de tórax com infiltrado ou consolidação ou aumento do LDH. SIM NÃO Melhora da dispnéia após observação clínica SIM NÃO Alta com monitoramento ambulatorial, pela Unidade Local de Saúde Atenção para Síndrome Gripal com fator de risco – avaliar indicação de Oseltamivir SES/SVS/DIVE Internação hospitalar: Notificar SRAG e Investigar – Ficha Influenza – coletar material de nasofaringe p/ rt-PCR H1N1, uréia, creatinina, ALT, AST, bilirrubinas, CPK, TAP, KPTT, proteína C reativa, eletrólitos, lactato, glicose, hemoculturas (2 amostras) e urocultura em gestantes. Monitorar sinais vitais de 2/2 horas. Atentar para sinais de gravidade e início precoce de protocolo de sepsis Iniciar Oseltamivir se início dos sintomas ≤ 48H. Considerar antibioticoterapia para pneumonia comunitária, se escarro purulento e/ou alteração radiológica sugestiva. Hidratação intravenosa + sintomáticos. Oxigenoterapia se saturação de O2 ≤ 92%. 26 CARTÃO DE ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL DE SG SES/SVS/DIVE 27