UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO SERVIÇO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ADMINISTRAÇÃO MARÍLIA BARBOSA FERNANDES ESTRATÉGIAS DE RETENÇÃO E FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES UTILIZADAS PELAS OPERADORAS DE TELEFONIA MÓVEL NA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ÁREA: MARKETING DE SERVIÇO João Pessoa – PB 2010 MARÍLIA BARBOSA FERNANDES ESTRATÉGIAS DE RETENÇÃO E FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES UTILIZADAS PELAS OPERADORAS DE TELEFONIA MÓVEL NA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS Monografia apresentada a Coordenação do Serviço de Estágio em Administração, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Federal da Paraíba – SESA/CCSA/UFPB, como requisito parcial obrigatório para obtenção do título de Bacharela em Administração. Orientadora: Profª Msc. Nadja Valéria Pinheiro João Pessoa – PB 2010 ESTRATÉGIAS DE RETENÇÃO E FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES UTILIZADAS PELAS OPERADORAS DE TELEFONIA MÓVEL NA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS Data de Aprovação: _____/_____/______. Banca Examinadora: ______________________________________________________ Profª. Msc. Nadja Valéria Orientadora – Universidade Federal da Paraíba ______________________________________________________ Profº. Dr. Rosivaldo de Lima Lucena Universidade Federal da Paraíba ______________________________________________________ Prof Dra. Lucilene Bandeira Universidade Federal da Paraíba DEDICATÓRIA Aos meus pais, Marcos e Philomena. Dedico a vocês como forma de agradecimento por estarem sempre ao meu lado. AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado força para a concretização de mais um sonho. Aos meus pais, Marcos e Philomena, que sempre me apoiaram, me estimularam e juntos contribuíram para que eu pudesse chegar onde estou. Aos meus irmãos, Lilian e Bruno, ao meu namorado, Marcel, e aos meus amigos por toda compreensão e cumplicidade nos momentos difíceis. A toda minha família, em especial a minha avó, Antônia, por sempre acreditar em meu potencial. A todos os professores, pela imensa colaboração na conquista do conhecimento necessário e em especial a minha orientadora professora Nadja Valéria, pela paciência e carinho, e por ter colaborado de forma decisiva para a conclusão deste trabalho. A todos aqueles que de forma direta ou indireta me ajudaram na concretização deste trabalho. Obrigada por terem acreditado no meu ideal, nos meus sonhos e por estarem sempre a postos para me auxiliar e aliviar todas as minhas aflições. "Estratégia de marketing é uma série de ações integradas que levam a uma vantagem competitiva saudável." (John Scully) RESUMO A cada dia que passa, os usuários do sistema de telefonia móvel se tornam cada vez mais exigentes, por isso as empresas desse segmento utilizam estratégias de marketing com a intenção de satisfazer e fidelizar seus clientes, visto que são evidentes os benefícios que estas trazem para a empresa. Na Paraíba, os usuários do sistema de telefonia móvel dispõem de quatro opções de escolha que são: Oi, Tim, Claro, e Vivo. Essas operadoras competem acirradamente e por isso precisam estar atentas, desenvolvendo práticas de marketing que visam fazer com que os usuários utilizem-nas cada vez mais e mantenham-se fiéis a elas. O objetivo deste trabalho é justamente estudar a percepção que os usuários graduando em Administração da UFPB têm das estratégias de retenção e fidelização utilizadas pelas operadoras de telefonia móvel, que atuam em João Pessoa-PB. Metodologicamente, a pesquisa se caracteriza como sendo um estudo descritivo, de cunho quantitativo. Os resultados da pesquisa indicam que a operadora Oi é a mais utilizada e preferida pelos usuários, devido principalmente às promoções oferecidas pela empresa e ao ótimo nível de satisfação alcançado junto aos clientes. Pode-se afirmar que na opinião dos usuários pesquisados as promoções são o grande diferencial, e que os mesmo já podem ser considerados fiéis, pois 55,30%, maioria dos pesquisados, já são clientes há mais de 36 meses e não pretendem mudar de operadora. Palavras-chave: Marketing de Serviços. Satisfação. Fidelização e Telefonia Móvel. ABSTRACT Every day the mobile phone system service users become more and more demander. Because of this, the companies in this sector are using new marketing strategies to satisfy the clients and increase their fidelity. In Paraíba, four companies are responsible for distributing the mobile phone system service: Oi, Tim, Claro and Vivo. This is a very competitive market. The objective of this work is to study the perception on the strategies of retention and fidelization used by the companies of mobile phone service located in João Pessoa-PB of those who both are students of the Management Course, in Universidade Federal da Paraíba (UFPB), and also clients from one of the mobile phone service companies. The methodology used in this research was an exploratory, descriptive and quantitative study. The results of this research show that Oi is the most utilized and preferred company, due to the sales promotions offered by the company to the clients and the high level of satisfaction acquired by the users. In the users interviewed opinions the sales promotions are the great difference, and they can be already considered loyal to the company, because 55,3%, the major part of the interviewees, are clients for more than 36 months already, and don´t intend to change their company. Keywords: Marketing Services. Satisfaction. Fidelization. Mobile Phone Service. LISTA DE SIGLAS AMPS – Advanced Mobile Phone System ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicação CDMA – Code Division Multiple Acess EDGE – Enhanced General Packet Radio Service GPRS – General Packet Radio Service GSM – Global System Mobile ISO – International Standardization Organization RDSI – Rede Digital de Serviços Integrados TDMA – Time Division Multiple Acess UFPB – Universidade Federal da Paraíba WCDMA – Wide-Band Code-Division Multiple Access PROCON – Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: Interface ou proscênio ........................................................................ 19 FIGURA 2: Evolução das gerações de sistemas celulares ................................... 20 FIGURA 3: Evolução das tecnologias de celulares no Brasil ............................... 21 FIGURA 4: Modelo do Balde Furado .................................................................... 27 FIGURA 5: O triângulo do marketing de serviços ................................................. 30 FIGURA 6: Triângulo dos serviços ........................................................................ 33 LISTA DE TABELAS TABELA 01: Gênero dos respondentes 41 TABELA 02: Faixa etária dos respondentes 41 TABELA 03: Turno que os respondentes encontram-se matriculados 42 TABELA 04: Localidade onde residem os respondentes 43 TABELA 05: Operadora utilizada pelos respondentes 43 TABELA 06: Utilização das operadoras pelos respondentes 44 TABELA 07: Utilização das operadoras pelos respondentes 44 TABELA 08: Perfil de utilização dos respondentes 45 TABELA 09: Perfil de utilização de acordo com operadora 46 TABELA 10: Consumo mensal dos respondentes 47 TABELA 11: Consumo mensal dos respondentes 47 TABELA 12: Grau de satisfação dos respondentes 48 TABELA 13: Grau de satisfação dos respondentes 49 TABELA 14: Grau de satisfação dos respondentes 50 TABELA 15: Motivo pela escolha da operadora 51 TABELA 16: Motivos para continuar fiel com a operadora 51 TABELA 17: Imagem da operadora 52 TABELA 18: Imagem da operadora 53 TABELA 19: Motivos para trocar de operadora 54 LISTA DE QUADROS QUADRO 01: Adesões de Assinantes de Telefonia Móvel 13 QUADRO 02: Participação de Mercado das Empresas de Telefonia Móvel 13 QUADRO 03: Crescimento de Clientes de Telefonia Móvel na Paraíba 54 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 12 1.1 Delimitação do Tema e do Problema de Pesquisa..................................... 1.2 Justificativa.................................................................................................... 1.3 Objetivos......................................................................................................... 1.3.1 Objetivo Geral............................................................................................... 1.3.2 Objetivos Específicos.................................................................................... 12 15 16 16 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................... 17 2.1 Serviços.......................................................................................................... 2.2 Serviços de Telefonia Móvel......................................................................... 2.3 Qualidade em Serviços.................................................................................. 2.4 Retenção de Clientes..................................................................................... 2.4.1 Desafios para Retenção de Clientes............................................................. 2.4.2 Importância da Retenção de Clientes........................................................... 2.4.3 Programas de Retenção de Clientes............................................................ 2.4.4 Modelo do Balde Furado............................................................................... 2.5 Marca e Imagem de Marca............................................................................ 2.6 Marketing de Serviços................................................................................... 2.6.1 Triângulo do Marketing de Serviços.............................................................. 2.6.2 Composto de Marketing de Serviços............................................................ 2.7 Relacionamento com o Cliente .................................................................... 2.7.1 Estratégias de Serviços................................................................................ 2.7.2 Satisfação do Cliente.................................................................................... 2.7.3 Fidelização em Serviços............................................................................... 17 19 22 23 24 24 25 27 28 28 29 30 31 32 33 34 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................... 36 3.1 Classificação da Pesquisa............................................................................ 3.2 Universo e Amostra....................................................................................... 3.3 Instrumento de Coleta................................................................................... 3.4 Técnica de Coleta de Dados......................................................................... 3.5 Técnica de Tratamento de Dados................................................................. 36 37 38 39 40 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS....................................... 41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 55 5.1 Limitações do Estudo.................................................................................... 56 5.2 Sugestões para Pesquisas Futuras............................................................. 57 REFERÊNCIAS...................................................................................................... 58 APÊNDICE A – QUESTIONÁRO DA PESQUISA................................................. 60 1 INTRODUÇÃO No cenário atual do mercado de telefonia móvel, a competição e a concorrência estão cada vez mais acirradas, os consumidores mais exigentes e insatisfeitos. E devido a essa realidade as empresas que atuam nesse setor buscam, cada vez mais, desenvolver estratégias na intenção de satisfazer, reter e fidelizar seus clientes, isto porque são evidentes os resultados positivos, inclusive financeiros, quando a empresa conta com clientes fiéis. Desta forma, a finalidade do presente trabalho é analisar quais as estratégias de retenção e fidelização, utilizadas pelas operadoras de telefonia móvel, que, na perspectiva do usuário, os mantém fiéis a uma determinada empresa deste segmento. Pois, diante de um cenário de alta competitividade as empresas precisão entender o ambiente em que estão inseridas e quais estratégias trará seu sucesso no intuito de satisfazer e fidelizar seus clientes. Pois é certo que estratégias que visem à retenção e fidelização auxiliaram as empresas a melhorarem seu desempenho, sua participação de mercado e o grau de satisfação dos seus usuários. Especificamente, este trabalho procura discutir as estratégias de retenção e fidelização utilizadas pelas operadoras de telefonia móvel, atuantes no mercado da cidade de João Pessoa-PB, procurando, tanto através de uma pesquisa bibliográfica, quanto de uma pesquisa de campo; verificar o nível de satisfação dos usuários; identificar os motivos que os levaram a escolher determinada operadora; e visualizar as estratégias de retenção que as operadoras utilizaram, segundo a percepção destes usuários, todos pertencentes ao universo dos graduandos em Administração na UFPB. Para tanto, o presente estudo encontra-se dividido em 5 capítulos: o primeiro capítulo apresenta, introdutoriamente, o tema a ser abordado; no segundo, é feita uma fundamentação teórica sobre o tema em estudo; o terceiro capítulo trata dos procedimentos metodológicos; no quarto capítulo é procedida a uma análise dos dados coletados na pesquisa de campo; e no último capítulo, são apresentadas as considerações finais. 1.1 Delimitação do Tema e do Problema de Pesquisa Dados preliminares divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) indicam que o Brasil fechou o mês de maio/09 com 157,5 milhões de celulares e uma densidade de 82,44 cel/100 hab. As adições líquidas de 2.905 mil celulares, em maio/09, superaram as de maio/08 (2.816 mil). Isto representa um crescimento de 1,88% no número de assinantes. A seguir, o Quadro 01 mostra os números de adesões de 2000 a 2008: Quadro 01. Adesões de Assinantes de Telefonia Móvel ANO janeiro a dezembro 2000 8.155.473 2001 5.557.598 2002 6.135.195 2003 11.492.302 2004 19.232.311 2005 20.604.759 2006 13.708.285 2007 21.061.482 2008 29.661.300 Fonte: Anatel (2009) O que se percebe, através desses dados, é que o mercado de telefonia móvel cresce constantemente. Esse crescimento vem seguido de uma exigência maior na qualidade do serviço prestado, exigindo das operadoras atuantes nesse setor, estratégias inovadoras para conquistar novos clientes e fidelizar os clientes já existentes. Os dados expostos no Quadro 02 apresentam a participação de mercado das empresas de telefonia móvel no Brasil. Quadro 02. Participação de Mercado das Empresas de Telefonia Móvel Holding Número de acessos Participação (%) VIVO 46.269.426 29,38 CLARO 40.181.066 25,51 TIM 37.158.182 23,59 OI 33.308.689 21,14 CTBC CELULAR 473.161 0,3 SERCOMTEL CELULAR 92.027 0,06 UNICEL 19.262 0,01 Fonte: Anatel (2009) É importante ressaltar que, dentre as empresas citadas, estão atuantes nesse setor, na cidade de João Pessoa, apenas CLARO, VIVO, TIM e OI. Os resultados dessas empresas, como um todo, representaram um crescimento de 7,2% ao ano para o Estado da Paraíba, conforme se observa no Quadro 03, tendo a cidade de João Pessoa o maior peso nesta apuração. Quadro 03. Crescimento de Clientes de Telefonia Móvel na Paraíba. mai/09 Cód. DDD Cidade Principal UF 83 PB 12/2008 milhares João Pessoa 2.197 Cresc. Cresc. Mês Ano 2,60% 7,20% Nº Cel. Dens* 2.356 61,78 Fonte: Teleco (2009) O grande crescimento do mercado de telefonia móvel implica, paralelamente, um aumento do nível de insatisfação dos seus usuários. Conforme informado no site da Teleco, 50% das reclamações, em média, formalizadas junto a Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON), são contra fabricantes de celulares e prestadoras de serviço de telefonia móvel. A ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) tem um papel importante nesse mercado, pois está constantemente analisando a satisfação dos usuários de telefonia móvel, e induzindo a mudança de postura das prestadoras de serviço de telefonia móvel em relação aos seus usuários. Logo, o interesse pelo tema surgiu da observação do aumento constante de assinantes, da alta concorrência existente no setor e do número elevado de clientes insatisfeitos, com o objetivo de analisar até que ponto as estratégias de retenção e fidelização estão sendo eficazes na perspectiva do usuário. Tendo como públicoalvo os usuários graduando em administração da UFPB. O problema da pesquisa aqui abordado é o seguinte: Quais as estratégias de retenção e fidelização de clientes utilizadas pelas operadoras de telefonia móvel na Paraíba? 1.2 Justificativa À medida que a economia muda, de industrial para economia de serviços, em conseqüência da comoditização de produtos, globalização do investimento e nivelamento dos sistemas de produção, as empresas precisarão entender melhor o ambiente de competição e os fatores que nele determinam o sucesso da estratégia empresarial. A indústria de serviços, por natureza, também sofre os efeitos da comoditização e da explosão da concorrência, sendo ainda mais premente a definição de uma estratégia que lhe sirva de reforço para competir em um ambiente de alta competitividade. Kotler (1998) afirma que nem sempre as empresas percebem que seus ambientes estão mudando e, como os clientes ficam mais exigentes, frente às novas condições ambientais. Assim, para ele, a estratégia que funcionou até hoje pode significar o caminho para o fracasso futuro. As empresas de telefonia móvel estão inseridas nesse contexto, caracterizado pela alta concorrência, o que resulta no crescimento da diversidade de serviços, acompanhado da tecnologia de sistemas e dos aparelhos. Com isso, o aumento dos usuários dos serviços oferecidos pelas operadoras de telefonia móvel celular cresce a cada ano. Esse crescimento vem seguido de uma exigência maior da qualidade da prestação de serviços, assim como exige das empresas estratégias inovadoras para a conquista de novos clientes, e fidelização dos já existentes. As estratégias de retenção têm inovado os programas de marketing. Segundo Gordon (1999, p. 31) “o marketing de relacionamento é o processo contínuo de identificação e criação de novos valores, com clientes individuais, e o compartilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de parcerias”. Nesse contexto, as empresas devem oferecer valor superior para seus clientes, sendo fundamental ouvi-lo, fazendo com que ele forneça idéias de como satisfazê-los. Para Kotler e Armstrong (1999, p. 97), o marketing de relacionamento significa “criar, manter e acentuar sólidos relacionamentos com os clientes e outros públicos”. Nesta perspectiva, as empresas precisam passar de uma filosofia individual para a construção de relacionamentos voltados ao cliente e ao mercado. O marketing de relacionamento envolve-se num processo contínuo de conquistar e fidelizar, visando atender necessidades de superar expectativas. A importância deste estudo, para as empresas que atuam nesse setor de telefonia móvel, consiste no fato de poderem, com base na percepção de um público alvo - estudantes de Administração da UFPB, que embora restrito a um curso de graduação, pode ser estendido ao segmento de usuários universitários - estabelecer e formular estratégias de retenção e fidelização, com intuito de melhorarem seu desempenho, aumentando sua participação no mercado e o grau de satisfação dos usuários. 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral Analisar as estratégias de retenção e fidelização utilizadas pelas operadoras de telefonia móvel que na percepção dos graduandos em Administração da UFPB, os tornam fiéis a determinada empresa do segmento. 1.3.2 Objetivos Específicos: • Verificar os fatores decisórios na escolha pela aquisição do serviço de telefonia móvel; • Avaliar o grau de satisfação do grupo pesquisado com os serviços prestados pelas operadoras de telefonia móvel; • Identificar as estratégias de retenção e fidelização utilizadas pelas operadoras de telefonia móvel na percepção dos usuários graduados em administração da UFPB. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo, são abordados, inicialmente, o conceito de serviço, o histórico e a evolução do serviço de telefonia móvel, e a qualidade nos serviços, tendo como base os conceitos apresentados por vários autores, relacionados com o assunto. Em seguida, são apresentados alguns conceitos referentes ao marketing aplicado aos serviços, ao relacionamento com o cliente, incluindo a satisfação, a retenção e a fidelização. 2.1 Serviços Os setores da economia são divididos de acordo com uma ótica tradicional: os serviços constituem o setor terciário; a agricultura, o setor primário; e as atividades de mineração ou industrial, o setor secundário. De acordo com Téboul (1999), o setor de serviço engloba, então, todas as atividades cuja produção não é nem um bem físico, nem uma edificação, definindo como serviço a simultaneidade do consumo e da produção. Serviços são utilizados diariamente pelas pessoas, podendo ser o fato de ir a um médico, a um salão de beleza ou de realizar o seguro do carro. Todos são serviços, a exemplo de vários outros que podem, na maioria das vezes, constituir numa maneira de agregar valor aos produtos. Pode-se dizer que “serviços constituem uma transação realizada por uma empresa ou por um individuo, cujo objetivo não está associado à transferência de um bem” (LAS CASAS, 2007, p.17). Os aspectos intangíveis dos produtos são características essenciais para a diferenciação de mercado. Ações e atos determinam a parte intangível do serviço. Desta forma, é de suma importância a diferenciação entre bens e serviços Segundo Hoffman e Bateson (2006, p. 4), “bens podem ser definidos como objetos, dispositivos ou coisas, ao passo que serviços podem ser definidos como ações, esforços ou desempenho.” Complementando a definição de Berry (1984 apud TÉBOUL, 1999, p. 19), afirma que: “um produto é um objeto, um aparelho, uma coisa, enquanto que serviço é um ato, um fornecimento único.” Serviços são oferecidos constantemente para satisfazerem nossas necessidades já existentes, e criarem necessidades desconhecidas, que passam a fazer parte de nossas vidas, do modo como vivemos e trabalhamos (LOVELOCK e WIRTZ, 2006, p. 3). As características dos serviços exigem um tratamento diferenciado pelo fato de serem intangíveis, inseparáveis, heterogêneos e simultâneos. A característica da intangibilidade atribui-se ao fato da abstração dos serviços. A inseparabilidade ocorre devido à interação da produção e consumo simultâneo. A heterogeneidade é pelo fato dos serviços serem realizado por pessoas, e de não existir uma constância nos processos. A definição ampla de serviços implica que a intangibilidade seja um determinante-chave para delimitarmos se uma oferta é ou não um serviço, porém existem poucos ‘serviços puros’ ou ‘bens puros’. O que se pode dizer é que serviços tendem a ser mais intangíveis que produtos manufaturados, e produtos manufaturados tendem a ser mais tangíveis que serviços (ZEITHAML e BITNER 2003). Tendo conhecimento dessas características observadas no serviço, Grönroos (2002 apud TÉBOUL, 1999, p. 20) apresenta uma definição mais completa: “um serviço é uma série de atividades que normalmente acontece durante as interações entre clientes e estruturas, recursos humanos, bens e sistemas do fornecedor, com fins de atender a uma necessidade do cliente.” Como mostra a Figura 1, a prestação de serviço afeta diretamente o cliente, apesar de ser imaterial. Isto porque existe uma interação com o prestador de serviço, que acontece no proscênio, e essa interação pode ser elevada ou densa, vai variar de acordo com o tipo de serviço. O proscênio pode ser chamado de interface ou Front Office, que quer dizer o contato do cliente com o prestador de serviços, que, mesmo sendo imaterial afeta diretamente o cliente. Diferentemente dos bens que, por ser tangível, o cliente pode prová-los antes mesmo de adquiri-los, os serviços só são conhecidos após adquiridos, sendo, dessa forma, uma experiência que é criada para o cliente. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO CLIENTE COM UM PROBLEMA Interação direta com OU COM UMA NECESSIDADE Funcionários PROCESSO & TECNOLOGIA EQUIPAMENTO & CENÁRIO Figura 1. Interface ou proscênio CLIENTES COM UMA SOLUÇÃO Fonte: Téboul (1999, p. 20) Considerando o esforço do consumidor na obtenção de serviços, podem-se destacar dois grupos de tipos de serviços: de consumo e industriais. Podem-se denominar os serviços prestados diretamente ao consumidor final como serviço de consumo. Esta categoria subdivide-se em: de conveniência, de escolha e de especialidade. De acordo com o próprio termo, conveniência acontece quando o consumidor não quer perder tempo. Por exemplo, tinturarias, sapatarias e empresas de pequenos consertos. Os serviços de escolhas caracterizam-se a partir dos serviços com custos diferenciados, conforme qualidade e tipo de serviços prestados. Já os especializados são altamente técnicos e especializados, tais como médicos, advogados, etc. A telefonia móvel é enquadrada nessa divisão como sendo um serviço de escolha, pois os usuários, de acordo com suas necessidades, fazem suas opções de escolha. Assim, destacar-se-á a seguir essa modalidade de serviço. 2.2 Serviços de Telefonia Móvel O surgimento do celular é um capítulo da história do telefone. A evolução da telefonia móvel desdobrou-se em diferentes tecnologias no que se refere à qualidade de operações e possibilidade de serviços. Os sistemas que primeiramente se estabeleceram no mercado foram: • O TDMA (Time Division Multiple Acess), que é um sistema de celular digital que funciona dividindo um canal de freqüência em até seis intervalos de tempo distintos. Cada usuário ocupa um espaço de tempo específico na transmissão, o que impede problema de interferência. • Padrão Europeu, que é o padrão GSM (Global System Mobile), foi projetado de modo a ser compatível com a RDSI (Rede Digital de Serviços Integrados). Sendo assim, oferece uma série de serviços e opções de chamadas, tais como espera, desvio de chamadas, entre outros. As maiores operadoras de telefonia móvel utilizam essa tecnologia (Fonte: www.teleco.com.br). • O Padrão CDMA (Code Division Multiple Acess) funciona transformando a voz ou dados em um sinal de rádio codificado. Um dos padrões utilizados nas redes digitais de telefonia móvel, que usa tecnologia de espelhamento espectral para utilização de toda a largura de transmissão. Sendo assim, um grande número de pessoas acessa simultaneamente um único canal da antena celular, sem que haja interferência. • Padrão Japonês, similar ao sistema TDMA descrito anteriormente, tendo como diferença a faixa de freqüência e taxa de transmissão do canal de voz. Nesse padrão o uso de equalizador é opcional. • Tecnologia da Terceira Geração 3G inovou o serviço de telefonia móvel, trazendo serviços para agregar valor ao produto. Tem maior capacidade de rede, menor custo de transmissão de voz e maiores taxas de transmissão de dados. Figura 2. Evolução das Gerações de Sistemas Celulares. Fonte: Teleco (2009) A Figura 2 ilustra a evolução das gerações de sistemas celulares, onde 1G representa o sistema analógico, o 2G a geração dos sistemas GSM, TDMA e CdmaOne, o 2,5G representam os sistemas de celulares que oferecem serviço de dados sendo os principais sistemas o GPRS (General Packet Radio Service), EDGE (Enhanced General Packet Radio Service) e extensões do CDMA, já o 3G são sistemas celulares que oferecem serviços de dados com taxas de até 2 Mbps, sendo os principais o WCDMA e o CDMA 1Xevdo (Fonte: www.teleco.com.br). Figura 3. Evolução da tecnologia de celular no Brasil. Fonte: Teleco (2007) A Figura 3 esboça a evolução da tecnologia celular no Brasil, deixando à mostra que, desde 1998, com as privatizações, a evolução das tecnologias e dos celulares tem sido crescente, e com isso o mercado ganhou competitividade e um maior número de clientes. O mercado de telefonia móvel celular teve crescimento em ritmo acelerado em todo o mundo, inclusive no Brasil. As constantes mudanças tecnológicas oferecem um mercado altamente competitivo onde as operadoras competem para ampliar sua base de clientes. Quem ganha com essa competição é o consumidor, que se beneficia com várias opções de serviços, uma medida em que as empresas neste segmento estão focadas em atingirem o maior número de clientes, diferentes tecnologias, e uma constante inovação de produtos e serviços. 2.3 Qualidade em Serviços A palavra qualidade tem significados diferentes para as pessoas, de acordo com o contexto. Garvin (1988 apud LOVELOCK e WIRTZ, 2006, p. 346) identifica cinco perspectivas da qualidade, que são: 1. A visão transcendente da qualidade é sinônimo de excelência inata: uma marca de padrões firmes e alta realização. 2. A abordagem baseada em produto considera a qualidade uma variável precisa e mensurável e afirma que diferenças nela refletem diferenças na quantidade de um componente ou atributo que o produto apresenta. 3. Definições baseadas no usuário partem da premissa de que a qualidade está nos olhos de quem vê. Essas definições equiparam qualidade com máxima satisfação. Essa perspectiva subjetiva, voltada para a demanda, leva em conta que clientes diferentes têm desejos e necessidades diferentes. 4. A abordagem voltada para a manufatura tem como base a oferta e preocupa-se primordialmente com práticas de engenharia e manufatura. Ela focaliza a obediência a especificações desenvolvidas internamente, que muitas vezes são orientadas por metas de produtividade e contenção de custos. 5. Definições baseadas em valor estabelecem qualidade em termos de valor e preço. Considerando o trade-off entre desempenho (ou conformidade) e preço, qualidade passa a ser a definida como “a excelência possível com os recursos disponíveis”. A qualidade em serviços é o componente central das percepções dos clientes, e, em pesquisas, segundo Zeithaml e Bitner (2003), foi constatado que os clientes não percebem a qualidade como um conceito unidimensonial, e sim segundo avaliações realizadas com percepções em múltiplos fatores. De acordo com Zeithaml e Bitner (2003), os consumidores consideram cinco dimensões em suas análises sobre qualidade em serviços: • Confiabilidade: a habilidade para executar o serviço prometido de modo seguro e preciso. • Responsividade: a vontade de ajudar os clientes e de prestar serviços sem demora. • Segurança: o conhecimento dos funcionários aliado à simpatia e à sua habilidade para inspirar credibilidade e confiança. • Empatia: cuidado, atenção individualizada dedicada aos clientes. • Tangíveis: aparência das instalações físicas, equipamento, pessoal e materiais impressos. Essas cinco dimensões representam o modo como os clientes organizam em sua mente a informação sobre a qualidade em serviços. Nem sempre os clientes utilizarão todas as dimensões para determinar as percepções da qualidade. Depende do serviço prestado e das circunstâncias, porém essas dimensões foram identificadas como relevantes em muitos tipos de serviços como banco, seguradoras, serviços de telefonia de longa distância e outros (ZEITHAML e BITNER, 2003). 2.4 Retenção de Clientes O marketing concentra-se na tendência de atrair novos clientes, e não em reter e cultivar os existentes. Para Las Casas (1997, p. 26): Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos, e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. No cenário atual, de acordo com Zeithaml e Bitner (2003, p. 139), “houve uma alteração de foco em marketing, saindo das transações para os relacionamentos.” Nessa concepção, as empresas estabelecem uma parceria com seus clientes, e mantêm esses relacionamentos, proporcionando qualidade, serviços e inovação no intuito estratégico de retê-los. 2.4.1 Desafios para Retenção de Clientes Atualmente, no mercado, a competição é intensa, e praticamente não existe diferenciação dos produtos e serviços concorrentes. Neste cenário, as empresas brigam pela captação de novos clientes, porém o processo de sobrevivência da empresa depende do processo de retenção. De acordo com Hoffman e Bateson (2006, p. 421): Retenção do cliente se refere a focalizar os esforços de marketing da empresa, na base de clientes existentes. Mais especificamente, em vez de procurar novos clientes, as empresas empenham-se em satisfazer os clientes atuais, com a intenção de estabelecer com eles relacionamentos de longo prazo. Na definição de Hoffman e Bateson (2006), a retenção seria uma forma da empresa conhecer as necessidades de seus clientes e redefinir seus negócios para satisfazê-las, criando um relacionamento que fidelize os clientes existentes. Pois, não conhecendo seus clientes e suas necessidades, a empresa corre o risco de repetir os mesmos erros e perder os clientes da sua base atual. Kotler e Armstrong (1999, p. 396-397): Recomendam um cuidado especial com perdas de clientes. As perdas de clientes trazem grandes prejuízos às organizações, e exigem medidas para reduzir o índice de deserção. É importante identificar o motivo da perda de consumidores e procurar corrigir os rumos para estancar o abandono. A retenção, apesar de ser um desafio para as empresas, é considerada no ambiente de marketing atual economicamente mais barato. Segundo Hoffman e Bateson (2006, p. 428) “Pesquisas indicaram que conservar um cliente é três a cinco vezes mais barato do que obter um cliente novo”. 2.4.2 Importância da Retenção de Clientes Devido ao aumento da concorrência entre os profissionais de marketing, o aumento dos custos de marketing de massa, o aumento das opções de compra e o fato dos clientes estarem mais informados e com um maior grau de exigência é que se atribui a importância da retenção, visto que o custo de retenção é mais baixo do que o marketing de conquista. Toda a importância da retenção se dá pela fidelização do cliente, a realização da recompra. Para que o processo de fidelização seja positivo, Hoffman e Bateson (2006) destacam os seguintes aspectos: • Sensibilizar todos os colaboradores da organização a favor de retenção de clientes, visando obter a integração e foco, estimulando o relacionamento com os clientes para retê-los, delegando poderes aos subordinados e motivando o cliente interno. • Gerar compromisso da organização para a retenção do cliente, focando a recuperação e a manutenção do contato com o cliente. • Integração organizacional envolvendo a liderança, grau de responsabilidade, reconhecimento e inovação dos processos. Uma das chaves do sucesso para obter bons resultados na retenção de clientes é o desenvolvimento de todos os níveis hierárquicos. Consequentemente, o processo de retenção está fundamentado em três pilares: responsabilidade individual, orientação para ação e adaptabilidade organizacional. Dessa forma, as empresas buscam satisfazer os clientes que possuem, na esperança de desenvolver relacionamento a médio e longo prazo, e no intuito de obter inúmeros benefícios, tais como lucros das vendas repetidas, redução de custos operacionais e as vantagens da recomendação. 2.4.3 Programas de Retenção de Clientes Novos programas de marketing são criados orientados para as estratégias de retenção, de acordo com Kotler e Armstrong (2003, p. 474) “o marketing é visto agora como a ciência e a arte de descobrir, reter e cultivar clientes lucrativos”. E nessa linha de pensamento foram desenvolvidos programas de marketing como marketing de freqüência, de relacionamento, aftermarkentig, garantia de serviço e administração da deserção. De acordo com Hoffman e Baseton (2006), o marketing de freqüência tem como foco a coleta de dados, meios de comunicação, de reconhecimento e recompensas, gerando relacionamentos a longo prazo. Nesse programa, são coletados dados sobre o cliente e analisado seu relacionamento com a empresa. Após uma análise, são identificados os melhores clientes, aqueles que possuem um maior relacionamento com a empresa e é realizada uma comunicação interativa, para que, dessa forma, o cliente se sinta acolhido e reconhecido. O resultado induz o cliente a se fidelizar em troca de bônus e recompensas. Segundo Kotler e Armstrong (2003, p. 474): Marketing de relacionamento é criar, manter e aprimorar fortes relacionamentos com os clientes e outros interessados. Além de elaborar estratégias para atrair novos clientes e criar transações com eles, as empresas empenham-se em reter os clientes existentes e construir com eles relacionamentos lucrativos e duradouros. Nesta perspectiva, as empresas precisam passar de uma filosofia individual para a construção de relacionamentos voltados ao cliente e ao mercado. E o marketing de relacionamento será um processo contínuo de conquistar e fidelizar, visando atender necessidades e superar expectativas. Gordon (1999, p.106) destaca as seguintes vantagens do marketing de relacionamento: “desenvolver a fidelidade entre os clientes, dispor de um ambiente que favoreça soluções inovadoras, estabelecer um local propício para tentar novas idéias e alinhar a empresa com os clientes”. O aftermarketing é um pós-venda ativo que visa manter comunicação com o cliente após a venda realizada, analisando o grau de satisfação e mantendo um relacionamento com o cliente. As garantias de serviço asseguram que a empresa é confiável. Dessa forma, segundo Hoffman e Bateson (2006, p. 437), “as garantias podem servir para diferenciar a empresa de seus concorrentes”. As garantias de serviço objetivam facilitar três aspectos: fidelizar clientes, aumentar a participação de mercado e exigir que a empresa busque a melhoria da qualidade do serviço. A administração da deserção é outro meio de aumentar a retenção de clientes. De acordo com Hoffman e Bateson (2006, p. 442): A administração da deserção é um processo sistemático de retenção de clientes para evitar que eles desertem. Envolve o acompanhamento dos motivos pelos quais ocorre a deserção de clientes e o uso das informações assim obtidas para melhorar continuamente o sistema de prestação de serviço. Marketing / Venda Atrair novos clientes Base de clientes fiéis Fuga dos clientes não satisfeitos Figura 04. Modelo do Balde Furado. Fonte: Téboul (2002, p. 116). No contexto do marketing a palavra deserção é usada para descrever clientes que saem de uma empresa e transferem sua fidelidade para outra. No geral, as empresas que concentram seus esforços em programas de retenção de clientes observam que eles são compensadores e altamente lucrativos, pois clientes fiéis têm potencial de gerar lucros. Assim, sob a perspectiva financeira, programas de marketing, elaborados para atrair novos clientes, desenvolver relacionamentos, são investimentos e não despesas operacionais.(LOVELOCK e WIRTZ, 2006). 2.4.4 Modelo do Balde Furado O modelo do Balde Furado, conforme representado na Figura 04, representa os índices de satisfação ou insatisfação (entrada, saída e substituição de clientes). Para Téboul (2002, p.118): Os clientes preenchem o balde, mas não se sabe ainda quantos dentre eles estão satisfeitos ou insatisfeitos; quantos foram perdidos e substituídos, ou de que maneira se situa o serviço com relação à concorrência. De fato, no fundo do balde, há um orifício pelo qual foge um certo número de clientes que não renovam a experiência, queixando-se ou não. “A qualidade do serviço conjuga duas exigências fundamentais: atrair novos clientes (o que é essencialmente da alçada do marketing) e torná-los fiéis (o que torna necessário um número maior de operações)” (TÉBOUL, 2002, p.116). Dessa forma as empresas têm que focar na qualidade dos seus serviços, além de disponibilizar um diferencial competitivo pelos elementos de estratégias de marketing (produto, processo, preço, comunicação, imagem, garantia) para que a venda do serviço supere as expectativas dos clientes deixando-os satisfeitos e estabilizando os índices de retenção da empresa. Pois com essa prática, a base de clientes estáveis será um fator de recompra, uma vez que os clientes estejam satisfeitos e preparados para renovarem a experiência. 2.5 Marca e Imagem de Marca Segundo Grönroos (2003), marca é a identidade de um bem ou de um serviço que o profissional de marketing quer criar, enquanto imagem da marca é a imagem do bem ou serviço que é formada na mente do cliente. Nesse caso, a imagem de uma marca poderia ser sugerida pela organização através das atividades do mix de marketing, que seriam responsáveis pelo envio das mensagens sobre a identidade da marca. Mas, nesse processo, os consumidores teriam também o poder da palavra, uma vez que sujeitariam as mensagens da marca aos seus próprios padrões internos de pensamento, do que resultaria um conjunto de percepções e imagens. A identidade da marca integra todo o conjunto de características que lhe são específica, resultantes de uma interpretação do seu contexto, como um todo resultante dos seus valores, das suas propriedades, do seu aspecto físico, do clima de relação que estabelece com o público, enfim, do seu reflexo na sociedade de consumo. Os atributos relacionados às características das marcas, os quais exprimem o produto, incluindo elementos tangíveis e intangíveis correspondem aos valores pessoais que os consumidores ligam à identidade delas. Assim sendo, os diferentes tipos de associações, que os consumidores desenvolvem face às marcas, determinarão a imagem que ficará na sua memória, criando assim a identidade. 2.6 Marketing de Serviços Existe muita diferença no marketing tradicional para o marketing de serviço, devido às diferenças básicas já mencionadas entre bens e serviços. Segundo Zeithaml e Bitner (2003, p. 38): Os profissionais de marketing de serviços enfrentam desafios muito reais e distintivos. Os desafios dizem respeito à compreensão das necessidades e expectativas dos clientes de serviços, no sentido de dar tangibilidade à oferta de serviços, negociando com uma infinidade de questões relativas às pessoas e à própria execução dos serviços, mas mantendo-se fiel àquilo que foi prometido aos clientes. Dessa forma, se uma empresa anseia que seus serviços alcancem uma vantagem em relação à concorrência, deverá criar estratégias que ressaltem o relacionamento com seus clientes, certificando-se de que todos os membros de sua organização entendem os valores dos clientes, para oferecer-lhes cada vez mais, melhores serviços, conhecendo suas necessidades, e superando suas expectativas. Pois, devido as suas particularidades, quando se fala em serviços, toda a organização, através de seus funcionários e parceiros, deverá estar diretamente, envolvida no processo de satisfação do consumidor. Sendo a excelência na qualidade de serviços uma necessidade competitiva indiscutível, faz-se necessário conhecer os clientes, sabendo, exatamente, o que eles desejam, não só em termos de produtos (bens físicos), mas também em termos de serviços. No entanto, essa visão deve ser compartilhada e reconhecida por todos os colaboradores da empresa. 2.6.1 Triângulo do Marketing de Serviço O triângulo do marketing de serviços ilustra todos os agentes envolvidos e responsáveis pela produção e entrega do serviço, e os tipos de marketing que devem ser executados para que os serviços sejam realizados com sucesso e atendam as necessidades dos clientes. Tendo como agentes centrais: a empresa, os clientes e os executivos. Entre os agentes, os marketing que devem ser conduzidos com sucesso: marketing externo, marketing interno e marketing interativo. O triângulo do marketing de serviços, que pode ser visualizado na Figura 5, de acordo com Zeithaml e Bitner (2003, p.39), “mostra os três grupos interconectados que trabalham juntos para o desenvolvimento, a promoção e a execução dos serviços”. Figura 5. O triângulo do marketing de serviços. Fonte: Zeithaml e Bitner (2003, p. 39). Com a utilização do marketing externo a empresa cria uma expectativa para o cliente, e para atendê-las além de utilizar as ferramentas de marketing tradicional como publicidade, promoções, propagandas, outros fatores devem ser verificados para gerar promessa ao cliente, e no setor de serviço tudo vai contribuir para criar essas expectativas dos clientes que vai desde os funcionários até as garantias do produto e instalações. O marketing interativo é fundamental, pois tem a função de manter a promessa aos clientes, é o momento de criar a confiança com o cliente e manter a interação com os mesmo. No marketing interno deve tornar os executores e sistemas de serviços hábeis, competentes e motivados para executar o serviço de forma que atenda o que foi prometido ao cliente, deixando o cliente satisfeito. 2.6.2 Composto de Marketing de Serviço O composto de marketing são elementos utilizados pelas empresas para satisfazer ou se comunicar com os clientes. No marketing tradicional o composto é definido pelos quatro Ps: produto, preço, praça e promoção (ZEITHAML e BITNER, 2003). Devido às peculiaridades dos serviços, esse composto foi expandido e adequado para analisar e conduzir as estratégias de marketing nessa área. O Composto de Marketing de Serviços adota os quatro Ps (produto, preço, praça e promoção), e inclui mais três itens: pessoas, evidências físicas e processo. Pessoas, porque funcionários, clientes, e todos os agentes humanos desempenham um papel na execução de um serviço. Evidência Física, que representa o ambiente físico no qual o serviço é executado. Processos são procedimentos exigidos para que o serviço seja executado. Esses elementos denominam os 7Ps do Marketing de Serviços, que conforme Lovelock e Wirtz (2006, p. 19) “representam um conjunto de variáveis de decisão inter-relacionadas com que se defrontam os gerentes de organizações de serviços”. 2.7 Relacionamento com o Cliente Relacionamento se dá pela importância de não se limitar em marketing para atrair novos clientes e sim no uso de ferramentas de marketing para conservar, cultivar e fidelizar os clientes existentes. Relacionamentos firmados não são o suficiente para tornar um cliente fiel, mas fazem parte central da fidelidade, e gerenciar relacionamentos com clientes é uma abordagem lucrativa (GRÖNROOS, 2003). Segundo Zeithaml e Bitner (2003, p. 139): O objetivo básico do marketing de relacionamento é a construção e a manutenção de uma base de clientes comprometidos que sejam rentáveis para a organização. Para atingir essa meta, a empresa deverá estar concentrada na atração, retenção e na fortificação dos relacionamentos com seus clientes. De acordo com Hoffman e Bateson (2006), cada vez mais as empresas estão desenvolvendo programas de fidelidade e retenção de clientes, pois, dessa forma, oferecem alto valor e alta satisfação e ainda podem utilizar ferramentas de marketing especificas para desenvolver vínculos mais fortes com os consumidores. 2.7.1 Estratégias de Serviços Definir estratégias para a prestação de serviço é indispensável e torna-se um diferencial competitivo para as empresas, pois suas estratégias vão informar qual posição a empresa deseja alcançar, e o que fará para conseguir. Albrecht (2003) afirma que uma estratégia eficaz de serviços baseia-se nos seguintes pontos: • Não deve ser trivial. Deve ser mais do que simplesmente uma declaração vazia de ‘slogans’. Deve ser consideravelmente concreta e voltada para a ação. • Deve transmitir um conceito ou uma missão que os membros da organização possam entender, compreender e, de alguma forma, colocar em prática. • Deve oferecer ou estar relacionada a uma premissa crítica de benefícios que seja importante para o cliente. Deve dizer respeito a algo pelo qual o cliente está disposto a pagar. • Deve diferenciar a organização dos seus concorrentes na visão do cliente. • Se possível, deve ser simples, inequívoca, fácil de expressar e de fácil compreensão para o cliente. As melhores estratégias de serviços refletem as necessidades humanas básicas que não mudam com o tempo. Possuindo uma ‘razão de ser’ que motiva a organização e capta o que o serviço fornece de valor ao cliente. Na maioria das empresas de serviços, as estratégias são voltadas para a satisfação das necessidades de seus clientes internos e externos. Esses três fatores apresentados no Triângulo dos Serviços, Clientes, Pessoal e Sistemas, são de suma importância, pois é o resultado dessa interação, que se pode obter ou não, um nível mínimo de qualidade, preservando o relacionamento, como mostra a Figura 6. Figura 6. Triângulo dos Serviços. Fonte: Albrecht (2003, p. 33). 2.7.2 Satisfação do Cliente A satisfação do cliente será gerada em torno das expectativas de um produto ou serviço. Portanto, para se ter um cliente satisfeito é necessário alcançar as expectativas geradas, que muitas vezes são determinadas com base em compras anteriores, opiniões de terceiros, informações, etc. Kotler (2005, p. 42) define satisfação como: A sensação de prazer ou desapontamento de uma pessoa resultante da comparação entre o desempenho (ou resultado) percebido de um produto e suas expectativas. Se o desempenho não atender às expectativas, o cliente fica insatisfeito. Se o desempenho atender às expectativas, o cliente fica satisfeito. Se o desempenho superar as expectativas, o cliente fica altamente satisfeito ou encantado. Satisfazer o cliente gera retornos positivos para a própria empresa, pois o cliente pode se tornar fiel. Segundo Hoffman e Bateson (2006, p. 332), “o cliente muitas vezes prefere pagar mais e ficar com uma empresa que satisfaça suas necessidades.” Nesse contexto, o marketing vem mudando seu foco, das transações individuais para a construção de relacionamento que contém valor. A satisfação passa a ser uma ferramenta de marketing. Afinal, “a satisfação do cliente é muito importante, pois, sem clientes, as empresas de serviço não têm razão de existir” (HOFFMAN e BATESON, 2006, p. 327). 2.7.3 Fidelização em Serviços Fidelidade em um contexto de negócio segundo Lovelock e Wirtz (2006, p. 293) seria: A disposição de um cliente para continuar a prestigiar uma empresa no longo prazo, comprar e utilizar seus bens e serviços repetidamente e, de preferência, com exclusividade, e recomendar seus produtos e serviços a amigos e colegas. A globalização impulsionou as empresas a reforçarem seus pontos fortes, minimizando os pontos fracos, pois, o grande desafio das organizações de serviço é tornar tangível a relação ‘qualidade oferecida X qualidade percebida’. Por isso a importância de trabalhar os diferenciais, como, por exemplo, a fidelização do cliente, que está integrada ao processo de marketing de relacionamento, envolvendo a preocupação com o cliente interno, qualidade e pós-venda. O desenvolvimento deste processo é um compromisso de todos e não apenas da equipe de atendimento, buscando criar um elo em médio e longo prazo. A fidelização no setor de serviços depende essencialmente da fidelidade de seus clientes. O esforço de fidelização necessita de grande capacidade de pesquisa, planejamento e integração entre todos os processos. Hoje, tanto produtos quanto serviços, agregam o valor de serviço. Preço e qualidade não são mais diferenciais. Se todo mundo tem o mesmo preço e qualidade, será o diferencial tratamento e confiabilidade é que farão com que negócios sejam fechados e empresas sobrevivam. A retenção e fidelização devem ser consideradas como fator de sobrevivência. Gerenciar clientes e promover o relacionamento deve fazer parte da cultura organizacional. Para isso, a empresa precisa valorizar e fidelizar seus clientes internos. Todos devem estar envolvidos, sensibilizados e integrados com os valores organizacionais e do cliente. Os funcionários devem ser treinados, capacitados e, acima de tudo, motivados, principalmente aqueles diretamente ligados aos clientes. Os resultados de um time são fundamentais para a consistência da fidelização. Segundo Lovelock e Wirtz (2006, p. 308): O fundamento da verdadeira fidelidade está na satisfação do cliente. Clientes muito satisfeitos ou até mesmo encantados têm maior probabilidade de se tornarem defensores leal de uma empresa, consolidar suas compras com um só fornecedor e fazer boca-a-boca positivo. Os esforços de uma empresa devem ser direcionados à construção de relacionamentos, tendo como base o compromisso resultante do trabalho em grupo e o esforço do time. Todo esse esforço tem como objetivo tornar perceptiva a confiança para o cliente. Sabe-se que o cliente fiel sempre volta à organização por estar satisfeito. E a fidelização decorre do processo pelo qual o cliente torna-se fiel. Assim, a fidelização integra-se ao processo filosófico do marketing de relacionamento no intuito de manter o cliente, estabelecendo um elo sólido, que dê sustentação a uma relação duradoura. Para isso, devem identificar e eliminar os fatores que resultam em churn1 ou na perda de clientes existentes, e na necessidade de substituí-los por novos. Para o estudo aplicado ao tema proposto, será apresentado no próximo capítulo a metodologia utilizada para averiguar a aplicabilidade da teoria na prática. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 1 O termo churn, ainda sem tradução em português, significa o rompimento das relações do cliente com a empresa e, em geral, sua migração para uma empresa concorrente. Neste capítulo são abordados os procedimentos metodológicos que foram utilizados para garantir que os objetivos desta pesquisa fossem alcançados, como a classificação da pesquisa, a identificação dos sujeitos da pesquisa e as técnicas utilizadas para coleta e análise dos dados. 3.1 Classificação da Pesquisa As pesquisas, de acordo com a classificação apresentada por Vergara (2004), podem ser qualificadas em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, este trabalho pode ser classificado como sendo uma pesquisa descritiva. Já quanto aos meios, será dita como bibliográfica e de campo. De acordo com Lakatos e Marconi (1990), a pesquisa descritiva procura observar, registrar, analisar, classificar e interpretar os fatos ou fenômenos (variáveis), sem que o pesquisador interfira neles. Este tipo de pesquisa utiliza técnicas padronizadas para coletar dados, como o questionário e a observação sistemática, sendo o questionário a técnica mais utilizada por conseguir capturar e descrever a situação no momento da pesquisa. Na opinião de Mattar (1999), as pesquisas descritivas devem ser utilizadas com o intuito de: (1) Descrever características de grupos; (2) Estimar a proporção de elementos em uma população específica que tenham determinadas características ou comportamentos; (3) Identificar ou verificar a existência de relação entre as variáveis. A pesquisa bibliográfica tem como finalidade colocar o pesquisador em contato direto com a problemática da pesquisa. Já as pesquisas de campo contemplam uma investigação empírica, onde o pesquisador coleta dados e informações através da aplicação de questionários compostos de perguntas fechadas, seguindo uma abordagem quantitativa. Richardson (1999) afirma que as pesquisas que seguem uma abordagem quantitativa, como é o caso desta, caracterizam-se pelo emprego da quantificação, tanto na coleta de dados, quanto no tratamento desses, por meio de técnicas estatísticas. 3.2 Universo e Amostra Samara e Barros (2006) definem o universo de uma pesquisa como sendo um conjunto de todos os objetos ou elementos sob consideração, e a amostra, como sendo uma parte de um universo, ou de uma população, e que contém as mesmas características deste. O universo para esta pesquisa corresponde aos alunos do curso de Administração, da Universidade Federal da Paraíba, que totalizam 1.077 alunos matriculados, no período 2009.2 - 486 alunos do turno da manhã, e 591 do turno da noite-, com o objetivo de identificar, na perspectiva dos mesmos, enquanto usuários das empresas de telefonia móvel (celular), se as estratégias de retenção e fidelização utilizadas pelas mesmas estão sendo eficazes no que se refere a tornálos fiéis a uma determinada empresa do segmento. Diante da dificuldade de se trabalhar com todos os elementos desse universo, foi conveniente escolher apenas uma porção significativa desta, ou seja, uma amostra que pudesse bem representá-lo. Segundo Gil (1999), para que uma amostra tenha representatividade, a mesma deve ser constituída por um número suficiente de casos. Este número vai depender dos seguintes fatores: extensão do universo, nível de confiança estabelecido, erro máximo permitido e porcentagem com a qual o fenômeno se verifica. Considerando o universo (N) de estudo, dos 1.077 graduandos do curso de Administração da UFPB, com base em um nível de confiança de 95%, e um erro máximo amostral admitido de 0,05, foi calculada, probabilisticamente, uma amostra de 129 alunos (12% do universo), seguindo-se a fórmula abaixo indicada por Martins (2002): n= N ⋅ zα2 2 ⋅ p ⋅ (1 − p ) ( N − 1) ⋅ d 2 + zα2 2 ⋅ p ⋅ (1 − p ) Onde: n = tamanho da amostra de graduandos de Administração da UFPB; N = universo (população estimada de graduandos de Administração da UFPB); p = proporção de sucessos estimada (usado o valor padrão p = 0,50); zα/2 = valor obtido na curva normal, sendo 1,96 para nível de 95% de confiança; d = erro máximo de estimativa amostral (d = 0,05 ou 5%). Devido às dificuldades operacionais, e, apesar da amostra ter sido calculada probabilisticamente, optou-se pelo levantamento de uma amostra não-probabilística, por conveniência, obtida pelo critério de acessibilidade. De acordo com Samara e Barros (2006), os elementos desse tipo de amostra são escolhidos de acordo com a conveniência do pesquisador, e são pessoas que estão dispostas a responder às questões da pesquisa. A presente pesquisa ainda teve como critério de inclusão, que os clientes entrevistados deveriam ser usuários de alguma operadora do serviço de telefonia móvel da cidade de João Pessoa, PB. Desta forma, a unidade de análise desta pesquisa é composta por 132 usuários de telefonia móvel, graduandos do curso de Administração, da UFPB, o que já seria pouco mais de 12% do universo total. Isto é, dos 1.077 alunos matriculados no período 2009.2, que freqüentaram a Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa – PB, e se propuseram a participar desta pesquisa, que foi realizada no período de 19 a 27 de novembro de 2009. 3.3 Instrumento de Coleta O presente trabalho de pesquisa teve como instrumento de coleta de dados o questionário composto por questões fechadas (Apêndice A). Antes da aplicação do questionário definitivo, foi feito um pré-teste. De acordo com Oppenheim (1992), o pré-teste é uma maneira de verificar a clareza das questões, se o tempo de duração da aplicação está bom, se a ordem seqüencial das questões está adequada, se os dados obtidos são passíveis de serem avaliados, se os resultados têm sentido, ou seja, serve para testar a eficiência do instrumento de coleta. Segundo Samara e Barros (2006), o pré-teste do instrumento de pesquisa foi realizado com 10% do total de casos a serem estudados, totalizando um número de 13 pessoas (graduandos em Administração). Esses instrumentos foram descartados, e os respectivos sujeitos não tiveram participação na pesquisa propriamente dita, pois a opinião dos mesmos serviu apenas para verificar possíveis distorções no questionário. O resultado final foi um questionário envolvendo 19 questões objetivas, contemplando aspectos referentes ao perfil dos clientes, à qualidade percebida pelos clientes na prestação de serviço das operadoras de telefonia móvel, e às estratégias efetivas que retêm os clientes e os fidelizam, com a finalidade de atingir os objetivos deste trabalho. 3.4 Técnica de Coleta de Dados A técnica de coleta de dados consiste na escolha da forma de se obter os dados junto ao público pesquisado. A forma que o pesquisador adota para se aproximar do público da amostra é um dos elementos que define a qualidade e aplicação das pesquisas de satisfação do consumidor (FARIAS, 2000). Para esta pesquisa, foi aplicado um instrumento de pesquisa, no caso o questionário, junto a 132 graduandos do curso de Administração, da UFPB, usuários de qualquer operadora de telefonia móvel atuante no Estado da Paraíba, pela própria pesquisadora, no período citado anteriormente. Segundo Richardson (1999), um dos métodos para aplicar questionários a uma população é manter um contato direto, isto é, o próprio pesquisador ou pessoas treinadas por ele aplicam, diretamente, o instrumento de pesquisa. Para este autor no contato direto, o pesquisador pode discutir e explicar os objetivos da pesquisa e do instrumento de pesquisa, e esclarecer dúvidas que os respondentes possam ter com relação a determinadas questões, evitando, assim, possíveis erros. A pesquisadora permaneceu na Universidade durante o horário de funcionamento, em turnos variados (manhã e noite), até completar a cota de questionários estabelecida. O aluno era abordado, geralmente, após as aulas, sendo que a pesquisadora, em primeiro lugar, explicava rapidamente a natureza e os objetivos da pesquisa; para, em seguida, dar início aos questionamentos. 3.5 Técnicas de Tratamento de Dados A análise dos dados, em pesquisas quantitativas, está associada ao uso da Estatística, com a ajuda de computadores (ROESCH, 1999). O software Excel – 2007 foi utilizado para o tratamento dos dados obtidos através desta pesquisa, sendo possível realizar estatísticas descritivas (freqüência e média) uma vez que, este software auxilia a pesquisa na construção de modelos estruturais de mensuração dos dados na forma estatística. Inicialmente, foi realizado o levantamento do perfil sócio-econômico/ demográfico. Em seguida, o levantamento do nível de qualidade percebida pelos clientes, e das estratégias que as operadoras de telefonia móvel utilizam para retêlos e fidelizá-los. Logo após esta etapa, foi realizada uma análise estatística dos dados obtidos, através da qual foram construídas tabelas pertinentes. A seguir, constam os resultados da presente pesquisa, que teve como objetivo estudar as estratégias de retenção utilizadas pelas operadoras de telefonia móvel na percepção dos usuários graduando em administração da UFPB. 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS O objetivo desse capítulo consiste em analisar os dados obtidos através do questionário aplicado, na coleta de dados, com intuito de organizá-los, descrevê-los e interpretá-los, utilizando os procedimentos descritos anteriormente. Primeiramente, são apresentados os resultados da pesquisa referentes ao perfil sócio-econômico das pessoas entrevistadas, como: gênero, idade, plano de pagamento, consumo mensal e perfil de utilização (trabalho/pessoal). Logo depois, são apresentados os resultados direcionados para o objetivo da pesquisa, onde identifica-se a operadora de utilização, os motivos pela utilização da operadora, o grau de satisfação dos usuários, a operadora de preferência, etc. Tabela 01: Gênero dos respondentes GÊNERO Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL Masculino 86 65% Feminino 46 35% TOTAL 132 100% Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Na presente pesquisa com uma amostra de 132 respondentes, 65% dos participantes (86 pessoas) são do sexo masculino e 35% (46 pessoas) são do sexo feminino. A participação do gênero feminino não chega a ser mínima, mas não é tão expressiva quanto à do gênero masculino. Tabela 02: Faixa etária dos respondentes FAIXA ETÁRIA Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL Entre 17 a 26 anos 109 83% Entre 27 a 36 anos 19 14% Entre 37 a 46 4 3% Acima de 47 anos 0 0% 132 100% TOTAL Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Considerando que o questionário foi respondido por estudantes graduandos em Administração na UFPB, a faixa etária que mais se destacou foi a dos jovens. A maioria deles com idade entre 17 e 26 anos, correspondendo a 109 respondentes, isto é, 83% da amostra. Se somado o número de respondentes cujas idades variam de 17 a 36 anos, a predominância dos jovens torna-se ainda mais explícita, correspondendo a 128 respondentes (97%). Pode-se afirma que, devido à pesquisa ter sido realizada em um ambiente universitário, era de se esperar que o número de jovens fosse predominante. Tabela 03: Turno em que os respondentes encontram-se matriculados TURNO Nº DE ALUNOS MATRICULADOS PERCENTUAL Diurno 48 36% Noturno 84 64% TOTAL 132 100% Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Os alunos do curso de Administração da UFPB, que formaram a amostra dessa pesquisa encontram-se matriculados em um dois turnos disponíveis, diurno e noturno. Durante a pesquisa foi identificado que 64% dos respondentes (84 pessoas) estão matriculados no turno noturno, e 36% (48 pessoas), matriculados no turno diurno. Esse resultado já era esperado devido ao número de alunos matriculados no turno noturno serem maior, pois, atualmente, dos 1.077 alunos matriculados no curso, 591 estão inseridos no turno da noite, o que representa 54,87%. Tabela 04: Localidade onde residem os respondentes MUNICÍPIO / ESTADO Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL 121 92% Cabedelo-PB 3 2% Santa Rita-PB 3 2% Bayeux-PB 1 0,75% Mamanguape-PB 1 0,75% Alhandra-PB 1 0,75% Sapé-PB 1 0,75% Itambé-PE 1 0,75% 132 100% João Pessoa-PB TOTAL Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Os dados expostos na Tabela 04 se referem à localização residencial dos respondentes. Observa-se que a grande maioria, isto é, 92% deles, residem na capital, João Pessoa-PB, onde está inserido o ambiente pesquisado. Observa-se que um percentual bem menor de respondentes mora nos municípios de CabedeloPB (2%) e Santa Rita (2%). Algumas poucas pessoas residem nas cidades de Bayeux-PB, Mamanguape-PB, Alhandra-Pb, Sapé-PB e Itambé-PE. Tabela 05: Operadora utilizada pelos respondentes OPERADORA Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL Claro 5 3,80% Tim 4 3% Vivo 0 0% Oi 81 61,40% Oi e Tim 17 12,90% Oi e Claro 14 10,60% Oi e Vivo 6 4,55% Oi, Claro e Tim 2 1,50% Claro e Tim 2 1,50% Claro e Vivo 1 0,75% 132 100,00% TOTAL Fonte: Pesquisa de Campo (2009) A operadora identificada como sendo a mais utilizada entre os estudantes de Administração, participantes da pesquisa, foi a Oi, que, dentre as quatro operadoras disponíveis no mercado de telefonia móvel, de João Pessoa, contou na referida pesquisa, com 61,40% dos usuários. Se somados os números, levando em consideração os usuários que utilizam a Oi e outras operadoras, esse número tornase ainda muito mais expressivo, perfazendo 90,95% do total de respondentes. É perceptível a existência de um percentual elevado de usuários que utilizam mais de uma operadora, o que gira em torno de 21,80%. Tabela 06: Operadoras mais utilizadas pelos respondentes OPERADORA Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL Oi 110 83,35% Claro 11 8,35% Tim 9 6,80% Vivo TOTAL 2 1,50% 132 100,00% Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Na Tabela 06, observa-se um resultado que condiz com os resultados apresentados na Tabela 05, pois consta que a operadora mais utilizada, apontada por 83,35% dos participantes da pesquisa, é a operadora Oi. Em seguida, aparece a Claro, que foi citada como a mais utilizada por 8,35% dos respondentes; logo depois, a Tim, citada por 6,80%, e por fim, a apontada como a menos utilizada foi a Vivo, citada por apenas 1,5% do total de respondentes. Tabela 07: Plano utilizado pelos respondentes TIPO DE PLANO Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL Pré-pago 103 78% Pós-pago 21 16% Pré-pago e Pós-pago 8 6% 132 100% TOTAL Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Conforme informações obtidas no site da Anatel, as operadoras de telefonia móvel têm por obrigação disponibilizar, para os seus usuários, as opções de planos, que normalmente são: • Plano Básico de Serviço • Plano Referência de Serviço • Plano Pré-Pago • Plano Pós-Pago Porém, no mercado, os planos mais difundidos entre a população são o PréPago e o Pós-Pago. Segundo a Anatel (2009) o Plano Pré-Pago é caracterizado pelo pagamento prévio à sua utilização, em que o usuário escolhe o valor a pagar conforme necessidade. Já o Plano Pós-Pago é um serviço de contratação antecipada de pacotes com valores definidos para utilização, com pagamento posterior ao consumo. Durante a pesquisa foi identificado que a maioria dos usuários opta pelo prépago, o que corresponde a 78%. Os que utilizam o plano pós-pago representam apenas 16%. Existem ainda os que utilizam os dois tipos de plano simultaneamente, que chega a 6% dos respondentes. Tabela 08: Perfil de utilização dos respondentes PERFIL DE UTILIZAÇÃO Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL Pessoal 93 70,50% Trabalho 3 2,30% Pessoal e Trabalho 36 27,20% TOTAL 132 100,00% Fonte: Pesquisa de Campo (2009) A Tabela 08 retrata o perfil de utilização dos usuários pesquisados, indicando que 70,50% dos respondentes apresentam um perfil de utilização para uso pessoal; 30%, para uso a trabalho; e 27,20%, para os dois fins, pessoal e trabalho. Tabela 09: Perfil de utilização de acordo com operadora USO PESSOAL Nº DE OPERADORA RESPONDENTES USO PROFISSIONAL PERCENTUAL OPERADORA Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL Oi 92 69,70% Oi 19 14,40% Tim 5 3,78% Tim 2 1,51% Claro 7 5,30% Claro 4 3,05% Vivo 1 0,75% Vivo 3 2,26% Oi e Tim 9 6,81% Oi e Tim 3 2,26% Oi e Claro 7 5,30% Oi e Claro 3 2,26% Oi e Vivo 3 2,30% Oi e Vivo 2 1,51% Tim e Claro 1 0,75% Tim e Claro 1 0,75% Claro e Vivo 1 0,75% Claro e Vivo 0 0% 1,51% Oi, Tim e Claro 1 0,75% 1 0,75% As 4 operadoras 1 0,75% 129 97,70% TOTAL 39 29,50% Oi, Tim e Claro As 4 operadoras TOTAL 2 Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Na Tabela 09 são identificadas, de acordo com a necessidade (pessoal/trabalho), as operadoras que os respondentes utilizam, visto que na Tabela 08 foi definido o percentual de 70,50% para fins pessoais; 2,30%, para trabalho; e 27,20%, para os dois fins. Pode-se verificar que para, uso pessoal, 69,70% dos respondentes utilizam a operadora Oi, sendo que, para o uso profissional, a maioria (14, 40%) também utiliza a Oi. Tabela 10: Consumo mensal dos respondentes CONSUMO MENSAL Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL Menos de R$ 20,00 44 33,30% Entre R$ 20,00 e 50,00 54 40,90% Entre R$ 50,00 e 100,00 23 17,40% Entre R$ 100, e 200,00 5 3,80% Entre R$ 200,00 e 300,00 3 2,30% Acima de R$ 300,00 3 2,30% 132 100,00% TOTAL Fonte: Pesquisa de Campo (2009) OS dados expostos na Tabela 10 evidenciam que, de acordo com as respostas registradas, a maioria dos respondentes (40,90%) utiliza entre R$ 20,00 e R$ 50,00, Em seguida, aparece outra faixa de uso que trouxe números expressivos, que foi a daqueles que usam menos de R$ 20,00 o que representa 33,30% do total de respondentes. Tabela 11: Operadora de preferência dos respondentes OPERADORA Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL Oi 105 79,60% Tim 14 10,60% Claro 12 9,05% Vivo 1 0,75% 132 100,00% TOTAL Fonte: Pesquisa de Campo (2009) No mercado de telefonia móvel, da Paraíba, existem quatro operadoras em atuação, que são: Oi, Tim, Claro e Vivo. Durante esta pesquisa foi identificado o percentual de utilização de cada operadora, e foi visto que uma parcela significativa da amostra utiliza mais de uma operadora. A Tabela 11 apresenta a operadora preferida, onde a operadora Oi aparece também como a preferida pela maior parte dos respondentes, isto é, por 79,60% deles. A operadora Tim ficou em 2° lugar, sendo citada como a preferida de por 10,60%. Em seguida aparecem a Claro, em 3° lugar, apontada por 9,05%, e a Vivo, em último lugar, citada apenas por 0,75% do total da amostra pesquisada. Esse resultado deixa explícito que tanto a utilização como a preferência dos respondentes é pela operadora Oi, que lidera na pesquisa. Tabela 12: Grau de satisfação dos respondentes GRAU DE SATISFAÇÃO Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL Muito satisfeito 8 6,10% Satisfeito 71 53,70% Pouco satisfeito 43 32,60% Insatisfeito 10 7,60% TOTAL 132 100,00% Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Na Tabela 12, observa-se que 6,10% dos respondentes disseram estar muito satisfeitos com a operadora utilizada; outros 53,70%, satisfeitos; 32,60%, pouco satisfeitos, e apenas 7,60%, insatisfeitos. Sabe-se que o grande desafio das empresas de serviços é fazer com que a qualidade oferecida por elas seja percebida pelos clientes, e que as expectativas geradas em torno de um produto ou serviço são fatores decisivos e determinantes durante o processo decisório de compra/escolha. Kotler e Armstrong (1999) afirmam que um cliente pode apresentar vários níveis de satisfação: se o desempenho ficar abaixo das expectativas, provavelmente o cliente ficará insatisfeito. Do contrário, se exceder as suas expectativas, ele ficará altamente satisfeito ou encantado. Para Hoffman e Bateson (2006), a empresa de serviço precisa definir e medir pró-ativamente a satisfação do cliente. Esperar a reclamação de um cliente para identificar problemas, é agir de forma corretiva no processo de prestação de serviços, assim como mensurar o progresso da empresa com relação à satisfação do cliente, com base no número de reclamações recebidas, é uma atitude nada lucrativa. A pesquisa coletou dados fornecidos diretamente pelos usuários de telefonia móvel, identificando que grande parcela dos usuários está satisfeita com a operadora que utilizam, somando-se os números de usuários muito satisfeitos e satisfeitos temos um percentual 59,80%. Com isso verifica-se que as empresas estão satisfazendo as expectativas dos seus usuários. Tabela 13: Tempo de uso da operadora atual TEMPO DE USO Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL Menos de 12 meses 13 9,80% Entre 12 e 24 meses 12 9,10% Entre 24 e 36 meses 34 25,80% Mais de 36 meses 73 55,30% TOTAL 132 100,00% Fonte: Pesquisa de Campo (2009) A Tabela 13 mostra que 9,80% dos respondentes são usuários das respectivas operadoras de telefonia móvel, que atuam no Estado da Paraíba, há menos de 1 ano; outros 9,10% utilizam os serviços de determinada operadora entre 12 e 24 meses; 25,80% representam os respondentes que utilizam a operadora entre 24 e 36 meses; e 55,30%, os pesquisados que utilizam a operadora por mais de 36 meses. O grande desafio é reter essas diferentes faixas de usuários. A pesquisa revelou que a maior parte das pessoas que participaram da pesquisa são clientes de uma operadora há um tempo considerável, superior a mais de 36 meses, o que reflete os resultados expostos na Tabela 12, confirmando que os mesmos estão satisfeitos com as operadoras escolhidas para utilização de telefonia móvel mantendo-se fiéis as mesmas, o que para as empresas desse segmento é um grande desafio do gerenciamento da dinâmica de retenção de clientes. Segundo Téboul (2002) o modelo baseado na analogia do ‘balde furado’ retrata a importância da retenção de clientes, redirecionando os esforços de marketing e suas estratégias, no intuito de um resultado rentável a médio e longo prazo, estabelecendo os índices de retenção no intuito de fortalecer a fidelização, estreitando o orifício do balde pelo qual foge um certo número de clientes que não renovam a experiência vivenciada pelo serviço. Portanto, para a dinâmica dos índices de entrada, saída e substituição de clientes, se faz necessário um gerenciamento com foco em aumentar os índices de retenção, ao invés de concentrar esforços apenas na captação de clientes. Tabela 14: Motivos pela utilização da operadora MOTIVOS Nº DE RESPONDENTES Satisfação com o atendimento CallCenter 2 Satisfação com o atendimento na loja 5 Preço 61 Cobertura 49 Portifólio de aparelhos 13 Serviços 25 Promoções 110 Outros 25 Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Na Tabela 14, constam os motivos que levam os respondentes a utilizarem os serviços da operadora atual. Os dados levam a crer que o fator considerado como decisivo, para o usuário, são as promoções, o que foi citado por 110 respondentes. Em seguida, aparecem o preço e a cobertura, citados, respectivamente, por 61 e 49 respondentes. Esses três fatores se destacaram, na pesquisa, onde os respondentes podiam elencar mais de um motivo que levasse à utilização da operadora, e, mesmo com um amplo leque de opções, os três fatores foram os determinantes. Vale salientar que os três fatores citados com maior freqüência, nesta pesquisa, estão incluídos no Composto de Marketing de Serviços que adota os 4 Ps (produto, preço, praça e promoção) do marketing tradicional, e inclui mais 2 itens: pessoas e processo. Tabela 15: Motivo pela escolha da operadora MOTIVO DA ESCOLHA Nº DE RESPONDENTES Promoções 52 Preço 25 Cobertura 27 Serviços 14 Satisfação com o atendimento em loja 2 Satisfação com o atendimento no CallCenter 1 Outros 11 TOTAL 132 Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Confirmando os resultados expostos na Tabela 14, os motivos destacados como decisivos para a utilização da operadora se repetem, na Tabela 15, no que se refere aos motivos determinantes para a escolha da operadora, que são: promoção (citado por 52 pessoas), cobertura (citado por 27 pessoas) e preço (citado por 25 pessoas), porém a única diferença é que, em relação à utilização, o preço é citado com maior freqüência, ficando em 2° lugar na pesqui sa, e quando citado como fator decisivo para escolha, os respondentes inverteram, colocando a cobertura em 2° lugar e o preço em 3° lugar. Tabela 16: Motivos para continuar fiel com a operadora MOTIVO DA PERMANÊNCIA Nº DE RESPONDENTES Promoções 96 Bom Atendimento 28 Programas de Fidelidade 17 Preço das tarifas 48 Disponibilidade de serviços 15 Cobertura 41 Outros 3 Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Os dados que constam na Tabela 16 confirmam os dados vistos nas tabelas anteriores (Tabelas 14 e 15), a respeito dos motivos destacados como decisivos para a utilização e escolha da operadora, pois praticamente se repetem quando se trata dos motivos que levam os respondentes a permanecerem fiéis à atual operadora que utilizam, que são: promoção, cobertura e preço. As promoções, como sempre, aparecem como o motivo mais citado, sendo indicado por 96 respondentes. O preço aparece em 2° lugar na pesquisa, como fator decisivo para a fidelidade dos respondentes, sendo indicado por 48 pessoas. Outro quesito bastante citado é a cobertura, indicada por 41 respondentes. No que se refere ao item outros, observouse, durante a aplicação da pesquisa, que alguns respondentes utilizam uma determinada operadora por terem um maior número de pessoas conhecidas utilizando a mesma. Tabela 17: Imagem da operadora IMAGEM DA OPERADORA Boa/ Positiva/ Satisfatória Nº DE RESPONDENTES PERCENTUAL 39 29,60% Regular/ Precisa melhorar 13 9,85% Negativa/ Ruim/ Insatisfatória 8 6% Mais popular 4 3,05% Péssimo atendimento 9 6,80% Melhores promoções 19 14,40% Pouco utilizada 1 0,75% Bom atendimento 7 5,30% Melhor cobertura 3 2,30% Qualidade no serviço 2 1,50% Grande número de usuários 1 0,75% Custo mais elevado 2 1,50% Simples 1 0,75% Confiável 1 0,75% Não responderam 22 16,60% TOTAL 132 100% Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Foi solicitado aos participantes da pesquisa que usassem um termo simples para identificar a imagem de sua operadora. Assim, na Tabela 17, constam as respostas obtidas, para essa questão, que foram bastante variadas. Porém, vale destacar que 39 respondentes (29, 60% do total) afirmaram ter uma imagem boa, isto é, positiva da atual operadora que utiliza. Outras 19 pessoas (14, 40 %) associam a imagem de sua operadora às melhores promoções do mercado de telefonia móvel. Alguns (9,85%) têm uma imagem regular da operadora que utilizam, isto é, pensam que sua operadora precisa melhorar. Outras respostas foram registradas para a imagem da operadora, tais como: péssimo atendimento (6,8%), negativa (6%), bom atendimento (5,3%); mais popular (3,05%), melhor cobertura (2,3%), entre outras. No tocante a essa questão, observa-se ainda que 22 respondentes (16, 60) não emitiram nenhuma opinião a respeito da imagem da sua operadora. Tabela 18: Usuários que desejam trocar de operadora OPERADORA Nº DE USUÁRIOS PERCENTUAL Oi 5 3,79% Claro 5 3,79% Tim 21 15,90% Vivo 10 7,58% TOTAL 41 31,06% Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Com base nos resultados apresentados na Tabela 12, onde consta que 59,80% dos respondentes estão satisfeitos com suas operadoras, era esperado percentual pequeno de participação dos respondentes quando se verificou o número de usuários que desejariam mudar de operadora. Assim, foi observado que, dos 132 respondentes, apenas 41 desejam mudar de operadora, o que representa apenas 31,06% dos usuários; que, dentre estes, 15,90% desejam mudar para a Tim; 7,58%, para a Vivo; 3,79%, para a Claro, e 3,79%, para a Oi. Tabela 19: Motivos para trocar de operadora MOTIVOS PARA TROCAR Nº DE RESPONDENTES Insatisfação com o atendimento 15 Preço 9 Cobertura 13 Serviços 10 Promoções de outra operadora 26 Fonte: Pesquisa de Campo (2009) Na Tabela 19 aparecem os motivos que levam os 31,06% dos usuários (41 pessoas) a desejarem mudar de operadora. Visto que na resposta a essa questão os respondentes poderiam escolher mais de uma opção, os motivos mais citados foram: promoções de outras operadoras (26 pessoas), Insatisfação com o atendimento (15 pessoas); Cobertura (13 pessoas), Serviços (10 pessoas) e Preço (9 pessoas). Esses resultados enfatizam o que já foi identificado anteriormente, confirmando a importância que os consumidores vêm dando as promoções. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando o resgate teórico levantado, os resultados e as interpretações da pesquisa, algumas considerações podem ser apresentadas. Os resultados indicam que, na opinião dos pesquisados, a Oi, apontada como a preferida da grande maioria, é a operadora que tem conseguido desenvolver ações no sentindo de atraí-los, conquistá-los e fidelizá-los enquanto clientes, em virtude principalmente, segundo os mesmos pelas promoções oferecidas pela empresa. A pesquisa aponta também que o consumo de telefonia móvel pelos estudantes é moderado, pois 90% destes têm um gasto mensal menor que R$ 100,00. Além disso, o Plano pré-pago, no qual o usuário escolhe o valor a pagar conforme a sua necessidade, é o mais utilizado, o que caracteriza bem a população escolhida como alvo deste trabalho. Observa-se ainda que os fatores decisivos, tanto para a aquisição do serviço quanto para a permanência do cliente, estão relacionados às promoções, ao preço e à cobertura da operadora. No que se refere à percepção que os usuários têm das suas respectivas operadoras, um número significativo afirmou ter uma boa imagem. Outro percentual significativo de participantes associou a imagem da sua operadora a melhores promoções e melhor cobertura. Entretanto, observa-se que alguns ainda cultivam uma imagem negativa de sua operadora, talvez por isso, durante a pesquisa, tenha sido identificado que alguns clientes têm a intenção de mudar de operadora. De uma forma geral, os resultados indicam que as estratégias de marketing, adotadas pelas operadoras de telefonia móvel, que atuam no mercado de João Pessoa (PB), com o objetivo de satisfazer e fidelizar seus clientes universitários, graduandos do curso de Administração da UFPB, têm sido eficazes até o momento. Vale salientar que as pesquisas sobre a eficácia das estratégias que visem a satisfação e a retenção de clientes serão sempre importantes e necessárias, não somente para que as empresas de telefonia móvel saibam como estão sendo vistas pelos seus clientes, e quais os fatores que os mesmos consideram mais relevantes, mas também para que possam acompanhar sua própria evolução, e desenvolver ações e estratégias viáveis para a consecução dos seus objetivos, enquanto organização. Por fim, recomenda-se que as empresas de telefonia móvel, atuantes no estado da Paraíba, direcionem, cada vez mais, seus esforços, para o aprimoramento constante dos aspectos que os seus clientes consideram mais relevantes, e que interferem diretamente sobre o nível de satisfação e fidelização, destacando, dentre estes, as promoções, o preço, a cobertura e o atendimento ao cliente. 5.1 Limitações do Estudo Apesar do rigor da metodologia aplicada nessa pesquisa, algumas situações vivenciadas durante o desenvolvimento da mesma sugerem limitações no processo. A primeira delas diz respeito às dificuldades encontradas para ter acesso à amostra da pesquisa, pois algumas das pessoas que foram convidadas a participar da pesquisa se recusaram a colaborar, preferindo não responder ao questionário. Outra limitação foi o fato de o próprio processo de coleta dos dados junto aos 132 estudantes universitários ter sido feito através de uma amostra não-probabilística por conveniência. A limitação do tempo também acabou sendo um fator limitante. E pelo fato da pesquisa ter sido aplicada apenas junto aos clientes das empresas de telefonia móvel, graduandos do curso de Administração da UFPB, em João Pessoa/ PB, também pode ser apontada como uma limitação. 5.2 Sugestões para Pesquisas Futuras Como sugestões para pesquisas futuras propõem-se: • Continuidade do estudo da presente pesquisa ao longo do tempo, visando uma avaliação constantes da eficácia das estratégias de retenção utilizadas pelas operadoras de telefonia móvel, que atuam no mercado de João Pessoa (PB), considerando a percepção dos seus clientes; • Extensão da pesquisa para os demais cursos da Universidade Federal da Paraíba, como forma de avaliar se existem diferenças no nível de satisfação dos clientes conforme o curso em que estão matriculados, e também para os alunos de outras faculdades da região; • Avançar na direção do aproveitamento dos resultados da pesquisa, para aprimorar as ações de marketing das empresas de telefonia móvel, respondendo efetivamente às demandas expressas pelo mercado. 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APÊNDICE A QUESTIONÁRIO DA PESQUISA Prezado estudante, o presente questionário, tem por objetivo coletar informações, de suma importância, para análise das estratégias de retenção e fidelização utilizadas pelas empresas de telefonia móvel celular que atuam na cidade de João Pessoa-PB. Data da aplicação: _____/_____/______ Número do questionário: ________ 1. Gênero ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Idade ( ) Entre 17 a 26 anos ( ) Entre 27 a 36 anos ( ) Entre 37 a 46 ( ) Acima de 47 anos 3. Turno em que está matriculado? ( ) Diurno ( ) Noturno 4. Onde reside (Cidade/Estado)? R: _________________________________________________________________ 5. Quais operadoras de celular você utiliza? ( ) Claro ( ) Tim ( ) Vivo ( ) Oi 6. Das operadoras que você utiliza classifique-as em ordem decrescente de acordo com sua utilização: 1- _________________________________________________________________ 2- _________________________________________________________________ 3- _________________________________________________________________ 4- _________________________________________________________________ 7. Qual o seu plano atual? ( ) Pré-pago (Cartão) ( ) Pós-pago (Conta) 8. Qual seu perfil de utilização? ( ) Trabalho ( ) Pessoal 9. Cite as operadoras utilizadas de acordo com suas necessidades: Trabalho:____________________________________________________________ Pessoal:_____________________________________________________________ 10. Qual é seu consumo médio mensal? ( ) Menos de R$ 20,00 ( ) Entre R$ 20,00 e R$ 50,00 ( ) Entre R$ 50,00 e R$ 100,00 ( ) Entre R$ 100,00 e R$ 200,00 ( ) Entre R$ 200,00 e R$ 300,00 ( ) Acima de R$ 300,00 11. Das operadoras utilizadas eleja uma de maior preferência para responder o resto do questionário. Qual operadora? R:__________________________________________________________________ 12. Está satisfeito com a prestação de serviço da sua operadora? ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( ) Insatisfeito 13. Há quanto tempo é cliente da operadora de celular atual? ( ) Menos de 12 meses ( ) Entre 12 e 24 meses ( ) Entre 24 e 36 meses ( ) Mais de 36 meses 14. Qual (is) o(s) motivo(s) pela utilização da operadora de sua preferência? ( ) Satisfação com o atendimento do CallCenter ( ) Satisfação com o atendimento em Loja ( ) Preço ( ) Cobertura ( ) Portfólio de aparelhos ( ) Serviços ( ) Promoções ( ) Outros. Qual? 15. Dos motivos citados acima elenque, em ordem decrescente, os três mais importantes: 1-__________________________________________________________________ 2-__________________________________________________________________ 3-__________________________________________________________________ 16. Qual das estratégias abaixo você considera primordial para continuar fiel a sua operadora atual? ( ) Promoções ( ) Bom atendimento ( ) Programas de fidelidade ( ) Preço das tarifas ( ) Disponibilidade de serviços ( ) Cobertura ( ) Outros. Qual? 17. Qual a imagem você possui da sua operadora de preferência? ___________________________________________________________________ 18. Atualmente, deseja trocar de operadora? Se sim, para qual? ( ) Claro ( ) Tim ( ) Vivo ( ) Oi 19. Qual (is) o(s) motivo(s) para a troca de operadora? ( ) Insatisfação com o atendimento ( ) Preço ( ) Cobertura ( ) Portfólio de aparelhos ( ) Serviços ( ) Promoções ( ) Outros. Qual?