< Relatório Socioambiental Merck Sharp & Dohme 2006 – exercício 2005 > RELATÓRIO SOCIOAMBIENTAL 2006 EXERCÍCIO 2005 o paciente em primeiro lugar SUMÁRIO p2__MENSAGEM DO PRESIDENTE p4__APRESENTAÇÃO p8__PERFIL p16__COMPROMISSO CORPORATIVO p16__Visão, Missão e Valores p18__Governança Corporativa p19__Ética e Compliance p20__Especial: Maria Cecília Coutinho de Arruda, do CENE-GV, traça um panorama da ética empresarial p22__Relações Institucionais p23__Especial: José Fernando Mattos, do MBC, discute a importância de um cenário competitivo para o Brasil p25__Pesquisa Clínica p28__Especial: Dr. José Valdez Ramalho Madruga, do CRT DST/ Aids, comenta os caminhos da pesquisa clínica no Brasil p30__Especial: Dra. Luisa Lina Villa, do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, aponta a esperança contra o HPV p32__QUALIDADE DAS RELAÇÕES p32__Público Interno p36__Fornecedores p38__Especial: Silas da Silva, da Integrare, mostra o potencial da inclusão de minorias na cadeia produtiva das grandes empresas p40__Pacientes p42__Profissionais de saúde e clientes p44__Entrevista: Dr. Artur Beltrame Ribeiro, da Universidade Federal de São Paulo, aponta o olhar do médico sobre a indústria farmacêutica p48__Especial: Eugênio De Zagottis, da Droga Raia, fala sobre o trabalho das indústrias com o varejo p50__MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA p54__COMUNIDADE p56__Especial: José Vicente, da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares, explica a atuação deste que é um modelo pioneiro em inclusão p60__Especial: Joyce Capelli, da Inmed Brasil, discute as relações entre poder público, sociedade civil organizada e setor privado p63__INDICADORES ETHOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL p68__CRÉDITOS < mensagem do presidente > UM CICLO VIRTUOSO Ao publicar pela terceira vez um relatório de responsabilidade social, sinto-me satisfeito em perceber que cada vez mais conseguimos alinhar nossas ações com aquela que é nossa vocação primeira: prolongar e melhorar a qualidade de vida ao paciente. É isso o que buscamos quando, por exemplo, favorecemos o acesso a medicamentos para HIV/Aids, trabalhando em conjunto com o governo brasileiro naquele que é considerado um dos melhores programas de saúde do mundo. É também este o foco que temos em vista quando apoiamos a qualificação de centros de excelência para a realização de estudos clínicos, como fizemos em 2005 e continuamos fazendo em 2006, para que o Brasil tenha condições de se firmar como um fomentador da pesquisa em saúde. 2 Entendemos a inovação como a fator chave para desencadear um ciclo virtuoso que colocará nosso país em posição de destaque no cenário mundial. Ao favorecer um ambiente inovador, estimulamos a criação de conhecimento, educação e novas tecnologias, atraindo investimento e a realização de novos negócios. Falamos, portanto, de prosperidade, que resulta em melhores condições de desenvolvimento social e econômico, e melhor qualidade de vida para todos. Este é o cerne das ações pela competitividade que integraram nossa pauta desde 2004 e que ganharam fôlego em 2005. Ao lado do Movimento Brasil Competitivo, promovemos o debate sobre o tema em diversos fóruns, buscando engajar novos setores nesta luta que consideramos fundamental para o Brasil. Do ponto de vista da qualidade de nossas relações, demos um salto qualitativo em nosso relacionamento com os diversos públicos – pacientes, médicos, farmacêuticos, varejistas – em um trabalho cuja premissa é fazer com que o paciente possa contar com a melhor informação e o melhor tratamento para sua necessidade. Internamente, tivemos a maturidade de discutir com transparência as questões surgidas em um processo criterioso de observação do nosso ambiente de trabalho, em que identificamos os problemas e nos dispusemos a encontrar suas possíveis soluções, que passam pelo autodesenvolvimento dos nossos gestores e funcionários. Como indústria farmacêutica de pesquisa, estamos engajados na busca por produtos inovadores para necessidades médicas não atendidas. Nesse sentido, em 2005 tivemos uma importante avaliação de nosso pipeline mundialmente: como nosso trabalho demanda investimentos pesados, eles devem estar direcionados para que realmente possa trazer resultados positivos para a medicina e para os pacientes. Assim, abrimos mão de algumas linhas de atuação para seguirmos firmes e com ainda mais foco naquelas em que acreditamos: ajudar os médicos a ajudar os pacientes. Especificamente no Brasil, o ano marcou a preparação para trazer a público medicamentos inovadores. Ainda em 2006, lançaremos duas vacinas: contra o rotavírus, um problema de saúde pública no país, e a primeira vacina de prevenção do câncer de colo de útero, o segundo tipo de câncer mais incidente em mulheres. Às vacinas soma-se um medicamento contra o diabetes, com um mecanismo de ação único no mercado. Tratam-se de novos produtos que materializam nossa missão, que se propõem a prolongar a vida das pessoas e a fazê-lo com qualidade. Cada passo que damos tem um sentido preciso e uma direção clara: queremos que o Brasil prospere, para que as pessoas tenham mais qualidade de vida e vivam melhor. Estamos dispostos a seguir esse rumo por meio da descoberta de novos produtos, assegurando que eles estejam disponíveis para o maior número possível de pacientes. Mais do que isso, acreditamos na qualidade de nossas relações como a construção de um caminho em que o ciclo da competitividade possa ser ampliado, trazendo como conseqüência os dias melhores com que todos sonhamos. “2005 marcou a preparação para trazer ao mercado medicamentos inovadores, que salvam vidas e têm grande impacto na melhoria da saúde humana. É o caso da vacina contra o rotavírus, da primeira vacina para a prevenção do câncer de colo de útero, o segundo mais incidente em mulheres, e de um medicamento com novo mecanismo de ação contra o diabetes. Tratam-se de produtos que materializam nossa missão: ajudar os médicos para que seus pacientes tenham mais qualidade de vida. José Tadeu Alves* Presidente Human Health - América Latina Merck Sharp & Dohme * Tadeu foi diretor-presidente da Merck Sharp & Dohme Brasil até setembro de 2006, quando assumiu a sua nova posição na empresa. 3 < apresentação > PORTAS ABERTAS É com satisfação que, pela terceira vez, Merck Sharp & Dohme publica seu relatório de atividades anuais sob a perspectiva da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável. Nesta edição, adotamos a nomeação Relatório Socioambiental, por entender que atuação social e ambiental são indissociáveis. Assim como nas duas edições anteriores, este relatório foi elaborado seguindo as diretrizes do modelo sugerido pelo Instituto Ethos. Sua coordenação é 4 responsabilidade da área de Comunicação Corporativa e contou com a colaboração de todas as áreas da companhia no fornecimento de dados e esclarecimentos a respeito do desenrolar de nossas ações em 2005. Acreditamos que a elaboração deste material é parte do processo interno de reflexão e amadurecimento sobre as conseqüências de nossas ações e o que queremos para o futuro, e uma forma ativa de interação com nosso público interno e externo. NOVOS OLHARES Esta edição traz a contribuição de profissionais de destaque em suas áreas que, por meio de entrevistas, nos oferecem uma reflexão sobre assuntos que consideramos essenciais, ligados direta ou indiretamente à responsabilidade social. Com o intuito de agregar novos elementos para o debate, trazemos nesta edição uma inovação: a presença de pessoas ligadas direta ou indiretamente ao universo de nossos diferentes públicos, profissionais de destaque em suas áreas que, por meio de entrevistas, oferecem-nos com suas opiniões e experiências, uma reflexão sobre assuntos que consideramos essenciais e sobre a responsabilidade social. Assim, a Dra. Luisa Villa nos explica o significado da criação de uma vacina contra um dos cânceres mais comuns entre as mulheres, o câncer cervical, e Fernando Mattos, do Movimento Brasil Competitivo, nos traz uma abordagem sobre os caminhos do país rumo à competitividade. Um panorama sobre a ética empresarial e os desafios do Brasil rumo a ambientes cada vez mais sólidos é tema da entrevista com a Profª. Drª. Maria Cecília Coutinho de Arruda, coordenadora do Centro de Estudos de Ética nas Organizações, da Fundação Getúlio Vargas (Cene-FGV-Eaesp), e presidente da Associação Latinoamericana de Ética, Negócios e Economia, ALENE. Para conhecermos um pouco mais do ponto de vista dos profissionais de saúde, Dr. Arthur Beltrame contribui com sua opinião sobre as expectativas da classe médica sobre a indústria farmacêutica, da mesma forma que o faz Eugênio De Zagottis, da Droga Raia, sob o varejo. Silas da Silva, presidente da Integrare, organização não-governamental que atua como agente facilitador para a inclusão de grupos minoritários no cenário empresarial , explica de que maneira este trabalho pode influenciar um ciclo virtuoso de desenvolvimento social e Joyce Capelli, da Inmed Brasil, e José Vicente, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, contam a nós suas histórias e discutem os alcances das diferentes formas de atuação social da empresa. 5 < apresentação > OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO (ODM) Pelo segundo ano consecutivo, associamos nossas ações aos ODMs como forma de assinalar nossa contribuição rumo ao alcance das metas e reforçar sua divulgação junto ao nosso público. Merece destaque nossa atuação na área de HIV/Aids, conforme você verá a seguir. Até 2015, todos os 191 Estados-Membros das Nações Unidas assumiram o compromisso de: Erradicar a fome e a extrema pobreza Melhorar a saúde materna Atingir o ensino básico universal Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças Promover a igualdade entre de gênero e a autonomia das mulheres Garantir a sustentabilidade ambiental Reduzir a mortalidade infantil Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento Acompanhe as ações em busca dos objetivos pelo website www.pnud.org.br 6 HIV/AIDS: NOSSO PAPEL NESTA LUTA O Brasil pode orgulhar-se de deter um dos mais abrangentes e eficazes programas de atendimento e tratamento aos pacientes portadores de HIV/Aids do mundo, o qual serve de modelo para muitos países. Temos certeza de que nossa participação conjunta com o governo brasileiro neste trabalho contribui para este sucesso. Como consequência do nosso compromisso com o acesso a medicamentos, desde seu lançamento em 1998, reduzimos em 77,4% o preço de nosso medicamento anti-retroviral STOCRIN (efavirenz), chegando a um preço atual que representa apenas uma fração (10%) do preço vigente nos Estados Unidos. Em razão desta nossa disposição e de outras indústrias farmacêuticas, foi possível tratar 155 mil pacientes em 2004 (duas vezes mais que em 1999) com um gasto de aproximadamente R$ 570 milhões, o que representou apenas 1,8% do gasto total do Ministério da Saúde neste período. Em contrapartida, em 1999, com um gasto total de R$ 622 milhões (maior que o gasto de 2004), cerca de 3,2% dos gastos do Ministério da Saúde, foi possível o tratamento de 78 mil pacientes. Esses dados demonstram como foi possível, seis anos depois, tratar o dobro de pacientes e ao mesmo tempo diminuir os gastos do governo, reduzindo também o comprometimento do orçamento do Ministério da Saúde com o programa de HIV/Aids. Além disso, o tratamento com anti-retrovirais reduziu o número de hospitalizações – 358 mil foram evitadas nos últimos cinco anos, de acordo com relatório do Ministério da Saúde (Desafios Futuros: Metas para o Combate à AIDS de 2003 a 2006). Graças ao sucesso e à eficiência do Programa, a incidência de casos de HIV/Aids tem diminuído ao longo desses anos, permitindo ao Brasil manter a doença sob controle. LONGO PRAZO Acreditamos ainda que nossa principal contribuição ao desafio de controlar a epidemia de HIV/Aids mundialmente é nosso compromisso com a pesquisa, descoberta e desenvolvimento de medicamentos inovadores, como nossos esforços em busca de anti-retrovirais mais eficazes, incluindo um inibidor da integrase e uma vacina, projetos que hoje representam os mais longos programas de pesquisas conduzidos por nossa companhia, com estudos realizados em diferentes países, incluindo o Brasil. Conduzimos pesquisas na área de HIV/ Aids há cerca de 20 anos e nosso compromisso neste segmento continua forte, com grandes esforços no desenvolvimento de um inibidor de integrase, além de uma vacina, que certamente representarão duas importantes descobertas de MSD para o tratamento de HIV/Aids. 7 < perfil > DESENVOLVIMENTO E SAÚDE Ao descobrir medicamentos eficazes para preencher necessidades médicas não atendidas e contribuir com a discussão de acesso a medicamentos de qualidade para a população, prestamos nossa contribuição efetiva à sociedade e cumprimos nossos objetivos. Nosso escritório em São Paulo. Merck & Co. Inc., é uma companhia que pesquisa, desenvolve, produz e comercializa medicamentos e vacinas inovadores. Em todo o mundo, emprega cerca 63 mil funcionários e opera 31 fábricas e 17 centros de distribuição localizados em 25 países. Suas subsidiárias respondem à matriz norte-americana e seguem suas diretrizes, princípios e valores. Fundada em 1891, nos Estados Unidos, a companhia construiu sua história baseada no investimento em pesquisa de ponta e na descoberta de produtos para o tratamento das mais diversas doenças, como artrite, asma, colesterol e HIV/Aids. A busca por inovações e os benefícios diários que elas proporcionam a milhões de pacientes são o foco de nossa atuação. Merck Sharp & Dohme é uma subsidiária de Merck & Co. Inc. que chegou ao Brasil em 1952. São fatos marcantes dessa história a construção de uma fábrica inaugurada em 1958 pelo Presidente Juscelino Kubitscheck e pelo governador Jânio Quadros, a realização e o desenvolvimento de pesquisas clínicas, a introdução de tratamentos inovadores para diversas 8 doenças, como o colesterol alto e outros riscos cardiovasculares, além da participação histórica da empresa com o governo brasileiro no Programa Nacional de HIV/Aids e a doação de Mectizan para o tratamento dos Ianomamis. Atualmente, contamos com mais de 800 funcionários, divididos entre o escritório em São Paulo, a unidade fabril, em Sousas, distrito de Campinas, e representantes em todo o país. UMA GUINADA ESTRATÉGICA O ano de 2005 marcou um importante momento para Merck & Co., que anunciou um programa de reestruturação global. Seu objetivo é reduzir substancialmente a base de custos, delinear nossas ações para melhorar a produtividade de Pesquisa e Desenvolvimento, concentrando esforços em um conjunto selecionado de áreas terapêuticas voltadas para as necessidades dos pacientes e oportunidades de desenvolvimento de medicamentos inovadores (veja item Pesquisa Clínica deste relatório). Além disso, começamos a implementar um novo modelo A nova estratégia, somada à nossa carteira atual de produtos inovadores, aos lançamentos previstos e às iniciativas de economia de custos, devem nos proporcionar crescimento significativo a ser atingido em três ou cinco anos Vista aérea de nossa unidade fabril em Sousas, distrito de Campinas, SP. comercial que propiciará maior valor aos clientes, com ênfase em tecnologia e canais alternativos para garantir que os pacientes recebam nossos produtos da maneira mais eficiente. A nova estratégia é parte de um esforço permanente para melhorar continuamente nosso trabalho e apresentar crescimento sustentado no longo prazo. Somados a ela, nossa carteira atual de produtos inovadores, os lançamentos previstos e as iniciativas de economia de custos, devem nos proporcionar crescimento significativo a ser atingido em três ou cinco anos. Ética Merck & Co. figura como a segunda companhia mais ética do mundo, de acordo com o Covalence Ethical Ranking 2005. O índice é baseado em informações qualitativas coletadas de diversos meios de divulgação, que são classificadas dentro de 45 critérios de contribuição do negócio para o desenvolvimento humano, tais como: condições de trabalho, gerenciamento de resíduos, utilidade social e políticas de direitos humanos. Faturamento FATURAMENTO GLOBAL (BILHÕES) FATURAMENTO BRASIL (MILHÕES) 2004 US$ 22,9 2004 US$ 186,4 2005 US$ 22,0 2005 US$ 227,6 9 < perfil > PRODUTOS QUE FAZEM HISTÓRIA Aumento da expectativa e da qualidade de vida: pela natureza de cada produto que trazemos ao mercado, sabemos do impacto que eles representam para milhares de pacientes em todo mundo, o que nos estimula a dar continuidade com mais empenho ao nosso negócio. No Brasil, produzimos e comercializamos medicamentos nas seguintes áreas: Sandra do Carmo Costa e Cláudia Vieitas, monitoras de Pesquisa Clínica. 10 CARDIOLOGIA Em 2006, nossa atuação na área de cardiologia completa 52 anos, um trabalho iniciado com ALDOMET (Metildopa) e MODURETIC (Hidroclorotiazida/ Cloridato de amilorida), impulsionado em 1980, com a chegada ao mercado de RENITEC (Maleato de enalapril), CO-RENITEC (Maleato de enalapril/hidroclorotiazida), medicamentos revolucionários para o tratamento da hipertensão arterial e usados atualmente por milhares de pacientes no Brasil. Somos pioneiros também no mercado de redutores de colesterol, com a introdução do primeiro medicamento comprovadamente eficiente nesse segmento: MEVACOR (Lovastina), trabalho que teve continuidade com ZOCOR (Sinvastatina), que demonstrou enorme eficácia na redução de eventos cardiovasculares. Em 2004, novamente inovamos com o lançamento do primeiro medicamento que inibe a absorção do colesterol, EZETROL (Ezetimiba). E em 2005, o lançamento de VYTORIN (Ezetimiba/sinvastatina) Inovações históricas – Dos 46 medicamentos que mudaram o mundo, 10 são fruto dos esforços em pesquisa da Merck & Co. A afirmação é da revista científica Chemical & Engineering News – que, em 2005, publicou uma lista das principais drogas que marcaram a história. Entre elas estão CRIXIVAN (contra Aids), FOSAMAX (contra osteoporose) e MECTIZAN (contra cegueira do rio). trouxe a dupla inibição, uma abordagem terapêutica inovadora que proporciona redução potente e rápida do colesterol, superior às demais terapias existentes. Nossa linha cardiovascular se completa com AGRASTAT (Cloridrato de tirofibana monoidratado), COZAAR (Losartana monopotássica) e HYZAAR (Losartana monopotássica/hidroclorotiazida), além de MODURETIC (Hidroclorotiazida/cloridrato de amilorida), ALDOMET (Metildopa), PRINIVIL (Li- sinopril) e PRINZIDE (Lisinopril/ hidroclorotiazida). HIV/AIDS Com nossa tradição de inovação, lançamos em 1996 CRIXIVAN (Sulfato de Indinavir), inibidor de protease, que revolucionou o tratamento de pacientes com HIV/Aids ao aumentar a perspectiva de vida por vários meses. STOCRIN (Efavirenz) é um dos medicamentos do Programa Nacional de DST/Aids, por meio do qual assumimos uma de nossas frentes a favor da ampliação ao acesso: desde sua chegada ao mercado brasileiro, o medicamento sofreu uma redução de 77.4% em seu preço, o que possibilitou estender o tratamento a um percentual significativo de pacientes. Atualmente, conduzimos estudos clínicos em busca de uma nova opção terapêutica de combate à doença, cujo foco são os pacientes que já apresentam resistência aos medicamentos disponíveis – (veja item Pesquisa Clínica deste relatório). 11 ARCOXIA (etoricoxibe) é um antiinflamatório pertencente a uma nova classe terapêutica, os coxibes, conhecidos por apresentar menor incidência de eventos adversos gastrintestinais do que os antiinflamatórios mais antigos. Indicado para o tratamento de ampla gama de doenças crônicas, como osteoartite, artrite reumatóide, dismenorréia primária (cólica menstrual), dor lombar e gota aguda, está no mercado desde 2002 e em 2005 tornou-se líder em prescrição entre todos os antiinflamatórios (coxibes ou não). SINGULAIR (montelucaste de sódio), indicado para o tratamento da asma e da rinite alérgica, é o medicamento líder mundial para asma em crianças e já foi receitado para mais de 25 milhões de pacientes em mais de 90 países. O produto possui uma apresentação – SINGULAIR baby – especialmente formulada para crianças de 6 meses a 2 anos de idade. JANUVIA (sitagliptina) é um novo medicamento para o tratamento do diabetes, que será indicado para o tratamento do diabetes tipo 2 (não dependente de insulina), doença que, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), afeta atualmente 194 milhões de pessoas e que, sem tratamento adequado, poderá afetar 333 milhões em 2025. Esse novo medicamento aumentará a a capacidade do organismo de reduzir os níveis de açúcar no sangue (glicemia). Entre os principais benefícios do medicamento estão o controle fisiológico da glicemia (atua somente na presença de níveis altos de glicose), a boa tolerabilidade, a baixa incidência de efeitos colaterais (ganho de peso e hipoglicemia – níveis muito baixos de açúcar no sangue) e administração em dose única diária. Arcoxia está no mercado desde 2002 e em 2005 tornou-se líder em prescrição entre todos os antiinflamatórios (coxibes ou não). 12 compromisso humanitário Nosso compromisso com o beneficio à população também é ilustrado pela manutenção no mercado de produtos que não oferecem mais lucros para a empresa, mas são fundamentais para o tratamento de doenças graves em todo o mundo. É o caso de ELSPAR (Asparaginase) e COSMEGEN (Dactinomicina), contra o câncer, além de CUPRIMINE (Penicilamina), que atua no combate à doença de Wilson, e MECTIZAN (Ivermectina), cuja produção é distribuída gratuitamente entre as populações em risco de oncocercose (veja item Comunidade deste relatório). VACINAS As vacinas são reconhecidamente, uma das intervenções mais eficientes de saúde pública, fator indispensável na construção de um modelo de saúde eficaz. É por isso que cada vez mais investimos no desenvolvimento de novas abordagens preventivas. Assim, contamos com as vacinas MMR II (vírus vivos atenuados contra caxumba, sarampo e rubéola); VAQTA (vírus inativado contra hepatite A); VARIVAX (vírus vivo atenuado contra a varicela); PNEUMOVAX 23 (Polissacarídeos capsulares purificados de Streptococcus pneumoniae), para a prevenção de pneumonia pneumocócica; além de RECOMBIVAX (Recombivax HB), que atua na prevenção da hepatite B. OUTRAS CLASSES TERAPÊUTICAS OFTALMOLOGIA: TIMOPTOL (Maleato de timolol), COSOPT (Cloridrato de dorzolamida/maleato de timolol), TIMOPTOL XE (Maleato de timolol), TRUSOPT (Cloridrato de dorzolamida); ANTIBIÓTICOS: FLOXACIN (Norfloxacino), TIENAM (Imipeném/cilastatina sódica), INVANZ (Ertapeném sódico), MEFOXIN (Cefoxitina sódica); ANTIFÚNGICO: CANCIDAS (Acetato de caspofungina); INDOCID (Indometacina); HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB): PROSCAR (Finasterida); ENXAQUECA: MAXALT (Benzoato de rizatriptana); ONCOLOGIA: EMEND (Aprepitanto); PARKINSON: CRONOMET (Levodopa/carbidopa); ALOPECIA (OU CALVÍCIE): PROPECIA (Finasterida) 13 < perfil > Um salto para o futuro Para 2006, novas vacinas trarão oportunidade de prevenção para doenças de significativo impacto. GARDASIL, contra o Papiloma Virus (HPV), apontado como a segunda principal causa do câncer de colo do útero e verrugas genitais, é nossa contribuição para ajudar salvar milhares de vidas. Por sua vez, ROTATEQ oferece prevenção ao rotavírus, doença de alta incidência no país. Além delas, disponibilizaremos PROQUAD já no 1º semestre de 2007, uma vacina de ação combinada contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora, e ZOSTAVAX, contra o Herpes Zoster, que ampliará ainda mais nossa atuação nesse segmento. Grácio Reis, diretor da área Unidade Hospitalar, Governo e Vacinas. “Prevenção é saúde. Salvar vidas é nossa missão”. MSD – Para Merck Sharp & Dohme, de que forma o desenvolvimento de novas vacinas pode ser visto como uma vitória? GRÁCIO – Entregar para a medicina produtos dirigidos à prevenção de uma patologia que afeta milhões de pessoas é algo totalmente alinhado à nossa missão, que é trazer inovações que realmente possam melhorar e proteger a vida da população. É o caso, por exemplo, da vacina para HPV, a primeira vacina contra o câncer a ser lançada no mundo e ROTATEQ, contra o rotavírus. Os dois projetos, encabeçados pela matriz, tiveram forte participação do Brasil na condução dos estudos clínicos. Tratam-se de produtos inovadores, mas que exigirão investimentos em campanhas educacionais sobre a importância da prevenção, principalmente em relação ao HPV, estimulando os pais a tomarem a decisão de vacinar seus filhos entre 9 e 26 anos. Parcerias com associações médicas, setores da educação e imprensa serão importantes para garantir o sucesso dessa campanha, que será definido como a mudança do rumo na história do câncer de colo do útero, 3ª causa de câncer na mulher. 14 Setor de Embalagem da fábrica de Merck Sharp & Dohme, em Sousas, Campinas, SP. “Entre 2006 e 2007, lançaremos no Brasil as vacinas GARDASIL, ROTATEQ, ZOSTAVAX e PROQUAD, que oferecem possibilidade de prevenção respectivamente para o HPV, o rotavírus, a herpes zoster e ação combinada contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora”. Grácio Reis Em 1987, o desenvolvimento de um novo medicamento custava US$ 230 milhões. Atualmente, o gasto médio é de US$ 900 milhões – e pode chegar a US$ 2 bilhões em 2010. (Fonte: Febrafarma) A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA DE PESQUISA NO BRASIL A indústria farmacêutica é parte fundamental de qualquer sistema de saúde e historicamente enfrenta o desafio de descobrir remédios que melhorem a qualidade de vida das pessoas. No Brasil, a criação da lei de patentes marca uma guinada importante no desenvolvimento do setor, que, a partir de então, passou a investir de forma crescente na realização de estudos clínicos em busca de novos medicamentos. Se há dez anos o setor desenvolvia apenas 30 protocolos no país, de acordo com a ANVISA, em 2004, foram realizadas 874 pesquisas clínicas, contra 819 em 2003. Dados do IMS Health apontam que o mercado farmacêutico brasileiro movimentou US$ 6,781 bilhões em 2005, o que o coloca como décimo em vendas de medicamentos no mundo. Segundo a Febrafarma, para 2006, a previsão é de que os laboratórios invistam R$ 2,2 bilhões, um volume 166% superior ao do ano de 2005. Deste total, R$ 181,54 milhões serão destinados à pesquisa de novos produtos e R$ 302,44 milhões, à pesquisa e desenvolvimento. DESAFIOS Ainda de acordo com a Federação, os principais desafios da indústria farmacêutica no país são oferecer medicamentos com qualidade e preço acessível, ampliar seu acesso de forma geral, lidar com a sensibilização da população em relação a preços, ganhar competitividade, identificar e buscar oportunidades no exterior, criar políticas voltadas para o desenvolvimento tecnológico e científico e colaborar estreitamente com os poderes constituídos no tocante às questões relacionadas à produção e ao consumo de medicamento. Atuação Social Levantamento anual realizado no setor farmacêutico pela Febrafarma apontou que nos últimos anos houve um crescimento significativo de investimentos da indústria farmacêutica na área social. Em 2004, foram investidos R$ 42,5 milhões em mais de 400 ações sociais e/ou programas que, ao todo, beneficiaram 8,7 milhões de pessoas. No ano de 2003, o montante investido foi de R$ 30,8 milhões, distribuídos em 297 programas que, juntos, assistiram 7,2 milhões de pessoas. No ano anterior, em 2002, os investimentos nessa área foram de R$ 18 milhões, que reverteram-se em mais de 100 programas sociais. Os números são mais uma forma de demonstrar o compromisso contínuo da indústria farmacêutica com o setor social. Conheça nossa atuação social no item Comunidade deste relatório. Marcia V.F.de Macedo e Rosimar A. M. Rocha, Analistas do Laboratório de Controle de Qualidade da fábrica, durante verificação dos certificados de vidrarias calibradas. Segundo a Febrafarma, para 2006, a previsão é de que os laboratórios invistam R$ 2,2 bilhões no Brasil, um volume 166% superior ao do ano de 2005. Deste total, R$ 181,54 milhões serão destinados à pesquisa de novos produtos e R$ 302,44 milhões, à pesquisa e ao desenvolvimento. 15 < compromisso corporativo: visão, missão e valores > VISÃO Merck Sharp & Dohme Brasil buscará sempre tornar mais acessíveis nossos produtos de pesquisa ao maior número possível de pacientes que deles necessitem. Este é nosso compromisso com a sociedade e nunca iremos abandoná-lo. Medicamentos cada vez mais eficazes e seguros e o maior conhecimento dos benefícios por eles oferecidos contribuirão para prolongar e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, com a conseqüente satisfação dos nossos clientes. Acreditamos que haverá um dia em que todo brasileiro terá acesso a medicamentos inovadores, de qualidade e de reconhecido valor. Portanto, encorajaremos continuamente o desenvolvimento pessoal e profissional de nossos funcionários para atuar sempre, de forma incansável e sinérgica, visando a transformar esse sonho em realidade. MISSÃO Merck Sharp & Dohme Brasil será uma empresa líder em crescimento no País, conquistando as primeiras posições em participação de mercado em todas as principais classes terapêuticas e, ao mesmo tempo, sendo reconhecida como a empresa farmacêutica líder em ética. Ofereceremos aos nossos funcionários a oportunidade de satisfazer a seus objetivos pessoais e profissionais e desenvolveremos futuros líderes para Merck Sharp & Dohme. Seremos reconhecidos como modelo de excelência profissional, em que os Princípios de Liderança têm a mais alta prioridade. 16 VALORES A promoção dos valores e padrões da empresa tem função primordial em nosso sucesso futuro e orienta nossas ações e decisões. Os valores de Merck Sharp & Dohme Brasil são reconhecidos e motivo de orgulho de todos os funcionários da empresa e são apresentados a todos, para que os conheçam e possam vivenciá-los, o que os torna parte do dia-adia da empresa e pauta do relacionamento entre todos. • Comprometimento com Clientes: identificaremos cuidadosamente, em um mercado em constante evolução, todos os clientes e seus segmentos, orientando nossos esforços e recursos para satisfazer às suas necessidades. Nossa meta é 100% de satisfação do cliente. • Pessoas: as pessoas são nosso patrimônio mais valioso. Estamos empenhados em atingir os objetivos da empresa com orgulho, profissionalismo e comprometimento com a excelência. Temos plena convicção de que nosso sucesso depende de liderança, conhecimento, criatividade, flexibilidade, diversidade e aptidões de todo o nosso pessoal. Identificaremos e desenvolveremos os melhores talentos e proporcionaremos oportunidades de carreira recompensadoras e desafiadoras. Bomhumor e ambiente descontraído serão incentivados quando e onde for apropriado. • Inovação/Criatividade: reconhecemos que criatividade e inovação são cada vez mais importantes para atingirmos nossos objetivos em um mercado competitivo. Incentivaremos nosso pessoal a assumir riscos de forma prudente e desencorajaremos penalizações quando isso resultar em insucesso. • Empowerment: para atender melhor nossos clientes, confiaremos em nossos funcionários, aos quais daremos autoridade para participar ativamente dos processos decisórios. • Reconhecimento: incentivaremos e premiaremos as realizações individuais e em grupo por meio de prêmios apropriados, financeiros ou não, utilizando sistemas de avaliação honestos, justos e transparentes. • Integridade/Ética: adotamos os mais elevados padrões éticos e demonstramos solidez moral inabalável perante as pressões e demandas do mercado. Esforçamo-nos para garantir que nossas decisões sejam honestas e justas e defendemos nossas posições com franqueza, imparcialidade e ousadia intelectual. • Confiança/Transparência: construímos um ambiente de trabalho transparente, em que todos são incentivados a expressar suas opiniões com honestidade, confiança e sem medo de retaliação. • Respeito/Empatia: demonstramos respeito e empatia por nossos colegas, clientes e acionistas, evidenciando nosso interesse por suas idéias, opiniões e aptidões. • Diversidade: manteremos um ambiente de trabalho que respeite a dignidade de todos os funcionários, que propicie bom desempenho profissional e que seja isento de qualquer tipo de discriminação e assédio, inclusive assédio sexual e discriminação em função de raça, cor, religião, origem, idade, parentesco, deficiência, opção sexual, cidadania, estado civil ou outras características protegidas por lei. • Profissionalismo: nossa conduta reflete permanentemente os mais elevados padrões profissionais. Conservamos e aprimoramos nossa qualificação profissional e a de nossos funcionários por meio de educação e aprendizado constante. • Responsabilidade: as pessoas são responsáveis pelos resultados do seu trabalho e deles devem prestar contas, tanto individualmente quanto em grupo. • Receptividade/Compreensão: buscamos e aceitamos críticas construtivas para nosso crescimento pessoal e profissional. • Trabalho em Equipe: acreditamos no poder do trabalho em equipe e partilhamos abertamente idéias e lições aprendidas. Com o trabalho em equipe, as idéias e as contribuições são enriquecidas, o envolvimento e o comprometimento aumentam e a produtividade e os resultados são melhores. • Comunidade: reconhecemos que o dinamismo de nossos funcionários, das comunidades e dos países em que estamos presentes exerce impacto direto no sucesso do nosso negócio. Desse modo, procuramos agir ativamente para tornar nossas comunidades, tanto a interna quanto a externa, um lugar melhor para viver e trabalhar. Merck Sharp & Dohme sempre será uma boa cidadã empresarial. • Equilíbrio Trabalho-Vida Pessoal: acreditamos em uma flexibilidade operacional que dê apoio às necessidades individuais de equilíbrio entre trabalho, família e vida pessoal. 17 < governança corporativa > EXERCÍCIO DIÁRIO O que é governança corporativa? Para Merck Sharp & Dohme, é um exercício diário que influencia diretamente na conquista do que entendemos por vantagem competitiva. Para que esse discurso se concretize, contamos com mecanismos de estímulo às práticas exemplares, como a adoção de políticas claras e procedimentos para todas as áreas e a descentralização da tomada de decisões por meio de nossos comitês de gestão. Contamos ainda com ferramentas de controle sobre a efetividade de nossos processos, incluindo uma auditoria interna, que acontece a cada dois anos, para certificarmo-nos de que todos os funcionários estão cientes das políticas que orientam nossas atividades em suas diferentes áreas. Desde 2004, estamos de acordo com a Lei SarbanesOxley, criada pelo governo do Estados Unidos e obrigatória para todas as empresas sediadas no país, como é o nosso caso, ou com capital negociado em suas bolsas. Seu objetivo é estabelecer procedimentos rigorosos para a emissão de relatórios dessas empresas e, portanto, está diretamente relacionada às boas práticas e governança corporativa. Trata-se de uma regulamentação que diz respeito não só às questões financeiras, mas também aos controles internos de todas as atividades que possam ter impacto nos resultados da companhia. Em 2005, fomos novamente certificados pela Deloitte Touche Tohmatsu e pelos auditores da PricewatherhouseCoppers como plenamente adequados à lei. Vilma de Lima, Operadora de Produção C no setor de Embalagem da fábrica. Desde 2004, estamos de acordo com a Lei Sarbanes-Oxley, sancionada pelo governo dos Estados Unidos para exigir das corporações boas práticas de governança corporativa. 18 < ética e compliance > ÉTICA E PRÁTICA Consolidar a ética em nossas relações e garantir que ela se traduza em nosso cotidiano é um desafio que encaramos diariamente. E em 2005 não foi diferente. Conforme assumido no relatório anterior, realizamos o treinamento sobre nosso Código de Conduta com os cerca de 143 funcionários da fábrica de Sousas e de outras áreas da empresa. Com isso, certificamo-nos de que mais de 90% de nossos funcionários estão familiarizados com esta ferramenta que consideramos fundamental para a criação de uma cultura organizacional que ofereça segurança para a tomada de decisões. A partir de 2006, os treinamentos serão realizados periodicamente, duas vezes por ano, para contemplar novos funcionários e atingirmos o percentual total da força de trabalho. UM NOVO COMITÊ Criamos também um Comitê de Compliance, integrado pelos diretores da companhia. Uma vez por mês, nossos líderes se reúnem para discutir as questões relativas ao tema, além de tirar dúvidas e cuidar do estabelecimento de normas internas capazes de oferecer um suporte claro e prático para balizar o comportamento de nossos funcionários e auxiliá-los na tomada de decisões. Ao longo de seu primeiro ano de trabalho, foram criadas/revisadas três políticas locais (ou seja, complementares às determinadas pela matriz): uma envolve a distribuição de amostras de produtos, outra, dispensação de medicamentos para funcionários e não funcionários e a terceira atualiza princípios para as atividades promocionais, englobando todas as atividades de relacionamento com a classe médica, dentro dos valores éticos e de educação médica continuada. Todos os funcionários da nossa força-de-vendas e do escritório passaram por um treinamento e certificação eletrônica a respeito das novas políticas, que desde então encontram-se disponíveis na intranet para consulta. Complementando esse trabalho, o portal da área jurídica na intranet foi reformulado e diversas matérias sobre ética e compliance foram veiculadas na Interação, revista interna da empresa. A idéia é que as questões se mantenham sempre em pauta e que os funcionários possam contar com um bom suporte para lidar com elas. Entendemos esses esforços, tanto na discussão das questões, quanto no oferecimento de bases para a tomada de decisões, como demonstração concreta de nosso compromisso em garantir que o tema faça parte da vida de cada um de nossos funcionários de forma arraigada. Dárida Meneghetti Madsen, Analista Plena do Laboratório de Controle de Qualidade. E para 2006... Em 2006, uma sala eletrônica de debates será criada na intranet, para disponibilizar todas as informações existentes a respeito de normas, ética e compliance e fomentar a discussão online, num processo aberto e de construção permanente. Ainda estão entre as metas a criação de uma política específica para o relacionamento com funcionários públicos e o lançamento de uma edição revista do Código de Conduta. Uma vez editada, um treinamento eletrônico cuidará de levar as novidades a todos os funcionários. 19 < entrevista – profa. Maria Cecília Coutinho de Arruda > Se levarmos em conta que o conceito filosófico de ética remonta à Antiguidade, as discussões sobre Ética Empresarial são realmente recentes. Um dos principais nomes no Brasil que vem acompanhando de perto esse movimento é a Profª. Drª. Maria Cecilia Coutinho de Arruda, Coordenadora do CENE-FGVEAESP - Centro de Estudos de Ética nas Organizações, presidente da ALENE – Associação Latino-Americana de Ética, Negócios e Economia, e membro do Comitê Executivo da ISBEE – International Society of Business, Economics, and Ethics. A Profa. Cecilia dedica-se à pesquisa, ensino, treinamento e consultoria sobre Ética nas Organizações. Com base em sua experiência na área, ela nos ajuda a entender um pouco mais sobre o tema na entrevista a seguir. 20 ÉTICA EMPRESARIAL: UM PANORAMA MSD – Do que exatamente estamos falando quando pensamos em Ética nas empresas? PROFA. CECILIA ARRUDA – Trata-se de fazer o bem para a sociedade por meio dos seus serviços, produtos ou idéias. Esse “fazer o bem” tem um sentido prático e filosófico: se vou produzir um alimento ou um remédio que vai suprir uma necessidade básica, estou atendendo a uma demanda e devo fazê-lo da melhor forma, pensando no bem em todos os elos da cadeia. Devem ser boas as ações em si, a intenção que as motivou e as circunstâncias ou conseqüências destas ações. A criação de um ambiente corporativo ético é fundamental porque é ali que as pessoas passam a maior parte do seu dia e de sua vida. Se as políticas forem mal encaminhadas, o clima ético se destrói e a sobrevivência pode se tornar insuportável. Por outro lado, um ambiente ético redunda em um ambiente saudável que, por sua vez, redunda em produtividade. Falar de produtividade significa, em última análise, falar de lucros. MSD – Pensando nessa questão de “fazer o bem” em todos os elos da cadeia, podemos dizer que o conceito está relacionado à responsabilidade social? PROFA. CECILIA ARRUDA – É preciso estabelecer uma distinção importante: a conduta ética de uma empresa começa na pessoa, enquanto a responsabilidade social diz respeito ao grupo. Uma empresa em que as pessoas tomam decisões éticas, certamente lá na frente terá como resultado a responsabilidade social: esta vem como conseqüência da postura ética. A responsabilidade do corpo diretivo, nesse sentido, é muito grande. É preciso usar os valores éticos para tomar decisões e, se for o caso, inclusive, perder dinheiro em favor da ética. A ética pressupõe uma liberdade de escolha. A alta administração de uma empresa deve ter a competência e a criatividade necessárias para encontrar alternativas de solução ética para os problemas. É possível que se percam recursos financeiros em um projeto ou durante um período de tempo, enquanto se analisam formas de recuperá-los em outros. Sob a perspectiva da ética, o exercício de busca do bem comum normalmente leva a resultados positivos. A ética vale a pena! Esta é uma questão interessante: é preciso e possível alcançar metas de negócios, visando à ética, ao bem comum e à responsabilidade social, sem abdicar de valores morais. Isso pressupõe inteligência, criatividade, competência e, sobretudo, boa vontade. MSD – Qual é o papel do Código de Conduta na construção da ética empresarial? PROFA. CECILIA ARRUDA – O código de conduta ajuda a deixar claro para o funcionário e para os demais públicos com os quais a empresa se relaciona quais são os valores centrais que guiam essa organização, quais os limites morais de atuação e, especificamente, em alguns campos específicos. Entendo também que o código de conduta permite que pessoas com formações e valores diferentes, construídos ao longo de suas histórias, possam estar alinhadas para levar a cabo o dia-a-dia da organização da maneira que se espera. É um instrumento que evita as arbitrariedades. MSD – Qual é o grande desafio com relação ao tema no Brasil? PROFA. CECILIA ARRUDA – O que precisa aumentar é a coragem de se investir na formação ética dos dirigentes e funcionários. Hoje parece não estar tão “na moda” investir recursos em ética, mas sim em responsabilidade. Minha opinião é de que a responsabilidade social deve começar dentro da empresa. Só quando as questões sociais internas estiverem totalmente equacionadas é que se pode olhar “para fora”. Aí diferenciam-se os temas. No exterior, cada vez mais as empresas têm um profissional dedicado a cuidar exclusivamente da ética na organização. Este atua como um gerente da ética, é ligado ao comitê executivo e tem como responsabilidade cuidar da manutenção do código de conduta, atualizando-o, realizando pesquisas sobre o clima ético, criando comissões para resolver questões específicas de caráter ético, envolvendo todos, não somente a área jurídica. É alguém que trabalha visando à compreensão dos problemas e à busca de soluções. Fora do Brasil, este trabalho tem surtido muito efeito. Para nós ainda é um desafio. 21 < relações institucionais > UMA AGENDA PRÓ-ATIVA Entendemos que ao desenvolver parcerias, alianças e relacionamentos estamos assumindo nosso papel como agentes capazes de influenciar positivamente a sociedade, de acordo com nossos valores e princípios de ética. Fazemos isto por meio de nossa participação na Interfarma e na Febrafarma, representantes de nosso setor, e por meio da AmCham, Câmara Americana de Comércio. MELHOR AMBIENTE DE NEGÓCIOS Nossa agenda de atuação externa tem como foco a articulação dos diferentes setores (público e privado, universidades, pacientes e profissionais de saúde, comunidade e organizações sociais) em busca de um ambiente favorável ao estabelecimento de um sistema de saúde capaz de responder às necessidades de nosso país. Entendemos que este modelo deve passar pelas seguintes condições: • acesso universal à saúde, enfocando as necessidades dos pacientes e reduzindo injustiças e iniqüidades regionais. • sistema de saúde eficiente, transparente, ético e baseado em evidência. • serviços de qualidade, com recursos financeiros alinhados às necessidades da população. A população deve ser instruída a cuidar de sua saúde e os profissionais de saúde devem receber treinamento e suporte adequados para atender às necessidades dos pacientes. • expansão da cobertura do atendimento médico a milhões de pessoas e preparação para as necessidades de uma população em fase de envelhecimento. • sistema de saúde que encoraje a inovação em produtos, diagnósticos, tratamentos, aspectos administrativos e de negociação e sua aplicação ideal. 22 Um Brasil mais competitivo Nossa agenda de atuação externa tem como foco a articulação dos diferentes setores (público, privado, universidades, pacientes e organizações sociais) em busca de um ambiente de negócios favorável ao estabelecimento de um sistema de saúde capaz de responder às necessidades de nosso país. Entendemos que este modelo deve passar pelas seguintes condições facilitadoras: • Acesso Universal à Saúde. • Suporte a Pesquisa Científica Básica. • Proteção Efetiva a Propriedade Intelectual. • Ambiente regulatório estável, previsível e eficiente. • Transparência e aplicação efetiva das leis. • Acesso à educação de qualidade para todos. Os Pilares da Competitividade I– Competitividade em custo e disponibilidade de capital: revitalização do mercado de capitais; redução do custo e acesso ao crédito II – Competitividade fiscal e institucional: redução e redistribuição da carga tributária; reforma do Judiciário; proteção à Propriedade Intelectual, atração de investimentos diretos; estabilidade dos marcos regulatórios III – Competitividade em custo operacional: reforma trabalhista; desburocratização, inserção do Brasil em blocos econômicos e educação para a sociedade do conhecimento; política de incentivo à inovação. (saiba mais em www.amcham.com.br e em www.mbc.org.br ) < entrevista – José Fernando Mattos > POR UM BRASIL COMPETITIVO Em entrevista, o diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC), José Fernando Mattos, explica quais os desafios do Brasil e os fatores envolvidos na construção de cenário competitivo. MSD – O que significa competitividade? JOSÉ FERNANDO MATTOS – Entendemos a questão da competitividade de uma forma mais ampla do que apenas fazer do Brasil um grande exportador ou um país capaz de oferecer produtos baratos. Para nós, competitividade é buscar uma sociedade capaz de garantir prosperidade. Uma prosperidade baseada em alguns pilares fundamentais, como o aumento de produtividade, a geração e distribuição de renda e uma base educacional forte para facilitar a produção e difusão de conhecimento e conseqüentemente de inovação. Acredito que uma sociedade competitiva é aquela que consegue esses três elementos de forma equilibrada. MSD – Como surgiu o Movimento Brasil Competitivo e quais suas conquistas até agora? JOSÉ FERNANDO MATTOS – O MBC nasceu no final de 2001. Somos uma entidade mantida por pessoas jurídicas, com um conselho composto por ministros de Estado e representantes da Fundação Prêmio Nacional de Competitividade. Nosso principal objetivo é promover a competitividade por meio da melhoria de gestão das organizações públicas e privadas, além de 23 < entrevista – José Fernando Mattos > “Para nós competitividade é buscar uma sociedade capaz de garantir prosperidade hoje e no futuro, baseada em pilares fundamentais, como o aumento de produtividade, a geração e distribuição de renda e uma base educacional forte para facilitar a produção e difusão de conhecimento e a inovação”. identificar fatores que limitam o aumento da competitividade do país. No caso do Brasil, temos três projetos nesse sentido. Um deles é em parceria com o World Economic Forum (Fórum Econômico Mundial), que promove um ranqueamento das situações dos países. Atualmente, nós somos o 65º colocado em um universo de 114 países pesquisados. Outro projeto que temos acontece em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, cujo objetivo é avaliar o ambiente de negócios no Brasil, que estamos realizando em 12 capitais do país, com resultados divulgados em julho de 2006. O terceiro é o desenvolvimento do Índice de Competitividade dos Estados, do qual Merck Sharp & Dohme participou diretamente em 2004. Por meio dele, avaliamos os estados em 4 dimensões: fatores, demanda, concorrência e cadeias produtivas. Terminamos em julho um projeto de avaliação dos parques tecnológicos brasileiros que, pela primeira vez, construiu um instrumento metodológico para verificar a maturidade desses espaços. O tema da inovação é extremamente importante para nós e este é um dos projetos que possibilita a identificação de locais onde existe grande possibilidade de desenvolvimento de inovação, principalmente ligadas às ciências da vida. MSD – Quais são os fatores que ainda emperram a competitividade brasileira? 24 JOSÉ FERNANDO MATTOS – Nossa competitividade é boa quando avaliamos o relatório do World Economic Fórum, por exemplo – estamos em 65º lugar dentre 114. Mas, na verdade, do ano passado para cá, caímos 8 posições. Vale destacar que temos a inclusão na lista de cinco países novos, mas cinco posições foram perdidas em relação aos países até então participantes. Quando destrinchamos esses valores, a questão macroeconômica chama atenção: em instituições públicas, ficamos em 60° lugar e, em tecnologia, nossa posição é 50º. Mas aí quando você compara, por exemplo, com Chile, que está na 23ª posição, você se questiona como toda essa economia não consegue ter uma competitividade sustentada melhor que o Chile? É só analisar o nosso desempenho em questões específicas como a taxa de juros escandalosamente alta, a maior do mundo e quase o dobro da segunda maior do mundo. Outra questão é a ineficiência da burocracia governamental, além do baixo acesso a financiamentos e, portanto, o ambiente de negócios. Entram também as regulamentações e restrições da lei trabalhista, além da inadequação de suporte na infra-estrutura. Pois bem, estes são os fatores cruciais que nós não temos conseguido melhorar nos últimos quatro anos! O que falta? Controle de contas públicas, taxa de juros que não desce. Enquanto não houver no país uma política de controle de contas públicas, dificilmente vamos mudar a situação do ambiente macro. < pesquisa clínica > EXCELÊNCIA EM PESQUISA Nossa história está intimamente ligada ao desenvolvimento de pesquisa clínica de ponta, fator que nos permite trazer inovações capazes de fazer a diferença na vida de milhares de pacientes no mundo todo. Em 2005, somente no Brasil, investimos mais de US$ 5 milhões em estudos clínicos, envolvendo mais de 4500 pacientes em 120 centros de pesquisa, algo que representa um dos mais altos investimentos em pesquisa na indústria farmacêutica brasileira. RIGOR E ÉTICA Nossas atividades de pesquisa clínica têm rigor científico e são pautadas na ética. Prezamos pela total observação e o cumprimento das leis e regulamentações aplicáveis e seguimos as Boas Práticas Clínicas. Além disso, nossos estudos passam por auditorias internacionais, inclusive do Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador dos Estados Unidos. No caso dos estudos realizados no Brasil, eles ainda são submetidos à aprovação do Comitê de Ética da instituição envolvida, do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). NO CAMINHO CERTO Estamos empenhados em nos tornar referência mundial no desenvolvimento de pesquisa clinica e o ano de 2005 trouxe importantes conquistas. Uma delas foi o lançamento do programa MRL Transformation, direcionamento da nossa matriz para que a empresa retome seu posicionamento de liderança em inovações. O foco? Desenvolvimento e retenção de profissionais talentosos, criação de um novo modelo de pesquisa básica, efetividade no desenvolvimento de produtos em fase II e fase III de pesquisa (veja quadro na página 24) e revisão das áreas terapêuticas prioritárias. Dr. Marcelo Hiroshi Uehara, e Dra. Lydya Sebba Souza Mariosa, ambos endocrinologistas no Hospital do Rim e Hipertensão, em São Paulo, simulam atendimento executado a partir do prontuário de paciente. 25 < pesquisa clínica > As etapas da Pesquisa Clínica O quadro abaixo oferece um panorama sobre o longo caminho que uma nova molécula percorre até chegar a pacientes do mundo todo. DADOS / ETAPA PRÉ-CLÍNICO FASE I FASE II FASE III FASE IV E V SUJEITOS in vitro e animais de experimentação Pacientes voluntários sadios ou Pacientes voluntários em enfermos maior número (100 - 200) Pacientes voluntários em maior número (500 - 2000) Pacientes voluntários em geral O QUE ACONTECE Desenvolvimento das moléculas e submissão aos órgãos reguladores Primeiras administrações em seres humanos Testes de eficácia e segurança Avaliação aprimorada da relação benefícios–risco Monitoramento de possíveis eventos adversos ainda desconhecidos, novos estudos sobre riscos, outras utilizações, benefícios e dosagem e comparações com outros medicamentos OBJETIVO Descoberta da molécula e avaliação de seu potencial Descobrir como a nova substância funciona no organismo, avaliar se é segura e como deverá ser ministrada Descobrir os primeiros riscos e eficácia nas administrações em curto prazo Prosseguir com as avaliações da droga, buscando comprovação de eficácia e segurança Melhorar a eficácia continuamente DURAÇÃO 18 meses a 2 anos 1 a 2 anos 2 a 3 anos 2 a 10 anos Permanente, a partir de sua entrada em circulação O futuro em que acreditamos O ano de 2005 marcou o novo direcionamento mundial da nossa pesquisa em 5 áreas prioritárias: 1- Doenças cardiovasculares, endocrinologia (diabetes e obesidade) e síndrome metabólica 2- Imunologia e doenças respiratórias 3- Doenças infecciosas e vacinas 4- Oncologia 5- Neurologia, Alzheimer e depressão. Nosso Pipeline FASE I Alzheimer – MK 0752 Vacina contra Gripe FASE II A FASE III EM APROVAÇÃO NO BRASIL Alzheimer – MK 0677 Insônia GABOXADOL Diabetes – MK 0431 JANUVIA CINV – MK 0517 Vacina contra Rotavírus Artrite – MK 0822 Glaucoma – MK 0987 Artrite – MK 0873 Aterosclerose – MK 0859 Glaucoma –MK 0994 Artrite – MK 0686 Aterosclerose – MK 0354 Hipertensão – MK 0916 Vacina contra HIV – V 520 Câncer – MK 0429 Obesidade Nastech PYY 3-36 Esclerose Múltipla – MK 0812 Vacina contra Caxumba/ Sarampo/Rubéola/Varicela Vacina contra Herpes Zoster Câncer – MK 0752 Obesidade – MK 0822 Obesidade – MK 0493 APROVADOS NO BRASIL Distúrbio Psiquiátrico – MK 0364 Osteoporose FOSAMAX D FASE II B Vacina contra HPV Câncer – MK 0731 Osteoporose – MK 0773 Câncer – VX 680 Dor – MK 0686 Câncer – Agenesis Dor – MK 0974 AIDS – MK 0518 Diabetes – MK 0599 Dor – MK 0759 Aterosclerose – MK 0524A Diabetes – MK 0893 Parkinson – MK 0657 Aterosclerose – MK 0524B Diabetes – MK 0533 Distúrbio Psiquiátrico – DOV Incontinência Urinária – MK 0594 Câncer (CTCL) – SAHA Endócrino – MK 0974 Endócrino – MK 0677 Obesidade – MK 0364 Osteoporose – MK 0822 Vacina Pediátrica Derrame – ONO 2506 Incontinência Urinária – MK 0634 26 O PAPEL NO BRASIL No Brasil, conduzimos pesquisas de Fases II, III e IV, nas áreas de pneumologia, HIV/Aids, cardiovascular e neurológica, além de vacinas e antiinflamatórios, endócrino/ obesidade e oncologia. Os profissionais de nosso Departamento Médico são responsáveis por mais de 30 protocolos em 120 centros de pesquisa em todo o país. Uma nova esperança contra o HIV Merck Sharp & Dohme vem desenvolvendo uma nova classe terapêutica para o tratamento daqueles pacientes com HIV que já apresentam resistência às moléculas disponíveis no mercado. Apesar de ser um estudo em fase inicial, seus resultados têm sido animadores. O trabalho teve início em 2005, com importantes etapas de pesquisa ocorrendo no Brasil, país que mais incluiu pacientes neste estudo no mundo inteiro (veja a entrevista a seguir). Nosso foco é fazer de Merck Sharp & Dohme Brasil uma subsidiária de preferência para a condução dos estudos da matriz e referência em pesquisa clínica no país. Parte desse trabalho acontece por meio do projeto de desenvolvimento de centros de excelência em pesquisa clínica, que ganhou impulso em 2005, quando passamos a oferecer todo o suporte para que os 12 centros, identificados por nossas equipes, atingissem parâmetros ideais em termos de infra-estrutura e nível profissional para o desenvolvimento de pesquisa de qualidade em múltiplas áreas terapêuticas. O trabalho foi premiado pela matriz como a melhor iniciativa nesse sentido, em todo mundo. Em 2006, as atividades devem se expandir para outros 25 centros. DE DENTRO PARA FORA De olho na melhoria contínua de nossos processos, em 2005, a área de Farmacovigilância ofereceu treinamentos a funcionários não ligados ao departamento médico sobre Relato de Evento Adverso, ressaltando a importância do rigor das informações para que possamos acompanhar sempre melhor o desempenho dos medicamentos. Em Assuntos Regulatórios, os esforços se concentram na elaboração de relatórios cada vez mais rigorosos, capazes de suprir as demandas das agências reguladoras em menor tempo e agilizar as aprovações dos estudos. Visando garantir a satisfação de nossa massa crítica, adotamos a metodologia 6 Sigma e colocamos à disposição de nossos profissionais a opção de adotarem o home-office (veja mais no item Público Interno deste relatório). O Significado das Vacinas Oferecer à medicina produtos de prevenção à patologias que afetam grandes parcelas da população é mais uma forma de atingir nossos objetivos de ajudar o médico a ajudar o paciente. Assim, é com orgulho que anunciamos que nos próximos dois anos colocaremos à disposição dos pacientes de todo Brasil quatro novas importantes vacinas, duas delas ainda em 2006, e de significado especialmente impactante. Tratam-se das vacinas ROTATEQ, contra o rotavírus, e GARDASIL, contra HPV. No primeiro caso, estamos falando de uma doença apontada como a principal causa de diarréias infantis graves no país, que poderá ser prevenida com um produto pentavalente, ou seja, capaz de cobrir cinco sorotipos diferentes do vírus. No caso de GARDASIL, será a primeira vacina para HPV no mundo, capaz de prevenir uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns, que também figura como segunda maior causa de câncer entre as mulheres (sobre este assunto, leia a entrevista a seguir, com a Dra. Luisa Villa). Sabemos que nosso papel não pára por aí. A cada novo produto lançado, um enorme esforço de articulação para que ele chegue até os pacientes da forma adequada se faz necessário, e vai desde a educação da classe médica até a educação dos próprios pacientes. Estamos dispostos a enfrentar essa batalha. 27 PESQUISA CLÍNICA NO BRASIL Infectologista do Centro de Referência e Treinamento DST/ Aids de São Paulo e responsável por estudos de novas drogas e medicamentos, o Dr. José Valdez Ramalho Madruga é um dos integrantes do estudo que Merck Sharp & Dohme está conduzindo em busca de uma nova alternativa contra o HIV/Aids. A seguir, ele nos explica os impactos da realização de pesquisa clínica no país e as perspectivas sobre a nova droga, que está em Fase III. 28 < entrevista – Dr. Valdez > “É um grande erro pensar que o ser humano é cobaia. Pelo contrário: como voluntário de pesquisa, ele desempenha um papel fundamental de permitir o desenvolvimento de medicamentos novos para milhões de pessoas no mundo todo”. MSD – Qual o papel dos estudos clínicos para o desenvolvimento da ciência e da medicina em especial? DR. VALDEZ – Trata-se de algo extremamente importante por diversos fatores. Um deles é que favorece o acesso ao tratamento com terapias que só estarão disponíveis em 3 ou 4 anos. No caso do estudo que estamos realizando, teremos uma alternativa para tratar aqueles pacientes mais antigos e que já desenvolveram alguma resistência aos medicamentos oferecidos atualmente. Os resultados têm sido animadores e entramos na fase III. Uma vez inseridos na pesquisa, damos a chance para muitos pacientes que não teriam tempo de receber isso – estamos falando, portanto, em salvar vidas. Pesquisa clínica envolve também desenvolvimento e capacitação profissional, criação e difusão de conhecimento. Um terceiro fator é que ela traz recursos para a instituição, investimento para ser usado em aparelhagem, tecnologia e novos métodos de diagnósticos. MSD – Existe cobaia humana na realização de pesquisa clínica? DR. VALDEZ – Isso não existe porque somos seres racionais. Para participar de um estudo é preciso conhecer um documento que detalha as informações sobre os procedimentos, conseqüências, etc. A pessoa que se voluntaria, portanto, vai receber todos os esclarecimentos necessários para integrar aquele protocolo. Além disso, para chegar a esse momento, a pesquisa já passou por uma série de etapas que vão garantir a segurança do processo. Todas as pesquisas são reguladas por diversos órgãos – só no Brasil temos o CONEP, a ANVISA e a comissão de ética da instituição à qual o trabalho se vincula. Portanto é um grande erro pensar que o ser humano é cobaia. Pelo contrário: como voluntário de pesquisa, ele desempenha um papel fundamental de permitir o desenvolvimento de medicamentos novos para milhões de pessoas no mundo todo. MSD – Qual é a posição do Brasil em termos de desenvolvimento de estudos atualmente? DR. VALDEZ – Ainda é pequena, mas tem crescido e pode crescer mais. Temos uma grande quantidade de pacientes potenciais voluntários, centros de pesquisa e profissionais capacitados, ou seja: temos condições totais de desenvolver isso cada vez mais. MSD – Quais desafios o país ainda precisa enfrentar na criação de um ambiente ideal para a pesquisa clínica? DR. VALDEZ – Acredito que o principal desafio é melhorar e agilizar o tempo de aprovação dos protocolos de pesquisa. A aprovação é muito rigorosa e necessária, mas ainda é muito demorada. A maioria dos protocolos ficam parados por muito tempo e quando sai uma liberação você pode até inviabilizar sua realização de fato; não dá tempo, por exemplo, para realizar a inclusão de pacientes de uma forma adequada. Creio que o que gera esse quadro é a burocracia, e principalmente a sobrecarga de trabalho. A pesquisa cresceu muito no país e o número de projetos avaliados também, mas não cresceu na mesma proporção o número de pessoas que cuidam do processo. Precisaríamos de investimentos nessas instituições, não só para qualificação, mas também por boas condições de trabalho, para que essas pessoas possam ter mais tempo e qualidade na análise dos projetos. 29 < entrevista – Dra. Luisa Villa > Há 20 anos, a Dra. Luisa Lina Villa dedica-se a estudar a associação entre o vírus papilomavírus humano (HPV) e o câncer de colo do útero, doença que todos os anos mata milhares de mulheres no Brasil. A cientista, que chefia o grupo de Virologia do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer e integra alguns dos mais conceituados cursos de pósgraduação em Bioquímica, Biologia Molecular e Oncologia do Brasil, também participou do Protocolo 007, um dos maiores estudos envolvendo a vacina profilática contra o HPV, GARDASIL, da Merck Sharp & Dohme. Na entrevista a seguir, ela fala sobre as patologias ligadas ao vírus, sobre o estudo e sobre a importância da vacina, que deve chegar ao Brasil em 2006. UMA REVOLUÇÃO CONTRA O HPV 30 MSD – Como a senhora classificaria a conquista de uma vacina profilática contra o HPV? LUISA LINA VILLA – Como uma das descobertas científicas mais importantes da atualidade. Estima-se que milhões de mulheres e homens em todo o mundo possam ser infectados por estes vírus. A cada ano, quase quinhentos mil casos novos de câncer do colo do útero são diagnosticados, sendo a maioria em países em desenvolvimento. Estes tumores são causados por diversos tipos de HPV de alto risco oncogênico, dentre os quais HPV 16 e 18 são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos. Assim, uma vacina capaz de prevenir as infecções por estes HPVs causará uma diminuição considerável destes e outros tumores malignos e pré-malignos, principalmente em mulheres, mas possivelmente também em homens. Indiscutivelmente, Gardasil poderá mudar a história do câncer de colo do útero! Além disso é importante mencionar que esta vacina é também capaz de prevenir o aparecimento de verrugas genitais com elevada eficácia. problema? Como esse medicamento deverá ser utilizado, em sua avaliação? LUISA LINA VILLA –Em decorrência das dificuldades na implementação de programas de prevenção do câncer de colo do útero, que esbarram em questões técnicas, políticas, sócioculturais e comportamentais, considero que uma vacina de alta eficácia contra o HPV poderá ter, a médio e longo prazo, um impacto real e mais expressivo contra a doença. Uma vez que a vacina protegerá em torno de 70% dos casos, as mulheres continuarão dependendo da realização periódica do teste de Papanicolau. Entretanto, dependendo dos resultados a médio prazo e da faixa etária da população vacinada, os programas de prevenção poderão ser modificados, almejando estabelecer melhores relações custo-benefício. Por ser uma infecção de transmissão sexual, as vacinas profiláticas devem ser administradas em idade anterior ao primeiro coito. Isto implicará na vacinação de crianças/adolescentes de ambos os sexos. A faixa etária ideal para vacinação depende de uma “Uma vacina capaz de prevenir as infecções por HPV causará uma diminuição considerável destes e outros tumores malignos e pré-malignos principalmente em mulheres, mas possivelmente também em homens. Indiscutivelmente, GARDASIL poderá mudar a história do câncer de colo do útero!” MSD – Qual é a maior dificuldade no combate à doença? LUISA LINA VILLA – Ela é a segunda causa mais freqüente de câncer entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCa), são cerca de 19 mil casos novos e quase 4 mil mortes por ano, principalmente de mulheres diagnosticadas em estágios avançados da doença. Estes números devem ser ainda maiores, considerando-se as dificuldades em reportar corretamente estas patologias. Por enquanto, a única forma de prevenção do câncer de colo do útero e de suas lesões precursoras ainda é a realização do exame Papanicolau, que, infelizmente, é feito regularmente por apenas 15% das mulheres no país. Um outro aspecto refere-se ao fato que estas infecções são transmitidas pelo contacto, incluindo o sexual; assim, sua prevenção depende de mudanças em hábitos sexuais que são difíceis de implementar na população em geral. MSD – Como a chegada de uma vacina poderá minimizar esse série de fatores, incluindo o tempo de proteção, que estão sendo avaliados pelos ensaios clínicos em andamento. Também se considera a vacinação de mulheres e homens adultos, mas os resultados destes estudos ainda não não estão disponíveis. MSD – Como avalia a atuação da Merck Sharp & Dohme em relação aos investigadores e à condução do protocolo sobre o GARDASIL? LUISA LINA VILLA – Minha experiência não poderia ser melhor: tanto nas reuniões de andamento dos estudos, quanto na análise de dados e preparação de manuscritos para publicação, a interação entre os investigadores e o pessoal da MSD é clara, segura e muito produtiva. A acurácia e detalhamento dos diversos protocolos clínicos e o rigor na sua condução atestam a seriedade e compromisso com a qualidade impostos pela MSD. É esta condução firme e impecável que nos levou ao sucesso que hoje celebramos em conjunto, MSD, investigadores, participantes das pesquisas e a sociedade como um todo. 31 < público interno > CONCRETIZAR ASPIRAÇÕES O desenvolvimento da liderança, o incentivo à aprendizagem contínua, além do apoio ao equilíbrio entre vida pessoal e trabalho foram destaques de nossas ações voltadas aos funcionários em 2005. Em 2004, olhamos a fundo nosso ambiente interno, por meio do processo de pesquisa de Adequação do Perfil Organizacional, com entrevistas pessoais com 179 funcionários da empresa (25% do total). Em 2005, dedicamo-nos a trabalhar os pontos de melhoria identificados. No total, foram desenhados 37 planos de ação, que contaram com o envolvimento direto de 67 pessoas em sua execução. A aprendiz Jéssica de Araújo, no escritório em São Paulo. 32 LÍDERES E AUTO-DESENVOLVIMENTO Criamos, em 2005, em parceria com a Fundação Dom Cabral, um programa específico para as necessidades do grupo de liderança de nossa empresa, um trabalho que teve dois focos: O primeiro, junto a todos os gerentes, foi o auto-conhecimento e desenvolvimento de habilidades e competências de liderança. Desenvolvido em três módulos, foram trabalhados pontos críticos apontados na pesquisa, com uma abordagem que trouxe elementos da formação cultural brasileira, com passagens por filosofia, psicologia e história, e sua influência nas questões corporativas. Durante o ano de 2005, foram aplicados dois módulos e iniciados os trabalhos chamados “Cadernos Aplicativos”, com o objetivo de consolidar a aprendizagem e criar uma cultura de conhecimento que possa ser passada adiante. Criamos o “Liderança Positiva”, uma comunicação mensal em que funcionários compartilham práticas de seus gestores que tiveram impacto positivo no dia-a-dia da equipe. O segundo foco de atuação foi junto aos membros do Comitê Executivo, com criação de times de alta performance e desenvolvimento de habilidades e competências de gestão estratégica de pessoas. O primeiro módulo foi aplicado em 2005 e resultou num “contrato” de relacionamento que foi apresentado a todos os gerentes de MSD, com uma discussão aberta de como enfrentar os desafios para o ano de 2006 e qual a contribuição de cada um nesse processo. NOVOS BENEFÍCIOS Contando com remuneração posicionada acima da média do mercado, um programa formal de reajuste salarial aplicado anualmente e baseado em mérito, além do programa de Participação nos Resultados, nosso pacote de benefícios foi ampliado em 2005. A assistência médico-odontológica abrangendo dependentes diretos passou a valer para todos os funcionários da fábrica de Sousas, que desde então contam com um plano de saúde de abrangência nacional e têm a possibilidade de inclusão dos maridos de funcionárias como dependentes. A idéia dos funcionários foi levada adiante e se concretizou no programa de desenvolvimento que desde então oferece seminários abertos, palestras e cursos, que podem ser acompanhadas presencialmente e pela intranet da empresa. Espaço Aberto À esquerda, Fernando Martins, ao lado de Rodrigo Gomes, funcionários que estimularam a criação do programa de desenvolvimento MSD Aprende. A criação do programa MSD Aprende, em 2004, teve como ponto de partida a sugestão de dois funcionários e em pouco tempo foi transformada em realidade. “A história começou informalmente, quando Fernando (Cardillo Martins) e eu discutíamos a questão da atualização profissional. Como muitos aqui dentro, nós estávamos realizando um curso de pós-graduação e então nos questionamos: por que não aproveitar melhor esse capital intelectual que temos na Merck Sharp & Dohme? Por que não criamos uma espécie de universidade corporativa?”, relata Rodrigo da Silva Gomes, da força-de-vendas. A idéia foi levada às diretorias de Marketing e RH e se concretizou no programa de desenvolvimento que desde então oferece seminários abertos, palestras e cursos, que podem ser acompanhadas presencialmente e pela intranet da empresa. Além da presença de convidados externos, as atividades contam com a participação de funcionários da empresa, que organizam temas específicos para compartilhar conhecimentos. Em 2005, as atividades seguiram a todo vapor e devem ampliar sua abrangência em 2006. 33 < público interno > Equipe do Laboratório de Controle de Qualidade da fábrica da Merck Sharp & Dohme no Brasil. Sousas, Campinas. O programa de qualidade de vida do escritório contou com atividades práticas e de temáticas variadas. Adotamos o modelo de co-participação, em que funcionários arcam com 20% das despesas com consultas, exames e terapias, mas recebem cobertura de 100% em casos de internações, exames especiais e tratamentos de doenças crônicas. Em 2005, passamos a contar também com um convênio para a aquisição de medicamentos em farmácias. Integram ainda o pacote “auxílio-creche” para crianças até 2 anos, além de seguro de vida e fornecimento de medicamentos da empresa mediante apresentação de receita (extensivo a dependentes diretos e pais), plano de pensão complementar ao INSS, em que a empresa participa com 150% sobre a contribuição do funcionário, e uma cooperativa de crédito, a CooperMerck. 34 FLEXIBILIDADE Desde 2004, os funcionários do escritório da Alexandre Dumas, em São Paulo, podem optar por realizar jornadas de trabalho das 8h às 17h ou das 9h às 18h, além de serem dispensados às 15h do expediente nas sextasfeiras. Em 2005, a novidade foi a implementação de uma política de arranjos flexíveis de trabalho, em que se pode optar por realizar jornadas até uma hora mais longas, visando compensar ausências previsíveis, como, para exemplo, a realização de uma pósgraduação ou um acompanhamento médico. Outra ação visando equilibrar a relação trabalho-vida pessoal foi a adoção do home-office para parte dos funcionários do Departamento Médico, que trabalham diretamente com a Em 2005, a novidade foi a implementação de uma política de arranjos flexíveis de trabalho e a adoção do home-office para parte dos funcionários do Departamento Médico que trabalham diretamente com a monitoração de pesquisas clínicas. monitoração de pesquisas clínicas. Com equipamentos cedidos pela empresa e uma rotina semanal de contato com o escritório, eles adotam sua casa como base do trabalho, o que lhes permite conciliar da melhor forma a rotina de monitoria. Nos três casos, a iniciativa da solicitação parte do funcionário, que avalia com seu gestor a melhor forma de adotar a flexibilidade. aconteceram também campanhas de vacinação contra gripe, discussões sobre estresse, ergonomia, alimentação, LER e outros temas, por meio de um informativo periódico de distribuição aberta. Na fábrica, as ações envolveram palestras, campanhas de vacinação, distribuição do informativo e programas especiais, como a Semana da Mulher, com a realização de palestras e exames gratuitos. PRÉDIO MAIS ACESSÍVEL Além do esforço em incluir profissionais portadores de deficiência em nossos quadros, realizamos modificações no escritório para melhorar a acessibilidade de suas instalações, com alterações no acesso ao prédio, a recepção e ao uso de áreas sociais. CAMPANHAS VOLUNTÁRIAS Mais uma vez nossos funcionários realizaram campanhas de arrecadação de roupas e brinquedos, destinados a duas instituições: a Casa da Criança, que atende a um público com idade entre 0 e 4 anos, e o NAECA, cujo foco são crianças e adolescentes de 7 a 14 anos. Outra iniciativa foi a participação, junto aos Correios, da ação de Natal “Adote uma Carta”. Nela, funcionários assumiram o papel de “Papai Noel” de mais de 100 cartas, enviadas para o bom velhinho por crianças carentes da região Sul de São Paulo. Ao adotar os pedidos, eles assumiram a responsabilidade de atender às solicitações, que incluíam desde “passar de ano”, até simples bolas de futebol. Há ainda um comitê de voluntariado responsável por promover ações ligadas à educação, saúde e meio ambiente junto a entidades carentes em São Paulo e Campinas e arrecadação de roupas, alimentos e livros em atividades internas NA ATIVA! Visando conquistar maior adesão por parte dos funcionários, em 2005, o programa de Qualidade de Vida do escritório contou com atividades práticas e temáticas variadas. As mudanças tiveram como base uma pesquisa informal realizada com o público interno e os perfis epidemiológicos de 2003 e 2004. Ginástica laboral, massagem rápida e a ampliação do programa de Alimentação Saudável para a fábrica, além do apoio ao grupo de 30 atletas corredores e caminhadas ecológicas formaram o pacote de “exercícios práticos” oferecidos. Complementando o trabalho, Luciana Mendes, entrou como aprendiz no RH e atualmente é assistente administrativa. 35 < fornecedores > RELACIONAMENTOS FORTALECIDOS Realizamos avaliações periódicas sobre as atividades dos nossos fornecedores, no intuito de averiguarmos o cumprimento das legislações pertinentes, sugerindo melhorias e participando delas, sempre que necessário e possível. Além disso, asseguramos a inexistência de trabalho infantil em todos laços das cadeias que formamos, um compromisso que vem sendo reconhecido, desde 2004, pela Fundação Abrinq. Em 2005, mais uma vez recebemos o selo Empresa Amiga da Criança. Outro trabalho que visa garantir a qualidade destas relações acontece desde 2003, quando iniciamos o alinhamento das agências de publicidade parceiras aos padrões de nossa empresa, dentro dos conceitos do cuidado que elas apresentam em suas relações com seus respectivos públicos, no que entendemos como responsabilidade social. SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA Uma maneira que encontramos de ampliar nossa atuação foi incluir em nossa lista de fornecedores organizações não-governamentais. Entendemos que, ao adquirir seus produtos, não só respondemos as nossas demandas, como oferecemos um respaldo legítimo para que elas possam financiar suas atividades. É o caso da parceria que firmada desde 2000 com a Laramara, Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual, um centro de referência no trabalho para a promoção do desenvolvimento e da inclusão da pessoa com deficiência visual na cidade de São Paulo. A gráfica vinculada à associação passou a produzir parte das bulas de nossos medicamentos e atualmente é responsável pelo fornecimento de 95% delas, volume que representa um aumento de mais de 1000% em relação ao faturamento inicial de pedidos. Em 2006, a parceria continua. 36 A gráfica vinculada à Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual é responsável pelo fornecimento de 95% das bulas de nossos medicamentos, volume que representa um aumento de mais de 1000% com relação ao faturamento inicial de pedidos, em 2000. Associação para Deficientes da Audio Visão (ADEFAV), Associação de Deficientes Visuais e Amigos (ADEVA) e Grupo Eco foram as três organizações não governamentais que entraram para nossa lista de fornecedores, em 2005. INTERVENÇÃO PELA INCLUSÃO A partir de 2003, as gerências de produto tomaram a iniciativa de contratar organizações do terceiro setor para o fornecimento de brindes e, em 2004, firmamos uma parceria com a Integrare, organização não-governamental que atua como agente facilitador para a inclusão de grupos minoritários no cenário empresarial, como forma de consolidar esta prática (ver entrevista à pág 38). Em 2005, as áreas de Compras e Marketing desenvolveram um projeto em parceria com o fornecedor Studio Vero, de quem adquirimos diversos porta-retratos feitos em madeira certificada. Mais do que um simples pedido de produtos, nós solicitamos que a Associação para Deficientes da Áudio Visão (www.adefav.org.br) realizasse o manuseio do item em suas embalagens, uma forma de repassar a eles parte do valor da produção não como doação, mas como o pagamento por um serviço prestado. Também por iniciativa de Marketing e da área de Compras, contatamos o fornecedor Despinola para realização de um projeto com a Associação de Deficientes Visuais e Amigos, ADEVA (www.adeva.org.br), que produziu uma página em braile para ser anexada entre os blocos de anotações adquiridos. O resultado desta simples intervenção foi o repasse de 10% do valor do projeto para a associação. Uma terceira iniciativa envolveu o Grupo Eco (www.grupoeco.com.br), que promove a realização de negócios ambiental e socialmente responsáveis, de quem a franquia de Vacinas adquiriu o “Muiraquitã”, peça artesanal de cerâmica marajoara, produzida por comunidades locais. Elaine Prisciliana, deficiente visual, é Operadora de Telemarketing na Laramara. 37 < entrevista – Silas César da Silva > UM CICLO DE DIVERSIDADE Engenheiro agrônomo formado pela Universidade de São Paulo, Silas César da Silva dedicou quase 20 anos de sua vida ao mundo corporativo, como funcionário de uma grande multinacional. Nesse tempo, passou pelas mais diversas áreas da empresa, teve experiências no exterior, até chegar ao momento em que percebeu que poderia oferecer outro tipo de contribuição não apenas à corporação, mas à sociedade como um todo. Desse ponto de virada à presidência da Integrare, já são quase dez anos em favor da inserção de minorias na cadeia produtiva de grandes empresas. A seguir, ele nos conta um pouco mais sobre o trabalho da Integrare e mostra como a simples escolha de um fornecedor pode se transformar em estímulo ao desenvolvimento econômico e social. 38 “Uma vez que esses empreendimentos cresçam, eles vão gerar emprego e renda entre as pessoas ao seu redor, e conseqüentemente, promover desenvolvimento social. Temos convicção de que o Brasil necessita de processos inclusivos sustentáveis e capazes de impulsionar esse ciclo”. MSD – Como surgiu a Integrare? SILAS CÉSAR DA SILVA – A Integrare nasceu inspirada no modelo do National Minority Supplier Development Council, uma entidade norte-americana que atua pela inserção de minorias étnico-raciais na cadeia produtiva de grandes empresas dos Estados Unidos. Estamos falando, portanto, de diversos grupos presentes no país hoje. Isso começou na década de 1970, e, para se ter uma idéia, em 2005 já existiam mais de 3 mil corporações associadas a ela, além de 15 mil empresas de minorias como fornecedoras envolvidas, com cerca de US$ 90 bilhões de transações realizadas entre os dois grupos. Essa foi, então, a nossa inspiração para adaptar à realidade do Brasil. Aqui, entendemos que havia alguns grupos que precisariam de prioridade. A diversidade humana é o nosso guarda-chuva, em todas as suas acepções. Mas dentro desse conceito, focamos naqueles que estão na base da pirâmide: negros, portadores de deficiências e indígenas. Nosso papel é identificar pequenos e médios empreendimentos encabeçados por pessoas desse perfil e fazer com que eles consigam entrar na cadeia produtiva. Uma vez feito isso, a coisa acontece como se fosse uma correnteza de rio: flui. Em poucas palavras, podemos dizer que a Integrare promove o credenciamento das organizações minoritárias, a sensibilização e o engajamento das corporações e realiza a interface dos negócios, fomenta idéias, encontros, negócios. Nosso foco é trabalhar mais os processos que geram a inclusão do que os sintomas da exclusão. MSD – O que é preciso para um fornecedor se integrar a esse grupo? SILAS – Uma vez que eles entram em contato conosco, nós vamos identificá-los, avaliá-los e oferecer estrutura àqueles que precisam se desenvolver. Para esses últimos, nós fazemos visitas técnicas e temos parcerias com o SEBRAE, por exemplo, cujo foco é o desenvolvimento empresarial, para que eles ganhem competitividade. É importante ressaltar, no entanto, que nosso objetivo não é apenas que eles façam negócio com as grandes corporações, mas que sejam incluídos na cadeia de alguma forma. Um fornecedor pode fechar negócio também com o fornecedor do fornecedor de uma grande corporação: o importante é que ele faça negócio onde ele seja capaz de atender, e nós incentivamos isso. São empresas que atuam em áreas diversas como limpeza, engenharia, tecnologia da informação, transporte, etc., e podem fechar diversos tipos de parcerias. Uma vez que esses empreendimentos cresçam, eles vão gerar emprego e renda entre as pessoas ao seu redor, e conseqüentemente, promover desenvolvimento social. Temos convicção de que o Brasil necessita de processos inclusivos sustentáveis e capazes de impulsionar negócios e desenvolvimento social para além da filantropia, por mais importante que ela seja. MSD – E o trabalho junto às corporações? Qual é? SILAS – Nós somos uma ONG estruturada em formato de associação, em que os sócios são as corporações. Ao se associarem, comprometem-se a gerar oportunidade de compras para a inclusão desses fornecedores em suas cadeias. Nosso papel é sensibilizá-las e prepará-las para a inclusão empresarial, mostrar como isso influencia sua cadeia de relacionamentos. Por que uma corporação teria interesse em fazer parte disso? Um dos motivos é porque é bom. Outro, porque não é doação, nem caridade, mas compra de um serviço a ser prestado com qualidade. Se ela tem de comprar aquilo, porque não fazê-lo de uma forma que tenha um impacto social na cadeia? Outra razão é que essa é uma atitude que sinaliza para a sociedade sua preocupação e sua ligação a valores importantes. Sem contar que, a médio prazo, ela desenvolverá grupos da sociedade para que se tornem consumidores também, ou seja, ela está desenvolvendo mercados. No final das contas, é bom para todo mundo. 39 < pacientes > NOSSA RAZÃO DE SER Garantir o bem-estar, aumentar a expectativa de vida, responder necessidades médicas não atendidas: nosso trabalho existe para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A seguir, conheça outras ações diretas que promovemos para efetivamente colocar as pessoas em primeiro lugar. Em foto de 1984, o Dr. Mohammed Aziz, então diretor sênior de Pesquisa Clínica de MSD, examina garoto africano cego pela oncocercose. SEGURANÇA PARA OS PACIENTES Oferecer segurança aos pacientes que se beneficiam de nossos produtos é uma preocupação constante. Assim, em 1997, criamos uma área de Farmacovigilância, antes mesmo da existência de uma legislação para o assunto no Brasil. Desde então seu papel é assegurar o monitoramento do perfil de segurança dos nossos produtos, tanto os que estão em pesquisa, quanto os que estão em circulação no mercado. Para que médicos e pacientes tenham acesso facilitado a esse procedimento, contamos com um espaço em nosso website especialmente destinado ao relato de eventos adversos, o que proporciona o contato imediato da área com eventualidades. Nosso pioneirismo na área nos possibilitou o estabelecimento de um diálogo construtivo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), para a criação da legislação do setor, e é referencia para outras subsidiárias de Merck & Co. na América Latina O DESAFIO DO ACESSO “Dar acesso é uma questão de políticas públicas, de montar infra-estrutura, um modelo onde a população tenha não só medicamentos, mas médicos e hospitais”, disse o então presidente de MSD Brasil Tadeu Alves. 40 O Manual Merck de Saúde para a Família é a versão em linguagem leiga do tradicional Manual Merck, publicado há mais de cem anos e consagrado como o livro de medicina mais consultado em todo o mundo. Com esse manual, a Merck Sharp & Dohme estimula a conversa de médicos e pacientes sobre saúde. UM PORTAL DE CONHECIMENTO Acreditamos que além de oferecer medicamentos inovadores também podemos nos colocar na vanguarda da oferta de informações de qualidade e confiança para clientes e profissionais. Assim, o website www.msdonline.com.br passou por uma reformulação para, além de ser um canal de comunicação, constituir-se num portal de conhecimento sobre saúde, com conteúdo diferenciado e formatado para o entendimento de todo perfil de público. O link Pacientes traz textos simples, de fácil compreensão, sobre qualidade de vida, bemestar, com explicações sobre doenças e recomendações para prevenção e tratamento. Além do acesso ao Manual Merck de Saúde para a Família, o público leigo também tem acesso a vídeos educativos sobre patologias e a opção de se cadastrar para receber boletins de saúde via email. Profissionais de saúde também são atendidos no site com links e informações especializadas para atualização científica e educação médica continuada. Estão disponíveis, por exemplo, o conteúdo de 40 revistas científicas de medicina para acesso exclusivo dos profissionais. Também há os espaços dedicados à imprensa, fonte de consulta de informações sobre saúde e novidades de MSD, e à instituição, com a história da companhia e de sua atuação. Em 2004, ano anterior às reformulações realizadas, o site da MSD teve cerca de 160 mil visitas. Após as mudanças, esse número subiu para 400 mil em 2005. E para 2006, o desafio é ampliar ainda mais o universo de usuários deste espaço. Saiba mais no item Público Externo deste relatório. POR UMA VIDA SAUDÁVEL Com sua primeira edição em português lançada em 2003, o Manual Merck Saúde para a Família é uma versão em linguagem apropriada para leigos do tradicional Manual Merck, publicação especializada cuja primeira edição veio a público em 1899 e, cem anos depois, chegaria à 17ª tiragem como o livro de medicina mais consultado em todo o mundo. Ao oferecer informações médicas de forma acessível e esclarecedora, o livro auxilia famílias com relação a enfermidades e tratamentos em geral. Vale ressaltar que um trabalho como este não pretende substituir a consulta médica, mas auxiliar a comunicação e a interação médico-paciente. Em 2004, a publicação de seu conteúdo on-line deu um salto importante, impulsionando também sua utilização em versão impressa. Acesse gratuitamente em www.msdonline.com.br 41 < profissionais de saúde e clientes > AINDA MAIS PRÓXIMOS O ano de 2005 foi marcado pelo grande esforço em aprimorarmos nosso relacionamento com nosso público externo CLIENTES: UM NOVO OLHAR Buscar o entendimento sobre o que nossos clientes desejam, suas necessidades e suas aspirações foi um trabalho que envolveu direta ou indiretamente todos na empresa. Ao longo do ano, diversas ações nesse sentido foram realizadas com o suporte da Gerência de Foco do Cliente, criada com o objetivo de integrar e ampliar as ações já existentes, conhecer e prestar melhores serviços ao nosso público, incluindo pacientes, farmácias, distribuidores, médicos e governo. FARMÁCIAS EM FOCO Com o objetivo de prestar um serviço de qualidade ao farmacêutico, cuja importância como agente de saúde nos é fundamental, a área de relacionamento com o varejo Para 2006, as metas são ampliar o conteúdo do website de forma que atenda às expectativas do profissional farmacêutico como um todo, além da promoção de ações voltadas à atenção farmacêutica. 42 Contamos com profissionais farmacêuticos e estudantes universitários de farmácia e bioquímica, treinados e supridos por todas as áreas da empresa com informações que consolidam a base de dados do nosso Serviço de Atendimento ao Consumidor. desenvolveu, em 2005, um novo programa estruturado em quatro frentes: visita a farmácias, aproximação das universidades, parcerias com as grandes redes de varejo farmacêutico e a criação e a alimentação de páginas específicas dentro do website MSD OnLine. Entre os resultados deste trabalho, podemos ressaltar que em apenas um ano de existência, mais de 4 mil profissionais se cadastraram no portal. A divulgação institucional junto aos cursos de farmácia em universidades também possibilitou um melhor entendimento dos futuros profissionais e das próprias instituições sobre as diferentes formas de se relacionarem conosco, e, finalmente, foram estabelecidas parcerias com grandes redes de varejo de caráter institucional. Para 2006, as metas são ampliar o conteúdo do site, de forma que atenda às expectativas do profissional farmacêutico, independentemente de sua área de atuação, além da promoção de ações voltadas à atenção farmacêutica, para que assim possamos cada vez mais ajudar os profissionais de saúde. RELACIONAMENTO ESTREITO Se temos como premissa ajudar o médico a ajudar o paciente, nada mais natural do que buscar cada dia mais a aproximação com esse profissional. Nossa relação com Dra. Angélica Chaugri de Souza Prado, reumatologista, acessa conteúdo do MSDonline. a classe se dá de diferentes maneiras, especialmente pelo que chamamos de educação médica continuada, ou seja, o fornecimento de informações de relevância, equilibradas e de confirmação científica, além da promoção e do apoio à realização de seminários, congressos e eventos em parceria com diversas associações das áreas de saúde. Da mesma forma, dedicamos esforços na formação de nossa força-de-vendas, canal direto nessa relação, que recebe atualizações constantes para poder levar aos médicos informação ciêntífica de qualidade. 43 PALAVRA DE MÉDICO 44 < entrevista: Dr. Artur Beltrane Ribeiro > Nefrologista e pesquisador na área de hipertensão, o Dr. Artur Beltrame Ribeiro é professor na Universidade Federal de São Paulo. Com mais de 125 artigos e 2 livros publicados, tem seu trabalho reconhecido em diversas partes do mundo e um currículo que o coloca em posição de destaque na área de hipertensão. É com base nesta experiência e em sua atuação frente a conselhos de diversas associações médicas que pedimos a ele uma avaliação sobre a relação médico – indústria farmacêutica. Confira, na entrevista a seguir. MSD – Como a indústria farmacêutica ajuda o médico a ajudar o paciente? DR. ARTUR BELTRAME RIBEIRO – A ajuda da indústria é de uma forma evidente, na medida em que ela produz novos medicamentos para patologias que o médico tem que enfrentar no seu dia-adia. Se não tivéssemos essa indústria, não consigo ver como exerceria a profissão de médico, a não ser por meio de vacinação, tratamento de saneamento, de educação e de todas aquelas questões complexas que sabemos que um país como o nosso enfrenta. Mas isso está muito atrás. O papel que ela desempenha, portanto, é fundamental. MSD – Qual é a postura da indústria farmacêutica do ponto de vista do médico? DR. ARTUR – Quem está no consultório percebe dois tipos de prática: quando se trata de medicamentos de uso rotineiro, muito conhecidos, eficazes, etc., o representante chega até nós apenas para nos lembrar daquele medicamento, quase sempre com a argumentação baseada no preço. Do ponto de vista do médico, não vejo com maus olhos esse trabalho e penso que cabe ao profissional bem informado distinguir entre o que é informação e o que é marketing. Agora, o propagandista da indústria inovadora é quem realmente traz informação útil ao médico: sobre mecanismo de ação de um novo medicamento, com grandes estudos de impacto em grandes populações que nos ajudam a entender melhor os feitos adversos dele. Enfim, é um trabalho importante no sentido de manter o médico informado, mas evidentemente não deve ser a única fonte de informação dele. MSD – O que o médico espera deste setor da indústria? DR. ARTUR – Espera que invista em inovação tecnológica, e traga soluções para problemas que temos no dia-a-dia, afinal, ainda temos uma série de áreas em que não existem medicamentos adequados. É possível dar saltos fantásticos! Se pegarmos, por exemplo, o caso da úlcera gástrica, isso era motivo de internação e operação com uma freqüência enorme. Hoje temos medicamentos que acabaram com essas cirurgias, quase não se opera mais. Por outro lado, as doenças renais primárias carecem de soluções decentes. A segunda coisa que se espera é que ela nos traga a informação certa, de forma ética, sem extrapolar o que realmente é, para que a gente possa ter segurança sobre o que estamos prescrevendo. Porque sabemos que não existem fórmulas mirabolantes para nada, e queremos a evidência científica, sempre. Nesse sentido, me assusta observar um determinado setor que não passa pelo médico, mas vai diretamente à farmácia com suas técnicas de “empurroterapia”. Nós, médicos, somos um intermediário necessário entre a indústria, os medicamentos que ela produz e o paciente, é fundamental que isso seja sempre respeitado e reforçado. 45 < profissionais de saúde e clientes > COMUNICAÇÃO ATIVA Sempre em busca de melhorias, o MSD On Line, principal canal de comunicação com o público, disponibiliza uma linha 0800, além de endereço e e-mail, para receber sugestões e reclamações a médicos, farmacêuticos, pacientes e fornecer informações e esclarecimentos a qualquer pessoa que deseje nos contatar. Sua estrutura conta com profissionais farmacêuticos e estudantes universitários de farmácia e bioquímica, treinados e supridos por todas as áreas da empresa com informações que consolidam a base de dados do Serviço de Atendimento ao Consumidor. com cerca de 550 pacientes, identificamos a necessidade de unificar os cartões magnéticos de desconto, para facilitar sua utilização pelo paciente. Também realizamos uma pesquisa com um percentual de dentistas que nos contataram, com o objetivo de identificar os melhores canais para estabelecermos uma comunicação mais sólida com esse público. UM DIFERENCIAL E TANTO Mais do que uma ferramenta de comunicação, o website www.msdonline.com.br oferece um conteúdo diferenciado em saúde tanto para público leigo como para A disponibilização de artigos científicos na íntegra, a existência de áreas especializadas para os diferentes profissionais da saúde, a prestação de serviço atualizada, o acesso integral ao conteúdo do Manual Merck de Saúde da Família são alguns dos fatores que nos fazem acreditar no website MSD Online um canal de destaque em nossa relação com o público. Em 2005, identificamos pontos de prioridade a serem solucionados, como a implementação de sistemas de monitoração de chamadas na linha 0800. Um dos destaques foi o procedimento que desenvolvemos para lidar com eventuais faltas de produto no mercado. Desde então, uma vez constatada em nossos canais de comunicação a possibilidade dessa falta, fábrica e gerentes das áreas de Marketing, Jurídico, Vendas e Comercialização são imediatamente acionados para que os pacientes sejam supridos o mais rapidamente possível com o medicamento. SUGESTÕES BEM-VINDAS Outra mudança diz respeito aos nossos programas de relacionamento. A partir de uma pesquisa de avaliação espontânea realizada 46 profissionais da área. A disponibilização de artigos científicos na íntegra, a existência de áreas especializadas para os diferentes profissionais da saúde, a prestação de serviço atualizada, o acesso integral ao conteúdo do Manual Merck de Saúde da Família (veja item Comunidade deste capítulo) são alguns dos fatores que nos fazem acreditar neste como um canal de destaque em nossa relação com o público. Em 2005, o portal ganhou um incremento significativo: a disponibilização do conteúdo de 40 revistas científicas de medicina para acesso exclusivo dos profissionais. Outro destaque foi a criação da área de conteúdo para farmacêuticos (veja item Farmácias em Foco, deste capítulo). Para 2006, o desafio é ampliar ainda mais o universo de usuários deste espaço. Em 2005, realizamos uma pesquisa com um percentual de dentistas que nos contataram, com o objetivo de identificar os melhores canais para estabelecermos uma comunicação mais sólida com esse público. Atendente do MSD On Line, Rafaele Figola, no escritório central da empresa, em São Paulo. 47 < entrevista: Eugênio de Zagottis > PALAVRA DE CLIENTE Com 101 anos de vida, a Droga Raia é hoje a quarta maior rede de drogarias do país: são 132 lojas, 2.700 funcionários e faturamento de R$ 650 milhões em 2005. Sem sair das mãos da família, a rede cresceu calcada nos valores que fizeram parte dessa história, fato que a torna um caso único no varejo farmacêutico brasileiro. Na entrevista a seguir, conversamos sobre os desafios da relação indústria-varejo com Eugênio De Zagottis, bisneto do fundador da rede e um dos membros da quarta geração da família no comando da empresa. MSD – Como é a relação da Droga Raia com a Merck Sharp & Dohme? EUGÊNIO DE ZAGOTTIS – É muito positiva. A Merck Sharp & Dohme é uma grande parceira. Para ter uma idéia, nos últimos quatro ou cinco anos as nossas compras passaram a se concentrar muito no distribuidor e a única indústria que a cada ano continua nos vendendo direto é ela. De uma forma geral, a Droga Raia atende seus clientes com qualidade e com ética, respeitando o receituário médico que é adquirido com esforço. Nós sabemos como o laboratório investe recursos e esforços para fazer as coisas acontecerem e temos uma postura que não vacila perante o receituário médico. Não pagamos comissão para balconista ou para gerente justamente para não ter o tipo de comportamento de “empurra remédio”. Procuramos ser um parceiro crítico: elogiamos o que vemos de positivo e explicitamos o que achamos que não está bom. MSD – Como essa parceria entre indústria e farmácia beneficia o paciente? EUGÊNIO DE ZAGOTTIS – Ela beneficia o paciente porque você tem aí uma ‘cadeia do bem’ estruturada. 48 Na falta disso o médico dá uma receita para o paciente e este entra num estabelecimento qualquer, dá a receita e recebe um similar. Então, na hora que a indústria organiza sua rede de distribuição para atender o médico e o paciente, ela tem certeza que na maioria das vezes a receita vai parar numa farmácia que tem o estoque do produto, que vai saber orientar o paciente, que oferece um serviço, e o paciente sai com o produto receitado, resolve o seu problema e reconhece o trabalho do médico e de todo mundo dentro do processo. A indústria tem o papel de regular a sua cadeia: se ela tiver uma preocupação em valorizar o papel da rede, deve concentrar nela os programas de descontos, zelar junto aos grandes distribuidores para que não façam vendas interestaduais, e não incorram em práticas informais, porque a farmácia que se beneficia com a informalidade e com a sonegação é a mesma que se beneficia com a troca de produtos de marca por similares. A indústria que ignora a sua cadeia está jogando ao vento o seu trabalho de pesquisa e de promoção médica. “Sabemos como o laboratório investe recursos e esforços para fazer as coisas acontecerem e temos uma postura que não vacila perante o receituário médico.” 49 < meio ambiente e segurança > ENGAJAMENTO AMBIENTAL Olhar nossas iniciativas de meio ambiente e segurança em 2005 é como acompanhar o nascimento dos primeiros frutos do importante trabalho que realizamos em 2004, tanto em nossa fábrica, quanto no escritório. Se naquele momento a criação de procedimentos e a aplicação de nossas políticas foram a tônica, agora podemos falar de resultados iniciais. UM TRABALHO DIÁRIO A coleta seletiva consolidou-se como parte do nosso cotidiano. Na fábrica de Sousas, região de Campinas, SP, os resíduos recicláveis são recolhidos pela Cooperativa de Coleta e Manuseio de Materiais Recicláveis Nossa Senhora Aparecida, também conhecida como Projeto Reciclar, localizada na zona sul da cidade. Iniciada em janeiro de 2005, a parceria começou com um volume representando 13% do valor total comercializado pela instituição, chegando ao final do ano com um percentual de 18%. Esse crescimento, aliado às ações da própria cooperativa, proporcionou o aumento no número de associados de 24 para 28 pessoas. Um detalhe importante com relação à fábrica foi o monitoramento da qualidade da separação de materiais em cada área. Ao mapear aquelas em que a separação acontecia de maneira inadequada, pudemos adotar soluções para melhorar a coleta e reduzir o volume de material não reciclável que era encaminhado para destinação em aterro sanitário. RECURSOS PRESERVADOS Com relação ao uso racional de recursos, desenhamos um Projeto de Excelência Operacional para a redução dos consumos de energia e combustível fóssil. De um total de 12 ações, seis foram implementadas em 2005 e as demais estão previstas para 2006. Somente com a redução no consumo energético, estimamos uma economia de US$ 250 mil 50 por ano. Com um espectro ainda mais amplo, foi elaborado um plano estratégico para a fábrica, visando suportar a meta corporativa de reduzir o consumo mundial de energia na Merck em 25% nos próximos 3 anos (2006-2008). Em 2006, está planejada a implantação de um projeto de substituição de motores elétricos em uso por motores elétricos de alta eficiência, com investimento de R$ 86 mil. CRIAR UMA CULTURA DE CONSUMO RESPONSÁVEL O ano de 2005 também foi marcado por atividades de divulgação das políticas ambientais e de segurança de uma forma mais ampla, visando à criação de uma cultura responsável em cada funcionário. É o caso da Semana do Meio Ambiente, que envolveu o público do escritório e da fábrica em palestras e atividades internas. Além da realização de um treinamento sobre nossas políticas ambientais, a página da área de Meio Ambiente, Saúde e Segurança na intranet, foi incrementada com a tradução e a atualização dessas diretrizes para que fiquem permanentemente acessíveis a todos. Os treinamentos em meio ambiente somaram uma média de 15 horas/funcionário na Fábrica. DE OLHO NA SEGURANÇA Além da atenção constante às nossas políticas de segurança, algumas ações pontuais procuraram envolver os funcionários de nossa fábrica nos temas relacionados a segurança do Em 2005, nossa fábrica encaminhou 157 toneladas de materiais para a reciclagem. trabalho. O boletim informativo “Leitura Dinâmica” foi criado como canal de comunicação exclusivo para a Segurança e disponibilizado nas portas dos sanitários, tratando periodicamente de temas como o plano de respostas a emergências, a comunicação de riscos, manipulação de produtos químicos e ergonomia. Da mesma forma, a realização da Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho de 2005 contou com a participação intensiva do time da fábrica, deixando de lado as tradicionais palestras e aproximando-se do público por meio de estandes abertos para discussões sobre diversos temas. COMPROMISSO COM A COMUNIDADE O projeto Compromisso Merck Sharp & Dohme com a Comunidade e o Meio Ambiente representa o principal canal de relacionamento da empresa com a Região Metropolitana de Campinas (RMC), e, mais especificamente, com o distrito de Sousas, onde está inserida. Iniciado em 1997, a partir da primeira edição do Reviva o Rio Atibaia, seu escopo foi ampliado em 2004, com uma inovação: a criação do programa O Futuro é Agora (veja a seguir). Entre os resultados mais representativos proporcionados por este trabalho está a aprovação da criação da Área de Proteção Ambiental (APA) de Campinas e do seu Conselho Gestor, o CONGEAPA. Em 2005, o foco das ações foi a educação ambiental, baseada Na fábrica, os treinamentos em meio ambiente somaram uma média de 15 horas / funcionário. Funcionários da Cooperativa Nossa Senhora Aparecida (Projeto Reciclar). 51 < meio ambiente e segurança > Durante o evento, Merck Sharp & Dohme também fez o lançamento do programa de Monitoramento das Águas da APA, uma parceria entre a Jaguatibaia e a EMBRAPA Meio Ambiente. na valorização do processo de criação da Área de Proteção Ambiental de Campinas e na importância da região do ponto de vista histórico e ambiental. Em 2005, nossas metas foram: • redução do consumo de água em 5.022 metros cúbicos (1,7% do consumo anual estimado). Por meio de uma ação em 2005, reduzimos em 21% a média mensal de consumo de água captada do Rio Atibaia e de poços artesianos em relação a 2004 na fábrica. Para 2006, está planejada a implantação de um projeto de recuperação de condensado de vapor e reuso desta água, com investimento de R$ 88 mil. • redução da geração de resíduos em testes de processo em 50 %. Resultados: Meta atingida considerando-se a referência anual em relação a 2004. Vale destacar que as ações implantadas permitiram reduzir em 75% a quantidade de comprimidos e materiais de embalagem utilizados nos testes. • redução da geração de resíduos não-perigosos em 10% (volume estimado em 22 toneladas). Resultados: redução de 11%. 52 O FUTURO É AGORA Como sua primeira edição em 2004, em 2005 o projeto O Futuro é Agora envolveu a capacitação de professores da rede de ensino do distrito de Sousas, além de estudo do meio com alunos de 1ª a 4ª séries e atividades culturais com alunos de 5ª a 8ª séries. Desenvolvido pela Jaguatibaia – Associação de Proteção Ambiental e Associação de Remo de Sousas, em parceria com a PUC-Campinas, o curso de capacitação teve a participação de 30 professores e procurou ampliar e disseminar o conhecimento sobre a importância do patrimônio histórico, arquitetônico, sócio-cultural e natural da APA de Campinas. Com atividades práticas, o Estudo do Meio promoveu um passeio à parte central de Sousas e visita à Fazenda Santa Helena, no distrito de Joaquim Egídio, com direito à realização de uma trilha ecológica. Cerca de 1.200 alunos de sete escolas públicas e privadas dos Distritos, além de outra do Jardim Monte Belo I, também integrada nos limites da APA-Campinas, participaram dos eventos. REVIVA O RIO ATIBAIA O Reviva o Rio Atibaia enfatiza a cada ano uma das vertentes da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável, disseminando informações sobre a importância que os recursos naturais da Área de Proteção Ambiental de Campinas têm para o futuro de toda a região. Realizado pela Jaguatibaia – Associação de Proteção Ambiental e Associação de Remo de Sousas, o projeto é co-realizado pela Merck Sharp & Dohme, que participa ativamente de todo seu desenvolvimento. Em 2005, a oitava edição do projeto mais uma vez promoveu a limpeza simbólica do rio Atibaia, distribuição de mudas da mata nativa, além das apresentações dos trabalhos realizados pelos alunos participantes do projeto O Futuro é Agora, e uma programação cultural especial. Para O projeto de educação ambiental O Futuro é Agora atingiu diretamente 30 professores e 1.200 alunos de sete escolas públicas e privadas da região. completar, um circuito ambiental – um corredor com cinco ambientes diferentes – permitiu que os participantes vivenciassem e lançassem um novo olhar sobre a APA da região. Durante o evento, a Merck Sharp & Dohme também fez o lançamento do programa de Monitoramento das Águas da APA, uma parceria entre a Jaguatibaia e a EMBRAPA Meio Ambiente, que realizará a análise (biomonitoramento) da água coletada em diversos pontos da APA por alunos das escolas da região. O projeto se estenderá por 12 meses e terá seus resultados divulgados em 2006. Destinamos a este programa os recursos obtidos com o prêmio Champions for the Environment 2005, concedido pela Fundação Merck, ao Projeto Compromisso Merck Sharp & Dohme com a Comunidade e o Meio Ambiente, em 2004. Na página ao lado, mutirão de limpeza do rio Atibaia. Acima, outras duas atividades que rechearam a agenda da edição 2005 do projeto Reviva o Rio Atibaia. 53 < comunidade > ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO Sabemos da importância de estarmos atentos e envolvidos na busca pelo atendimento às necessidades das comunidades em que estamos inseridos. O incentivo à diversidade, o respeito ao meio ambiente e, em especial, a promoção da educação em saúde, são os focos de nossas ações nesse sentido. Dra. Joyce Capelli com participantes do projeto “Prevenção, quanto antes, melhor”. ATUAÇÃO NO BRASIL Desde 2004, nossa atuação junto às comunidades prioriza ações voltadas para a educação em saúde, meio ambiente e diversidade, sempre alinhadas às Metas do Milênio. Em 2005, seguindo as diretrizes mundiais, tiveram destaque as ações para a promoção de “ambientes que suportem inovação, crescimento econômico e desenvolvimento em um contexto ético e justo”, como pode ser visto no item “Compromisso Corporatativo” deste relatório. A seguir, conheça nossas demais contribuições para o desenvolvimento comunitário. 54 INTERNACIONAL GRANTS BRASIL Apoiar instituições sem fins lucrativos no desenvolvimento e na implementação de projetos voltados à educação ou à melhoria da qualidade de vida de pacientes com diferentes patologias. É essa a missão do Intertional Grants, um programa do Escritório de Contribuições de Merck & Co. e da Fundação Merck. São duas edições anuais, cuja contribuição varia de 30 a 60 mil dólares por edição. Desde 1996, muitas instituições já foram beneficiadas. Entre elas, a Sociedade Viva Cazuza, a Casa Vida, o Centro Corsini, a RNP+, o Gruparj, o Realizado com seis escolas do município paulista Francisco Morato, o projeto “Youthlink Brasil: Prevenção, quanto antes, melhor”, atingiu diretamente 100 professores e seis mil crianças, com expectativa de envolvimento indireto de 24 mil familiares GTPOS e a GADA. Em 2005, o International Grants Brasil contemplou a Inmed Brasil, organização dedicada a projetos em saúde e educação para crianças. A instituição recebeu US$50 mil, direcionados ao projeto “Youthlink Brasil: Prevenção, quanto antes, melhor”, realizado com alunos de 6 a 14 anos das redes públicas de ensino da cidade de Francisco Morato, uma das mais carentes do estado de São Paulo e com um dos maiores índices de contaminação por HIV/Aids. O valor possibilitou a realização do programa por um ano, em caráter piloto, para a criação do modelo que deverá ser replicado pela organização com outros públicos. O foco é a educação sexual e faz uso de cartilhas, seções no site da Inmed, HQs, eventos educativos e de lazer, a criação de clubes de saúde dentro das escolas, para a sensibilização sobre formas de prevenção e tratamento da doença. Realizado com seis escolas do município escolhido, o projeto atingiu diretamente 100 professores e seis mil crianças, com expectativa de envolvimento indireto de 24 mil familiares. Em entrevista, Joyce Capelli, diretora executiva do Inmed Brasil, explica a importância do projeto e do nosso apoio para sua realização (veja a seguir). AMIGOS DA CRIANÇA Em 2005, realizamos a doação de R$ 18 mil para os Fundos do Direito da Criança e do Adolescente de Campinas, SP, como parte do nosso compromisso com a criança e o adolescente, renovado com a Fundação Abrinq durante o ano. As entidades indicadas para receber a contribuição foram a Associação Assistencial São João Vianney e a Casa da Criança de Sousas, ambas sediadas no município paulista. Com os recursos, as comunidades que atendem já foram beneficiadas com uma quadra de esportes, uma sala de informática, uma biblioteca e uma sala de estudos, entre outros. Em 2005, realizamos a doação de R$ 18 mil para os Fundos do Direito da Criança e do Adolescente de Campinas, SP. 55 < entrevista – José Vicente > Ao se mudar do interior de São Paulo para a capital, com apenas 19 anos, certamente o jovem José Vicente, por mais idealista que fosse, não imaginava que daria o primeiro passo em direção à militância em favor da valorização do negro do país. Quase trinta anos depois, com dois diplomas universitários e larga experiência no assunto, ele assume a reitoria da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares, primeira universidade brasileira a reservar 50% de suas vagas a estudantes negros. Em entrevista, ele nos conta a respeito dessa história e do significado deste trabalho. 56 UNIVERSIDADE DA INCLUSÃO 57 < entrevista: José Vicente > MSD – Como nasceu a Zumbi dos Palmares? JOSÉ VICENTE – Ela nasce de discussões que começaram há uns vinte anos, quando criamos um cursinho, o CAIS, para oferecer condições de que negros e pobres pudessem competir em pé de igualdade por uma vaga nas universidades públicas. O entendimento da necessidade desse preparo, do acesso à universidade e ao mercado de trabalho como forma de alavancar uma situação social começa neste momento. Daí, o trabalho foi naturalmente crescendo e precisou se estruturar melhor, até que nasceu a Afrobras, organização que é mantenedora da Zumbi hoje. Foi um período de muito aprendizado, demos de cara com uma realidade totalmente defasada: o público que chegava até nós não precisava de cursinho, mas sim de formação completa porque não tinha realmente nada. Partimos, então, para um convênio com universidades particulares e chegamos a um ponto em que tínhamos 300 jovens bolsistas nessas universidades. E foi aí que entendemos que teríamos de ampliar esse trabalho e ousar. Com o apoio da Universidade Metodista de Piracicaba e do Núcleo de Políticas e Estratégia da Universidade de São Paulo, construímos todo o projeto da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares e partimos para um trabalho hercúleo de articulação política, financeira, estrutural, com todos os setores da sociedade que fossem possíveis: igreja, mídia, empresas, governos, tudo! Tínhamos de convencê-los da importância da iniciativa e dos paradigmas envolvidos nela. Ao final, conseguimos montar este espaço, que acabou atendendo a toda nossa demanda e hoje oferecemos o curso de administração para mais de 1.000 alunos. MSD – Por que administração? JOSÉ VICENTE – Qual é a grande dificuldade do jovem negro, que é o foco do nosso trabalho? É que, por diversos fatores, ele sempre teve essa dificuldade de ser preparado para ser um empreendedor. Se você pegar as oito melhores empresas no Brasil que praticam responsabilidade social, o índice que elas terão com menor desempenho, sem dúvida, será a inserção de negros! E para combater essa situação, nós temos que preparar uma classe empresarial negra para o futuro, a médio e longo prazo, acabar com a discriminação no mercado de trabalho como um todo. Vejo isso como um instrumento excepcional para garantir a presença mínima de negros nos espaços. A Zumbi representa, do ponto de vista quantitativo, a maior proporção de jovens negros no ensino superior em toda América do Sul e de toda história do nosso país. Somos a única instituição de ensino da América do Sul que tem 87% dos negros na faculdade. Cobramos uma mensalidade que é das menores do país, no valor de R$ 260, em que ele tem acesso a educação de qualidade, por exemplo, com aulas de inglês na Alumni (renomada escola de idiomas da cidade de São Paulo). O que arrecadamos com esse pagamento equivale a quase 80% dos nossos custo e os demais são pagos com apoio de parceiros. Agora temos também uma parceria de estágio com duas instituições financeiras, em que o estudante permanece ali por pelo menos um ano e passa por todas as áreas da empresa. Hoje, temos 50 jovens estagiários em seis instituições bancárias. O que nasceu de uma utopia, hoje é um sonho que virou realidade e está num processo muito forte de consolidação, com seus primeiros resultados. MSD –Qual o alcance e quais os limites de uma doação como a que Merck Sharp & Dohme fez? JOSÉ VICENTE – Eu acho que a doação é importantíssima, afinal estamos falando de uma situação que é de “terra arrasada”, em que muita coisa ainda precisa ser feita de forma muito rápida, por isso qualquer tipo de construção neste terreno é extraordinária. Mas, mais importante do que a empresa contribuir, é que ela esteja no debate, que ela tenha interesse, que se aproxime e leve a discussão do tema para dentro de sua casa, e vejo que neste caso isso tem sido muito efetivo, pela disposição que eles apresentam em discutir o tema, em participar e conseguir atuar na causa. Penso que é um aprendizado para ambas as partes, um encontro, uma relação. “Mais importante do que a empresa contribuir é que ela esteja no debate, que ela tenha interesse, que se aproxime e leve a discussão do tema para dentro de sua casa, e vejo que neste caso isso tem sido muito efetivo, pela disposição que eles apresentam em discutir o tema, em participar e conseguir atuar na causa”. 58 “Qual é a grande dificuldade do jovem negro, que é o foco do nosso trabalho? É que, por diversos fatores, ele sempre teve essa dificuldade de ser preparado para ser um empreendedor. (...). Para combater essa situação nós temos que preparar uma classe empresarial negra para o futuro, a médio e longo prazo, acabar com a discriminação no mercado de trabalho como um todo”. INCENTIVO À INCLUSÃO Nesta página, Biblioteca da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares conta com nosso apoio para a manutenção e ampliação do acervo. Incentivamos a inclusão por meio da renovação dos compromissos que assumimos em 2004 com duas organizações em especial: Integrare e Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares. Como sócios da Integrare, apoiamos seu trabalho de facilitadora da inclusão de grupos minoritários no cenário empresarial. No caso da Zumbi dos Palmares, assumimos a manutenção de sua biblioteca. Para conhecer o trabalho das instituições, acesse, respectivamente: www.integrare.org.br e www.unipalmares.org.br. Complementando as informações, José Vicente, reitor da Zumbi dos Palmares, nos conta, em entrevista, a história da instituição e sua relevância histórica. No item Fornecedores, Silas da Silva, presidente da Integrare, discute a questão da inclusão. 59 < entrevista: Joyce Capelli > 60 PREVENÇÃO: QUANTO ANTES, MELHOR Com 12 anos de dedicação ao fortalecimento das comunidades em que atua, por meio de programas que melhoram as condições de saúde e alimentação de suas populações, a Inmed Brasil foi uma das organizações que contou com nosso apoio em 2005 para desenvolver um programa de saúde e prevenção com crianças e adolescentes no município de Francisco Morato, SP. Sobre este trabalho e sobre o papel das parcerias entre os três setores da sociedade, conversamos com Joyce Capelli, diretora-executiva da instituição. 61 < entrevista – Joyce Capelli > “Queremos que a criança seja preparada para lidar com a prevenção desde cedo, mas não de uma forma reducionista com o simples: “tem que usar camisinha”. Até chegar à camisinha, ela já acumulou uma atitude diferente frente ao próprio corpo”. MSD– Como é falar de educação sexual com crianças de 6 e adolescentes de 14 anos? JOYCE CAPELLI – A idéia de trabalhar com crianças partiu da intenção de se construir uma atitude saudável com a vida: aos 6 anos, ela vai entender como é seu corpo, como ela deve se cuidar, como ela cuidará desse corpo que está mudando na adolescência e como ela irá se prevenir de doenças sexualmente transmissíveis e Aids. É mais um trabalho de formação do que de mudança de hábitos. Queremos que a criança seja preparada para lidar com a prevenção desde cedo, mas não de uma forma reducionista, com o simples: “tem que usar camisinha”. Até chegar à camisinha, ela já acumulou uma atitude diferente frente ao próprio corpo. Com o adolescente, aí, sim, vamos ter de falar em mudança de hábitos, de gravidez, de atitudes preventivas, porque muito provavelmente ele já iniciou sua vida sexual. E tem um outro lado importante do projeto, que é quebrar a resistência de professores e de pais sobre o tema, porque entendemos que quanto menos carregados de preconceito, mais a criança e o adolescente estarão preparados para ter uma vida sexual psicologicamente saudável e boa. Os educadores e os pais participam também da definição dos temas do programa. No caso, esta primeira etapa foi um piloto, que agora se transforma em um modelo para ser replicado em outras escolas. Inclusive já existe o interesse em se levar esse modelo para outros estados. MSD– O projeto envolve a sociedade civil organizada, o poder público e o investimento do setor privado. Qual seria o modelo ideal de parceria entre os três setores? JOYCE CAPELLI – Penso que o ideal é que se tenha uma organização com equipe capacitada e conhecimento de causa, atuando para fortalecer uma política pública e trabalhando ao lado de seus representantes. No caso desse projeto, é justamente isso o que acontece, com o setor privado entrando com os recursos. MSD– Não parece cômodo que uma empresa simplesmente entre com a doação do recurso? JOYCE CAPELLI – Se ela pode disponibilizar recursos para contratar uma organização que tenha conhecimento para realizar aquilo, ela está fortalecendo aquele trabalho. Isso não é comodismo. Cada vez mais, as empresas estão entendendo o que é responsabilidade social e não ficam apenas na doação, mas principalmente no acompanhamento do trabalho, o que é fundamental. É preciso entender que o trabalho tem que ser feito com muito método, com muito critério, tem que ter avaliação, acompanhamento. As empresas e fundações estão cada vez mais requerendo monitoramento e avaliação do projeto para que eles aconteçam e temos essa postura nesse trabalho. MSD– A Merck Sharp & Dohme produz medicamentos de combate ao HIV/Aids e apóia um projeto de prevenção à doença. Isso não poderia ser visto como uma contradição? JOYCE CAPELLI – Eu acho que, mais do que tudo, isso mostra maturidade por parte da empresa, de assumir um trabalho de prevenção. O público que usufrui desse medicamento está sendo beneficiado porque no longo prazo vai diminuir uma demanda que já é enorme e pode ter mais pernas para alcançar outras pessoas. MSD– Qual é o sonho que move a Inmed? JOYCE CAPELLI –Crescer junto com a comunidade e chegar a um momento em que o país realmente seja tudo aquilo que o povo brasileiro quer, sem desigualdades sociais. Só assim a gente vai poder construir algo melhor! “Cada vez mais as empresas estão entendendo o que é responsabilidade social e não ficam apenas na doação, mas principalmente no acompanhamento do trabalho, o que é fundamental” 62 < Indicadores ETHOS de responsabilidade social > 2005 < indicadores ethos de responsabilidade social > MEIO AMBIENTE 1. Responsabilidade Frente às Gerações Futuras 1.1. Comprometimento da Empresa com a melhoria da qualidade ambiental Indicadores descritivos Total investido em programas e projetos de melhoria ambiental (em reais) Percentual do faturamento bruto gasto em programas e projetos de melhoria ambiental 2003 2004 2005 Meta 2006 700 mil 2,8 milhões 4,1 milhões 1,6 milhões 0,14% 0,52% 0,8% Não há – 11.795.823 kWh 11.247.025 kWh Não há Consumo anual de energia (KWh) 2. Gerenciamento do Impacto Ambiental 2003 2004 2005 Número de empregados treinados no programa de educação ambiental NA NA 330 pessoas Número de campanhas realizadas para o fortalecimento da educação ambiental na sociedade NA NA 2 2.1. Gerenciamento do Impacto no Meio Ambiente e do Ciclo de Vida de Produtos e Serviços 2003 2004 2005 Meta 2006 700 mil 2,8 milhões 4,1 milhões 1,6 milhões 0,14% 0,52% 0,8% Não há Percentual de faturamento bruto gasto em programas de eficiência energética em reais NA NA NA NA Consumo anual de energia (em KWh) NA 11.795.823 11.247.025 NA Consumo anual de água (em m3) – 87.244 70.357 Não há Volume médio anual de CO2 e outros gases emitidos na atmosfera (em toneladas) NA NA NA NA Quantidade anual em toneladas de resíduos sólidos gerados (lixo, dejetos, entulho etc.) NA NA 172 ton. resíduos industriais + 377 ton. resíduos domésticos Não há 2003 2004 2005 Meta 2006 79.947 77.258 65.480 70.000 0,5% 0,5% 0,8% > 1% Total investido em programas de melhoria ambiental (em reais) Percentual de faturamento bruto gasto em programas e projetos de melhoria ambiental (em reais) CONSUMIDORES E CLIENTES 1. Excelência do Atendimento Total de ligações atendidas pelo SAC Percentual de reclamações em relação ao total de ligações atendidas pelo SAC > 1% > 1% > 1% > 1% Não medidos Não medidos 1m30s 1m30s 1 2 1 2 Percentual de reclamações não atendidas pelo SAC Tempo médio de espera no telefone do SAC até o início do atendimento (em minutos) Quantidade de inovações implementadas em razão do ouvidor e/os do serviço de atendimento ao consumidor/cliente * Retirada de Vioxx: 79.476 ligações não contempladas na tabela 1.1. Conhecimento e Gerenciamento dos Danos Potenciais dos Produtos e Serviços 2003 2004 2005 Meta 2006 Número de processos sofridos por não-cumprimento de regulamentação relacionados à saúde e segurança consumidor/cliente Zero Zero Zero Zero Número de produtos retirados do mercado por pressão de clientes/consumidores ou órgãos de defesa Zero Zero Zero Zero Número de produtos/serviços proibidos em outros países e ainda comercializados no Brasil Zero Zero Zero Zero – – – – Número de melhorias implementadas com o objetivo de oferecer produtos e serviços mais seguros 64 PÚBLICO INTERNO 1. Diálogo e Participação Indicadores 2003 2004 2005 Número de greves Zero Zero Zero 2003 2004 2005 11% 11% 13% 2003 2004 2005 Zero Zero Zero 29 29 38 1.1. Relações com Trabalhadores Terceirizados Percentual de trabalhadores terceirizados em relação ao total da força de trabalho 2. Respeito ao Indivíduo 2.1.Trabalho Infantil Quantidade de autuações que a empresa recebeu do Ministério do Trabalho com relação ao uso de mão-de-obra infantil Número de menores aprendizes 2.2. Diversidade 2.2.1. Perfil dos empregados (dados do ano corrente) Empregados Percentual em relação ao total de empregados Percentual em cargos de gerência em relação ao total de cargos de gerência Percentual de cargos de diretoria em relação ao total de cargos de diretoria Mulheres 38% 30% 6% Mulheres negras (pretas e pardas) 1% 0% 0% Homens negros (pretos e pardos) 2% 2% 0% Pessoas com deficiência 0% 0% 0% Pessoas acima de 45 anos 19% 39% 53% 3. Trabalho Decente 2003 2004 2005 Médias de horas extras empregado/ano 35 33h07 19h Média de acidentes de trabalho por empregado/ano NA – 3 Índice de absenteísmo NA NA NA 4 2 Zero Percentual de acidentes que resultaram em mutilação ou outros danos a integridade física de empregados, com afastamento permanente do cargo (incluindo LER) Zero Zero Zero Percentual dos acidentes que resultaram em morte dos empregados Zero Zero Zero 2005 Percentual dos acidentes que resultaram em afastamento temporário de empregados 2003 2004 Percentual dos acidentes que resultaram em afastamento temporário de prestadores de serviços não disponível não disponível 5 Percentual de acidentes que resultaram em mutilação ou outros danos a integridade física de prestadores de serviço, com afastamento permanente do cargo (incluindo LER) Zero Zero Zero Percentual dos acidentes que resultaram em morte de prestadores de serviço Zero Zero Zero 2003 2004 2005 1050 932 884 Número total de demissões no período 210 164 101 Número total de admissões no período 39 41 49 Percentual de demitidos acima de 45 anos de idade em relação ao número total de demitidos 10% 26% 60% 3.1. Compromisso com o Desenvolvimento Profissional e a Empregabilidade Número de empregados no final do período 65 < indicadores ethos de responsabilidade social > 3.2. Preparação para aposentadoria Número de beneficiados pelo programa de preparação para a aposentadoria 2003 2004 2005 Zero Zero Zero COMUNIDADE Painel Social - Ações Externas Categoria Metas do Milênio Descrição e Objetivo Investimento R$ Responsabilidade Social Cosopt Saúde Combater o HIV/doenças Doação de 10% do valor dos brindes relacionados ao produto para visitação médica (blocos, canetas, etc) mediante acordo com fornecedor, que repassou 10% do valor para ADEVA - associação de deficientes visuais, que promove a reabilitação, profissionalização e integração do deficiente visual à sociedade R$ 2.500,00 642 Compromisso MSD com a Comunidade e o Meio Ambiente Meio Ambiente Sustent. Ambiente Promover a Educação Ambiental para alunos e professores das escolas de Sousas (SP) R$ 83.539,21 2.000 Campanha do agasalho Voluntariado Não Atende Envolver os funcionários em ações sociais e auxiliar a comunidade, através de doações de alimentos não perecíveis e brinquedos R$ 7.500,00 418 Programa Mundial de Doação de Mectizan no Brasil Saúde Combater o HIV/doenças Doação de medicamento para prevenir a oncocercose em populações ribeirinhas R$ 153.000,00 Doação de livros Cultura – Doação de livros para a Universidade Zumbi dos Palmares R$ 50,000,00 1.450 International Grants Saúde Combater o HIV/doenças Educar adolescentes carentes da cidade de Francisco Morato (SP) sobre doenças sexualmente transmissíveis, desenvolvendo uma iniciativa replicável a outras regiões do país, com foco inicial também para comunidades do Rio de Janeiro e Amazonas. R$ 140.000,00 30.000 Fundo da Criança e do Adolescente Comunidade Ensino fundamental Doação de 1% do imposto para Ass. Assist. São João Vianney (atendimento complementar à escola de crianças e adolescentes) e Casa da Criança de Sousas (ajuda crianças de até 3 anos com alimentação, tratamento odontológico preventivo, higiente e saúde, etc.) R$ 18.000,00 200 Campanha de Natal Valorização da Vida Não Atende Arrecadar alimentos, brinquedos e livros para a Campanha de Natal dos Correios para a creche Estrela do Amanhã Lar do Caminho R$ 3.212,40 200 Fundação Abrinq Valorização da Vida Ensino fundamental Doação mensal para a Fundação Abrinq, que promove a defesa dos direitos e o exercício da cidadania da criança e do adolescente. O progama atende aproximadamente um milhão de crianças R$ 1.900,00 – Revitalização Biblioteca Afrobras Educação Ensino fundamental Revitalização da biblioteca da ONG Afrobras R$ 10.000,00 1.200 Campanha de Natal depto. Financeiro Valorização da Vida Não Atende Doação em dinheiro para idosos – Abrigo Bezerra de Menezes Lar Vicentino das Senhoras Idosas Sociedade de Beneficência e Assistência Social – Lar das Mãezinhas R$ 1.528,00 208 Programa Arcoxia e Teleton Comunidade Combater o HIV/doenças Doação para as crianças do Teleton. O programa atende cerca de 24 mil pessoas/mês somente nas unidades de São Paulo, com programas de reabilitação, fisioterapia, fonoaudiologia, disfagia, pedagogia, etc. R$ 75.000,00 – Campanha de cartuchos de impressora Valorização da Vida Não Atende Doação de cartuchos vazios para o lar do Caminho, instituição que alimenta crianças carentes R$ 7.517,00 79 R$ 553.696,61 66 Total de Pessoas Atendidas / Beneficiadas Nome da Ação/Programa – 36.397 Ações Internas Nome da Ação/Programa Programa Qualidade de Vida Programa de Liderança e Gestão de Pessoas MSD Saúde Total de Ações/ Programas 9 Categoria Total de Pessoas Atendidas / Beneficiadas Descrição e objetivo do Programa/Ação Investimento R$ Desenvolver atividades esportivas por meio da participação em corridas e caminhadas (6 eventos realizados em 2005). R$ 6.264,86 30 Fornecer dicas de prevenção de estresse. R$ 3.500,00 45 Promover a vacinação para prevení-los contra o vírus da Gripe. R$ 2.779,20 144 Proporcionar um mês de café-da-manhã saudável. R$ 515,40 300 Reeducar a alimentação dos funcionários MSD por meio do programa de Alimentação Saudável R$ 7.315,00 51 Reeducar a postura laboral através de Ginástica Laboral. R$ 2.450,00 73 Fornecer dicas de prevenção contra colesterol. R$ 10.475,00 300 Conscientizar sobre riscos do Câncer de Mama. Distribuição de pulseiras da Associação Brasileira contra o Cancer. R$ 855,00 1.000 Fornecer informações e dicas de prevenção a vários riscos por meio da distribuição de jornais informativos. R$ 3.323,00 1.000 Educação Proporcionar a formação em Gestão de Pessoas ao staff da empresa R$ 1.244.346,00 110 Outros Proporcionar Assistência Médica e Odontológica aos funcionários e dependentes R$ 5.889.844,51 2.652 R$ 7.171.66,97 5.705 Qualidade de Vida 67 < relatório Merck Sharp & Mohme 2006 – exercício 2005 > INICIATIVA E COORDENAÇÃO Diretoria de Assuntos Corporativos Viviane Mansi – Gerente de Comunicação (11) 5189-7701 – [email protected] www.msdonline.com.br IDENTIFICAÇÃO DE CONTEÚDO E REDAÇÃO Angélica Valente (Elos Comunicação) PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE Adriana Lago (Elos Comunicação) COORDENAÇÃO Christina Marin e Carina Falsarela (Elos Comunicação) FOTOS Marcello Vitorino (Fullpress Comunicação Ltda.) Marcos Peron (págs.: 48 e 49) (Modelos da capa: Ana Maria Martins, funcionária de Merck Sharp & Dohme em Campinas, e sua filha Ana Luiza). REVISÃO Marcela Gomes Marina Caprioli AGRADECIMENTOS A Merck Sharp & Dohme agradece a todos que contribuíram para a realização desta publicação. Em especial agradece a seus funcionários, que tornam possível a construção dessa história. IMPRESSÃO Laçograf ADAPTAÇÃO PARA VERSÃO ON LINE (www.msdonline.com.br) Ricardo Rehder TIRAGEM 3.500 Impresso em outubro de 2006, na cidade de São Paulo. As opiniões dos entrevistados não refletem necessariamente a opinião de MSD. Agradecemos a disponibilidade de cada um deles em contribuir voluntariamente com o debate de temas que consideramos relevantes. 68 www.msdonline.com.br Melhorar a vida. E´ isso que a gente faz. Fazer a diferenc¸a na vida das pessoas. E´ isso que o me´dico faz. E´ isso que no´s fazemos. E este e´ o nosso grande esti´mulo na busca de necessidades me´dicas ainda na˜o atendidas: saber que estamos contribuindo para que o profissional me´dico continue lutando contra os limites que a doenc¸a muitas vezes impo˜e ao paciente, salvando uma vida e fazendo o paciente mais feliz. E´ o que nos motiva a pesquisar e buscar sempre novas soluc¸o˜es. Colocar o paciente sempre em primeiro lugar. Este e´ o compromisso do me´dico. Este e´ o nosso compromisso. O paciente em primeiro lugar