Sinópses dos artigos de Ezquizofrenia

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ASPECTOS GENÉTICOS DA ESQUIZOFRENIA - REVISÃO
DE LITERATURA
A esquizofrenia é uma doença mental complexa. O risco para o desenvolvimento da doença é de
1% na população em geral e aumenta de acordo com o grau de parentesco. A etiologia da esquizofrenia
ainda não está esclarecida e atualmente diversas pesquisas estão focadas nesta área. O objetivo desta
revisão é identificar os genes que podem estar relacionados à esquizofrenia. Foram utilizados 12 artigos
como amostra. Percebeu-se que o sistema dopaminérgico foi o mais estudado. Apenas 3 estudos relataram
associação dos genes com a esquizofrenia. Apesar disso todos os resultados contribuem para uma maior
compreensão da doença e para estudos posteriores.
O indivíduo apresenta delírios, perda de contato com a realidade, ilusões e alucinações. O
comportamento é claramente alterado podendo variar entre os afetados. O esquizofrênico pode manifestar
dois tipos de sintomas, os sintomas positivos como ideias de perseguição, achar que tem poderes
paranormais e comportamento desorganizado, e sintomas negativos como falta de interesse, isolamento
social e pobreza da fala.
De acordo com Gottesman (1991) apud Vallada & Samaia (2000) o risco para o desenvolvimento
da esquizofrenia na população em geral é de 1%, sendo que para parentes de primeiro grau de
esquizofrênicos como pai, mãe, irmãos e filhos o risco é 10 vezes maior em relação a indivíduos que não
tem parentes esquizofrênicos.
A etiologia da esquizofrenia ainda não está esclarecida e vários estudos foram e estão sendo
realizados atualmente nesta área. Já se sabe que a esquizofrenia é uma doença multifatorial porque além
de envolver fatores genéticos, como genes de susceptibilidade para a doença, também está relacionada a
fatores ambientais, tais como viroses, complicações na gravidez e privação nutricional pré-natal.
Estudos relatam que existem vários genes causadores da doença e eles agem de forma aditiva
aumentando o risco de desenvolver esquizofrenia. Assim, para que haja o desenvolvimento da doença tem
que ocorrer várias alterações pequenas nos genes, junto com alterações na transcrição e tradução de genes
e proteínas, associada a fatores ambientais. Apenas um desses fatores não é suficiente para desenvolver a
doença.
Apesar de várias descobertas e progressos nas pesquisas a patogênese da esquizofrenia ainda não
foi bem resolvida. Atualmente existem algumas hipóteses que buscam explicar a etiologia da
esquizofrenia. A hipótese dopaminérgica é o modelo mais aceito para explicar a esquizofrenia e também é
o mais estudado. De acordo com essa hipótese a esquizofrenia seria resultado do excesso de dopamina.
Todavia, essa hipótese ficou abalada quando novos estudos indicaram que certo nível de bloqueio dos
receptores é necessário, mas não suficiente para garantir resposta clínica porque mesmo com o bloqueio,
muitos pacientes não apresentaram respostas clínicas.
O glutamato é um neurotransmissor excitatório do sistema nervoso central e a hipótese
glutaminérgica se baseia no envolvimento dos receptores do glutamato, os NMDA, com os efeitos
psicóticos do PCP (fenciclidina) que é um antagonista do glutamato. Desta forma os pesquisadores
concluíram que a hipofunção dos receptores NMDA estaria envolvida no desenvolvimento da
esquizofrenia.
Como existe uma perda de volume cerebral nos portadores da doença, e esta perda pode ser
resultado da densidade reduzida de axônios, dendritos e sinapses que medeiam funções associativas,
também se leva em conta a hipótese do desenvolvimento cerebral anormal. Outras anormalidades como
aumento no tamanho ventricular, alterações no córtex pré-frontal e hipocampo, decréscimo no número de
neurônios em algumas áreas do cérebro e diminuição no número de interneurônios são também relatadas.
Assim alguns autores consideram a esquizofrenia como uma doença de neurodesenvolvimento com
neurodegeneração.
A partir da teoria genética foram iniciados estudos com gêmeos monozigóticos, dizigóticos e
filhos adotivos, para tentarem separar as causas genéticas das ambientais. Concluíram que a predisposição
genética é um dos grandes determinantes no desencadeamento da esquizofrenia já que o risco de
desenvolver a doença aumenta de acordo com o grau de parentesco. Também ressaltam a importância do
componente ambiental pelo fato de que para gêmeos monozigóticos o risco de desenvolver a doença não
é de 100% e sim de 50% Vários genes foram investigados e associados com a esquizofrenia, apesar de
alguns estudos não confirmarem essa associação, ainda sim permitem avanços no conhecimento da
doença, pois todos os resultados contribuem para uma maior compreensão dos aspectos envolvidos na
esquizofrenia.
Esquizofrenia - aspectos genéticos e estudos de fatores de risco
Neste artigo apresenta-se uma breve revisão sobre os estudos genéticos e os fatores de risco na
esquizofrenia. São abordados os estudos genético-epidemiológicos com famílias, gêmeos e adotivos,
passando pelas estratégias moleculares. Ao final são discutidos alguns fatores de risco para a doença,
como infecção viral, complicações obstétricas e privação nutricional durante a gestação.A demonstração
de um dos fatores causais mais seguramente implicados no desenvolvimento da esquizofrenia vem dos
estudos em genética epidemiológica que confirmaram a influência genética para o transtorno
As principais conclusões do artigo foram: (a) estudos com famílias, gêmeos e adotados indicam a
existência do componente genético para esquizofrenia; (b) estima-se que o componente genético
represente de 70% a 80% da susceptibilidade total para desenvolver a doença; (c) os estudos de genética
molecular (de ligação e de associação) encontram-se em andamento, tendo apresentado até o momento
apenas resultados sugestivos; (d) fatores pré e perinatais parecem aumentar o risco para o
esenvolvimento da esquizofrenia; (e) por ser uma doença complexa e comum, a esquizofrenia é, muito
provavelmente, um transtorno etiologicamente heterogêneo, isto é, devem existir, por exemplo, casos de
esquizofrenia da forma “genética” e da forma “ambiental”.
ESQUIZOFRENIA: UMA REVISÃO
Esse artigo tem como objetivo fazer uma revisão de alguns aspectos
englobando: história, sintomatologia, tratamentos e modelos experimentais
da esquizofrenia.
O texto é bem extenso e amplo. Separei a parte genética importante: A
esquizofrenia é uma desordem hereditária. Possuir um parente com
esquizofrenia é o fator de risco mais consistente e significativo para o
desenvolvimento da doença. Uma relação clara pode ser encontrada entre o
risco de esquizofrenia e o grau de parentesco a uma pessoa com
esquizofrenia. Muitos estudos epidemiológicos mostram que indivíduos
que possuem parentes em primeiro grau com esquizofrenia possuem um
risco aumentado em desenvolver a doença. Embora as estimativas variem,
a taxa de concordância para esquizofrenia em gêmeos idênticos é ao redor
de 50 % e, para gêmeos dizigóticos, é da ordem de 12 %, sendo
significativamente maior que o 1 % de risco da população geral. Por um
lado, estes estudos demonstram a existência do componente genético
(quatro vezes maior a probabilidade em gêmeos monozigóticos do que em
dizigóticos), mas, por outro lado, também ressalta a participação do
componente ambiental na expressão da esquizofrenia, já que o esperado é
teoricamente 100 % de concordância para gêmeos monozigóticos, pois a
carga genética é idêntica em ambos.
Esquizofrenia, genética, epigênesis, ambiente: uma revisão sistemática
das hipóteses etiológicas unificadas e do perfil genético; e um novo
algoritmo para o tratamento dos achados principais
Em geral as hipóteses etiológicas unificadas contradizem as grandes
descobertas genéticas (que sugerem que a esquizofrenia está associada com
o perfil de neurotransmissores como D-1 e a cascata glutamato-NMDA);
Além disso, em geral, os resultados genéticos estão espalhados por
toda ogenoma (como um revelado no mapa topológico dos 3519 estudos
nesse caso). A chave para este dilema pode ser representada pela
associação entre a perspectiva que cada um dos polimorfismos associados
com a esquizofrenia é um fator de risco estatístico, ao passo que as cascatas
moleculares de caráter epigenético e os fatores de risco ambientais
continuam agindo mediante a ativação de genes críticos.
O genoma humano e as perspectivas para o estudo da
esquizofrenia
A informação genética deve ser usada como um “mapa”, a partir do
qual começamos a compreender a base das doenças e a importância da
variação genética através da análise da complexidade e do comportamento
das regiões reguladoras, genes e proteínas, funções gênicas e sistemas
celulares. Apesar dos enormes esforços para identificar genes de
susceptibilidade, os resultados de estudos de genética molecular de
esquizofrenia até o momento têm sido modestos. O uso apropriado da
genômica poderá ajudar imensamente na elucidação das causas da
esquizofrenia, permitindo avaliar o papel de novos genes, das variações
genéticas, das formas de splicing alternativo, das variações de expressão
gênica e de vias metabólicas de interesse. A convergência de dados
bioquímicos, de imagem, de neuroanatomia, farmacológicos, clínicos e
genéticos permite prever que estamos muito próximos de uma melhor
compreensão das bases biológicas da esquizofrenia. A disponibilidade
desses avanços terá um enorme impacto na pesquisa desta doença.
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