um distúrbio total da personalidade e uma desordem mental muito grande (esquizofrenia, ciclofrenia ou psicose maníaco depressiva e epilepsia genuína). A pesquisa se limitou às psicoses do segundo grupo. Esquizofrenia: é um distúrbio de personalidade e comumente chamados de “loucos”. Estranha o social, pois despreza a realidade. Há discordância cultural, menospreza a razão em prol da fantasia. Ocorrem distorções do pensamento, da percepção e inadequação dos afetos. Traz um prejuízo bastante severo e a pessoa torna-se incapaz de atender às exigências da vida e da realidade. Na esquizofrenia paranóide, a pessoa apresenta mania de perseguição, mas é um quadro clínico que responde melhor ao tratamento. A esquizofrenia hebefrênica ou desorganizada, apresentam discurso infantil, emoções desapropriadas. Na esquizofrenia catatônica, as pessoas apresentam transtornos psicomotores acentuados. A esquizofrenia residual é uma esquizofrenia crônica e a esquizofrenia simples, os sintomas são mais amenos, apresentando um isolamento social, depressão e distúrbio de caráter. 1) Psicose maníaco depressiva ou ciclofrenia ou transtorno bipolar: cicla estados normais ou de euforia com estados depressivos, ou seja, estados de intensa agitação com estados de intensa tristeza. Quando fixa apenas no estado depressivo, a chamamos de doença afetiva unipolar. 2) Epilepsia genuína: nesse quadro ocorre perda de consciência, contrações musculares, alterações motoras, agressividade, perturbação do pensamento e agitação. Não podemos deixar de tratar aqui das personalidades psicopáticas e da oligofrenia. As personalidades psicopáticas também encaixam dentro das perturbações mentais. Os psicopatas são pessoas de inteligência média, competitivos, com grande capacidade de socialização, são empreendedores e de sucesso. Entretanto, não apresentam sentimento, afeto, amizade, amor, gratidão e não demonstram sequer nem um pouco de remorso pelos seus atos. São egocêntricos e egoístas. Com relação à oligofrenia, que é uma doença mental que afeta a inteligência de uma pessoa, sendo chamados de retardados mentais, as pessoas que revelam esse quadro clínico apresentam um desenvolvimento mental compatível ao de uma criança. Desta forma, não têm capacidade de um entendimento real das coisas. De acordo com Palomba: A diferença entre o psicótico e o neurótico é que no primeiro a patologia mental brota do nada, simplesmente nasce na mente, enquanto que no neurótico o estado mental alterado está baseado em vivências dolorosas do passado, próximo ou remoto. O neurótico sabe que é problemático, tanto é que às vezes chega a achar que está ficando louco, ao passo que o psicótico, que é louco propriamente dito, nunca acha que está doente da psique: vive o seu delírio como se fosse uma realidade inquestionável e não é possível convencê-lo do contrário. (PALOMBA, 2003, p.546). A partir da compreensão destas psicoses, pode-se compreender atitudes como as de Carlos que matou o sobrinho de cinco anos. No seu depoimento, afirma que matou porque o sobrinho “mexeu com ele”. E no depoimento de Alexandre que narra que quando da prisão em flagrante, por crime de roubo, “ouviu uma voz que disse que ele matasse alguém, as algemas sumiriam” e ainda no depoimento de Daniel que não reconhece seu pai: “aquele não é meu pai, meu pai vai aparecer e me buscar”. Carlos está internado há 27 anos, em Barbacena, Alexandre vive sozinho, está medicado e espera a extinção da punibilidade, Daniel vive nas ruas, recentemente agrediu uma senhora idosa e começa um novo processo acerca deste fato. O que eles têm em comum? Doença mental agravada pela falta de acolhimento familiar e social e de aceitação das diferenças que os cercam. E como relata Salo de Carvalho, não obstante o sofrimento mental: