OCP - 04 Artigo: Riscos Operacionais Título: Sistemas de fluido térmico Orgânico são seguros? Quais são os riscos? Sistemas de fluido térmico orgânico, generalizados como Sistemas de óleo térmico, são instalações seguras e de baixo risco quando observados parâmetros relativos à concepção do projeto, manutenção, operação, gestão de riscos, vida útil, tipo do óleo térmico em uso e correspondente acompanhamento quanto ao envelhecimento (degradação) e relação desta instalação com a continuidade do negocio da empresa onde esta inclusa. Por se tratar de um sistema importante na maioria das indústrias, de custo relevante e trazendo junto com a sua instalação considerável e relativo potencial de risco devem ser considerados especiais cuidados desde a sua concepção, aquisição, instalação e operação, devendo estes cuidados considerar o papel do sistema na continuidade do negocio da empresa, contingencias, fatores humanos, tratamento do risco, transferência do risco, modos de operação do sistema, procedimentos de contingencia e emergência, analises da evolução do sistema e do óleo térmico em uso etc. Portanto, para gerir as condições de risco deste sistema torna-se necessário buscar a compreensão sobre quando aplica-lo, sua missão e quais os fatores de risco observados. Dentro os diversos fluidos térmicos em uso o óleo térmico apresenta sua aplicação crescente na faixa de 0°C a 400°C, evitando as desvantagens resultantes da aplicação da agua quente e vapor saturado. Por que usa-lo? Devese a permitir dentro de sua faixa de domínio conduzir o calor de forma efetiva (projeto realizado por empresa de reputação) com altas temperaturas e baixa pressão orientando para uma instalação de baixo custo de investimento inicial e operacional. A missão deste sistema consiste em gerar e conduzir o calor para seus consumidores dentro de condições especificadas (definidas em projeto) em dado período de tempo, permitindo mantenabilidade e confiabilidade, em condições seguras. Os fatores de risco observados geralmente são: Falhas, Eventos e Erros. As falhas estão relacionadas a defeitos, podendo ser de ordem mecânica, estrutural (fundação, suportes), eletrônica, elétrica, de operação de um equipamento, ex.: mau funcionamento do sensor de nível, do pressostato diferencial, do controle de temperatura, entre outros. Os eventos, estes são originados fora do processo, mas tendo um efeito adverso sobre ele, estão ligados a situações externas (eventos naturais, indução humana, falha de utilidades, efeito domino). Por exemplo, falha de energia elétrica desabilitando as bombas de circulação do fluido em temperatura de trabalho, fogo ou explosão em área adjacente, baixa temperatura ambiente conduzindo para a solidificação do fluido, impacto de um raio na estrutura do tanque de expansão. Já os erros, estão relacionados aos “Fatores Humanos”, devemos lembrar que nós seres humanos cometemos erros e dentro das corporações este são normalmente uma consequência de falhas latentes no processo corporativo. Os erros de forma geral se dividem em três categorias: o erro como dito, sendo um ato incorreto, involuntário como acessar um botão errado, falha na execução de uma fase do processo, desenho, manutenção... (não o realizando ou realizando-o de forma incorreta). Mas há como contraponto as violações, onde se realiza uma ação proibida ou diferente da prescrita, ou seja, são erros voluntários induzidos por circunstancias sem motivação apropriada, como ex.: jumper do sensor de nível do tanque de expansão, jumper do pressostato diferencial, desabilitar alarmes, não seguir procedimentos, ignorar seguranças. Entre estas as duas categorias citadas existe um erro intermediário, o qual é intencional com motivos justificados como por ex.: no sistema, há a indicação de degradação significativa do óleo térmico, porem para manter o processo fabril em operação se mantem o sistema térmico operante sem intervenções, a degradação é acelerada pelas condições operacionais causando cavitação do sistema, mas não promove o interrompimento operacional, outra situação tem-se que esta situação orienta para um evento onde a consequência é o incêndio, situação típica para atendimento de necessidades do processo. O problema desse caso é quem julga e com que critério é julgado, levando em algumas vezes se ter um resultado positivo em outras não, pois o julgamento esta ligado ao resultado obtido e não aos fatos em si. Em um processo de decisão a questão sobre o gerenciamento do risco operacional tem alguns princípios absolutamente fundamentais, sendo o primeiro identificar o risco, não identificando não há segurança. Identificando-o a primeira opção é elimina-lo, mas nem sempre é possível, então a segunda opção após definir o tratamento a ser dado ao risco, tem-se como opções manter o risco sob controle, desenvolver estratégias, procedimentos, modificar o projeto, enfim fazer alguma coisa para mitigar o risco, nesta etapa é que a definição do Risco (produto da probabilidade da ocorrência multiplicada pela severidade desse evento) é de forma qualitativa ou quantitativa considerada para o pior cenário, conduzindo para a condição de ser Aceito, Rejeitado, Mitigado ou Transferido. referencial da propriedade e interrupção do negocio. As fugas são muitas vezes imprecisas, devido a propriedade do material, expansão térmica, flexibilidade do sistema, contração durante o bloqueio de uma válvula, onde podese concluir que vazamentos são propensos a acontecer. A propriedade do fluido térmico analisada em laboratório que é um dos parâmetros para orientar e sinalizar o risco do sistema a incêndio e explosão é o ponto de fulgor, o ponto de combustão (fire point) e a Temperatura de Autoignição (AIT), podemos exemplificar com os respectivos valores: 200°C, 240°C e 350°C para um fluido térmico mineral novo. A queda no ponto de fulgor leva também a queda no ponto de combustão e no ponto de autoignição. Na condição de transferência estamos falando em parte financeira e uso de seguros, sendo importante fator na condição de instalação de qualquer sistema / processo. Para ocorrência de incêndio em um sistema de fluido térmico é necessária a formação do triângulo do fogo composto pelo calor, combustível e oxigênio. O calor já é inerente do processo de aquecimento, o combustível é o fluido térmico e o oxigênio está presente no ar atmosférico. Uma mistura explosiva somente pode ser formada a temperatura acima de 130°C no ar, em função da baixa pressão de vapor do óleo térmico e do limite de explosividade inferior (LEL) médio de 1%. A formação de mistura explosiva é somente possível em ambientes fechados com óleo e se a pressão de vapor for suficiente para a formação da mistura inflamável. Mas deve ser lembrado que os vapores e gases (produto de decomposição) oriundos do óleo térmico são inflamáveis. Os principais riscos em um sistema de óleo térmico considerados são de incêndio e explosão, para esta conclusão deve-se atentar como já mencionado para o pior cenário e para o efeito final e não intermediário ex.: como vazamento em selo de uma bomba – efeito intermediário. Porem cabe atentar que incidentes relacionados a isolamento térmico são dos tipos mais comuns, porem furos e/ou rupturas dentro da fornalha do aquecedor, são muitas vezes o maior dano, partindo do Assim, uma forma de evitar um incêndio é evitar o contato do fluido quente (formação com temperaturas acima de 130°C) com o ar atmosférico, ou seja, evitar vazamentos e retiradas de óleo do sistema quente (definição de modos de operação da planta como rotina de parada / decomissionamento, desligamento emergencial entre outras). Para o desenvolvimento da proteção contra incêndio, três fundamentos básicos devem ser considerados quando analisado, a antecipação ao sinistro, a rápida extinção do foco e isolamento de riscos vizinhos. Colaboração: Fernandes Na busca da identificação da causa de uma ocorrência, deve-se orientar para a “Causa Raiz”, seja esta de que natureza for, deve-se buscar a falha latente, ex.: 1) Observa-se queda no ponto de fulgor do óleo térmico – modo de falha: cavitação da bomba centrifuga; Condição/evento: Sobreaquecimento do fluido no aquecedor; Causa Raiz: Falta de circulação por falha de energia. 2) Fator Humano – Observa-se na operação a falha ativa (efeito adverso imediato), onde houve um erro do operador, neste momento não se deve parar a investigação, deve-se buscar a falha latente ( condições colocadas no sistema pelo tomadores de decisão) que pode ser Não realização de treinamento/reciclagem em função do corte financeiro da corporação orientando o investimento para outra área em detrimento desta. Referências: Como conclusão o óleo térmico em uma planta se inclui como uma utilidade ao processo e neste caso utilidades são todos os serviços providenciados para o processo, tais como: ar, água, vapor, combustível, eletricidade, resfriamento, aquecimento. Segundo uma Carta da OSHA para Union Carbide em 14 de setembro, 1995, as utilidades estão sujeitas a todas as disposições da norma PSM (Process Safety Management 29 CFR 1910.119) ate o ponto de uma falha em um componente do sistema já não mais afetar a liberação de um produto químico coberto; ou a utilidade deixa o controle da empresa. Esta condição estabelece uma orientação de tratamento e condição de analise e em outro ponto a introdução do conceito de segurança e sua extensão. A OCP Engenharia possui conhecimento para conduzi-lo e auxilia-lo em sua decisão de forma consistente, qualquer dúvida entre em contato conosco. Especialista: Maurino Gomes Costa Eng. Everton Alexandre DIN 4754 - Heat Transfer Systems Operation with Organic Media NBR 17505 -1 /5 - Recirculação de Sistemas de Transferência de calor. NFPA 87 - Fluid Heaters OSHA – The Occupational Safety and Health Administration IEC- 60050 – 191 – International Electrotechnical Vocabulary IEC 62278 OCP ENGENHARIA INDUSTRIAL E COMERCIO LTDA