56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 1 Estudo da Indução do sistema SoxRS e da mutagênese pelo cloreto estanoso Maciel, VB; Motta, ES; Melo, AFB; Lima, PVS; Souza-Santos PT; Oliveira, MBN; Dantas, FJS; Caldeira-de-Araujo, A.; De Mattos, JCP Laboratório de Radiobiologia e Fotobiologia, Departamento de Biofísica e Biometria, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro [email protected] Palavras-chave: SOXRS, ames, cloreto estanoso, cromoteste, procariotos O estanho, classificado como metal pertencente ao grupo 14 da tabela periódica é um dos mais antigos elementos químicos conhecidos, sendo encontrado, na natureza, sob a forma de cassiterita. Seu uso remonta à pré-história, quando era empregado junto com o cobre na produção de armas e de ferramentas. Atualmente é utilizado em diversos setores industriais, o que coloca os seres humanos em contato direto com este agente. Na forma de cloreto estanoso (SnCl2) está presente em kits para produção de radiofármacos e é amplamente empregado em exames de medicina nuclear, sendo um dos compostos mais utilizados como agente redutor para a fixação do tecnécio99m a estruturas e moléculas de interesse biológico. Neste caso, sua administração é feita por via endovenosa, não restando dúvidas quanto a sua absorção. Resultados anteriormente obtidos pelo Laboratório de Radio e Fotobiologia demonstraram que as principais lesões induzidas por este agente sobre o DNA são as quebras e sítios AP e que o sistema de reparo por excisão de bases (BER) estaria envolvido na restauração destes danos, sendo que o produto do gene nfo (a enzima endonuclease IV – Nfo) teria um papel relevante nesse processo. O objetivo desse trabalho foi confirmar, com o ensaio cromoteste, a importância da proteína Nfo através da indução, pelo SnCl2, do sistema SoxRS em E. coli. Além disso, como as lesões reparadas pelo BER constituem eventos que podem contribuir para mutagênese, a potencialidade mutagênica deste agente foi avaliada através do teste de Ames para as cepas de S. typhimurium TA97, TA98, TA100 e TA102. Os resultados indicam que o SnCl2 induziu o sistema SoxRS em níveis acima da cepa não tratada (p<0,05), reforçando a importância da proteína Nfo no processo de reparo, já que a indução desta enzima está sob o controle do sistema SoxRS. A aplicação do teste de Ames demonstrou não haver potencialidade mutagênica para a concentração de SnCl2 testada (25mg/ml). No momento estão sendo realizados estudos complementares, em E. coli, de mutagênese no gene rpoB para indução de resistência ao antibiótico rifampicina. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 2 Recognition of the SOS genes from the pathogenic agent Leptospira interrogans Momo, LHS¹; Costa, RMA1 ¹Centro de Ciências Naturais e Humanas, Universidade Federal do ABC, Santo André , Brazil. [email protected] Keywords: DNA repair, SOS system, gene expression, Leptospira interrogans Leptospirosis is a zoonotic disease spread through the world that affects human and other animals, It has a worldwide distribution but is more common in the tropics where conditions for its transmission are particularly favourable. These areas are not provided by proper treatment of drain water, what facilitates the transmission of the disease by the contaminated water from urine rats. In humans, leptospirosis have many symptoms that may be confused with other diseases, which makes the diagnosis more difficult. This sickness is caused by the pathogenic species of the genus Leptospira (the interrogans complex). The genus includes saprophytic species as well ( the biflexa complex). Although its importance, the bacteria is poorly studied and few inforrmations are available concerning the mechanisms employed by the bacteria for dealing with the environmental and host factors threatening on DNA. This work has the aim to identify the SOS genes in Leptospira interrogans by in silico search. The SOS system is a global DNA damage response, induced by threatening of genome integrity. This system facilitates cell survival when massive DNA damage occurs and the normal DNA replication of the bacterial cell is disturbed.The open reading frames of L. interrogans were identified, based on the ones taken from E.coli. A databank was made with the sequences from many other organisms related to the SOS system. The genes studied were then compared to the sequences from the saprophyte Leptospira biflexa. It was found that the SOS system works differently in Leptospira spp than on E. coli, as many crucial genes were absent. One point that was made, was that the genes lexA and recA remain of high importance on these organisms. Funding agency: CNPq, FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 3 O uso do reparo de DNA como ferramenta na pesquisa de fatores envolvidos na patogenicidade de Corynebacterium pseudotuberculosis. Resende, BC¹; Lopes, DO¹, Bucker, DH²; Azevedo, VA²; Santos, AR²; Miyoshi, A²; D’Afonseca, V², Santos, LL¹ Laboratório de Genética Molecular - Universidade Federal de São João Del-Rei CCO – Divinópolis/MG-Brasil. Laboratório de Genética Celular e Molecular - Departamento de Biologia Geral ICB-Universidade Federal de Minas Gerais – Belo Horizonte/MG – Brasil. [email protected] 1 2 Palavras-chave: bioinformática, reparo de DNA, Corynebacterium pseudotuberculosi, mutagênese, Linfadenite Caseosa. Introdução: A Linfadenite Caseosa é uma doença crônica que afeta rebanhos de caprinos e ovinos, principalmente na região norte e nordeste do Brasil. Causada por uma bactéria gram-positiva chamada Corynebacterium pseudotuberculosis a Linfadeníte Caseosa é distribuída globalmente causando grandes perdas econômicas. O reparo de DNA é um mecanismo de grande importância para a manutenção da estabilidade genômica de qualquer organismo, o que o torna uma ferramenta valiosa na busca da cura contra agentes infecciosos, pois a ineficiência deste sistema pode promover a instabilidade genômica e levar o organismo à morte. A eficácia dos tratamentos existentes hoje para a cura de animais infectados é muito baixa, necessitando assim de um estudo detalhado do genoma desse organismo para melhor entendimento dos fatores relacionados à sua virulência e patogenicidade. Objetivos: Identificar e caracterizar as vias de reparo de DNA de Corynebacterium pseudotuberculosis e de outras sete espécies de Corynebacterium, patogênicas ou não, e relacionar o sistema de reparo do DNA com fatores envolvidos na patogenicidade e virulência deste organismo. Métodos: A partir do genoma completo da C. pseudotuberculosis disponibilizado pela Rede Genoma de Minas Gerais, foram feitas analises in silico com o objetivo de se levantar as vias de reparo presentes neste organismo e buscar os genes homólogos em outras sete espécies de Corynebacterium. Foram usados os programas BLAST (Basic Local Alignment Search Tool) e CoryneRegNet, onde foram obtidas as seqüências homólogas das outras espécies. Para a construção da árvore filogenética foi usado o programa PHYLIP (Phylogeny Inference Package) do Expasy Proteomic Server. Resultados: As vias de reparo do DNA, em geral, são bem conservadas, sendo que as vias NER e de recombinação se destacaram por possuírem praticamente todos os genes conservados. Um fato interessante foi a presença do gene mug, que codifica uma enzima da família das uracil DNA-glicosilases, ser encontrado apenas em bactérias patogênicas. Este gene, que faz parte do reparo por excisão de bases, é de grande importância no reconhecimento da base uracil do DNA para posterior remoção da lesão. Através das árvores filogenéticas apresentadas, vê-se que as bactérias patogênicas que apresentam o gene mug ficaram agrupadas no mesmo ramo da árvore filogenética. Conclusões: Através da analise filogenéticas verifica-se que apenas duas bactérias patogênicas possuem o gene mug e estas estão agrupadas no mesmo cluster, fato que nos estimula a verificar o envolvimento desse gene com a patogenicidade do organismo. Como perspectiva, pretende-se clonar o gene mug para a realização de testes de complementação funcional em bactérias deficientes nesta via de reparo, após tratamento com bissulfito de sódio e outros agentes mutagênicos. Suporte financeiro: FAPEMIG e UFSJ 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 4 Identification of genes involved in oxidative stress response in Leptospira spp Bomediano, LM¹; Costa, RMA¹ ¹ Centro de Ciências Naturais e Humanas, Universidade Federal do ABC, Santo André, Brazil. Keywords: DNA repair, gene expression, oxidative stress, Leptospira Biflexa, Leptospira interrogans. Leptospirosis is an important zoonosis that figures as a neglected tropical disease, being responsible for serious public health problems, resulting in costs to the economy. The disease is caused by pathogenic bacteria of the genus Leptospira, which has both pathogenic (the interrogans complex) and saprophytes (the biflexa complex) species belonging to the order Spirochaetales. Like any infectious agent, leptospires must overcome a great challenge posed by the host immune system: the reactive oxygen and nitrogen produced by macrophages. The model organism, Escherichia coli, responds rapidly to oxidative stress by activating the transcription of genes with antioxidant function. Two regulons are involved in this response, OxyR and SoxRs. However, the genome sequencing of Leptospira spp showed an absence of both regulators, suggesting that during evolution, Leptospira developed specific antioxidant defense mechanisms. The identification of these mechanisms is important because it may suggest potential targets for immunological intervention. This work presents the in silico identification and comparison of homolog sequences to genes already characterized in other organisms in the saprophyte, L. biflexa, and the pathogenic, L. interrogans, species. The search for open reading frames showed unexpected results, like the duplication of two important genes and the presence of an important regulator only in the saprophytic specie. These results confirm that the pathogenic and saprophytic species have different strategies for dealing with oxidative stress. Funding agency: CNPq, FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 5 Importância relativa de enzimas do reparo por excisão de bases na restauração de lesões induzidas pela radiação UV A e cloreto estanoso Melo, AFB; Motta, ES; Maciel, VB; Meirelles, PG; Souza-Santos, PT; Oliveira, MBN; Dantas, FJS; De Mattos, JCP; Caldeira-de-Araujo, A. Laboratório de Radiobiologia e Fotobiologia, Departamento de Biofísica e Biometria, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro [email protected] Palavras-chave: reparo por excisão de bases, ultravioleta A, cloreto estanoso, eletroforese DNA bacteriano, cinética de reparo. A exposição dos seres vivos a agentes como o cloreto estanoso (SnCl2) e a radiação UV A pode induzir lesões no material genético, mediadas pela geração de espécies reativas de oxigênio (ERO). As lesões produzidas no DNA pelas ERO são corrigidas, principalmente, pelo reparo por excisão de bases (BER). Resultados obtidos anteriormente no Laboratório, através de ensaios de sobrevivência bacteriana, demonstraram que o BER estaria envolvido na restauração destes danos, sendo que o produto do gene nfo (a enzima endonuclease IV - Nfo) teria um papel relevante e que a enzima Fpg ( formamidopirimidina DNA glicosilase) também poderia participar desse processo, provavelmente, reparando lesões como a 8-oxoguanina (8-oxodG). O presente trabalho teve como objetivo confirmar a importância dessas enzimas na cinética de reparação das quebras de DNA induzidas pelo SnCl2, UVA e sua associação, através da técnica de eletroforese em gel alcalino de agarose. Para tanto, cepas de E. coli, deficientes em diferentes genes do BER, foram tratadas com os agentes em questão e as quebras no DNA foram visualizadas por eletroforese e quantificadas pelo programa Image J. Os resultados obtidos com a cepa selvagem e os mutantes simples (AB1157, BH20, BW372, BW527 e BW9091) foram comparados e a cepa BH20, deficiente na enzima Fpg, foi a que apresentou menor grau de reparo das quebras no DNA induzidas pelo UV A. As cepas BW372, BW527 e BW9091, deficientes nas enzimas endonuclease III, endonuclease IV e exonuclease III, respectivamente, foram estatisticamente idênticas quanto à capacidade de restaurar as quebras geradas pelo UVA. Porém, esses mutantes apresentaram maior eficiência de reparação, em relação a BH20 (p<0,05), o que pode ser explicado pela presença da enzima Fpg funcionante. Com relação ao tratamento realizado somente com SnCl2, observou-se que a cepa deficiente no produto do gene nfo (BW527) foi a que apresentou maior retardo no reparo das lesões, seguida pelas cepas BW9091 (xthA), BH20 (fpg) e BW372 (nth). Quando essas cepas foram préiluminadas com UVA e, posteriormente, incubadas com SnCl2, os resultados obtidos mostraram que a associação do UVA com SnCl2 foi capaz de induzir um maior número de quebras no DNA de todas as cepas testadas, quando comparado ao tratamento com SnCl2 isoladamente (p<0,0001). A análise dos géis mostrou, mais uma vez, assim como ocorreu com o tratamento somente com SnCl2, que a cepa BW527 foi a menos eficiente na restauração dos danos causados por essa associação. Tomados em conjunto, os resultados sugerem que a via de reparação das lesões produzidas por estes agentes, isoladamente ou associados, ocorra preferencialmente pela ação das enzimas Fpg e Nfo e indicam que as proteínas XthA e Nth também possam participar em alguma etapa do reparo, quando Fpg e Nfo estiverem ausentes. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 6 Análise comparativa da infectividade de uma linhagem de Trypanosoma cruzi superexpressora da enzima MutT da via de reparo da 8-oxoguanina Aguiar, PHN1; Furtado, C1; Macedo, AM¹; Franco, GR¹; Pena, SDJ¹; Andrade, LO2; Machado, CR1 Lab. Genética Bioquímica, Departamento de Bioquímica e Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas - UFMG, Belo Horizonte, MG Lab. Prof. Conceição Machado, Departamento de Morfologia, Instituto de Ciências Biológicas - UFMG, Belo Horizonte, MG [email protected] 1 2 Palavras-chave: Trypanosoma cruzi, MutT, 8-oxoguanina, reparo de DNA, infectividade O agente etiológico da doença de Chagas, Trypanosoma cruzi, é um parasito intracelular obrigatório no hospedeiro mamífero. Sua estratégia de infecção celular pode representar um importante mecanismo de evasão da resposta imune. A invasão em células do hospedeiro mamífero ocorre por uma série de eventos envolvendo interações de diversas moléculas do parasito com componentes celulares do hospedeiro, culminando na internalização do parasito. Esse processo depende do recrutamento e fusão de lisossomos para o sítio de interação do parasito com a célula hospedeira e é essencial para a retenção do mesmo e formação de um vacúolo parasitóforo estável. Em seguida, o vacúolo parasitóforo é rompido, liberando os parasitos no citosol da célula hospedeira, onde estes podem se diferenciar na forma replicativa amastigota. O T. cruzi apresenta então uma diferença marcante em relação a outros patógenos intracelulares, pois ele não evita a fusão lisossomal e reside por um tempo significativo dentro deste vacúolo antes de escapar para o citosol. Aparentemente, lisossomos fornecem não só a membrana para a formação do vacúolo, mas também o ambiente ácido que é essencial para o rompimento do vacúolo e escape do parasito para o citosol. No entanto, este ambiente lisossomal pode também representar uma fonte de estresse oxidativo para as tripomastigotas, sendo que a maquinaria de reparo de DNA poderia ter um papel importante em manter a integridade do conteúdo genético do T. cruzi durante o processo de invasão e replicação intracelular. Com o objetivo de investigar a importância da via de reparo da 8-oxoguanina (via de reparo GO) durante a infecção do parasito às células de mamíferos uma cepa de CL Brener que superexpressa a enzima MutT de Escherichia coli foi comparada a um clone CL Brener do tipo selvagem. A enzima MutT faz parte da via de reparo GO, esta proteína hidrolisa o produto da oxidação da guanina 7,8-dihidro-8-oxoguanina (também conhecido como 8-oxoguanina, 8-oxoG) removendo-a do pool de nucleotídeos e impedindo que seja incorporada no DNA por polimerases. A enzima MutT de E. coli foi clonada no vetor de expressão pROCK e subsequentemente transfectada em T. cruzi epimastigotas da cepa CL Brener. Em seguida, as epimastigotas foram diferenciadas em formas infectivas tripomastigotas metacíclicas através da metaciclogênese in vitro. A infectividade e a multiplicação intracelular do clone selvagem e da cepa mutante foram quantificadas por experimentos de infecção em fibroblastos murinos em intervalos de 0, 24, 48, 72 e 96 horas. A cepa mutante mostrou diferença significativa no crescimento após 48 horas da infecção em fibroblastos quando comparada ao controle selvagem, indicando que a superexpressão da enzima MutT de E. coli pode conferir vantagem ao T. cruzi durante a replicação intracelular do parasito. Apoio financeiro: CNPq, FAPEMIG, HHMI 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 7 Differential role of UVB-induced photolesions on mouse skin Quayle, C1,2 ; Bombardieri, CR2; Hoeijmakers, J2; Menck, CFM1; van der Horst, G2 Laboratório de Reparo de DNA, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo-Brazil Genetics Department, Erasmus Medical Center, Rotterdam-The Netherlands. [email protected] 1 2 Keywords: photolesions, UV, DNA repair, photolyase, pigmentation, skin The ultraviolet (UV) component of the sun is the most abundant genotoxic factor present in our environment. UV light induces two types of photolesion on DNA: the cyclobutane pyrimidine dimer (CPD) and the pyrimidine (6-4) pyrimidone photoproduct (6-4PP). Photolyases are enzymes capable of converting these dimers directly to monomers, using a photon of light as source of energy. These enzymes are absent in placental mammals, leaving us with only one DNA repair pathway capable of removing photolesions: the nucleotide excision repair (NER) pathway. Deficiencies in genes involved in this pathway lead to the development of severe syndromes, such as Xeroderma Pigmentosum (XP) which shows high photosensitivity and a substantial increase in skin cancer incidence. Although the deleterious effects of UV on the skin are widely known, the specific role of each photolesion is still in question. Previous works in vitro have demonstrated that while in NER-proficient cells only the removal of CPDs increases survival after UVB irradiation, in NER-deficient cells both lesions play an important role in apoptosis. It has been shown in vivo that CPDs are responsible for the majority of the effects seen after UVB skin irradiation of DNA repair proficient mice, such as erythema, apoptosis, hyperplasia and tumorigenesis. Therefore, it is of the upmost importance to define the specific role of each photolesion in vivo in a system where the removal of photolesions by NER does not mask their role on the skin response to UV. For that purpose, transgenic XPA mice expressing CPD-photolyase or 6-4PP-photolyase were irradiated for 25 days with UVB (100 J/ m2) immediately followed by 3 hours of photoreactivation. In this work, we show that the removal of CPD lesions prevents hyperplasia and induces dark skin pigmentation. When 64-PPs were removed, UVB promoted hyperplasia but no dark skin pigmentation, only tanning (brown pigmentation). Also, unlike 6-4PP removal, CPD removal is capable of preventing the development of p53 epidermal patches, which have a direct correlation with carcinoma development. These results indicate that, even in a DNA repair-deficient background, CPDs play the most important role on skin outcome after UVB irradiation and that each lesion leads to different types of skin pigmentation. Financial support: FAPESP, CNPq, Erasmus MC, USP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 8 Influência do silenciamento do gene APE1/REF-1 na proliferação e da cinética do ciclo celular em células de glioblastoma tratadas com o quimioterápico temozolomida Montaldi, AP1; Sakamoto-Hojo, ET1,2 Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto-USP, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil. [email protected] 1 2 Palavras-chave: siRNA Ape1/Ref-1, Temozolomida, glioblastoma, BER, resistência. Uma recente estratégia para sensibilizar células de câncer a agentes causadores de dano no DNA é a inibição de proteínas de reparo. Uma destas é a Apurinic endonuclease 1/Redox factor-1 (APE1/REF-1), cuja expressão é encontrada aumentada em numerosos tipos de câncer, incluindo glioblastoma. A enzima APE1 é essencial no reparo por excisão de base (BER) e também atua como fator de oxido-redução, mantendo fatores de transcrição envolvidos na promoção e progressão do câncer, em um estado ativo reduzido. No presente trabalho, foi proposto avaliar a influência do silenciamento do gene APE1/REF-1 em células de gliobastoma T98G resistentes à temozolomida (TMZ), estudada pelo teste de proliferação celular (Kit XTT) e cinética da progressão no ciclo celular, sendo realizados três experimentos independentes. Foram observadas reduções significativas (p≤0,05) na proliferação celular após a transfecção do gene APE1/REF-1, em relação ao controle, e mesmo quando estas foram tratadas com TMZ (600 µM), nos tempos de 24h (89,3 e 89,4%), 48h (66,6 e 53,3%) e 72h (85,1 e 57,1%). As células transfectadas e tratadas com TMZ também mostraram diferenças significativas (p≤0,01) quando comparadas com as células silenciadas (não tratadas), nos tempos de 48 e 72h. O tratamento unicamente com TMZ mostrou diferenças significativas apenas no tempo de 72h (87,5%). Nos experimentos de ciclo celular, o tratamento com TMZ mostrou um aumento na porcentagem de células na fase G2 do ciclo, nos tempos de 24h (26,5%), 48h (34,8%) e 72h (26,5%), mesmo quando o gene foi silenciado (22,8; 28,9 e 28%, respectivamente). Assim, o tratamento com a TMZ causou um aumento em G2 nas células transfectadas, o que não foi observado nas células que sofreram inibição de APE1/REF-1 somente, mostrando que o silenciamento não foi capaz de alterar a progressão das células no ciclo, sendo esse efeito causado pela droga TMZ. Baseado nesses resultados verifica-se que a expressão reduzida do gene APE1/REF-1 aliada ao efeito do tratamento com a TMZ induziu maior porcentagem de morte, indicando que o reparo via BER pode ser um fator de resistência ao tratamento com esse quimioterápico. Entretanto, estudos adicionais são necessários no sentido de avaliar os mecanismos pelos quais essas células são eliminadas e as vias de sinalização comprometidas sob condições de silenciamento gênico, com ou sem tratamento com a droga. Apoio financeiro: FAPESP (Proc. Nº 2009/10925-6; 2009/10106-5); CNPq; CAPES; FAEPA-HC-FMRP-USP. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 9 Caracterização funcional de 8-oxoguanina DNA glicosilase de Trypanosoma cruzi Kunrath-Lima, M1; Furtado, C1; Macedo, AM1; Franco, GR1; Pena, SDJ1; Teixeira, SMR1; Machado, CR1 Departamento de Bioquímica e Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] 1 Palavras-chave: BER, 8-oxoguanina DNA glicosilase, Trypanosoma cruzi A manutenção da integridade do material genético é essencial para a sobrevivência dos organismos vivos.Uma das maiores ameaças à integridade do genoma é a oxidação de bases nitrogenadas, gerada principalmente por espécies reativas de oxigênio (ROS). Um dos produtos mais freqüentes da oxidação do DNA é a 7,8-dihidro-8oxoguanina (8-oxoguanina).Essa lesão é particularmente deletéria por fazer com que a guanina oxidada possa parear erroneamente com uma adenina, levando a uma mutação por transversão do par de bases.O reparo por excisão de base (BER) é o processo celular mais importante na remoção da 8-oxoguanina. O reparo por excisão de base cliva apenas a base, deixando no DNA o esqueleto de açúcar-fosfato e gerando um sítio abásico.A 8-oxoguanina é removida pela 8-oxoguanina DNA glicosilase (OGG1 ou Fpg), possibilitando que outras enzimas possam inserir uma guanina normal no lugar da guanina oxidada. O Trypanosoma cruzi é um protozoário flagelado, causador da doença de Chagas, que assim como os demais organismos vivos está susceptível ao estresse oxidativo. A fim de caracterizarmos o gene OGG1 de T. cruzi (TcOGG1), realizamos ensaios de complementação funcional heteróloga. Inicialmente, os experimentos foram realizados em Escherichia coli, entretanto, não fomos capazes de obter resultados, uma vez que a expressão do gene TcOGG1 foi tóxica tanto para a célula selvagem (AB1157) quanto na deficiente para fpg (BH20). Porém, a expressão do gene TcOGG1 não foi tóxica para leveduras.Células de leveduras deficientes no gene OGG1 (CD138) apresentam um aumento na taxa de mutação, e quando estas foram complementadas com o gene TcOGG1, a taxa de mutação apresentou valores similares aos da levedura selvagem (FF18733). Para confirmarmos a função do gene TcOGG1, construímos uma cepa de T. cruzi que superexpressa esse gene. Apesar da célula TcOGG1 superexpressora apresentar um crescimento similar ao de células selvagens em condições padrões, ela é mais sensível ao tratamento com água oxigenada, o que pode ser fruto da geração de uma maior quantidade de sítios apurínicos/apirimidínicos que são letais. Esses dados estão de acordo com o nível de 8-oxoguanina em células superexpressoras de TcOGG1, que é menor tanto no núcleo quanto no kDNA, mas este nível é acentuado após o tratamento com água oxigenada. A diminuição de 8-oxoguanina dos genomas mitocondrial e nuclear deve estar associada com a proteína TcOGG1, uma vez que experimentos de localização com TcOGG1 em fusão com a proteína GFP revelaram que esta proteína é direcionada tanto para o núcleo (em maior quantidade) quanto para a mitocôndria. Os dados por nós obtidos mostram que o Trypanosoma cruzi possui uma enzima OGG1 funcional e que a mesma está participando do BER nuclear e mitocondrial. Apoio financeiro: CAPES, FAPEMIG, CNPq, Howard Hughes Medical Institute. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 10 RNA de interferência: ferramenta para o estudo da função do gene E2F1 no mecanismo celular de reparo ao dano no DNA Oliveira, MT¹; Schoof, CRG2; Menck, CFM3; Vasques, LR¹ ¹Departamento de Bioquímica – Universidade Federal de São Paulo ²Departamento de Genética – Universidade de São Paulo 3 Departamento de Microbiologia – Universidade de São Paulo Palavras-chave: E2F1, RNAi, apoptose, reparo de DNA. E2F é uma família de fatores de transcrição composta por oito genes, E2F1 a E2F8. E2F1 apresenta papel fundamental na progressão do ciclo celular em mamíferos, uma vez que é responsável pela ativação de genes que participam da síntese de DNA. E2F1 é regulado pela proteína Rb que, ao liberar este fator, promove a proliferação celular. Além disso, E2F1 atua em outra via antagônica, promovendo a apoptose. Assim, foram objetivos deste trabalho: (a) inativar o gene E2F1 através de RNA de interferência em diferentes linhagens humanas deficientes em reparo de DNA; (b) analisar seu efeito na apoptose induzida por radiação ultravioleta (UVB). Duplexes de siE2F1 foram inicialmente utilizados para verificação da eficiência da inativação gênica em linhagem humana de fibroblastos transformados (MRC5). A eficiência dos duplexes de siE2F1, com o uso de oligofectamina como veículo, mostrou ser bastante satisfatória, onde observou-se que a análise da expressão de E2F1 estava diminuída em 73% a nível de mRNA (qRT-PCR) e 78% a nível protéico (Western Blot). Após a confirmação da eficiência da inativação, foram iniciados experimentos em linhagens de células deficientes em reparo ao dano de DNA (XPA e XPC). Células XPA não mostraram redução no nível do mRNA, porém houve diminuição de aproximadamente 60% na expressão da proteína E2f1 (Western Blot), ambas quando comparadas ao controle. A eficiência da inativação de E2F1 na linhagem XPC foi semelhante, onde na análise por qRT-PCR e por Western Blot pode-se observar redução de cerca de 50%, quando comparadas ao controle. Pode-se averiguar, portanto, que a inativação por RNAi é uma potente ferramenta para o estudo da função gênica de E2F1. Para o ensaio de apoptose foi quantificada a população sub-G1, através de citometria de fluxo (Guava Express Plus). Para tanto, células das diferentes linhagens foram tratadas com siE2F1 e irradiadas com doses de UVB previamente estipuladas, utilizando-se de células não irradiadas como controle. Após a irradiação, observou-se leve aumento da morte celular nas linhagens XPA e XPC, sugerindo que a ausência de E2F1 não promoveu uma significativa diferença em relação a apoptose nas células deficientes em reparo ao dano no DNA, quando comparadas às células proficientes em reparo, indicando que E2F1 está à montante da via de NER. Entretanto, os resultados aqui obtidos surpreendem, pois após a irradiação, células deficientes e proficientes em reparo, tratadas com siE2F1, apresentaram um aumento de morte, apesar de E2F1 ser um fator de transcrição pró-apoptótico, sugerindo que o mesmo protege a célula da apoptose após irradiação com UVB. Apoio financeiro: FAPESP e CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 11 Analysis of gene-specific DNA damage and repair of Trypanosoma Cruzi and localization examination of its DNA repair proteins Rajao, MA1; Nardelli, SC2; Macedo, AM1; Franco, GR1; Pena, SDJ1; Teixeira, SMR1; Van Houten, B3; Machado, CR1 Departamento de Bioquímica, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Belo Horizonte, MG Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, UNIFESP, SP 3 University of Pittsburgh Cancer Institute – Pittsburgh, PA, EUA [email protected] 1 2 Keywords: DNA repair, Trypanosoma Cruzi, localization, nucleotide excision repair, homologous recombination The protozoan parasite Trypanosoma cruzi is the causative agent of Chagas disease, a debilitating illness that afflicts 9 million people in Latin America. Despite being a eukaryote, it has several unique adaptations. T. cruzi contains only one mitochondrion. Inside this organelle, mitochondrial DNA is localized in one region, forming a condensed network of thousands of minicircles and a dozen maxicircles. Maxicircle gene products include rRNAs and subunits of respiratory complexes, whereas minicircles encode guide RNAs involved on maxicircle RNA processing. Surprisingly several DNA polymerases commonly found in the nucleus of other higher eukaryotes have been found in the mitochondria of T. cruzi. The precise role of these polymerases is not totally clear. In this present work, we assessed the DNA repair capacity of T. cruzi following treatment with different genotoxic agents. The formation and repair of nuclear and mitochondrial DNA lesions resulting from hydrogen peroxide, MMS or cisplatin were examined using quantitative PCR of an 11 kb nuclear sequence and a 11.5 kb region of maxicircles of mtDNA. Treatment of MMS or cisplatin gave a dose dependent increase in DNA lesions in either the nucleus or mtDNA genomes. However, when parasites were challenged with H2O2, we observed that the nuclear DNA of this parasite was more prone to oxidative DNA damage, while the mitochondrial DNA acquired lower amounts of lesions even when treated with higher concentrations. Despite the higher number of hydrogen peroxide-induce lesions within the nucleus, parasite cells were able to repair almost 100% of nuclear lesions after 10 hours of recovery, whereas mtDNA damage persisted and showed little change over 24 hrs. This persistent mtDNA damage was followed by a reduction in oxidative phosphorylation. T. cruzi showed efficient repair of mitochondrial lesions caused by MMS and remarkably, cisplatin. In order to examine whether this repair is carried out by a distinct nucleotide excision repair (NER) or by homologous recombination (HR) we are currently identifying the localization of most proteins from these two DNA repair pathways. So far, we verified that the NER proteins HR23B and XPD are target to nucleus and localize to euchromatin regions. In addition, ERCC1 (NER) and XRCC3 (HR) localize to the cytoplasm, with stronger spots close to the mitochondrial DNA. At this point, we are examining the localization of the other NER and HR proteins. Financial support: Machado CR: CNPq, FAPEMIG, Howard Hughes Medical Institute, CAPES Van Houten B: UPCI 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 12 Análise da expressão de APE1 após estresse oxidativo em células proficientes e deficientes na via de reparo por excisão de nucleotídeos Melo, JTA; Silva, AE; Brandão, JA; Oliveira, AHS; Silva, TA; Petta-Lajus, TB; Agnez-Lima, LF Laboratório de Biologia Molecular e Genômica, LBMG. Departamento de Biologia Celular e Genética, Centro de Biociências, UFRN. [email protected] Palavras-chave: Estresse oxidativo, riboflavina, APE1, NER. O reparo de lesões oxidativas no DNA ocorre primariamente através da via de reparo por excisão de bases (BER), onde a proteína APE1 destaca-se por ser a principal AP endonuclease em mamíferos. Por sua vez, a via de reparo por excisão de nucleotídeos (NER) atua reparando lesões que causam distorções na dupla hélice do DNA. Tem sido evidenciado que a via NER também atua na remoção de danos oxidativos e na estimulação da função de reparo da endonuclease APE1. O objetivo desta pesquisa foi analisar os efeitos citotóxicos de agentes oxidativos em células humanas proficientes e deficientes na via NER, correlacionando à expressão de APE1. Para tanto, as linhagens proficientes e deficientes no NER foram submetidas ao tratamento com riboflavina fotossensibilizada (RF*). Os resultados evidenciaram perfis de sensibilidade distintos, onde as linhagens XPA e CSB foram mais sensíveis, enquanto a linhagem XPC mostrou resistência similar à linhagem proficiente MRC5. As análises do fracionamento celular demonstraram que APE1 é recrutada e se torna fortemente ligada à cromatina após estresse oxidativo nas linhagens MRC5 e XPA. Os resultados também evidenciaram um aumento nos níveis endógenos da proteína γ-H2AX, indicando a ocorrência de danos oxidativos. Conclui-se que a RF* foi capaz de promover a morte de linhagens deficientes na via NER e a proteína APE1 pode estar envolvida no reparo de danos oxidativos causados pela RF*, já que APE1 é recrutada para cromatina e se liga fortemente a esta após o tratamento. Apoio Financeiro: CNPq, Redoxoma. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 13 O papel da Asf1, uma chaperona do dímero de histonas H3-H4, na resposta ao dano no DNA em tripanossomatídeos Vieira da Rocha, JP1; Garcia, JBF2; Pascoalino, BS3; Schenkman, S3; Cruz, AK2; Machado, CR1 Laboratório Genética Bioquímica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. 3Universidade Federal de São Paulo. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Asf1, estrutura da cromatina, tripanossomatídeos, reparo de DNA e resposta a danos no DNA. A montagem da cromatina é um processo que está acoplado à transcrição, replicação e reparo do DNA. Nesse contexto, Asf1 (anti-silencing function 1) liga-se ao dímero de histonas H3-H4, durante a formação do nucleossomo. Além de atuar na dinâmica da montagem e desmontagem dos nucleossomos, Asf1 atua em outros processos celulares, tais como o controle da expressão gênica e a resposta a danos gerados no DNA. Nesse último, Asf1 participa da desativação do checkpoint dependente de dano, fazendo com que a célula retorne ao ciclo celular. Essa proteína demonstra efeito protetor aos diferentes tipos de lesão no DNA, uma vez que cepas de levedura nocautes para o gene asf1 são sensíveis ao tratamento com vários agentes genotóxicos (metilmetanosulfonato, cisplatina e radiação gama). Asf1 é uma proteína ubíqua, estando presente em todos os eucariotos analisados até o momento. Neste projeto, pretendemos, portanto, analisar o papel dessa proteína na resposta ao dano no DNA em tripanossomatídeos (Trypanosoma brucei, Trypanosoma cruzi e Leishmania major). Para tal, foram geradas cepas de T. brucei e L. major superexpressoras de Asf1, sendo que a obtenção da cepa de T. cruzi que superexpressa essa proteína ainda está em andamento. Resultados preliminares indicam que L. major superexpressando Asf1 é mais resistente ao tratamento com peróxido de hidrogênio em relação à cepa controle. Além disso, a análise por PFGE (pulsed field gel electrophoresis) sugere que a superexpressão dessa proteína em L. major aumenta a integridade do DNA desse parasito, após o tratamento com 400 μM de H2O2. No entanto, a superexpressão de Asf1 não modifica o grau de quebras-duplas induzidas por radiação gama. Já em T. brucei, a superexpressão de Asf1 induziu a morte desses parasitos após o tratamento com MMS, H2O2 e radiação gama. Nossos resultados sugerem que diferentes mecanismos de resposta a danos no DNA, envolvendo a proteína Asf1, atuam entre essas duas espécies. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG e FAPESP. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 14 Resposta transcricional de potenciais marcadores gênicos de estresse genotóxico ligados ao sistema ubiquitinaproteassomo em fibroblastos humanos normais Berardinelli, GN1; Sakamoto-Hojo, ET1,2 Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto/USP; Universidade de São Paulo, Campus USP de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil. [email protected] 1 2 Palavras-chave: marcadores gênicos, estresse genotóxico e fibroblasto Muitos genes têm sido indicados como responsivos ao estresse genotóxico sob determinadas condições testadas, mas muitos ainda permanecem sem confirmação, visto que é grande a influência do background genético das células. Muitos genes de resposta ao estresse têm funções relacionadas ao reparo do DNA, ao sistema ubiquitinaproteassomo (UPS) e UPR (unfolded-protein response). O UPS tem sido considerado o principal mecanismo responsável pela remoção de proteínas, discriminando proteínas normais de alteradas e assim removendoas seletivamente por degradação. Falhas no funcionamento do UPS têm sido relacionadas a diversas doenças neurodegenerativas e ao câncer. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar potenciais marcadores gênicos por meio do estudo da expressão transcricional de vários genes previamente relatados como responsivos ao estresse genotóxico, visando à confirmação dessas respostas em linhagens de fibroblasto sob tratamento com peróxido de hidrogênio (H2O2). As linhagens GM07492A e AS405 foram submetidas ao tratamento com H2O2 (80 μM) por 30 minutos. Subsequentemente foi realizado o Ensaio Cometa e extração de RNA, nos tempos de 0, 2, 4 e 6 h, pós-tratamento. A análise de expressão gênica foi feita por qPCR em tempo real sendo estudados os genes: ERN1, EIF2AK3, GADD153 e TRAF2, participantes do UPS. Os resultados mostraram um nível de dano significativo no tempo 0 h em ambas as linhagens (55% para GM07492A e 44% para AS405). Após 6 h houve recuperação também em ambas, atingindo valores próximos ao controle (aproximadamente 10% de dano). Na análise de expressão gênica, obtiveram-se variações na expressão transcricional. Para GM07492A, houve um aumento significativo na expressão de ERN1 após 6 h do tratamento. Para GADD153 a indução foi observada em todos os tempos, sendo significativa em 0 h. Para AS405, o ERN1, que apresentava uma repressão em 0 h, mostrou-se induzido significativamente nos tempos de 2 e 6 h. O nível de indução diminuiu ao longo desses tempos concomitantemente à diminuição do nível de dano. GADD153 também foi induzido nos tempos 0 e 2 h. Essa modulação transcricional, apresentada por esses genes, mostra uma relação com os danos observados no DNA pelo Ensaio Cometa e sugere o envolvimento do UPS, nas respostas celulares ao estresse oxidativo. Em trabalhos paralelos do laboratório, os genes EIF2AK3, GADD153 e TRAF2 mostraram-se também modulados quando analisados após tratamento com drogas antitumorais em linhagens de glioblastoma e linfócitos de pacientes com Doença de Alzheimer. No presente trabalho, as alterações nos perfis de expressão de genes da via UPS demonstraram a importância do estresse genotóxico ao nível do retículo endoplasmático, confirmado por alguns genes que respondem a esse estresse. Suporte financeiro: FAPESP (2009/03991-2), CNPq e CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 15 Expressão gênica transcricional e proteica em linfócitos de indivíduos portadores da Doença de Alzheimer Leandro, GS1; Oliveira, DVNP1; Moriguti, JC²; Sakamoto-Hojo, ET1,3 Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto, S.P. Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto, S.P. 3 Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto, S.P. [email protected] 1 2 Palavras-chave: doença de Alzheimer, estresse oxidativo, linfócitos A patogênese de doenças neurodegenerativas e o processo de envelhecimento estão, de maneira geral, relacionados ao estresse oxidativo. Sendo assim, a Doença de Alzheimer(DA), que é uma demência senil neurodegenerativa crônica com grande impacto na saúde pública, apresenta uma importante relação com o estresse oxidativo, havendo evidências de que há deficiência dos mecanismos de reparo dos danos causados por esse estresse. Assim, o estudo de genes e proteínas relacionados ao processo de reparo do DNA em portadores de DA constitui importante objeto de estudo na identificação de fatores de risco e de proteção ligados à doença. Este trabalho teve como objetivo investigar a expressão gênica (por qPCR em tempo real) dos genes ATM, ATR, FANCG, HUS1 e MTH1 além da expressão das proteínas SOD1, TP53 e fosfoTP53ser15 (por Western blot) em linfócitos de indivíduos com DA, visando testar a hipótese de que essas células exibem alterações nos níveis de transcrição e tradução de genes relacionados ao reparo do DNA, podendo ser relevantes na etiopatogenia da DA. As proteínas e os transcritos foram extraídos de linfócitos provenientes de amostras de sangue periférico coletadas de 7 pacientes com DA e 7 idosos sadios (controles) e submetidas à análise por Western blot e qPCR em tempo real. Os resultados de expressão gênica apontaram uma elevada indução do gene FANCG (checkpoint e reparo do DNA) e repressão de MTH1 (papel na remoção de bases oxidadas do pool gênico) em indivíduos portadores da DA, enquanto que os níveis de expressão dos genes ATM e ATR, HUS1 e ERCC6, responsáveis pela detecção, sinalização e reparo de danos no DNA, não se mostraram significativamente diferentes dos níveis observados para os controles. A proteína SOD1 (enzima responsável pela defesa contra radicais superóxido) não apresentou alterações nos níveis de expressão nos linfócitos estudados. A expressão da proteína TP53 foi maior em DA, no entanto, sua forma fosforilada não apresentou diferença entre os grupos. A TP53 foi associada a processos neurodegenerativos e considerada um biomarcador para DA, sendo relatado um comprometimento da estrutura terciária dessa proteína, o que altera a sua atuação levando a uma resposta diferente sob condições de injúria citotóxica. Os resultados deste trabalho mostraram que, apesar de TP53 ser bastante expressa em DA, a sua ativação ( fosforilação na serina 15), geralmente mediada pelas proteínas ATM/ATR (que não se mostraram estatisticamente induzidas) ou DNAPK, não foi observada. A expressão gênica diferencial, principalmente de FANCG e da proteína TP53 em indivíduos com DA suportam a hipótese de que os mecanismos de reparo do DNA estão alterados nos linfócitos de portadores da DA. Além disso, mostra que os tecidos periféricos são capazes de apresentar alterações em biomoléculas, que podem ser potenciais biomarcadores da DA e merecem ser melhor investigados. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAEPA, FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 16 The Human Regulatory Protein Ki-1/57 is a Target of Sumoylation Saito, A1,2; Gonçalves, KA1,2; Santos, MT1,3; Kobarg, J1,2,3 Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), Centro de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Campinas, SP, Brazil. Instituto de Biologia, Departamento de Bioquímica, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Campinas, SP, Brazil. 3 Instituto de Biologia, Departamento de Genética, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Campinas, SP, Brazil. 1 2 Keywords: Mutagenesis, Sumoylation, post-translational modification, lysine, Ki-1/57 Ki-1/57 is a nuclear and cytoplasmic human protein that was first identified through the cross reactivity of the anti-CD30 monoclonal antibody Ki-1, in Hodgkin lymphoma cells. When isolated from the Hodgkin’s lymphoma analogous cell line L540 Ki-1/57 co-immunoprecipitated with a Thr/Ser protein kinase activity, showing to be phosphorylated on their serine and threonine residues. Ki-1/57 is also methylated at arginine residues. In addition to phosphorylation and methylation, recent studies have identified sumoylation as another important reversible post-translational modification that regulates the biological functions of proteins. Sumoylation is the covalent attachment of small ubiquitin-like modifier (SUMO) to lysine residues of targeted proteins in a ΨKXE sequence (in which Ψ is a large hydrophobic residue and X is any amino acid). We have identified seven potential SUMO target sites, K166, K171, K213, K276, K306, K313 and K336, in the Ki-1/57 amino acid sequence by using the program SUMOplot. To identify which lysine residues are covalently attached to SUMO-1, sitedirected mutagenesis of the sumoylation target lysine was performed. Ki-1/57-Flag wild type (wt) and mutants were superexpressed in HEK293 cells, immunoprecipitated with the antibody anti-Flag and probed with the polyclonal anti-SUMO-1. The immunoprecipitation showed that three lysines, K213, K276 and K336, are the major in vivo sumoylation sites on Ki-1/57 protein. Furthermore, we have found that Ki-1/57 wt is a target of SUMO-1 and SUMO-2/3 in vitro. Through immunocytochemistry we found that EGFP-Ki-1/57 co-localizes with SUMO-1 in both the nucleus and the cytoplasm of HEK293 cells. These results will help to better understand the mechanisms underlying the sumoylation of Ki-1/57 and its role in regulating the proteins function in the cell. Financial support: FAPESP, CNPq and CNPEM 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 17 Análises mutacionais da proteína NIK1 e os impactos na atividade de autofosforilação Almeida, FCS1; Santos, AA1; Lopes, KVG1; Fontes, EPB1 Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular - BIOAGRO; Universidade Federal de Viçosa, Brasil [email protected] 1 Palavras-chave: NIK1, docking site, autofosforilação, receptor-like kinase, mutagênese sítio dirigida. Os receptores do tipo cinase serina/treonina (RLKs) exercem papel fundamental na sinalização celular em plantas, usando sua fosforilação reversível para transdução de sinais externos para o interior das células. A família RLK é representada por 417 seqüências no genoma de Arabidopsis, sendo organizadas em uma configuração típica de receptor cinase, abrigando um domínio N-terminal extracelular seguido por um segmento transmembrana e um domínio cinase C-terminal. Dentre as RLKs, 214 genes codificam uma super classe de proteínas, contendo em sua região extracelular repetições ricas em leucina (Leucine-Rich-Repeat – LRR). Estas proteínas LRR-RLKs estão envolvidas em uma grande variedade de processos biológicos como desenvolvimento, resistência a doenças e crescimento. A proteína NIK1 é uma autêntica LRR-RLK, localizada na membrana plasmática, que atua na resposta antiviral. Análises mutacionais demonstraram que NIK1 é ativada por transfosforilação. Ativação de NIK1 ocorre por meio de um padrão gradual de fosforilação na alça de ativação com papéis distintos para os diferentes resíduos de treonina. Fosforilação do resíduo Thr-474 é crucial para ativação da atividade de cinase de NIK1. Em contraste, uma mutação no Thr469 não impacta a autofosforilação, mas causa um aumento na fosforilação do substrato rpL10, sugerindo um papel inibitório para Thr469 na função cinase. Fora da alça de ativação, a região C-terminal tem sido analisada por meio da introdução de um códon de parada nas posições 609 e 588. Ambas as deleções dos fragmentos 588-638 e 609-638 diminuíram a atividade de autofosforilação similarmente e aboliu totalmente fosforilação do substrato, demonstrando a possível existência de sítios de fosforilação entre as posições 588 e 638. Inspeção da região C-terminal deletada revelou a presença de três resíduos de serina na posição 613, 615 e 619 com o potencial de ser substrato para serina cinases. Entretanto, mutação nos referidos sítios não alterou a atividade de cinase de NIK1. Em contraste, substituição de uma tirosina na posição 618 por alanina reduziu consideravelmente autofosforilação de NIK1. Estes resultados indicam que o resíduo Tyr-618 é um sítio provável de fosforilação e, consequentemente, NIK1 comporta-se como uma cinase de dupla especificidade. Experimentos para análise do impacto da fosforilação Tyr-618 na atividade de fosforilação do substrato estão em progresso. Apoio Financeiro: CNPq, FAPEMIG, FINEP. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 18 Emprego de gene repórter luciferase para determinação de atividade de reparo de DNA em células animais. Rocha, CRR; Munford, V; Menck, CFM. Laboratório de Reparo de DNA, Depto. de Microbiologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo [email protected] Palavras-chave: Reparo de DNA, vetores virais, luciferase, renilla. Introdução: O uso de genes repórteres, como o que expressa a proteína luciferase, permite a avaliação do reparo de DNA celular a partir de determinação da atividade do gene transcrito, que é reduzida na presença de lesões. Dessa forma, a existência de processos de reparo de DNA resulta em uma expressão mais elevada do gene repórter se este estiver tratado com algum agente genotóxico, em relação a células deficientes em reparo de DNA. A essa atividade se denomina reativação pela célula hospedeira (HCR, do inglês, Host cell reactivation). Objetivo: Construir vetores adenovirais para expressão do gene luciferase e renilla para estabelecer a metodologia do HCR, através da eficiente transdução gênica desses vetores. Metodologia: O gene da luciferase (Luc) de vagalume e foi obtido do vetor pGL4 (PROMEGA) e subclonado no vetor de expressão de células humanas (pShuttle, sob o controle do promotor CMV). Após isso, o cassete de expressão contendo Luc foi transferido para o vetor Adeno-X. O vetor obtido (AdLuc) foi transfectado em células HEK 293 de baixa passagem para a produção de partículas virais. Resultados: Após a construção intermediária, foi avaliada, utilizando luminômetro, a atividade da Luc em células HEK293 transfectadas com pShuttle-Luc. Após a adição de luciferina, verificou-se uma alta atividade da Luc em células transfectadas com pShuttle-Luc. Após verificação da atividade da Luc o cassete de expressão foi introduzido no vetor Adeno-X. A presença de Luc, no AdLuc, foi confirmada por enzimas de restrições específicas e por PCR. Como a expressão de vetores adenovirais é transiente, foi também iniciada a construção de vetores lentivirais que expressem Luc ou RL sob o controle do promotor CMV, possuindo múltiplos sítios de clonagem e sistema de seleção com o antibiótico puromicina. Esse tipo de vetor viral tem a capacidade de integrar no genoma da célula em que foi transfectada e, dessa forma, perpetuar sua expressão gênica. Nossa expectativa é que com esses vetores lentivirais poderemos construir linhagens celulares, incluindo de origem tumorais que expressam luciferase. Conclusões: Acreditamos que o emprego do gene reporter luciferase ou renilla, clonados em adenovírus ou lentivírus, deverá servir de apoio a uma série de experimentos que dependem da determinação do reparo celular em determinado tratamento. Além disso, será nosso primeiro passo para o uso de luciferase empregada em ensaios in vivo, utilizando a técnica de imagem intravital. Suporte financeiro: FAPESP, CNPq. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 19 Analysis of histone modifications by using genetic tools in Trypanosoma cruzi NardellI, SC; Vizioli, V; Pascoalino, BS; Schenkman, S Departamento de Microbiologia, Imunonologia e Parasitologia, Universidade Federal de São Paulo, R. Botucatu 862 8A, 04023-052 São Paulo, S.P. Brasil [email protected] Keywords: Trypanosoma cruzi, histona, acetilação, reparo, gene As in most eukaryotes, the chromatin of Trypanosoma cruzi, the agent of Chagas’ disease, is composed by histones associated with DNA. In general, histones undergo several post-translational modifications. One of them is lysine acetylation that acts as signal for binding of specific factors, which modulate transcription, replication and DNA repair. However, trypanosome histones are highly divergent when compared to other organisms. Therefore it is relevant to understand whether they are modified and what is the role of these modifications. We initially demonstrated that histone H4 is acetylated at lysine 4, 10 and 14. To study the role of these modifications, we generated parasites expressing mutated histone H4 in each one of these residues, which also contained a Myc-epitope in the C-terminus to follow their expression and intracellular localization. The expression of the modified histone was achieved in a tetracycline-regulated promoter driven by the presence of T7-RNA polymerase expressed in the parasite. Thus, after tetracycline addition, the modified histones correspond to 10% of the wild type histones, and are found in the cell nucleus associated with the chromatin. The parasites harboring lysine 14 substituted by alanine (K14A) show a decreased growth rate with accumulation of cells in G2 phase of the cell cycle. The K10A modification, and at less extent K14A, affects growth on parasites submitted to gamma rays that induce double strand breaks into DNA. No growth phenotype was observed with K4A, but the modified histone has a different nuclear distribution as compared to unmodified histones. Taken together these results demonstrate the use of genetic tools to study histone modifications in T. cruzi. Lysine 14 modification of histone H4 is required for entry into mitosis, lysine 10 is relevant for allowing double strand DNA repair and the modification at lysine 4 seems to affect the chromatin organization. Support: FAPESP, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 20 A ORF YGR102c de Saccharomyces cerevisiae é necessária para expressão coordenada da citocromo c oxidase e da ATPase mitocondrial Barros, MH1; Paulela, J1; Rak, M2; Tzagoloff, A2# Current address, Department of Microbiology, University of São Paulo, São Paulo, Brazil Department of Biological Sciences, Columbia University, New York, NY 10027 [email protected] 1 2 Palavras-chave: Mitocôndria, Saccharomyces cerevisiae, Citocromo c, mutagênese, PET112-HER2 O produto gênico da ORF YGR102c de Saccharomyces cerevisiae faz parte de um complexo envolvido na transamidação do RNA transportador Gln-tRNAGln mitocondrial. Pet112 e HER2 também são parte desse complexo que remonta o complexo bacteriano Gat-CAB. Mutantes de YGR102c apresentam deficiência na manutençaõ do DNA mitocondria. Através de mutantes condicionais a temperatura identificamos que na ausência de Ygr102p os produtos gênicos mitocondriais: Atp8p e Cox2p são mais severamente afetados. Ensaios de tradução revelaram que esses mutantes apresentam uma nova variante eletroforética da proteína Cox2p que é inacessíviel a protease em mitoplasto e uma rápida degradação de Atp8. Tais deficiências específicas em ambos poleptídeos mitocondriais constrastam com um defeito geral na maquinaria de tradução mitocondrial resultante da perda de transamidação do RNA transportador Gln-tRNAGln mitocondrial que afetaria todos os polipetídeos mitocondriais. Sugere-se portanto aqui uma nova função para o complexo Ygr102-Pet112 e Her2. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 21 Caracterização bioquímica de linhagens celulares cíbridas homoplásmicas para mutações no DNA mitocondrial Oliveira, KK1; Kiyomoto, BH1; Tengan, CH1 Laboratório de Neurobiologia Molecular, Disciplina de Neurologia Clínica, Universidade Federal de São Paulo. [email protected] 1 Palavras-chave: Doenças mitocondriais, DNA mitocondrial, fosforilação oxidativa, cadeia respiratória Introdução: Mutações em genes específicos do DNA nuclear (nDNA) ou do DNA mitocondrial (mtDNA) podem causar disfunções na atividade dos complexos respiratórios mitocondriais, trazendo prejuízos a função celular e causando doenças. No citoplasma de uma única célula, existem centenas de cópias do mtDNA. Em casos de homoplasmia, todas as moléculas de mtDNA da célula são do mesmo tipo (mutante ou selvagem). Já casos de heteroplasmia, dentro de uma mesma célula coexistem mtDNA mutante e mtDNA selvagem. Quando algum tecido apresenta uma quantidade de mtDNA mutante acima de um determinado limiar, as células passam a produzir menos energia e podendo ocorrer, assim, o comprometimento da função mitocondrial. Na grande maioria das doenças causadas por mutações no mtDNA, existe heteroplasmia nos tecidos o que dificulta a análise dos efeitos bioquímicos em homogenados de tecidos. Objetivo: Investigar as características bioquímicas de células homoplásmicas para mutações no DNA mitocondrial. Métodos: Foram estudadas linhagens cíbridas derivadas de osteosarcoma e homoplásmicas para as mutações A3243G, A8344G, uma deleção de 7.5 kb (∆16:10:40 abrangendo os nucleotídeos 7982-15504) e uma linhagem normal (143B). Atividades enzimáticas por espectrofotometria foram obtidas para os complexos enzimáticos: complexo I (NADH decilubiquinona redutase), complexo II (succinato ubiquinona oxido redutase), complexo II+III (succinato citocromo c oxido-redutase) e complexo IV (citocromo c oxidase). As atividades foram obtidas em nmol/min/mg de proteina e corrigidas pela atividade da citrato sintase. As análises foram realizadas em duplicata. Resultados: Observamos importante redução das atividades dos complexos I, II+III e IV nas linhagens A8344G, A3243G e ∆16:10:40. As atividades observadas foram as seguintes ( em nmol/min/mg de proteína) para o complexo I: 143B 42,44; A8344G 1,72; A3243G 4,44; ∆16:10:40 1,72); para o complexo II+III: 143B 70,68; A8344G 15,71; A3243G 31,41; ∆16:10:40 0,79; para o complexo IV: 143B 78,53; A8344G 8,01; A3243G 29,84; ∆16:10:40 9,03. Mesmo após correção para o conteúdo mitocondrial (citrato sintase), as reduções nas linhagens homoplásmicas para mutações permaneciam importantes. Complexo I (143B: 38,68; A8344G: 0,48; A3243G: 0,99; del: 0,79), para o complexo II+III (143B: 64,41; A8344G: 4,35; A3243G: 7,03; del: 0,36) e para o complexo IV (143B: 71,56; A8344G: 2,22; A3243G: 6,68; del: 4,16). Conclusões: Nossos resultados demonstram que as diferentes mutações analisadas levaram a um mesmo padrão de deficiência mitocondrial com comprometimento dos complexos I, III e IV, que apresentam subunidades codificadas pelo mtDNA. Apesar das mutações estarem localizadas em regiões diferentes, não observamos diferenças no grau de comprometimento entre elas. Apoio Financeiro: CAPES, FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 22 Parâmetros de citometria de fluxo e citogenética para análise de citogenotoxidade e morte celular em células meristemáticas de Allium cepa Oliveira, CE1; Gomes, SSL1; Marques, JS1; Campos, JMS1; Viccini, LF1 Laboratório de Genética e Biotecnologia, Departamento de Biologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Juiz de Fora-MG. [email protected] 1 Palavras-chave: Allium cepa, citogenotoxidade, morte celular, citometria de fluxo, ciclo celular Introdução: Modelos vegetais tem sido rotineiramente utilizados para avaliação de citogenotoxidade com diferentes propósitos, como análises de ecotoxicologia e prospecção de efeitos biológicos. De forma geral, parâmetros de citogenética, tais como índice mitótico e alterações cromossômicas são utilizados. Um aspecto pouco explorado em plantas é o uso da citometria de fluxo para detecção de mudanças no ciclo celular e/ou detecção de morte celular. O objetivo do presente trabalho foi correlacionar dados obtidos por análise citogenética convencional com informações obtidas pela citometria de fluxo para o estudo de citogenotoxidade, utilizando como modelo células meristemáticas de Allium cepa. Métodos: Como tratamentos para avaliação de alterações de ciclo celular e indução de morte celular foram utilizadas soluções de NaCl 500mM por 4, 8, 12 e 24h. Análise citogenética convencional foi utilizada para obtenção de parâmetros morfológicos dos núcleos. As raízes de A. cepa coletadas foram fixadas em etanol:ácido acético (3:1), posteriormente hidrolisadas em HCl 5N por 15 minutos. As lâminas foram preparadas pela técnica de esmagamento e coradas com Giemsa. Os mesmos tratamentos foram realizados para análise por citometria de fluxo. Os meristemas foram macerados em tampão para liberação de núcleos (LB01) e as amostras, posteriormente filtradas e coradas com iodeto de propídeo. Análises de FSC foram empregadas no citômetro a fim de correlacionar os dados de citometria e citogenética. Resultados: A análise citogenética convencional evidenciou núcleos medindo entre 5 e 18mM, distribuídos em 3 categorias: núcleos condensados, núcleos médios (G1 e início de S) e núcleos maiores ( final de S e G2). Os tratamentos com NaCl induzem um aumento significativo de núcleos condensados, além de evidenciar degradação celular (indicativos de morte celular). O uso de beads em conjunto com análise dos núcleos por citometria de fluxo permitiu a correlação dos dados de citogenética com os parâmetros obtidos por citometria, evidenciando também um aumento significativo dos percentuais de núcleos condensados após tratamento com NaCl. Adicionalmente, tanto a análise citogenética como a citometria permitem evidenciar uma diminuição nos percentuais de células em divisão. Conclusões: A análise em conjunto por citogenética e citometria permitiu uma abordagem pioneira na obtenção de parâmetros de citometria de fluxo para células meristemáticas de Allium cepa que podem ser rotineiramente utilizados para análise de citogenotoxidade. Apoio financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 23 Avaliação do potencial bioantimutagênico e desmutagênico do licopeno através do Teste SMART em Drosophila melanogaster Costa, MP; Abreu, BRR; Rigo, MPM; Nascimento, VLV; Dihl, RR; Lehmann, M PPG em Genética e Toxicologia Aplicada, Laboratório da Toxicidade Genética – TOXIGEN, Universidade Luterana do Brasil, Canoas-RS. [email protected] Palavras-chave: licopeno, antimutagênese, teste SMART, Drosophila melanogaster, recombinação somática, mutação. Introdução: Estudos epidemiológicos fornecem evidências de que o alto consumo de tomate reduz de forma efetiva o risco de doenças relacionadas com a geração de espécies reativas de oxigênio (EROs), tais como o câncer. O tomate e seus derivados são fontes ricas de licopeno (LIC), um carotenóide que possui elevada capacidade de sequestrar o oxigênio singleto. Além de sua ação antioxidante, o LIC apresenta outras atividades biológicas, que incluem cardioproteção, ação antiinflamatória, antimutagênica e anticarcinogênica. Apesar de vários estudos demonstrarem a capacidade do LIC em prevenir a indução de danos químicos no DNA, os mecanismos envolvidos ainda não estão esclarecidos. Objetivos: O presente estudo avaliou a atividade bioantimutagênica e desmutagênica do licopeno em relação aos danos induzidos pelos agentes mutagênicos etilmetanossulfonato (EMS) e mitomicina C (MMC). Métodos: Foi utilizado o teste para detecção de mutação e recombinação somática (SMART) em Drosophila melanogaster através do cruzamento padrão, que apresenta níveis normais de enzimas de metabolização do tipo citocromo P450. Resultados: Em relação à ação desmutagênica do licopeno, onde este carotenóide foi administrado na mesma solução que as genotoxinas (co-tratamento), os resultados nos mostram que este composto foi capaz de exercer efeito protetor sobre os danos induzidos pelo EMS e pela MMC nas duas concentrações utilizadas (0,06% e 0,12%), ainda que de forma fraco-positiva. Adicionalmente, através da comparação dos dois genótipos obtidos no cruzamento padrão, mwh/flr3 e mwh/TM3, foi possível verificar que o LIC reduziu a frequência de eventos recombinacionais e mutacionais induzidos pela MMC nas duas concentrações utilizadas, o mesmo ocorrendo para o EMS na concentração de 0,06%. Em relação ao EMS, na dose mais alta este carotenóide reduziu apenas eventos recombinacionais. Os dados obtidos em relação à atividade bioantimutagênica, através do sistema de pós-tratamento, evidenciaram que o LIC (0,06 e 0,12%) não alterou a mutagenicidade e a recombinogenicidade do EMS e MMC em ambos os genótipos. Além disso, os resultados mostraram que o LIC não interferiu na proporção entre danos recombinogênicos/mutacionais, sugerindo que este carotenóide não interfere nos mecanismos de reparo envolvidos na correção das lesões induzidas por estes agentes alquilantes. Conclusão: Os dados obtidos até o momento com o teste SMART, somados a demais estudos descritos na literatura, demonstram que o LIC é capaz de exercer efeito protetor sobre a indução de danos gerados por diferentes agentes mutagênicos, que ocorre preferencialmente quando este carotenóide é aplicado nos protocolos de pré- e co-tratamento. Esta atividade protetora pode estar relacionada com a inativação das vias metabólicas de bioativação dos mutágenos ou com a ativação das vias de detoxificação dos mesmos, entretanto parece não estar relacionada aos mecanismos de reparo do DNA. Apoio Financeiro: FAPERGS, CNPq e ULBRA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 24 Estudo comparativo das técnicas de extração e purificação do DNA genômico submetido a condições de exposição ambiental Carvalho, S1; Fonseca, IBFC2; Júnior, RLS2; Miranda, CT3; Silva, EM1; Felício, LP1; Cruz, AD2; Silva, CC2 Laboratório de Mutagênese com Drosophila, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Goiás 2 REPLICON, Pontifícia Universidade Católica de Goiás 3 Faculdade de Tecnologia, Universidade de Brasília. [email protected] 1 Palavras-chave: microssatélites, PCR, polimorfismo, identificação biológica. Os exames para a identificação humana por DNA podem ser utilizados para estabelecer vínculo genético, construir bancos de dados genéticos e para a identificação criminal. A validade dos resultados desses exames depende de vários fatores. A degradação devido à coleta e armazenamento inadequados das amostras; contaminação; flutuações de temperatura e umidade, condição de preservação, vestimentas coloridas e inúmeros artefatos podem atuar como fatores limitantes, contribuindo diretamente para o insucesso dessa metodologia de análise. A pesquisa de métodos alternativos de extração de DNA que possam ser rápidos, práticos, baratos, livres de toxicidade e eficazes em relação à quantidade, qualidade e possibilidade de amplificação por PCR, do DNA extraído, é fundamental para algumas áreas de estudos que visam o DNA como principal ferramenta. No presente estudo, foi realizada uma análise experimental do rendimento e eficiência das metodologias de extração de amostras biológicas de sangue periférico (100µL). Foram analisados o acondicionamento e exposição das amostras, submetidas às diferentes condições ambientais de temperatura e umidade e períodos de exposição. Foram utilizados os métodos de Wizard Genomic®, Fenol-Clorofórmio e Salinização. As amostras extraídas foram submetidas à quantificação por fluorometria pelo DyNA Quant™ e análise molecular por PCR para o marcador RH92600. De acordo com os resultados obtidos, as condições ambientais, como temperatura e umidade, possuem influência direta na preservação das amostras. Em relação à superfície de exposição, os tecidos de algodão e jeans apresentaram menor interferência na obtenção de DNA, comparados com a exposição da superfície do piso, para o ambiente interno e externo. O método fenolclorofórmio apresentou melhor rendimento na obtenção de DNA, semelhante ao encontrado pelo kit comercial Wizard Genomic®. Adicionalmente, a técnica de fenol-clorofórmio apresentou melhor eficiência na retirada de inibidores potenciais obtidos a partir da superfície de exposição das amostras biológicas. O kit comercial Wizard Genomic® apresentou um bom rendimento quanto à obtenção de DNA, porém mostrou-se pouco eficiente na eliminação de inibidores de PCR, diferente do método por salinização. Outros estudos devem ser elaborados, a fim de se obter maior abrangência no aproveitamento de vestígios biológicos analisados pela Genética Forense. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 25 Avaliação dos Efeitos do Brometo de Etídio em Nível Gênico e Bioquímico de Drosophila melanogaster (Diptera-Drosophilidae). Ouchi, RY1; Granzotto, A2; Manzato, AJ3; Ceron, CR1; Bonilla-Rodriguez, GO1. Laboratório de Bioquímica de Proteínas e Laboratório de Isoenzimas de Insetos do Departamento de Química e Ciências Ambientais, IBILCE-UNESP, São José do Rio Preto SP 2 Laboratório de Evolução Molecular de3 Insetos do Departamento de Biologia, IBILCE-UNESP, São José do Rio Preto SP 3 Departamento de Ciências da Computação e Estatística, IBILCE-UNESP, São José do Rio Preto SP. [email protected] 1 Palavras-chave: Brometo de Etídio, Elemento Transponível Bari-1, Biomonitoramento, Drosophila melanogaster O brometo de etídio (EB) é um corante intercalante em ácidos nucléicos, eventualmente mutagênico e também um inibidor intercalante da enzima topoisomerase II, que atua na manutenção da integridade do material genético. Com o objetivo de verificar alguns efeitos provocados pelo EB em diferentes níveis em D. melanogaster, analisamos o efeito em nível bioquímico (baseado na análise proteômica) e níveis gênicos, avaliando os efeitos em cromossomos e genes (baseado no ensaio cometa). Além disso, avaliamos se há alguma variação no número de cópias do elemento Bari-1, já que elementos transponíveis podem provocar mutações. Analisamos ainda a produtividade em 20 gerações de D. melanogaster submetidas a diferentes concentrações do EB (1uM, 5uM e 30 uM) e 1uM de EMS (mutagênico), além da longevidade de machos, fêmeas e do casal (5 réplicas). Os dados revelam que a longevidade média dos casais dos grupos tratados é sempre menor do que a do controle, sendo esta por volta da 7ª semana, enquanto que para os expostos a EB é por volta da 3ª semana, e para o EMS, verificou-se entre a 5ª e a 6ª semanas. A longevidade média dos machos do controle foi por volta da 9ª semana, enquanto que para o 1 mM e 5 mM EB foi na 7ª semana. A média para 30 mM EB ficou em torno da 3ª semana, enquanto que para o EMS o gráfico foi irregular, mostrando três intercepções da proporção relativa ao 50%, sendo a primeira em torno da 3ª semana. A maior longevidade foi para o grupo de 30 mM EB, de 8 semanas; para os demais foi de 4. Para as fêmeas do 30 mM EB a longevidade média foi de 8 semanas. Na produtividade diária para cada geração houve diferença significante na quantidade de indivíduos expostos emergidos em relação ao controle. A freqüência de indivíduos emergidos com alterações morfológicas (asas e tergitos) dos grupos tratados, em relação ao controle, foi sempre maior. Entretanto, a análise cromossômica mostrou-se inviável pela dificuldade de obtenção de lâminas para análise. A análise do elemento Bari-1 foi realizada por meio de Southern Blot, usando o kit Alkaphos e o sistema de detecção Gene Images CDP-Star (Amersham). Verificou-se o mesmo padrão de bandas entre grupos controles e tratados. Assim, pode-se inferir que não há polimorfismo de inserção e também sugerir que não há diferenças significantes da transposição desse elemento entre os grupos analisados. Os protocolos para realização da eletroforese bidimensional e ensaio cometa estão sendo estabelecidos. Embora os resultados sejam parciais, pode-se verificar que o EB foi capaz de induzir alterações significativas em vários aspectos, com grande variabilidade de resposta, conseqüência da variabilidade genética e adaptativa existente nas populações. Apoio Financeiro: FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 26 Cebus apella: modelo experimental na genética do câncer Rosal TS, C1; Burbano, RR2; Matos, LA2; Muniz, JPC4; Indeloni, A4; Assumpção, PP3; Ribeiro-dos-Santos, A1 Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciencias Biológicas –ICB, Universidade Federal do Pará – UFPA, Cidade Universitária Prof. José Silveira Netto, Belém, PA 2 Laboratório de Citogenética Humana, Instituto de Ciencias Biológicas –ICB, Universidade Federal do Pará – UFPA, Cidade Universitária Prof. José Silveira Netto, Belém, PA 3 Hospital Universitário João de Barros Barreto, Belém, PA 4 Centro Nacional de Primatas – Cenp, Ananindeua, PA e-mail: [email protected] 1 Palavras-chave: CANOVA, Cebus apella, NMU, Tp53, TNF-α, GSTT1. O Bioproduto Canova (CA) é um imunomodulador homeopático, com componentes encontrados na biodiversidade brasileira, indicado em patologias nas quais o sistema imune esteja comprometido, incluindo neoplasias. A Canova estimula a proliferação e a diferenciação de células hematopoiéticas mesenquimais, induzindo a diferenciação mononuclear em células da medula óssea e, indiretamente, induz a proliferação de linfócitos por meio da ativação de macrófagos, além de reduzir infecção e inflamação. Por outro lado, o composto químico N-nitrosometilurea (NMU) é um agente carcinogênico alquilante que interagem com o DNA originando danos estruturais e alterações genéticas (mutações pontuais, aberrações cromossômicas, metilação do DNA). O objetivo do presente trabalho foi avaliar os possíveis danos gerados à molécula de DNA pelo NMU, assim como da ação do Bioproduto Canova na imunoterapia de células gástricas. Para atingir este objetivo, o presente experimento foi dividido em duas etapas: i) Aplicação do composto NMU e ii) tratamento com o Bioproduto CA. As análises hematológicas e genéticas foram realizadas, nas duas etapas, em amostras de sangue e de tecido gástrico de quatro animais da espécie Cebus apella submetidos a administração de NMU por via oral durante 8 meses (16mg/kg). A coleta de sangue periférico para a realização das análises hematológicas e genéticas ocorreu antes do início da aplicação do NMU e após, em intervalos de 30, 60, 90 e 240 dias. Ao final do 8º mês, iniciou-se a administração de CA em três aplicações intravenosas (1,6 ml/kg) com intervalos de 48 horas entre as aplicações (48H, 96H, 144H) e 1 mês após a administração da primeira dose de CA. Na análise hematológica observou-se a redução gradual dos elementos celulares sanguíneos durante a administração de NMU e sua recuperação ao final do tratamento com CA. Nas análises genéticas foram investigados genes ligados ao controle do ciclo celular e ao metabolismo de drogas, tais como o TP53, TNF-α e GSTT1, pelo sequenciamento direto. Como resultado, observou-se alterações no DNA de um único indivíduo nos genes: i) TP53 éxons 7 e 8 (uma e três mutações, respectivamente); ii) na região promotora do TNF-α (três pontos de mutação); e iii) GSTT1 (uma mutação). Apenas uma das oito mutações foi do tipo transversão. Todas as mutações foram observadas na segunda etapa do experimento, o que sugere que, apenas com o aumento da proliferação celular nesta etapa, foi possível observar as mutações induzidas por NMU. Adicionalmente, o resultado demonstra que o NMU causa mutações irreversíveis in vivo e o CA não foi capaz de eliminar o clone mutado, embora induza a proliferação de células hematopoiéticas. Apoio financeiro: CNPq, FAPESPA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 27 Estudo do polimorfismo no códon 399 no gene XRCC1 e da frequência de micronúcleos em indivíduos infectados com os vírus das hepatites B e C Leite, STAP1; Guimarães, NM2; Oliveira, JCS2; Souto, FJD3; Santos, RA4; Bassi, CL5 Pós-Graduação em Ciências Médicas, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Federal de Mato Grosso (FCM-UFMT) FCM-UFMT 3 Departamento de Clínica Médica, FCM-UFMT 4 Departamento de Clínica Médica, FMRP-USP 5 Departamento de Ciências Básicas em Saúde, FCM-UFMT. [email protected] 1 2 Palavras-chave: polimorfismo, micronúcleo, hepatites B e C, XRCC1, reparo no DNA. As hepatites virais (B e C) acometem milhões de pessoas em todo mundo, sendo um importante problema de saúde mundial. A infecção viral é acompanhada de processo inflamatório, o qual gera estresse oxidativo, um potencial agente causador dano no DNA. O principal mecanismo de reparo de dano oxidativo é o mecanismo de reparo por excisão de bases (BER), do qual participa o gene XRCC1. O presente estudo teve como objetivos a) avaliar a freqüência do polimorfismo arg399gli no gene XRCC1 em indivíduos infectados pelos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV), comparando com indivíduos não infectados, bem como sua associação com manifestações clínicas e laboratoriais das doenças, e b) avaliar a freqüência de micronúcleo (MN) no grupo HBV comparando com o grupo controle. Para o estudo do polimorfismo foram analisadas amostras de DNA de 101 pacientes com hepatite B e 92 com hepatite C, além de 180 controles, por meio de PCR-RFLP, sendo os fragmentos visualizados em gel de poliacrilamida a 10% corado com nitrato de prata. A freqüência de MNs foi avaliada em culturas de linfócitos de sangue periférico de 6 pacientes HBV e 6 controles. Quando as freqüências genotípicas e alélicas foram comparadas, não foi observada diferença estatisticamente significativa entre os grupos com hepatite B e C em comparação com o grupo controle. Também não houve diferença significativa quando comparados os grupos HBV e HCV. No entanto, houve um aumento da freqüência do polimorfismo 399gli em pacientes HCV apresentando atividade viral (p= 0,01, OR= 5,4, IC 95%= 1,42-20,5). Com relação à freqüência de MNs, os pacientes HBV apresentaram um aumento significativo de MNs (19,33 ± 5,32), de pontes nucleoplasmáticas (12,50 ± 2,28) e de brotos nucleares (12,50 ± 2,19) quando comparados aos controles (6,17 ± 2,06; 3,33 ± 0,92; 6,17 ± 0,95, respectivamente). O valor do índice de divisão nuclear não foi significativo quando comparados pacientes HBV e controle. Os resultados parciais sugerem que a) há uma associação entre a presença do alelo 399gli e a atividade viral do HCV e b) a infecção pelo HBV está relacionada com maior dano no DNA. Existem evidências de que a menor eficiência do BER poder estar relacionada com aumento da variabilidade e da replicação de certos vírus, contribuindo assim para a atividade viral. Por outro lado, estudos relatam que a proteína X, produzida pelo vírus HBV, está associada com uma freqüência significativa de MNs em indivíduos acometidos pela hepatite B. No entanto, a contribuição dos polimorfismos em genes de reparo para o aumento dos níveis de dano no DNA nesses pacientes ainda precisa ser melhor investigada. Apoio financeiro: FAPEMAT, CAPES. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 28 Validação do camundongo rodador como modelo para Síndrome de Usher tipo 1F (USH1F), desordem genética humana caracterizada por deficiência auditiva e retinite pigmentosa Torres, AA1; Massironi, SMG2; Guénet, JL3; Godard, ALB1 Laboratório de Genética Animal e Humana, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais Biotério de Experimentos do Departamento de Imunologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo 3 Unité de Génétique dês Mammifères, Institut Pasteur, França. [email protected] 1 2 Palavras-chave: mapeamento genético, mutação induzida por ENU, modelo animal, protocaderina 15, validação de mutação A mutação rodador é uma desordem monogênica, autossômica recessiva, caracterizada por perda auditiva, comportamento circular e disfunção de equilíbrio. Análises histológicas do aparelho vestíbulo-coclear revelaram estereocílios anormais e a análise de ligação feita com animais recombinantes utilizando marcadores microssatélites mapeou a mutação no cromossomo 10, entre 29.0 e 49.0 cM. A caracterização da região permitiu a seleção do gene da Protocaderina 15 (Pcdh15) como forte gene candidato, uma vez que está envolvido com a função auditiva e modelos murinos descritos para este gene apresentam fenótipo muito semelhante ao rodador. A protocaderina 15 é um membro da superfamília das caderinas, moléculas responsáveis pela adesão célula-a-célula dependente de cálcio, e é componente dos filamentos extracelulares que controlam a morfogênese e função dos estereocílios das células mecano-sensórias do ouvido interno. Com o objetivo de identificar a mutação, 41 éxons do gene Pcdh15, incluindo regiões intrônicas flaqueadoras, foram sequenciados, e uma transição AT-para-GC foi encontrada no íntron 25. Três camundongos rodador foram sequenciados e todos apresentaram a mesma alteração quando comparados com o animal controle da linhagem parental BALB/c. Com o intuito de excluir a possibilidade de a alteração ser um polimorfismo entre linhagens, camundongos C57BL/6, DBA e NZB foram sequenciados e todos apresentaram uma Adenina na posição em questão. Uma vez que a alteração observada levou a uma troca de um dinucleotídeo ApA para ApG em uma posição próxima ao sítio aceptor de splicing, nossa hipótese é que pode ter sido criado um sítio críptico de splicing mais forte dentro do íntron, que estaria levando à incorporação de 8 bases da região intrônica no mRNA. Como resultado, a matriz de leitura seria alterada e o aparecimento de um códon de parada prematuro produziria uma proteína truncada. Duas evidências suportam esta hipótese: 1) aproximadamente 80% das mutações causadas por ENU conhecidas são transições AT-para-GC ou transversões AT-para-TA; e 2) 26% das mutações induzidas por ENU causam splicing anormal. Com o intuito de validar esta alteração serão realizados testes de PCR em tempo real para avaliar os níveis de expressão de Pcdh15 para camundongos controle e mutantes, e será sequenciada a porção do cDNA que compreende a junção dos éxons 25 e 26, para verificar se houve a incorporação de bases intrônicas. Primers específicos já foram desenhados, amostras de RNA coletadas do ouvido interno e moléculas de cDNA confeccionadas. No homem, mutações no gene PCDH15 causam perda auditiva e Síndrome de Usher tipo 1F (USH1F). A validação desta mutação tornará o camundongo rodador um bom modelo para a doença, permitindo estudos dos mecanismos envolvidos na mecanotransdução, na função auditiva e no desenvolvimento da síndrome. Apoio financeiro: CAPES/FAPESP e FAPEMIG - Brasil e Institut Pasteur - França 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 29 Alterações no gene CSRP3 em Cardiomiopatia Dilatada e Hipertrófica Santos, DGB1; Mill, JG2; Mansur, AJ1; Krieger, JE1; Pereira, AC1 Laboratory of Genetics and Molecular Cardiology, Heart Institute (InCor), Sao Paulo University Medical School, Sao Paulo, Brazil Department of Physiology, Federal University of Espirito Santo, Vitoria, Brazil [email protected] 1 2 Palavras-chave: Cardiomiopatia Dilata, Cardiomiopatia Hipertrófica, CSRP3 A Cardiomiopatia Hipertófica (CH) e Dilatada (CD) causam insuficiência cardíaca severa e morte súbita. Descobertas recentes demonstraram que mutações em um mesmo gene podem levar ao desenvolvimento de ambas as doenças. Diversos genes foram causalmente relacionados a pelo menos um dos fenótipos, incluindo genes codificantes para proteínas contráteis, componentes do disco-Z e regulação do cálcio intracelular. O gene CSRP3 foi descoberto como um importante gene estrutural pertencente ao disco-Z estando envolvido com a miogênese e montagem do sarcômero, além de ser parte da maquinaria sensitiva do estresse em cardiomiócitos. Até hoje, apenas sete mutações foram descritas no gene em pacientes com CH, e uma em um paciente com CD associada com fibroelastose do endocárdio, além disso, há descrita a associação do polimorfismo rs45550635 com ambas as doenças, contudo, com resultados contraditórios. Neste cenário, o objetivo do presente trabalho foi investigar a relação do gene CSRP3 com CD e CH em pacientes do Incor – Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. As amostras de DNA de 190 pacientes com CD, 116 com CH e de 525 indivíduos da população controle foram obtidas pela técnica de extração por sal, em seguida foram realizadas técnicas básicas de biologia molecular para padrozinação da PCR e sequenciamento direto no equipamento ABI 3500xL (Applied Biosystems, CA – USA). Nos pacientes com CH foi identificado somente o polimorfismo no éxon 2 em um paciente, a alteração leva à substituição p.Trp4Arg. Nos pacientes com CD foram identificadas 4 alterações: uma no éxon 6, p.Gly182Arg (predita computacionalmente como não afetando a função da proteína e encontrada em um indivíduo de 288 da população controle); duas alterações no exón 3 em um mesmo indivíduo, sendo que somente uma levava a mudança de aminoácido p.Thr47Met (esta alteração se encontra na região do domínio LIM da proteína onde estão descritas as 8 outras mutações do gene). Esta última alteração é predita como afetando a função da proteína e não foi encontrada em 288 indivíduos da população controle; a última alteração é o mesmo polimorfismo no éxon 2 encontrado em um paciente com CH e que também foi encontrado em três indivíduos de 525 da população controle. Conclusão: Há relação de alterações no gene csrp3 com o desenvolvimento da doença em pacientes com Cardiomiopatia Dilatada. Não encontramos evidência de que o polimorfismo rs45550635 está associado a um maior risco de miocardiopatia estrutural em nossa população. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 30 Mutação no loci DYS391 do cromossomo Y identificada em amostra de mesma linhagem masculina Ramos, AT3; Brasil, SMV1; Cavalcanti, IA1; Rocha, TCL1; Sobreira, ACM1; Silva, SC2 ; Ceccato, VM3 Laboratório de DNA Forense do Estado do Ceará, Perícia Forense do Ceará Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Universidade Estadual do Ceará 3 Laboratório de Bioquímica e Cultura de Células, Universidade Estadual do Ceará 1 2 Palavras-chave: cromossomo sexual Y, linhagem patrilinea, mutação, crime sexual, perfil genetico O processo de herança do cromossomo sexual Y, está presente apenas em indivíduos do sexo masculino ocorrendo de pai para filho. A obtenção de perfis coincidentes nos marcadores do cromossomo Y indicam mesma origem ou mesma linhagem patrilínea, com isso, os alelos encontrados no pai deverão ser encontrados de forma idêntica nos filhos do sexo masculino podendo ser alterados apenas com a ocorrência de algum tipo de mutação. Alguns casos de mutação ocorrem durante o percurso da DNA polimerase na leitura da seqüência de DNA, isso pode explicar a diferença em alelos entre as linhagens patrilíneas. Foi encaminhado ao laboratório de DNA Forense do Estado do Ceará material proveniente de aborto ( feto) coletado de uma vítima de estupro. O objetivo pericial foi investigar a ocorrência de um possível crime sexual praticado dentro de uma mesma família, por meio de comparações dos perfis genéticos do pai (principal suspeito), irmão da vítima e feto abortado estabelecendo eventual relação de vínculo genético. As amostras referência foram coletadas com uso de swab bucal, enquanto que a amostra questionada ( feto) foi obtida a partir do tecido cardíaco. Após a colheita das amostras iniciou-se o processo de extração de DNA. A extração tanto da amostra questionada como da amostra referência foi realizada pelo método de resina de troca iônica Chelex (Coombs, 2003). A amplificação ocorreu por meio de PCR ( Polimerase Chain Reaction) com o emprego do sistema Identifiler (16 loci analisados) e AmpFlSTR Yfiler (16 loci analisados). A leitura das genotipagens realizou-se através do seqüenciador automático ABI 3130 da Applied Biosystems. Dentre os dados obtidos após a genotipagem foi observado um perfil de Y coincidente entre o irmão da vítima e o feto em todos os loci analisados. Contudo, quando confrontado o perfil do irmão da vítima com o seu pai, herança paterna conhecida, notou-se a presença de uma mutação no loci DYS391 sendo esta mesma mutação encontrada no perfil do feto. Por se tratar de uma região do DNA nuclear o cromossomo Y possui um sistema que auxilia na reparação de mutações ao acaso. O alto grau de divisões o qual está submetido o cromossomo Y pode interferir diretamente no controle desta mutação e esta ser repassada para a prole. No caso em questão essa mutação teve bastante valia na elucidação desse caso de crime sexual, pois devido a sua identificação pode-se constatar a paternidade direta sendo do irmão da vítima, eliminando assim a premissa inicial da suposta paternidade do principal suspeito. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 31 HPV 16/18, polimorfismo genético DNMT3B e status da metilação P16CDKN2A em Leucoplasia oral Barros, LO1; Oliveira, ES1; Fonseca-Silva, T1; Oliveira, MVM1; Fraga, CAC1; De-Paula, AMB12; Guimarães, ALS12 Laboratório de Pesquisa em Saúde, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Odontologia, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Estadual de Montes Claros. [email protected] 1 2 Palavras-chave: DNMT3B; polimorfismo; p16CDKN2A; metilação; câncer de cabeça e pescoço. Introdução: Uma vez que evidências sugerem um possível papel da metilação no desenvolvimento do câncer bucal, um número crescente de estudos por meio de análises de metilação foram publicados. Recentemente,trabalhos evidenciaram a possibilidade dos HPV de alto risco alterarem a regulação epigenética do hospedeiro, especificamente no status de metilação do gene p16CDKN2A. Objetivos: Investigar se a infecção pelo HPV 16/18 poderia interferir na expressão de DNMTs, alterar status de metilação p16CDKN2A e reduzir a expressão de P16CDKN2A em lesões pré-malignas. Além disso, investigar se o polimorfismo genético DNMT3b (C46359T) pode interferir nesse mecanismo. Métodos: Um estudo caso-controle foi realizado com 104 pacientes divididos em três grupos: mucosa normal, a Leucoplasia (OL) e Líquen plano oral (OLP). Resultados: A presença de HPV 16 e / ou 18 e metilação p16CDKN2A foram associados com Leucoplasia oral, mas não teve impacto sobre a expressão imunohistoquímica da DNMT1, DNMT3B e P16CDKN2A. Por outro lado, OLP foi associado com o alelo T do DNMT3D (C46359T) polimorfismo. Apenas DNMT1 e expressão DNMT3B foram associadas com maior pontuação de displasia epitelial. Conclusões: Embora nem a infecção pelo HPV 16/18 nem o polimorfismo DNMT3B (C46359T) pode interferir na expressão de DNMTs, HPV 16 ou 18 e metilação p16CDKN2A foram associados à OL duradoura, o alelo T do polimorfismo DNMT3b (C46359T) foi fortemente associada com OLP. Apoio financeiro: CNPq, FAPEMIG. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 32 Efeito do Polimorfismo Ala16Val do gene da enzima superóxido dismutase dependente de manganês (SOD2) na modulação de biomarcadores oxidativos inflamatórios e sua interação com sobrepeso/obesidade Montano, MAE1; Cadoná, FC2; Flôres, ERS2; Duarte, MMMF3; Duarte, T4; Lera, JPB1; Moresco, RN4; Rocha, MIUMR2; Cruz, IBM2 Programa de Doutorado em Biomedicina, Universidade de Leon, Espanha Laboratório de Biogenômica. Departamento de Morfologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Maria-RS 3 Universidade Luterana do Brasil 4 Departamento de Morfologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Maria-RS [email protected] 1 2 Palavras-chave: Polimorfismo, SOD, Ala16Val, sobrepeso, oxidativo-inflamatório. Introdução: considera-se que a obesidade está relacionada com alterações no metabolismo oxidativo-inflamatório. Até pouco tempo acreditava-se que tais alteracoes seriam apenas consequencia das alterações metabólicas presentes nos obesos. Entretanto, estudos prévios conduzidos pela nossa equipe de pesquisa em 815 idosos sugeriram que alterações genéticas no metabolismo oxidativo poderiam contribuir para a obesogênese. O estudo avaliou as freqüências genéticas do polimorfismo Ala16Val do gene a enzima SOD2 e observou associação entre o genótipo VV e obesidade. Entretanto, estudos complementares sobre o possível papel deste polimorfismo em marcadores oxidativo-inflamatórios relacionados a obesogênese precisam ser conduzidos. Objetivos: avaliar associação entre o polimorfismo Ala16Val-SOD2 e níveis marcadores de marcadores sorológicos oxidativoinflamatórios em adultos jovens saudáveis averiguando a possível influencia do sobrepeso/obesidade. Metodologia: estudo-controle (Índice de Massa Corporal (IMC) < 25 kg/m2= controle, IMC> 25 kg/m2= sobrepeso/ obesidade) que incluiu120 adultos jovens universitários, caucasianos, sem parentesco, sem morbidades crônicas não-transmissíveis genotipados para o polimorfismo Ala16Val-SOD2 (PCR-RFLP). Os níveis de marcadores sangüíneos oxidativo-inflamatórios em jejum foram analisados e comparados: Resultados: portadores controle com pelo menos um alelo V apresentaram níveis elevados de colesterol, LDL-colesterol, proteína C reativa, LDL-oxidado, anti-LDL oxidado do que portadores do genótipo AA. Nos obesos portadores de pelo menos um alelo V observou-se níveis elevados de colesterol, LDL-colesterol, triglicerídeos e anticorpo anti-LDL do que obesos-AA. Conclusão: os resultados sugerem que fatores genéticos associados ao metabolismo oxidativo influenciam a modulação de marcadores oxidativo-inflamatórios associados a obesidade em adultos jovens saudáveis corroborando a hipótese de que o estresse oxidativo pode ser um fator causal não besogênese. Apoio Financeiro: FAPERGS. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 33 Avaliação in vitro dos efeitos citotóxicos da droga antimalárica artesunato em linhagem celular de neoplasia gástrica (PG100) Correa, RMS1; Alcântara, DFA; Nascimento, HFS1; Burbano, RR1; Bahia, MO1 Laboratório de Citogenética Humana,Universidade Federal do Pará [email protected] 1 Palavras-chave: Antimalárico, Artemisininas, Artesunato, Citotoxicidade, MTT Introdução: O Artesunato é um derivado da artemisinina, que é o principal componente ativo da erva chinesa Artemisia annua L.O artesunato é reconhecido por possuir atividade antimalárica, além disto, outtros estudos demonstram que esta substância possui efeito citotóxico em células de câncer, incluindo leucemia, câncer de cólon e melanoma. Dentre os diferentes tipos de câncer que afetam o homem, o câncer gástrico é um dos mais freqüentes no mundo. Apesar da diminuição de sua incidência nos países desenvolvidos do Hemisfério Norte, o câncer gástrico ainda é neoplasia maligna freqüente em países em desenvolvimento. Em 2008, o câncer de estômago foi o terceiro em incidência entre homens e o quinto entre as mulheres no Brasil. Objetivos: Este trabalho visa avaliar in vitro os possíveis efeitos citotóxicos do Artesunato, em cultura de linhagem celular de neoplasia gástrica (PG100). Métodos: Para os testes de sobrevivência celular, as células foram expostas a diferentes concentrações do Artesunato (1,0; 2,0; 4,0; 8,0; 16,0; 32,0; 64,0; 128,0 µg/ml) por 24 horas. Ao final do tratamento, foi realizado o teste bioquímico MTT, sendo os resultados obtidos por espectrofotometria (densidade óptica=DO). Resultados: O teste MTT mostrou uma diminuição na sobrevivência celular a partir da concentração de 32µg/ml de Artesunato, sendo esta redução estatisticamente significativa (p<0,05) na concentração de 128,0 µg/ml (DO=0,1), quando comparada ao controle (DO=0,4). Conclusão: O Artesunato demonstrou um efeito citotóxico na linhagem celular PG100 em nossas condições experimentais. Estudos de indução de apoptose estão em curso para uma melhor caracterização da morte celular induzida pelo Artesunato. Apoio Financeiro: UFPa/CNPq/CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 34 Toxicogenetic late effects of antineoplastic therapies for lymphomas Marcondes, JPC1; Torres, BP1; Niéro-Melo, L2; Gaiolla, RD2; Luisi, FAV3; Salvadori, DMF1. Department of Pathology, Botucatu Medical School, UNESP Department of Internal Medicine, Botucatu Medical School, UNESP 3 Pediatric Oncology Institute, GRAACC, UNIFESP. 1 2 Keywords: toxicogenetic, DNA damage, antineoplastic therapies, late effects, lymphoma Introduction: The treatment of patients with Hodgkin’s Disease and Non-Hodgkin Lymphoma is based on polychemotherapy associated or not with radiotherapy. Although the patients diagnosed with lymphomas have a high cure rate (about 85%), these therapies can induce gene and chromosomal mutations, increasing the risk for development of second malignancies and other degenerative diseases related to DNA damage. Objectives: The aim of this study was to evaluate the late effect of antineoplastic treatment on lymphocytes DNA from 25 patients diagnosed with lymphoma, and who finished chemotherapy for at least two years (posttherapy group). A total of 15 healthy subjects with no history of radio or chemotherapy were used as controls. Methods: A volume of 4 mL of peripheral blood was collected from each subject by venipuncture; lymphocytes were isolated by Ficoll gradient method and processed by the comet assay. The slides were stained with SYBR Gold (at 1:10.000 dilution) and analyzed at 400X magnification under an epifluorescence microscope connected to an imaging analysis system (Comet Assay IV - Perceptive Instruments). Results: No differences in the levels of DNA damage were detected between lymphoma post-therapy patients and controls. Similarly, no difference was also observed between both groups when lymphocytes were in vitro exposed to hydrogen peroxide. Therefore, there was no difference in the DNA repair capability. Conclusions: It was not observed any toxicogenetic effect of chemotherapy in lymphoma patients who finished treatment for at least two years. Supported by FAPESP and CNPq. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 35 Genotoxicidade de material magnético desenvolvido para o tratamento do câncer Campos da Paz, M; Romez, CC; Matos, BN; Almeida Santos, MFM; Lacava, ZGM Departamento de Genética e Morfologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília, 70910-900 Brasília, DF, Brasil. [email protected] Palavras-chave: Magnetolipossomas, Nanopartículas Magnéticas, Maghemita, Genotoxicidade, Câncer Introdução: Materiais baseados em nanopartículas magnéticas tem despertado crescente interesse na área biomédica, pois podem ser utilizados como carreadores de drogas e no tratamento de diversas patologias, principalmente o câncer. Para que possam ser utilizados com fins terapêuticos, entretanto, faz-se necessária a avaliação preliminar da sua toxicidade. Em consonância, este trabalho teve como objetivo avaliar efeitos in vitro de magnetolipossomas catiônicos - lipossomas contendo nanopartículas magnéticas à base de maghemita funcionalizadas com fosfato (ML-F). Metodologia: Células de adenocarcinoma mamário de camundongo (4T1) foram cultivadas por 48 horas na presença de diferentes concentrações de ML-F para a determinação, por meio do ensaio de MTT (3 (4,5 dimethylthiazol-2-yl)-2,5- diphenyltetrazolium bromide), da concentração que mata 50% das células (CL50). Para os testes de genotoxicidade e citotoxicidade, as células foram submetidas ao ML-F nas concentrações de 0,9 × 109 e 1,8 × 109 nanopartículas/µL de meio de cultura, que correspondem a 40 e 80% da CL50 (2,257 × 109 nanopartículas/µL de meio de cultura). Após 48 horas de cultivo, as células foram avaliadas por meio do ensaio cometa e do ensaio de coloração com brometo de etídio e alaranjado de acridina. Além disso, foi realizada a análise morfológica dessas células ao microscópio de luz. Resultados: O ensaio cometa mostrou que as células tratadas com ML-F nas concentrações 40 e 80% da CL50 apresentaram, respectivamente, 77 e 64,5 % do DNA fragmentado, enquanto que as células sem tratamento apresentaram 20% do DNA fragmentado. As duas concentrações de ML-F utilizadas foram citotóxicas, induzindo morte das células 4T1 por apoptose. Essa citotoxicidade também foi observada na análise morfológica. Ao microscópio de luz, as células, quando cultivadas com ML-F, apresentaram redução do volume citoplasmático e condensação aumentada da cromatina. Além disso, foi observado aumento na frequência de células gigantes, especialmente na maior concentração estudada. Conclusão: Nas condições experimentais testadas, a amostra ML-F foi genotóxica e citotóxica para células 4T1. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 36 Expressão dos genes MYC e FBXW7 em linhagem celular de adenocarcinoma gástrico (PG100) exposta ao medicamento homeopático Ribeiro, HF¹; Calcagno, DQ²; Alcântara, DFA¹; Melazzo, NMM¹,³; Smith, MAC², Burbano, RR¹; Bahia, MO¹ ¹Laboratório de Citogenética Humana, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém – PA ²Disciplina de Genética, Departamento de Morfologia, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo – SP ³Escola Superior da Amazônia, Belém – PA [email protected] Palavras-chave: Câncer gástrico, MYC, FBXW7, expressão gênica. O Canova (CA) é um medicamento imunomodulador homeopático que tem apresentado atividade antimutagênica tanto in vivo quanto in vitro, além de ser empregado no tratamento de câncer. O câncer gástrico, apesar de ter apresentado um declínio em mortalidade e incidência a partir da década de 50 ainda é o segundo maior responsável pela mortalidade causada por neoplasias. Uma das principais alterações genéticas em carcinomas gástricos é a desregulação da expressão do gene MYC, um importante regulador da proliferação, diferenciação, crescimento celular e do processo apoptose. A desregulação deste gene está associada ao aumento da instabilidade genômica, contribuindo para o processo de transformação maligna. MYC é regulado negativamente pelo produto do gene FBXW7, um supressor tumoral haploinsuficiente, membro família das ubiquitinases, que encaminha MYC e outros genes, para degradação proteolítica. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a quantificação relativa da expressão dos genes MYC e FBXW7 por PCR em tempo real na linhagem celular de adenocarcinoma gástrico PG100 em resposta ao tratamento com CA. As células foram separadas em quatro grupos de tratamento, que durou 24 horas, e os experimentos foram realizados em triplicata biológica. Os grupos foram: sem tratamento (controle negativo), CA a 25% no meio de cultura, Doxorrubicina na concentração de 0,0173 µg/µl (controle positivo) e uma combinação de Doxorrubicina a 0,0173 µg/µl e CA a 25% no meio de cultura. Na quantificação da expressão relativa em PCR em tempo real através do sistema TaqmanTM, utilizamos o cDNA da amostra sem tratamento como calibrador e os genes RN18S1 (subunidade 18S do ribossomo) e ACTB (beta-actina) como controles endógenos. Observamos uma diminuição da expressão de MYC no grupo tratado com CA e no grupo tratado com a associação de CA+Doxorrubicina, sendo este último de forma menos pronunciada do que no grupo tratado apenas com CA. As células tratadas apenas com doxorrubicina não apresentaram alterações na expressão de MYC. A expressão do gene FBXW7 não apresentou alteração significante entre os grupos estudados. Desta forma, concluímos com este estudo que o medicamento homeopático CA age como modulador da expressão do gene MYC demonstrando a efetividade do uso deste fármaco no tratamento do câncer de estômago. Suporte financeiro: CAPES e CNPq. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 37 The compound cis-(dichloro)tetrammineruthenium(III) chloride induces caspase-mediated apoptosis in K562 cells Aliny Pereira de Limaa, Flávia de Castro Pereiraa, Cesar Augusto Sam Tiago Vilanova-Costaa, Alessandra de Santana Braga Barbosa Ribeiroa and Elisângela de Paula Silveira Lacerdaa* Laboratório de Genética Molecular e Citogenética - Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás. [email protected] [email protected]* a Keywords: Apoptosis; cis-(dichloro)tetrammineruthenium(III) chloride; Cytotoxicity; K-562; MRC-5. Current inorganic drugs such cisplatin and related compounds widely used in the treatment cancer, however its application is limited by its severe toxicity and drug resistance. These limitations have prompted a search for news metal-based antitumor agents. Ruthenium(III) complexes are increasingly attracting the interest of researchers due to their promising pharmacological properties. In the present study, was investigated in vitro the effects of the cis-(dichloro)tetrammineruthenium(III) chloride compound on cell viability, distribution cell cycle phases and mechanisms of induce apoptosis on K-562 leukemia cells. The MTT tetrazolium reduction test and the trypan blue exclusion assay revealed that the IC50 (compound concentration (µM) that produces a 50 % reduction in cellular viability) after 48 h of incubation with K562 cells was approximately 10.74 and 73.45 µM, respectively. Interestingly, it was observed that this compound exhibits mild cytotoxicity towards MRC-5 human fibroblast cells (IC50 > 383 µM). Flow cytometric analysis revealed that cis-(dichloro)tetrammineruthenium(III) chloride was capable of change cell cycle distribution since the percentage of cells in the G1, S and G2 phases decreased. In addition, treatment with this compound induced apoptotic cell death in K562 cells, demonstrated by increased DNA content in the sub-G1 peak and a significant increase in caspase-3 activity. In summary, cis-(dichloro)tetrammineruthenium(III) chloride displayed a significant anti-tumor effect through cell cycle arrest and apoptotic induction in K562 cells, which suggests that cis-(dichloro)tetrammine ruthenium(III) chloride might have therapeutic potential against leukemia. Financial support: CNPq, FINEP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 38 DNA damage and apoptosis induced by nonylphenol in human mesangial cells Romez, CC1; Campos-da-Paz, M1; Dias, ABA1; Dorea, JG2; Grisolia, CK1; Almeida Santos, MFM 1* Departamento de Genética e Morfologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília, 70910-900 Brasília, DF, Brasil. Departamento de Nutrição, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, 70910-900 Brasília, DF, Brasil. [email protected] 1 2 Key words: endocrine disruptors, nonylphenol, comet assay, apoptosis, necrosis. Nonylphenol ethoxylate is widely used in industrial products and after environmental discharge it is found in aquatic environments. Because it’s estrogenic-like effect is considered an endocrine disruptor. In the environment it breaks down to 4-nonylphenol (NP), which is more stable and persistent. Despite environmental concerns, little research has been conduct to evaluate its genotoxicity on human cells. In vitro cell viability (lethal concentration - LC) was evaluated using 3-(4,5-Dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide (MTT). Genotoxicity of NP was tested in human mesangial cells using comet assay while cell morphology was evaluated by light microscopy and ability of to induce apoptosis and necrosis was assessed by the acridine orange/ethidium bromide fluorescent-dyeing test. On the basis of the MTT assay the LC50 values were estimated as 0.7 x 10-4 µl/ml and nonylphenol at concentration over than 0.5 x 10¬3 µl/ml caused 78% cellular death. Thus, the concentrations of nonylphenol used for genotoxicity test were 0.28 x 10-3 µl/ml and 0.56 x 10-3 µl/ml, which means 40 e 80% of the LC50 respectively. The comet assay showed that untreated cells had 1.32% of DNA damage while cells NP treated showed DNA damage ranging from 61.27% and 55.19% in response to tested concentration. No differential morphological changes were observed in cells exposed to different concentrations of nonylphenol. Acridine orange/ethidium bromide fluorescent-dyeing test demonstrate that nonylphenol induce cell death meanly by apoptosis. This data revealed the genotoxicity of nonylphenol to in vitro test-system. Apoio Financeiro: CNPq e FINATEC. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 39 Ação dos compostos L3 e LNO3 na citotoxicidade, genotoxicidade e indução de apoptose in vitro da Silva, PBG1;Zanelatto, LC1; Fátima, A2; Mantovani, MS1 Laboratório de Genética Toxicológica, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Londrina Instituto de Ciências Exatas, Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] 1 2 Palavras-chave: Talidomida, Óxido Nítrico, L3, LNO3, Micronúcleo, Apoptose, Citotoxicidade. A talidomida foi relatada em 1953 como agente antiemético e sedativo, porém logo foi suspendido pelo seu efeito teratogênico. Alguns anos após sua proibição, foram descobertas novas ações do medicamento tais como o uso no tratamento de lepromas, infecção pelo HIV, doenças auto-imunes e câncer. As moléculas orgânicas e inorgânicas e os átomos que contêm elétrons não pareados são classificados como radicais livres. Essa configuração faz dos radicais livres moléculas altamente instáveis e quimicamente muito reativas. O radical óxido nítrico (NO•) participa de uma variedade de funções regulatórias no organismo como nas respostas anti-patogênicas e anti-tumoral do sistema imune. O NO• também pode agir como agente deletério em diversas condições fisiopatológicas incluindo o câncer. Alguns relatos sugerem que o NO• possui atividade anti-tumoral e outros implicam em promoção do tumor. Os compostos L3 e LNO3 são sintéticos, análogos a talidomida, pertencentes à família de compostos que possuem o núcleo isoindolina 1,3-diona sendo que o LNO3 é estruturalmente capaz de liberar NO• por possuir ainda um radical NO3 em sua estrutura. No presente trabalho foram analisadas a citotoxicidade pelo ensaio de MTT, indução de apoptose e de formação de micronúcleo na presença dos compostos L3 e LNO3 em cultura de células de hepatoma de rato (HTC). Para o ensaio MTT, os compostos foram testados em três tempos de tratamento: 24, 48 e 72 horas e em quatro concentrações: 50μg/mL, 100μg/mL, 250μg/mL e 500μg/mL. No ensaio de indução de apoptose foram testados em 24 horas três concentrações: 125μg/mL, 250μg/mL e 500μg/mL. Para o ensaio de micronúcleo, as células foram tratadas por 26 horas nas concentrações de 125μg/mL, 250μg/mL e 500μg/mL, e como controle positivo foi utilizado Benzo[a]pireno 25µg/mL. O composto L3 foi citotóxico no MTT apenas na concentração de 500μg/mL em 72 horas enquanto que o composto LNO3 apresentou citotoxicidade a partir de 250μg/mL nos três tempos testados. Ambos os compostos foram indutores de apoptose em todas as concentrações testadas, no entanto, na concentração de 500μg/mL, o LNO3 apresentou maior número de células apoptóticas. O teste de micronúcleo demonstra que ambos os compostos apresentaram efeito genotóxico nas concentrações de 250μg/ mL e 500μg/mL Os resultados sugerem que os compostos L3 e LNO3 possuem efeitos citotóxicos e genotóxicos em células HTC, além de serem capazes de induzir apoptose sendo que a maior citotoxidade e apoptose apresentada pelo LNO3 em relação ao L3 provavelmente é causada pelo radical NO3 presente neste composto. Apoio Financeiro: CNPq, Fundação Araucária, CAPES. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 40 Efeito da procianidina B2 na fragmentação do DNA e inibição do crescimento de linhagem de adenocarcinoma mamário humano Avelar, MM; Gouvêa, CMCP Laboratório de Cultura de Células, Instituto de Ciências da Natureza, Universidade Federal de Alfenas, Minas Gerais. [email protected] Palavras-chave: Tumor mamário, barbatimão, lesão de DNA, cultura de células, células MCF-7 O câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres. O tratamento preconizado pela OMS à paciente com câncer de mama baseia-se na quimioterapia. A ciclofosfamida (CP), utilizada no tratamento do câncer de mama como neoadjuvante e adjuvante, é alquilante do DNA. Entretanto, a efetividade terapêutica é limitada por sua alta toxicidade hematopoética, renal e cardíaca. Assim, é importante a prospecção de novas substâncias que possam contribuir para o controle desta enfermidade. Estudos prévios do laboratório demonstraram que a fração aquosa obtida, a partir do extrato acetônico de folhas de barbatimão [Stryphnodendron adstringens (Martius), Coville, Mimosaceae], foi citotóxica para células de adenocarcinoma humano em cultura, MCF-7. A fração era composta, principalmente, por procianidina B2 (principal componente). O objetivo do presente trabalho foi verificar se a procianidina B2 induz a fragmentação do DNA e apresenta atividade antiproliferativa para células de adenocarcinoma mamário, MCF-7. As células (2x104 cel/mL), provenientes do Banco de Células do Rio de Janeiro, foram cultivadas em meio RPMI, 20% de soro fetal bovino e antibióticos, em placas de 96 poços, para a extração de DNA e análise da proliferação celular. As células foram incubadas por 24 e 48 h com procianidina B2 (Sigma) em diferentes concentrações (0,5; 1,0; 5,0; 10,0; 25,0; 50,0 mM). Decorrido o tempo o DNA foi extraído utilizando-se fenol:clorofórmio e analisado por eletroforese em gel de agarose a 1%. Para avaliar a proliferação celular foi realizado o teste da sulforrodamina B (SRB). Os resultados demonstraram que o tratamento das células com a procianidina B2 não induziu a fragmentação do DNA, com padrão de clivagem internucleossômica. Isto pode ter ocorrido porque estas células apresentam mutação no gene CASP3 e a expressão de caspase 3 ativa é importante para a clivagem internucleossômica do DNA. O ensaio de SRB demonstrou diminuição significativa (p<0,001) do crescimento das células tratadas com procianidina B2, em comparação ao controle. A inibição (%) obtida para as diferentes concentrações de procianidina B2 foi: 17,97 ± 2,94; 14,73 ±1,21; 15,41 ± 0,60; 27,24 ± 2,11; 64,39 ± 3,07; 53,11 ± 5,50 respectivamente. Os resultados permitem concluir que a procianidina B2 inibiu a proliferação de células MCF-7 (efeito dependente da concentração) e não induziu a fragmentação do DNA, provavelmente porque as células MCF-7 apresentam mutação no gene CASP3. Agradecimentos: FAPEMIG, PROBIC-UNIFAL, PET-MEC-SESU. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 41 Estudo da amplificação do gene MYC em linhagens celulares de câncer gástrico Albuquerque, CI1; Bona, AB1; Calcagno, DQ1; Leal, MF²; Smith, MAC²; Burbano, RR1 Laboratório de Citogenética Humana, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará ²Disciplina de Genética, Universidade Federal de São Paulo. [email protected] 1 Palavras–chave: MYC, câncer gástrico, amplificação, RT - PCR O câncer gástrico é o terceiro tumor maligno mais frequente no mundo. Sendo caracterizado pelo acúmulo de alterações que favorecem a expressão de genes vinculados ao controle do ciclo celular. Dentre estes, se destacam o gene C-MYC e o complexo SFC (SKP1-cullin-F-box). A super expressão do gene MYC é uma alteração frequentemente descrita em casos de câncer gástrico humano, e tem grande importância no controle do crescimento celular, diferenciação, apoptose e transformação neoplásica. Por sua vez, o complexo SCFFBXW7 induz a degradação de reguladores positivos do ciclo celular incluindo as proteínas ciclina E, MYC, c-Jun e Notch. Em neoplasias gástricas, a expressão da proteína MYC pode se tornar alta pela diminuição da expressão da subunidade protéica FBXW7. Assim, a quantificação relativa da expressão do gene FBXW7 pode ser utilizada para esclarecer alterações da expressão do gene MYC. A caracterização de linhagens celulares é importante para a compreensão da biologia das células neoplásicas e para o desenvolvimento de novas estratégias contra a progressão de neoplasias. Alterações encontradas na linhagem ACP01 corroboraram com achados do nosso grupo de pesquisa em amostras de tumores gástricos primários, nos quais todas as amostras apresentavam trissomia do cromossomo 8 e amplificação do gene MYC. Dessa forma, para o desenvolvimento de uma possível terapia, o estudo do perfil da expressão deste gene em linhagens obtidas de tumores gástricos, pode ser de grande valia. Assim, tivemos como objetivo analisar a expressão do gene MYC em linhagens de câncer gástrico, utilizando o método de RT-PCR em tempo real, enfocando a relação entre as proteínas MYC, FBXW7 e o câncer gástrico. Para esta análise foi feita a extração e purificação de RNA, posteriormente utilizou-se o termociclador em tempo real (AB 7500, Applied Biosystems®, USA), com o monitoramento contínuo através do sistema Taqman, o nível de amplificação gênica foi calculado segundo Bièche et al. (1998). Foram analisadas três linhagens celulares neoplásicas desenvolvidas pelo nosso grupo de pesquisa (ACP02, ACP03 e AGP01) e a linhagem celular PG100 adquirida no Banco de células do Rio de Janeiro. Como parâmetro de comparação, utilizamos uma linhagem de células de mucosa gástrica normal (MNP01). O gene MYC apresentou-se amplificado nas quatro linhagens celulares tumorais em comparação à linhagem MNP01. Em ordem decrescente de amplificação gênica encontramos as linhagens: ACP02, PG100, ACP03 e AGP01. A linhagem ACP02 apresentou o mais alto índice de expressão do gene MYC, revelando menor quantidade de RNAm expresso pelo gene FBXW7. Por outro lado a linhagem de células normais MNP01 foi a que apresentou menor quantidade de RNAm de MYC e a que mais expressou o gene FBXW7.Nossos resultados reforçam a hipótese de que a proteína oncogênica MYC é regulada negativamente pelo gene FBXW7. Apoio financeiro: CNPq, processo 550885/2007-2 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 42 Sequenciamento e Análise de Mutações no gene MYLK4 em linhagens de carcinoma da mama Henrique, BVM1,2; Almeida, RSS1; Andrade, RV3; Pittella Silva, F.1,2 Laboratório de Farmacologia Molecular, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília 3 Universidade Católica de Brasília. Brasília, Distrito Federal, Brasil. 1 2 Palavras-chave: câncer de mama; mutação; seqüenciamento; MYLK4. O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais comum entre as mulheres. Mutações em genes envolvidos na proliferação e diferenciação celular, reparo de DNA, controle do ciclo celular e apoptose estão diretamente relacionados com o surgimento e a progressão de diversos tipos de tumores. Essas mutações podem alterar a função do gene, inativando-o ou conferindo à célula tumoral um crescimento desordenado. Isso evidencia a importância na identificação de novas mutações gênicas potencialmente envolvidas no surgimento e na progressão do câncer. O gene MYLK4 (Myosin Light Chain Kinase member 4 – RefSeq. NM_001012418) localizado no cromossomo 6 (6p25.2) ocupa uma região de aproximadamente 87,284 pares de bases e possui 11 regiões exônicas. O mRNA de aproximadamente 1477 bases codifica uma proteína de 388 aminoácidos, aproximadamente 44kDa, que constitui uma quinase putativa com um domínio catalítico de quinase serina/treonina. Em trabalho recente, Wood, et al. identificaram, através do seqüenciamento genômico de linhagens cancerígenas, genes com alta probabilidade de mutação em câncer de mama e colo-retal. Essa análise gerou uma classificação denominada CaMP (Cancer Mutation Prevalence) score, que reflete a probabilidade de um número de mutações observadas em um gene ser maior do que o esperado, considerando os efeitos dessas mutações na proteína codificada pelo gene e a participação desse gene em vias de sinalização e processos regulatórios. No ranking dos 280 genes classificados no CaMP score o MYLK4 foi o 7º mais relevante, ficando a frente de alguns genes conhecidos como o BRCA1. Por convenção, genes com CaMP score maior que 1 foram considerados CAN genes. Bardelli, et al. identificaram mutações em possíveis CAN genes em glioblastoma, melanoma e em câncer de pâncreas, incluindo o gene MYLK4, mas nenhuma mutação foi encontrada nesse. Tais resultados sugerem que o MYLK4 tem uma frequência de mutação maior em câncer de mama do que em outros tipos de tumores. Além disso, foram descritas seis mutações em outro gene da família do MYLK4, o MYLK2 (Myosin Light Chain Kinase member 2) em linhagens de câncer colo-retal, sendo que dessas seis mutações, duas foram encontradas no domínio serina/treonina quinase da proteína. Nesse trabalho seqüenciamos as 11 regiões exônicas do gene MYLK4 em 8 linhagens de carcinoma mamário e 1 linhagem normal e identificamos mutações em regiões já descritas e novas mutações em linhagens não descritas. Nosso resultado corrobora o trabalho de Wood, et al. confirmando a prevalência de mutações no gene MYLK4 em carcinoma mamário. Este resultado indica a necessidade futura de caracterização funcional do gene e correlação entre as mutações identificadas com as alterações funcionais geradas na proteína MYLK4 e o seu papel na carcinogênese da mama. Apoio financeiro: CNPq, UnB, FINATEC. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 43 Avaliação do Índice de Divisão Celular e da frequência de micronúcleos em sangue periférico de mulheres com câncer de mama não submetidas ao tratamento quimioterápico Carvalho, FP1; Santos, RA1; Carrara, HHA2; Andrade, JM2; Takahashi, CS1,3 Laboratório de Citogenética e Mutagênese, Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo 3 Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. [email protected] 1 2 Palavras-chave: citogenética, dano basal, índice de divisão celular, micronúcleo, câncer de mama. Introdução: Apesar de o histórico familiar constituir o fator de risco mais importante para o câncer de mama (CM), a maioria dos casos desse tipo de câncer é esporádica estando relacionada aos fatores endógenos e/ou exógenos que podem danificar a molécula de DNA alterando o conteúdo de informações da mesma e promovendo a perda da estabilidade celular caso o sistema de reparo no DNA não seja suficientemente eficiente para eliminar essas lesões no material genético. Sabe-se que os micronúcleos (MN) são um biomarcador de danos cromossômicos e instabilidade genômica bastante utilizado na epidemiologia molecular. Seu surgimento ocorre durante a divisão celular decorrentes de fragmentos cromossômicos acêntricos ou cromossomos inteiros que não se aderem às fibras do fuso durante a divisão mitótica. Objetivo: Comparar o Índice de Divisão Celular e a quantidade de micronúcleos entre pacientes com carcinoma de mama ductal invasivo ainda não submetidas ao tratamento quimioterápico e mulheres controles. Métodos: Foram recrutadas 10 pacientes e 12 controles com idades entre 35 a 60 anos atendidas no Ambulatório de Mastologia do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). Foram feitas culturas temporárias de linfócitos mantidas por um tempo total de 72hs em estufa a 37ºC, sendo adicionada citocalasina B após 44hs de cultivo. Ao final foram preparadas lâminas coradas com Giemsa. Na análise foram contabilizadas 1000 células binucleadas por indivíduo com citoplasma íntegro e núcleos principais nitidamente delimitados. Foram considerados como micronúcleos as formações com tamanho entre 1/16 e 1/3 dos núcleos principais. Para a obtenção do Índice de Divisão Nuclear (IDN) foi considerada a freqüência de células com 1, 2, 3 ou 4 núcleos numa população de 1000 células analisadas. Resultados: A análise dos dados feita pelo Teste t student (α=0,05) (Microsoft Excel 2007®) demonstrou que ambas as médias de IDN e contagem de micronúcleos para pacientes e controles não apresentaram diferenças estatisticamente significativas. Em média, o IDN para pacientes foi 1,3271, e para controles foi 1,3336 (P= 0,8805). Além disso, as médias do número de micronúcleos para pacientes e controles foram 3,0 e 1,8333, respectivamente (P= 0,1622). Conclusões: O número de micronúcleos em média para pacientes foi maior que em controles, mas apesar de não ter confirmação estatística, esse dado pode colaborar posteriormente, com ampliação do número amostral durante o seguimento do estudo. Apoio financeiro: CNPq, FAEPA e CAPES. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 44 Cytotoxic effects of the compound cis-Tetraammine(oxalato)Ruthenium(III) Dithionate on K562 human erythroleukemia cells Pereira, FC1; Lima, AP1; Vilanova-Costa, CAST1; Ribeiro, ASBB1; Pereira, LCG1; Silveira-Lacerda, EP1 Laboratório de Genética Molecular e Citogenética, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás - UFG, Goiânia, Goiás, Brazil; [email protected] 1 Keywords: cis-Tetraammine(oxalato)Ruthenium(III) Dithionate; Cytotoxicity; Antitumor activity; K562, Ruthenium(III) compounds; immunomodulatory activity, Apoptosis. Leukemia is a major type of cancer affecting a significant segment of the population, and especially children. The American Cancer Society (ACS) estimated that 35,070 new cases of leukemia would be diagnosed in the United States in 2009, whereas about 22,280 adults and children would die of leukemia during 2009. Chemotherapy is a common treatment for leukemia. Ruthenium complexes have shown potential utility in chemotherapy and photodynamic therapy. The identification of new chemotherapeutics agents is critical for further progress in the treatment of leukemia. Ruthenium complexes generally have lower toxicities compared to cisplatin attributed to their specific accumulation in cancer tissues. Based on these evidences, in the present work we studied the citotoxicity activity of the Ruthenium(III) compound cis-Tetraammine(oxalato)Ruthenium(III) Dithionate {cis-[Ru(C2O4)(NH3)4]2(S2O6)} against human erythroleukemia (K562) tumor cell line. The antiproliferative and cytotoxic activity revealed that K562 cells cultured with concentrations 40 and 150 mM of Ruthenium(III) compound showed significant reduction of proliferation after 72h of exposition, with viabilities ranging from 88.2% to 55.6% when treated with 40 µM for 24 and 72h; and 76.2% to 26.7% when treated with 150 µM for 24 and 72h. The Ruthenium(III) compound induced low 22.4% (24h) to 28.2% (48h) and 29.8% (24h) to 35.7% (48h) for concentrations 10 and 40 µM, respectively to moderate 44% (24h) and 53% (48h) for concentration 150 µM of cytotoxic activity against K562. After incubation for 48 h, the IC50 value was 18.28 µM. Compared to the cell cycle profiles of untreated cells, flow cytometric analysis indicated a sub-G1 arresting effect of Ruthenium compound on K562 cells, inducing a 1.7-fold, 2.2-fold and 2.4-fold increase in the number of sub-G1 cells for 24, 48 and 72 h, respectively, when compared to control. The compound also caused a significant increase in tailed cells in any of the concentrations tested compared with negative control, which can be associated cytotoxicity with direct effect on K562 cells DNA. Additional studies are needed to determine the molecular mechanisms of the active components and to evaluate the potential in vivo anticancer activity of the cis-Tetraammine(oxalato)Ruthenium(III) Dithionate. Financial support: FINEP, CNPq, FAPEG and UFG. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 45 Estudo do potencial citotóxico de compostos a base de Rutênio em células leucêmicas K-562 Porto, HKP1; Nunes, PR1; Lima, AP1; Silveira-Lacerda, EP1 Laboratório de Genética Molecular e Citogenética – Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás. [email protected] [email protected] 1 Palavras-chave: Complexo Rutênio, atividade antitumoral, viabilidade celular. Atualmente drogas inorgânicas como cisplatina são amplamente utilizados no tratamento do câncer, no entanto a aplicação dessas drogas é limitada devido a sua alta toxicidade e resistência. Estas limitações proporcionam o desenvolvimento de novos agentes antitumorais baseados em metais que sejam mais eficazes e menos prejudiciais ao organismo. Dentre esses complexos, compostos a base de Rutênio (Ru) mostram-se bastante promissores. No presente trabalho, foi realizado um estudo de citotoxicidade in vitro de três compostos a base de Rutênio (MPA1, MPA5 e MPA10) frente às células leucêmicas K-562. A avaliação da viabilidade celular foi realizada através do ensaio colorimétrico de MTT (3-(4,5-Dimetiltiazol-2-il)2,5-Difenil Brometo de Tetrazolium), descrito por Mosman (1983). O principio desse ensaio é medir indiretamente a viabilidade celular pela atividade enzimática mitocondrial de células vivas. Os resultados obtidos pelo ensaio de redução do MTT sobre células leucêmicas de K-562 demonstraram que os compostos MPA1 e MPA5 reduziu significativamente a viabilidade celular (IC50 aproximadamente de 7µM e 38µM respectivamente). Por outro lado, os resultados obtidos pelo ensaio de MTT para o composto MPA10 demonstrou que o composto em questão não foi eficiente frente às células K-562 (IC50 > 200µM). Os três compostos a base de Rutênio apresentam diferença estrutural apenas na composição de seus ligantes (parte orgânica). Esse fato nos permite inferir que a parte orgânica dos complexos de rutênio seja responsável pela atividade destes sobre as células leucêmicas. Sendo assim, sugere-se que essa diferença estrutural entre os complexos de Rutênio é um dos principais fatores responsável pela diferente resposta encontrada neste estudo. Com esse estudo preliminar podemos concluir que os complexos a base de Rutênio MPA1 e MPA3 apresentaram eficiente atividade citotóxica frente à linhagem K-562, em contrapartida, o complexo a base de Rutênio MPA5 não apresentou redução da viabilidade celular frente à linhagem K-562. Apoio Financeiro: UFG, CNPQ, FINEP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 46 Estudo Genético Retrospectivo de Mutações Germinativas em Loci STR de indivíduos potencialmente expostos à radiação ionizante Silva, DM1,2,3; Costa, EOA1,3; Melo, AV3; Godoy, FR3; Melo, COA1,3; Nunes, HF1,3; Rodovalho, RG4; da Silva, CC1,2,3; da Cruz, AD1,2,3 Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu, Mestrado em Genética, Universidade Católica de Goiás LaGene - Laboratório de Citogenética Humana e Genética Molecular, SuLeide – Laboratório de Citogenética Humana e Genética Molecular (LaGene), Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros, Secretaria da Saúde do Estado de Goiás, Goiânia-GO. 3 Núcleo de Pesquisas Replicon, Departamento de Biologia, Universidade Católica de Goiás 4 Laboratório Biocroma, Laboratório de Análise de DNA, Goiânia, Goiás, Brazil. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Acidente radiológico, Césio-137, radiação ionizante, mutação, locos STR. O acidente radiológico de Goiânia em 1987 foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. Como conseqüência foram contaminadas centenas de pessoas através das radiações emitidas pelo césio 137. Recentemente, vários estudos têm mostrado que instabilidade no genoma, como por exemplo, mutações, aberrações cromossômicas, formação de micronúcleos, instabilidade de microssatélites e atraso na morte celular são comumente relatadas em células de mamíferos expostos à radiação ionizante, sendo consideradas como o principal fator de risco em humanos. As mutações podem ser espontâneas, sendo a freqüência de ocorrência dependente do organismo, ou ainda, induzida, podendo ser ocasionadas pela exposição a agentes mutagênicos. As radiações ionizantes são exemplos de agentes físicos e mutagênicos que podem levar ao comprometimento dos mecanismos de reparo celular e ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Avaliar os efeitos biológicos da radiação ionizante, em células somáticas e germinativas, com conseqüente determinação da taxa de mutações radio-induzidas, é extremamente importante para a estimativa de riscos genéticos, principalmente em populações expostas à radiação. Análises de seqüências repetitivas de DNA têm demonstrado que estas seqüências são sujeitas a altas taxas de mutações espontâneas. As seqüências minissatélites e microssatélites têm sido usadas para demonstrar satisfatoriamente a indução de mutação germinativa em camundongos, humanos, dentre outros organismos. O objetivo do presente estudo foi analisar a freqüência de alterações em microssatélites para determimar a taxa de mutações ocorridas em células de linhagem germinativa dos progenitores expostos à radiação ionizante do Césio-137. O grupo exposto foi constituído por 10 famílias do grupo 2 e o grupo controle por 645 indivíduos provenientes de exames de vínculo genético realizados em 2010. Foi encontrada um mutação de origem paterna no locus D8S1179. No grupo controle, foram encontradas 01 mutação no loci D16S539 e no loci D3S1358; 02 mutações no locus Penta E; 04 mutações no locus D21S11 e 03 mutações no locus FGA, compreendendo um total de 11 mutações e uma taxa de mutação de 0,008. Nesse contexto, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p= 0,15) indicando o efeito da exposição e taxa de mutação em locos STR no grupo acidentalmente exposto ao Césio-137. Apoio financeiro: CNEN, FAPEG, CAPES e PUC-GO. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 47 Micronúcleo e anormalidades nucleares de células esfoliadas da mucosa bucal de indivíduos idosos expostos aos raios-x durante a radiografia panorâmica Gonçalves, A1; Ramos, JCD1; Ataíde, AP1; Ervolino, E1; Salzedas, LMP2; Silveira, ZV3 Departamento de Ciências Básicas, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista Departamento de Patologia e propedêutica Clínica Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista 3 Departamento de Odontologia e Nutrição, Faculdades Adamantinenses Integradas. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Micronúcleo, mucosa bucal, raios X, Mutagenese, Envelhecimento. A análise da freqüência de micronúcleo em células que se dividem é um procedimento técnico simples para detecção de dano cromossômico. A associação dessa técnica com a análise da freqüência de anormalidades nucleares como brotos nucleares, broken eggs, cariorrex, células binucleadas e cariólise, permite avaliar o grau de genotoxicidade e citotoxicidade celulares. Por meio destes métodos de estudo, verificou-se em células esfoliadas de mucosa bucal de idosos os efeitos genotóxicos e citotóxicos dos raios X emitidos pelo exame de radiografias panorâmicas dentais humanas. Células da mucosa jugal de 26 indivíduos (14 homens com média de idade 64,50 ± 8,51 e 12 mulheres com média de idade 61,58 ± 6,14) que freqüentaram a clínica de Radiologia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba (UNESP) foram coletadas com abaixador de língua de madeira, antes e 12 dias após o exame radiográfico (aparelho com exposição regulada em 70 - 80 KV, 12 mA por 16 segundos). As células foram estendidas em lâminas histológicas e coradas pelo método de Feulgen-Fast Green para a contagem de 2000 células por indivíduo. A análise comparativa da freqüência de micronúcleo antes e depois da exposição aos raios X não mostraram diferenças estatisticamente significante (ρ= 0,626). Observou-se que somente o grupo de células binucleadas mostrou diferenças significantes pela análise do teste t emparelhado (ρ= 0,0275). A presença de células binucleadas em quantidade aumentada mostrou que houve atraso ou falha da célula em completar a citocinese. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 48 Aberrações cromossômicas em linfócitos periféricos de trabalhadores expostos à radiação ionizante em hospitais de Belém, Pará, Brasil Cunha JR, LRCS1; Burbano, RR1; Cardoso, PCS1 Laboratório de Citogenética Humana, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará. 1 Palavras-chave: radiação ionizante, exposição ocupacional, linfócitos, aberrações cromossômicas, raios-X Agentes genotóxicos, químicos, físicos (p. ex. raios-x) ou biológicos podem induzir danos genéticos por exposição acidental, ocupacional ou ambiental. Estes agentes podem interferir no correto desenvolvimento celular conferindo grande risco ao desenvolvimento da carcinogênese. Apesar da atuação dos sistema de reparo, muitos danos causados por estes agentes podem levar à formação de aberrações cromossômicas (AC). As aberrações induzidas podem ser: [i] estáveis (referem-se a pequenos danos, translocações recíprocas e algumas aneuploidias, que não impedem a divisão e proliferação celular) e [ii] não-estáveis (referem-se a cromossomos dicêntricos e em anel, grandes deleções e fragmentos). Os últimos, normalmente, são letais à célula. Profissionais que trabalham manuseando aparelhos que produzem radiação X, como ampolas de raios-x, tomógrafos e cintilógrafos pertencem ao grupo de trabalhadores que se expõem à radiação ionizante diariamente. Colheu-se 10 ml de sangue periférico de cada indivíduo por punção venosa utilizando agulhas e seringas descartáveis previamente heparinizadas com Liquemine (Lab. Roche 5.000 UI/ml). Após a coleta, transferiu-se o sangue para tubos de ensaio estéreis, que foram mantidos em repouso por algumas horas à temperatura ambiente, para a sedimentação das hemácias e separação do plasma.Foi realizada a análise de linfócitos do sangue periférico, através de técnicas de cultura temporária de linfócito, segundo Moorhead et al. de 20 trabalhadores (4 mulheres e 16 homens) que lidam com radiação ionizante diariamente, com pelo menos 2 anos de experiência profissional, com intuito de investigar a presença de aberrações cromossômicas nestas células, fazendo uso desta ferramenta citogenética para avaliar e elucidar as consequências da convivência profissional com índices considerados baixos de radiação ionizante. A frequencia de AC avaliada no grupo de trabalhadores foi maior que no grupo controle (P = 0,008 e P=0,001, respectivamente). Estes resultados sugerem uma avaliação mais profunda no impacto da saude destes trabalhadores, utilizando de ferramentas moleculares mais específicas, bem como a conscientização dos mesmos para um cotidiano de proteção radiológica mais eficiente. Apoio Financeiro: FAPESPA e UFPA 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 49 Avaliação do potencial genotóxico do Prevyol (Levonorgestrel) em células somáticas de Drosophila melanogaster: teste SMART/asa Silva, EM1; Ferreira, AKS1,3; Felício, LP1; Vale, CR1; Duarte, SR1; Silva, NF1; Miranda, CT2; Carvalho, S1 Laboratório de Mutagênese com Drosophila, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Goiás ²Faculdade de Tecnologia, Universidade de Brasília. [email protected] 1 Palavras-chave: farmáco, levonorgestrel, genotoxicidade, Drosophila melanogaster, SMART/asa A eficácia do anticoncepcional de emergência é conhecida há mais de 30 anos, é uma opção ainda pouco utilizada para redução da gravidez não esperada e da morbimortalidade relacionada ao abortamento inseguro, principalmente em países da América Latina. Os métodos anticoncepcionais de emergência são utilizados como um método hormonal indicado para evitar gravidez após uma relação sexual desprotegida no meio do ciclo mestrual ou quando ocorrer falha no uso de outro método anticoncepcional. Tendo o princípio ativo conhecido como levonorgestrel e seu mecanismo de ação contraceptiva envolve inibição da ovulação, alteração da fase lútea, modificação do muco cervical, interferência com a penetração do espermatozóide no ovócito, alteração da maturação do ovócito. Perante isso, o presente trabalho buscou avaliar o efeito genotóxico do fármaco Prevyol (Levonorgestrel 0,75 mg) em células somáticas de Drosophila melanogaster, pelo teste SMART/asa (Somatic Mutation And Recombination Test). Foram utilizadas três linhagens de Drosophila: flr3, ORR e mwh; para realização dos cruzamentos padrão (ST) e aprimorado (HB), mantidas em uma câmara a 25ºC em meio banana-ágar. As larvas de terceiro estágio provenientes dos cruzamentos ST e HB foram tratadas com 0,75mg/mL; 1,5mg/mL e 3,0mg/mL de levonorgestrel, tendo água destilada como controle negativo e Doxorrubicina (0,125 mg/mL) como controle positivo. Após a eclosão, as asas dos adultos foram utilizados para montagem das lâminas. Para análise estatística dos resultados foi aplicado o teste X2 para proporções, que compara o número de manchas do controle negativo (água destilada) com o número de manchas encontradas nas doses. O controle positivo (DXR) foi utilizado para validação do teste, que nos resultados comprovou o seu efeito genotóxico. Os dados das doses não apresentaram efeito genotóxico, sendo o diagnóstico estatístico negativo para o número total de manchas tanto no cruzamento HB e ST; mas no cruzamento HB o diagnóstico foi inconclusivo para manchas simples pequenas e grandes devido aos valores estarem iguais ou próximos ao controle negativo, não havendo diferença estatisticamente significativa. Como não houve diferença estatística podemos concluir que, o Prevyol não apresenta efeito genotóxico nas células somáticas de Drosophila melanogaster, mas em termos de saúde pública pode ser considerado um resultado positivo. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 50 Avaliação da atividade mutagênica do Norfloxacino em células meristemáticas radiculares de Allium cepa L. (Liliaceae) Portis, IG1; Hanusch, AL1; Machado, RC1; de Abreu, JB1; da Silva, CC1,2; da Cruz, AD1,2 Núcleo de Pesquisas Replicon – Departamento de Biologia – Pontifícia Universidade Católica de Goiás LaGene – Laboratório de Citogenética Humana e Genética Molecular – LACEN/SES/GO [email protected] 1 2 Palavras-chave: Mutagênese, bactericida, alterações cromossômicas, fármacos, toxicidade. Atualmente, medicamentos produzidos por indústrias farmacêuticas são utilizados para o tratamento de doenças no mundo todo. O uso destes medicamentos, sem prescrição médica, pode acarretar danos à saúde. Norfloxacino é um agente bactericida indicado no tratamento de infecções no trato urinário alto ou baixo, agudas ou crônicas, gastroenterites provocadas por germes sensíveis, uretrites, dentre outros. O presente estudo teve por objetivo analisar o potencial mutagênico do Norfloxacino em diferentes concentrações utilizando o teste Allium cepa. A solução de uso foi preparada a partir de 400mg do medicamento Norfloxacino diluído primeiramente em 8mL de DMSO (dimetilsulfóxido), e posteriormente completou-se o volume de 1L com água deionizada. Foram estabelecidos quatro concentrações do medicamento a serem testadas: 8,21g.L-1, 6,6g.L-1, 4,1g.L-1, e 2,05g.L-1. O grupo amostral foi constituído de três bulbos de Allium cepa para cada concentração, que ficaram em crescimento radicular no período de 48 horas em água deionizada. Após a exposição dos bulbos, foram utilizadas três raízes de cada um para constituir o grupo controle. Para o grupo exposto (GE) foram colocados os bulbos de Allium cepa em diferentes concentrações das soluções referentes ao fármaco, compreendendo um período de mais 48 horas, sendo posteriormente coletadas 3 radículas, as quais foram transferidas para tubos do tipo eppendorf contendo a solução fixadora de Carnoy. As lâminas foram obtidas segundo o protocolo de Fiskëjo (1985). Para a análise das lâminas foi utilizado microscopia de luz branca com objetiva de 100x, possibilitando a identificação de erros de migração (aderências, atrasos, adiantamentos e pontes cromossômicas) nas fases de metáfase e anáfase da divisão celular. Após a análise das lâminas foi realizado o teste ANOVA para a comparação entre as médias do GE e do GC. Os resultados mostraram que não houve diferenças entre as amostras, sugerindo que o medicamento Norfloxacino não possui atividade mutagênica detectável pelo teste Allium cepa, quando consideradas as concentrações avaliadas. No entanto, se faz necessária, a realização de outros ensaios de mutagenicidade, para que se compreenda melhor a relação dose-efeito genotóxica do Norfloxacino. Apoio financeiro: PROPE/PUC-Goiás. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 51 Protective Effect of an Aqueous Extract of Propolis and its Fractions on Chemically-Induced DNA Damage Almeida, DC1; Alves de Lima, RO1; Marcucci, MC2; Salvadori, DMF1 1 – Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina de Botucatu – Universidade Estadual Paulista - UNESP. 2 –Departamento de Farmacologia, Universidade Bandeirantes de São Paulo – UNIBAN. [email protected] Palavras-chave: Antigenotoxicity, chemoprevention, DNA damage, propolis, comet assay Propolis is a complex mixture of plant resin, bee wax, essential oils and pollen, with a highly complex and variable chemical composition, which is intimately related to the region visited by the honeybees. This resin has been used in folk medicine because of its antimicrobial, antiparasitic, antiviral, antiinflamatory, and antioxidant properties. This study was designed to evaluate the antigenotoxic effect of an aqueous extract of propolis (AEP – at concentrations: 12,5, 25, 50, 100 and 200 µg/ml) and its fractions (F1, F2, F3, F4 and F5 – at concentration: 25, 50 and 100 µg/ml) on Chinese Hamster Ovary (CHO) cell line. The comet assay was used to evaluate primary DNA damage and chemicals with different mechanisms of mutagenicity (H2O2, 4NQO and MMS) were used in 3 different treatment protocols (pre-, simultaneous and post-), in order to better understand propolis chemopreventive action. Our data showed that both the aqueous extract of propolis (AEP) and its fractions (F1 to F5) were capable of reducing DNA damage induced by the 3 mutagens in CHO cell line. The antigenotoxic activity was more effective when the mutagens H2O2 and 4NQO were used, however when MMS was used simultaneously with the AEP, and with F1, F2 and F3 in the three protocols, the level of damage increased. In conclusion, our findings confirmed the preventive effect of propolis components against chemically-induced DNA damage, but before establishing chemopreventive strategies using this bee product, more studies are necessary to better understand under which conditions propolis may prevent genetic instability and promotes health. Apoio Financeiro: CNPq and FAPESP 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 52 Genotoxicidade da ipriflavona in vitro Belcavello, L; Dutra, JCV; Freitas, JV; Melo, FS; Luz, AC; Batitucci, MCP Laboratório de Genética Vegetal e Toxicológica, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Espírito Santo [email protected] Palavras-chave: Ipriflavona, Linfócitos Humanos, Micronúcleo, Citotoxicidade, Genotoxicidade A Ipriflavona (7-isopropóxi-isoflavona) é uma isoflavona semissintética derivada da daidzeína e utilizada como alternativa terapêutica na prevenção e tratamento de osteoporose em mulheres pós-menopausadas. Não há relato na literatura acerca do potencial genotóxico da ipriflavona (Ipr), apesar desse medicamento ser prescrito desde 1989 para mulheres no climatério. No presente estudo, a ipriflavona foi investigada quanto aos seus efeitos citotóxico e genotóxico empregando-se o ensaio do micronúcleo (MN) com bloqueio da citocinese pela citocalasina-B, em linfócitos de sangue periférico humano. As amostras de sangue foram obtidas de cinco doadores (3 mulheres e 2 homens), com idades entre 20 e 25 anos, saudáveis, não-fumantes e sem históricos recentes de doenças, exposição à radiação ou uso de medicamentos. Ipriflavona, dissolvida em DMSO (dimetilsulfóxido), foi adicionada 24h após o início da cultura às concentrações finais de 5 ou 10 µg.mL-1 de meio. Cisplatina à concentração final de 0.05 µg.mL-1 de meio, para induzir a formação de MN, serviu como controle positivo. Uma cultura não tratada (controle negativo – CN) e uma cultura tratada com DMSO 0.4% v/v (controle do solvente – CS) também foram realizadas. As culturas foram incubadas por 72h a 37°C. As células foram coletadas por centrifugação, hipotonização e fixação, seguindo-se de coloração com Giemsa e análise citológica em microscopia de luz. Duas mil células binucleadas (BN) com citoplasma bem preservado foram computadas, para cada doador, para calcular a frequência de MN. Como parâmetro de citotoxicidade, foi calculado o Índice de Divisão Nuclear (IDN), a partir da contagem de 2000 células por tratamento. A análise estatística foi realizada por ANOVA a um critério e pelo teste de Tukey a posteriori, a 5% de probabilidade. Apenas as culturas tratadas com Ipr à concentração de 10 µg.mL-1 apresentaram diminuição significativa da proliferação celular dos linfócitos (redução do IDN) bem como a indução da formação de MN nas células BN, em relação aos grupos CN e CS, demonstrando-se citotóxica e genotóxica para essa concentração, o que pode estar relacionado a um potencial pró-oxidante dessa substância. Conclusão: O uso de Ipr deve ser realizado com cautela, uma vez que essa isoflavona demonstrou-se citotóxica e genotóxica para linfócitos humanos cultivados e sua segurança como medicamento ainda não foi completamente elucidada, necessitando-se de estudos mais abrangentes. Apoio financeiro: CNPq, Fapes e UFES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 53 Ausência de citotoxicidade do Prevyol (Levonorgestrel) em células somáticas de Drosophila melanogaster Ferreira, AKS1,2; Silva, EM2; Vieira, ILBF2; Felício, LP2; Vale, CR2; Rezende, RDF2; Silva, NF2; Carvalho, S2 Universidade Estadual de Goiás-Morrinhos Laboratório de Mutagênese com Drosophila, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Goiás. [email protected] 1 2 Palavras-chave: fármaco, levonorgestrel, citotoxicidade, Drosophila melanogaster, SMART/asa Os métodos anticoncepcionais de emergência são utilizados em casos onde ocorre a relação sexual, sem prévia proteção, no meio do ciclo menstrual. Por volta de 1979 diversos países liberaram o uso da pílula do dia seguinte, mas só em 1994 ocorreram estudos clínicos confirmando sua eficiência e liberação pela OMS. Uma dessas drogas é o Levonorgestrel, cujo mecanismo de ação contraceptiva envolve a inibição da ovulação, através de alterações na fase lútea, modificação do muco cervical, interferência com a penetração do espermatozóide no ovócito, bem como alteração na maturação do ovócito. Diante disso, o presente trabalho buscou avaliar o efeito citotóxico do fármaco Prevyol-2 (levonorgestrel 0,75 mg) em células somáticas de Drosophila melanogaster, pelo SMART/ asa (Somatic Mutation And Recombination Test). As linhagens flr3, ORR e mwh utilizadas, foram mantidas em meio banana-ágar, em temperatura de 25° C e umidade relativa de 60%. Para os experimentos foram usadas larvas provenientes do cruzamento padrão (ST), sem ativação metabólica, e do cruzamento aprimorado (HB), com ativação metabólica. Larvas ST e HB de terceiro estágio (72 ± 4 horas) foram tratadas com 10 diferentes concentrações do Prevyol 0,75 mg (0,004; 0,009; 0,019; 0,038; 0,05; 0,075; 0,1; 0,15; 0,2; e 0,3 mg/mL). Foram colocadas 100 larvas/dose. Após a emergência, os indivíduos foram contados e descartados. Os resultados foram comparados com o controle negativo (água destilada) e não evidenciaram nenhum efeito citotóxico do Prevyol, pois em todas as doses o número de sobreviventes foi superior ou igual quando comparado com o controle negativo, tanto em ST como em HB. Pode-se concluir que, o fármaco Prevyol 0,75 mg não afetou o desenvolvimento das células somáticas de Drosophila melanogaster, durante a embriologia. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 54 Avaliação genotóxica em células esfoliadas da mucosa oral de usuários de esteróides anabolizantes androgênicos Souza, JP1; Cerqueira, EMM1; Meireles, JRC1 Laboratório de Genética Toxicológica – Departamento de Ciências Biológicas – Universidade Estadual de Feira de Santana. [email protected] 1 Palavras-chave: esteróides anabolizantes, genotoxicidade, micronúcleo, apoptose Dentre os diversos efeitos indesejados associados ao uso de esteróides anabolizantes androgênicos (EAA), o risco de ocorrência de câncer entre usuários tem sido relatado por alguns pesquisadores. Entretanto a ação destas substâncias na iniciação e desenvolvimento da doença não é clara, uma vez que estudos com objetivo de avaliar a genotoxicidade e/ou carcinogenicidade dos EAA são poucos e os resultados controversos. Assim, estudos visando esclarecer o potencial dos EAA em danificar o DNA são de significativa relevância, uma vez que o câncer é uma doença genética decorrente do acúmulo de alterações genéticas em genes envolvidos com o controle da proliferação e diferenciação celular, reparo ao DNA e mecanismos de apoptose. Neste contexto, esta pesquisa objetivou avaliar a possível genotoxicidade/citotoxicidade dos esteróides anabolizantes androgênicos Durateston®, Deca-durabolin® e Deposteron® com uso do Teste de Micronúcleo em células esfoliadas da mucosa oral de usuários no município de Feira de Santana – BA. A população de estudo foi composta por quarenta indivíduos do sexo masculino distribuídos em dois grupos de vinte, pareados por idade: G1 (usuários de Durateston®, Deca-durabolin®, e Deposteron® isolado ou simultaneamente) e G2 (não usuários de esteróides anabolizantes androgênicos). Após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Feira de Santana, foi aplicado um questionário de entrevista. Células da mucosa oral foram coletadas com uso de escova endocervical e processadas para análise de micronúcleo e alterações nucleares indicativas de apoptose. A análise estatística foi realizada com o uso do teste condicional para comparação de proporções em situações de eventos raros e revelou que não houve diferença significativa na ocorrência de micronúcleo entre os grupos (p>0,90). A ocorrência de apoptose, inferida pelo somatório de cariorréxis, cromatina condensada e picnose, foi significativamente mais frequente em células de indivíduos do G2 (p<0,001). Estes resultados sugerem que os EAA analisados não têm efeito clastogênico e/ou aneugênico e que utilização destes produtos promove inibição da apoptose, indicando que o uso prolongado pode prejudicar processos celulares responsáveis pela eliminação de células danificadas e assim contribuir para o desenvolvimento neoplásico. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 55 Análise genotóxica dos antidepressivos Nortriptilina e Paroxetina através da técnica de ensaio cometa Sousa, AP1; da Silva, CC1,2; Cunha, DMC1; de Oliveira, JSP1 da Cruz,AD1,2 , Dinis, LS1;Manso, JAX1 1-Laboratório Replicon – Departamento de Biologia - Pontifícia Universidade Católica de Goiás. 2-LaGene – Laboratório de Citogenética Humana e Genética Molecular – Vinculado ao Lacen – Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros – Secretaria de Saúde do Estado de Goiás. [email protected] Palavras-chave: Danos, depressão, tricíclicos, serotonina, monoaminas Introdução: A depressão é um distúrbio afetivo que possui como forma de tratamento o uso de antidepressivos, que são classificados conforme mecanismo de ação. Os antidepressivos tricíclicos atuam de modo pré-sináptico no bloqueio da recaptura de monoaminas, e pós-sinapticamente de forma variada. Os antidepressivos inibidores seletivos de recaptação da serotonina inibem a recaptação da serotonina. Objetivos: Procurou-se neste trabalho fazer uma análise genotóxica desses medicamentos através da técnica de ensaio cometa. Métodos: foram coletadas amostras de sangue periférico obtidas por punção venosa de voluntários que não fazia o uso de nenhum tipo de medicamento em seguida estas amostras foram centrifugadas para obtenção do anel leucocitário, em seguida acrescenta a este sangue o meio de cultura para nutrir a célula e acrescenta as concentrações do medicamento a ser estudado que são os seguintes: Nortriptilina 25, 50 e100 mg e Paroxetina 5, 10 e 20 mg em seguida este material vai para a estufa por uma hora e depois são feitas as lâminas para o ensaio cometa e depois é feita uma corrida eletroforetica para obtenção dos cometas. Resultados: Os resultados obtidos demonstram que em ambos antidepressivos o índice de dano genotóxico foi maior nas concentrações mais elevadas, e que a frequência de danos da Nortriptilina e Paroxetina não atingiram 50 %. A Nortriptilina 100mg apresentou dano máximo não sendo possível sua classificação nos “Scores”. Conclusão: De acordo com os resultados obtidos é possível concluir que a Nortriptilina e Paroxetina apresentam efeito genotóxico, porém novos testes devem ser realizados para uma confirmação mais precisa. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 56 Avaliação in vitro dos efeitos genotóxicos do antimalárico artesunato em linfócitos humanos Mota, TC*; Cardoso, PCS; Gomes, LM; Vieira, PCM; Cunha, LA; Bahia, MO Laboratório de Citogenética Humana (LCH), Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Universidade Federal do Pará (UFPA)/ Belém-PA, Brasil. E-mail: [email protected] Palavras-chave: artesunato, artemisininas, linfócitos, genotoxicidade, mutagenicidade Introdução: O artesunato é uma das principais drogas usadas como antimaláricos em diversos países. É um composto semi-sintético derivado da artemisinina, substância extraída da planta chinesa Artemisia annua L. Apesar da ampla utilização desta droga na terapêutica antimalárica, ainda hoje são quase inexistentes os trabalhos que demonstrem os efeitos genotóxicos do artesunato em linfócitos humanos. Portanto, no presente trabalho, pretendemos avaliar os efeitos genotóxicos do artesunato utilizando como modelo experimental cultura de linfócitos humanos. Métodos e Resultados: Para a preparação das culturas foi coletado sangue de três indivíduos (duas mulheres e um homem). A colheita foi realizada com o auxílio de seringas descartáveis sendo o sangue, em seguida, submetido ao processo de isolamento de linfócitos de acordo com Fenech (2000). Foram cultivadas 1x106/ mL de células em 5 mL de RPMI 1640 completo. A cultura foi incubada em estufa contendo 5 % de CO2 e 95 % de O2 a 37°C. Após 20 h em cultura, os linfócitos foram tratados com diferentes concentrações de artesunato (0,5; 1 e 2 µg/mL). Após 3 h de incubação com a droga, foram coletadas amostras para a realização do ensaio do cometa e 24 h após o início do tratamento foi adicionado 3 µg/mL de citocalasina-B para a obtenção de células binucleadas e realização do teste do micronúcleo (MN). Após 72 h de cultivo, as células foram centrifugadas, hipotonizadas (KCl 0,075 M) e fixadas. As lâminas então foram confeccionadas e coradas com Giemsa 3 % por 4 min. Parâmetros como PNP (pontes nucleoplasmáticas) e IDN (índice de divisão nuclear) também foram analisados. Nossos resultados demonstraram um aumento significativo (p<0,05) no índice de dano avaliado pelo teste do cometa, bem como na freqüência de micronúcleos em todas as concentrações testadas em relação ao controle. Conclusões: Demonstramos, portanto que o artesunato é uma droga extremamente genotóxica e potencialmente mutagênica em cultura de linfócitos humanos, uma vez que em poucas horas de tratamento foi observado um efeito genotóxico estatisticamente significativo, tanto pelo ensaio do cometa quanto a longo prazo pelo teste do MN. Apoio Financeiro: UFPA, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 57 Efeito da cloroquina sobre cromossomos de camundongos in vivo: teste do micronúcleo Aranha, IP1; Cabral, TS2 1-. Inst. de Biologia Roberto Alcântara Gomes. 2-Instituto de Nutrição. Univ. do Estado do Rio de Janeiro. Palavras-chave: Cloroquina, cromossomos, camundongos, in vivo, micronúcleo A cloroquina pertence a uma série de 4 aminoquinolina sintética e é usada como difosfato em pacientes por via oral. Inicialmente esta droga era utilizada somente no tratamento de pacientes com malária mas, devido a suas características antiinflamatórias, vem sendo utilizada também para o tratamento de doenças como a artrite e o lupus eritematoso sistêmico. O presente estudo teve como objetivo observar o efeito da cloroquina sobre cromossomos in vivo pelo método do micronúcleo. Para isso foram usados eritrócitos policromáticos de medula óssea de camundongos ICR. Seis animais foram inoculados intraperitonealmente com cloroquina numa concentração de 25% da LD50. A administração da droga foi feita durante cinco dias consecutivos. No sexto dia os animais foram sacrificados , seus fêmures retirados, suas medulas ósseas coletadas e os esfregaços foram feitos para a preparação das lâminas. Após 24 h as células foram coradas com Giemsa Gurr (2%). Como controle positivo seis animais foram inoculados com ciclofosfamida (50mg/mL) uma única vez. Seis animais não expostos a qualquer droga serviram de controle negativo do experimento. No grupo teste foram observadas 12080 células sendo encontradas 93 micronucleadas. No grupo exposto à ciclofosfamida, em 12535 células analisadas 173 apresentavam micronúcleos. No grupo que serviu de controle negativo para os trabalhos 12697 células foram estudadas e 9 apresentavam micronúcleos. O teste do qui-quadrado para independência mostrou que nossos resultados eram extremamente significantes (P < 0,0001) sugerindo ser a cloroquina responsável pelos micronúcleos observados. Apoio Financeiro: UERJ 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 58 Avaliação dos efeitos citotóxico e genotóxico de uma nova arilaminonaftoquinona por meio do ensaio do micronúcleo Freitas, JV1,2; Belcavello, L1,2; Cazelli, JVC1; Oliveira, AS3; Greco, SJ3; Batitucci, MCP1,2,4 Laboratório de Genética Vegetal e Toxicológica, Departamento de Ciências Biológicas, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES 2 Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Núcleo de Biotecnologia, Centro de Ciências da Saúde, UFES, Vitória, ES 3 Laboratório de Pesquisas em Química Orgânica, Departamento de Química, UFES, Vitória, ES 4 Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Centro de Ciências Humanas e Naturais, UFES, Vitória, ES. [email protected] 1 Palavras-chave: Arilaminonaftoquinona, Ensaio do Micronúcleo, Camundongos, Citotoxicidade, Genotoxicidade O câncer é uma das doenças que mais causam temor na sociedade, por ter se tornado um estigma de mortalidade e dor. A procura por novos agentes antitumorais tem se tornado cada vez mais necessária, com vistas à uma maior eficácia e menor efeito citotóxico em tecidos normais. Nesta perspectiva, as quinonas vêm sendo exaustivamente estudadas nas últimas décadas devido às suas propriedades biorredutivas e participação no estresse oxidativo. Os estudos toxicológicos para a verificação da citotoxicidade, genotoxicidade e antigenotoxicidade de diversas substâncias, principalmente quando visam à produção de novos medicamentos, são realizados através de bioensaios que avaliam os efeitos do agente testado sobre a célula e o material genético. Este trabalho avaliou as atividades citotóxica e genotóxica de uma nova arilaminonaftoquinona sintética utilizando o ensaio de micronúcleo em medula óssea de camundongos albinos Swiss (Mus musculus) in vivo. Foram determinados seis grupos experimentais (N = 3 animais/sexo/grupo), aos quais foram administrados, intraperitonealmente: Ciclofosfamida 50 mg.kg-1 p.c. (controle positivo); Solução fisiológica (controle negativo), DMSO (dimetilsulfóxido, controle do solvente, 0,05 mL.g-1 p.c.) e arilaminonaftoquinona dissolvida em DMSO nas concentrações finais de 50, 100 e 200 mg.kg-1 p.c. Os animais foram sacrificados por deslocamento cervical 24 h após a administração da droga e dos controles, para coleta da medula óssea e confecção das lâminas. Para a análise citológica foi computada a frequência de eritrócitos policromáticos (PCEs) portadores de micronúcleos em 2000 PCEs por animal. Como parâmetro de citotoxicidade foi calculada a razão entre o número de eritrócitos policromáticos e normocromáticos (NCEs) em 200 eritrócitos totais por animal. A análise estatística dos dados foi realizada por ANOVA seguida pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Os resultados preliminares obtidos demonstraram que as três concentrações testadas de arilaminonaftoquinona não induziram citotoxicidade nem genotoxicidade para as células de medula óssea de camundongos. Tais resultados incentivam a continuidade dos estudos com essa droga e estimulam investigações posteriores quanto às suas propriedades antimutagênicas. Apoio financeiro: PPSUS, FAPES, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 59 Mutagenicidade do gluconato de clorexidina em células esfoliadas da mucosa oral Dantas, SMMM1; Brito, ACR2; Ribeiro, RC2; Leite, AS3; Sousa, JMC4; Melo-Cavalcante, AAC5. Laboratório de citogenética e genética toxicológica - Universidade Federal do Piauí Cirurgiões dentistas especialistas em genética e evolução 3 Aluna de doutorado da UFPI 4 Universidade Federal do Piauí 5 Laboratório Central –LACEN [email protected] 1 2 Palavras-chave: Gluconato de clorexidina 0,12%; mutagenicidade; teste de micronúcleo; mucosa oral; enxaguantes bucais O gluconato de clorexidina a 12% é o princípio ativo de enxaguantes bucais vendidos normalmente no comércio e amplamente usado na prática dental para controle de placa, gengivite e desinfecção de canais radiculares, entretanto, seu potencial genotóxico ainda não foi esclarecido. Visando a saúde de pacientes submetidos a tratamentos odontológicos que usam de forma prolongada colutórios à base desta substância e mesmo da população em geral que o faz, o presente estudo tem como objetivo estudar os possíveis efeitos genotóxicos da exposição contínua em células epiteliais da mucosa bucal desses indivíduos, investigando a frequência de micronúcleos, que podem causar instabilidade no material genético, podendo levar ao aparecimento de neoplasias malignas. A amostra inicial constou de 20 indivíduos, sendo que 10 deles fizeram uso da substância em estudo (Grupo exposto), duas vezes ao dia por sete dias consecutivos e por 10 indivíduos (Grupo não exposto) que não usaram o colutório. Os indivíduos da amostra foram voluntários em tratamento dentário, selecionados após explicação dos procedimentos realizados no teste. Todos os participantes preencheram o questionário de saúde pessoal, recomendado pela International Comission for Protection against Environment Mutagens and Carcinogens (ICPEMC) Mutation Research, 204:379-406. (1998), contendo dados de identificação, ocupação e história médica e indagações a respeito de idade, sexo e hábitos de fumar e ingerir bebidas alcoólicas (os fumantes e aqueles que faziam uso de álcool com freqüência foram excluídos). A proposta do estudo foi aprovada pelo CEP-UFPI com CAAE nº 0089.0.045.000-09. Foram analisadas mil células por indivíduo em microscópio óptico, utilizando-se aumento de 100 vezes. A análise estatística foi realizada através do teste T com nível de significância < 0,01 pelo programa PRISMA versão 5.0, para determinar a freqüência de micronúcleos em células mononucleadas no grupo de expostos e de controle, bem como verificar se haviam diferenças entre eles. Os resultados obtidos revelaram um aumento estatisticamente significativo da presença de micronúcleos no grupo dos indivíduos expostos (2,60 ± 0,60) para p < 0,01, em relação ao grupo de indivíduos não expostos (0,40 ± 0,22), indicando que algum componente do colutório em análise tem efeito mutagênico. Baseados nestes resultados preliminares, a amostra foi ampliada em mais 40 indivíduos nas mesmas condições dos 20 indivíduos deste estudo. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 60 Avaliação do potencial genotóxico do ácido betulínico em células CHO (chinese hamster ovary) Silva, MB1; Fontes, CJ2; Bassi, CL3. Instituto de Biociências de Mato Grosso (IB-UFMT) Depto. Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM-UFMT) 3 Depto. de Ciências Básicas em Saúde (DCBS-FCM/UFMT). [email protected] 1 2 Palavras-chave: malária, ácido betulínico, micronúcleo, CHO A malária é a doença parasitária mais importante atingindo o homem, sendo que o surgimento de parasitas resistentes à ação da cloroquina e de outras drogas usadas no tratamento da doença tem impulsionando a busca por novas drogas. O ácido betulínico (AB) é um triterpeno que tem apresentado atividade anti-plasmodial in vitro e in vivo, mas seus efeitos mutagênicos ainda não foram investigados. O objetivo desse estudo foi avaliar a freqüência de micronúcleos (MN) em células CHO após o tratamento com o AB. Após o teste de citotoxicidade (population doubling) para a escolha das concentrações a serem testadas, as células foram tratadas por 3 (+ 17 horas de recuperação) ou 20 horas, com 5, 10 e 15 mM de AB, juntamente com os controles negativo (CN), de solvente (CS, DMSO 0,09%) e positivo (CP, doxorrubicina 0,1 mg/ml). Para determinar o número de células binucleadas (CBN) com MNs e/ou pontes nucleoplasmáticas (PNPs), bem como o total de MNs ou PNPs e o índice de divisão nuclear (IDN), foram analisadas 1000 células binucleadas em microscópio ótico. Os resultados obtidos submetidos à avaliação estatística pelo teste One Way ANOVA. Não houve aumento significativo na freqüência de nenhum dos parâmetros analisados nas concentrações de AB testadas em comparação com o CS, ou quando o CS foi comparado ao CN, nos dois protocolos de tratamento utilizados (p>0,05). Houve aumento estatisticamente significativo de CBN-MN e do número total de MNs, bem como uma redução significativa do IDN quando o CP foi comparado ao CS (p<0,05). Estes resultados sugerem que o AB não apresenta efeitos mutagênicos em células CHO, embora existam evidências que essa substância possa inibir alguns processos celulares que resultam em quebras no DNA. No entanto, é necessário investigar os efeitos da droga após metabolização para que dados mais conclusivos sobre o seu potencial mutagênico possam ser obtidos. Apoio: CNPq, FAPEMAT 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 61 Evaluation of micronucleus frequency in peripheral blood of normal rats and in persistent estrus Rodrigues-Junior, DM¹; Lopes-Costa, PV¹; Melo, AAC²; Aguiar, ARN¹; Ribeiro dos Santos, A¹; Da Silva, BB¹ ¹Departamento de Ginecologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Piauí ² Departamento de Biomedicina, NOVAFAPI [email protected] Keywords: estrogen, persistent estrus, micronuclei, genotoxicity, breast cancer Estrogens affect the rate of cell division and thus manifest their effect on the risk of breast cancer by causing proliferation of breast epithelial cells. The cumulative exposure of this hormone can result in combinations of genotoxic and epigenetic mechanisms in the formation of micronuclei (MN), with subsequent chromosomal damage. The MN frequency in Peripheral Blood Lymphocyte (PBL) is a predictive biomarker of cancer risk and data has suggests that elevated MN frequency may be linked with breast cancer risk. In this study we evaluate the frequency of MN in PBL of normal rats and in standing estrus. Twenty Winstar-Hannover rats were divided into Group I (n = 10, normal rats) and Group II (n = 10; in estrus induced by continuous administration of 1.25 mg of testosterone propionate sc on the second day of life). For data analysis was used ANOVA test and Tukey post-test for two independent samples (p < 0.05). The mean percentage of MN, in a thousand cells, in Group I was 1.82 ± 0.13 and in Group II was of 5.20 ± 0.23 (p<0.01). The percentage of MN was significantly higher in PBL of rats in persistent estrus in comparison with the normal group, suggesting an genotoxic effect of estrogen cumulative exposure in PBL of rats subjected to high levels of circulating estrogen. Financial support: CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 62 Avaliação in vitro dos efeitos citotóxicos e genotóxicos da droga antimalárica Artemeter em linhagem celular de neoplasia gástrica (pg100) Alcântara, DFA1; Ribeiro, HF1; Correa, RMS1; Rocha, CAM1; Burbano, RR1; Bahia, MO1 Laboratório de Citogenética Humana,Universidade Federal do Pará [email protected] 1 Palavras-chave: Antimalárico, Artemisininas, Genotoxicidade, Ensaio Cometa, MTT Introdução: A artemisinina é uma lactona sesquiterpênica com um grupo endoperóxido, extraída de Artemisia annua L., e extensivamente utilizada como droga antimalárica. Alguns estudos na literatura mostram um efeito genotóxico das artemisininas, incluindo o seu derivado, artemeter, tanto em células normais quanto em células alteradas, sendo este efeito desejável no tratamento de células neoplásicas na tentativa de impedir sua proliferação e induzir apoptose. O câncer gástrico é a 4ª malignidade mais freqüente e responsável por 9% da incidência mundial de câncer, sendo o segundo maior causador de morte por neoplasias, perdendo apenas para o câncer de pulmão, sendo também relacionado às porcentagens que variam de 3 a 10% no total de mortes relacionadas às neoplasias. Pretende-se, desta forma, compreender com este estudo as alterações celulares e genéticas provocadas por essa droga, colaborando, assim, na geração de informações que contribuam no tratamento do câncer gástrico Objetivo: Este trabalho visa avaliar in vitro os possíveis efeitos genotóxicos e citotóxicos do Artemeter, em cultura de linhagem celular de neoplasia gástrica (PG100). Métodos: Para os testes de sobrevivência celular, as células foram expostas a diferentes concentrações do Artemeter (14,92; 29,85; 59,7; 119,4; 238,8; 477,6; 955,2 µg/ml) por 24 horas. Após 48 horas do tratamento foi realizado o teste bioquímico MTT, sendo os resultados obtidos por espectrofotometria. Para avaliação da genotoxicidade foi realizado o ensaio cometa versão alcalina. As células foram tratadas por 4 horas com as concentrações de 29,85; 119,4 e 238,8 µg/ml de Artemeter. Ao término do tratamento as lâminas foram confeccionadas e a corrida por eletroforese foi realizada para migração dos cometas e posteriormente foi feita análise e contagem por microscopia de fluorescência. Resultados: O teste MTT mostrou uma diminuição nas porcentagens de sobrevivência a partir da concentração de 14,92 µg/ml de Artemeter, sendo esta redução estatisticamente significativa a partir da concentração de 477,6 µg/ml (22,2%), quando comparada ao controle. O índice de dano (ID) ocasionado pelo Artemeter, avaliado pelo ensaio cometa, foi estatisticamente significativo nas concentrações de 119,4 µg/ml (ID=1,14) e 238,8 µg/ml (ID=1,35) em relação ao controle negativo (ID=0,5) Conclusão: O Artemeter demonstrou um efeito citotóxico e genotóxico na linhagem celular PG100, em nossas condições experimentais, tornando-se assim um possível candidato no tratamento do câncer gástrico. Entretanto, são necessários novos estudos que elucidem melhor a morte celular induzida por este agente. Apoio Financeiro: UFPa/CNPq/CAPES 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 63 Avaliação de potencial citotóxico do Ácido Acetilsalicílico (AAS) em células somáticas de Drosophila melanogaster pelo teste SMART/asa Duarte, SR1,2; Vale, CR2; Silva, EM2; Felício, LP2; Ferreira, AKS2; Miranda, CT3; Rezende, RDF1; Macedo, VS1; Carvalho, S2 Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Iporá. Laboratório de Mutagênese com Drosophila, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Goiás. 3 Faculdade de Tecnologia, Universidade de Brasília. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Ácido Acetilsalicílico, SMART, Drosophila melanogaster, citotoxicidade O ácido acetilsalicílico (AAS) é o princípio ativo de vários fármacos, estando entre os mais utilizados por toda a população em escala global, além de ser também utilizado de forma indireta para o tratamento de hipertensão. Isso devido à propriedade peculiar de ser um ótimo anti-agregante plaquetário, qualidade essa só possível através da inibição de prostaciclinas do ciclo de ciclogenase. Devido a essa ampla utilização, buscou-se analisar seu efeito citotóxico em células somáticas de Drosophila melanogaster pelo teste SMART/asa. Foram utilizadas três linhagens: multiple wing hair (mwh), Flare e ORR, e empregados a dois tipos de cruzamentos: o Padrão (ST) onde são cruzadas fêmeas Flare com machos mwh; e o de alta bioativação (HB) fêmeas ORR com machos mwh. As lavras de terceiro estágio provenientes desses dois cruzamentos foram contadas (100 larvas/tubo) e submetidas a dois tratamentos para avaliação da citotoxicidade dos compostos empregados. Comparou-se o fármaco Aspirina, vendido livremente nas farmácias e drogarias, com o principio ativo. As concentrações utilizadas com o fármaco aspirina foram homólogas com a dosagem que compreendem os comprimidos, sendo a menor concentração igual ao comprimido consumido por crianças (125; 250; 375; 500; 625; 750; 875; 1000; 1120 e 1250mg), utilizou-se como controle negativo água destilada. As concentrações utilizadas com o princípio ativo foram: 1; 0,5; 0,33; 0,25; 0,20; 0,16; 0,14; 0,12; 0,11 e 0,1mg/ml. Nesse experimento foram empregados dois controles, um com água destilada isolada e outro com água destilada+ Tween+etanol+sacarose a 3%, respectivamente. A curva de sobrevivência resultante do tratamento com o extrato bruto permitiu concluir que o efeito citotóxico é evidenciado no cruzamento ST, mostrando que possui efeito direto, e ausente no HB nas diferentes concentrações testadas. A ausência de citotoxicidade no cruzamento HB pode ser devido às genotoxinas que foram metabolizadas antes de causarem algum efeito. Já na curva de sobrevivência com princípio ativo não foi evidenciado citotoxicidade do ASS em relação aos solventes Tween e etanol, apenas as doses de 1; 0,5 e 0,33 mg/ml apresentaram efeito citotóxico se comparado com a água destilada isolada. No entanto todos os dados de sobrevivência tanto do cruzamento ST como HB foram superiores ao encontrado na água, portanto verificando que não houve efeito citotóxico do princípio ativo. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 64 Influência da variação da temperatura sobre a formação de micronúcleos em células-mãe de pólen em Tradescantia pallida cv. purpurea utilizada como bioindicadora Barbosa, MD1; Endres, DJ1; Sasamori, MH1; Schmitt, JL2; Droste, A1 Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental, Universidade Feevale Laboratório de Botânica, Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental, Universidade Feevale. [email protected] 1 2 Palavras-chave: temperatura, bioindicação, Tradescantia pallida cv purpurea, Trad-MCN e genotoxicidade Tradescantia é uma planta bioindicadora de qualidade ambiental por meio da detecção de efeitos genotóxicos em células-mãe de pólen. O teste de micronúcleos em Tradescantia (Trad-MCN) é considerado uma valiosa ferramenta pela simplicidade da metodologia e sensibilidade desta planta aos agentes genotóxicos. Fatores abióticos, como condições climáticas às quais as plantas são expostas durante as amostragens, podem influenciar na resposta e alterar a frequência de micronúcleos. Por outro lado, a maioria dos estudos não leva tais fatores em consideração. O objetivo do presente trabalho foi verificar se há influência de variações da temperatura sobre a frequência de micronúcleos em Tradescantia pallida cv. purpurea. Plantas da espécie foram cultivadas em vasos em ambiente externo com intensa circulação de ar. Talos com inflorescências jovens foram coletados e colocados em vidros contendo água destilada, conforme metodologia usada rotineiramente para amostragem da genotoxicidade do ambiente. Os talos foram mantidos em câmaras de germinação do tipo BOD em simulação às variações de temperatura de um dia de cada uma das quatro estações do ano do local de estudo. A simulação das variações de temperatura de um dia de primavera (12°C - 28oC, fotoperíodo de 12h luz) e um dia de verão (27°C - 38°C, fotoperíodo de 14h luz) foram realizadas em março de 2010. A simulação de um dia de outono (12°C - 20°C, fotoperíodo de 12h luz) e um dia de inverno (6°C - 14°C; fotoperíodo de 11h luz) ocorreu em maio de 2010. Foi realizado ainda um experimento com temperatura constante de 26°C e fotoperíodo de 12h, condições normalmente utilizadas para os experimentos em laboratório. A frequência de micronúcleos (MCN/100 tétrades) foi estimada a partir da contagem de micronúcleos em 300 tétrades em um total de 10 lâminas por simulação. As frequências médias foram comparadas por análise de variância (ANOVA) ao nível de significância de 5%, por meio do programa SPSS versão 15.0. As simulações de um dia de primavera, de verão, de outono e de inverno, apresentaram, respectivamente, frequências médias de 1,16, 0,73, 0,70 e 1,00 micronúcleos. Em temperatura constante de 26°C, foi obtida uma frequência média de 0,96 micronúcleos. Não houve efeito de variações de temperatura sobre os resultados do bioensaio, uma vez que as frequências médias de micronúcleos das cinco simulações não apresentaram diferenças significativas (F= 0.65; p= 0.62) o que corrobora a confiabilidade do teste Trad-MCN como indicador da genotoxicidade do ambiente, independente da temperatura de exposição. Apoio financeiro: Feevale. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 65 Teste de Micronúcleo aplicado ao biomonitoramento dos efeitos genotóxicos do larvicida Diflubenzuron em Poecilia vivipara Costa, DAX; Moreira-Neto, JF; Brandeburgo, MAM Laboratório de Genética e Biomonitoramento, Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] Palavras-chave: Diflubenzuron, Poecilia vivipara, Micronúcleo, Biomonitoramento, Larvicida Introdução: Várias populações de Aedes aegypti, vetor da dengue e da febre amarela urbana, apresentam resistência aos inseticidas clássicos utilizados em seu controle, tornando necessária a aplicação de novos agentes químicos para evitar epidemias nos centros urbanos. O diflubenzuron é um novo inseticida recomendado recentemente pela OMS para o controle de larvas do vetor em água potável. Trata-se de um larvicida regulador, que inibe a formação da cutícula das larvas, impedindo seu desenvolvimento. Ao atingir os ambientes aquáticos, os larvicidas atingem os peixes, predadores naturais das larvas de A. aegypti, que são particularmente sensíveis a esse tipo de composto. Métodos: Os efeitos foram avaliados por meio do Teste de Micronúcleo em peixes da espécie Poecilia vivipara nos tratamentos de curta (96 h) e de longa (28 dias) duração expostos ao larvicida Diflubenzuron. Resultados: O Teste de Micronúcleo revelou não haver diferenças entre as taxas de micronúcleos dos grupos controle (não expostos ao Diflubenzuron) e Tratados (expostos ao Diflubenzuron) tanto nos tratamentos de curta, quanto nos de longa duração (para o tratamento de curta duração, F= 0.8756, P= 0,53; para o tratamento de longa duração, F= 0.6718, P= 0.69). Conclusão: Os resultados do Teste de Micronúcleo revelaram que o Diflubenzuron não apresentou efeito clastogênico nas condições utilizadas no experimento. Apoio financeiro: FAPEMIG, CNPq e UFU. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 66 Efeito da exposição ao herbicida atrazina sobre a expressão de genes de conexinas em modelo experimental Spatti, EF1; Pereira, FDC1; Severi-Aguiar, GDC1; Pigoso, AA2; Silva-Zacarin, ECM4; Barbieri, RA3; Oliveira, CA1 Programa de Pós-graduação em Ciências Biomédicas, Centro Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS, Araras, SP Laboratório de Bioquímica, Centro Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS, Araras, SP 3 Laboratório de Micromorfologia, Centro Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS, Araras, SP 4 Universidade Estadual de São Carlos - UFSCAR, Sorocaba, SP. [email protected], [email protected] 1 2 Palavras-chave: atrazina, conexinas, expressão gênica, RT-PCR semi quantitativa A atrazina é um herbicida utilizado para controlar o crescimento de ervas daninhas em uma grande variedade de culturas, podendo persistir no ambiente e ser frequentemente encontrado em águas superficiais e subterrâneas. Organismos multicelulares apresentam diferentes mecanismos de comunicação intercelular. As conexinas pertencem a uma família de proteínas transmembrânicas que mediam a transferência direta de metabólitos entre células adjacentes. O objetivo desse estudo foi avaliar a expressão dos genes das conexinas 26 (GJB2), 32 (GJB1) e 43 (GJA1) sob o efeito da atrazina, em doses subletais, em fígado de ratos Wistar machos. Foram utilizados 10 animais – 5 controles, que receberam apenas água e 5 experimentais, que receberam solução aquosa de atrazina (400mg/kg/dia), por um período de 14 dias. Ao fim deste período, os animais foram anestesiados e tiveram seus fígados removidos. O RNA total foi extraído do tecido utilizando-se o reagente TRIZOL®, a partir do qual sintetizou-se cDNA, o qual foi utilizado para o estudo da expressão gênica por RT-PCR na presença de primers específicos. Após a análise densitométrica pelo Software Scion Image, nossos resultados demostraram que os níveis de expressão dos genes GJB2, GJB1 e GJA1, quando normalizados com o gene da β-actina, nos animais tratados com atrazina foram significativamente maiores (média GJB2= 2,18 ± 0,017; GJB1= 2,47 ± 0,039; GJA1= 2,19 ± 0,028), quando comparados com os animais do grupo controle (média GJB2= 0,94 ±0,545; GJB1= 1,28 ±0,612; GJA1= 0,99 ±0,546), com p<0,05. Essa expressão aumentada provavelmente reflete uma resposta das membranas dos hepatócitos à injúria provocada pela ingestão do herbicida que induz modificações nas mesmas. Possivelmente, tal aumento se deva a um mecanismo compensatório, uma vez que as conexinas são as principais reguladoras de homeostase na comunicação celular. Contudo, os canais quando estimulados, por exemplo, por hormônios, respondem com sucessivas ondas de Ca+2 que se propagam pelo tecido, o que nos leva a relacionar as conexinas com o sinalizador cálcio. No caso do tratamento realizado, dois mecanismos poderiam ser responsáveis por desencadear a abertura dos canais de Ca+2: o peróxido de hidrogênio (H2O2), que é capaz de aumentar as concentrações de Ca+2 intracelular e o fato da atrazina ter grande capacidade de bioacumulação, o que impede sua excreção e favorece sua interação com as biomembranas. Esses dois eventos foram verificados observandose níveis aumentados de catalase nos animais tratados com esse herbicida sugerindo aumento na produção de H2O2 e MDA (malondialdeído), o que reflete peroxidação lipídica e alterações nas membranas dos hepatócitos. Assim concluiu-se que o aumento dos níveis de expressão das conexinas hepáticas estudadas, provavelmente está correlacionado a elevação nos níveis de cálcio intracelular, induzido pelo estresse oxidativo provocado pela atrazina, que gera uma resposta de degeneração tecidual e morte celular, comprovando a hepatotoxicidade desse herbicida. Apoio financeiro: PIBIC/CNPq e UNIARARAS. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 67 Avaliação dos efeitos genotóxicos em Poecilia vivípara após exposição ao inseticida Cipermetrina Moreira-Neto, JF; Costa, DAX; Luiz, DP; Amaral, IMR; Faria, RCB; Jacob, GCORP; Kerr, WE; Brandeburgo, MAM Laboratório de Genética e Biomonitoramento, Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] Palavras-chave: Cipermetrina, Poecilia vivipara, Teste do Cometa, Biomonitoramento, Efeito Genotóxico Introdução: As estratégias de controle do principal vetor da dengue, Aedes aegypti estão baseadas na utilização de produtos químicos e biológicos integrados com programas de manejo ambiental. Os programas públicos que visam controlar o mosquito e baseiam-se no uso de inseticidas industrializados, onde se destaca o piretróide cipermetrina utilizado no controle de adultos de Aedes. Ao atingir os ambientes aquáticos, os inseticidas afetam os organismos alvo e não alvo, alterando a estrutura dos ecossistemas, matando, inclusive, os predadores naturais das larvas de A. aegypti. Os piretróides são compostos que atuam como neurotóxicos, causando hiperestimulação do sistema nervoso devido ao bloqueio que exerce nos canais de sódio. O desenvolvimento de Biomarcadores baseados em respostas biológicas de organismos tratados com poluentes vem sendo amplamente utilizado para monitorar os efeitos da exposição a contaminantes. O Teste do Cometa detecta graus de degradação do ácido desoxirribonucléico e é uma técnica simples e freqüentemente utilizada para monitorar os efeitos causados no ADN, revelando ser uma importante técnica para determinar o potencial genotóxico de agentes químicos poluidores. Métodos: Os efeitos foram avaliados por meio do Teste do Cometa em peixes da espécie Poecilia vivipara expostos ao inseticida nos intervalos de 1, 2, 3, 4, 7, 14, 21 e 28 dias. Resultados: O Teste do Cometa revelou diferenças significativas (p<0,0001) entre os scores dos grupos controle e tratado. Conclusão: Os resultados do Teste do Cometa revelaram que a Cipermetrina apresentou efeito genotóxico nas condições utilizadas no experimento. Apoio financeiro: FAPEMIG, CNPq e UFU. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 68 Avaliação mutagênica de trabalhadores expostos a agrotóxicos em municípios do Piauí Gomes, DCV1; Souza, APC1; Carvalho, RM1; Leite, AS2; Júnior, DMR3; Rodrigues, VRCB4; Berrêdo, RHG5; Moraes, MEA6; Cavalcante, AACM1,3,5; Chaves, TVS1,4,7 Faculdade de Saúde Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí - NOVAFAPI Faculdade CET 3 Universidade Federal do Piauí – UFPI 4 Secretaria Estadual de Saúde - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, Teresina-PI 5 Secretaria Estadual de Saúde - Laboratório Central do Piauí (LANCEN) 6 Universidade Federal do Ceará-UFC 7 Secretaria Estadual de Saúde - Diretoria de Vigilância Sanitária do Piauí. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Pesticidas, mutagenicidade, aberrações cromossômicas, micronúcleo, instabilidade genética Os agrotóxicos constituem uma mistura complexa de substâncias químicas, que são utilizadas no controle de pragas que atacam plantações e contra vetores de doenças. O objetivo deste estudo foi a avaliação de riscos ocupacionais de agricultores expostos às misturas complexas de pesticidas com o uso dos testes de micronúcleos e aberrações cromossômicas, como biomarcadores citogenéticos. O grupo teste foi formado por 67 agricultores expostos às misturas complexas de pesticidas no Piauí, enquanto o grupo controle foi formado por 55 indivíduos não expostos. O teste de micronúcleo foi realizado em células esfoliadas da mucosa oral. As células foram colocadas em solução tampão para centrifugação. As lâminas foram preparadas com cerca de 100 μl da suspensão de células. Após secas, realizou-se a fixação com metanol:ácido acético (3:1) e a coloração com Giemsa a 10%. Foram contadas cerca de 2.000 células para cada indivíduo. O teste de aberrações cromossômicas foi realizado através de punção venosa de 5 mL de sangue periférico. Foram adicionadas 18 gotas do sangue em culturas de meio RPMI, para estimular a divisão celular. As culturas foram incubadas em estufa a 37 ºC por 72 horas. Adicionou-se colchicina 2 horas antes de completar 48 horas de incubação para obtenção de células em metáfase. Após as 72 horas de incubação, a cultura de linfócitos foi transferida para tubos falcon e centrifugada a 800 rpm por 5 minutos, fazendo uma lavagem com solução hipotônica para rompimento das membranas celulares. A lâminas foram preparadas e fixadas em metanol: ácido acético (3:1) e coradas com Giemsa 10%. Os resultados mostraram um aumento significativo (P<0,0001) no número de micronúcleos (5,11 ± 3,11 X 0,85 ± 0,01) e de aberrações cromossômicas (3,23 ± X 0,72 ± 0,10) nos indivíduos expostos, em relação aos não expostos. Anormalidades nucleares tais como cariorrexe, cariólise e células binucleadas também foram significantemente (P<0, 0001) aumentadas no grupo exposto aos pesticidas. Não houve correlações positivas entre fumo e etilismo com os biomarcadores citogenéticos. Os tipos de aberrações cromossômicas mais encontradas no grupo exposto foram cromossomos dicêntricos, tricêntricos, deleções terminais e anéis cromossômicos. Esses dados sugerem que os trabalhadores expostos aos pesticidas apresentam instabilidade genética, sendo os testes citogenéticos em foco, excelentes para o biomonitoramento ocupacional, visando a prevenção de doenças genéticas, incluindo o câncer. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 69 Teste do Cometa como biomarcador dos efeitos genotóxicos do larvicida Temefós Giannecchini, FF; Moreira-Neto, JF; Costa, DAX; Brandeburgo, MAM Laboratório de Genética e Biomonitoramento, Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] Palavras-chave: Temefós, Poecilia vivipara, Teste do Cometa, Biomonitoramento, Efeito Genotóxico Introdução: O controle do Aedes aegypti, principal vetor da dengue, se baseia na utilização de produtos químicos e biológicos integrados com programas de manejo ambiental. Os programas públicos que visam controlar o mosquito e baseiam-se no uso de inseticidas industrializados, onde se destaca o organofosforado Temefós, utilizado no controle de larvas de Aedes. Ao atingir os ambientes aquáticos, os inseticidas afetam os organismos alvo e não alvo, alterando a estrutura dos ecossistemas, matando, inclusive, os predadores naturais das larvas de A. aegypti. Os principais efeitos causados pelos organofosforados estão relacionados, primeiramente, à inibição da acetilcolinesterase, uma importante enzima do sistema nervoso que, quando inibida, provoca acúmulo de acetilcolina nas sinapses com consequente colapso do sistema nervoso, resultando na morte do organismo contaminado. Os efeitos secundários, porém muito relevantes, são resultantes da genotoxicidade dos organofosforados. O efeito genotóxico é causado por lesões no ADN, incluindo quebras, bases modificadas e eventos de perdas de cromossomos durante a divisão celular. O desenvolvimento de Biomarcadores baseados em respostas biológicas de organismos tratados com poluentes vem sendo amplamente utilizado para monitorar os efeitos da exposição a contaminantes. O Teste do Cometa detecta graus de degradação do ácido desoxirribonucléico e é uma técnica simples e freqüentemente utilizada para monitorar os efeitos causados no ADN, revelando ser uma importante técnica para determinar o potencial genotóxico de agentes químicos poluidores. Métodos: Os efeitos foram avaliados por meio do Teste do Cometa em peixes da espécie Poecilia vivipara expostos ao larvicida nos intervalos de 24, 48,72 E 96 horas. Resultados: Com a analise dos scores encontrados no Teste do Cometa não se observou diferença significativa entre os tempos de exposição no controle negativo (P=0,47), já entre os tempos do tratado com Temfós uma diferença significativa foi observada (P<0,0001), devido ao aumento progressivo nos danos ao ADN dos peixes analisados. Na comparação dos resultados obtidos com o conrole negativo e tratado também se observou uma diferença significativa (P<0,0001). Conclusão: Os resultados do Teste do Cometa revelaram que o Temefós apresentou efeito genotóxico nas condições utilizadas no experimento. Apoio financeiro: FAPEMIG, CNPq e UFU. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 70 Biomonitoramento da genotoxicidade da ciflutrina, Lambda-Cialotrina e Malathion por meio de teste de micronúcleo com Tradescantia De Campos Júnior, EO; Pereira, BB; Luiz, DP; Moreira-Neto, JF; Morelli, S; Kerr, WE Instituto de Genética e Bioquímica, Laboratório de Genética, Universidade Federal de Uberlândia. [email protected] Palavras-chave: Tradescantia, biomonitoramento, piretróide, micronúcleo O controle do mosquito Aedes aegypti, vetor da Dengue, realizado pelos programas governamentais, baseiam-se no uso de inseticidas industrializados, dos quais se destacam os organofosforados e piretróides. Por meio da crescente substituição dos organofosforados e organoclorados por inseticidas piretróides para controle de larvas, devido à menor toxicidade destes substituintes, ocorre menores implicações ecológicas, associadas principalmente a ambientes aquáticos, ou mesmo evidenciadas em bioindicadores, como a tradescantia. Já para controle de formas adultas é utilizado continuamente o organofosforado Malathion. Ao atingir o ambiente, os inseticidas afetam os organismos alvo e não alvo, alterando a estrutura dos ecossistemas. Biomarcadores baseados em respostas biológicas de organismos tratados com poluentes vem sendo amplamente aplicados para monitorar os efeitos de contaminantes (GARCIA et al., 2000). Este estudo objetivou avaliar o potencial genotóxico dos piretróides Ciflutrina e Lambda- Cialotrina e do organofosforado Malathion, por meio do Teste de Micronúcleos com Tradescantia. As plantas foram expostas a oito concentrações diferentes de cada inseticida separadamente durante um período de 48 horas. Grupos não expostos aos inseticidas (não Controle) também foram avaliados. Vinte inflorescências jovens de Tradescantia pallida de cada grupo foram coletadas, e um total de 300 tétrades por lâmina foi analisado (Ma, et al., 1995). As freqüências de micronúcleos foram expressas como o número de micronúcleos por cem tétrades. Foram considerados como micronúcleos, fragmentos circulares com cerca de um quinto do tamanho do núcleo principal, mesma coloração e isolados deste. Não houve diferença significativa entre controle e tratados com Lambda-Cialotrina (ANOVA, Tukey; p= 22,83), também não houve diferença significativa no entre controle e tratados com Ciflutrina (ANOVA, Tukey; p= 23,91). Os resultados implicaram que houve incremento significativo na taxa de micronúcleos após a exposição das plantas ao Malathion (ANOVA, Tukey; p< 0, 001). Foi constatada uma correlação positiva entre a frequência média de micronúcleos e a concentração de Malathion (r = 0,9881; p< 0, 001). O efeito genotóxico do Malathion pode ser explicado pela ocorrência de lesões no DNA, incluindo quebras, bases modificadas e eventos de perdas de cromossomos durante a divisão celular (KIRSCH-VOLDERS et al., 2003). Apoio financeiro: CNPq, FAPEMIG e UFU. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 71 Avaliação do efeito citotóxico do defensivo agrícola glifosato em células somáticas de Drosophila melanogaster pelo teste SMART/asa Felício, LP1; Miranda, CT2; Silva, EM1; Ferreira, AKS3; Duarte, SR3; Vale, CR1; Souza-Filho, J4; SabóiaMorais, SMT4; Silva, CC5; Carvalho, S1 Laboratório de mutagênese com Drosophila, Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia-GO 2 Faculdade de Tecnologia, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil 3 Universidade Estadual de Goiás 4 Laboratório de comportamento celular, Departamento de Morfologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia-GO 5 REPLICON, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia-GO. [email protected] 1 Palavras-chave: Citotoxicidade, glifosato, herbicida, Drosophila melanogaster, SMART/asa Os glifosatos [N-( fosfonometil) glicina] são os defensivos agrícolas mais utilizados no mundo para o controle de plantas indesejadas em grandes monoculturas. Pertencentes ao grupo químico das glicinas substituídas, age impedindo a síntese da enzima 5-enolpiruvilshiquimato-3-fosfato sintase (EPSPs), bloqueando assim, a produção de aminoácidos aromáticos, o que leva à morte do vegetal-alvo. A preocupação com o uso excessivo dos glifosatos não se deve apenas ao fato do grande avanço que estes herbicidas, de forma indireta, causam sobre o aumento na utilização de vegetais transgênicos, mas também pelos efeitos que estes defensivos agrícolas podem trazer aos demais seres vivos do ecossistema. Tendo em vista que os produtos químicos existentes nos herbicidas podem ser os responsáveis por inúmeras alterações no funcionamento do organismo, bem como desencadear doenças ou desordens múltiplas, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial citotóxico do glifosato, em oito diferentes concentrações (1,41; 2,82; 4,23; 5,65; 7,06; 8,47, 9,88; 11,3 µL/L). Para este propósito, foi empregado o teste de mutação somática e recombinação (SMART/asa), utilizando-se como organismo modelo a Drosophila melanogaster. Foram utilizados o cruzamento padrão (ST) e o de alta bioativação metabólica (HB), nos quais exatamente 100 larvas de terceiro estágio/dose/cruzamento foram tratadas com o glifosato isoladamente. Após sete dias da exposição, os indivíduos adultos emergentes foram sacrificados e contados para o estabelecimento de uma DL50. Um controle negativo (água destilada) foi incluído em ambos experimentos. As doses utilizadas, foram estabelecidas mediante uma correlação de massa entre os valores determinados pela própria empresa fabricante para a toxicidade aguda em ratos (5000 mg/kg) e a massa da Drosophila melanogaster. Comparando-se os valores encontrados no número de sobreviventes em todas as doses testada com o respectivo controle negativo, não se observou grandes alterações no número de indivíduos emergentes em todas as doses analisadas, tanto para ST quanto para HB, evidenciando, nestas condições experimentais, a inexistência de efeito citotóxico por parte do defensivo agrícola para as células somáticas de Drosophila melanogaster, mesmo quando administrado em concentrações maiores, determinada pela correlação de massa, do que a dose que gera toxicidade aguda encontrada para ratos. Entretanto, novos estudos são necessários para determinar se o uso dos glifosatos não acarreta riscos à saúde humana e demais seres vivos do ecossistema. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 72 Toxicidade de temefós sobre o crescimento e esterase de Scenedesmus quadricauda Luiz, DP; Pereira, BB; de Campos, EO; Amaral, IMR; Moreira-Neto, JF; Almeida FC; Faria, RCB; Silva, RP; Brandeburgo, MAM Universidade Federal de Uberlândia [email protected] Palavras-chave: Temefós, Esterase, Scenedesmus, Alga, Organofosforado O aumento de técnicas de combate a praga da agricultura, tem se intensificado o uso de pesticidas, inclusive os de compostos organofosforados, estes agrotóxicos lançados em ambientes aquáticos provocam um significativo impacto ambiental. Neste estudo, o potencial toxicológico destes pesticidas foram testados em algas da espécie Scendesmus quadricauda, espécie de alga facilmente encontrada no ambiente aquática Brasileiro, utilizandose o Teste de Esterase e o cálculo de crescimento populacional. Um total de 260 algas foram analisadas em concentrações diferentes de organofosforados. A atividade esterásica foi quantificada e comparada com o grupo controle de algas, A taxa de crescimento populacional foi calculado após 1 e 2 semanas de recuperação para as culturas de algas testadas, assim podendo ser observada uma significativa baixa na taxa de crescimento populacional entre estes grupos. Uma significante diferença de atividade esterásica entre o grupo teste e o controle foi encontrado (p< 0,05). Os testes revelaram a alga Scenedesmus quadricauda como um importante biomarcador. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 73 Avaliação do Potencial Genotóxico do herbicida dimetilamina em linfócitos T humanos Silva, LR1; Machado, LR1; Alvarenga, MV1; de Abreu, JB1; Silva, CC1,2; da cruz, AD1,2 Núcleo de pesquisas Replicon do departamento de biologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás Lagene- laboratório de citogenética humana e genética molecular-vinculado ao Lacen- laboratório de Saúde Publica Dr.Giovanni Cysneiros- Secretaria de saúde do estado de Goiás. [email protected] [email protected] 1 2 Palavras-chave: Carcinogênese,mutagênese,agrotóxicos,agricultura,teste cometa O homem desde o início da civilização tem se esforçado em modificar o ambiente para aumentar sua produtividade, mas foi a partir da mecanização que a evolução da agricultura começou a se tornar realidade através da introdução de fertilizantes, defensivos agrícolas e outros insumos. O uso indiscriminado de agrotóxicos trouxe uma série de problemas ambientais e humanos, onde as populações expostas apresentam um maior risco de carcinogênese devido à exposição a estes agentes químicos. O presente estudo teve como objetivo avaliar a ação mutagênica do herbicida dimetilamina (DMA® BR) em linfócitos T humanos, utilizando o ensaio cometa. Foram analisadas, 100 células por tratamento e classificadas visualmente, sob microscopia de epifluorescência, em quatro classes: sem danos – classe 0; até dano máximo – classe 3. O ensaio cometa mostrou-se um teste rápido e sensível na quantificação de lesões e detecção de defeitos no sistema de reparo no DNA. O tratamento revelou atividade mutagênica com aumento crescente no índice de dano genômico, à medida que as concentrações do herbicida vão aumentando. Nas concentrações 1476x104µg/L, 1476x102µg/L e 1476µg/L foi encontrada significância estatística pelo teste t caracterizando um aumento nos danos genômicos de linfócitos T expostos ao herbicida testado. Enquanto que nas concentrações 738µg/L, 70µg/L e 30µ/L não foram observados danos genômicos com significância estatística, quando comparadas com o grupo controle. No entanto, é importante que outros testes capazes de avaliar a mutagenicidade sejam realizados, utilizando concentrações diferentes, a fim de comprovar os danos genômicos em células expostas ao herbicida testado. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 74 Estudos genotóxicos, bioquímicos e hematológicos em agricultores envolvidos com manejo de pesticidas no Piauí, Brasil Carvalho, RM1; Gomes, DCV1; Souza, APC1; Leite, AS2; Júnior, DMR3; Rodrigues,VRCB4; Berrêdo, RHG5; Moraes, MEA6; Cavalcante, AACM1,3,5; Chaves, TVS1,4,7 Faculdade de Saúde Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí – NOVAFAPI Faculdade CET 3 Universidade Federal do Piauí – UFPI 4 Secretaria Estadual de Saúde - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, Teresina-PI 5 Secretaria Estadual de Saúde - Laboratório Central do Piauí (LANCEN) 6 Universidade Federal do Ceará-UFC 7 Secretaria Estadual de Saúde - Diretoria de Vigilância Sanitária do Piauí [email protected] 1 2 Palavras-chave: Genotoxicidade, pesticidas, risco ocupacional, câncer, marcadores bioquímicos No Brasil, a cada ano, aumenta o uso de defensivos agrícolas em suas lavouras. Estes carregam consigo potencial de gerar danos de natureza aguda ou crônica ao ser humano. Os pólos agrícolas no estado do Piauí também aderiram ao uso de pesticidas, destarte é inerente a preocupação com possíveis intoxicações ou aparição de casos mais grave como câncer. No monitoramento das populações agrícolas envolvidas com pesticidas a avaliação genotóxica foi realizada em células esfoliadas de mucosa bucal, pelo ensaio cometa na versão alcalina. Marcadores bioquímicos e hematológicos também foram empregados para avaliação do estado de intoxicação. Foram testados dois grupos: 67 expostos e 55 não expostos a pesticidas. Para todos os indivíduos foram avaliadas 100 células quando ao índice de danos (0-400), freqüência (0-100 %) e as classes de danos (0-4). Aumentos significantes (p<0,0001) foram evidenciados no índice de danos (54,24 ± 4,02 X 12,51 ± 1,03) e na freqüência de danos (33,33 ± 2,04 X 9,98 ± 0,63) dos grupos expostos, quando comparado com o controle. Dentre os marcadores bioquímicos diferenças significantes (p<0,001 e p<0,05) foram evidenciadas para uréia, fosfatase alcalina, butirilcolinesterase, transaminase glutâmica oxalacética. Significantes (p < 0,05) correlações positivas entre os danos ao DNA com idade e biomarcadores hematológicos e bioquímicos (uréia, leucócitos) foram evidenciadas. Significante (p<0,01) correlação negativa foi encontrada entre danos ao DNA e consumo de vegetais. Nenhuma correlação foi percebida entre os marcadores de genotoxidade e tabagismo ou etilismo. Os agricultores do Piauí apresentam intoxicações por agentes anticolinesterásicos. A genotoxicidade observada pode ainda ser alterada, devido aos mecanismos de reparo. Assim sugere-se o biomonitoramento das dosagens de enzimas e análises da genotoxicidade, com os biomarcadores usados, pela sua sensibilidade e eficácia, visando à saúde ocupacional de agricultores rurais do Piauí, incluindo a avaliação de riscos para o desenvolvimento de neoplasias. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 75 Biomonitoramento ocupacional de trabalhadores de curtume expostos substâncias químicas contendo cromo III pela avaliação de danos ao DNA através do teste cometa em linfócitos Lemos, SIA2, 6; Santos, RVSG 2, 6; Amaral, EJLS1,3,5; Chaves, TVS1; Rodrigues, VRCB 1,4 ; Leite, AS4; Berredo, RHG1,2; Melo-Cavalcante, AC1,2; Moraes, MEA5; Moraes, MO 5; Amaral, FPM1,2,3,5 Secretaria de Saúde do Estado do Piauí/Vigilância Sanitária do Piauí/Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Labaratório de Genética Toxicológica do Laboratório Central de Saúde do Piauí 3 Faculdade Integral Diferencial FACID 4 Programa de Pós-graduação da Rede de Biotecnologia do Nordeste (RENORBIO) 5 Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da Universidade Federal do Ceará 6 Faculdade Aliança. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Biomonitoramento, Danos ao DNA, Teste cometa, Cromo III, Curtume O biomonitoramento de populações expostas a químicos é importante para a avaliação de riscos ao câncer. Os metais induzem efeitos na saúde humana tais como intoxicações, alterações no sistema imunológico, nervoso, endócrino, reprodutivo e danos ao DNA. O presente estudo avaliou, através do teste cometa, danos ao DNA em linfócitos de sangue periférico de trabalhadores de curtume do município de Teresina - Piauí, expostos a misturas complexas contendo cromo III. Um total de 46 trabalhadores de curtume e 46 trabalhadores administrativos (grupo controle) foram avaliados quanto aos danos ao DNA. As células foram obtidas após coletada de sangue periférico, sendo em seguida embebidas em gel de agarose e depois lisadas e submetidas à eletroforese, neutralização, fixação e coloração, com nitrato de prata. Para cada sujeito foram analisadas 100 células quanto ao índice de danos (0 – 400), freqüência de danos (%) e classes de danos enumerados de 0 (nenhum dano observado) a 4 (danos severos). O teste cometa em células sangüíneas mostraram aumentos significantes (P< 0,0001) no índice de danos em células dos trabalhadores de curtume expostos a misturas complexas contendo cromo III em relação ao grupo controle (49,13 ± 2,278 X 10,98 ± 0,568). De forma similar, aumentos significativos (P< 0,0001) também foram observados para a freqüência de danos em células dos trabalhadores expostos em relação aos não expostos (52,60 ± 2,285 X 9,80 ± 0,05). Na análise dos possíveis fatores de influência nos danos observados foram verificadas correlações positivas entre idade, uso de EPIs, tempo de exposição e carga horária semanal, mas em relação hábito de fumar e consumo de bebidas alcoólicas não foram observadas correlações com os danos decorrentes da exposição a misturas complexas contendo cromo III. Os resultados sugerem que os trabalhadores de curtume possuem danos no seu material genético, sendo um importante indicativo de maior suscetibilidade ao câncer e de danos que podem ainda ser reparados. Além disso, o teste cometa demonstrou ser uma importante e confiável ferramenta para biomonitoramento de populações expostas ocupacionalmente a agentes mutagênicos. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 76 Avaliação do efeito da exposição a hidrocarbonetos em Atendentes de Postos de Gasolina em postos na cidade de Porto Alegre/RS da Rosa, JCF1; Fiegenbaum, M1,2; Cardoso, VV1 1-Laboratório de Genotoxicidade, Toxicologia e Biologia Molecular - Centro Universitário Metodista do IPA, Porto Alegre - RS. 2-Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre - RS. Palavras-chave: micronúcleos, alterações nucleares, células da mucosa oral, BTEX O acúmulo de alterações no material genético celular depende de vários fatores endógenos, sexo, idade e constituição genética, e exógenos, como hábitos de consumo, alimentação, uso de medicamentos, exposição a agentes químicos, etc. Estudos demonstram que os derivados de petróleo como a gasolina, através da volatilização do hidrocarbonetos aromáticos, em particular benzeno, tolueno, etilbenzeno e os isômeros do xileno (BTEX), são capazes de induzir alterações genéticas e morte celular. Vários marcadores biológicos têm sido utilizados para ajudar no diagnóstico de doenças bem como avaliar os riscos ocupacionais. Para constatar e quantificar estas alterações, este trabalho avalia o potencial mutagênico através de marcadores (teste de micronúcleos (MN) e alterações morfológicas nucleares como cariorrexes, buds, broken-eggs e células binucleadas) nas células esfoliadas da mucosa oral de 34 atendentes de postos de gasolina da cidade de Porto Alegre comparando estes resultados com um grupo controle de indivíduos não expostos (n=34). As lâminas obtidas a partir da raspagem foram coradas pela técnica de Feulgen e as análises foram realizadas em microscópio binocular sendo analisadas 2000 células em cada lâmina. Os resultados demonstram um aumento em relação ao número de MN das alterações nucleares principalmente o aparecimento de celulas binucleadas nos atendentes dos postos em relação ao grupo controle, demonstrando o efeito da exposição ao BTEX em atendentes em relação aos parametros analisados. Como próximo passo experiemental estamos realizando a genotipagem da população amostrada dos atendentes e indivíduos controles para o polimorfismo do gene CYP1A1 para investigar a possível associação entre o polimorfismo deste gene e o aumento da suscetibilidade a agentes xenobióticos como o BTEX. Apoio: Centro Universitário Metodista do IPA, CNPq. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 77 Avaliação genotóxica em trabalhadores da área de redução de alumínio, em São Luís, Maranhão Sousa, AC1; Silva, D de A1; Moreira, VR1; Lima, MIS1; Pereira, SRF1 Laboratório de Genética e Biologia Molecular - Universidade Federal do Maranhão. [email protected] 1 Palavras-chave: Genotoxicidade, Exposição ocupacional, Teste do cometa, Alumínio, Câncer Introdução: O acúmulo de alterações no material genético da célula depende de vários fatores endógenos como sexo, idade e constituição genética, assim como de fatores externos como hábitos de consumo, alimentação, uso de medicamentos, exposição a químicos, entre outros. Nesse sentido, as exposições ocupacionais podem atuar como agentes silenciosos na indução de danos no DNA, sendo crescente, por exemplo, o número de processos produtivos que são considerados potencialmente cancerígenos. Trabalhadores da Indústria de Alumínio estão normalmente expostos a poeiras minerais, alumina, fluoretos, fumos de soldagem e aos campos elétricos e magnéticos e não é possível, com a tecnologia atual, isolar as substâncias presentes em misturas nas várias fases de produção ou geradas em alguma etapa específica do processo produtivo. Assim, é considerado haver exposição a misturas químicas complexas. Mais recentemente, o teste do Cometa, que avalia lesões no DNA de células únicas que são passíveis de reparo, tem sido incorporado na avaliação de populações ocupacionalmente expostas. Objetivos: Investigar a ocorrência de danos ao DNA de trabalhadores ocupacionalmente expostos a área de redução do alumínio em indústria localizada na cidade de São Luís, Estado do Maranhão, Brasil. Métodos: Os trabalhadores responderam a um questionário sobre os hábitos de vida e tempo de trabalho na área de redução. Relacionou-se o tempo de exposição e a ocorrência de danos genéticos. Pelo teste do cometa foram analisados 100 nucleóides por indivíduo, sendo calculado o escore de danos a partir da distribuição das suas diferentes classes (0 a 4) de acordo com o grau de dano. Resultados: Os resultados revelaram diferença altamente significativa entre os grupos expostos e o controle negativo. Por outro lado, não houve diferença significativa entre os escores de danos dos grupos expostos de acordo com o tempo de exposição. Conclusões: Este trabalho mostra que, apesar do uso do equipamento de proteção individual mencionado pelos trabalhadores da área de redução de alumínio, há uma maior ocorrência de danos ao material genético nesses trabalhadores, o que pode elevar o risco de desenvolvimento de câncer. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 78 Análises mutagênicas de anfíbios anuros em áreas de mineração de níquel no bioma Cerrado do estado de Goiás Gonçalves, MW1 ; Sousa, CCN1; Carvalho, WF1 ; Oliveira, HHP1; Aguiar, RCS1; Ferreira, INM1; Silva, DM1; Bastos, RP2; Da Cruz, AD1. Núcleo de Pesquisas Replicon – Pontifícia Universidade Católica de Goiás Universidade Federal de Goiás. [email protected] 1 2 Palavras-chave: micronúcleo, mutagenicidade, bioindicadores, anfíbios anuros O estado de Goiás possui 74% das reservas de níquel brasileiras, constituindo em um dos pilares do desenvolvimento industrial extrativista mineral e da siderurgia nacional. A maior parte desta reserva se encontra no pólo mínerometalúrgico de Niquelândia-Barro Alto, cujas extrações iniciaram-se a partir de 1980. A exposição ao metal níquel e seus compostos solúveis não deve superar aos 0,05 mg/cm³, medidos em níveis de níquel equivalente para uma exposição laboral de 8 horas diárias e 40 horas semanais. O níquel tetracarbonilo (Ni(CO)4), gerado durante o processo de obtenção do metal, é um gás extremamente tóxico. Para se avaliar os efeitos de agentes genotóxicos em diversas espécies animais, análises citogenéticas têm sido realizadas visando avaliar a mutagenicidade e genotoxicidade desses compostos químicos. Dentre os ensaios mutagênicos, o teste do micronúcleo é um dos mais utilizados, devido à simplicidade, rapidez, confiabilidade e sensibilidade. No entanto, este estudo teve como objetivo principal o de avaliar o potencial genotóxico do ambiente no pólo mínero-metalúrgico de NiquelândiaBarro Alto, utilizando anfíbios anuros como bioindicadores, pelo teste do micronúcleo e outras alterações nucleares eritrocitárias. Para tanto, foram coletados 26 indivíduos de anfíbios anuros, sendo: Leptodactylus ocellatus (1), Scinax similis (2), Proceratophrys goyana (2), Dendropsophus soaresi (3), Phylomedusa azurea (2), Chiasmocleis albopunctata (1), Trachycephalus venulosus (1), Physalaemus centralis (2), Scinax fuscovarius (6), Elachistocleis ovalis (1), Leptodactylus sp (1), Adenomera sp. (1) e Dendropsophus cruzi (3), nos municípios de Niquelândia (20) e Barro Alto (6). Os animais foram anestesiados por aproximadamente 2 minutos em solução de benzocaína a 5% e amostras de sangue foram obtidas por punções cardíacas. Para os animais de pequeno porte foram obtidas suspensões celulares pelo rompimento do fígado em solução tampão de PBS (pH 7,4). Dois esfregaços de sangue e/ou suspensão, para cada animal, foram preparados, procedendo à fixação em etanol absoluto por 15 minutos. As lâminas foram secas ao ar livre e em seguida coradas com Giemsa a 10% por 10 min. A freqüência de micronúcleos e outras alterações nucleares foram determinadas em 1000 eritrócitos para cada indivíduo com a objetiva de 100X. A partir da análise das lâminas, foram observadas quatro tipos de alterações eritrocitárias: células segmentadas (n=1), células binucleadas (n=1), células reniformes (n=1) e 7 micronúcleos. Esta análise indica a sensibilidade desses organismos frente a agentes genotóxicos dissolvidos no meio ambiente, os quais são bioindicadores em testes de mutagenicidade. Apoio financeiro: Fapeg 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 79 Genotoxicidade em tainhas como ferramenta de diagnóstico ambiental no litoral de Pernambuco. II. Praias de Olinda e Recife Adam, ML1; Oliveira, RG2; Barbosa, RF2; Chagas, CA2; Freitas, EMS2; Torres, RA1 1 2 Universidade Federal de Pernambuco Universidade Federal de Pernambuco – CAV Palavras-chave: Toxicidade, Micronucleo, Mugil SP, Olinda, Recife O estado de Pernambuco (PE) apresenta a maior densidade populacional costeira (>900 hab/km2) deste país, disposta em uma faixa de 187 km de extensão, com 21 municípios, na qual se concentram 44% da população do estado. Os municípios de Olinda e Recife estão entre os mais populosos e as conseqüências das intervenções desta grande concentração urbana são as constantes inadequações à utilização da área costeira para fins turísticos, balneáveis e de pesca de subsistência. Objetivou-se testar a qualidade ambiental de duas praias de cada município por parâmetros de genotoxicidade. Foram analisadas células de sangue periférico de espécimes de Mugil sp quanto à presença de células micronucleadas. Foram analisadas cerca de 3000 células sanguíneas por espécime e as médias de células micronucleadas obtidas foram comparadas com estudos similares recentes. As médias de células micronucleadas aqui obtidas foram consideravelmente maiores daquelas observadas em outros estudos com a mesma espécie. Os valores médios obtidos foram de 61,11 em 9 espécimes coletados na Praia Bairro Novo (Olinda), 26,33 em 6 espécimes na Praia Rio Doce (Olinda), 30,25 em 8 espécimes na Praia de Boa Viagem (Recife) e 45,37 em 8 espécimes na Praia do Pina (Recife). Comparando-se com as médias obtidas dos estudos anteriores de 1,26 células sanguíneas para região não impactada e 3,86 células sanguíneas para região impactada e em região sob efeito de antropização, as médias obtidas em todas as praias avaliadas sugerem um forte efeito genotóxico, uma vez que a comparação estatística pelo Qui-Quadrado apresentou diferença significativa (p<0,05). A ANOVA e o teste a posteriori de Tukey demonstraram diferenças significativas entre as freqüências de células micronucleadas de cada localidade, sugerindo a praia de Bairro Novo como a mais impactada. Tais evidências indicam uma grande influência antrópica nas praias avaliadas. Isto sugere a necessidade de ações emergenciais de manejo dos ambientes e das populações humanas, para fins de minimização dos efeitos ambientais decorrentes desta proeminente intervenção antrópica. Tais efeitos causam comprovadamente depleção das condições ambientais, redução drástica da biota nativa, cujos efeitos atingem diretamente a saúde humana. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 80 Avaliação da genotoxicidade pelo ensaio cometa em anfíbios anuros de áreas de Cerrado no estado de Goiás Sousa, CCN1; Gonçalves, MW1 ; Carvalho, WF1 ; Oliveira, HHP1; De Miranda, CT 1; Ribeiro, CL 1; Silva, DM1; Bastos, RP2; Da Cruz, AD1. Núcleo de Pesquisas Replicon – Pontifícia Universidade Católica de Goiás Universidade Federal de Goiás. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Teste do cometa, genotoxicidade, bioindicadores, anfíbios anuros Os anfíbios apresentam características sedentárias como pele permeável, ovos sem casca, ciclo de vida com duas fases (uma terrestre e a outra aquática), além de serem importantes componentes de muitas comunidades ecológicas, sejam consumindo uma infinidade de insetos ou servindo de presas para outros animais. Assim, por causa de suas características ecológicas e fisiológicas, os efeitos acumulativos de agentes genotóxicos, a princípio, devem ser mais intensos. Podendo, ser mais susceptíveis às atividades de impacto e, portanto seriam melhores indicadores de qualidade ambiental. Entretanto, anfíbios são freqüentemente ignorados ou recebem pouca atenção em tais programas. Este estudo teve como objetivo avaliar o potencial genotóxico do ambiente em diferentes áreas do estado de Goiás, utilizando o teste do cometa. Para tanto, foram coletados 21 espécimes de anfíbios anuros, sendo: Leptodactylus sp. (1), Leptodactylus ocellatus (1), Leptodactylus leptodactyloides (2), Phylomedusa azurea (2), Hypsiboas raniceps (1), Hypsiboas albopunctatus (3), Dendropsophus minutus (4), Pseudopaludicola sp. (2), Elachistocleis ovalis (1), Odontophrynus salvatori (1), Scinax fuscovarius (2) e Proceratophrys sp. (1), nos municípios de Niquelândia, Barro Alto, Rio Verde, Mineiros e Jataí. Para o teste do cometa, 10 μL de sangue de cada espécime coletado foi diluído em 1ml de tampão PBS (pH 7,4). A partir desta suspensão se retirou 10 μL que foram embebidos em 120 μL de agarose Low Melting Point (0,5%). Essa mistura foi colocada em lâmina de microscopia contendo uma pré-cobertura de agarose normal a 1%. Depois da solidificação em geladeira, as lâminas foram colocadas em tampão de lise, por 24 horas. As lâminas foram então incubadas em tampão alcalino, por 30 minutos. Procedeu-se a eletroforese por 25 minutos, a 25 volts e 300 Amps, e a alcalinidade foi neutralizada com tampão de neutralização (pH 7,5). Finalmente, o DNA foi corado com 25 μL brometo de etídeo (10 ng/ul). Foram analisadas duas lâminas por indivíduo, com 50 células em cada, totalizando 100 células por indivíduo. Obteve-se a classificação visual em quatro classes, de acordo com o tamanho da cauda: sem danos – (classe 0) até danos máximos (classe 3). Foram também realizadas análises utilizando o software Comet Score v. 1.5. Dois indivíduos sendo um de Hypsiboas albopunctatus e o outro de Hypsiboas raniceps, coletadas em áreas de lavoura nos municípios de Jataí e Rio Verde, respectivamente, apresentaram os maiores índices de danos e freqüência de danos dentre os indivíduos avaliados, quando comparados com outro indivíduo de Hypsiboas albopunctatus, coletado em área natural, no município de Jataí e com um individuo de Elachistocleis ovalis, coletado no município de Niquelândia. Esta análise nos permitiu avaliar o uso de anfíbios anuros como bioindicadores em testes de mutagenicidade ambiental. Apoio financeiro: fapeg 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 81 Avaliação citogenética de eritrócitos de Rana catesbeiana sob exposição ao sulfato de cobre Cunha, LA1; Pinheiro, RHS2; Monteiro, JAN3; Bahia, MO1; Rocha, CAM1,2 1. Laboratório de Citogenética Humana e Toxicologia Ambiental da Universidade Federal do Pará – UFPA, Belém, PA. 2. Coordenação de Recursos Pesqueiros e Agronegócio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA, Belém, PA. 3. Coordenação de Biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA, Belém, PA. [email protected] Palavras-chave: Bioensaio, Mutagênese, Rana catesbeiana, Sulfato de cobre, Teste do micronúcleo Nas décadas recentes muitos estudos, com diferentes organismos, como moluscos bivalves, peixes e anfíbios têm sido usados para a detecção e possível prevenção de impactos em ecossistemas aquáticos. Pesquisas sobre biomonitoramento ambiental apontam para produção e padronização de técnicas que apresentem rapidez e reprodutibilidade. Entre estas, destaca-se o bioensaio para detecção de micronúcleos (MN) e anormalidades nucleares (AN) em eritrócitos. Os micronúcleos representam danos clastogênicos ou aneugênicos durante a divisão celular. Neste trabalho, investigamos a freqüência de micronúcleos e outras anormalidades nucleares em eritrócitos de girinos da rã-touro Rana catesbeiana, com o objetivo de avaliar os efeitos mutagênicos do CuSO4. Os girinos, com comprimento médio de 61,98 ± 7,71 mm e peso médio de 1,66 ± 0,63 g, foram cedidos pelo ranário Rãmazon, em Belém (PA). O ensaio foi realizado no Laboratório de Biologia Aquática do IFPA após uma semana de aclimatação, em aquários de 15 L, com os girinos distribuídos em quatro grupos: controle negativo, não tratado; tratado com CuSO4 1,25 x 10-6 M; tratado com CuSO4 2,5 x 10-6 M; controle positivo, exposto à ciclofosfamida 5 mg/L. Após 48 horas de exposição, os girinos foram anestesiados com gelo por três minutos e as amostras de sangue obtidas por punção cardíaca. Foram preparados esfregaços sanguíneos, fixados em solução de etanol absoluto e corados com Giemsa (10%), sendo analisadas 1000 células por animal sob ampliação de 1000X. A identificação dos micronúcleos e das alterações nucleares seguiu critérios da literatura e a análise estatística foi realizada pelo teste One Way ANOVA seguido do teste de Bonferroni, através do software BioEstat 5.0, sendo significativos os valores com p < 0,05. As freqüências de micronúcleos típicos foram baixas nos quatro grupos, mas as anormalidades morfonucleares apareceram com freqüência um pouco maior. Ao serem comparadas com o controle negativo, as freqüências de células alteradas nos tratamentos apresentaram aumento significativo. Por outro lado, não houve diferença significativa entre os tratamentos com CuSO4, nem entre estes e o controle positivo. Conclui-se pela confirmação do poder mutagênico do CuSO4, importância do teste do micronúcleo na avaliação de efeitos mutagênicos e a indicação de que Rana catesbeiana é um modelo experimental adequado para o monitoramento da poluição de ecossistemas aquáticos. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 82 Análise da mutagenicidade ambiental em anfíbios anuros na região sul do estado de Goiás Carvalho, WF1; Sousa, CCN1; Gonçalves, MW1; Oliveira, HHP1; Aguiar, RCS1; Ferreira, INM1; Silva, DM1; Bastos, RP2; Da Cruz, AD1. Núcleo de Pesquisas Replicon – Pontifícia Universidade Católica de Goiás Universidade Federal de Goiás. 1 2 Palavras-chave: micronúcleo, genotoxicidade, bioindicadores, anfíbios anuros Para se avaliar os efeitos de agentes genotóxicos em diversas espécies animais, inclusive no homem, análises citogenéticas têm sido realizadas visando avaliar a mutagenicidade e genotoxicidade desses compostos químicos. Dentre os ensaios mutagênicos, o teste do micronúcleo é um dos mais utilizados, devido à simplicidade, rapidez, confiabilidade e sensibilidade. O teste do micronúcleo tem se demonstrado promissor em investigações de mutagênese ambiental, apesar de ainda ser pouco utilizado em análises de anfíbios anuros. Contudo este estudo teve como objetivo avaliar o potencial genotóxico ambiental em diferentes áreas (natural, lavoura e pasto) na região sul do estado de Goiás, utilizando o teste do micronúcleo e a análise de outras alterações nucleares. Para tanto, foram coletados 32 indivíduos de anfíbios anuros, sendo Rhinella scheneideri (1), Leptodactylus ocellatus (4), Pseudopaludicola saltica (1), Scinax fuscovarius (4), Leptodactylus leptotadactyloides (2), Hypsiboas raniceps (2), Hypsiboas albopunctatus (12), Odontophrynus salvatori (1), Dendropsophus minutus (1), Physalaeus marmoratus (1), Elachistocleis ovalis (1), Chiasmocleis sp. (1), Pseudis bolbodactyla (1), nos municípios de Rio Verde, Mineiros, Jataí, Aporé e Seranópolis. Em cinco municípios da região sul de Goiás. Os animais foram anestesiados por aproximadamente 2 minutos em solução de benzocaína a 5% e amostras de sangue foram obtidas por punções cardíacas. Em anuros de pequeno porte foram obtidas suspensões celulares pelo rompimento do fígado, em solução tampão de PBS (pH 7,4). Dois esfregaços de sangue e/ou suspensão, para cada animal, foram preparados, procedendo à fixação em etanol absoluto por 15 minutos. As lâminas foram secas ao ar livre e em seguida coradas com Giemsa a 10% por 10 min. A freqüência de micronúcleos e outras alterações nucleares foram determinadas em 1000 eritrócitos para cada indivíduo com a objetiva de 100X. A partir da análise das lâminas, foram observados três tipos de alterações eritrocitárias: células segmentadas (n= 4), células binucleadas (n=3) e uma célula micronucleada. O número de alterações nucleares e micronúcleos nos anfíbios da região sul de Goiás foram relativamente baixos, mas pode-se inferir que os anfíbios anuros são importantes bioindicadores em testes de mutagenicidade, devido à alta sensibilidade de tais organismos. Apoio financeiro: fapeg 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 83 Avaliação do potencial mutagênico de toxinas produzidas por Cylindrospermopsis raciborskii e Microcystis aeruginosa isoladas nas águas do altomédio Paraíba Diniz, DM; 1Silva, MJBA; 1Queiroga, AS; 2Barbosa, JEL; 2França, JC; 1Silva, RAC; 1Lira, WM 1 Núcleo de Mutagenêses - Laboratório de Genética - Departamento de Biologia da Universidade Estadual da Paraíba LEAq - Laboratório de Ecologia Aquática.- Departamento de Biologia da Universidade Estadual da Paraíba [email protected] 1 2 Palavras-chave: Micronúcleo, Saxitoxina, Microcistina, Oreochromis niloticus, contaminação A contaminação dos ecossistemas aquáticos tem acarretado diversos prejuízos ao meio ambiente e aos que fazem uso do mesmo, por outro lado essa contaminação o torna um meio ideal para o crescimento desordenado de microrganismos que em sua maioria produzem compostos que são tóxicos aos demais organismos. Em diversos estados brasileiros já foi registrada a presença de cepas produtoras de toxinas em reservatórios de abastecimento, no estado da Paraíba foi detectado a presença de algas nos reservatórios da bacia do Rio Paraíba, especificamente cepas de Cylindrospermopsis raciborskii e Microcystis aeruginosa produtoras da saxitoxina e microcistina, respectivamente, ambas estão associadas a intoxicações severas em humanos devido à alta afinidade pelos hepatócitos e por constituintes do sistema nervoso central. Este estudo verificou as possíveis atividades mutagênicas dessas toxinas através do teste de micronúcleo em tilápias (Oreochromis niloticus) oriundos de reservatórios utilizados no abastecimento de água no estado da Paraíba. Para a realização deste trabalho foram analisados exemplares de O. niloticus, oriundas de três reservatórios utilizados no abastecimento da população: Acauã localizado no município de Itatuba; Camalaú e Cordeiro localizado no município do Congo, todos no estado da Paraíba. Tratamos o grupo controle positivo com ciclofosfamida na concentração de 5mg/L e utilizamos como controle negativo animais oriundos de criadouros ausentes de toxinas, produzimos lâminas com esfregaços do sangue coletado e coramos com Giemsa. Em seguida analisamos 2000 eritrócitos por lâmina. Verificou-se que os peixes apresentaram um ligeiro aumento no número de células micronucleadas, no entanto esse aumento foi estatisticamente significativo apenas paraos exemplares provenientes do reservatório Acauã, que abastece cerca de 20.000 pessoas no estado da Paraíba sendo de grande importância sócio-econômico Estudos mais abrangentes estão sendo desenvolvidos para determinar as concentrações destas toxinas capazes de causar alterações no DNA. Apoio financeiro: CNPq, UEPB 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 84 Monitorização Citogenética no rio São Francisco (PR) utilizando o teste do micronúcleo em Astyanax paranae Ribeiro, DL¹; d’Arce, LPG¹ ¹ Laboratório de Genética, Colegiado de Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Cascavel – PR, Brasil; [email protected] Palavras-chave: micronúcleo, monitoramento, Astyanax paranae; O estado do Paraná hoje é o principal produtor agrícola do Brasil, e a sua região oeste é conhecida por sua atividade econômica essencialmente voltada para a agricultura, sendo uma das maiores produtoras nacionais. Na área localizada entre as cidades de Cascavel e Toledo, localiza-se uma parte do rio São Francisco, observando-se predomínio de plantações à sua volta, as quais utilizam inúmeros defensivos agrícolas para controle de pragas. O rio São Francisco é, regionalmente, um dos mais importantes, sendo muito utilizado no abastecimento das cidades, na irrigação para alimentação e nas práticas de lazer da população. Considerando a importância do rio para a população do oeste do PR, este trabalho teve por objetivo avaliar o potencial mutagênico no rio São Francisco (PR), a partir da análise da frequência de micronúcleos (MN) em eritrócitos de Astyanax paranae. Foram realizadas 4 coletas sazonais (inverno 2009, primavera 2009, verão 2010 e outono 2010) em 3 pontos diferentes ao longo do rio entre Cascavel e Toledo. O Ponto 1 em Cascavel (24º54’05.38” S – 53º32’00.42” O), o Ponto 2 entre Cascavel e Toledo (24º50’26.75” S – 53º40’39.30” O) e o Ponto 3 em Toledo (24º47’11.73” S – 53º43’01.53” O). De cada ponto de coleta foram obtidos 8 peixes. Os grupos controle-negativo e controle-positivo foram compostos, também, de 8 peixes, porém estes foram obtidos em tanques de piscicultura, livres de estresse e de qualquer exposição a agentes mutagênicos. O grupo positivo recebeu injeção intra-abdominal de ciclofosfamida. Foram analisados 3000 eritrócitos por peixe, e os dados foram estatisticamente avaliados por análise de variância (Anova One Way), seguida do teste de Tukey. Os resultados obtidos mostraram que nos 3 pontos de coleta em todas as estações, as frequências de micronúcleos por 3000 células foram estatisticamente significativas (p<0,05), comparando-se estes grupos expostos com o controle negativo. No ponto 1, esse resultado deve-se provavelmente pela contaminação do rio por esgotos e agrotóxicos, pois o rio nasce em uma região que necessita de melhor sistema de saneamento básico em Cascavel e depois passa por lavouras. Já nos pontos 2 e 3, foram verificadas as mais altas freqüências, principalmente durante o Inverno e Primavera, isso se deve provavelmente as cultura de trigo e soja que ocorreram nessas estações e que exigiram alta quantidade de pesticidas para manejo. Nas estações Verão e Outono a freqüência de MN, apesar de significativa, foi mais baixa, provavelmente , devido aos períodos de colheita, onde se usa menos pesticidas. Outro fator é a ausência da mata ciliar ao longo do percurso do rio, que deveria protegê-lo. Por fim, esses resultados demonstraram que o rio São Francisco, no trecho estudado, apresenta potencial mutagênico que pode afetar tanto o ecossistema quanto aos seres humanos que se beneficiam do rio de alguma maneira. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 85 Análise do potencial mutagênico do rio Caripetuba, Barcarena – PA utilizando Rhamphichthys sp. (Gymnotiformes) como bioindicador Alves, IR¹; Nagamachi, CY¹; Pieczarka, JC¹; Cordeiro, APB¹; Melo, KM¹; David, JAO² ¹Laboratório de Citogenética, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará ²Universidade Federal do Espírito Santo [email protected] Palavras chave: Teste de micronúcleo, Gymnotiformes, Sedimento, Citoxicidade, Mutagenicidade O rio Caripetuba, pertencente à bacia Amazônica, é importante por fornecer pescados para a população da região e pelo constante tráfego de embarcações dos moradores que estão associados às suas margens. Assim, o monitoramento desse corpo d’água torna-se necessário devido a sua localização, por se tratar de um rio pertencente a uma ilha fluvial do rio Pará. Este último recebe efluentes de mineradoras do pólo industrial de Barcarena, sendo que o rio Caripetuba localiza-se à montante do pólo industrial e em frente à cidade de Abaetetuba. Além disso, devido ao ciclo de marés, despejos industriais do rio Pará, urbanos e portuários de Abaetetuba, podem influenciar na qualidade das águas e sedimentos da região. Os peixes elétricos do gênero Rhamphichtys (Gymnotiformes) são de hábito filtrador e vivem associados ao sedimento, podendo fornecer dados sobre a poluição presente no substrato. Este trabalho objetiva comparar os peixes coletados no rio Caripetuba (n=19) com os da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá (RDSM) (n=8), usados como controle negativo. Indivíduos do gênero Rhamphichtys tiveram amostras de sangue retiradas por punção caudal, com as quais esfregaços sangüíneos foram realizados, fixados e corados com Giemsa (33%). Foram analisadas 3000 células por indivíduo (teste cego) e observadas as freqüências de células micronucleadas (MN) e portadoras de anormalidades nucleares (AN). Os indivíduos coletados no rio Caripetuba mostraram valores de MN (0,04%) estatisticamente maiores do que os encontrados para o controle negativo (0,0%), assim como para AN (0,33% em Caripetuba e 0,09% no controle negativo), indicando a presença de agentes mutagênicos e citotóxicos na região. Esses resultados alertam para duas possibilidades: 1) os poluentes lançados pelas indústrias, mesmo localizadas a jusante no rio Pará, alcançam regiões à montante devido ao regime de marés; ou 2) as embarcações dos próprios ribeirinhos pode afetar negativamente o ambiente aquático necessitando de um melhor controle da emissão de poluentes como o óleo combustível. A análise química das águas e sedimentos dessa localidade podem auxiliar a identificar se o efeito apresentado neste trabalho, foi originado devido a uma das hipóteses levantadas ou se é uma combinação das duas. Apoio: CNPq, FAPESPA, PRONEX-FAPESPA, UFPA, Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá-IDSM, IBAMA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 86 Avaliação do potencial mutagênico em duas áreas na Ilha do Marajó/PA usando peixes elétricos da Ordem Gymnotiformes como organismo teste Melo, KM1,3; Bastos, CEMC1; Nagamachi, CY1, ²; Pieczarka, JC1, ²; Alves, IR1,3; David, JAO1,4 Laboratório Citogenética UFPA. ²Pesquisador CNPQ. 3 Graduação em Ciências Biológicas da UFPA; Bolsista PIBIC/UFPA. 4 Professor da Universidade Federal do Espírito Santo. [email protected] 1 Palavras-chave: Gymnotiformes, micronúcleos, Ilha do Marajó Considerada a maior ilha fluviomarinha do mundo, a Ilha do Marajó é caracterizada por sua paisagem exuberante e biodiversidade. A grande quantidade de rios faz da pesca uma das principais fontes de renda local. A água para consumo e higiene pessoal é, muitas vezes, retirada diretamente dos rios sem tratamento algum. Apesar de não ser intensamente povoada, existem controvérsias quanto ao grau de contaminação dos rios da região por conta de efluentes domésticos e falta de saneamento. Este trabalho objetiva avaliar o potencial mutagênico em duas regiões da Ilha do Marajó (Muaná e Curralinho), através do teste do micronúcleo e anormalidades nucleares. Para isso, foram coletados peixes dos gêneros Gymnotus (n=6) e Sternopygus (n=4) em Muaná e Sternopygus (n=9) em Curralinho. Peixes da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá/AM (RDSM) (10 Gymnotus e 3 Sternopygus) foram utilizados como controle negativo. Com o sangue de cada peixe foram preparados esfregaços sanguíneos corados com Giemsa (33%). Foram contadas 3000 células por indivíduo em teste cego e quantificadas as células micronucleadas (MN) e portadoras de anormalidades nucleares (AN). Na RDSM o gênero Sternopygus não apresentou formação de MN e apresentou média de freqüência de 0,019 para AN, enquanto que as médias de MN e AN para o mesmo gênero foram, respectivamente, de 0,017 e 0,049 em Muaná; e 0,013 e 0,179 em Curralinho. Para o gênero Gymnotus observou-se as médias de 0,022 para MN e de 0,189 nas AN em Muaná; enquanto que na RDSM os valores foram de 0,034 para MN e 0,282 para AN. A única diferença significativa ocorreu para as AN de Sternopygus coletados em Curralinho em relação aos indivíduos da RDSM; não foi evidenciado um potencial mutagênico pela formação de MN nos locais estudados. As duas regiões estudadas apresentam características semelhantes quanto ao número de habitantes e atividades econômicas o que justifica a não ocorrência de danos mutagênicos. O desenvolvimento industrial na região não é grande e é pouco provável a presença de despejos do setor industrial. Além disso, o grande volume d’água desses rios é um fator importante na dinâmica de dispersão dos poluentes. As AN encontradas em Curralinho podem estar relacionadas com efeitos de um grande derramamento de óleo diesel ocorrido em 2003 ou outros derramamentos de menor volume na região. Esta deposição e disponibilização contínua de óleo podem ser responsáveis pela formação das AN. Podemos concluir que o histórico das áreas é de extrema importância para análises ambientais e que os baixos níveis de danos mutagênicos podem indicar uma possível área controle para estudos no sudeste do Pará, apesar de estudos terem evidenciado a presença de dejetos fecais nas águas da região prejudicando o consumo da água sem tratamento pela população. Apoio: CNPq, FAPESPA, PRONEX-FAPESPA, UFPA, Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá-IDSM, IBAMA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 87 Avaliação da atividade mutagênica de poluentes atmosféricos in vitro Bizarro, CR¹; Pezda, AM¹; Baumgardt, P¹; Lehmann, M¹; Dihl, RR¹ ¹Programa de Pós-Graduação em Genética e Toxicologia Aplicada (PPGGTA), Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS, Brasil. [email protected] Palavras-chave: Mutagênese, NHAPs, CBMN, CHO, poluição atmosférica Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos nitrados (NHAPs) são uma classe de poluentes ambientais formados a partir de produtos da combustão incompleta de HAPs e óxidos de nitrogênio. Devido a sua ampla distribuição nos ecossistemas e atividade mutagênica, muitos dos NHAPs impõem sérios riscos genéticos à saúde humana. Em função destas peculiaridades, a utilização de bioensaios capazes de detectar simultaneamente uma gama de lesões, poderá fornecer um diagnóstico mais completo da toxicidade genética associada aos nitrocompostos, principalmente considerando que existem poucas informações relacionadas aos mecanismos genotóxicos destes poluentes. Neste estudo foi utilizado o Teste de Micronúcleo com bloqueio da citocinese (CBMN) em células de ovário de hamster Chinês (CHO), para avaliar a atividade tóxico-genética associada a quatro NHAPs: 2-nitrofluoreno (2NF); 9-nitroantraceno (9NA); 1,5- dinitronaftaleno (1,5DNN) e 1-nitronaftaleno (1NN). Foram utilizadas quatro concentrações de cada composto, determinadas a partir de ensaios preliminares de viabilidade celular através da técnica de exclusão do azul de tripan. Apenas as concentrações que apresentaram viabilidade acima de 70% foram utilizadas para o ensaio de toxicidade genética. Os resultados preliminares obtidos até o momento demonstraram que o 1NN não apresentou atividade mutagênica, entretanto, o 1,5DNN induziu aumentos na frequência de MNs quando comparado ao controle negativo (DMSO 1%), indicando que este nitrocomposto é indutor de mutações cromossômicas em células de mamíferos. O 9NA apenas induziu aumentos significativos na frequência de pontes nucleoplasmáticas. Conclusões: Estes resultados corroboram com dados da literatura que apontam esta classe de poluentes como indutores de quebras de fita simples e dupla do DNA. A análise das lâminas referente ao 2NF está sendo realizada. Desta maneira, os dados obtidos através do ensaio CBMN podem servir como um alerta quanto ao risco imposto pelos NHAPs – o que compromete o equilíbrio do meio ambiente. Órgãos Financiadores: CNPq e ULBRA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 88 Análises mutagênica e genotóxica de anfíbios anuros em áreas no bioma Cerrado do estado de Goiás Ribeiro, NC1; Sousa, CCN1; Gonçalves, MW1; Carvalho, WF1 ; Oliveira, HHP1; Ribeiro, CL1; Silva, DM1; Bastos, RP2; Da Cruz, AD1 1 2 Núcleo de Pesquisas Replicon – Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Universidade Federal de Goiás. Palavras-chave: Teste do micronúcleo, Teste cometa, genotoxicidade, mutagenicidade, bioindicadores, anfíbios anuros Nas últimas duas décadas, a inclusão de espécies silvestres em programas de monitoramento ambiental tem sido bastante comum. No entanto, este estudo teve como objetivo avaliar o potencial mutagênico e genotóxico do ambiente em áreas de Cerrado no estado de Goiás, utilizando anfíbios anuros como bioindicadores, pelo teste do micronúcleo e teste cometa. Para tanto, foram coletados 63 espécimes de anfíbios anuros nos municípios de Rio Verde, Mineiros, Jataí, Aporé, Serranópolis, Niquelândia, Barro Alto, Bela Vista de Goiás e Silvânia. Foram obtidas amostras de sangue por punções cardíacas e para os animais de pequeno porte foram obtidas suspensões celulares pelo rompimento do fígado em solução tampão de PBS (pH 7,4). No teste do micronúcleo foram preparados dois esfregaços de sangue e/ou suspensão, para cada animal, procedendo à fixação em etanol absoluto por 15 minutos, secas ao ar livre e em seguida, as lâminas foram coradas com Giemsa a 10% por 10 min. A freqüência de micronúcleos e outras alterações nucleares foram determinadas em 1000 eritrócitos para cada indivíduo com a objetiva de 100X. O teste cometa foi realizado conforme descrito por Silva et al. (2000) e Hartmann et al. (2003), com algumas modificações. 10 μL de sangue de cada indivíduo coletado foi diluído em 1ml de tampão PBS (pH 7,4). A partir desta suspensão, foram retirados 10 μL, os quais foram embebidos em 120 μL de agarose Low Melting Point (0,5%). Essa mistura foi colocada em lâminas contendo uma pré-cobertura de agarose normal a 1%. Depois da solidificação em geladeira, as lâminas foram colocadas em tampão de lise, por 24 horas. As lâminas foram então incubadas em tampão alcalino por 30 minutos, em seguida iniciou-se a corrida eletroforética por 25 minutos, a 25 volts e 300 mAps. A alcalinidade foi neutralizada com solução de neutralização (pH 7,5). Finalmente, o DNA foi corado com 25 μL de brometo de etídeo (10 ng/ul). Quanto à observação ao microscópio, foram analisadas 2 lâminas por indivíduo com 50 células em cada, totalizando 100 células por indivíduo. As células foram classificadas visualmente, em quatro classes, de acordo com o tamanho da cauda: sem danos (classe 0) até danos máximos (classe 3). A partir da análise das lâminas observaram-se 4 tipos de alterações eritrocitárias: células segmentadas (n= 5), células binucleadas (n=4), células reniformes (n=1) e células micronucleadas (n=8). No teste cometa um indivíduo de Hypsiboas albopunctatus coletado em áreas de lavoura nos municípios de Jataí, apresentou os maiores índices de danos e freqüência de danos dentre os indivíduos avaliados, quando comparado com outro indivíduo de Hypsiboas albopunctatus, coletado em área natural, no mesmo município. Esta análise nos permitiu avaliar a eficácia do uso de anfíbios anuros como bioindicadores em testes de mutagenicidade ambiental. Apoio financeiro: fapeg 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 89 Biomonitoramento da poluição atmosférica em dois ambientes - rural e urbano - com o uso de Tradescantia Da Costa, GM1; Junior, DE1; Droste, A1 Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental, Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Universidade Feevale, RS, Brasil. [email protected] Palavras-chave: teste Trad-MCN, genotoxicidade, qualidade ambiental, Bacia do Rio dos Sinos,micronúcleo A poluição atmosférica é responsável por efeitos prejudiciais nos ecossistemas e na saúde humana. O monitoramento da poluição atmosférica é um importante procedimento para adoção de medidas de controle para a melhoria da qualidade ambiental. O biomonitoramento é um método que permite avaliar o efeito da poluição sobre organismos vivos, oferecendo vantagens, como custos reduzidos e eficiência para o monitoramento de áreas amplas, com rapidez e praticidade. Dentre as espécies vegetais utilizadas para monitar contaminantes atmosféricos, podemos citar Tradescantia pallida var. purpurea. O teste de micronúcleos em Tradescantia (teste Trad-MCN), tem sido extensivamente utilizado por sua eficácia na detecção de danos cromossômicos em células-mães de grãos de pólen, causados por agentes genotóxicos. O objetivo do presente estudo foi fazer o monitoramento sazonal da genotoxicidade ambiental atmosférica de dois ambientes, um rural e outro urbano, por meio do bioensaio TradMCN. O ambiente rural compreende a zona rural de Lomba Grande, bairro com 148,3 km2 e quatro mil habitantes, no município de Novo Hamburgo. O ambiente urbano, no munícipio de Estância Velha, possui aproximadamente 40 mil habitantes e uma área de 21,60 km2, com intensa atividade industrial. Ambos os ambientes localizam-se no terço inferior da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, Rio Grande do Sul. Plantas da espécie T. pallida var. purpurea foram expostas aos dois ambientes em estudo, nos meses de junho e novembro de 2009 e fevereiro de 2010. Após 24h de exposição, foram coletadas inflorescências jovens cujas células-mãe dos grãos de pólen estavam em fase de tétrade. Lâminas microscópicas foram preparadas com esmagamento de anteras em carmim acético a 1%, para visualização das tétrades. Foram analisadas 10 lâminas para cada ambiente, em cada estação do ano avaliada. Por lâmina, foram analisadas 300 tétrades. A frequência de micronúcleos foi expressa pelo número de micronúcleos em 100 tétrades. Os dados obtidos foram submetidos ao teste T de Student, em nível de significância de 5%. A frequência de micronúcleos no ambiente urbano foi significativamente superior à encontrada no ambiente rural (F=60,30, p<0,001), sem considerar as estações do ano. Quando foram analisados os dados por estação do ano, também foram registradas diferenças significativas. No inverno, as frequências de micronúcleos nos ambientes urbano e rural foram de 3,53 e 1,16, respectivamente (p<0,001). Na primavera, foram encontrados 8,10 e 1,20 (p<0,001) micronúcleos em 100 tétrades nos ambientes urbano e rural, respectivamente. Por sua vez, no verão, as frequências de micronúcleos foram de 7,60 (ambiente urbano) e 1,13 (ambiente rural) (p<0,001). Os resultados apontam para a eficiência do teste Trad-MCN e indicam o potencial risco mutagênico das substâncias presentes no ar atmosférico urbano estudado. Apoio financeiro: Feevale. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 90 Efeitos do Extrato Bruto de Erythroxylum em Sarcoma 180 Costa, WL¹; Ribeiro, ASBB¹; Souza, CS¹; Menezes, ACS²; Silveira-Lacerda, EP¹ ¹ Laboratório Genética Molecular e Citogenética -Universidade Federal de Goiás ² Universidade Estadual de Goiás [email protected] Palavras-chave: Gênero Erythroxylum, MTT, Câncer Ascistico, S-180, Citoxicidade O gênero Erythroxylum, é formado por 250 espécies, distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais do mundo, sendo que para o Brasil é descrita a ocorrência de 130 espécies, em ambientes florestais e de Cerrado. Como exemplos têm o Erythroxylum coca de onde é extraída a substância primária da cocaína. Alguns animais após a ingestão do fruto do Erythroxylum decidum adoeceram e foram levados a óbito. Isso nos dá indícios de uma atividade citotóxica desse gênero. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a atividade citotóxica de frações do extrato metanólico de Erythroxylum campestre frente à células tumorais. Na avaliação citotóxica foi utilizado o ensaio de MTT. Para este ensaio células de Sarcoma-180 foram semeadas e tratadas com Erythroxylum campestre nas concentrações 0,1, 0,2, 0,5 e 1 mg.mL-1 por 48 h. Foi realizada a leitura em espectrofotômetro utilizando filtro de interferência de 550 nm . O extrato bruto do erythroxylum campestre mostrou atividade citotóxica nas concentrações estudadas e reduziu significativamente a viabilidade das células S-180 para 59,2%, 35,4%, 25,6% e 20,1% nas concentrações 0,1, 0,2, 0,5 e 1 mg/mL-1 respectivamente e o valor para IC50 foi de 0,01mg/ml1 . O extrato do Erythroxylum campestre mostrou atividade citotóxica para células S-180 tratadas com 48 hs em todas as concentrações dando destaque para as concentrações 0,2, 0,5 e 1 mg/mL-1 que apresentaram uma maior atividade citotóxica quando comparadas com o controle negativo(p<0,05). Uma espécie diferente do gênero Erythroxylum, o Erythroxylum cuneatum apresentou atividade citotóxica e antitumoral frente às células Vero e HepG2 respectivamente em estudos realizados. Estudos recentes com folhas do Erythroxylum campestre também demonstraram atividade antitumoral frente à linhagem de células K562. Os componentes do extrato Erythroxylum campestres ainda não foram isolados. mas apresentam grande potencial como antitumoral devido a componentes alcalóides que possam estar presentes e que já foram confirmados em estudados em outras espécies desse gênero. Apoio financeiro: UFG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 91 O efeito protetivo do ácido rosmarínico em relação a ação genotóxica ocasionada pelo etanol - avaliação através do ensaio cometa in vivo Oliveira, NCD1; Sarmento, MS1; Porto, CRM1; Picada, JN1; Pereira, P1; Silva, J1 Laboratório de Genética Toxicológica - Programa de Pós-Graduação em Genética e Toxicologia Aplicada – Universidade Luterana do Brasil, Canoas – RS. [email protected], [email protected] 1 Palavras-chave: ácido rosmarínico, ensaio cometa, etanol O ácido rosmarínico (RA) é um composto polifenólico hidroxilado encontrado naturalmente em muitas famílias do reino vegetal. Diversas atividades biológicas são atribuídas ao RA, como efeito antioxidante, antiinflamatório, antiviral, antimutagênico, entre outros. Este trabalho tem por objetivo avaliar o efeito protetivo do ácido rosmarínico em relação à ação genotóxica do etanol, utilizando o ensaio cometa (EC) versão alcalina. No teste foram utilizados 34 camundongos jovens, ambos os sexos, da espécie Mus musculus (CF1). Os grupos foram separados segundo os tratamentos: Controle negativo (C-, água destilada), Controle positivo (C+, etanol, 5g/kg), RA (100mg/kg), Prétratamento (RA 1h antes do etanol), Pós-tratamento (RA após 1h de etanol) e Co-tratamento (RA+etanol). Após 24 horas de exposição, amostras de sangue foram coletadas para confecção das lâminas do EC, que foram coradas com nitrato de prata, sendo analisadas 100 células/indivíduo. Para análise estatística foi utilizado teste Tukey, OneWay ANOVA. Os resultados de índice de danos e percentagem de danos indicam que a dose de etanol foi genotóxica quando comparada com o C- (P<0,001) e também em relação ao RA administrado sozinho (P<0,001). Quanto aos três tratamentos, todos apresentaram efeito protetivo de forma significativa em relação a dose de etanol testada (P<0,001). Diferentes trabalhos relacionam a atividade protetiva do ácido rosmarínico na formação de radicais livres, assim como o efeito oxidante do etanol. Um maior número de indivíduos por grupo de tratamento está sendo avaliado, a fim de possibilitar o melhor entendimento do papel protetivo do RA sobre o efeito oxidativo do etanol. Apoio: ULBRA/ Canoas 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 92 Avaliação da genotoxicidade de nanocápsulas poliméricas com óleo de arroz, através do teste vegetal de Allium cepa Frescura, VD¹; Rigo, LA²; Dalla Nora, G3; Beck, RCR4; Tedesco, SB1,3. ¹ PPG Agrobiologia, Universidade Federal de Santa Maria ² PPG em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Santa Maria ³ PPG Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria 4 Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul [email protected] Palavras-chave: Genotoxicidade, citotoxicidade, nanocápsulas poliméricas, óleo de arroz, Allium cepa Introdução: As nanopartículas poliméricas (nanoesferas e nanocápsulas) são sistemas submicrométricos, e têm sido estudadas para aplicações terapêuticas como a vetorização de fármacos e desenvolvimento de sistemas de liberação modificada. Estudos de toxicidade e mutagenicidade contribuem para a utilização segura e eficaz destes sistemas. Os índices mitóticos e de replicação são usados como indicadores de proliferação celular e podem ser medidos pelo sistema teste de Allium cepa. Óleos vegetais estão sendo empregados na preparação de nanocápsulas poliméricas. Objetivos: Avaliar a genotoxicidade e citotoxicidade de suspensões de nanocápsulas poliméricas contendo óleo de arroz, sobre a divisão celular de A. cepa. Métodos: Os experimentos foram desenvolvidos em laboratórios da Universidade Federal de Santa Maria. As nanocápsulas poliméricas foram preparadas pelo método de deposição interfacial do polímero pré-formado, empregando-se um polímero biodegradável (poli-ε-caprolactona) na concentração de 3% (p/v) de óleo de arroz. Para a avaliação da genotoxicidade e citotoxicidade foram utilizados 3 grupos de 3 bulbos de A. cepa, para enraizar em água destilada. Após, um grupo de bulbos foi transferido para a suspensão de nanocápsulas poliméricas com óleo de arroz, o segundo grupo foi transferido para o glifosato, utilizado como controle positivo permanecendo por 24h e o terceiro grupo permaneceu em água destilada, empregada como controle negativo. A seguir, foram coletadas as radículas de A. cepa e fixadas em etanol-ácido acético (3:1) por 24h, após, foram colocadas em álcool 70% sob refrigeração. Foram preparadas lâminas pela técnica de esmagamento das radículas, as quais foram coradas com orceína acética 2%. As lâminas foram analisadas diferenciando-se as células em interfase, fases mitóticas do ciclo celular e aparecimento de irregularidades cromossômicas. Através de microscopia óptica foram contadas 1500 células por grupo de bulbos, determinando-se o índice mitótico (IM). A análise estatística dos dados foi realizada pelo teste χ² a 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico BioEstat 3.0. Resultados: Os valores dos índices mitóticos encontrados foram 5,13% para nanocápsulas com óleo de arroz, 3,93% para o controle negativo e 5,46% para o controle positivo. Os resultados diferiram significativamente entre o controle negativo e nanocápsulas poliméricas com óleo de arroz (χ² = 2,49), bem como ocorreu diferença significativa entre o controle positivo e o negativo (χ² = 3,937). Foram observadas 0,4% de alterações cromossômicas nas células de A. cepa submetidas ao tratamento com nanocápsulas poliméricas contendo óleo de arroz. Conclusões: As nanocápsulas poliméricas com óleo de arroz apresentaram aumento na atividade proliferativa que pode estar relacionada aos componentes da formulação. Por outro lado, as formulações apresentam baixa atividade genotóxica através do teste de A. cepa, demonstrando preliminarmente a segurança da sua administração. Apoio financeiro: FIPE, CAPES, PPG Agrobiologia. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 93 Avaliação dos potenciais citotóxicos e mutagênicos da tintura de camomila (Matricaria chamomilla) in vivo Delarmelina, JM1,2; Perdigão, TL1,3; Belcavello, L1,2; Luz, AC1,3; Batitucci, MCP1,2,3. Departamento de Ciências Biológicas, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES Programa de Pós Graduação em Biotecnologia, Núcleo de Biotecnologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Vitória, ES 3 Programa de Pós Graduação em Biologia Vegetal, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Vitória, ES. [email protected] 1 2 Palavras-chave: tintura vegetal, Matricaria chamomilla, mutagenicidade, citotoxicidade, teste in vivo, micronúcleo Introdução: A Matricaria chamomilla é uma planta pertencente à família Asteraceae cujo nome popular é camomila branca. Suas flores possuem diversas substâncias com propriedades terapêuticas para cura e prevenção de diversos males, dentre eles, desconforto gastrointestinal, inflamações, estresse e hipertensão. Entre as diferentes formas de preparo e ingestão, a camomila pode ser consumida sob forma de tintura vegetal, que apesar de ter sua ação antioxidante comprovada, não possui os estudos toxicológicos necessários, exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para a orientação da população quanto seu uso. Objetivos: Observar os efeitos citotóxico e mutagênico in vivo da tintura vegetal de M. chamomilla. Métodos: Avaliou-se a atividade citotóxica e mutagênica in vivo da tintura vegetal de M. chamomilla utilizando o ensaio de micronúcleo em medula óssea de roedores (camundongo Swiss), n=6/grupo (3 machos/3 fêmeas). Foram determinados seis grupos experimentais, aos quais foram administrados: cisplatina (controle positivo - CP); solução salina 0,9% (controle negativo - CN); álcool etílico 65% (controle solvente da droga - CS); tintura de M. chamomilla 0,02 µL/g/dia e 0,1 µL/g/dia, proporcionais as doses clínicas de 20 e 100 gotas diárias, respectivamente, considerando-se um indivíduo adulto; e também uma dose supra-clínica. Os animais foram expostos a cinco dias de tratamento, e sacrificados no sexto, com exceção do CP, em que foram sacrificados 24 horas após a administração da droga. A análise estatística utilizou o método de Análise de Variância (ANOVA) e o teste a posteriori de Tukey, com P<0,05 (5%) para as diferenças estatísticas significativas. Resultados: Os resultados obtidos demonstraram que a tintura vegetal de M. chamomilla não apresenta efeito citotóxico e mutagênico quando administrada nas dosagens de 0,02 µL/g/ dia e 0,1 µL/g/dia e que a dosagem supra-clínica apesar de não promover um efeito citotóxico, apresenta um efeito mutagênico quando comparado ao controle negativo, sem, no entanto, alcançar os níveis de mutagenicidade apresentados pela ação da cisplatina (CP). O CS não foi utilizado para análises estatísticas, uma vez que as fêmeas não sobreviveram ao tratamento de 5 dias. Conclusão: Considerando-se o uso potencial da tintura de M. chamomilla como fitoterápico, o presente estudo contribuiu para um melhor entendimento de sua ação, podendo ser usada de maneira mais segura, uma vez que não demonstrou mutagenicidade e citotoxicidade nas dosagens proporcionais às preconizadas para humanos, chamando atenção para seu uso em elevada quantidade. Apoio Financeiro: PPSUS/FAPES/CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 94 Efeito citotóxico e genotóxico do óleo essencial de Schinus terebinthifolius Raddi (Anacardiaceae) sobre o meristema radicial de alface Pawlowski, A1; Zini, CA2; Soares, GLG1; Kaltchuk-Santos, E3 Programa de Pós-Graduação em Botânica, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Laboratório de Química Analítica Ambiental e Oleoquímica, Instituto de Química, Universidade Federal do Rio Grande do Sul 3 Laboratório de Citogenética Vegetal, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. [email protected] 1 2 Palavras-chave: atividade mitodepressiva, clastogênese, aneugênese, óleo essencial, Schinus Óleos essenciais são misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas, constituídas de uma variedade de substâncias de baixo peso molecular, das quais se destacam os mono- e sesquiterpenoides. O conhecimento acerca do modo de ação dos produtos naturais sobre o desenvolvimento de outras espécies vegetais é bastante incipiente, destacando-se efeitos observados sobre o crescimento inicial de plântulas; os eventos celulares correlacionados a tais efeitos raramente são abordados. Resultados anteriores com medidas biométricas mostraram que as raízes de alface apresentaram redução significativa no comprimento quando expostas ao óleo volátil de Schinus terebinthifolius. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi verificar o efeito citotóxico do óleo essencial de S. terebinthifolius (aroeira-vermelha) sobre o meristema radicial de alface (Lactuca sativa L.) através da avaliação do processo de divisão celular. O óleo essencial foi obtido através da hidrodestilação das folhas de S. terebinthifolius em aparelho do tipo Clevenger. Diásporos de alface foram distribuídos em placas de Petri sobre papel filtro embebido com 5ml de água destilada. O óleo (0,1 ml) foi aplicado sobre algodão fixado na tampa da placa de Petri, evitando o seu contato direto com os diásporos. Água destilada foi usada como controle negativo (CN) e paracetamol 0,5mg/ml como controle positivo (CP). Cada tratamento foi realizado em quatro repetições. Transcorridas 48 horas, quatro raízes de cada repetição foram fixadas em fixador Farmer, sendo coradas pelo método de Feulgen. Foram analisadas 500 células por raiz, totalizando 8.000 células por tratamento. Os parâmetros avaliados foram os índices mitótico (IM) e metafásico (IMet), e a ocorrência de alterações mitóticas. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística por ANOVA seguido de Tukey a 0,05 de significância. O óleo essencial de S. terebinthifolius afetou drasticamente a atividade mitótica do meristema radicial da alface. Comparado com o CN, o tratamento com o óleo apresentou uma redução de 77% no IM (CN: 16,43 ± 0,36; CP: 12,08 ± 0,97; óleo: 3,81 ± 1,88) e 62% no IMet (CN: 2,90 ± 0,21, CP: 2,09 ± 0,21; óleo: 1,09 ± 0,60). A genotoxicidez também foi expressiva (CN: 0,05 ± 0,04; CP: 1,59 ± 0,60; óleo: 2,55 ± 0,97), sendo observados fragmentos, pontes, cromossomos não orientados em metáfase, cromossomos retardatários, aderências, c-mitose, entre outras anormalidades. No tratamento com óleo, a ocorrência de efeitos aneugênicos (0,88%) foi maior que os clastogênicos (0,10%), observando-se também micronúcleos (0,08%), anormalidades de núcleo (0,70%) e células binucleadas (0,17%). Os resultados demonstram uma acentuada atividade mitodepressiva e genotóxica do óleo essencial de S. terebinthifolius e sugerem que as substâncias presentes no óleo possivelmente tenham ação sobre os microtúbulos, na organização do fuso mitótico, tendo em vista a maior ocorrência de efeitos aneugênicos. Apoio financeiro: CAPES. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 95 Estudo da genotoxicidade do extrato aquoso de Petiveria alliacea em DNA plasmidial: análise de quebras e eficiência de transformação Santos, SE1; Meirelles, PG1; Lima, PVS1; Oliveira, MBNO1; De Mattos, JCP1; Dantas, FJS1; Soares B.O.2; Gagliardi, RF2 Caldeira-de-Araujo, A1 Laboratório de Radiobiologia e Fotobiologia, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. .Núcleo de Biotecnologia Vegetal , Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. [email protected] 1 2 Palavras-chave: genotoxicidade, extrato vegetal, Petiveria alliacea Petiveria alliacea L. (guiné, erva-de-alho, erva-tipi ou amansa-senhor) é uma dicotiledônea herbácea, pertencente à família Phytolaccaceae, nativa da região Amazônica. Atualmente é cultivada em muitas regiões tropicais, com propósitos medicinais ou alucinógenos. Pesquisas científicas realizadas nas últimas décadas têm confirmado os efeitos farmacológicos observados na medicina popular, como narcótico, abortivo e analgésico. Este trabalho objetivou investigar o potencial genotóxico de extratos aquosos de plantas in natura, através da alteração da topologia do plasmídeo pUC 9.1 e da eficiência de transformação do mesmo na cepa de Escherichia coli AB 1157 (selvagem para mecanismos de reparo de lesões em DNA). Folhas de plantas coletadas em Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, foram utilizadas para a preparação do extrato aquoso. Os plasmídeos (pUC 9.1), obtidos através do kit de extração Invisorb, foram tratados com diferentes concentrações do extrato de Petiveria, por 40 min, à temperatura ambiente. Após os tratamentos, foram realizadas, simultâneamente, a transformação da bactéria E. coli AB1157, tornada competente pela incubação com Cloreto de Cálcio (Sambrook et al., 1989), com o plasmideo e a eletroforese em gel de agarose, onde as alíquotas de cada amostra foram misturadas com tampão de carregamento (0,25% xileno cianol, 0,25% azul de bromofenol e glicerol em água), aplicadas no gel de agarose 0,8% em cuba de eletroforese horizontal, na presença de tampão Tris-acetato-EDTA ( pH 8,0) e corrido a 7V / cm. O procedimento de eletroforese foi realizado para separar as diferentes conformações do plasmideo. O gel foi incubado em solução de brometo de etídio para visualização do DNA, por fluorescência, sob um sistema de transiluminação ultravioleta. Os dados mostraram que o tratamento com DNA plasmidial pUC 9.1 levou à conversão de plasmídeo superhelicoidizado à circulo aberto e, finalmente, à forma linear em um padrão dose-dependente. Embora o uso do extrato bruto tenha causado alterações na topologia plasmidial, conforme visualizado em eletroforese, quando as alíquotas do plasmideo foram incubadas com a bactéria competente (AB1157), não foram detectadas diferenças significativas (p>0.05) nas eficiências de transformação. Apoio: FAPERJ, CAPES, CNPq, UERJ. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 96 Jurubina: Moduladora de genotoxicidade e citotoxicidade induzida por mitomicina C Vieira, PM ¹; Chen Chen, L1 Departamento de Biologia Geral / Instituto de Ciências Biológicas / Universidade Federal de Goiás Campus II Goiânia-GO 74001-970 Brasil. [email protected] Palavras-chaves: Solanum paniculatum, teste do micronúcleo, camundongos, antimutagenicidade, alcalóide Solanum paniculatum L., vulgarmente conhecida como jurubeba, é uma planta popularmente utilizada na medicina tradicional, culinária e preparações de vinhos. Diversos produtos químicos naturais têm sido investigados quanto ao potencial antimutagênico, citotóxico e anticarcinogênico devido ao interesse por compostos de origem vegetal que possam ser utilizados como protótipos para o desenvolvimento de novos fármacos. Nesse contexto, experimentos realizados anteriormente demonstraram que o extrato bruto dos frutos da S. paniculatum apresentou elevada citotoxicidade e antimutagenicidade em procariotos e eucariotos. No intuito de detectar as substâncias responsáveis por essas ações, o componente jurubina foi isolado dos frutos de S. paniculatum e posteriormente identificado e avaliado quanto às ações antimutagênica e anticitotóxica, utilizando o teste do micronúcleo em medula óssea de camundongos. O procedimento experimental foi realizado de acordo com SCHIMID (1975). Os animais foram tratados com três diferentes concentrações, (25, 50 e 100 mg/kg) de jurubina concomitantemente com uma dose única de mitomicina C. Para a avaliação da antimutagenicidade foi analisada a freqüência de eritrócitos policromáticos micronucleados (EPCMN), enquanto a anticitotoxicidade foi avaliada pela relação entre EPC/ENC. Os resultados demonstraram que a jurubina isolada dos frutos de S. paniculatum apresenta elevada capacidade de modular as ações genotóxicas e citotóxicas induzidas por mitomicina C em medula óssea de camundongos. Dessa maneira, pode-se inferir que o composto jurubina pode atenuar a genotoxicidade e a citotoxicidade de substâncias com ações similares à mitomicina C e que são encontradas em nosso ambiente como produto natural ou antropogênico. Apoio financeiro: UFG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 97 Avaliação de mutagênicidade mostra que o chimarrão é capaz de potencializar efeitos mutagênicos do MMS em Allium cepa Grezsiuk, JD1; D’Arce, LPG1 1 Laboratório de genética, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Palavras-chave: erva-mate, chimarrão, Allium cepa, micronúcleo, aberração cromossômica O consumo do chimarrão, bebida feita a partir da infusão de erva-mate (Ilex paraguariensis), é um hábito antigo e muito comum principalmente na região sul do Brasil e em outros países sul americanos como Argentina, Paraguai e Uruguai. Embora muitas substâncias presentes na erva-mate sugiram propriedades benéficas a ela, como estimulante, diurética, anti-obesidade, antioxidante e anticarcinogênica, não se sabe ao certo seu efeito sobre o DNA. Nesta pesquisa, avaliou-se a atividade mutagênica e antimutagênica da infusão de erva-mate através do ensaio de Allium cepa, analisando-se a freqüência de micronúcleos (MN), aberrações cromossômicas (AC) e o índice mitótico (IM). Para a avaliação de mutagenicidade da erva-mate, as sementes foram expostas por 24 horas à infusão, preparada de forma semelhante ao processo de preparo do chimarrão, em três concentrações, correspondentes a primeira, terceira e quinta cuia da bebida. Os controles positivos e negativos foram tratados, respectivamente, com metilmetanosulfonato (MMS, 4.10-4M, por 72h) e água destilada (por 24h, 72h e 96h). A antimutagenicidade foi avaliada em protocolos de tratamento prévio, simultâneo e posterior de MMS e erva-mate. Para o preparo das lâminas, as raízes foram inicialmente fixadas em etanol:ácido acético (3:1), hidrolisadas em HCl e coradas com reativo de Schiff. Em seguida, as lâminas foram confeccionadas com a região meristemática, na presença de Carmim Acético. Analisou-se 5.000 células por tratamento em microscopia de luz (400X). Os resultados obtidos foram negativos para o aumento das freqüências de MN e AC nos tratamentos só com erva-mate, o que indica que, nas condições estudadas, suas substâncias não sejam mutagênicas e carcinogênicas por si só, ou não estejam em quantidade suficiente para exercerem tais efeitos. Nos tratamentos prévios com MMS também não foi observado nem aumento, tampouco diminuição significativa de alterações genéticas, o que sugere que não houve influência, nem positiva nem negativa, da erva-mate na forma de chimarrão sobre a reversão de danos no DNA das células meristemáticas das raízes de cebola tratadas com MMS, mostrando que a erva-mate não teve propriedades bioantimutagênicas. Nos protocolos simultâneos e posteriores com MMS, porém, a erva-mate potencializou os efeitos mutagênicos do MMS, ao invés de amenizá-los, talvez ao fragilizar as barreiras celulares à este mutágeno. Conclusão: verificou-se que a erva-mate, na forma de chimarrão e em concentrações semelhantes ao uso cotidiano, interferiu de forma a potencializar a ação do agente mutagênico presente (MMS). Por ser a ervamate um complexo composto por diversas substâncias, o resultado obtido neste trabalho não exclui a hipótese de que ela atue também como potente seqüestrador de radicais livres na presença de outros tipos de mutágenos. Para esclarecimentos sobre qual efeito prepondera sobre os sistemas, mais estudos laboratoriais e epidemiológicos são necessários. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 98 Avaliação Mutagênica do Equisetum arvense L. (Equisetaceae) em Células Meristemáticas Radiculares de Allium cepa L. (Liliaceae) da Mota, PR1; Machado, RC1; Hanusch, AL1; Portis, IG1; da Silva, CC1,2; da Cruz, AD1,2 Núcleo de Pesquisas Replicon – Departamento de Biologia – Pontifícia Universidade Católica de Goiás LaGene – Laboratório de Citogenética Humana e Genética Molecular – LACEN/SES/GO [email protected] 1 2 Palavras-chave: Potencial mutagênico, clastogenicidade, aneugenicidade, divisão celular, alteração cromossômica As plantas medicinais são utilizadas pelo homem para diversas finalidades, e gradativamente vem aumentando sua utilização, a fim de se conseguir, por meio natural, ações terapêuticas e profiláticas. E. arvense é muito utilizada, por possuir um elevado conteúdo em silício, oligoelemento mineral que participa nos processos de regeneração dos tecidos. Desta forma há uma importância em serem realizados estudos que possam caracterizar seu potencial mutagênico. Neste estudo foi realizado o teste A. cepa, por ser este ser um método clássico de avaliação do potencial mutagênico de produtos químicos, apresentando resultados rápidos e satisfatórios no âmbito da mutagenicidade. Tem-se por escopo avaliar o potencial mutagênico do produto fitoterápico de E. arvense, sobre as células do tecido meristemático radicular de A. cepa. Foram utilizados bulbos expostos a concentrações de 50g.L-1, 37,5g.L-1, 25g.L-1, 12,5g.L-1 do material vegetal triturado, sendo após o período de exposição, as radículas dos bulbos submetidas a fixação em solução álcool ácida e hidrolisadas em ácido clorídrico a 1N. Logo após, adicionou-se o corante orceína acética à 2%, sendo a radícula recoberta com lamínula seguindo de uma leve pressão visando o espalhamento das células. Para a determinação do índice mitótico, durante a contagem das células em divisão celular, adotou-se o método de varredura, partindo do canto inferior da lâmina, da esquerda para a direita. Para a análise de alterações cromossômicas (AC), nas fases de metáfase e anáfase foram consideradas várias aberrações relacionadas com potencial clastogênico e/ou aneugênico. Todas as alterações foram reunidas em uma só categoria para possibilitar a avaliação estatística. O grupo exposto (GE) quando comparado com o grupo controle (GC) não apresentou alterações nas freqüências de AC (p=0,22), indicando que as diferentes concentrações do produto testado não interferem na dinâmica da estrutura dos cromossomos. Na avaliação do índice mitótico, usando ANOVA e teste de Tukey, pode-se perceber que nas concentrações de 50g.L-1 (1,11±0,19), 37,5g.L-1 (1,5±0,37) e 25g.L-1 (1,85±0,61), houve diferença (p<0,05) no número de células em divisão quando comparado ao grupo controle negativo (2,96±0,1). Uma vez que algumas células meristemáticas não possuem uma rota de diferenciação, mantendo a sua capacidade e fluxo de divisão celular, observa-se que o produto fitoterápico estudado apresenta atividade antimitogênica sobre células meristemáticas radiculares de A. cepa. Tem-se a necessidade de se realizar outras análises para a detecção do potencial clastogênico e/ou aneugênico do fitoterápico estudado, uma vez que devido a sua atividade inibitória de divisão celular pode ter interferido no número amostral de células avaliadas em divisão para a determinação da freqüência das alterações cromossômicas nas diferentes concentrações do produto. Apoio financeiro: PROPE/PUC-Goiás. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 99 Avaliação mutagênica e recombinogênica da (-)-cubebina, extraída de sementes de Piper cubeba, em células somáticas de Drosophila melanogaster Rezende, AAA1; Silva, MLA2; Tavares, DC3; Spanó, MA1 Laboratório de Mutagênese, Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia. Laboratório de Produtos Naturais, Núcleo de Pesquisa em Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade de Franca. 3 Universidade de Franca. *[email protected] 1 2 Palavras-chave: Lignana, produtos naturais, SMART, teste da mancha da asa No presente trabalho foram avaliados os efeitos tóxicos, mutagênicos e recombinogênicos da (-)-cubebina, uma lignana isolada de sementes de Piper cubeba, conhecida popularmente como pimenta de Java. Entre os efeitos biológicos da (-)-cubebina destacam-se os efeitos analgésicos, antiinflamatórios e tripanocida. O teste para detecção de mutação e recombinação somática (Somatic Mutation and Recombination Test – SMART) em células de asas de Drosophila melanogaster tem sido amplamente utilizado na detecção de efeitos mutagênicos e/ou recombinogênicos de produtos naturais. Diferentes concentrações de (-)-cubebina (0,25; 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0 mM) foram avaliadas por meio do SMART. Água ultra pura e cloridrato de doxorrubicina (0,2 mM) foram utilizados, respectivamente, como controles negativo e positivo. Para tanto, foram utilizadas larvas de terceiro estágio (72 ± 4 horas) de D. melanogaster, obtidas dos cruzamentos padrão (ST – fêmeas flr3 cruzadas com machos mwh) e de alta capacidade de bioativação metabólica (HB – fêmeas ORR; flr3 cruzadas com machos mwh). Os resultados observados foram similares em ambos os cruzamentos e demonstraram que a (-)-cubebina não possui efeito tóxico, uma vez que não houve diferença no número de imagos obtido nos diferentes grupos tratados quando comparados com o grupo controle negativo. Os resultados observados permitem ainda concluir que a (-)-cubebina não possui efeitos mutagênico e/ou recombinogênico, uma vez que as freqüências de manchas mutantes observadas nos grupos tratados foram estatisticamente não significativas quando comparadas com as observadas no controle negativo. Apoio financeiro: FAPESP; FAPEMIG; CAPES; UFU; UNIFRAN. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 100 Análise de mutagenicidade e toxicidade tecidual do extrato hidroalcoolico de Ageratum conyzoides em camundongos Paiva, WJM1; Lassance, FP2; Machado, CR3; Assis, ACP3; Ozawa, PMM4; Costa, DTM4;Takemura, OS5 1 – Departamento de Biologia Geral – UEL 2 – Departamento de Histologia – UEL 3 – Alunas de Farmácia – UEL 3 – Alunas de Biomedicina – UEL 5 – Professor UNIPAR [email protected] Palavras-chave: Ageratum conyzoides, Mutagenicidade, Toxicidade Tecidual O Ageratum conyzoides é um fitoterápico ao qual se atribui várias propriedades farmacológicas. Este trabalho tem como objetivo avaliar o potencial mutagênico do extrato hidro-alcoólico de Ageratum conyzoides através do teste do micronúcleo em eritrócitos policromáticos de medula óssea de camundongos (Mus musculus) e a avaliação de alterações histológicas em fígado e rim. Para a avaliação da mutageniciade foram utilizados 2 fêmeas e 2 machos para cada grupo de tratamento nas concentrações de 1,5, 0,15 e 0,015 g/Kg de cada animal. O tratamento ocorreu por gavagem e após 48 horas os animais foram sacrificados por deslocamento cervical para retirada da medula óssea e os tecidos indicados. A lâminas preparadas foram coradas com Giemsa (1:20) e a análise das lâminas feita ao microscópio óptico através da contagem de 2000 eritrócitos policromáticos contabilizando-se as células micronucleadas por animal. A média de células micronucleadas encontrada em cada tratamento foram respectivamente 217, 187 e 85. Para o controle positivo, a média encontrada foi de 262; e para o controle negativo, foi de 49. Os resultados obtidos através do teste do micronúcleo indicam provavelmente um grau de clastogenicidade, o que é um indicativo de mutagenicidade. O fígado e rim dos animais foram processados para exames histológicos de rotina, incluídos em Paraplast® e corados com Hematoxilina e Eosina. Os exames histopatológicos mostraram alterações de tecido hepático, indicativo de processo tóxico, com alteração de atividade metabólica de forma evidente. O citoplasma dos hepatócitos apresentou-se vacuolizado, indicando presença de glicogênio. Os animais nos quais observamos estas alterações foram machos e tratados na concentração de 0,015 g/Kg. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 101 Análise do potencial mutagênico de Equisetum arvense L. (Equisetaceae) na dinâmica celular e na ativação apoptótica de células meristemáticas de Allium cepa L. (Liliaceae) Machado, RC1; Hanusch, AL1; Portis, IG1; de Abreu, JB1; da Silva, CC1,2; da Cruz, AD1,2 Núcleo de Pesquisas Replicon – Departamento de Biologia – Pontifícia Universidade Católica de Goiás LaGene – Laboratório de Citogenética Humana e Genética Molecular – LACEN/SES/GO [email protected] 1 2 Palavras-chave: Pteridófita, planta medicinal, fitoterapia, mutagênese, decocto A pteridófita herbácea E.arvense é uma planta medicinal utilizada para fins fitoterápicos sendo pouco conhecidas as suas propriedades genotóxicas e citotóxicas. A avaliação da genotoxidade por meio da ativação apoptótica é considerada relevante pela morte celular programada induzir sinais específicos, tais como erros na replicação do DNA durante a divisão, envolvendo a expressão de um conjunto de genes característicos. O presente estudo tem por objetivo avaliar o potencial mutagênico de diferentes concentrações do decocto de E. arvense utilizando o sistema teste Allium cepa. A espécime vegetal foi obtida em comércio local, sendo lavada e triturada. O decocto foi obtido a partir de 50g do material triturado em 1000mL de água destilada, resultando em uma solução a 5x10² g.L-1. Esta solução foi utilizada para obtenção das concentrações 100%, 75%, 50% e 25%. Doze bulbos de Allium cepa foram submetidos a crescimento radicular em água destilada por um período de 48 horas. Posteriormente, três raízes foram retiradas para compor o grupo controle negativo. Após 24 horas de exposição nas diferentes concentrações, as amostras radiculares foram coletadas, e fixadas em Carnoy. As lâminas foram obtidas pelo método de squash segundo o protocolo de Fiskëjo (1985). Foram consideradas as células que se encontravam em apoptose, divisão mitótica e em intérfase, compreendendo um total de 3000 células, sendo 2000 avaliadas para determinação do índice apoptótico e 1000 para a obtenção da dinâmica das diferentes fases da divisão celular. Foram consideradas em apoptose as células que possuíam como características morfológicas a formação de vesículas e fragmentação da membrana nuclear, encolhimento e diminuição do contato entre células vizinhas e condensação cromatídica. A análise estatística por ANOVA e pelo teste de Tukey possibilitou resultados que mostram que apenas as soluções de 75% e 100% do decocto vegetal apresentaram potencial de indução apoptótica, quando comparadas com o grupo controle negativo (p<0,05). Na avaliação da dinâmica das fases mitóticas, o grupo controle negativo apresentou células em prófase (6,13±0,63), metáfase (4,13±0,25), anáfase (3,28±0,79) e telófase (5,17±0,71). Para todas as concentrações do decocto fitoterápico foram observadas alterações na dinâmica das fases da divisão celular, quando comparadas com grupo controle negativo (p<0,05). A morte celular programada em plantas é um mecanismo de proteção contra a ação de organismos e substâncias, de modo que na presença destes, as células vegetais acumulam altas concentrações de compostos fenólicos indutores de morte celular. Apoio financeiro: PROPE/PUC-Goiás. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 102 Efeito protetor do yacon (Smallanthus sonchifolius) sobre a genotoxicidade induzida pela ciclofosfamida Silva, PMG1; Hyodo, SAT1 Laboratório de Mutagênese, Universidade Braz Cubas. [email protected] 1 Palavras-chave: yacon, micronúcleo, genotoxicidade Vários estudos indicam que através de uma alimentação adequada pode-se adquirir a energia e os nutrientes necessários para que o organismo desempenhe suas funções metabólicas corretamente, atuando tanto na prevenção quanto no tratamento de certas doenças como a obesidade, diabetes e o câncer. Tais benefícios são atribuídos a certos compostos encontrados em determinados alimentos. Smallanthus sonchifolius, conhecida popularmente como yacon ou batata diet, possui um sabor adocicado devido à presença de grandes quantidades de frutooligossacarídeos (FOS), além de compostos fenólicos. Esta raiz é utilizada como alimento por povos andinos, além de ser empregada para fins medicinais como medicamento para o tratamento de hiperglicemia, sendo que nos últimos anos, o seu uso tem se intensificado, tornando-se popular como suplemento dietético para pessoas que sofrem de diabetes. Assim, este trabalho avaliou os efeitos mutagênicos e/ou antimutagênicos das raízes de yacon em células de medula óssea ratos Wistars, através do Teste do Micronúcleo. As raízes de yacon foram preparadas por três metodologias: infusão, decocção e extrato fresco. Cada grupo de animais recebeu 1ml da solução por 15 dias consecutivos e, no penúltimo dia, foram tratados com a ciclofosfamida (50 mg/kg). Os resultados obtidos mostraram um elevado efeito protetor do yacon com relação a genotoxicidade induzida pela ciclofosfamida, uma vez que verificou-se que os animais tratados com yacon apresentaram uma redução na ordem de 54 a 76% na freqüência de micronúcleos. Além disso, o yacon também causou uma citoproteção com relação à ação da ciclofosfamida. Este efeito protetor provavelmente deve-se à presença da atividade antioxidante dos FOS e dos compostos fenólicos. Assim, sugere-se que o yacon possa ser utilizado por pessoas que tratam de enfermidades crônicas, como o câncer, a fim de amenizar os danos causados pelos agentes quimioterápicos. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 103 Avaliação tóxica e citotóxica dos extratos aquoso e metanólico de Alternanthera brasiliana De Carvalho, DF1; Costa, DAF2; Leite, AS2; Melo Cavalcante, AAC2; Amaral, FPM2; Chaves, TVS2; Dantas, AF2; Lemos, SIA2 Universida Federal do Piauí. 2Laboratório de Toxicologia e Genética Molecular do Piauí (LABTOX-GEN/PI) [email protected] 1 Palavras-chave: Alternanthera brasiliana; Allium cepa; Terramicina; toxicidade; citotoxicidade Alternanthera brasiliana é popularmente conhecida como “terramicina” ou “penicilina” com propriedades antimicrobiana, antiinflamatória, antiviral e antidiarréica. O presente estudo teve como objetivo avaliar as atividades tóxica e citotóxica dos extratos aquoso e metanólico das folhas de A. brasiliana utilizando como biomarcador o Allium cepa. Utilizando-se folhas secas e trituradas (50 g) de A. brasiliana foram obtidos por infusão em água destilada (500 mL) a 80 ºC por 30 minutos e maceração com metanol (500 mL) por 72 horas, respectivamente, os extratos aquoso e metanólico brutos. Esses extratos foram filtrados e concentrados em evaporador rotativo a 30-40°C e obtiveram-se os extratos aquoso (EA) e metanólico concentrados (EM). Soluções com o EA e EM nas concentrações de 100 e 500 µg/mL foram preparadas diluídas em água destilada. . Utilizaram-se grupos de 5 bulbos de cebola para cada concentração dos extratos de A. brasiliana, para água desclorificada (Controle Negativo), CuSO4 (Controle Positivo = 0,0002 mg/mL) e Controle Negativo água e metanol. Após 48 h de exposição das cebolas aos extratos de A. brasiliana e aos controles, as raízes foram medidas e fixadas em Solução Carnoy (24 h), e em seguida, foram estocadas em etanol 70% na geladeira até o preparo das lâminas. As raízes foram lavadas 3 vezes com água destilada por 5 minutos, colocadas em solução de ácido clorídrico 1N por 11 minutos e posteriormente lavadas com água destilada. Após foram transferidas para o Reagente de Schiff (2 h). Para o preparo da lâmina, a região meristemática da raiz foi retirada e adicionou-se uma gota de orceína acética 2%. Foi analisado o comprimento de raiz (toxicidade) e o índice mitótico (citoxicidade) em 1.000 células por controle. Os EA e EM de 100 µg/mL não induziram toxicidade nem citotoxicidade significante (P>0,05), porém na concentração de 500 µg/mL, os extratos foram capazes de induzir toxicidade e citotoxicidade. Os resultados revelam riscos e benefícios desse extrato vegetal para uso terapêutico e seus efeitos sobre a integridade ao material genético. Assim, verifica-se que o teste A. cepa é eficiente na detecção da toxicidade e citotoxicidade causada por infusões de plantas medicinais, sendo necessários mais estudos para estabelecer a utilização segura de plantas medicinais pela população. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 104 Teste de micronúcleos em eritrócitos de Poecilia reticulata (Poecilidae) na avaliação do potencial mutagênico do extrativo de Croton urucurana (Euphorbiaceae) Hanusch, AL1; Machado, RC1; Portis, IG1; de Abreu, JB1; da Silva, CC1,2; da Cruz, AD1,2 Núcleo de Pesquisas Replicon – Departamento de Biologia – Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO LaGene – Laboratório de Citogenética Humana e Genética Molecular – LACEN/SES/GO. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Citotoxicidade, fitoterapia, sangra d’água, cicatrizante, látex. Dentre as muitas espécies vegetais que fornecem novos princípios ativos às indústrias farmacêuticas, destacamos as da família das Euforbiáceas. C. urucurana, comumente conhecida como “sangra d’água”, é uma árvore do sudeste brasileiro, cujo extrativo caulinar é utilizado como cicatrizante e antiinflamatório. O presente estudo tem por objetivo avaliar o potencial mutagênico de diferentes concentrações do extrativo de C. urucurana por meio do teste de micronúcleos em eritrócitos de P. reticulata. O material de estudo foi constituído do extrativo da parte aérea do caule, sendo este desidratado e armazenado sob refrigeração. A partir da CL50/96h, foram estabelecidas as concentrações de 37,5mg.L-1, 75mg.L-1, 112,5mg.L-1 e 150mg.L-1. Para cada concentração, além do grupo controle, foram expostos três espécimes, por um período de 48 horas, em aquários padronizados, com aeração e sem alimentação. Após o período de exposição, preparou-se uma suspensão de células sangüíneas em soro fetal bovino a partir das brânquias. A suspensão celular foi utilizada para a confecção dos esfregaços sanguíneos. Para a análise de alterações eritrocíticas nucleares (AENs) foram considerados núcleos lobados, segmentados, em forma de rim, células binucleadas e células micronucleadas. Foram contadas 2000 células para cada espécime avaliada, totalizando 6000 células por concentração. Para análise estatística foi usado o teste de ANOVA. Os resultados observados indicaram que não houveram diferenças entre o número de AENs obtido no grupo controle e nos grupos expostos (p=0,49). Conclui-se que o extrativo de C. urucurana, nas concentrações avaliadas, não induz a formação de AENs quando considerada a espécie P. reticulata como organismo teste. Tem-se a necessidade de que sejam realizados mais estudos que assegure a utilização deste extrativo fitoterápico e a determinação de doses que não sejam prejudiciais a saúde humana. Apoio financeiro: PROPE/PUC-Goiás. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 105 Efeitos antiproliferativo e genotóxico de Eugenia uniflora pelo teste de Allium cepa Kuhn, AW1; Tedesco, M¹; Canto-Dorow, TS²; Tedesco, SB² Acadêmicas em Ciências Biológicas, UFSM, RS Professores do Departamento de Biologia, CCNE, UFSM, RS. [email protected] 1 2 Palavras-chave: pitangueira, genotoxicidade, teste de Allium cepa, antiproliferativo, mutagênico A espécie Eugenia uniflora L. pertence à família Myrtaceae. Essa espécie é nativa da Mata Atlântica brasileira, sendo encontrada desde o Brasil central até o Rio Grande do Sul, em áreas de clima subtropical. A pitangueira, como é popularmente conhecida, possui frutos que podem ser consumidos “in natura” ou utilizados na indústria alimentícia, de cosméticos ou perfumaria. Suas folhas são utilizadas para preparação de infusões pela população em geral, tendo em vista o tratamento de febre, doenças estomacais, hipertensão, obesidade, reumatismo, bronquite, doenças cardiovasculares e reidratação nos casos de diarréia. Tem ação antioxidante, calmante, antiinflamatória e diurética. Devido ao seu uso medicinal, realizou-se esse estudo com o objetivo de avaliar a capacidade antiproliferativa e genotóxica de extrato aquoso das folhas de pitangueira em uma concentração de 24 g/L, através do sistema teste “in vivo” de Allium cepa. Foram coletadas as folhas de 01 população de pitangueira no município de Santa Maria, RS, identificadas e colocadas para secagem a temperatura ambiente. O extrato aquoso foi preparado por infusão na concentração de 24 g/L e comparado com o controle em água. Para montagem do experimento foram utilizados 2 grupos de 3 bulbos de cebola para enraizar em água. Após a emissão de raízes, um grupo permaneceu como controle e o outro foi transferido para o extrato aquoso de pitangueira por 24 horas. Então, coletadas as radículas que permaneceram em etanol:ácido acético (3:1) por 24 horas e mantidas em etanol 70% sob refrigeração, até o preparo das lâminas. As lâminas foram feitas pela técnica de esmagamento e coradas com orceína 2%. Foi realizada a contagem de 1500 células por grupo de bulbos, observando-se a ocorrência de aberrações cromossômicas estruturais, bem como a inibição ou aumento da divisão celular. Os valores do índice mitótico (IM) foram calculados e analisados estatisticamente pelo Teste c2 (p=0.05). Os resultados obtidos pela análise das células exibiram diferença significativa entre o extrato aquoso de pitangueira (IM=7,4%) e o controle em água (0,6%), demonstrando atividade antiproliferativa. Foram também encontradas células em metáfases com quebras cromossômicas, indicando atividade genotóxica. Apoio: FIPE. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 106 Avaliação do potencial citotóxico e genotóxico do extrato hidroalcoólico de inflorescência de Helenium amarum em sistema-teste Allium cepa Carmo, LD1; Pretti, IR1,2; Luz, AC1,2; Freitas, JV1,3; Batitucci, MCP1,2,3 Laboratório de Genética Vegetal e Toxicológica, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Espírito Santo Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Espírito Santo 3 Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Espírito Santo. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Helenium amarum, camomila amarela, inflorescência, mutagênese, Teste Allium cepa A prática do uso de plantas medicinais na cura de enfermidades vem crescendo notadamente e, na maioria das vezes, de forma indiscriminada. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária vem elaborando normas, como Definição nº17 de fevereiro de 2000, para a regulamentação dos fitoterápicos, preocupada com a eficácia, qualificação e segurança do uso desses medicamentos pela população, fundamentando a importância de rigoroso controle de qualidade desde o cultivo até a elaboração do produto terapêutico final. Torna-se necessário avaliação dos possíveis efeitos tóxicos, citotóxicos e genotóxicos para a validação do uso medicinal de plantas. A família de plantas Asteraceae possui grande importância por conter óleos e por apresentar muitas espécies de valor medicinal como Helenium amarum, conhecida como camomila amarela. Esta é utilizada na forma de infusão como calmante, digestivo, tratamento de náuseas, inflamações das vias urinárias, combate a febres e afecções de pele. A análise fitoquímica aponta a presença de alcalóides, ácidos orgânicos, saponinas, esteróides, terpenos, flavonóides, taninos, aminoácidos, além de lactonas sesquiterpênicas, que podem ser responsáveis por eventuais ações tóxicas. O presente estudo objetivou avaliar possíveis efeitos nocivos ao DNA provocados pelo uso de inflorescências de H. amarum, utilizando-se o bioensaio com sementes de Allium cepa, as quais foram submetidas aos tratamentos contínuo e descontínuo (20 e 72 h), com água destilada (controle negativo - CN) e três diferentes concentrações (0,5mg/mL, 1,0 mg/mL e 2,0 mg/mL) de extrato hidroalcoólico bruto das inflorescências de H. amarum. Em todas as concentrações testadas, tanto para tratamento contínuo e descontínuo, os valores dos índices mitótico, aneugênico e clastogênico não apresentaram variação significativa, segundo o Teste do Qui-Quadrado (χ2) com nível de significância ρ<0,05. A partir destes índices pode-se inferir que o extrato da flor de H. amarum não apresenta efeito citotóxico nem genotóxico. Apoio financeiro: FAPES e UFES. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 107 Utilização de sementes de alface como bioensaio para avaliação do efeito citotóxico de extratos aquosos da tulase (Ocimum sanctum L.) Costa, AG1; Martins, ECD1; Silva, RC1; Neves, DA1; Almeida, OS2; Amaral, CLF3; Maffei, EMD4 Graduandos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade do Estado da Bahia, campus VI, Caetité – BA Departamento de Estudos básicos e Instrumentais, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus de Itapetinga-BA 3 Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus de Jequié-BA 4 Departamento de Ciências Naturais, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus de Vitória da Conquista-BA. E-mail: [email protected] 1 2 Palavras-chaves: divisão celular, micronúcleo, bronken eggs, efeito citotóxico, Ocimum Sactum L A tulase (Ocimum sanctum) apresenta diversos aleloquímicos que conferem a esta planta propriedades medicinais. Os aleloquímicos produzidos podem desencadear o surgimento de alterações no processo de divisão celular do organismo. Pelo fato de causarem lesões no material genético e potencialmente gerarem tumores em seres humanos, esses agentes são normalmente conhecidos como genotóxicos e carcinogênicos. Para se identificar e monitorar substâncias que podem vir a ser potencialmente tóxicas são realizados ensaios biológicos para o monitoramento da bioatividade de extratos, frações e compostos químicos isolados, dentre os quais um dos organismos teste mais utilizados é a alface. O presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial citotóxico dos extratos aquosos da tulase sobre sementes de alface. As investigações foram conduzidas no Laboratório de Genética da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/Vitória da Conquista. Os extratos aquosos foram obtidos a partir dos seguintes parâmetros: 6, 12, 25, 50 e 110 folhas (tratamentos 1, 2, 3, 4 e 5 respectivamente). Como controle positivo (tratamento 6) foi utilizado a espinheira santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.) na concentração de 40mg/mL, e como controle negativo (tratamento 7) foi utilizada a água destilada. As sementes foram colocadas em placas de petri, com papel filtro umedecido com 10mL dos extratos e água destilada (controle negativo), e em seguida foram levadas a câmara de germinação, com temperatura controlada de 21°C. Foram utilizadas 10 repetições de 5 sementes, para cada concentração dos extratos e do controle. Após a germinação, as pontas das raízes com aproximadamente um cm foram coletadas e transferidas para o fixador Carnoy 3:1. Posteriormente foram preparadas lâminas que foram coradas com a coloração de Feulgen, sendo que para sua análise a mesma foi dividida em dois campos os quais tinham uma maior quantidade de células. Para constatar o efeito citotóxico da tulase foram adotados a presença e número dos seguintes parâmetros: células binucleadas, micronúcleos, broken eggs, metáfase anormal, cariorréxis e pontes anafásicas. A análise dos resultados foi feita utilizando o teste de Kruskal Wallis a 5%. A análise revelou a presença de micronúcleos, pontes anafásicas e metáfase anormal nos tratamentos 1, 2, 3, 4 e 5 de tulase, broken eggs e cariorréxis foi encontrado no controle positivo, porém não foram estatisticamente significativas pelo teste de Kruskal Wallis a 5%. Assim, conclui-se que a tulase não apresenta potencial citotóxico nas concentrações utilizadas. Apoio financeiro: FAPESB e CAPES. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 108 Investigação da citotoxicidade do infuso aquoso das folhas de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão.) in vitro Pontes, APC¹; Fernandez, DAC¹; Medeiros, RO¹; Almeida, RVM¹; Queiroz, JDF²; Lima, LFA² ¹Laboratório de Biologia Molecular e Genômica, Departamento de Genética, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte ² Laboratório de Biologia Molecular e Genômica, Departamento de Genética, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte [email protected] Palavras-chave: Aroeira, Myracrodruon urundeuva, Citotoxicidade, Procarioto, Eucarioto Introdução: A aroeira do sertão (Myracrodruon urundeuva Allemão.) planta pertecente a família Anacardiaceae, é uma das espécies com maior número de indicações e usos terapêuticos. Neste trabalho, investigamos o potencial citotóxico da infusão aquosa das folhas de M. urundeuva sobre sistemas procariotos e eucariotos in vitro, visando obter dados quanto a segurança e benefícios do seu uso na medicina popular. Foram realizados ensaios de viabilidade com células CHO-k1 e teste de citotoxicidade em Escherichia coli (AB1157) com análise da taxa de crescimento e curva de sobrevivência. No teste de avaliação da citotoxicidade das células CHO-k1 observou-se que nas concentrações de 10% e 15% de infuso a viabilidade foi de 79,7 % e 10%, respectivamente. Para os ensaios com bactérias foi comprovada uma ação anti-microbiana pelo uso do infuso. Conclusão: Verificou-se que mesmo em baixas concentrações, a infusão pode causar morte celular tanto nos sistemas procariotos quanto em eucariotos. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 109 Triagem citotóxica do extrato bruto de Erythroxylum campestre A.ST.-HIL em células tumorais Mello, FMS1; Lima, AP1; Pereira, FC1; Ribeiro, ASBB1; Vilanova-Costa, CAST1; Silveira-Lacerda, EP1 Laboratório de Genética Molecular e Citogenética, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás. [email protected] 1 Palavras-chave: E. campestre, leucemia aguda, adenocarcinoma de pulmão, MTT A grande diversidade de espécies vegetais com potencial terapêutico presente nos ecossistemas brasileiros fornece material para estudos especializados na procura de novas drogas para diferentes doenças, dentre elas o câncer. O gênero Erythroxylum é formado por cerca de 250 espécies distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais do mundo, sendo que para o Brasil é descrita a ocorrência de aproximadamente 130 espécies, em ambientes florestais e de Cerrado latu censu. Várias espécies do gênero possuem propriedades medicinais, sendo as populares cocas (E. coca Lamk. e E. novogranatense (D.Morris) Hieron.) e suas variedades as mais conhecidas e estudadas devido à presença de alcalóides em suas folhas. O screening citotóxico foi realizado por meio do teste colorimétrico do MTT [3-(4,5-Dimetiltiazol-2-il)2,5-Difenil Brometo de Tetrazólio] in vitro utilizando-se células tumorais K562, associadas a leucemia mielóide crônica, Sarcoma 180 (S180) e A549, adenocarcinoma de pulmão, mantidas em cultura segundo estabelecido no protocolo da American Type Culture Collection (ATCC). O princípio desse método consiste em medir indiretamente a viabilidade celular pela atividade enzimática mitocondrial das células vivas. Como controle positivo utilizou-se cisplatina a 100µM. As células foram tratadas em microplacas de 96 poços com o extrato bruto de acetato de etila das folhas de Erythroxylum campestre (ECFM-A) nas concentrações 0,001mg.mL-1; 0,01mg.mL-1; 0,1 mg.mL-1 e 1 mg.mL-1, e incubadas por 48 horas em estufa a 37°C e 5% CO2. Ao fim da incubação, foram adicionados aos poços de cultivo celular, 10 μL de MTT na concentração de 5mg.mL-1. A placa foi novamente incubada e após 3 horas foram adicionados 50 μL SDS 10% / HCL 0,01 N. A quantificação da densidade óptica foi medida em espectrofotômetro utilizando-se o filtro de interferência de 550 nm, após 48 horas do tratamento com SDS. Os testes foram realizados em triplicatas. O screening citotóxico do ECFM-A apresentou resultados satisfatórios, revelandose ser eficaz no tratamento do câncer. Na presença das células de S180 o ECFM-A foi 100% citotóxico para todas as concentrações, porém frente às células K562 e A549, apenas a concentração de 1 mg.mL-1 foi significativa quando comparada com o controle positivo. Resultados obtidos com 24 horas de exposição do ECFM-A frente as células K562 foram mais relevantes, demonstrando citotoxicidade em todas as concentrações de forma dose-dependente. Os estudos com esse composto vão ser continuados para comprovar e elucidar sua atividade antitumoral. Apoio financeiro: LGMC- UFG / FINEP / FAPEG / CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 110 Toxicidade do extrato aquoso de folhas de Byrsonima intermedia sobre o alongamento de raiz em bioteste com Lactuca sativa L. Rocha, LC1; Barbosa, S2; Orlandi, L1; Rodrigues, LCA1; Beijo, LA3; Silva, GA4; Santos, BR2 Laboratório de Biotecnologia e Genética Vegetal - Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) Instituto de Ciências da Natureza (UNIFAL-MG) 3 Departamento de Ciências Exatas (UNIFAL-MG). 4Departamento de Farmácia (UNIFAL-MG). [email protected] 1 2 Palavras-chave: Germinação, fitotoxicidade, Byrsonima intermedia A espécie Byrsonima intermedia A. Juss., conhecida como Murici-pequeno, é um arbusto do Cerrado, pertencente à família Malpighiaceae, que tem sido utilizada na medicina popular como agente adstringente, antimicrobiano e antifúngico. Estas atividades se devem à presença de metabólitos secundários como os compostos fenólicos, taninos, flavonóides, entre outros, que podem também exercer efeito tóxico sobre outras espécies vegetais, modulando o crescimento e desenvolvimento da vegetação adjacente. O entendimento da atividade fitotóxica auxilia o desenvolvimento de alternativas como herbicidas naturais para o controle de plantas invasoras, sobretudo na agricultura orgânica. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito biológico do extrato aquoso de folhas de B. intermedia sobre a planta-alvo alface (Lactuca sativa L., cv Baba de verão) utilizando como parâmetro o comprimento de raiz. Folhas de Murici-pequeno foram desidratadas por 48 horas em estufa a 40ºC, trituradas em moinho mecânico e pulverizadas através de tamis abertura 0,84mm, tyler 20. A partir do extrato aquoso liofilizado a 5% (m/v) foram obtidas as concentrações 5, 10, 25 e 50 mg mL-1, utilizando água destilada como controle. O bioteste foi conduzido com sementes de alface em BOD a 25ºC sob fotoperíodo de 12 horas. Foram utilizadas três repetições de 25 sementes com delineamento inteiramente casualizado. Para análise estatística foi utilizou-se ANOVA sendo que as concentrações apresentaram efeito significativo (p<0,05) sobre o comprimento das raízes. Ajustou-se um modelo de regressão polinomial do segundo grau (y=1,47 - 0,083x + 0,0011x2, com R2 =85,7%). O comportamento da curva indicou que com o aumento da concentração reduz-se o comprimento das raízes, permitindo inferir que concentrações mais elevadas inibem o desenvolvimento radicular (menor que 0,5 cm). A presença de substâncias inibidoras da proliferação celular revela o potencial fitotóxico para o extrato avaliado e indica a necessidade de ampliar os estudos sobre a ação aleloquímica dos extratos foliares dessa espécie. Apoio: CAPES - FAPEMIG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 111 Proteção do alho-poró (Allium porrum L.) sobre micronúcleos induzidos pela ciclofosfamida Loureiro, NE ¹; Hyodo, SAT¹ ¹ Laboratório de Mutagênese – Área de Saúde – Universidade Braz Cubas – Mogi das Cruzes, SP. [email protected] Palavras-chave: Allium porrum, micronúcleo, alimentação, câncer, quimioproteção. A ingestão de alimentos constitui uma das principais vias de exposição do homem a diversos compostos. Alimentos nutracêuticos e funcionais podem apresentar componentes com propriedades importantes ao organismo, entre elas a melhoria do bem estar físico e fisiológico e a redução do risco de doenças como o câncer. Vegetais do gênero Allium têm sido muito estudado devido as suas propriedades antimicrobianas e relacionadas à prevenção de cânceres como de estômago e de mama. O alho-poró (Allium porrum L.) é um vegetal muito utilizado como condimento, sendo a parte branca mais utilizada, além disso, possui vitaminas A, B e C, potássio, ferro, cobre, ácido fólico e flavonóides como quercetina e canferol. O teste de micronúcleo é utilizado para avaliar a capacidade de substâncias em induzir dano cromossômico estrutural e/ou numérico em células em estágio de divisão na medula óssea. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do tratamento com extrato fresco de alho-poró utilizando a técnica de micronúcleo em células de medula óssea de ratos Wistar. Para tal, 24 animais do sexo masculino, pesando 100 ± 110 g, foram tratados com 1ml/dia do extrato fresco de alho-poró durante 16 dias. O extrato foi preparado com o bulbo do alho-poró ralado e filtrado em gaze e logo em seguida administrado aos animais pelo método de gavagem. No último dia de tratamento foi administrada CPA (50mg/kg) via intraperitoneal, sendo 24 horas depois realizada a eutanásia dos animais. A análise de micronúcleos foi realizada em células sangüíneas e de medula óssea. Durante os tratamentos não houve variação significativa no ganho de peso entre animais tratados e não tratados com o extrato (p>0,05). Também não foi verificado ação citotóxica do extrato fresco de alho-poró. Além disso, animais que receberam o extrato apresentaram redução superior a 50% na freqüência de micronúcleos (56% no sangue, 57% na medula óssea) quando comparados aos animais tratados apenas com CPA (p<0,05). O efeito protetor atribuído à exposição ao extrato de alho-poró possivelmente se deve a presença de compostos antioxidantes, como quercetina e canferol, comumente encontrados em vegetais do gênero Allium, que são capazes de reduzir a ação de radicais livres. Mediante os resultados, o alho-poró pode ser recomendado em dietas que visem minimizar os efeitos negativos de quimioterápicos. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 112 Citogenotoxidade do óleo essencial de espécies de Lippia em células meristemáticas de Allium cepa Evangelista, NAM1; Oliveira, EE¹; Gomes, SSL1; Oliveira, CE1; Zanette, RSS1; Viccini, LF1; Raposo, NRB2;Coelho, CM1; Campos, JMS1 Laboratório de Genética e Biotecnologia, Departamento de Biologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Juiz de Fora-MG. 2 NIQUA, Faculdade de Farmácia, UFJF [email protected] 1 Palavras-chave: Lippia, citogenotoxidade, Allium cepa, ciclo celular, óleo essencial Introdução: O gênero Lippia (Verbenaceae) é constituído de várias espécies com propriedades medicinais. Entre elas, as espécies L. sidoides e L. alba são as mais conhecidas, com várias propriedades farmacológicas descritas. Na maioria dos estudos disponíveis, é ressaltada a importância dos componentes do óleo essencial dessas espécies. Entretanto, informações sobre atividades citogenotóxicas dos óleos essenciais de espécies de Lippia são quase inexistentes. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a atividade citogenotóxica do óleo essencial de L. sidoides e L. alba em células meristemáticas de Allium cepa. Métodos: Soluções de 100 e 200 µg/ml (óleo essencial/acetona 2,5%) das espécies L. sidoides e L. alba foram testadas. Como controles negativos foram utilizados água destilada (C1) e soluções de acetona 2,5% (C2). Sementes de Allium cepa pré-germinadas foram expostas às soluções teste por um período de 24h. Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente ao acaso, composto de 3 repetições. Para análise citogenética, as raízes foram fixadas em etanol:ácido acético (3:1) e posteriormente hidrolisadas em HCl 5N por 15 minutos. As lâminas foram obtidas através de esmagamento e coradas com solução de Giemsa. Parâmetros de ciclo celular e de alterações cromossômicas foram obtidos através da análise. Resultados: Para L. sidoides, os resultados de análise citogenética evidenciaram um aumento significativo no percentual de células em divisão (índice mitótico) após exposição à solução de 100 µg/ml de óleo essencial (Índice mitótico: C1 – 7,86%; C2 – 7,45%; 100 µg/ml – 12,45%, Tukey p > 0,05). Este aumento é explicado por um aumento no percentual de células na transição de G2 para mitose (acúmulo de células na fase inicial de prófase). Já a solução de 200 µg/ml apresenta um efeito citotóxico, com diminuição no percentual de divisão e indução de morte celular. Para a espécie L. alba não foram relatadas interferências sobre os parâmetros de ciclo celular. Entretanto, anormalidas cromossômicas tais como pontes cromossômicas e cromossomos pegajosos foram observados. Tais resultados evidenciam um efeito clastogênico do óleo essencial de L alba em contraposição a um efeito sobre ciclo celular de L. sidoides. Conclusões: Ambas as espécies apresentam efeitos citogenotóxicos para os seus óleos essenciais, constituindo-se em promissoras fontes para a prospecção de compostos biologicamente ativos. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 113 Potencial genotóxico dos extratos aquosos de Artemisia verlotorum (Asteraceae) sobre o ciclo celular de Allium cepa Pastori, T1; Souza, LFB2; Laughinghouse IV, HD3,4; Tedesco, M1; Kuhn, AW1, Canto-Dorow, TS1; Tedesco, SB1 Departamento de Biologia, Universidade Federal de Santa Maria, RS Curso de Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria, RS 3 Department of Environmental Science and Technology, University of Maryland 4 Department of Botany, National Museum of Natural History, Smithsonian Institution. [email protected] 1 2 Palavras-chave: infalivina, genotoxicidade, Artemisia verlotorum, planta medicinal, Allium cepa, extrato aquoso. O uso intenso de plantas medicinais pela população torna os estudos nessa área necessários para garantir qualidade, segurança e eficácia das mesmas. O teste da Allium cepa tem sido utilizado como bioindicador da ocorrência de genotoxicidade em chás medicinais. Dentre as espécies medicinais importantes, a espécie Artemisia verlotorum, conhecida como infalivina, é muito utilizada na medicina alternativa para o tratamento de doenças do aparelho geniturinário, respiratório, circulatório e digestivo. Baseando-se neste contexto, avaliou-se os efeitos genotóxico e antiproliferativo de extratos de Artemisia verlotorum sobre o ciclo celular de Allium cepa. O experimento foi desenvolvido no Laboratório de Citogenética Vegetal e Genotoxicidade da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). As folhas de Artemisia verlotorum foram coletas no município de Santa Maria, RS. O extrato aquoso de infalivina foi preparado por infusão em água destilada por 10 minutos na concentração usual de 6g/L. Utilizou-se dois grupos de quatro bulbos, um para o tratamento com o extrato de 6g/L e um para o controle negativo em água destilada. Após o enraizamento dos bulbos em água, os mesmos foram transferidos para o extrato por 24 horas, permanecendo em água os bulbos do controle negativo. As radículas foram coletadas, fixadas em etanol-ácido acético (3:1) e estocadas em etanol 70%. O preparo das lâminas foi feito pela técnica de esmagamento, coloração com orceína acética 2%. Foram analisadas 2000 células por grupo de bulbos, observando-se as células em interfase e divisão celular (mitose) para calcular os valores dos índices mitóticos e registrar a ocorrência de alterações cromossômicas. A análise estatística dos dados foi realizada pelo teste c2 com nível de probabilidade <0,05. Os resultados mostraram que houve decréscimo dos valores dos índices mitóticos de 9,65% em água destilada para 7,35% no extrato de 6g/L de A. verlotorum. Foram encontradas células em divisão com alterações cromossômicas, tais como metáfases com cromossomos desorganizados, anáfases irregulares com pontes anafásicas e quebras cromossômicas. Conclui-se que o extrato de Artemisia verlotorum na concentração de 6g/L possui potencial antiproliferativo e genotóxico sobre o ciclo celular de A. cepa. Apoio financeiro: FIPE, PET Biologia UFSM. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 114 Avaliação da atividade genotóxica do extrato etanólico e aquoso de partes aéreas de Momordica charantia Linn (Cucurbitaceae) Senes, TFL1 ; Zanetti, TA1; Marques, MCS2; Garcez, WS2; Guterres, ZR1 Laboratório de Citogenética e Mutagênese, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Departamento de Química, Laboratório de Produtos Naturais, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. [email protected] 1 2 Palavras-chave: genotóxico, Momordica charantia, fitoterápico, SMART. Cucurbitaceae é uma das mais importantes famílias de plantas utilizadas para a produção de alimentos, fibras e fitoterápicos. A Momordica charantia Linn (Cucurbitaceae) - popularmente conhecida como Melão de São Caetano ou Melão Amargo, é uma planta trepadeira que cresce em áreas tropicais, incluindo partes da Amazônia, leste da África, Ásia e Caribe, é cultivada em toda a América do Sul, sendo utilizada como alimento e medicamento. As folhas, talos, raízes, frutos e sementes são utilizadas de diversas formas. De acordo com a medicina popular, apresenta propriedades antidiabética, abortiva, anti-helmínticas, antiviral (incluindo a infecção pelo HIV), anticonceptiva e antimalárica. Também é usada no tratamento da gota, dor abdominal, cálculos renais, anti-hanseníase, pneumonia, psoríase, entre outros. Diante da ampla utilização desta planta para o tratamento de diversas doenças, bem como a falta de informações sobre o potencial genotóxico e/ou antigenotóxico, esta pesquisa tem por objetivo avaliar a atividade genotóxica de extrato aquoso e etanólico obtidos das partes aéreas de M. charantia L. por meio do teste da mancha da asa de Drosophila melanogaster (SMART- Somatic Mutation And Recombination Test). No presente estudo, diferentes concentrações dos extratos (2,5; 5,0; 10mg/mL) obtidos das partes aéreas da M. charantia L., foram utilizados para tratar as larvas de D. melanogaster de terceiro estagio de desenvolvimento obtidas dos cruzamentos padrão (ST) e cruzamento de alta bioativação (HB).Como controle negativo utilizou-se o solvente (1% Tween-80, 3% de etanol e água) e como controle positivo cloridrato de doxorrubicina – DXR (0,125 mg/mL) Comparandose os grupos tratados com o controle negativo, verificou-se que a frequência de manchas mutações não difere significativamente das observadas no controle negativo. Estes dados sugerem que nas condições experimentais descritas, o extrato aquoso e o extrato etanólico obtidos de M. charantia, não apresentam atividade genotóxica. Apoio financeiro: CNPq, FUNDECT e UEMS. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 115 Efeitos genotóxicos e citotóxicos do extrato bruto etanólico de Psychotria prunifolia em células da raiz meristemática de Allium cepa Pires, WC1; Batista, MP1; Pereira, FC1; Silveira-Lacerda, EP1 Laboratório de Genética Molecular e Citogenética, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás. [email protected] 1 Palavras-chave: Psychotria prunifolia; Allium cepa; genotoxicidade Introdução: A fitoterapia é uma ciência que visa o tratamento de algumas doenças através das ervas e plantas que apresentam propriedades curativas. O uso dos produtos naturais iniciou-se há milhares de anos por populações de vários países com o intuito de tratar diversas patologias. Apesar dos grandes avanços observados na medicina moderna, nas últimas décadas, elas continuam sendo utilizadas e, estima-se que, cerca de 25% a 30% de todas as drogas avaliadas como agentes terapêuticos são derivados de produtos naturais. A planta Psychotria prunifolia pertence ao grupo das dicotiledôneas, familia Rubiaceae, natural do cerrado e rica em alcalóides e iridóides, estes com atividade terâpeutica já comprovada. Objetivo: O objetivo desse trabalho é avaliar o efeito genotóxico e citotóxico do Extrato Bruto Etanolico (EBE) de Psychotria prunifolia. Métodos: O EBE de Psychotria prunifolia foi testado em 50 bulbos de cebolas e para cada tratamento foram utilizados 5 bulbos. O extrato foi diluído em água destilada nas seguintes concentrações: 1mg/mL; 0,1mg/mL e 0,01mg/mL por 24 e 48 horas de exposição, utilizando como controle negativo água destilada e como controle positivo Nitrato de Cromo diluído em água destilada na concentração de 0,5 mM. Foram coletados os meristemas das raízes, fixados em carnoy, hidrolisadas e coradas por Carmim Acético seguido de esmagamento dos meristemas e montagem de lâminas permanentes. Foram analisadas 5000 células/tratamento (1000 células/lâmina) em microscopia óptica (40x) e a análise estatística foi realizado pelo teste Qui-quadrado (teste Dunnet) (p<0,05). Resultado: O índice mitótico (IM) da concentração 1mg/ mL foi de 1,1% e 1,7% nas 24 e 48 horas, respectivamente, valores esses estatisticamente significante (p<0,05) em relação ao IM do controle negativo (15%), sendo que a mesma concentração apresenta resultados de IM inferiores ao controle positivo (3,6%). Ao analisar as porcentagens de aberrações nas concentrações testadas, encontrou-se diferenças significativas (p<0,05) na concentração 1mg/mL de 24 e 48 horas em relação ao controles negativo (1% e 2,75%) assim como nas outras concentrações, alcançando aproximadamente 23% de aberrações em 24 horas e 14% de aberrações em 48 horas. Conclusão: O extrato da planta P. Prunifolia inibe a divisão celular das células meristemáticas da raiz de Allium cepa na concentração de 1mg/mL, apresentando aberrações cromossômicas nas células tratadas. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 116 Avaliação da genotoxicidade de Tephrosia cinerea (L.) Pers. (Fabaceae) in vitro pelo teste do Cometa e Apoptose Dias, ACS1; Moreira, VR1; Lima, MIS1; Pereira, SRF1 Laboratório de Genética e Biologia Molecular – Universidade Federal do Maranhão [email protected] 1 Palavras-chave: Anil bravo, Antileishmanial, Glucantime®, Genotoxicidade, Morte Celular O Brasil é considerado o país com a maior diversidade vegetal, abrigando 55 mil espécies vegetais usadas para fins medicinais. As folhas de Tephrosia cinerea (L.) Pers., conhecida como anil bravo, são utilizadas pela população para tratar infecções, inflamações, úlceras, afecções nervosas e diarréias. Recentemente foi observada a ação antileishmanial de extratos hidroalcóolicos de Tephrosia cinerea, tendo estes um maior potencial leishmanicida que o Glucantime® (antimoniato de N-metil-glucamina) - droga de primeira escolha recomendada pela Organização Mundial de Saúde e pelo Ministério da Saúde do Brasil para tratamento das leishmanioses. Avaliar a genotoxicidade do extrato de Tephrosia cinerea (L.) Pers. e sua capacidade de induzir morte celular por apoptose em culturas de linfócitos humanos in vitro. As folhas de Tephrosia cinerea foram coletadas no Horto do Herbário Ático Seabra da Universidade Federal do Maranhão (Bacanga/ São Luís-MA-Brasil) e armazenadas em exsicata Nº 1265. As folhas foram secas, pulverizadas e extraídas com EtOH a 70%. As soluções extrativas foram filtradas e concentradas em evaporador rotativo sob pressão reduzida, obtendo-se os extratos hidroalcoólicos. Utilizou-se o Teste do Cometa in vitro e Apoptose em linfócitos obtidos a partir de sangue periférico de seis doadores voluntários. Estas células foram expostas ao tratamento com extrato da planta por 3 e 24 horas nas concentrações de 22 µg/mL; 44µg/mL; 88µg/mL; 125µg/mL; 250µg/mL e 500µg/mL. Os controles negativo, positivo e controle de veículo foram meio RPMI 1640, água oxigenada (10V) e DMSO (1%), respectivamente. Para análise estatística utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste Student-Newman-Keuls para o ensaio do Cometa e, para apoptose, utilizouse qui-quadrado, considerados valores significativos aqueles com p<0,05. As maiores concentrações (125µg/ mL; 250µg/mL e 500µg/mL) utilizadas mostraram-se citotóxicas, apresentando viabilidade celular <70%. Para os grupos tratados com 22 µg/mL; 44µg/mL e 88µg/mL não houve diferença estatisticamente significativa nos escores de danos, sendo observada uma maior freqüência de classes com pouco dano no DNA (0 e 1). Para o teste de Apoptose, as concentrações 22 µg/mL; 44µg/mL e 88µg/mL têm a capacidade de alterar as proporções dos tipos de células (normal, apoptose e necrose). Conclusão: O extrato de Tephrosia cinerea não apresenta efeito genotóxico e nem induz morte celular por apoptose nas concentrações 22µg/mL; 44µg/mL e 88µg/mL. Apoio: CNPq e REUNI. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 117 Avaliação genotóxica e citotóxica dos extratos hidroalcólicos de Cordia ecalyculata e Echinodorus grandiflorus e dos anorexígenos sibutramina e femproporex em linfócitos de indivíduos obesos da Silva, CJa; dos Santos, JE b; Takahashi, CSa c Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo- Ribeirão Preto- SP - Brasil; CRECIEM – Secretaria de Estado da Educação de Goiás – Goiás – Brasil e-mail: [email protected] b Departamento de Clinica Medica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, - Brasil. e-mail: [email protected] c Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo- Ribeirão Preto-SP-Brasil. E-mail: [email protected] a Palavras-chave: obesidade, genotóxico, Cordia ecalyculata, Echinodorus grandiflorus, femproporex e sibutramina A obesidade é uma doença crônica que certamente estimulará a sociedade atual a rever seus conceitos sobre a modernidade técnico-científica. Além de todos os transtornos emocionais que a obesidade provoca no acometido e em seus familiares, ela também está associada positivamente com várias doenças crônicas dentre elas o diabete e o câncer. Está solidamente estabelecido que o aumento da massa corporal possua correlação direta com o aumento de determinados tumores. Diante desta questão científica em nosso trabalho avaliamos se os medicamentos anorexígenos sibutramina e femproporex e os extratos hidroalcólicos de Cordia ecalyculata e Echinodorus grandiflorus provocam danos genotóxicos e/ou citotóxicos em linfócitos obtidos de indivíduos obesos, visto que, os danos genéticos são os eventos iniciais da tumorigênese. Linfócitos do sangue periférico de 8 obesos (3 homens e 5 mulheres, IMC: 40 - 62 kg/m2), com idade entre 30 - 45 anos, foram cultivados em meio RPMI e após 24h de cultivo retiramos alíquotas para o Ensaio Cometa (T0); acrescentamos as substâncias testes: sibutramina ou femproporex (5, 10 e 20 µg/mL de meio de cultura) e C. ecalyculata ou E. grandiflorus (25, 50 e 80 µg/mL) após 24h de exposição retiramos novas alíquotas para Ensaio Cometa, trocamos o meio, acrescentamos citocalasina B e após 28h retiramos as alíquotas para o teste do Micronúcleo. Nosso controle negativo foi meio RPMI e o controle positivo (doxorrubicina 0,02 μg/mL). Na análise estatística utilizamos o Teste de t (α = 0.05). Sibutramina, femproporex, C. ecalyculata e E. grandiflorus nas diferentes concentrações avaliadas não aumentaram (P>0.05) os índices de linfócitos binucleados com micronúcleo, quando comparados com o tratamento controle negativo; com exceção do tratamento com sibutramina na dose de 20 μg/mL de meio cujo índice foi significativamente superior (P<0.05). Nenhuma de nossas substancias testes interferiu na divisão nuclear de linfócitos, inclusive controles positivo (P>0.05). Quanto a danos genotóxicos em linfócitos expostos a sibutramina ou femproporex verificamos escore de danos maiores (P<0.05) que o do tratamento controle negativo. Ao defrontarmos o resultado de escore de danos nos linfócitos avaliados no tempo (T0) com os dos linfócitos do tratamento controle negativo, não se detectamos diferença (P>0.05). Quanto C. ecalyculata, verificamos que os escores de danos, em linfócitos, no tratamento de 50 μg/mL apresenta escore de danos superior ao do tratamento controle negativo. Nos tratamentos dos linfócitos com o extrato de E. grandiflorus nas concentrações de 50 e 80 μg/mL os escores de danos foram superiores (P<0.05) ao do controle negativo. Podemos concluir que nas condições e metodologia deste estudo que tanto a sibutramina quanto o femproporex aumentam a freqüência de danos genéticos em linfócitos de indivíduos obesos e os extratos de C. ecalyculata e E. grandiflorus induz fraca atividade genotóxica. Apoio: CAPES, FAEPA, SEEGO, Departamento de Genética da FMRP. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 118 Avaliação do potencial mutagênico e antimutagênico do extrato etanólico de Terminalia actinophylla em células somáticas de Drosophila melanogaster Abreu, BRR; Pádua, PFMR; Lehmann, M; Dihl, RR; Andrade, HHR Laboratório da Toxicidade Genética (TOXIGEN), PPG em Genética e Toxicologia Aplicada (PPGGTA), Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS, Brasil. [email protected] Palavras-chave: Terminalia actinophylla, mutagênese, antimutagênese, teste SMART, Drosophila melanogaster Introdução: Espécies do gênero Terminalia são amplamente disseminadas nas áreas tropicais, sendo ricas em metabólitos secundários, tais como triterpenóides pentacíclicos e seus derivados glicosilados, assim como flavonóides, taninos e outros compostos aromáticos. A espécie Terminalia actinophylla, popularmente conhecida como chapada, é frequentemente utilizada na medicina popular para o tratamento de distúrbios intestinais e em processos de cicatrização, sem estudos que comprovem sua eficiência farmacológica, assim como sem investigações relativas à sua atividade genotóxica e antigenotóxica. Objetivos: O presente trabalho avaliou a atividade mutagênica e recombinogênica, assim como a ação antimutagênica do extrato aquoso de T. actinophylla. Métodos: Foi empregado o Teste para Detecção de Mutação e Recombinação (SMART) em Drosophila melanogaster através do cruzamento padrão, que apresenta níveis normais de enzimas de metabolização do tipo citocromo P450. Resultados: Os dados obtidos evidenciam que nas larvas trans-heterozigotas (mwh/flr3), oriundas dos cruzamentos padrão e aprimorado, o extrato de Terminalia actinophylla (TAE) não induz aumentos estatisticamente significantes em nenhuma das categorias de manchas mutantes avaliadas. As diferenças entre os dois cruzamentos estão relacionadas aos níveis de enzimas do tipo citocromo P450. Dentro deste contexto, os nossos dados evidenciam a ausência de ação direta e indireta do TAE no que tange a indução de mutação, pontual e/ou cromossômica, assim como de recombinação mitótica no teste SMART. Quando foi avaliada a ação antigenotóxica do TAE, tanto as lesões induzidas pelo etilmetanosulfonato (EMS) quanto pela mitomicina C (MMC) não foram modificadas pelo pós-tratamento com este extrato. Conclusões: Estas respostas sugerem que o TAE não atua sobre os mecanismos envolvidos no processamento das lesões induzidas por ambas as genotoxinas avaliadas. Por outro lado, no genótipo mwh/flr3, o co-tratamento com TAE conduz a uma proteção estatisticamente significativa em relação à genotoxicidade da MMC e a uma diminuição fraco-positiva sobre as lesões induzidas pelo EMS - na maior concentração do extrato. No genótipo heterozigoto para o cromossomo balanceador TM3 (mwh/TM3), o TAE mostra uma ação antimutagênica significativa em relação a MMC - embora não interfira na genotoxicidade do EMS. A somatória destes resultados leva a sugestão de que o TAE esteja favorecendo a modulação dos danos genéticos induzidos, via atividade antioxidante. Apoio financeiro: CNPq, FAPERGS e ULBRA. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 119 Avaliação das atividades tóxicas, citotóxica e genotóxica do líquido da castanha do caju (Anacardium occidentale) técnico (LCCt) através do teste Allium cepa Leite, AS1; Citó, AMGL2; Lopes, JAD2; Melo-Cavalcante, AAC3 Aluna do Programa de Pós-Graduação da RENORBIO-Universidade Federal do Piauí Departamento de Química da UFPI; 3 Laboratório Central de Saúde do Piauí (LACEN). [email protected] 1 2 Palavras-chave: Allium cepa, LCCt, tóxico, citotóxico e genotóxico Anacardium occidentale pertence à família Anacardiaceae, uma planta nativa do Brasil que está presente principalmente na região Nordeste do Brasil e o Piauí é um dos maiores produtores de castanha de caju. O fruto verdadeiro é composto pela castanha de caju e um líquido viscoso e vesicante conhecido como Líquido da castanha do caju (LCC). Estudos têm atraído a atenção de pesquisadores como atividade antioxidante, inibição da atividade acetilcolinesterase, antimutagênica e antigenotóxica. O objetivo deste estudo foi avaliar os possíveis efeitos tóxicos, citotóxico e genotóxico em meristemas de raízes de Allium cepa expostas ao LCCt, pela análise do crescimento das raízes, índice mitótico (IM), freqüências de micronúcleos (%MN) e de aberrações cromossômicas (% AC). O sistema teste A. cepa foi organizado com cinco grupos: Grupo 1 (controle negativo (CN)), raízes emersas em água sem cloro; Grupo 2 (controle positivo, CuSO4 na concentração de 0,0006 mg/ mL); Grupo 3 (LCCt em 0,06 g/L); Grupo 4 (LCCt em 1,2 X 10-5g/L). Cerca de 1.000 células meristemáticas de raízes de A. cepa foram analisadas ao microscópio óptico, 5.000 por tratamento. Nos LCCt1 e o LCCt2 não foram observadas diferenças significativas (P>0,05) para atividade tóxica em relação ao CN. Também não apresentou atividade citotóxica em relação ao IM do LCCt1 e do LCCt2 quando comparado com CN (P>0,05). Assim como não foram observadas diferenças significativas (P>0,05) entre a freqüência de AC do LCCt1 e LCCt2, em relação ao CN, indicando que os produtos não possuem efeitos aneugênicos e/ou clastogênicos. De forma similar, a freqüência de MN observada em LCCt1 e do LCCt2 não foram estatisticamente significante (P>0,05). Assim, sugerimos mais estudos sejam desenvolvidos com LCCt, pois este parece ter um potencial biológico indicado para desenvolvimento de polímeros por não ser tóxico, citotóxico e genotóxico neste sistema-teste. Apoio financeiro; CNPq-MCT/RENORBIO 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 120 Investigação do potencial genotóxico in vitro do extrato hidroalcoólico de Julocroton triqueter (euphorbiaceae) Moreira, VR1; Dias, ACS1; Lima, MIS1, PEREIRA, SRF1 Laboratório de Genética e Biologia Molecular - Universidade Federal do Maranhão [email protected] 1 Palavras-chave: Plantas medicinais, teste do cometa, anti-leishmaniais, genotoxicidade, apoptose Introdução: A leishmaniose é uma doença transmitida pela picada de insetos conhecidos como flebotomíneos e estima-se que em todo o mundo haja 1,5 a 2 milhões de casos por ano. A necessidade de identificar novos compostos anti-leishmaniais mais eficazes e menos tóxicos em relação às drogas convencionais tem movido pesquisas na busca de produtos naturais isolados de espécies vegetais. Para isso, são necessários estudos sobre seus efeitos secundários, dentre os quais seu potencial genotóxico. Trabalhos recentes demonstraram que o extrato hidroalcoólico de Julocroton triqueter var. triqueter apresenta uma expressiva atividade anti-leishmanial, além de atividades antiinflamatória e analgésica (BEZERRA et al, 2006). Contudo, não há informações sobre a genotoxicidade desse extrato vegetal sendo, portanto, necessário avaliar os seus efeitos sobre o material genético. Objetivo: Avaliar o potencial genotóxico e mutagênico do extrato hidroalcoólico de folhas de Julocroton triqueter var. triqueter em linfócitos de sangue periférico humano in vitro. Métodos: As folhas de Julocroton triqueter var. triqueter foram secas e extraídas através do processo de maceração com EtOH a 70% . As soluções extrativas foram filtradas e concentradas em evaporador rotativo sob pressão reduzida, obtendo-se o extrato hidroalcoólico. Para este estudo utilizou-se o Teste do Cometa in vitro e apoptose em linfócitos obtidos a partir de sangue periférico de seis doadores voluntários. Foram testadas 4 concentrações (15 µg/ml, 30µg/ml, 60µg/ml, 120µg/ml) além do controle de veículo (DMSO 1%), controle negativo (RPMI 1640) e positivo (água oxigenada 10V). Para o Teste do cometa, as células foram expostas por 3 e 24 horas sendo avaliados 100 nucleóides por indivíduo em cada uma das quatros concentrações e o escore de danos foi calculado a partir da distribuição das suas diferentes classes (0 a 4) de acordo com o grau de dano. Para o ensaio de apoptose, foram observadas 500 células após serem expostas por 48 horas as diferentes concentrações. A análise dos dados foi feita por ANOVA seguido pelo teste Turkey e qui-quadrado, para o Teste do cometa e apoptose, respectivamente. Resultados: As classes de dano mais freqüentes observadas pelo Teste do cometa foram classe 0 e classe 1 e não houve diferença estatística significante nos diferentes escores de danos quando comparados em relação ao controle negativo e nem quando comparados entre si. Em todas as concentrações testadas o extrato foi capaz de induzir necrose e diminuir a proporção de morte celular por apoptose. Conclusões: O extrato de Julocroton triqueter var. triqueter não apresenta atividade genotóxica e reduz a morte celular por apoptose in vitro nas concentrações em que apresenta atividade leishmanicida. Apoio: CNPq e CAPES. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 121 Análise frequência de micronúcleos em Linfócitos T expostos à paroxetina Diniz, LS¹; da Silva, JF¹; Manso, JAX¹; de Oliveira, JSP¹; Hanusch, AL¹; Cunha, DMC¹; da Cruz, AD¹² 1 - Laboratório Replicon – Departamento de Biologia – Pontifícia Universidade Católica de Goiás. 2 - LaGene – Laboratório de Citogenética Humana e Genética Molecular – Vinculado ao Lacen – Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros – Secretaria da Saúde do Estado de Goiás. [email protected] Palavras-chave: Clastogênese, Aneugênico, Binucleada, Medicamento, Mutagênese A paroxetina é um potente inibidor seletivo da recaptação da serotonina. Além dos transtornos depressivos a paroxetina tem sido empregada nos distúrbios em que, supostamente, há uma influência serotonérgica como no transtorno obsessivo compulsivo e distúrbio do pânico. Com o aumento da incidência da depressão na sociedade moderna, nota-se um aumento na utilização de antidepressivos, assim como a preocupação com os efeitos adversos, inclusive efeitos mutagênicos, resultantes do uso abusivo de medicamentos. O objetivo deste estudo foi investigar a ação mutagênica da paroxetina em Linfócitos T utilizando o teste de micronúcleos. As amostras de sangue periférico foram coletadas por pulsão venosa em seringas descartáveis. Para o grupo teste foram utilizados diferentes volumes da solução de 2,5g/L, resultando diferentes concentrações de Paroxetina. Para o controle positivo foi utilizado mitomicina C na concentração de 0,1g/L. As amostras foram processadas logo após a coleta conforme o protocolo para obtenção de células binucleadas segundo da Cruz et al.(1994). As lâminas foram coradas usando o corante hematológico-rápido (panóptico) segundo as instruções do fabricante. Foram analisadas 500 células binucleadas para cada caso exposto/controle sob microscopia óptica com objetiva 100x, com subsequente registro dos micronúcleos observados. Os resultados observados indicam aumento significativo (P<0,05) na frequência de micronúcleos em Linfócitos T do sangue periférico humano, de acordo com o aumento da concentração da paroxetina, permitindo assim, identificar o potencial clastogênico e/ou aneugênico da paroxetina. As diversas doses testadas da paroxetina apresentaram ação genotóxica, sendo capaz de induzir danos genômicos, os quais são considerados importantes eventos na iniciação e promoção tumoral. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 122 Avaliação in vitro dos efeitos genotóxicos do fármaco antimalárico artemeter em cultura temporária de linfócitos Cardoso, P. C. S*; Mota, T. C.; Melazo, N. M. M; Gomes, L. M.; SANTOS, R. A.; Bahia, M. O.; Burbano, R. R Laboratório de Citogenética Humana (LCH), Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Universidade Federal do Pará (UFPA)/ Belém-PA, Brasil. [email protected] Palavras-chave: artemeter, malária, linfócitos, ensaio cometa, genotoxicidade Introdução: A malária é uma patologia de natureza parasitária, que apresenta grande incidência no Brasil, principalmente na Região Amazônica. Em 2002 foram registrados em torno de 358 mil casos, sendo que cerca de 40% destes ocorreram no estado do Pará. O artemeter é um dos principais compostos empregados no tratamento de pacientes com malária. É uma droga derivada da planta chinesa Artemisia annua L. Apesar do amplo uso deste composto no combate desta patologia, ainda hoje são poucos os registros que demonstram os efeitos genotóxicos do artemeter em cultura temporária de linfócitos humanos. Assim, no presente trabalho, pretendemos avaliar os efeitos genotóxicos do artemeter em cultura de linfócitos submetidos a diferentes concentrações desta droga através do ensaio cometa. Métodos e Resultados: A partir de três voluntários saudáveis, foi obtido sangue para cultura de linfócitos, que foi realizada com o auxílio de seringas descartáveis, sendo o sangue, em seguida, submetido ao processo de isolamento de linfócitos de acordo com Fenech (2000). Foram cultivadas 1x106/mL de células em 5 mL de RPMI 1640 completo. A cultura foi incubada em estufa contendo 5 % de CO2 e 95 % de O2 a 37°C. Após 20 h em cultura, os linfócitos foram tratados com diferentes concentrações de artemeter (7,46; 14,92; 29,84 µg/mL) e após 3 h de incubação com a droga, foram coletadas amostras para a realização do ensaio do cometa. Os resultados obtidos demonstraram um aumento significativo (p<0,05) no índice de dano (ID) avaliado pelo teste do cometa em todas as concentrações testadas (7,46µg/mL, ID=1,3; 14,92µg/mL, ID=1,6; 29,84µg/mL, ID=1,7), quando comparadas ao controle negativo (ID=0,7). Conclusões: O artemeter mostrou um claro efeito genotóxico nas condições avaliadas. Apoio Financeiro: UFPA, FAPESPA, CNPq 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 123 Polimorfismo genético LEP G-2548A em adolescentes do Ensino Médio de Joinville-SC Debortoli G1; Mastroeni MF2 Curso de Ciências Biológicas. Laboratório de Saúde. Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE Curso de Ciências Biológicas. Programa de Mestrado em Saúde e Meio Ambiente. Laboratório de Saúde. UNIVILLE. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Leptina, G-2548A, Adolescentes, Obesidade, LEP Nos últimos anos a obesidade tem crescido significativamente também entre crianças e adolescentes. Segundo o Ministério da Saúde, em 2003 16,7% dos adolescentes entre 10 e 19 anos apresentaram excesso de peso e, destes, 2,3% obesidade. A principal causa é a mudança de hábitos alimentares, com aumento no consumo de alimentos industrializados e um estilo de vida mais sedentário, aliados também, a fatores genéticos e metabólicos. O gene LEP (OB) é responsável pela decodificação do hormônio da leptina. A leptina é uma das substâncias responsáveis pelo controle da ingestão alimentar. Sua ação no sistema nervoso central de mamíferos promove a redução da ingestão alimentar e o aumento do gasto energético, além de regular a função neuroendócrina e o metabolismo da glicose e de gorduras. Alguns estudos indicam que uma mutação silenciosa no códon 25 CAA/CAG (Gln25Gln) do gene LEP (OB), pode estar associada à obesidade mórbida. Alguns autores revelaram que indivíduos portadores do alelo G possuem quatro vezes maior risco de desenvolverem obesidade em relação aos indivíduos portadores do alelo A. Este estudo teve como objetivo estimar a prevalência do polimorfismo genético LEP G-2548A em adolescentes da rede Estadual de Ensino de Joinville-SC. A amostra foi composta de 50 estudantes da rede estadual de ensino médio com idade entre 15 a 17 anos residentes em Joinville em 2007, selecionados por amostragem aleatória simples de um grupo de 218 voluntários. O DNA genômico foi extraído de amostras de sangue venoso armazenadas em cartão “clonesaver”, conforme instruções do fabricante. A amplificação do gene LEP G-2548A foi realizada aplicando-se as técnicas PCR-RFLP. Em seguida os amplicons foram digeridos pela endonuclease Alw44I e os produtos de PCR submetidos à eletroforese submersa em gel de agarose a 2%. Em relação às freqüências genotípicas, o genótipo GG foi o mais prevalente (54,0%), e as prevalências dos genótipos GA e AA foram 38,0% e 8,0%, respectivamente. A freqüência alélica do alelo G foi de 0,73, e a do alelo A foi 0,27. Apesar da maior prevalência do genótipo homozigoto GG encontrado neste estudo, a associação desse resultado com outras variáveis como perfil bioquímico, prática de atividade física, entre outras, deve ser também analisada. A reeducação alimentar em conjunto com a identificação gênica de possíveis mutações em hormônios relacionados à obesidade podem melhorar o diagnóstico e tornar ainda mais eficaz as medidas preventivas para a enfermidade investigada. Apoio financeiro: FAP Univille. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 124 Avaliação genotóxica in vitro de paroxetina em linfócitos T em humanos Manso, JAX1; Diniz, LS1; Carrera, ER1; da Mota, PR1; de Abreu, JB1; Cunha, DMC1, da Cruz, AD1,2 Laboratório Replicon – Departamento de Biologia - Pontifícia Universidade Católica de Goiás. LaGene – Laboratório de Citogenética Humana e Genética Molecular – Vinculado ao Lacen – Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros – Secretaria de Saúde do Estado de Goiás. [email protected], joã[email protected] 1 2 Palavras-chave: Citogenética, Clastogenicidade, Cromossomos, Antidepressivo, Mutagênese. Nos últimos anos tem se percebido o aumento de diagnósticos de pessoas que sofrem de depressão e conseqüentemente o aumento do consumo de medicamentos antidepressivos, os quais nem sempre são adquiridos com prescrição médica (automedicação). Tendo conhecimento desses fatos, observamos a possibilidade da realização de testes mutagênicos de quebra cromossômica, sendo que estes, ocorrem através da interação da droga com o sangue periférico. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito mutagênico das diferentes concentrações de paroxetina em cultura de linfócitos T, pela indução de danos clastogênicos e a aneugênicos. Foram coletadas amostras de sangue periférico obtidas por punção venosa de voluntários que não faziam o uso de nenhum tipo de medicamento, posteriormente este sangue foi adicionado ao meio de cultura RPMI1640, o qual também já havia recebido os acréscimos de fitohemaglutinina, soro fetal bovino, L-Glutamina e as diferentes concentrações de paroxetina. Em seguida as amostras foram incubadas em estufa a 37 ºC por 48 horas, logo após adicionouse colchicina a qual paralisa o ciclo celular possibilitando a obtenção de metáfases que poderão ser analisadas após a preparação das lâminas. Para isso deve-se analisar os cromossomos na sua forma estrutural e numérica, para tornar possível a determinação da freqüência das diferentes alterações observadas, e assim termos um conhecimento do potencial mutagênico do remédio. A partir da análise estatística utilizando o teste qui-quadrado, pôde-se perceber que os grupos expostos e os grupos controle diferiram estatisticamente entre si (P<0,05). O grupo amostral demonstrou diferenças sendo que os casos de 25% e 100% apresentaram maior proximidade com o controle negativo, concluindo que o medicamento promove alterações, mas não tanto quanto o controle positivo. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 125 Análise da Expressão de Enzimas Antioxidantes em Corbicula fluminea em Resposta a Contaminação por Metais Pesados Morais, L G.¹;² Oliveira, MA.² & Abessa, DMS.¹ ¹Núcleo de Estudos em Poluição e Ecotoxicologia Aquática, UNESP ²Laboratório de Biologia Molecular Estrutural. UNESP. [email protected] Palavras-chave: Contaminação, Corbicula fluminea, enzimas antioxidantes O Vale do rio Ribeira de Iguape apresenta um histórico de intensa atividade de mineração, com foco principal na extração de chumbo (Pb). A participação da produção mineral de chumbo das minas situadas na região chegou a ser responsável por 25 a 35% do total da produção nacional. Durante seu período de funcionamento foram lançadas na Bacia Hidrográfica do rio Ribeira de Iguape aproximadamente 5,5 t/mês de elementos tóxicos (Arsênio – As, Cádmio – Cd, Cobre – Cu, e Cromo – Cr, Chumbo - Pb e Zinco - Zn) sob a forma de rejeito do concentrado e/ou escória. Em 1991, a prática de despejo de material tóxico diretamente no rio foi interrompida, o que resultou na disposição desse material diretamente sobre o solo, ainda permitindo que os contaminantes atingissem o rio, por arraste através das águas superficiais e subterrâneas. Dados existentes demonstram a fragilidade ambiental da região justificando a necessidade de pesquisas que avaliem os efeitos ecológicos da contaminação. A exposição dos organismos aos metais produz, através de reações químicas como as de Fenton e Haber Weiss, espécies reativas de oxigênio (EROs), como os radicais livres (radicais hidroxilas [HOl] e o ânion superóxido [O2l]) e espécies não radicalares [H2O2]. Uma vez que essas substâncias são extremamente tóxicas à célula, os organismos necessitam se defender utilizando enzimas como a metalotioneína (Met), superóxido dismutase (Sod), catalase (Cat) , glutationa peroxidase (Gpx) e peroxirredoxinas (Prx). Desta forma, a exposição dos organismos a altas concentrações deve resultar em um aumento nos níveis de expressão destas enzimas, que pode ser medido e assim constituir importante conjunto de biomarcadores para o monitoramento ambiental. Tal análise é feita através do monitoramento dos níveis de RNA mensageiro (RNAm) de enzimas antioxidantes. O presente trabalho visa objetivo padronizar metodologias para avaliar os níveis de expressão das proteínas antioxidantes Met, Sod, Cat, Gpx e Prx, utilizando como organismo modelo o bivalve Corbicula fluminea, muito abundante na área de estudo e frequentemente utilizada em avaliações ambientais. Espécimes foram coletados em áreas do rio Ribeira, anteriormente caracterizadas como contaminadas e não contaminadas por metais. Previamente, foram desenhados oligonucleotídeos utilizando sequencias gênicas presentes em bancos de dados para utilização na metodologia RT-PCR. A análise de expressão foi inicialmente padronizada para transcritos da enzima Met, responsável por quelar metais, evitando a produção de EROs. Foram retiradas as brânquias dos animais, e os tecidos foram macerados para que se pudesse extrair o RNA total das células; a partir disso foram realizadas transcrição reversa, amplificação do material por PCR 40 ciclos à 60ºC e o material foi analisado por meio de eletroforese. Os resultados revelam diferenças nos níveis de expressão de áreas contaminadas e não contaminadas por metais. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 126 Ação citotóxica da paroxetina em linfócitos T do sangue periférico humano da Silva, JF¹; Diniz, LS¹; Manso, JAX¹; Machado, RC¹; Hanusch, AL¹; Cunha, DMC¹; da Cruz, AD¹² 1 - Laboratório Replicon – Departamento de Biologia – Pontifícia Universidade Católica de Goiás. 2 - LaGene – Laboratório de Citogenética Humana e Genética Molecular – Vinculado ao Lacen – Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros – Secretaria da Saúde do Estado de Goiás. Palavras-chave: Apoptose, Citotoxidade, Mutagênese, Antidepressivos e Medicamento. Os modernos estudos em biologia celular têm desenvolvido uma diversidade de métodos que permite identificar os efeitos mutagênicos e citotóxicos de medicamentos nos diversos tipos celulares. Um destes testes consiste na avaliação do índice de células apoptóticas. Um dos mecanismos indutores de apoptose está diretamente associado ao aumento de danos genômicos, evidenciando ação mutagênica do produto avaliado. O Objetivo deste estudo foi investigar o índice de células em apoptose de linfócitos T do sangue periférico humano. Os linfócitos foram expostos em cultura às diferentes concentrações de paroxetina, antidepressivo inibidor seletivo de recaptação da serotonina. As amostras de sangue periférico foram coletadas por punção venosa em seringas descartáveis. Para o grupo teste foi utilizado diferentes volumes da solução de 2,5 g/L resultando diferentes concentrações de paroxetina. Para o controle positivo foi utilizado mitomicina C na concentração de 0,1g/L. As amostras foram processadas logo após a coleta conforme o protocolo para a obtenção de metáfases segundo da Cruz et al.(1994). As lâminas foram coradas usando o corante hematológico-rápido (panóptico) segundo as recomendações do fabricante. Foram analisadas 25000 células interfásicas, distribuídas em 5000 células para cada caso exposto/controle sob microscopia óptica com objetiva 40X, com subseqüente registro das células apoptóticas. Os resultados observados indicam aumento significativo (p<0,05) na freqüência de células em apoptose em linfócitos T do sangue periférico humano, de acordo com o aumento da concentração de paroxetina, permitindo assim, identificar a indução apoptótica da paroxetina, o que pode ocasionar lesões proliferativas e/ou degenerativas. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 127 Investigação da Genotoxicidade do Metilfenidato (Ritalina®) em Linfócitos T Humanos Utilizando o Teste Cometa de Abreu, JB1; Machado, RC1; Hanusch, AL1; Portis, IG1; da Silva, CC1,2; da Cruz, AD1,2 Núcleo de Pesquisas Replicon – Departamento de Biologia – Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO. LaGene – Laboratório de Citogenética Humana e Genética Molecular – LACEN/SES/GO. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Mutagênese, Ritalina®, Metilfenidato, Oncogênese, Dano Genômico Os estudos das diversas causas e mecanismos de mutação vêm sendo desenvolvidos desde o início do século XX. Os resultados desses estudos levaram a questionamentos de quanto seriam essas mutações prejudiciais à saúde humana e quais seriam os efeitos desses supostos prejuízos posteriormente. Os agentes mutagênicos são responsáveis por alterações na seqüência do DNA, essas alterações dependendo de sua amplitude, podem gerar diversos distúrbios e até mesmo, ser a causa de divisões descontroladas de células desencadeando a oncogênese. O objetivo deste estudo foi avaliar a genotoxicidade induzida pelo composto medicinal metilfenidato em linfócitos T utilizando o ensaio cometa. Foram diluídos comprimidos do medicamento Ritalina® em água deionizada, resultando nas diferentes concentrações de 20mg.mL-1, 30mg.mLl-1, 40mg.mL-1 e 50mg.mL-1. Para a realização do ensaio cometa utilizou-se da suspensão de células sanguíneas coletadas de sangue periférico humano, que foram expostas nas soluções do medicamento e incubadas em estufa por 2 horas, constituindo assim o grupo exposto (GE). O teste cometa foi desenvolvido a partir do protocolo de Singh (1998). As lâminas foram analisadas sob microscopia de epifluorescência e os núcleos foram visualizados utilizando objetivas de 40x e 60x. A imagem foi capturada empregando o software ISIS®. Na determinação dos danos ao DNA os cometas foram analisados de acordo com o comprimento da cauda, a porcentagem de DNA contido na cauda e a porcentagem de DNA contido na cabeça utilizando o software CometScore™. Para análise estatística foi utilizado o teste ANOVA e o teste de Tukey comparando a média das diferentes concentrações do grupo exposto e do grupo controle negativo. A média do tamanho da cauda dos cometas do CN foi de 2,7±1,5 sendo a concentração de 20mg.mL-1 (2,19±1,6) e a de 40mg. mL-1 (4,84±2,84) as que apresentaram um maior nível de dano genômico. Não houve diferença estatística entre o dano causado pela exposição a concentração de 40mg.mL-1 (4,84±2,84) quando este foi comparado com o grupo controle positivo (3,7±2,22), sugerindo que estes induzem a um mesmo nível de dano genômico. As doses de 20mg. mL-1 e 40mg.mL-1 apresentam ação genotóxica, sendo capazes de influenciar no número e no aparecimento de mutações, que são consideradas importantes eventos na iniciação e promoção tumoral. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 128 Avaliação dos níveis de danos no DNA pelo Ensaio Cometa em culturas de linfócitos submetidas a diferentes condições glicêmicas Silva, F. S.1; Xavier, D. J.2; Sakamoto-Hojo, E. T.1,2 Departamento de Genética - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil. [email protected] 1 2 Palavras-chave: Diabetes Mellitus tipo 2, dano oxidativo, hiperglicemia, Ensaio Cometa Introdução: O DM (Diabetes Mellitus) é uma das principais causas de morbidez e mortalidade no planeta, atingindo em torno de 5% da população mundial. Em torno de 90% dos casos de diabetes tratam-se de DM tipo 2 (DM2). Essa doença pode ser associada a um elevado nível de estresse oxidativo, provavelmente resultante da hiperglicemia, estimulando um aumento na produção de ROS (Reactive Oxygen Species) por meio da oxidação da glicose e fosforilação oxidativa. Evidências indicam que no DM2 o dano oxidativo é gerado como consequência da doença, sendo uma resposta direta ao excesso de glicose e ácidos graxos na corrente sanguínea. Em um trabalho anterior, realizado no presente laboratório, pacientes DM2 hiperglicêmicos apresentaram maiores níveis de dano no DNA do que pacientes com níveis glicêmicos normais, apontando a hiperglicemia como o principal fator gerador de estresse oxidativo. Objetivos: realizar estudos in vitro em culturas de linfócitos de indivíduos sadios, com a utilização do ensaio cometa (Singh et al., 1988) para avaliar os danos no DNA induzidos por agentes oxidantes (glicose e água oxigenada). Métodos: Foram coletadas amostras de sangue periférico de 3 indivíduos, sendo as células mononucleadas separadas com Ficoll (GE healthcare). As culturas foram submetidas a um tratamento contínuo com diferentes concentrações de glicose (zero, 10mM e 25mM), sendo que o manitol foi utilizado como controle osmótico (16,5 mM) e o peróxido de hidrogênio como controle positivo (80 µM). A análise de danos no DNA pelo ensaio cometa foi realizada após 24 e 48 horas a partir do início do tratamento. Resultados: os resultados foram estatisticamente avaliados pelo programa “Two way Anova Repeated Measures”; os linfócitos tratados com o peróxido de hidrogênio apresentaram um nível de danos maior quando comparado aos demais tratamentos, 20,6% e 45,10% de DNA na cauda, para 24h e 48h respectivamente, contra 11,64% e 17,08% observados para os respectivos controles negativos, para um p<0,05. Contudo não houve diferença estatisticamente significativa entre os diferentes tratamentos de glicose; para concentração de 10mM e 25mM, o tratamento de 24h apresentou 18,86% e 16,86%, respectivamente de DNA na cauda, enquanto para o tratamento de 48h esses valores foram de 24,28% e 16,16% . Da mesma forma, não houve diferença significativa nos níveis de dano no DNA entre os diferentes tempos de tratamento. Conclusão: os resultados indicaram que a glicose 10mM causou a indução de danos no DNA avaliados pelo Ensaio Cometa, sendo que experimentos adicionais com outros indivíduos e tempos maiores de tratamentos estão sendo analisados. Apoio financeiro: FAPESP (2008/56594-8; 2010/01260-8)