“O esporte é a forma de inclusão social mais eficaz, pois o resultado

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“O esporte é a forma de inclusão social mais eficaz, pois o resultado é imediato e as
transformações são surpreendentes.”
Tema: O esporte como fator de inclusão social
Jogando Princípios
Por mais de mil anos, os gregos disputaram competições esportivas, as quais
inspiraram as Olimpíadas modernas. Estas foram, a princípio, fundamentadas na mitologia,
sendo inauguradas com o herói Hércules de forma a comemorar o sucesso de um de seus
doze trabalhos. Porém, na democracia grega apenas os homens livres eram considerados
cidadãos, ou seja, os únicos que detinham o direito de fazer participações no exército, na
política e, posteriormente, nesses espetáculos exibicionistas.
Os atletas dirigiam-se às Olimpíadas não apenas com o objetivo de saírem vitoriosos.
Mas, principalmente, pelo desejo de serem reconhecidos e glorificados, uma vez que o peso do
título de vencedor era de suma importância no cenário social da época. O que vemos em nosso
contexto atual é uma perda de interesse motivada pelo sedentarismo advindo da tecnologia e
pela falta de políticas investidoras que sejam capazes de incentivar as práticas esportistas.
Devemos ressaltar que o esporte é bem mais que um conjunto de competições com
caráter classificatório e perceber que o seu valor não está na maneira pela qual se é
recompensado. É uma importante ferramenta contribuinte para a formação de valores éticos e
morais, e, quando bem administrado, pode exercer grande papel social à população que,
comumente, trata com desdém esse assunto.
Hoje, apesar de não haver restrições quanto à idade, gênero, classe social ou de
deficiência física, o esporte não recebe a atenção que deveria. A incompetência começa na
educação fornecida pelas escolas e toma força na falta de investimentos por parte das
empresas, as quais patrocinam e dão atenção, quase que em sua totaliade, a atletas já
formados ou em ascensão.
Portanto, nossa sociedade necessita do esporte não só com a finalidade de obter uma
melhor saúde e bem-estar, mas, principalmente, como fator de integração e inclusão social.
Este possibilita o desenvolvimento da capacidade de concentração, a tolerância,o respeito ao
próximo e o trabalho em equipe, colaborando, dessa maneira, na formação dos indivíduos
como um todo. Assim, teremos relações mais harmônicas e saudáveis com o meio que, ao se
tornar mais íntegro, permite ao nosso país o crescimento e desenvolvimento em sua totalidade.
Alana Luiza S. da Silveira
Alternativa ao caos
Na última semana, no dia 10 de agosto, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a
Infância) lançou o programa Educar para o Esporte, que consiste em um curso para alunos e
profissionais como gestores, especialistas da área e diretores de escolas, que realizam a
inscrição via internet. O principal objetivo é reforçar a ideia de que o esporte pode, sim, ser um
importante fator de inclusão social e determinante na formação intelectual de jovens
marginalizados.
O atual caos da educação pública brasileira tem, naturalmente, afastado aqueles que
necessitam do âmbito escolar. É nesse contexto de desinteresse e desmotivação que o esporte
aparece como divisor de águas, tornando atraente o meio escolar. A criação de instituições
voltadas para fins escolares e esportivos e a forte mobilização de grandes organizações em
prol da causa aumentou significativamente, representando uma alternativa à política pública de
educação.
Ídolo do Flamengo na década de 80, Zico tem feito investimentos nas chamadas
Escolinhas de Futebol. Ele é proprietário da rede “Zico 10”, que apresenta uma proposta de
formar novos atletas e influenciar positivamente na educação acadêmica de seus alunos. Para
fazer parte da Escolinha, é preciso que se atinja determinada média na escola, sendo que o
não cumprimento dessa condição implica na exclusão do aluno do programa, incentivando
assim o jovem a dedicar-se à escola.
O grande diferencial desses projetos é a conciliação do esporte com a educação,
salietando que na prática de um, não implica um baixo rendimento no outro. Antigamente, não
era comum entre os jogadores dedicar-se à carreira acadêmica tanto quanto à carreira
esportiva. Sócrates, ex-jogador do Corinthians e da Seleção Brasileira, ficou conhecido não só
pelo bom futebol que apresentava, como também por ter formado em Medicina em uma época
em que era comum entre os atletas abandonar a escola para serem astros do esporte.
É perceptível o avanço que o Brasil tem apresentado nessa área e a expectativa é que
ocorra um crescimento ainda maior. Atualmente, já existem grandes clubes brasileiros de
futebol que oferecem ensino escolar dentro da própria entidade, como o Cruzeiro em Minas
Gerais. Esse fato contribui tanto com o surgimento de atletas mais empenhados bem como
com o jornalismo, que deixa de ser vítima de entrevistas estapafúrdias e repetitivas.
Ana Luiza Silva Terra
Terapia social: a abrangência do esporte
O esporte revela-se desde a antiguidade como grande anulante, mesmo que
temporário, da intolerância. A prática física em ambiente escolar além de sua função recreativa,
ainda contribui na formação moral de crianças e adolescentes ao incentivar a interação
harmônica durante as aulas. Porém, a estruturação necessária à sua realização permanece na
lista de planejamento do Brasil.
Primeiramente, pode-se estabelecer uma comparação entre as funções do esporte de
ontem e hoje, citando as cidades-estado gregas e a criação dos jogos Pan-Helênicos. Assim,
os últimos tiveram sua origem na ânsia de preservação da unidade cultural, acima dos conflitos
entre as pólis. Consoante a isso, é de fácil percepção que o ideal unificador permanece em um
contexto em que a independência e a rivalidade apresentam-se individualmente, colocando
lado a lado cores, classes e fundamentos divergentes.
Ademais, a educação física vem revelando-se como uma terapia social, na qual é
possível perceber a pluralidade do meio, compreender que as diferenças e dificuldades fazem
parte do mesmo e, para interagir com estes, devemos respeitá-las. Contudo, essa função
moralizante é barrada por estruturas precárias e falta de incentivo.
Assim, maiores investimentos em projetos como o Esporte na Escola, que ao mesmo
que prestigia, também estimula o exercício físico, são necessários devido a sua força inclusiva.
Conclui-se então, ao passo que integra e educa, a prática esportiva proporciona a sensação de
igualdade e unidade. O esporte abrange muito mais áreas que, antes se julgava, e além disso,
faz com que também abracemos estas.
Gabriela de Figueiredo
“A arte não reproduz o que vemos. Ela nos faz ver.”
Paul Klee, pintor suíço
Tema: O processo de descaracterização da arte pela indústria cultural
Aprisionamento artístico
A transição da Idade Média para a Idade Moderna gerou um grande impacto nas
estruturas sociais, com mudanças também em outras áreas, como a arte. O que antes era uma
forma e materialização estética do sagrado, uma retratação dos valores, colocando o artista em
anonimato, a partir do Renascimento, passou a ser algo muito além de uma simples cópia da
realidade.
O artista ganhou seu espaço com liberdade de produzir obras seguindo suas
perspectivas, sem os moldes que lhes eram dados no passado. Essa autonomia trouxe para tal
profissão um status social e uma maior valorização do mesmo, incentivando a criação de obras
cada vez melhores, as quais prezavam pela originalidade.
Porém esse processo não estaria isento de se submeter ao capitalismo (sistema em
ascensão na época e presente até os dias atuais), e seu fim seria inevitável. A indústria
cultural, embora tenha ajudado na propagação das obras, reestabeleceu os moldes à arte. O
artista voltou a produzir a gosto dos consumidores, e não dos ofícios provindos da sua
criatividade.
Ou seja, a industrialização da arte fez com que a mesma perdesse sua essência, uma
vez que seu objetivo deixou de ser a criação de algo e tornou-se uma forma de arrecadar cada
vez mais capital. Assim, a arte contemporânea está diretamente ligada à cultura capitalista, a
qual é feita para agradar, sem muito a oferecer, onde Picasso e Michelangelo talvez não
fossem reconhecidos como grandes artistas.
Vivenciamos, portanto, uma era de esquecimento da arte, de toda sua história e
importância no meio sociocultural, além da dificuldade, em pleno século XXI, de produção
artística digna de apreciamento. Há necessidade de resgatar a cultura intelectual, para que
novamente, as obras de arte voltem a ser mais que representações estéticas.
Gabriela Vivili Domingues Silva
Tema: Por que a educação é o caminho?
Curiosa leitura
É substancial associar a ideia de uma boa educação a bons educadores. Em um
cenário mundial, países europeus em conjunto com os asiáticos, tomam a liderança dos índices
de educação. Há anos, vê--se uma progressiva melhora nesse aspecto, já que o sistema
educacional brasileiro caminha, a passos lentos, a um patamar digno. Contudo, a observação
se faz necessária, pois o acesso à leitura enfrenta problemas e o ensino ainda encara um
grande obstáculo: o conservadorismo do sistema.
De início, a comparação entre países com relação ao alcance da educação é relativa.
Nações como Japão e Estados Unidos, apesar da rivalidade histórica e econômica, desfrutam
dos melhores resultados em razão de políticas eficientes e do alto nível de instrução da
população. Em contrapartida, a acessibilidade e o conceito de educação brasileira ainda
enfrentam a oposição e os vetos de um Congresso conservantista, que insiste em frear os
avanços de frentes liberais, além de conribuir para que programas como o FIES
(Financiamento Estudantil) sejam limitados.
Contudo, torna-se vago analisar os efeitos do ensino sem relacionar o educador Paulo
Freire bem como o seu método. Pedagogo, tornou-se mundialmente famoso por questionar o
sistema educacional, visto por ele como alienante, pois induzia o aluno apenas a ouvir e
aprender, em processo robótico, sem no entanto, questionar. Desse modo, sintetizou uma obra
em torno de uma célebre noção de leitura do mundo, ou seja, estimular o aluno, a partir do
senso crítico, a entender o porquê de sua posição social, para poder então formular os efetivos
meios para uma mudança: do ruim para o digno e do bom para o melhor.
Em síntese, métodos pedagógicos mudam com o tempo e diferem-se quanto ao
espaço. Se por um lado as contraposições do sistema nacional impedem um avanço
instantâneo, por outro, os ilustres princípios, como os de Paulo Freire, já foram criados. Assim,
é necessário reviver esses ensinamentos e transpô-los a um contexto moderno, aliando o ideal
da autêntica educação e do conhecimento alternativo, atingindo o caminho que conduz ao
desenvolvimento de uma nação.
Eduardo Augusto Avelino
Tema: Sabemos conviver com a diversidade cultural?
Mazelas da sociedade contemporânea
Em contraposição à ideologia histórica de superioridade de raças, o estudo genético
contribuiu para a inclusão social, uma vez que somos formados por genes com as mais
variadas características. Desde então, juntamente com os valores morais, o preconceito racial
encontra-se em menor escala. Contudo, longe de sua erradicação.
O tráfico negreiro e o genocídio indígena durante o colonialismo, bem como a Alemanha
de Hitler, no tempo da Segunda Grande Guerra, são exemplos da supremacia dos brancos
diante de outras etnias que hoje, no Brasil, reflete na marginalização desses povos, além de
sua concentração nas periferias e nos trabalhos informais. Embora haja políticas
intervencionistas em prol de melhores condições de vida, estas não são corretamente
aplicadas e mancham a pluralidade cultural brasileira.
Como uma forma de gerar oportunidades de acesso ao ensino superior proporcionando
maiores perspectivas de vida, o Sistema de Cotas foi implantado e vem incluindo socialmente
não somente negros e índios, como também a população carente. Ao mesmo tempo que tais
medidas significam uma possível melhora no padrão de vida, as mesmas são uma forma de
reparar os danos morais e éticos perpetrados no passado nacional.
A luta contra a segregação racial foi adotada por vários líderes ao longo da história,
como Martin Luther King e Nelson Mandela, que demonstram o anseio pela igualdade e
necessidade de amparo à população discriminada. Além disso, evidencia o despreparo, por
parte de alguns povos, em aceitar as divergências étnicas.
Portanto, reforçar e administrar corretamente as políticas de inclusão já existentes,
assim como oferecer uma maior assistência à população negra e indígena é de suma
importância para melhor inserir socialmente tais etnias marginalizadas. Ademais, é uma forma
de nós mesmos deixarmos de ter uma postura preconceituosamente velada.
Maria Gabrielle Terra Faria
Passos realmente importantes à humanidade
O Brasil, durante muitos anos, foi colônia de Portugal. Naquele período, a escravidão
era altamente rentável à metrópole
e também à aristocracia rural brasileira. Essas
características de colônia, como a escravidão, a opressão contra os nativos e a ultravalorização
da cultura europeia, conferiram à sociedade da época sentimentos extremamente racistas e
classicistas e, já que a configuração da política nacional foi e é conservadora e elitista, a
questão social e racial silenciou-se durante a caracterização do povo brasileiro. Desta forma,
trazendo essa discussão para os dias atuais, questiona-se como esta vem sendo tratada.
Na última década, os movimentos sociais ganharam voz através da internet e esse fato
foi de extrema importância à ampliação da discussão sobre racismo. Por meio de pesquisas e
ações promovidas por estes movimentos, pôde-se observar que a nossa sociedade ainda
pratica o racismo, mas de forma velada. Não bastassem os dados estatísticos mostrarem a
concentração de negros nas periferias e o alto número destes como vítimas da violência
policial, evidencia-se que são também desvalorizados profissionalmente.
A medida adotada pelo Governo Federal, que destina cotas para o ingresso nas
universidades aos estudantes negros, pardos e índios exemplificou como a diferença entre o
número de alunos negros e brancos era gritante antes das cotas. Há uma parcela da população
contrária à esta Lei, entretanto, é necessário compreender que tal medida propicia uma
melhora significativa no nível intelectual do povo brasileiro, visto que as oportunidades iguais
de acesso às universidades e, consequente profissionalização, contribuirão para a evolução da
comunidade, tornando-a politicamente participativa, questionadora e com identidade
consolidada.
Assim, é possível concluir que as medidas organizadas pelos movimentos sociais e as
políticas do governo devem ser mantidas e ampliadas no que diz respeito ao esclarecimento
das massas, para que compreendam como as alternativas são necessárias. Visto que para
aprender a conviver com a diversidade racial, é imprescindível maior representatividade negra
na mídia, na política, na moda e nos centros de formação do saber, além de incentivo público à
valorização da cultura negra e integração da mesma à sociedade. Havendo, então, liberdade
de manifestação e conquista do merecido espaço.
Zilá Carvalho
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