Propagação rápida de cinco espécies de hortelã mediante dois

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Propagação rápida de cinco espécies de hortelã mediante dois
tipos de propágulo.
Jean Kleber de Abreu Mattos1; Rosalba da Matta Machado 1 ; Waldemar
Eduardo R. R. da Silva1
1
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília. Caixa Postal 04364,
70.919-970 Brasília DF.
RESUMO
Dois ensaios foram instalados com oito espécies de Mentha visando
determinar o menor tamanho de propágulo capaz de regenerar uma nova muda,
bem como eleger a melhor parte da planta para a produção de mudas. As plantas
foram instaladas em ambiente de telado sombreado (70%), em vasos de 3 litros,
adaptados como miniestufas, utilizando-se sacos de polietileno transparente. O
delineamento foi inteiramente casualizado com oito repetições. A média do
número de mudas produzidas pelas procedências foi comparada mediante o teste
de Tukey. Os melhores resultados foram obtidos com M. arvensis, M. piperita, M.
rotundifolia e M. spicata. Os piores resultados foram obtidos com M. citrata. O
melhor tipo de propágulo foi a parte subterrânea (rizoma típico).
Palavras chave: Mentha, propagação, estaquia.
ABSTRACT
Performance of eight species of Mentha to multiplication by small
cuttings and selection of the best piece.
Two experiments were carried out to test if very small cuttings (1 to 2 cm)
are able to recover adult plants of eight species of Mentha and to elect the best
part of plant to produce good cuttings. The assays were installed under
greenhouse conditions (70% shade e average temperature 26 C). The pieces were
6 cm long and had three pairs of gems. So, 100% efficiency means 6 plants
recovered. The experimental model was entirely randomized and the average
numbers were compared by the Tukey test. The best results were obtained with M.
arvensis, M. piperita, M. rotundifolia and M. spicata. Unfortunately, M. citrata didn’t
perform well. Subterraneous parts of the plants give the best results.
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Key words: Mentha, multiplication, cuttings
A multiplicação uninodal de plantas é aquela na qual utiliza-se apenas um
nó de ramos aéreos para, a partir deste, propagar plantas. As estacas assim
obtidas podem ser denominadas de estaca ‘gema’(Simão, 1971), estaca ‘semente’
(Gomes, 1973) ou mini -estaquia (Mattos, 1976 e 1995).
Na estaquia convencional utilizam-se estacas com aproximadamente 20
centímetros de comprimento o que leva a um consumo maior de material
propagativo quando comparado á mini-estaquia (Mattos, 1976 e 1995).
A mini-estaquia remonta de certa forma à técnica de multiplicação rápida
da mandioca dos anos 70. Este método multiplica as plantas mediante estacas
muito pequenas, sejam elas uninodais ou seminodais (cada nó dará origem a duas
mudas), utilizando câmaras úmidas sobre solo peneirado e envasado. O método
tem como objetivo estimular a brotação de maior número de gemas antes do
plantio ou antes do final do ciclo da planta, enfim, abreviar o tempo de obtenção
de um número maior de mudas. (Mattos, 1976, 1995; Pavarino, 1995).
O objetivo do presente trabalho é determinar a viabilidade da mini-estaquia
ou multiplicação rápida de cinco espécies de Mentha, e eleger a parte da planta
mais apropriada ao método proposto
MATERIAL E MÉTODOS
Foram instalados dois ensaios. Um utilizando apenas rizomas e outro
comparando rizoma e parte aérea como fonte de mudas. As plantas foram
instaladas em ambiente de telado sombreado (70%), em vasos de 3 litros
adaptados como miniestufas, utilizando-se sacos de polietileno transparente com
dois furos. Os propágulos apresentavam 3 pares de gemas (3 nós). Desta forma a
produção de 6 mudas significava 100% de aproveitamento.
Após brotarem, os propágulos foram divididos em estacas uninodais e sub nodais (1 a 2 cm de tamanho) e a seguir removidos para outra estufa semelhante.
O delineamento foi inteiramente casualizado com oito repetições. A média do
número de mudas produzidas pelas procedências foi comparada mediante o teste
de Tukey
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A temperatura média do telado foi de aproximadamente 26o C durante todo
o ensaio. Cada tratamento era distribuído em dois vasos com 4 estacas cada.
Cada secção de rizoma foi considerada uma repetição.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
ENSAIO NÚMERO 1
Os resultados do primeiro ensaio de competição de mentas são
apresentados na Tabela 1.
Tabela 1. Número médio de mudas obtidas mediante miniestaquía de rizoma de
cinco espécies de Mentha.
Espécie
Número Médio de Mudas
9,10 a1
Mentha rotundifolia
7,15 ab
Mentha piperita
7,25 ab
Mentha spicata
5,10 b
Mentha x villosa
5,25 b
Mentha cf. longifolia
1,20 c
Mentha citrata
1
Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem estatísticamente pelo teste de Tukey (5%).
A menta mais produtiva com relação à produção de mudas foi M.
rotundifolia, com uma média de nove mudas por segmento de 6 cm de rizoma (3
pares de gemas). O grupo estatístico imediatamente inferior, de acordo com o
teste de Tukey a 5%, foi composto por Mentha X villosa e M. cf. longifolia. Em
situação intermediária, participando ao mesmo tempo dos dois primeiros grupos
de médias estão M. piperita e M. spicata. No ultimo grupo de médias, figura,
isolada, M. citrata.
ENSAIO NÚMERO 2
O ensaio número 2 testou não apenas as procedências mas também o tipo
de propágulo. Na Tabela 2, observa -se a formação de quatro grupos de médias.
Isolada com o melhor desempenho, está Mentha arvensis – raíz.. Seguem-se M.
spicata, M. piperita e M. villosa, todas pertencendo ao mesmo grupo de médias,
não diferindo portanto entre si pelo teste de Tukey. Neste mesmo grupo está ainda
M. villosa- parte aérea. As estacas de parte aérea de M. villosa, M. spicata, M.
piperita e M. arvensis estão a seguir nesta mesma ordem e não diferem de M.
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villosa – raíz nem de M. villosa – parte aérea. Isolada, com o pior desempenho nos
dois tipos de estaca, está M. citrata.
Tabela 2. Número médio de mudas obtidas mediante miniestaquía de cinco
espécies de Mentha, mediante dois tipos de propágulo.
Espécie
M. arvensis
M. spicata
M. piperita
M. villosa
M. villosa
M. spicata
M. piperita
M. arvensis
M. citrata
M. citrata
1
Tipo de Estaca
raíz
raíz
raíz
raíz
parte aérea
parte aérea
parte aérea
parte aérea
parte aérea
raíz
Número de Mudas
7,00 a1
5,00 b
5,00 b
4,50 bc
3,75 bc
3,25
c
3,25
c
2,75
c
1,00
d
0,75
d
Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5%.
Correa Jr. et al. (1991) e Duarte et al. (1998),, admitem para mentas em
geral, um gasto de 300 kg de rizomas por hectare no plantio direto ou 100 kg no
enviveiramento com rizomas que deveriam ter aproximadamente 10 cm de
comprimento ou 2 a 3 pares de gemas. O ensaio de que trata o presente
documento oferece uma opção ainda mais vantajosa quanto ao número de mudas
produzido.
LITERATURA CITADA
CORREA, J.C.; MING,C.L.; SCHEFFER, C. .M. Cultivo de plantas medicinais
condimentares e aromáticas. Curitiba: EMATER-PR, 1991. 162 p.
DUARTE, F.R., MAIA, N.B., CALHEIROS, BOVI, O. A. Menta ou Hortelã. Mentha
arvensis L. Boletim IAC 200, 1998 (pag20).
GOMES, R. P. Fruticultura Brasileira . São Paulo: Nobel, 1973. 446p.
MATTOS, J.K.A. Fundamentos para um conceito de mini -estaquia. Brasília:
Universidade de Brasília, 1995. 4p. (Apostila).
MATTOS, J.K.A. Vantagens e riscos da propagação vegetativa. Brasília: Embrapa
Cerrado, 1976.
PAVARINO, M. A. Viabilidade da mini-estaquia de raízes em cinco espécies de
uso medicinal. Trabalho Final de Graduação em Agronomia. Brasília: Universidade
de Brasília, 1995. 15 p.
SIMÃO, S. Manual de fruticultura. São Paulo: Ceres, 1971. 530 p.
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