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Atuação do fisioterapeuta no tratamento das desordens
temporomandibulares
Ane priscila da silva bezerra1
[email protected]
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós-graduação em Fisioterapia em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia
Manual- Faculdade Ávila – Faculdade Ávila
Resumo
A articulação temporomandibular (ATM) é uma estrutura altamente especializada do
complexo craniomandibular, que está sujeita a comprometimentos de origem neurológica,
ortopédica e músculo-esquelético. Assim,esta pesquisa aborda a Atuação do fisioterapeuta
nas desordens temporomandibulares (DTM).O presente trabalho tem como objetivo
demonstrar a importância da fisioterapia no tratamento das desordens
temporomandibulares.Enquanto os objetivos específicos são: descrever a anatomia humana,
especificamente a estrutura bucomaxilofacial, apresentar as características da articulação
temporomandibular (ATM) ,descrever o diagnóstico, os tratamentos e cuidados nos
distúrbios temporomandibulares.
Este estudo foi construído através do levantamento de dados encontrados na literatura já
existente.Para este trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas por meio dos livros
dispostos no acervo da Biblioteca da Universidade Paulista campus Manaus, nas bases de
dados da Scielo, onde foram consultados artigos originais e de revisão sobre o
assunto.Salientando que a fisioterapia, por sua vez, atua nas disfunções
temporomandibulares (DTM) com a sua função na necessidade de reabilitar o paciente como
um todo, auxiliando no reconhecimento dos demais membros envolvidos e buscando
restabelecer as funções debilitadas. Com o presente estudo pode-se concluir que no
tratamento para a disfunções temporomandibulares (DTM), o fisioterapeuta identificará e
promoverá condutas próprias para o cuidado terapêutico da rigidez capsular,dos
espamos,das contraturas e dos distúrbios cinéticos.A abordagem fisioterapêutica é
importante e preconiza como recursos a cinesioterapia e eletroterapia em sua conduta para o
tratamento dos distúrbios temporomandibulares, merecendo novas pesquisas e
estabelecimento de novos protocolos de tratamento
Palavras-chave: ATM;Fisioterapia;Desordem Temporomandibular.
1. Introdução
A articulação temporomandibular (ATM) é deslizante, modificada anatomicamente, composta
e mecanicamente simples. O presente trabalho trata sobre a Atuação do fisioterapeuta nas
desordens temporomandibulares.Nesse sentido, o objetivo geral dessa pesquisa é: Demonstrar
a importância da fisioterapia no tratamento das desordens temporomandibulares
(DTM).Assim,os objetivos específicos são: descrever a anatomia humana, especificamente a
estrutura bucomaxilofacial, apresentar as características da articulação temporomandibulares
(ATM) ,descrever o diagnóstico, os tratamentos e cuidados nos distúrbios
temporomandibulares.Para a implementação desse estudo o questionamento que nos direciona
1
Pós-graduação em fisioterapia em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual.
Graduada em fisioterapia,especialista em metodologia do ensino superior; mestrado em bioética e direito em
saúde.
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é: Qual a conduta utilizada pelo fisioterapeuta no tratamento das desordens
temporomandibulares?
Para este trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas por meio dos livros dispostos no
acervo da Biblioteca da Universidade Paulista campus Manaus, nas bases de dados da Scielo,
onde foram consultados artigos originais.
Ao nos referirmos à articulação temporomandibular (ATM), ao sistema mastigatório,as suas
estruturas componentes e a todos os tecidos correlatos,usamos o termo sistema
estomatognático.Do ponto de vista cinemático,as articulações e os músculos deste sistema
interagem de forma a influenciar o alinhamento e a função da mandíbula na articulação
temporomandibular (ATM).Certas atividades funcionais,como falar,comer,são afetadas pela
cinemática desse sistema (BRODY E HALL,2007).
As disfunções dolorosas do aparelho mastigador são provocadas: por espamos musculares
isolados provocados por uma falha articular dentária.Ou por uma falha de coordenação entre
diversos grupos musculares ou mesmo de feixes de um mesmo músculo (XHARDEZ,2001).
Sabe-se que as disfunções temporomandibulares (DTM) podem ser de origem muscular ou
articular e não ocorrem isoladamente. O trauma, por exemplo, devido a um acidente veicular
ou por uma queda que tenha afetado o queixo,pode ser um fator iniciante de uma desordem na
articulação temporomandibular (ATM).Essa lesão pode ainda ser perpetuada por
estresse,passando por um quadro agudo, que se resolveria sozinho para uma situação crônica.
A fisioterapia com a utilização de técnicas diversas pode se constituir em alternativa de
tratamento, buscando restabelecer a função normal da articulação temporomandibular e das
estruturas associadas a ela. Uma etapa também importante consiste em educar o paciente
acerca do funcionamento de suas articulações.Durante o exercício da minha profissão
encontrei vários pacientes com disfunções temporomandibulares,pude acompanhar seus
momentos de dificuldades, e soube que o fisioterapeuta pode melhorar a função e qualidade
de vida desses paciente. Esses aspectos,justificam a realização e divulgação do presente
estudo.A assistência fisioterapêutica é indicada quando existe dor e/ou restrições dos
movimentos mandibulares que afetam a qualidade de vida do indivíduo, ou interferiram em
suas atividade da vida diária, ou ainda, quando houver uma instabilidade articular grave.A
atuação da fisioterapia, mostra-se essencial em desordens dos músculos mastigatórios,em
desarranjos do complexo côndilo disco (como um deslocamento anterior do disco) em
degenerações (como em artroses),em inflamações (retrodiscite) em fraturas e na rigidez
capsular.
O fisioterapeuta cuida também da instabilidade articular, particularmente a hipermobilidade
dos pacientes, para evitar lesões futuras. Portanto, nas disfunções da articulação
temporomandibular ( ATM), o tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível,
evitando assim que uma dor aguda se transforme em dor crônica pela sensibilização central.
2.Articulação temporomandibular
A articulação temporomandibular localizada logo anteriormente ao ouvido externo é uma
articulação entre o processo condilar da mandíbula e a eminência articular do crânio
(GOULD,1994).
A articulação temporomandibular ( ATM), não pode ser visualizada isoladamente.Suas
relações com o crânio, a maxila e a coluna cervical são importantes na função e na disfunção,
e devem ser reconhecidas nas estratégias de avaliação e de tratamento.A disfunção da
articulação temporomandibular (ATM), pode ser resultado de um problema em algum lugar
ao longo dessa cadeia cinética. A articulação temporomandibular( ATM), é ímpar, pois sua
função está relacionada diretamente à dentição e ao contato das superfícies dos dentes. Ao nos
referirmos à articulação temporomandibular( ATM), ao sistema mastigatório,as suas
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estruturas componentes e a todos os tecidos correlatos,usamos o termo sistema
estomatognático. Esse sistema possui vários componentes: ossos do crânio,
mandíbula,maxila,hióide,clavícula,esterno,cintura escapular,articulação temporomandibular
(ATM) e dentoalveolares,dentes,coluna cervical,áreas dos sistemas vascular,linfático e
nervoso,músculos e tecidos moles da cabeça e do pescoço e músculos das bochechas,dos
lábios e da língua (BRODY E HALL,2007).
A cabeça, considerada do ponto de vista ósseo, apresenta duas regiões perfeitamente
definidas: o crânio e a face. Em termos gerais, o esqueleto da cabeça aloja o encéfalo e as
meninges ligadas ao canal vertebral através do forame magno,assim como aos órgãos dos
sentidos e as partes iniciais das vias respiratórias e digestivas. A cabeça é dividida em duas
porções: neurocrânio e face esplancnocrânio. Enquanto o crânio se divide em calota craniana
e base do crânio. No conjunto, os ossos do crânio são oito. Destes, quatro são pares: parietais
e temporais; e quatro são ímpares: occipital, esfenóide, etmóide e frontal (FÍGUN,1994).
O crânio tem forma ovóide com extremidade superior livre, é a calvária, recoberta pela gálea
aponeurótica e pelo couro cabeludo.O segmento inferior, ou base do crânio,articula-se
anteriormente com os ossos da face e,no centro,com a primeira vértebra cervical (atlas); em
sua parte posterior fixa-se com os músculos da nuca (FÍGUN,1994).
A face é constituída por 14 ossos, dos quais 13 são fixos e 1 é móvel. Os fixos são: 2
maxilares,2 palatinos,2 zigomáticos,2 lacrimais,2 nasais,2 conchas nasais inferiores e 1
vômer,que se articulam,formando um bloco sólido que, por sua vez,se articula com o terço
anterior da base do crânio.O único osso móvel da face é a mandíbula,que participa da
articulação temporomandibular. É na maxila e na mandíbula que se encontram os processos
alveolares que alojam os dentes (MADEIRA, 2001).
Segundo Brody e Hall (2007), cinco músculos principais contribuem para a movimentação
da articulação temporomandibular ( ATM): temporal,masseter,pterigódeo medial,pterigódeo
lateral,digátrico.A função de todos os músculos deve ser compreendida por causa de seu
impacto sobre a função e disfunção da articulação temporomandibular ( ATM).Assim,os
movimentos da mandíbula resultam da ação dos músculos cervicais e maxilares que
são:elevação,depressão,protração, retração,deslizamento lateral.Todos esses movimentos são
utilizados de alguma forma na mastigação. Como a articulação temporomandibular ( ATM) é
bilateral,os músculos da mastigação deverão ativar-se e relaxar-se segundo um padrão regular
e em perfeita sincronia com os músculos do outro lado.
Na enumeração dos principais músculos do corpo limitar-nos-emos aos músculos
esqueléticos, isto é, aqueles que permitem os movimentos da cabeça,do tronco e dos
membros. O número de músculos esqueléticos não se pode estabelecer com exatidão porque
em algumas regiões os corpos musculares não se podem delimitar de modo preciso. O número
médio gira em torno de 327 músculos pares (isto é, duplos, porque existem de um lado e de
outro do nosso corpo); apenas 2 são pelo contrário,ímpares.Os músculos da cabeça podem se
classificar em esqueléticos e cutâneos. Na região cervical também chamada de pescoço há um
único músculo cutâneo,mas na cabeça, e mais particularmente no rosto, os músculos cutâneos
são numerosos e servem para compor os vários aspectos da fisionomia (músculos mímicos).
Na cabeça existe um largo músculo cutâneo, o músculo epicrânio, que recobre toda a abóbada
do crânio, abaixo da pele. Nele distinguem-se três partes: uma anterior, o músculo frontal;
uma média, que não tem estrutura muscular, mas tendinosa, a aponeurose epicrânica; e uma
posterior, onde situa-se o músculo occipital (MADEIRA,2001).
De acordo com o mesmo autor, o músculo frontal é também chamado de músculos da
atenção, contraindo-se enruga a testa. O músculo occipital também termina na
aponeurose,mas parte,posteriormente,do osso occipital é pouco desenvolvido,e quando é
contraído o mesmo puxa para trás o couro cabeludo.
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A articulação temporomandibular (ATM) é considerada uma das mais complexas do corpo
humano e constitui a ligação móvel entre a mandíbula e o osso temporal (OKESON et al,
2000). Em conjunto com os sistema esquelético,muscular,vascular,nervoso e dentário,compõe
o complexo morfofuncional denominado aparelho mastigador (STEENKS E DE
WIJER,1998).
Existe duas articulação temporomandibular ( ATM),uma de cada lado da maxila.As duas
articulações devem ser consideradas em conjunto com os dentes em um exame.A articulação
temporomandibular ( ATM) é um articulação condilóide sinovial localizada entre a fossa
mandibular do osso temporal e o processo condilar da mandíbula.A presença de
fibrocartilagem é importante,por causa de sua capacidade de reparo e de
remodelagem(BRODY E HALL,2007).
Para Carreño (1995), os componentes dentários podem danificar a articulação
temporomandibulares ( ATM) ,assim como o aumento da função muscular pode produzir
mobilidade dental com consequente dano periodontal.
De acordo com Okeson (2000), as superfícies articulares da articulação temporomandibular
(ATM), diferem das outras articulações sinoviais pelo fato de serem revestidas por tecido
conjuntivo denso e fibroso, e não por cartilagem hialina. Estas superfícies são particularmente
espessas nas vertentes anterior do côndilo e posterior da eminência articular,conferindo maior
capacidade de absorção de impacto nestas áreas,que são as mais requisitadas.
3. Disfunção temporomamdibular
As disfunções da articulação temporomandibular (ATM),estão cada vez mais difundidas e são
geralmente a causa de vários sintomas na cabeça e pescoço,sendo cada vez mais reconhecidas
entre os profissionais de saúde (GOULD,1993).
O sistema mastigatório,por sua extrema complexidade,tem grandes possibilidades de sofrer
um colapso (OKESON,2000).A explicação para a grande frequência das afecções a ela
atribuída reside no fato de que a ATM é uma das articulações mais utilizadas pelo homem
durante sua vida (CORREIA,1995).
Em relação à nomenclatura adotada para os distúrbios do sistema mastigatório,ainda não há
um consenso na literatura, o que sugere que a etiologia e o mecanismo destas disfunções têm
sido muito incompreendido.O médico otorrinolaringolosta Dr.James B.Costen foi o primeiro
a descrever a relação entre os sintomas otológicos e os distúrbios na articulação
temporomandibular ( ATM),em 1943.Em homenagem ao seu trabalho,surgiu a expressão
“síndrome de Costen” (PAIVA E VIEIRA,1997).
Atualmente, segundo Barros (1997),Paiva e Vieira (1997),o termo que tem sido mais bem
aceito é disfunção temporomandibular, pelo fato de ser abrangente e excluir outras
correlações incorretas,além de ser um termo coletivo que inclui um determinado número de
problemas clínicos que envolvem a musculatura mastigatória,a ATM e estruturas associadas
ou ambas.
Em meados dos anos 60 e 70, acreditava-se que a oclusão e mais tarde o estresse emocional
eram os principais fatores etiológicos das desordens funcionais do aparelho mastigatório
(OKESON,2000).
Atualmente, sabe-se que não existe um fator etiológico único que possa ser responsabilizado
pela disfunção do sistema estomatognático, e a teoria a respeito da etiologia das desordens
temporomandibulares (DTM`s) mais aceita, e que parece ser um consenso entre os autores, é
a teoria da etiologia multifatorial ( PAIVA E VIEIRA,1997).Essa teoria afirma que fatores
oclusionais,associados às respostas nos músculo e articulações temporomandibulares e as
condições gerais e emocionais do paciente,podem iniciar,manter ou gravar o quadro de
disfunção.
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Dentre
os
agentes
etiológicos,
encontra-se
fatores
genéticos,
de
desenvolvimento,fisiológicos,traumáticos,patológicos,ambientais,mentais
e
comportamentais.Pode-se incluir as desarmonias oclusais, fatores psicológicos,trauma
extrínsecos,hábitos parafuncionais, postura incorreta de cabeça e pescoço e condições
sistêmicas (OKESON,2000).
Boever e Steenks (1996) acrescentam o hábito de cerrar os dentes, hábitos errados de
deglutição com interposição da língua, o deslocamento consciente da mandíbula para
frente,vícios posturais devidos à profissão e posição durante o sono sem apoio para a
mandíbula.O exame dos dentes pode denunciá-los,revelando a presença de facetas lapidadas
nas superfícies mastigatórias dos molares e nas arestas de corte dos incisivos.
O bruxismo é definido por Carneiro (1995), como a contração excessiva dos feixes
musculares do masseter e pterigóideo medial que fazem com que a mandíbula se desloque de
um lado para o outro constantemente e com forças extremamente grandes,lembrando que o
masseter é o músculo mais forte do corpo humano,proporcionalmente ao seu tamanho.As
lesões dos componentes são decorrentes a esse atrito permanente,que pode causar uma
pressão de até mil libras por polegadas quadrada.
Lima (1995) afirma que a causa mais comum de distúrbios na articulação temporomandibular
(ATM), é a tensão muscular que pode estar associada a alterações emocionais, ou ser uma
resposta natural e constante diante de um estímulo persistente de uma vida agitada, instável e
de frustração. A maioria dos pacientes em quadros agudo de desordens temporomandibulares
( DTM), constitui-se de pacientes em estado de tensão psíquica,que pode relacionar-se
diretamente à atividade que desempenha e/ou local de suas atividades,além das próprias crises
de cunho pessoais.
De acordo com Oliveira (2002) o estresse promove importantes alterações somáticas, e a
identificação destes sintomas permite que se tenha uma idéia de sua somatização. As
estruturas que circundam a articulação temporomandibular ( ATM), frequentemente
transformam-se em uma válvula de escape dos problemas psicológicos e, com consequência,
sede de distúrbios
psicossomáticos,pela somatização de problemas como
agressividade,tensões,angústias e medo (OKESON,2000).
Estímulos lesivos do tipo mecânico,emocional,infeccioso,metabólico ou por associações dos
mesmos estimulam o músculo levando-o ao espasmo,o qual compromete sua capacidade de
relaxamento voluntário.Essa contração involuntária de um ou mais músculos pode conduzir
os côndilos mandibulares,limitação da abertura normal da boca,ruídos articulares e
subluxações (LIMA,1995).
Os deslocamentos distais anteriores também são classificados como fatores causais da
desordens temporomandibulares ( DTM),pois nesses casos a região bilaminar do disco que é
bastante irrigada e inervada, fica entre as duas superfícies articulares,suportando a sua
pressão,desencadeando dor. Além disso, essa desorganização do sistema leva à danificação
muscular durante a função, ao estiramento e/ou rompimento dos ligamentos retrocondilares e
à frouxidão articular (CARREÑO,1995).
A oclusão também tem sido apontada como fator etiológico da disfunção
temporomandibular.Tal é a intimidade da relação da articulação temporomadibular ( ATM),
com a oclusão que se pode traçar um perfil da forma e da dimensão dos côndilos através da
oclusão,pois a articulação temporomandibular ( ATM), apresenta ampla capacidade d
adaptação morfofuncional (PAIVA,1997).
Manfredi et al (2001) afirmam que é imperativo especificar o fator causal principal para
garantir a eficácia da abordagem terapêutica,sendo necessário conhecer os complexos
sintomáticos.No entanto,em muitos casos,os fatores que induzem a problemas na articulação
temporomandibular a ( ATM) ,permancem desconhecidos.
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4.Diagnóstico
Em um ambiente clínico habitual, o distúrbio mais comum da articulação temporomandibular
(ATM), é a disfunção envolvendo a cápsula e as estruturas intra-articulares.A disfunção da
articulação temporomandibular ( ATM), pode ocorrer como uma entidade separada ou pode
ser uma complicação de doença,traumatismo ou anormalidades desenvolvimentais. Alguns
dos diagnósticos mais comuns da articulação temporomandibular ( ATM), são a capsulite e
retrodiscite que ocorre com o impacto do côndilo sobre o disco articular,causando inflamação
ou exacerbação de uma afecção inflamatória pré-existente; e o disco luxado
anteriormente.Além desses é citado como deficiências mais comuns a hipomobilidade,
hipermobilidade,deficiência de postura e de movimento (BRODY E HALL,2007).
Diagnóstico é o conjunto de dados que permitem o conhecimento ou a identificação de uma
criança através de seus sinais e sintomas. Na avaliação diagnóstica, o diagnóstico diferencial
passa a ser outro aspecto essencial. Para garantir a eficácia do tratamento da disfunções
temporomandibulares (DTM), faz-se necessário o estabelecimento de um diagnóstico
preciso,fundamentado na história clínica do paciente e,na anamnese realizada pelo
profissional (PAIVA e VIEIRA,1997).
O fisioterapeuta geralmente atende paciente que sofrem de disfunção da articulação
temporomandibulares ( ATM).A avaliação funcional irá capacitar o profissional a difrenciar
entre os vários componentes de síndrome:sinovite,disfunções do disco ou disfunções
cervicais.O diagnóstico diferencial é complicado,pelo fato de os sintomas poderem ocorrer em
qualquer local da cabeça ou pescoço, e poderem ser causados por muitos outros
problemas.Poe exemplo, a cefaléia pode ser causada por mais de 100 diferentes causas.O
médico também deve estar alerta para a possibilidade de doença sitêmica superposta a uma
disfunção da articulação temporomandibular (ATM) (GOULD,1994).
5.Avaliação fisioterapêutica
Uma avaliação completa da articulação temporomandibular (ATM), inclui todos os
componentes do sistema estomatognático.Essa avaliação ajuda o terapeuta a determinar a
causa da disfunção e a influênica de outros fatores,assim como a elaborar um plano efetivo de
tratamento (BRODY E HALL,2007).
As técnicas de avaliação e tratamento para o tratamento das articulações sinoviais,como
as,mensurações da amplitude de movimento,função muscular,testes de mobilidade e técnicas
de mobilização,podem ser adaptadas pelos fisioterapeutas (GOULD,1994).
O exame físico em reabilitação deve objetivar achados diretos ou indiretos resultantes da
doença e/ ou incapacidades.Deve constar de um exame físico geral,seguido de um exame
dirigido aos sistema músculo-esquelético e neurológico.A adequada avaliação da capacidade
de treinamento do paciente depende de uma boa avaliação (LIANZA,2001).
O desenvolvimento sequencial do exame é necessário para a definição de um método
padronizado, e pode ser definido com o emprego da ficha clínica (LIMA,1995).O diagnóstico
da disfunções temporomandibulares ( DTM), pode ser realizado através de um questionário
inicial,exame clínico geral,anamnese e história médica pregressa e atual,exame clínico
específico envolvendo os músculos da mastigação e a articulação temporomandibular
(ATM), bem como ainda através de uma cuidadosa análise funcional da oclusão
(PAIVA,1997).
Segundo Brody e Hall (2007), uma história abrangente é essencial e ajuda a orientar a
avaliação objetiva.O cliente deve fornecer informação detalhada a cerca do início dos
sintomas,da incidência de bloqueio articular,da presença de ruído articular,da história de
cirurgias e traumatismo e da história médica.Os clientes devem ser interrogados sobre seu
nível de estresse,observando se ele percebe percebi um aumento da força com que os dentes
são cerrados ou em outros hábitos parafuncionais quando estão estressados.
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De acordo com Boever e Steenks (1996), a presença de sinais e sintomas clássicos como
ruídos,dores e limitação da mobildiade da articulação da mandíbula facilitam o
diagnóstico.Lima (1995) afirma que esses sinais podem ser encontrados tanto por meio da
palpação das articulações e músculos como pela auscultação de ruídos articulares.Carreño
(1995) enfatiza que a dor não é um sinal diagnóstico definitivo,mas auxiliar na realização do
diagnóstico diferencial.
A dor com origem na articulação temporomandibular,se irradia anteriormente até a face,ao
longo da mandíbula,até as têmporas e,internamente,ao ouvido(CARVALHO,1994).
As estruturas que devem ser examinadas, incluem a articulação temporomandibular ( ATM),a
coluna cervical,a coluna torácica,os tecidos moles,os músculos e o tecido neural.Deve-se
pesquisar a simetria e qualidade dos movimentos,realizados a fim de determinar o tipo de
disfunção (BRODY E HALL,2007).
A palpação dos músculos mastigadores e demais músculos associados na unidade cabeçapescoço pode auxiliar na determinação da tonicidade muscular, espasmos musculares e
possíveis miosites e fibroses.A mesma pode ser realizada tanto paralela quanto
perpendicularmente às fibras musculares,e convém lembrar que a palpação deve ser feita em
repouso como na ação muscular (LIMA,1995).Já Oliveira (2002) afirma que a palpação deve
ser realizada bilateralmente,para que se possa estabelecer um parâmetro de comparação entre
a sensibilidade de um lado e do outro.
Durante a avaliação funcional do sistema estomatognático,analisa-se a presença de desvios e o
grau de mobilidade mandibular,que investigará o excesso ou a limitação de abertura.Quando
existirem ruídos articulares é importante registrar o movimento em que ocorrem,bem como a
fase em que ocorrem,se no início ou no fim do movimento, e sua características
(OLIVEIRA,2002).
Se o ruído ocorre na abertura máxima, ou perto dela,pode-se deduzir que é no movimento da
translação e,portanto,a sua causa localiza-se no comportamento superior. Em caso contrário,se
o som articular ocorre no início,durante o fenômeno de rotação, o local da patologia é o
compartimento inferior (CARREÑO,1995).
O padrão de abertura e fechamento bucal deve ser o mais retilíneo possível,e mudanças nesse
padrão denunciam que há algo no trajeto obstruindo a direção normal.O desvio propriamente
dito é o distanciamento da mandíbula de sua linha mediana inicial para terminar claramente
distante da mesma,e indica danos nos componentes musculares.A sinuosidade é um
afastamento da linha mediana seguido do retorno ao centro, e indica danos do tipo articular ou
combinado.A abertura bucal máxima é cerca de 46 mm,enquanto que a lateralidade máxima
em pacientes normais não apresentam danos musculares ou articulares é de 12 a 14mm.Não se
deve basear só números para que o mecanismo diagnóstico não se torne muito rígido para se
seguido (CARREÑO,1995).
Paiva (1997) aponta a importância de uma supervisão mandibular mais ampla,envolvendo a
cabeça,o pescoço e a maxila,pois esquecer estas estruturas durante o exame clínico poderia
omitir problemas à distância.A disfunções temporomandibulares ( DTM), também pode
interferir na relação harmônica entre a cabeça e a coluna cervical,provocando sintomatologia
dolorosa que se irradia para os músculos da região escapuloumeral,peitoral e da parede
torácica posterior (LIMA,1995).
Observando-se a relação crânio-coluna cervical em vista lateral,pode-se notar que a maior
parte do peso do crânio,portanto o seu centro de gravidade,descansam na parte anterior da
coluna cervical e nas articulações temporomandibulares.Sendo assim,a cabeça mantém a sua
posição ortostática por um complexo mecanismo muscular,envolvendo músculos da
cabeça,pescoço e cintura escapular.Consequentemente,uma alteração em alguma destas
regiões poderá levar a distúrbios da postura não somente nestes locais,como também nas
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demais cadeias musculares do corpo humano e vice-versa (MARZOLA,2002).É neste ponto
que a fisioterapia atuará,devolvendo o equilíbrio natural das estruturas envolvidas.
Também há de se ressaltar a importância do diagnóstico diferencial e dos exames
complementares, principalmente os radiográficos.Descreve-se que as radiografias são um
auxílio diagnóstico muito útil,porém não evidenciam as estruturas moles de baixa densidade
como o disco interarticular e as aderências ou fibroses presentes.As tomografias podem
complementar as radiografias.Da mesma forma,a imagem por ressonância que permite
observar a posição exata do disco,as fibroses e aderências,onde quer que se encontrem
(CARREÑO,1995).
Segundo Brody e Hall (2007), vários testes pesquisam o componente funcional do complexo
da articulação temporomandibular ( ATM):teste de estabilidade segmentar para a articulação
atlanto-axial, função oral,padrão de oclusão,padrão de deglutição,padrão respirtório (BRODY
E HALL,2007).
O teste da musculatura mastigatória é essencial no diagnóstico da disfunção da articulação
temporomandibular ( ATM).Se existe uma condição patológica muscular, a dor parecerá
quando da aplicação de uma resistência máxima (GOULD,1994).
6.Tratamento fisioterápico
Uma abordagem abrangente ao tratamento da articulação temporomandibular ( ATM) analisa
a pessoa como um todo, levando em conta essas relações, a execução das atividades
funcionais e a influência do estresse físico e emocional sobre esse sistema (BRODY E
HALL,2007).
No tratamento para a disfunções temporomandibulares( DTM), o fisioterapeuta identificará e
promoverá condutas próprias para o cuidado terapêutico da rigidez capsular,dos espamos,das
contraturas e dos distúrbios cinéticos.A intervenção fisioterapêutica é indicada quando existe
dor e/ou restrições dos movimentos mandibulares que afetem a qualidade de vida do
indivíduo ou interfiram em suas atividades da vida diária ou,ainda,quando houver uma
instabilidade articular grave.O fisioterapeuta cuida também da instabilidade articular,em
especial da hipermobilidade,para prevenir lesões (CARNEIRO,2003).
O fisioterapeuta auxilia no tratamento quando o paciente apresenta anormalidades posturais
(incluindo o posicionamento anterior da cabeça,vários desequilíbrios musculares,historia de
traumatismo,disfunção respiratória ou cervical.Muitas situações podem ser tratadas pelo
fisioterapeuta.Estas alterações incluem a hiper ou hipomobilidade da ATM,luxação
articular,tratamento de trigger point,e vários outros hábitos orais,como o defeito na posição da
língua e hábitos com os lábios (GOULD,1994).
Quanto a necessidade de tratamento,Oliveria (2002) descreve três níveis. Os paciente com
sinais e sintomas de disfunções temporomandibulares( DTM), de moderados a graves
possuem necessidade ativa de tratamento. Quando os sinais e sintomas são leves ou
flutuantes,há necessidade passiva de tratamento,isto é a atuação do profissional da saúde
consiste em observar o paciente,atentando para um possível diagnóstico precoce no caso de
evolução para a disfunção.Por fim,há os pacientes que não têm necessidade de tratamento,por
não apresentarem nenhum sinal ou sintoma.As mulheres apresentam uma necessidade ativa
maior que os homens.
Carneiro (2003) afirma que a importância do início precoce do tratamento reside no fato de
que uma dor aguda pode se transformas em dor crônica pela sensibilização central e de
neurônios de primeira,segunda e terceira ordem.
Independente do meio terapêutico escolhido para o tratamento deve-se considerar que os
pacientes portadores de disfunções temporomandibulares ( DTM ),são pessoas normalmente
carentes de atenção e de cuidados especiais (PAIVA E VIEIRA,1997).
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O tratamento fisioterápico é indicado nos casos mais simples,onde não há gravidade
patológica.Pois em uma grande maioria dos casos pode ser tratada pela promoção de repouso
das articulações e dos músculo mastigatórios,podendo ser conseguido por meio de manobras
ortodônticas,como por exemplo,a confecção de placas oclusais,utilização de medicamentos
anti-inflamatórios e miorrelaxantes,e fundamentalmente,pela aquisição de novos hábitos
saudáveis,como adoção de dieta com alimentos macios,exercícios físicos para os músculos da
mastigação,educação das funções mastigatórias,compressas quentes e frias e controle do
apertamento dentário(DE WIJER,1998).
A aplicabilidade de recursos e técnicas preventivas e reabilitadores por meio de uma equipe
multiprofissional é também um indicador positivo,nas intervenções não cirúrgicas.Sendo a
Fisioterapia uma das áreas utilizadas com mais frequência nos grandes centros
especializados,em conjunto com outras especialidades odontológicas,adotando a
aplicabilidade de técnicas e recursos de relaxamento,alongamento e fortalecimento da
articulação temporomandibular de forma preventiva e reabilitadora (STEENKS et al.,1995).
Brody e Hall (2007),relatam que as intervenções com exercícios terapêuticos para deficiências
mais comuns da articulação temporomandibular ( ATM) tais são:
Hipomobilidade mandibular: modalidades terapêuticas,como gelo ou calor,podem ajudar a
reduzir a dor e a defesa muscular.O ultra-som em combinação com a movimentação ativa ou
com o alongamento estático prolongado é usado para aumentar a extensibilidade dos
tecidos.Já a técnica de mobilização é utilizada para ampliar ainda mais a extensibilidade
capsular.Os procedimentos incluem separação (distração),deslizamento medial e translação.A
contenção é feita sobre a mandíbula ou sobre a parte interna dos molares
inferiores.Desenvolver um programa caseiro de exercícios ativos de amplitude de
movimento,automobilização e um programa de alongamento passivo com abaixadores de
língua. O alongamento passivo pode ser realizado colocando-se abaixadores de língua
horizontalmente entre os incisivos superiores e inferiores para aumentar a abertura
mandibular. A posição é mantida por 5 a 10 minutos ou até ocorrer o relaxamento dos
músculos. Agora,o método mais simples de auto-alogamento consiste em usar o polegar
cruzado sobre o dedo indicador.Este colocado sobre os dentes inferiores,mais posteriormente
possível,e o polegar é colocado sobre os dentes superiores.O paciente are a maxila ativamente
e aplica uma leve pressão na abertura até ser percebido o alongamento.
Na hipermobilidade,certas modalidades terapêuticas,como calor e gelo,são benéficas se a
condição é dolorosa.Mas a opções de exercícios para essa deficiência são: controle da rotação
e translação da articulação temporomandibular,exercícios de fortalecimento
e
estabilização,exercícios isométricos ou estático,exercícios isotônicos ou dinâmicos.
Segundo Gould (1994), na hipermobilidade a reeducação neruomuscular é utilizada para
limitar uma abertura excessiva nesta condição. O paciente é orientado para abrir a boca com a
língua contra o palato para controlar a quantidade de abertura.Os exercícios de abertura
resistida são realizados na parte média da amplitude de movimento.O princípio é aumentar a
sensibilidade ao reflexo de estiramento.Além deste exercício é aplicada uma leve força de
resistida de 1 a 2 segundos, 5 a 10 vezes em todas as direções (posterior,esquerda,direita e
inferior) com a boca levemente aberta.
Na deficiência de postura e de movimentos, no caso da postura anterior da cabeça (PAC), com
arredondamento concomitante dos ombros pode produzir disfunção dos sistemas crâniocervical e temporomandibular.Para restaurar o equilíbrio do sistema, os pacientes terão que
solucionar a tensão excessiva, o alinhamento da cabeça e da cintura escapular,a posição da
maxila e da língua e a respiração.Poderá recorre ao exercício de reeducação postural,às
técnicas de terapia manual aplicadas aos músculos retraídos,aos tecidos moles e as
articulações, e ao treinamento de relaxamento muscular.Em geral, o tratamento deve começar
10
pela elaboração de um programa caseiro de treinamento com relaxamento e por programa de
correção postural monitorados conjuntamente pelo paciente e o terapeuta.
As intervenções com exercícios terapêuticos devem abordar as deficiências específicas e
tentar aprimorar o funcionamento da articulação temporomandibular ( ATM).Como
frequência os músculos principais para a movimentação da articulação temporomandibular
(ATM) terão que ser reeducados após traumatismos, procedimentos cirúrgicos e atividade
parafuncional de longa duração,incluindo a utilização excessiva habitual da força da
mordida,como cerrar os dentes,roer unhas e abrir forçadamente a mandíbula em uma oclusão
instável. Os músculos podem ser reeducados com a utilização de exercício, estimulação
elétrica funcional (BRODY E HALL, 2007).
As técnicas utilizadas no tratamento, constituem-se basicamente de um conjunto de
manipulações terapêuticas no tecido conjuntivo que têm como base o movimento e a
pressão.Seus efeitos fisiológicos são causados pelo contato suave do estímulo tátil,que
estimula as terminações nervosas e produz uma ação reflexa sobre as estruturas linfáticas e
sanguínea,bem como os tecidos contraturados e retraídos.Esse incremento da circulação
melhora a nutrição muscular e favorece a eliminação de produtos tóxicos.Também é valido
observar que todo tratamento bem aplicado é favorável à mente do paciente (LIMA E
RODE,1995).
Um outro recurso utilizado é a eletromiografia superficial dos músculos da mastigação é
usada como rotina por alguns dentistas e fisioterapeutas como parte do diagnóstico e
tratamento dos distúrbios da articulação temporomandibular ( ATM).Hiperatividade,espasmos
e desequilíbrios musculares foram sugeridos na literatura há muitos anos como sendo as
principais características dos distúrbios da articulação temporomandibular ( ATM),porém
ainda falta evidência que apóie esses conceitos.Os registros das atividades EMG antes e após
a intervenção terapêutica foram usados para documentar as modificações na função muscular
e foram citados como prova de que o tratamento havia sido bem-sucedido. A maioria dos
pesquisadores concordam em que a EMG superficial pode medir um evento comportamental
como bruxismo ou hábito de cerrar os dentes (BRODY E HALL,2007).
Com o dispositivo eletromiográfico portáteis, o relaxamento dos músculos mastigatórios pode
ser conseguido pelo paciente através do biofeedback em casa ou no trabalho. O exercício
noturno de biofeedback pode produzir uma redução significativa na freqüência e duração do
bruxismo noturno (BRODY E HALL,2007).
O tratamento inicial da sinovite de uma articulação temporomandibular ( ATM) agudamente
inflamada,não infectada é semelhante ao prescrito para qualquer articulação inflamada. Se o
tratamento é grave,o paciente é solicitado a limitar o grau de abertura e repousar a
articulação.Isto inclui a alimentação à base de líquidos,ou dieta macia,limitação dos
movimentos, e diminuição da fala e do ato de cantar. A aplicação de calor ou firo é efetiva na
redução dos sintomas da inflamação aguda e espasmos muscular associado (GOULD,1994).
No estalido recíproco: além do reposicionamento mandibular,podem ser prescritos exercícios
de protrusão resistida no tratamento de estalido recíproco.Os exercícios de protrusão resistida
auxiliam no reposicionamento anterior da mandíbula,pelo fortalecimento dos músculos mais
responsáveis pela protrusão mandibular – os músculos pterigóideos medial e lateral.O
paciente é orientado a avançar lentamente a mandíbula (em torno de ½ polegada)m e a
realizar exercícios de protrusão resistida por 1 a 2 segundos.O exercício é prescrito 6 a 10
vezes, e a sequência completa é realizada 5 a 8 vezes por dia.Enquanto na disfunção
oclusiomuscular – esta condição patológica resulta de uma relação incorreta da mandíbula
com o maxila.Nesse caso é necessário o reposicionamento mandibular para corrigir o déficit
na relação mandibular.Alguns procedimentos são de natureza odontológica.Contudo,a
familiaridade com o reposicionamento mandibular irá capacitar o fisioterapeuta a melhor
compreender o tratamento global e aumentar suas relações com os dentistas(GOULD,1994)..
11
Kisner e Colby(2005) afirmam que para modular a dor e o espasmos muscular,deve-se usar
modalidades físicas,massagem e técnicas de relaxamento.Além disso,o paciente deve comer
alimentos macios e evitar itens que exijam a abertura excessiva da mandíbula ou movimentos
firmes de mordida e mastigação.
O tratamento é antes de mais nada etiológico por restauração das condições de uma arcada
dentária correta por meio de ortodontia e cirurgia dentária.Entretanto, o fisioterapeuta pode
intervir
localmente
em
associação
com
estomatologista.Utilizando
a
cinesioterapia,termoterapia
local,massagem
muscular
relaxante,eletroterapia
antálgica,mobiliações ativas e passivas das articulações temporomandibulares
(XHARDEZ,2001).
7. Cinesioterapia
As articulações dolorosas, defesa muscular reflexa e espasmo muscular podem ser tratados
com técnicas de mobilização intra-articular suave para estimular efeitos neurofisiológicos e
mecânicos.Antes de iniciar o alongamento,analisar os objetivos e os resultados almejados do
programa de alongamento com o paciente,obter seu consentimento para iniciar o tratamento.
Escolher técnicas de alongamento que serão mais efetivas e eficientes.Considera o
alongamento manual, o auto-alongamento ou uso de equipamento para alongamento
mecânico.Deve-se aquecer os tecidos moles a serem alongados por meio de aplicação de calor
local ou de exercícios ativos de baixa intensidade.O aquecimento das estruturas encurtadas
aumenta sua extensibilidade e diminui a possibilidade de lesão.O paciente deve permanecer
em uma posição estável e confortável que permitam o melhor plano de movimento para
realizar o procedimento de alongamento.A direção do alongamento será exatamente oposta a
direção da restrição articular e ou muscular.Explicar o procedimento ao paciente e certificarse de que ele entendeu.Liberar a área a ser alongada de qualquer roupa bandagem ou
imobilização que a esteja restringindo.Explicar ao paciente que é importante estar o mais
relaxado possível, ajudando-o quando requisitado, e dizer que os procedimentos de
alongamento serão ajustados conforme o seu grau de tolerância (KISNER E COLBY,2005)
Conforme Kisner e Colby (2005), para ensinar o relaxamento dos músculos da face,a
propriocepção da língua e o controle da língua,descrevem as seguintes técnicas:
 Colocar a ponta da língua no palato duro atrás dos dentes da frente e desenhar
pequenos círculos ou letras sobre o palato.
 Colocar a ponta da língua no palato duro e soprar o ar para fora para vibrar a língua,
fazendo um som de “rrr”.
 Encher as bochechas com ar (boca fechada) e depois deixar o ar sair em um assopro.
 Fazer um som de clique com a língua no teto da boca.
Ainda segundo os autores acima citados, para ensinar o controle dos músculos da mandíbula,
sugere-se:
 Primeiro, ensinar a identificação da posição de repouso da mandíbula.Os lábios ficam
fechados,os dentes um pouco separados e a língua apoiada levemente sobre o palato
duro,atrás dos dentes da frente.O paciente deve inspirar e expirar lentamente pelo
nariz,usando respiração diafragmática;
 Ensinar o controle enquanto abre e fecha a mandíbula por meio da primeira metade da
amplitude de movimento. Com a língua no céu da boca, o paciente abre a
boca,tentando manter o queixo na linha média.Usar um espelho para reforço visual.
 Paciente também é ensinado a palpar levemente o pólo lateral de cada côndilo da
mandíbula bilateralmente e tentar manter a simetria no movimento dos dois lados ao
abrir e fechar a boca.
 Se a mandíbula se desviar durante abertura ou fechamento,ensinar o paciente a praticar
o desvio lateral para o lado oposto.O movimento lateral não deve ser excessivo e não
12
causar dor.Deve-se,progredir aplicando resistência suave com o polegar contra o
queixo.Não fortalecer demais os músculos.
8. Reeducação Postural Global
Segundo Souchard (2004),Reeducação Postural Global (RPG) são técnicas que regulam
aspectos particulares de afecções funcionais.De acordo com o caso, o paciente beneficia-se a
mais de uma determinada aplicação terapêutica que de outra. O RPG propõe uma solução
original,corrige a morfologia,age sobre a estrutura do músculo estriado,agindo assim,sobre as
tensões neuromusculares.É um método reeducacional da postura,que parte do princípio de que
temos mais músculos posteriores do que anteriores e que a musculatura posterior do corpo
forma uma cadeia contínua,sendo o corpo trabalhado como um todo.
Segundo Souchard (2004), a questão não está na fraqueza da musculatura posterior,mas no
excesso de força,sugerindo então que a solução seria soltar os músculos posteriores para que
eles libertem as vértebras mantidas no arco côncavo,esclareceu também que não é somente o
esforço para ficar em equilíbrio que encurta os músculos posteriores mas,também todos os
movimentos de médio e grande amplitude executados pelos braços e pernas,que estão ligados
pela coluna vertebral.Cada vez que tentar tornar menos acentuada a curva de um segmento da
coluna vertebral, a curva era deslocada para outros segmento.Desta forma era necessário
considerar o corpo em sua totalidade e cuidar dele como um todo.
Toda manobra de correção da nuca, dos ombros ou da lombar traciona a cadeia
inspiratória.Por isso será necessário em todas as posturas que se seguem fazer o indivíduo
suspirar livremente a cada instante se realmente quisermos alongar esta sequencia muscular
conforme o nível do bloqueio do tórax,o terapeuta intervém manual,qualitativa e
progressivamente para corrigir em particular tal região.
Em caso de bloqueio torácico alto, o indivíduo deve suspirar enchendo a barriga.Se o
bloqueio for inferior,deve suspirar entrando a barriga.
Segundo Marzola (2002), as alterações na articulação temporomandibular pode acarretar em
comprometimento não somente para a performance da mastigação mas também,alterações
posturais.Daí a importância de estar propondo tratamentos para a reabilitação postural.
9. Termoterapia
A termoterapia consiste no emprego da temperatura como recurso terapêutico.Quanto as
formas de aplicação do calor,há uma gama de meios a serem empregado para obter seus
benefícios. Os efeitos da elevação da temperatura nos tecidos,bastante conhecidos,incluem a
aceleração das trocas químicas e do metabolismo,aumento da irrigação sanguínea pela
vasodilatação,da oxigenação e efeito sedante sobre os nervos sensitivos (LIMA e
RODE,1995).O efeito fisiológico do calor utilizado na reabilitação da disfunção
temporamandibular deve-se a fatores direto e indireto,como a redução do edema é uma
diminuição do espasmo muscular (KITCHEN,1998).
O tratamento com radiação de infravermelho (IV) com objetivo de produzir calor superficial,
tem sido largamente utilizado e,embora seja uma técnica simples,requer os mesmos cuidados
exigidos com as ondas curtas,laser ou corrente contínuo,pois um pequeno descuido provocará
sérios problemas,sob o risco de se produzir queimaduras no paciente,deve-se observar
atentamente a sensibilidade térmica e dolorosa do paciente, a distância do foco/pele,bem
como tempo de aplicação (MACHADO,2002).
O relaxamento muscular ocorre com mais facilidade quando os tecidos estão quentes, o que
também auxilia na contração muscular e mobilidade articular.A aplicação do calor sobre as
terminações nervosas superficiais determina um efeito sedante nestas estruturas,diminuindo a
dor (LIMA E RODE,1995).
13
A intensidade ideal é aquela que produz uma sensação agradável de calor,sem que haja
desconforto.Podemos controlar a intensidade,em se tratando de aparelho com dispositivo para
regulagem.A energia das ondas eletromagnéticas de IV é diretamente proporcional à distância
do foco emissor/pele ,ao tempo de exposição e á intensidade (MACHADO,2002).
A lâmpada é posicionada para permitir que a radiação incida na pele em ângulo reto de modo
a facilitar a absorção máxima de energia,a distância entre a lâmpada e a parte do corpo variará
de acordo com a potência da lâmpada,mas é geralmente entre 50 e 75 cm.O ângulo de
incidência é de 90 graus,ou seja, o foco será perpendicular à pele o que implicará em maior
absorção e menor reflexão (KITCHEN,2003).
10. Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea
A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) é um recurso eficaz no controle da dor
miofascial em pacientes portadores de disfunções temporomandibulares ( DTM), e tem sido
recomendada como analgésico local (‘S et al.,2004).
Kitchen (2003),diz que os efeitos da TENS são de segmento rápido para a maioria dos
pacientes de modo que os benefícios podem ser obtidos quase que imediatamente.
Schimit e Gerritsen (1996) afirmam que pode-se obter efeitos idênticos recorrendo à aplicação
de estímulos mecânicos ou térmicos.A estimulação dos sensores articulares inibe a
transmissão dos estímulos nociceptivos nos cornos posteriores dos segmentos cervicais
correspondentes à articulação temporomandibular ( ATM),ou seja,a segunda e a terceira raiz
nervosa cervical.Seu efeito pode durar até 72 horas através da liberação de opiáceos
endógenos,melhorando a qualidade de vida dos pacientes portadores de desordens
temporomandibular ( DTM) (MARTINS ET AL.,2004).
Em circunstância fisiológica normal,o cérebro gera sensações por meios do processamento de
informações nocivas que estão chegando provenientes de estímulos tais como dano
tissular.Para que a informação nociva atinja o cérebro ela precisa passar por uma comporta
metafórica localizadas nos níveis inferiores do sistema nervoso central.Em termos
fisiológicos,a comporta é formada por sinapse inibitória,que regulam o fluxo das informações
neurais através do sistema nervoso central.Essa comporta da dor é aberta por eventos nocivos
na periferia.A comporta da dor pode ser fechada pela ativação de mecanorreceptores quando
se esfrega a pele.O fechamento da comporta de dor resulta em menos informação nocivas
atingindo o cérebro e redução na sensação de dor(KITCHEN,2003).
11. Metodologia
Este estudo foi construído através do levantamento de revisão bibliográfica. Para este trabalho
foram realizadas pesquisas bibliográficas por meio dos livros dispostos no acervo da
Biblioteca da Universidade Paulista, campus Manaus, nas bases de dados da Scielo, onde
foram consultados artigos originais e de revisão sobre o assunto.
12.Discussão
Segundo Barros (1975) apud Donegá (1997),as disfunções da articulação temporomandibular
(ATM) são divididas basicamente em articulares e musculares. Seu diagnóstico é importante
no plano de tratamento e no prognóstico.Consideram também que um dos sinais mais comuns
das disfunções intra-articulares da articulação temporomandibular ( ATM) são os ruídos
articulares.Estes ruído são resultantes da falta de sincronismo entre o côndilo e o disco
articular e preconizou a realização de ausculta na avaliação dos ruídos.
De acordo com os autores pesquisados a articulação temporomandibular é uma articulação
ímpar, está localizada anteriormente ao ouvido externo é uma articulação entre o processo
condilar da mandíbula e a eminência articular do crânio. A função da articulação
14
temporomandibular (ATM),relaciona-se diretamente à dentição e ao contato das superfícies
dos dentes.
No momento que surge dor e/ou restrições dos movimentos mandibulares que afetam a
qualidade de vida do indivíduo, ou interferiram em suas atividade da vida diária, ou ainda,
quando houver uma instabilidade articular grave a assistência fisioterapêutica é indicada.O
profissional fisioterapeuta, mostra-se importante em desordens dos músculos
mastigatórios,em desarranjos do complexo côndilo disco em degenerações,em inflamações
em fraturas e na rigidez capsular.
Salienta-se de acordo com Steenks et al.,(1995) que é importante a utilização de recursos e
técnicas preventivas e reabilitadores por meio de uma equipe multiprofissional.Sendo a
Fisioterapia uma das áreas utilizadas com mais frequência nos grandes centros
especializados,em conjunto com outras especialidades odontológicas,adotando a
aplicabilidade de técnicas e recursos de relaxamento,alongamento e fortalecimento da
articulação temporomandibular de forma preventiva e reabilitadora
13. Conclusão
As condutas fisioterapêuticas no tratamento dos distúrbios temporomandibulares dependem
da sua etiologia. Em casos mais simples na qual há comprometimento da postura ,disfunção
articular e desequilíbrio musculares,o fisioterapeuta pode intervir com o recursos tais
como:cinesioterapia,eletrotermofototerapia,reeducação postural global.Poderá usar as
modalidades físicas,massagem e técnica de relaxamento.
Observou-se nesse estudo que há necessidade de uma avaliação adequada da função do
paciente com disfunções temporomandibulares ( DTM) pelo fisioterapeuta. Esse profissional
visa o tratamento e a e reintegração social do cliente. Para tanto, o plano de tratamento
fisioterápico é implementado após um exame completo e a determinação do diagnóstico, das
limitações funcionais e do prognóstico.
Nesses casos, um diagnóstico correto é a chave para o sucesso do tratamento. Um fator que
pode influenciar é o estado emocional do paciente.Deve-se compreender que os pacientes
reagem diferentes às diversas terapias, e assim o profissional deve adequar o tratamento ao
paciente,afim de obter os melhores resultados possíveis.
Durante o crescimento e desenvolvimento do ser humano, é a cabeça que determina a posição
de corpo. Isto ocorre como resposta ao alinhamento da cabeça em relação aos três planos de
orientação primários; bipupilar,óptico e o oclusal que devem estar paralelos entre si para
assegurar a establidade postural do crânio.
Portanto, o estudo da função mandibular não se limita aos músculos da mastigação. Outros
músculos importantes,tais como os músculos posteriores do pescoço,são necessários para
estabilizar o crânio e permitir que movimentos controlados da mandíbula sejam feitos.Existe
um balanceamento,dinâmico finamente coordenado de todos os músculos da cabeça e
pescoço, e isso deve ser considerado para se entender a fisiologia do movimento mandibular.
Com este levantamento bibliográfico podemos dizer que todos os trabalhos e estudos
pesquisados indicam íntima relação entre as Disfunções Temporomandibulares e as alterações
posturais, sugerindo que uma pode ser o fator etiológico ou consequência da outra e viceversa.Com isto comprova-se também que o fisioterapeuta pode intervir não só diretamente no
tratamento das DTM,mas também indiretamente,através do trabalho de reeducação e
restruturação.
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