1 Atuação do fisioterapeuta no tratamento das desordens temporomandibulares Ane priscila da silva bezerra1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia2 Pós-graduação em Fisioterapia em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual- Faculdade Ávila – Faculdade Ávila Resumo A articulação temporomandibular (ATM) é uma estrutura altamente especializada do complexo craniomandibular, que está sujeita a comprometimentos de origem neurológica, ortopédica e músculo-esquelético. Assim,esta pesquisa aborda a Atuação do fisioterapeuta nas desordens temporomandibulares (DTM).O presente trabalho tem como objetivo demonstrar a importância da fisioterapia no tratamento das desordens temporomandibulares.Enquanto os objetivos específicos são: descrever a anatomia humana, especificamente a estrutura bucomaxilofacial, apresentar as características da articulação temporomandibular (ATM) ,descrever o diagnóstico, os tratamentos e cuidados nos distúrbios temporomandibulares. Este estudo foi construído através do levantamento de dados encontrados na literatura já existente.Para este trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas por meio dos livros dispostos no acervo da Biblioteca da Universidade Paulista campus Manaus, nas bases de dados da Scielo, onde foram consultados artigos originais e de revisão sobre o assunto.Salientando que a fisioterapia, por sua vez, atua nas disfunções temporomandibulares (DTM) com a sua função na necessidade de reabilitar o paciente como um todo, auxiliando no reconhecimento dos demais membros envolvidos e buscando restabelecer as funções debilitadas. Com o presente estudo pode-se concluir que no tratamento para a disfunções temporomandibulares (DTM), o fisioterapeuta identificará e promoverá condutas próprias para o cuidado terapêutico da rigidez capsular,dos espamos,das contraturas e dos distúrbios cinéticos.A abordagem fisioterapêutica é importante e preconiza como recursos a cinesioterapia e eletroterapia em sua conduta para o tratamento dos distúrbios temporomandibulares, merecendo novas pesquisas e estabelecimento de novos protocolos de tratamento Palavras-chave: ATM;Fisioterapia;Desordem Temporomandibular. 1. Introdução A articulação temporomandibular (ATM) é deslizante, modificada anatomicamente, composta e mecanicamente simples. O presente trabalho trata sobre a Atuação do fisioterapeuta nas desordens temporomandibulares.Nesse sentido, o objetivo geral dessa pesquisa é: Demonstrar a importância da fisioterapia no tratamento das desordens temporomandibulares (DTM).Assim,os objetivos específicos são: descrever a anatomia humana, especificamente a estrutura bucomaxilofacial, apresentar as características da articulação temporomandibulares (ATM) ,descrever o diagnóstico, os tratamentos e cuidados nos distúrbios temporomandibulares.Para a implementação desse estudo o questionamento que nos direciona 1 Pós-graduação em fisioterapia em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual. Graduada em fisioterapia,especialista em metodologia do ensino superior; mestrado em bioética e direito em saúde. 2 2 é: Qual a conduta utilizada pelo fisioterapeuta no tratamento das desordens temporomandibulares? Para este trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas por meio dos livros dispostos no acervo da Biblioteca da Universidade Paulista campus Manaus, nas bases de dados da Scielo, onde foram consultados artigos originais. Ao nos referirmos à articulação temporomandibular (ATM), ao sistema mastigatório,as suas estruturas componentes e a todos os tecidos correlatos,usamos o termo sistema estomatognático.Do ponto de vista cinemático,as articulações e os músculos deste sistema interagem de forma a influenciar o alinhamento e a função da mandíbula na articulação temporomandibular (ATM).Certas atividades funcionais,como falar,comer,são afetadas pela cinemática desse sistema (BRODY E HALL,2007). As disfunções dolorosas do aparelho mastigador são provocadas: por espamos musculares isolados provocados por uma falha articular dentária.Ou por uma falha de coordenação entre diversos grupos musculares ou mesmo de feixes de um mesmo músculo (XHARDEZ,2001). Sabe-se que as disfunções temporomandibulares (DTM) podem ser de origem muscular ou articular e não ocorrem isoladamente. O trauma, por exemplo, devido a um acidente veicular ou por uma queda que tenha afetado o queixo,pode ser um fator iniciante de uma desordem na articulação temporomandibular (ATM).Essa lesão pode ainda ser perpetuada por estresse,passando por um quadro agudo, que se resolveria sozinho para uma situação crônica. A fisioterapia com a utilização de técnicas diversas pode se constituir em alternativa de tratamento, buscando restabelecer a função normal da articulação temporomandibular e das estruturas associadas a ela. Uma etapa também importante consiste em educar o paciente acerca do funcionamento de suas articulações.Durante o exercício da minha profissão encontrei vários pacientes com disfunções temporomandibulares,pude acompanhar seus momentos de dificuldades, e soube que o fisioterapeuta pode melhorar a função e qualidade de vida desses paciente. Esses aspectos,justificam a realização e divulgação do presente estudo.A assistência fisioterapêutica é indicada quando existe dor e/ou restrições dos movimentos mandibulares que afetam a qualidade de vida do indivíduo, ou interferiram em suas atividade da vida diária, ou ainda, quando houver uma instabilidade articular grave.A atuação da fisioterapia, mostra-se essencial em desordens dos músculos mastigatórios,em desarranjos do complexo côndilo disco (como um deslocamento anterior do disco) em degenerações (como em artroses),em inflamações (retrodiscite) em fraturas e na rigidez capsular. O fisioterapeuta cuida também da instabilidade articular, particularmente a hipermobilidade dos pacientes, para evitar lesões futuras. Portanto, nas disfunções da articulação temporomandibular ( ATM), o tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível, evitando assim que uma dor aguda se transforme em dor crônica pela sensibilização central. 2.Articulação temporomandibular A articulação temporomandibular localizada logo anteriormente ao ouvido externo é uma articulação entre o processo condilar da mandíbula e a eminência articular do crânio (GOULD,1994). A articulação temporomandibular ( ATM), não pode ser visualizada isoladamente.Suas relações com o crânio, a maxila e a coluna cervical são importantes na função e na disfunção, e devem ser reconhecidas nas estratégias de avaliação e de tratamento.A disfunção da articulação temporomandibular (ATM), pode ser resultado de um problema em algum lugar ao longo dessa cadeia cinética. A articulação temporomandibular( ATM), é ímpar, pois sua função está relacionada diretamente à dentição e ao contato das superfícies dos dentes. Ao nos referirmos à articulação temporomandibular( ATM), ao sistema mastigatório,as suas 3 estruturas componentes e a todos os tecidos correlatos,usamos o termo sistema estomatognático. Esse sistema possui vários componentes: ossos do crânio, mandíbula,maxila,hióide,clavícula,esterno,cintura escapular,articulação temporomandibular (ATM) e dentoalveolares,dentes,coluna cervical,áreas dos sistemas vascular,linfático e nervoso,músculos e tecidos moles da cabeça e do pescoço e músculos das bochechas,dos lábios e da língua (BRODY E HALL,2007). A cabeça, considerada do ponto de vista ósseo, apresenta duas regiões perfeitamente definidas: o crânio e a face. Em termos gerais, o esqueleto da cabeça aloja o encéfalo e as meninges ligadas ao canal vertebral através do forame magno,assim como aos órgãos dos sentidos e as partes iniciais das vias respiratórias e digestivas. A cabeça é dividida em duas porções: neurocrânio e face esplancnocrânio. Enquanto o crânio se divide em calota craniana e base do crânio. No conjunto, os ossos do crânio são oito. Destes, quatro são pares: parietais e temporais; e quatro são ímpares: occipital, esfenóide, etmóide e frontal (FÍGUN,1994). O crânio tem forma ovóide com extremidade superior livre, é a calvária, recoberta pela gálea aponeurótica e pelo couro cabeludo.O segmento inferior, ou base do crânio,articula-se anteriormente com os ossos da face e,no centro,com a primeira vértebra cervical (atlas); em sua parte posterior fixa-se com os músculos da nuca (FÍGUN,1994). A face é constituída por 14 ossos, dos quais 13 são fixos e 1 é móvel. Os fixos são: 2 maxilares,2 palatinos,2 zigomáticos,2 lacrimais,2 nasais,2 conchas nasais inferiores e 1 vômer,que se articulam,formando um bloco sólido que, por sua vez,se articula com o terço anterior da base do crânio.O único osso móvel da face é a mandíbula,que participa da articulação temporomandibular. É na maxila e na mandíbula que se encontram os processos alveolares que alojam os dentes (MADEIRA, 2001). Segundo Brody e Hall (2007), cinco músculos principais contribuem para a movimentação da articulação temporomandibular ( ATM): temporal,masseter,pterigódeo medial,pterigódeo lateral,digátrico.A função de todos os músculos deve ser compreendida por causa de seu impacto sobre a função e disfunção da articulação temporomandibular ( ATM).Assim,os movimentos da mandíbula resultam da ação dos músculos cervicais e maxilares que são:elevação,depressão,protração, retração,deslizamento lateral.Todos esses movimentos são utilizados de alguma forma na mastigação. Como a articulação temporomandibular ( ATM) é bilateral,os músculos da mastigação deverão ativar-se e relaxar-se segundo um padrão regular e em perfeita sincronia com os músculos do outro lado. Na enumeração dos principais músculos do corpo limitar-nos-emos aos músculos esqueléticos, isto é, aqueles que permitem os movimentos da cabeça,do tronco e dos membros. O número de músculos esqueléticos não se pode estabelecer com exatidão porque em algumas regiões os corpos musculares não se podem delimitar de modo preciso. O número médio gira em torno de 327 músculos pares (isto é, duplos, porque existem de um lado e de outro do nosso corpo); apenas 2 são pelo contrário,ímpares.Os músculos da cabeça podem se classificar em esqueléticos e cutâneos. Na região cervical também chamada de pescoço há um único músculo cutâneo,mas na cabeça, e mais particularmente no rosto, os músculos cutâneos são numerosos e servem para compor os vários aspectos da fisionomia (músculos mímicos). Na cabeça existe um largo músculo cutâneo, o músculo epicrânio, que recobre toda a abóbada do crânio, abaixo da pele. Nele distinguem-se três partes: uma anterior, o músculo frontal; uma média, que não tem estrutura muscular, mas tendinosa, a aponeurose epicrânica; e uma posterior, onde situa-se o músculo occipital (MADEIRA,2001). De acordo com o mesmo autor, o músculo frontal é também chamado de músculos da atenção, contraindo-se enruga a testa. O músculo occipital também termina na aponeurose,mas parte,posteriormente,do osso occipital é pouco desenvolvido,e quando é contraído o mesmo puxa para trás o couro cabeludo. 4 A articulação temporomandibular (ATM) é considerada uma das mais complexas do corpo humano e constitui a ligação móvel entre a mandíbula e o osso temporal (OKESON et al, 2000). Em conjunto com os sistema esquelético,muscular,vascular,nervoso e dentário,compõe o complexo morfofuncional denominado aparelho mastigador (STEENKS E DE WIJER,1998). Existe duas articulação temporomandibular ( ATM),uma de cada lado da maxila.As duas articulações devem ser consideradas em conjunto com os dentes em um exame.A articulação temporomandibular ( ATM) é um articulação condilóide sinovial localizada entre a fossa mandibular do osso temporal e o processo condilar da mandíbula.A presença de fibrocartilagem é importante,por causa de sua capacidade de reparo e de remodelagem(BRODY E HALL,2007). Para Carreño (1995), os componentes dentários podem danificar a articulação temporomandibulares ( ATM) ,assim como o aumento da função muscular pode produzir mobilidade dental com consequente dano periodontal. De acordo com Okeson (2000), as superfícies articulares da articulação temporomandibular (ATM), diferem das outras articulações sinoviais pelo fato de serem revestidas por tecido conjuntivo denso e fibroso, e não por cartilagem hialina. Estas superfícies são particularmente espessas nas vertentes anterior do côndilo e posterior da eminência articular,conferindo maior capacidade de absorção de impacto nestas áreas,que são as mais requisitadas. 3. Disfunção temporomamdibular As disfunções da articulação temporomandibular (ATM),estão cada vez mais difundidas e são geralmente a causa de vários sintomas na cabeça e pescoço,sendo cada vez mais reconhecidas entre os profissionais de saúde (GOULD,1993). O sistema mastigatório,por sua extrema complexidade,tem grandes possibilidades de sofrer um colapso (OKESON,2000).A explicação para a grande frequência das afecções a ela atribuída reside no fato de que a ATM é uma das articulações mais utilizadas pelo homem durante sua vida (CORREIA,1995). Em relação à nomenclatura adotada para os distúrbios do sistema mastigatório,ainda não há um consenso na literatura, o que sugere que a etiologia e o mecanismo destas disfunções têm sido muito incompreendido.O médico otorrinolaringolosta Dr.James B.Costen foi o primeiro a descrever a relação entre os sintomas otológicos e os distúrbios na articulação temporomandibular ( ATM),em 1943.Em homenagem ao seu trabalho,surgiu a expressão “síndrome de Costen” (PAIVA E VIEIRA,1997). Atualmente, segundo Barros (1997),Paiva e Vieira (1997),o termo que tem sido mais bem aceito é disfunção temporomandibular, pelo fato de ser abrangente e excluir outras correlações incorretas,além de ser um termo coletivo que inclui um determinado número de problemas clínicos que envolvem a musculatura mastigatória,a ATM e estruturas associadas ou ambas. Em meados dos anos 60 e 70, acreditava-se que a oclusão e mais tarde o estresse emocional eram os principais fatores etiológicos das desordens funcionais do aparelho mastigatório (OKESON,2000). Atualmente, sabe-se que não existe um fator etiológico único que possa ser responsabilizado pela disfunção do sistema estomatognático, e a teoria a respeito da etiologia das desordens temporomandibulares (DTM`s) mais aceita, e que parece ser um consenso entre os autores, é a teoria da etiologia multifatorial ( PAIVA E VIEIRA,1997).Essa teoria afirma que fatores oclusionais,associados às respostas nos músculo e articulações temporomandibulares e as condições gerais e emocionais do paciente,podem iniciar,manter ou gravar o quadro de disfunção. 5 Dentre os agentes etiológicos, encontra-se fatores genéticos, de desenvolvimento,fisiológicos,traumáticos,patológicos,ambientais,mentais e comportamentais.Pode-se incluir as desarmonias oclusais, fatores psicológicos,trauma extrínsecos,hábitos parafuncionais, postura incorreta de cabeça e pescoço e condições sistêmicas (OKESON,2000). Boever e Steenks (1996) acrescentam o hábito de cerrar os dentes, hábitos errados de deglutição com interposição da língua, o deslocamento consciente da mandíbula para frente,vícios posturais devidos à profissão e posição durante o sono sem apoio para a mandíbula.O exame dos dentes pode denunciá-los,revelando a presença de facetas lapidadas nas superfícies mastigatórias dos molares e nas arestas de corte dos incisivos. O bruxismo é definido por Carneiro (1995), como a contração excessiva dos feixes musculares do masseter e pterigóideo medial que fazem com que a mandíbula se desloque de um lado para o outro constantemente e com forças extremamente grandes,lembrando que o masseter é o músculo mais forte do corpo humano,proporcionalmente ao seu tamanho.As lesões dos componentes são decorrentes a esse atrito permanente,que pode causar uma pressão de até mil libras por polegadas quadrada. Lima (1995) afirma que a causa mais comum de distúrbios na articulação temporomandibular (ATM), é a tensão muscular que pode estar associada a alterações emocionais, ou ser uma resposta natural e constante diante de um estímulo persistente de uma vida agitada, instável e de frustração. A maioria dos pacientes em quadros agudo de desordens temporomandibulares ( DTM), constitui-se de pacientes em estado de tensão psíquica,que pode relacionar-se diretamente à atividade que desempenha e/ou local de suas atividades,além das próprias crises de cunho pessoais. De acordo com Oliveira (2002) o estresse promove importantes alterações somáticas, e a identificação destes sintomas permite que se tenha uma idéia de sua somatização. As estruturas que circundam a articulação temporomandibular ( ATM), frequentemente transformam-se em uma válvula de escape dos problemas psicológicos e, com consequência, sede de distúrbios psicossomáticos,pela somatização de problemas como agressividade,tensões,angústias e medo (OKESON,2000). Estímulos lesivos do tipo mecânico,emocional,infeccioso,metabólico ou por associações dos mesmos estimulam o músculo levando-o ao espasmo,o qual compromete sua capacidade de relaxamento voluntário.Essa contração involuntária de um ou mais músculos pode conduzir os côndilos mandibulares,limitação da abertura normal da boca,ruídos articulares e subluxações (LIMA,1995). Os deslocamentos distais anteriores também são classificados como fatores causais da desordens temporomandibulares ( DTM),pois nesses casos a região bilaminar do disco que é bastante irrigada e inervada, fica entre as duas superfícies articulares,suportando a sua pressão,desencadeando dor. Além disso, essa desorganização do sistema leva à danificação muscular durante a função, ao estiramento e/ou rompimento dos ligamentos retrocondilares e à frouxidão articular (CARREÑO,1995). A oclusão também tem sido apontada como fator etiológico da disfunção temporomandibular.Tal é a intimidade da relação da articulação temporomadibular ( ATM), com a oclusão que se pode traçar um perfil da forma e da dimensão dos côndilos através da oclusão,pois a articulação temporomandibular ( ATM), apresenta ampla capacidade d adaptação morfofuncional (PAIVA,1997). Manfredi et al (2001) afirmam que é imperativo especificar o fator causal principal para garantir a eficácia da abordagem terapêutica,sendo necessário conhecer os complexos sintomáticos.No entanto,em muitos casos,os fatores que induzem a problemas na articulação temporomandibular a ( ATM) ,permancem desconhecidos. 6 4.Diagnóstico Em um ambiente clínico habitual, o distúrbio mais comum da articulação temporomandibular (ATM), é a disfunção envolvendo a cápsula e as estruturas intra-articulares.A disfunção da articulação temporomandibular ( ATM), pode ocorrer como uma entidade separada ou pode ser uma complicação de doença,traumatismo ou anormalidades desenvolvimentais. Alguns dos diagnósticos mais comuns da articulação temporomandibular ( ATM), são a capsulite e retrodiscite que ocorre com o impacto do côndilo sobre o disco articular,causando inflamação ou exacerbação de uma afecção inflamatória pré-existente; e o disco luxado anteriormente.Além desses é citado como deficiências mais comuns a hipomobilidade, hipermobilidade,deficiência de postura e de movimento (BRODY E HALL,2007). Diagnóstico é o conjunto de dados que permitem o conhecimento ou a identificação de uma criança através de seus sinais e sintomas. Na avaliação diagnóstica, o diagnóstico diferencial passa a ser outro aspecto essencial. Para garantir a eficácia do tratamento da disfunções temporomandibulares (DTM), faz-se necessário o estabelecimento de um diagnóstico preciso,fundamentado na história clínica do paciente e,na anamnese realizada pelo profissional (PAIVA e VIEIRA,1997). O fisioterapeuta geralmente atende paciente que sofrem de disfunção da articulação temporomandibulares ( ATM).A avaliação funcional irá capacitar o profissional a difrenciar entre os vários componentes de síndrome:sinovite,disfunções do disco ou disfunções cervicais.O diagnóstico diferencial é complicado,pelo fato de os sintomas poderem ocorrer em qualquer local da cabeça ou pescoço, e poderem ser causados por muitos outros problemas.Poe exemplo, a cefaléia pode ser causada por mais de 100 diferentes causas.O médico também deve estar alerta para a possibilidade de doença sitêmica superposta a uma disfunção da articulação temporomandibular (ATM) (GOULD,1994). 5.Avaliação fisioterapêutica Uma avaliação completa da articulação temporomandibular (ATM), inclui todos os componentes do sistema estomatognático.Essa avaliação ajuda o terapeuta a determinar a causa da disfunção e a influênica de outros fatores,assim como a elaborar um plano efetivo de tratamento (BRODY E HALL,2007). As técnicas de avaliação e tratamento para o tratamento das articulações sinoviais,como as,mensurações da amplitude de movimento,função muscular,testes de mobilidade e técnicas de mobilização,podem ser adaptadas pelos fisioterapeutas (GOULD,1994). O exame físico em reabilitação deve objetivar achados diretos ou indiretos resultantes da doença e/ ou incapacidades.Deve constar de um exame físico geral,seguido de um exame dirigido aos sistema músculo-esquelético e neurológico.A adequada avaliação da capacidade de treinamento do paciente depende de uma boa avaliação (LIANZA,2001). O desenvolvimento sequencial do exame é necessário para a definição de um método padronizado, e pode ser definido com o emprego da ficha clínica (LIMA,1995).O diagnóstico da disfunções temporomandibulares ( DTM), pode ser realizado através de um questionário inicial,exame clínico geral,anamnese e história médica pregressa e atual,exame clínico específico envolvendo os músculos da mastigação e a articulação temporomandibular (ATM), bem como ainda através de uma cuidadosa análise funcional da oclusão (PAIVA,1997). Segundo Brody e Hall (2007), uma história abrangente é essencial e ajuda a orientar a avaliação objetiva.O cliente deve fornecer informação detalhada a cerca do início dos sintomas,da incidência de bloqueio articular,da presença de ruído articular,da história de cirurgias e traumatismo e da história médica.Os clientes devem ser interrogados sobre seu nível de estresse,observando se ele percebe percebi um aumento da força com que os dentes são cerrados ou em outros hábitos parafuncionais quando estão estressados. 7 De acordo com Boever e Steenks (1996), a presença de sinais e sintomas clássicos como ruídos,dores e limitação da mobildiade da articulação da mandíbula facilitam o diagnóstico.Lima (1995) afirma que esses sinais podem ser encontrados tanto por meio da palpação das articulações e músculos como pela auscultação de ruídos articulares.Carreño (1995) enfatiza que a dor não é um sinal diagnóstico definitivo,mas auxiliar na realização do diagnóstico diferencial. A dor com origem na articulação temporomandibular,se irradia anteriormente até a face,ao longo da mandíbula,até as têmporas e,internamente,ao ouvido(CARVALHO,1994). As estruturas que devem ser examinadas, incluem a articulação temporomandibular ( ATM),a coluna cervical,a coluna torácica,os tecidos moles,os músculos e o tecido neural.Deve-se pesquisar a simetria e qualidade dos movimentos,realizados a fim de determinar o tipo de disfunção (BRODY E HALL,2007). A palpação dos músculos mastigadores e demais músculos associados na unidade cabeçapescoço pode auxiliar na determinação da tonicidade muscular, espasmos musculares e possíveis miosites e fibroses.A mesma pode ser realizada tanto paralela quanto perpendicularmente às fibras musculares,e convém lembrar que a palpação deve ser feita em repouso como na ação muscular (LIMA,1995).Já Oliveira (2002) afirma que a palpação deve ser realizada bilateralmente,para que se possa estabelecer um parâmetro de comparação entre a sensibilidade de um lado e do outro. Durante a avaliação funcional do sistema estomatognático,analisa-se a presença de desvios e o grau de mobilidade mandibular,que investigará o excesso ou a limitação de abertura.Quando existirem ruídos articulares é importante registrar o movimento em que ocorrem,bem como a fase em que ocorrem,se no início ou no fim do movimento, e sua características (OLIVEIRA,2002). Se o ruído ocorre na abertura máxima, ou perto dela,pode-se deduzir que é no movimento da translação e,portanto,a sua causa localiza-se no comportamento superior. Em caso contrário,se o som articular ocorre no início,durante o fenômeno de rotação, o local da patologia é o compartimento inferior (CARREÑO,1995). O padrão de abertura e fechamento bucal deve ser o mais retilíneo possível,e mudanças nesse padrão denunciam que há algo no trajeto obstruindo a direção normal.O desvio propriamente dito é o distanciamento da mandíbula de sua linha mediana inicial para terminar claramente distante da mesma,e indica danos nos componentes musculares.A sinuosidade é um afastamento da linha mediana seguido do retorno ao centro, e indica danos do tipo articular ou combinado.A abertura bucal máxima é cerca de 46 mm,enquanto que a lateralidade máxima em pacientes normais não apresentam danos musculares ou articulares é de 12 a 14mm.Não se deve basear só números para que o mecanismo diagnóstico não se torne muito rígido para se seguido (CARREÑO,1995). Paiva (1997) aponta a importância de uma supervisão mandibular mais ampla,envolvendo a cabeça,o pescoço e a maxila,pois esquecer estas estruturas durante o exame clínico poderia omitir problemas à distância.A disfunções temporomandibulares ( DTM), também pode interferir na relação harmônica entre a cabeça e a coluna cervical,provocando sintomatologia dolorosa que se irradia para os músculos da região escapuloumeral,peitoral e da parede torácica posterior (LIMA,1995). Observando-se a relação crânio-coluna cervical em vista lateral,pode-se notar que a maior parte do peso do crânio,portanto o seu centro de gravidade,descansam na parte anterior da coluna cervical e nas articulações temporomandibulares.Sendo assim,a cabeça mantém a sua posição ortostática por um complexo mecanismo muscular,envolvendo músculos da cabeça,pescoço e cintura escapular.Consequentemente,uma alteração em alguma destas regiões poderá levar a distúrbios da postura não somente nestes locais,como também nas 8 demais cadeias musculares do corpo humano e vice-versa (MARZOLA,2002).É neste ponto que a fisioterapia atuará,devolvendo o equilíbrio natural das estruturas envolvidas. Também há de se ressaltar a importância do diagnóstico diferencial e dos exames complementares, principalmente os radiográficos.Descreve-se que as radiografias são um auxílio diagnóstico muito útil,porém não evidenciam as estruturas moles de baixa densidade como o disco interarticular e as aderências ou fibroses presentes.As tomografias podem complementar as radiografias.Da mesma forma,a imagem por ressonância que permite observar a posição exata do disco,as fibroses e aderências,onde quer que se encontrem (CARREÑO,1995). Segundo Brody e Hall (2007), vários testes pesquisam o componente funcional do complexo da articulação temporomandibular ( ATM):teste de estabilidade segmentar para a articulação atlanto-axial, função oral,padrão de oclusão,padrão de deglutição,padrão respirtório (BRODY E HALL,2007). O teste da musculatura mastigatória é essencial no diagnóstico da disfunção da articulação temporomandibular ( ATM).Se existe uma condição patológica muscular, a dor parecerá quando da aplicação de uma resistência máxima (GOULD,1994). 6.Tratamento fisioterápico Uma abordagem abrangente ao tratamento da articulação temporomandibular ( ATM) analisa a pessoa como um todo, levando em conta essas relações, a execução das atividades funcionais e a influência do estresse físico e emocional sobre esse sistema (BRODY E HALL,2007). No tratamento para a disfunções temporomandibulares( DTM), o fisioterapeuta identificará e promoverá condutas próprias para o cuidado terapêutico da rigidez capsular,dos espamos,das contraturas e dos distúrbios cinéticos.A intervenção fisioterapêutica é indicada quando existe dor e/ou restrições dos movimentos mandibulares que afetem a qualidade de vida do indivíduo ou interfiram em suas atividades da vida diária ou,ainda,quando houver uma instabilidade articular grave.O fisioterapeuta cuida também da instabilidade articular,em especial da hipermobilidade,para prevenir lesões (CARNEIRO,2003). O fisioterapeuta auxilia no tratamento quando o paciente apresenta anormalidades posturais (incluindo o posicionamento anterior da cabeça,vários desequilíbrios musculares,historia de traumatismo,disfunção respiratória ou cervical.Muitas situações podem ser tratadas pelo fisioterapeuta.Estas alterações incluem a hiper ou hipomobilidade da ATM,luxação articular,tratamento de trigger point,e vários outros hábitos orais,como o defeito na posição da língua e hábitos com os lábios (GOULD,1994). Quanto a necessidade de tratamento,Oliveria (2002) descreve três níveis. Os paciente com sinais e sintomas de disfunções temporomandibulares( DTM), de moderados a graves possuem necessidade ativa de tratamento. Quando os sinais e sintomas são leves ou flutuantes,há necessidade passiva de tratamento,isto é a atuação do profissional da saúde consiste em observar o paciente,atentando para um possível diagnóstico precoce no caso de evolução para a disfunção.Por fim,há os pacientes que não têm necessidade de tratamento,por não apresentarem nenhum sinal ou sintoma.As mulheres apresentam uma necessidade ativa maior que os homens. Carneiro (2003) afirma que a importância do início precoce do tratamento reside no fato de que uma dor aguda pode se transformas em dor crônica pela sensibilização central e de neurônios de primeira,segunda e terceira ordem. Independente do meio terapêutico escolhido para o tratamento deve-se considerar que os pacientes portadores de disfunções temporomandibulares ( DTM ),são pessoas normalmente carentes de atenção e de cuidados especiais (PAIVA E VIEIRA,1997). 9 O tratamento fisioterápico é indicado nos casos mais simples,onde não há gravidade patológica.Pois em uma grande maioria dos casos pode ser tratada pela promoção de repouso das articulações e dos músculo mastigatórios,podendo ser conseguido por meio de manobras ortodônticas,como por exemplo,a confecção de placas oclusais,utilização de medicamentos anti-inflamatórios e miorrelaxantes,e fundamentalmente,pela aquisição de novos hábitos saudáveis,como adoção de dieta com alimentos macios,exercícios físicos para os músculos da mastigação,educação das funções mastigatórias,compressas quentes e frias e controle do apertamento dentário(DE WIJER,1998). A aplicabilidade de recursos e técnicas preventivas e reabilitadores por meio de uma equipe multiprofissional é também um indicador positivo,nas intervenções não cirúrgicas.Sendo a Fisioterapia uma das áreas utilizadas com mais frequência nos grandes centros especializados,em conjunto com outras especialidades odontológicas,adotando a aplicabilidade de técnicas e recursos de relaxamento,alongamento e fortalecimento da articulação temporomandibular de forma preventiva e reabilitadora (STEENKS et al.,1995). Brody e Hall (2007),relatam que as intervenções com exercícios terapêuticos para deficiências mais comuns da articulação temporomandibular ( ATM) tais são: Hipomobilidade mandibular: modalidades terapêuticas,como gelo ou calor,podem ajudar a reduzir a dor e a defesa muscular.O ultra-som em combinação com a movimentação ativa ou com o alongamento estático prolongado é usado para aumentar a extensibilidade dos tecidos.Já a técnica de mobilização é utilizada para ampliar ainda mais a extensibilidade capsular.Os procedimentos incluem separação (distração),deslizamento medial e translação.A contenção é feita sobre a mandíbula ou sobre a parte interna dos molares inferiores.Desenvolver um programa caseiro de exercícios ativos de amplitude de movimento,automobilização e um programa de alongamento passivo com abaixadores de língua. O alongamento passivo pode ser realizado colocando-se abaixadores de língua horizontalmente entre os incisivos superiores e inferiores para aumentar a abertura mandibular. A posição é mantida por 5 a 10 minutos ou até ocorrer o relaxamento dos músculos. Agora,o método mais simples de auto-alogamento consiste em usar o polegar cruzado sobre o dedo indicador.Este colocado sobre os dentes inferiores,mais posteriormente possível,e o polegar é colocado sobre os dentes superiores.O paciente are a maxila ativamente e aplica uma leve pressão na abertura até ser percebido o alongamento. Na hipermobilidade,certas modalidades terapêuticas,como calor e gelo,são benéficas se a condição é dolorosa.Mas a opções de exercícios para essa deficiência são: controle da rotação e translação da articulação temporomandibular,exercícios de fortalecimento e estabilização,exercícios isométricos ou estático,exercícios isotônicos ou dinâmicos. Segundo Gould (1994), na hipermobilidade a reeducação neruomuscular é utilizada para limitar uma abertura excessiva nesta condição. O paciente é orientado para abrir a boca com a língua contra o palato para controlar a quantidade de abertura.Os exercícios de abertura resistida são realizados na parte média da amplitude de movimento.O princípio é aumentar a sensibilidade ao reflexo de estiramento.Além deste exercício é aplicada uma leve força de resistida de 1 a 2 segundos, 5 a 10 vezes em todas as direções (posterior,esquerda,direita e inferior) com a boca levemente aberta. Na deficiência de postura e de movimentos, no caso da postura anterior da cabeça (PAC), com arredondamento concomitante dos ombros pode produzir disfunção dos sistemas crâniocervical e temporomandibular.Para restaurar o equilíbrio do sistema, os pacientes terão que solucionar a tensão excessiva, o alinhamento da cabeça e da cintura escapular,a posição da maxila e da língua e a respiração.Poderá recorre ao exercício de reeducação postural,às técnicas de terapia manual aplicadas aos músculos retraídos,aos tecidos moles e as articulações, e ao treinamento de relaxamento muscular.Em geral, o tratamento deve começar 10 pela elaboração de um programa caseiro de treinamento com relaxamento e por programa de correção postural monitorados conjuntamente pelo paciente e o terapeuta. As intervenções com exercícios terapêuticos devem abordar as deficiências específicas e tentar aprimorar o funcionamento da articulação temporomandibular ( ATM).Como frequência os músculos principais para a movimentação da articulação temporomandibular (ATM) terão que ser reeducados após traumatismos, procedimentos cirúrgicos e atividade parafuncional de longa duração,incluindo a utilização excessiva habitual da força da mordida,como cerrar os dentes,roer unhas e abrir forçadamente a mandíbula em uma oclusão instável. Os músculos podem ser reeducados com a utilização de exercício, estimulação elétrica funcional (BRODY E HALL, 2007). As técnicas utilizadas no tratamento, constituem-se basicamente de um conjunto de manipulações terapêuticas no tecido conjuntivo que têm como base o movimento e a pressão.Seus efeitos fisiológicos são causados pelo contato suave do estímulo tátil,que estimula as terminações nervosas e produz uma ação reflexa sobre as estruturas linfáticas e sanguínea,bem como os tecidos contraturados e retraídos.Esse incremento da circulação melhora a nutrição muscular e favorece a eliminação de produtos tóxicos.Também é valido observar que todo tratamento bem aplicado é favorável à mente do paciente (LIMA E RODE,1995). Um outro recurso utilizado é a eletromiografia superficial dos músculos da mastigação é usada como rotina por alguns dentistas e fisioterapeutas como parte do diagnóstico e tratamento dos distúrbios da articulação temporomandibular ( ATM).Hiperatividade,espasmos e desequilíbrios musculares foram sugeridos na literatura há muitos anos como sendo as principais características dos distúrbios da articulação temporomandibular ( ATM),porém ainda falta evidência que apóie esses conceitos.Os registros das atividades EMG antes e após a intervenção terapêutica foram usados para documentar as modificações na função muscular e foram citados como prova de que o tratamento havia sido bem-sucedido. A maioria dos pesquisadores concordam em que a EMG superficial pode medir um evento comportamental como bruxismo ou hábito de cerrar os dentes (BRODY E HALL,2007). Com o dispositivo eletromiográfico portáteis, o relaxamento dos músculos mastigatórios pode ser conseguido pelo paciente através do biofeedback em casa ou no trabalho. O exercício noturno de biofeedback pode produzir uma redução significativa na freqüência e duração do bruxismo noturno (BRODY E HALL,2007). O tratamento inicial da sinovite de uma articulação temporomandibular ( ATM) agudamente inflamada,não infectada é semelhante ao prescrito para qualquer articulação inflamada. Se o tratamento é grave,o paciente é solicitado a limitar o grau de abertura e repousar a articulação.Isto inclui a alimentação à base de líquidos,ou dieta macia,limitação dos movimentos, e diminuição da fala e do ato de cantar. A aplicação de calor ou firo é efetiva na redução dos sintomas da inflamação aguda e espasmos muscular associado (GOULD,1994). No estalido recíproco: além do reposicionamento mandibular,podem ser prescritos exercícios de protrusão resistida no tratamento de estalido recíproco.Os exercícios de protrusão resistida auxiliam no reposicionamento anterior da mandíbula,pelo fortalecimento dos músculos mais responsáveis pela protrusão mandibular – os músculos pterigóideos medial e lateral.O paciente é orientado a avançar lentamente a mandíbula (em torno de ½ polegada)m e a realizar exercícios de protrusão resistida por 1 a 2 segundos.O exercício é prescrito 6 a 10 vezes, e a sequência completa é realizada 5 a 8 vezes por dia.Enquanto na disfunção oclusiomuscular – esta condição patológica resulta de uma relação incorreta da mandíbula com o maxila.Nesse caso é necessário o reposicionamento mandibular para corrigir o déficit na relação mandibular.Alguns procedimentos são de natureza odontológica.Contudo,a familiaridade com o reposicionamento mandibular irá capacitar o fisioterapeuta a melhor compreender o tratamento global e aumentar suas relações com os dentistas(GOULD,1994).. 11 Kisner e Colby(2005) afirmam que para modular a dor e o espasmos muscular,deve-se usar modalidades físicas,massagem e técnicas de relaxamento.Além disso,o paciente deve comer alimentos macios e evitar itens que exijam a abertura excessiva da mandíbula ou movimentos firmes de mordida e mastigação. O tratamento é antes de mais nada etiológico por restauração das condições de uma arcada dentária correta por meio de ortodontia e cirurgia dentária.Entretanto, o fisioterapeuta pode intervir localmente em associação com estomatologista.Utilizando a cinesioterapia,termoterapia local,massagem muscular relaxante,eletroterapia antálgica,mobiliações ativas e passivas das articulações temporomandibulares (XHARDEZ,2001). 7. Cinesioterapia As articulações dolorosas, defesa muscular reflexa e espasmo muscular podem ser tratados com técnicas de mobilização intra-articular suave para estimular efeitos neurofisiológicos e mecânicos.Antes de iniciar o alongamento,analisar os objetivos e os resultados almejados do programa de alongamento com o paciente,obter seu consentimento para iniciar o tratamento. Escolher técnicas de alongamento que serão mais efetivas e eficientes.Considera o alongamento manual, o auto-alongamento ou uso de equipamento para alongamento mecânico.Deve-se aquecer os tecidos moles a serem alongados por meio de aplicação de calor local ou de exercícios ativos de baixa intensidade.O aquecimento das estruturas encurtadas aumenta sua extensibilidade e diminui a possibilidade de lesão.O paciente deve permanecer em uma posição estável e confortável que permitam o melhor plano de movimento para realizar o procedimento de alongamento.A direção do alongamento será exatamente oposta a direção da restrição articular e ou muscular.Explicar o procedimento ao paciente e certificarse de que ele entendeu.Liberar a área a ser alongada de qualquer roupa bandagem ou imobilização que a esteja restringindo.Explicar ao paciente que é importante estar o mais relaxado possível, ajudando-o quando requisitado, e dizer que os procedimentos de alongamento serão ajustados conforme o seu grau de tolerância (KISNER E COLBY,2005) Conforme Kisner e Colby (2005), para ensinar o relaxamento dos músculos da face,a propriocepção da língua e o controle da língua,descrevem as seguintes técnicas: Colocar a ponta da língua no palato duro atrás dos dentes da frente e desenhar pequenos círculos ou letras sobre o palato. Colocar a ponta da língua no palato duro e soprar o ar para fora para vibrar a língua, fazendo um som de “rrr”. Encher as bochechas com ar (boca fechada) e depois deixar o ar sair em um assopro. Fazer um som de clique com a língua no teto da boca. Ainda segundo os autores acima citados, para ensinar o controle dos músculos da mandíbula, sugere-se: Primeiro, ensinar a identificação da posição de repouso da mandíbula.Os lábios ficam fechados,os dentes um pouco separados e a língua apoiada levemente sobre o palato duro,atrás dos dentes da frente.O paciente deve inspirar e expirar lentamente pelo nariz,usando respiração diafragmática; Ensinar o controle enquanto abre e fecha a mandíbula por meio da primeira metade da amplitude de movimento. Com a língua no céu da boca, o paciente abre a boca,tentando manter o queixo na linha média.Usar um espelho para reforço visual. Paciente também é ensinado a palpar levemente o pólo lateral de cada côndilo da mandíbula bilateralmente e tentar manter a simetria no movimento dos dois lados ao abrir e fechar a boca. Se a mandíbula se desviar durante abertura ou fechamento,ensinar o paciente a praticar o desvio lateral para o lado oposto.O movimento lateral não deve ser excessivo e não 12 causar dor.Deve-se,progredir aplicando resistência suave com o polegar contra o queixo.Não fortalecer demais os músculos. 8. Reeducação Postural Global Segundo Souchard (2004),Reeducação Postural Global (RPG) são técnicas que regulam aspectos particulares de afecções funcionais.De acordo com o caso, o paciente beneficia-se a mais de uma determinada aplicação terapêutica que de outra. O RPG propõe uma solução original,corrige a morfologia,age sobre a estrutura do músculo estriado,agindo assim,sobre as tensões neuromusculares.É um método reeducacional da postura,que parte do princípio de que temos mais músculos posteriores do que anteriores e que a musculatura posterior do corpo forma uma cadeia contínua,sendo o corpo trabalhado como um todo. Segundo Souchard (2004), a questão não está na fraqueza da musculatura posterior,mas no excesso de força,sugerindo então que a solução seria soltar os músculos posteriores para que eles libertem as vértebras mantidas no arco côncavo,esclareceu também que não é somente o esforço para ficar em equilíbrio que encurta os músculos posteriores mas,também todos os movimentos de médio e grande amplitude executados pelos braços e pernas,que estão ligados pela coluna vertebral.Cada vez que tentar tornar menos acentuada a curva de um segmento da coluna vertebral, a curva era deslocada para outros segmento.Desta forma era necessário considerar o corpo em sua totalidade e cuidar dele como um todo. Toda manobra de correção da nuca, dos ombros ou da lombar traciona a cadeia inspiratória.Por isso será necessário em todas as posturas que se seguem fazer o indivíduo suspirar livremente a cada instante se realmente quisermos alongar esta sequencia muscular conforme o nível do bloqueio do tórax,o terapeuta intervém manual,qualitativa e progressivamente para corrigir em particular tal região. Em caso de bloqueio torácico alto, o indivíduo deve suspirar enchendo a barriga.Se o bloqueio for inferior,deve suspirar entrando a barriga. Segundo Marzola (2002), as alterações na articulação temporomandibular pode acarretar em comprometimento não somente para a performance da mastigação mas também,alterações posturais.Daí a importância de estar propondo tratamentos para a reabilitação postural. 9. Termoterapia A termoterapia consiste no emprego da temperatura como recurso terapêutico.Quanto as formas de aplicação do calor,há uma gama de meios a serem empregado para obter seus benefícios. Os efeitos da elevação da temperatura nos tecidos,bastante conhecidos,incluem a aceleração das trocas químicas e do metabolismo,aumento da irrigação sanguínea pela vasodilatação,da oxigenação e efeito sedante sobre os nervos sensitivos (LIMA e RODE,1995).O efeito fisiológico do calor utilizado na reabilitação da disfunção temporamandibular deve-se a fatores direto e indireto,como a redução do edema é uma diminuição do espasmo muscular (KITCHEN,1998). O tratamento com radiação de infravermelho (IV) com objetivo de produzir calor superficial, tem sido largamente utilizado e,embora seja uma técnica simples,requer os mesmos cuidados exigidos com as ondas curtas,laser ou corrente contínuo,pois um pequeno descuido provocará sérios problemas,sob o risco de se produzir queimaduras no paciente,deve-se observar atentamente a sensibilidade térmica e dolorosa do paciente, a distância do foco/pele,bem como tempo de aplicação (MACHADO,2002). O relaxamento muscular ocorre com mais facilidade quando os tecidos estão quentes, o que também auxilia na contração muscular e mobilidade articular.A aplicação do calor sobre as terminações nervosas superficiais determina um efeito sedante nestas estruturas,diminuindo a dor (LIMA E RODE,1995). 13 A intensidade ideal é aquela que produz uma sensação agradável de calor,sem que haja desconforto.Podemos controlar a intensidade,em se tratando de aparelho com dispositivo para regulagem.A energia das ondas eletromagnéticas de IV é diretamente proporcional à distância do foco emissor/pele ,ao tempo de exposição e á intensidade (MACHADO,2002). A lâmpada é posicionada para permitir que a radiação incida na pele em ângulo reto de modo a facilitar a absorção máxima de energia,a distância entre a lâmpada e a parte do corpo variará de acordo com a potência da lâmpada,mas é geralmente entre 50 e 75 cm.O ângulo de incidência é de 90 graus,ou seja, o foco será perpendicular à pele o que implicará em maior absorção e menor reflexão (KITCHEN,2003). 10. Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) é um recurso eficaz no controle da dor miofascial em pacientes portadores de disfunções temporomandibulares ( DTM), e tem sido recomendada como analgésico local (‘S et al.,2004). Kitchen (2003),diz que os efeitos da TENS são de segmento rápido para a maioria dos pacientes de modo que os benefícios podem ser obtidos quase que imediatamente. Schimit e Gerritsen (1996) afirmam que pode-se obter efeitos idênticos recorrendo à aplicação de estímulos mecânicos ou térmicos.A estimulação dos sensores articulares inibe a transmissão dos estímulos nociceptivos nos cornos posteriores dos segmentos cervicais correspondentes à articulação temporomandibular ( ATM),ou seja,a segunda e a terceira raiz nervosa cervical.Seu efeito pode durar até 72 horas através da liberação de opiáceos endógenos,melhorando a qualidade de vida dos pacientes portadores de desordens temporomandibular ( DTM) (MARTINS ET AL.,2004). Em circunstância fisiológica normal,o cérebro gera sensações por meios do processamento de informações nocivas que estão chegando provenientes de estímulos tais como dano tissular.Para que a informação nociva atinja o cérebro ela precisa passar por uma comporta metafórica localizadas nos níveis inferiores do sistema nervoso central.Em termos fisiológicos,a comporta é formada por sinapse inibitória,que regulam o fluxo das informações neurais através do sistema nervoso central.Essa comporta da dor é aberta por eventos nocivos na periferia.A comporta da dor pode ser fechada pela ativação de mecanorreceptores quando se esfrega a pele.O fechamento da comporta de dor resulta em menos informação nocivas atingindo o cérebro e redução na sensação de dor(KITCHEN,2003). 11. Metodologia Este estudo foi construído através do levantamento de revisão bibliográfica. Para este trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas por meio dos livros dispostos no acervo da Biblioteca da Universidade Paulista, campus Manaus, nas bases de dados da Scielo, onde foram consultados artigos originais e de revisão sobre o assunto. 12.Discussão Segundo Barros (1975) apud Donegá (1997),as disfunções da articulação temporomandibular (ATM) são divididas basicamente em articulares e musculares. Seu diagnóstico é importante no plano de tratamento e no prognóstico.Consideram também que um dos sinais mais comuns das disfunções intra-articulares da articulação temporomandibular ( ATM) são os ruídos articulares.Estes ruído são resultantes da falta de sincronismo entre o côndilo e o disco articular e preconizou a realização de ausculta na avaliação dos ruídos. De acordo com os autores pesquisados a articulação temporomandibular é uma articulação ímpar, está localizada anteriormente ao ouvido externo é uma articulação entre o processo condilar da mandíbula e a eminência articular do crânio. A função da articulação 14 temporomandibular (ATM),relaciona-se diretamente à dentição e ao contato das superfícies dos dentes. No momento que surge dor e/ou restrições dos movimentos mandibulares que afetam a qualidade de vida do indivíduo, ou interferiram em suas atividade da vida diária, ou ainda, quando houver uma instabilidade articular grave a assistência fisioterapêutica é indicada.O profissional fisioterapeuta, mostra-se importante em desordens dos músculos mastigatórios,em desarranjos do complexo côndilo disco em degenerações,em inflamações em fraturas e na rigidez capsular. Salienta-se de acordo com Steenks et al.,(1995) que é importante a utilização de recursos e técnicas preventivas e reabilitadores por meio de uma equipe multiprofissional.Sendo a Fisioterapia uma das áreas utilizadas com mais frequência nos grandes centros especializados,em conjunto com outras especialidades odontológicas,adotando a aplicabilidade de técnicas e recursos de relaxamento,alongamento e fortalecimento da articulação temporomandibular de forma preventiva e reabilitadora 13. Conclusão As condutas fisioterapêuticas no tratamento dos distúrbios temporomandibulares dependem da sua etiologia. Em casos mais simples na qual há comprometimento da postura ,disfunção articular e desequilíbrio musculares,o fisioterapeuta pode intervir com o recursos tais como:cinesioterapia,eletrotermofototerapia,reeducação postural global.Poderá usar as modalidades físicas,massagem e técnica de relaxamento. Observou-se nesse estudo que há necessidade de uma avaliação adequada da função do paciente com disfunções temporomandibulares ( DTM) pelo fisioterapeuta. Esse profissional visa o tratamento e a e reintegração social do cliente. Para tanto, o plano de tratamento fisioterápico é implementado após um exame completo e a determinação do diagnóstico, das limitações funcionais e do prognóstico. Nesses casos, um diagnóstico correto é a chave para o sucesso do tratamento. Um fator que pode influenciar é o estado emocional do paciente.Deve-se compreender que os pacientes reagem diferentes às diversas terapias, e assim o profissional deve adequar o tratamento ao paciente,afim de obter os melhores resultados possíveis. Durante o crescimento e desenvolvimento do ser humano, é a cabeça que determina a posição de corpo. Isto ocorre como resposta ao alinhamento da cabeça em relação aos três planos de orientação primários; bipupilar,óptico e o oclusal que devem estar paralelos entre si para assegurar a establidade postural do crânio. Portanto, o estudo da função mandibular não se limita aos músculos da mastigação. Outros músculos importantes,tais como os músculos posteriores do pescoço,são necessários para estabilizar o crânio e permitir que movimentos controlados da mandíbula sejam feitos.Existe um balanceamento,dinâmico finamente coordenado de todos os músculos da cabeça e pescoço, e isso deve ser considerado para se entender a fisiologia do movimento mandibular. Com este levantamento bibliográfico podemos dizer que todos os trabalhos e estudos pesquisados indicam íntima relação entre as Disfunções Temporomandibulares e as alterações posturais, sugerindo que uma pode ser o fator etiológico ou consequência da outra e viceversa.Com isto comprova-se também que o fisioterapeuta pode intervir não só diretamente no tratamento das DTM,mas também indiretamente,através do trabalho de reeducação e restruturação. Referências BARROS,J.J.Articulação temporomandibulares:consideração estruturais,funcionais e disfuncionais.In:PAIVA,H.J. Oclusão:noções e conceitos básicos.São Paulo;Santos,1997. 15 BARROS, J. J. Um estetoscópio para ausculta da articulação temporomandibular. Rev Assoc Paul Cir Dent, v.29, n.2, p.20-21, mar. 1975. 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