INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA ASSOCIADA A CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA DO SUBCUTÂNEO. JOÃO MARCOS IBRAHIM DE OLIVEIRA1; MARCUS VINÍCIUS SILVA FERREIRA1; MARCELO ALENCAR DA FONSÊCA1; PAULA MARQUES MIGOWSKI CARVALHO1; ANA ROSA COSTA MELO1; ANTÔNIO CARLOS DE SOUZA2. 1.UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA, BRASÍLIA - DF – BRASIL. 2.UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA E CLÍNICA ANGIOMEDI, BRASÍLIA - DF - BRASIL. INTRODUÇÃO A calcificação distrófica do tecido subcutâneo (CDS) é uma alteração comumente associada à insuficiência venosa crônica (IVC) com ulceração, principalmente em pacientes idosos, com uma incidência de 65% nesses pacientes, pois estes tendem a apresentar IVC com um maior tempo de evolução. A CDS do tipo trabecular/ reticular é mais comumente encontrada, uma vez que o paciente inicia o quadro com o tipo puntiforme, e depois progride para o tipo trabecular, que é mais relacionado com a longa evolução1,2,4. OBJETIVO Relatar caso uma paciente com calcificação distrófica do tecido subcutâneo (CDS), secundária à insuficiência venosa crônica (IVC) com ulceração, discutindo a fisiopatologia, diagnóstico e tratamento deste tipo de manifestação. RELATO DO CASO Mulher, 79 anos, refere ulceração de início espontâneo na face medial da perna esquerda há 6 meses. Há 30 dias vem apresentando dor intensa. Refere que já apresentou ulcerações na mesma região em 2 ocasiões e queixa de varizes nos membros inferiores. Ao exame Ksico: encontra-­‐se em REG, com fácies de dor. O MIE apresentava-­‐se edemaciado, com presença de varizes difusamente distribuídas, com pele e tecido subcutâneo atróficos e endurecidos, com consistência pétrea em todo perímetro, com ulceração de 6x4 cm, exudaWva e com esfacelos. A avaliação com radiografia simples demonstrou calcificações difusas distróficas no subcutâneo. Foi realizado desbridamento mecânico e Figuura 1. Radiografia simples de MIE, autolíWco da ulceração, coletando-­‐se fragmentos de demonstrando micronodulações puntiformes e tecido para cultura com crescimento de Enterococcus trabeculares, definindas como calcificação faecalis. Foi tratado com curaWvos compressivos, repouso distrófica do tecido subcutâneo. e anWbióWco, resultando na cicatrização da ulceração. INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA ASSOCIADA A CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA DO SUBCUTÂNEO. JOÃO MARCOS IBRAHIM DE OLIVEIRA1; MARCUS VINÍCIUS SILVA FERREIRA1; MARCELO ALENCAR DA FONSÊCA1; PAULA MARQUES MIGOWSKI CARVALHO1; ANA ROSA COSTA MELO1; ANTÔNIO CARLOS DE SOUZA2. 1.UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA, BRASÍLIA - DF – BRASIL. 2.UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA E CLÍNICA ANGIOMEDI, BRASÍLIA - DF - BRASIL. DISCUSSÃO Na CDS, uma deposição patológica de sais de cálcio, independente de sua concentração sérica, que afeta tecidos lesados, a deposição de cristais de cálcio é estimulada por fosfolipídios ácidos, cuja presença não está bem compreendida, que induzem a captação do cálcio3. A principal queixa relacionada à CDS é a presença de nódulos e alteração da pele na perna do lado acometido. Em um estudo realizado, pelo Departamento de Dermatologia da Universidade de Medicina de Tóquio4, com 20 pacientes com IVC e com sinais de CDS, observou-se que a prevalência e o grau da Figura 2. Lesão na admissão do paciente. Edemaciado, com calcificação aumentam com a duração da doença. A Radiografia é um exame útil à confirmação da presença de varizes difusamente distribuídas, com pele e tecido CDS, sendo encontradas duas formas de subcutâneo atróficos e endurecidos, com consistência pétrea em calcificação, a puntiforme e a trabecular/reticular. Terapias para a CDS ainda não foram bem todo perímetro, com úlceração de 6x4cm, exudativa e com esfacelos. estabelecidas. O desbridamento cirúrgico das massas de cálcio pode ser o tratamento mais efetivo. 2,3,4,5 CONCLUSÃO Diante de pacientes com presença de nódulos e alterações da pele em perna acometida por ulceração relacionada à IVC, deve-se levantar a suspeita de CDS. Deve-se atentar para a duração do caso de IVC, pois a relação da sua duração com a presença de CDS está estabelecida. Está indicada a realização de uma Radiografia para confirmação diagnóstica. Terapias para a CDS ainda não foram bem estabelecidas. O desbridamento cirúrgico das massas de cálcio pode ser o tratamento mais efetivo. Figura 3. Quatro (4) semanas após o início do tratamento, com 90% da lesão cicatrizada. INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA ASSOCIADA A CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA DO SUBCUTÂNEO. JOÃO MARCOS IBRAHIM DE OLIVEIRA1; MARCUS VINÍCIUS SILVA FERREIRA1; MARCELO ALENCAR DA FONSÊCA1; PAULA MARQUES MIGOWSKI CARVALHO1; ANA ROSA COSTA MELO1; ANTÔNIO CARLOS DE SOUZA2. 1.UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA, BRASÍLIA - DF – BRASIL. 2.UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA E CLÍNICA ANGIOMEDI, BRASÍLIA - DF - BRASIL. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Miedinger D, Daikeler T. Chronic Venous Insufficiency and Dystrophic Subcutaneous Calcification. The New England Journal of Medicine. 2008;358:9. 2. Reiter N. Calcifying Morphea Profunda and a Review of conditions leading to skin Calcification. Graz: Medifcal University of Graz Department of Demartology, 2008. 3. De Barros CC, Schneider A. Calcificação Patológica. Universidade Federal de Pelotas. 2013. 4. Tokoro S, Satoh T, Okubo Y, Igawa K, Yokozeki H. Latent dystrophic Subcutaneous Calcification in Patients With Chronic Venous Insufficiency. Acta Derma Venereol. 2009;89:505-508. 5. Cruz MJ, Baudrier T, Azevedo F. 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