A Semana de Arte Moderna ou Semana de 22 foi um evento modernista que envolveu várias expressões artísticas: literatura, artes plásticas, arquitetura e música. Ocorreu em 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro, apesar de apenas três dias terem sido utilizados para as apresentações. O objetivo era criar uma arte brasileira, sem as erudições e regras europeias (arte espontânea), mostrar a realidade do país, a vida simples e cotidiana da maioria da população (o “povo”). Entre os artistas presentes estavam grandes nomes, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade (na literatura), Víctor Brecheret (na escultura), Anita Malfatti, Di Cavalcanti (na pintura) e Heitor Villa-Lobos (na música), que queriam trazer os movimentos vanguardistas da Europa (principalmente o cubismo, futurismo e o expressionismo) para o Brasil de uma forma mais nacional, ou seja, utilizando as mesmas ideias e propostas, porém adaptando-as à cultura Brasileira. O evento foi muito criticado: positivamente pela imprensa que conhecia o projeto de tornar o Brasil um país independente da cultura europeia, e negativamente pela parte mais conservadora, incluindo o grande escritor Monteiro Lobato. Também houve muitas vaias, organizadas por Oswald de Andrade, na intenção de gerar polêmica, fazer com que o ocorrido fosse publicado nos jornais e, consequentemente, disseminar o movimento, o que de fato aconteceu. Dessa forma, instalou-se o modernismo, posteriormente dividido em três gerações. A primeira, mais conhecida como “Fase Heroica”, caracterizava-se pelo embate entre modernistas e as tradições eruditas, resultando na liberdade de escrita. Houve, ainda, as seguintes subfases: “Pau-Brasil”, iniciada por Oswald de Andrade com o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, que defendia o primitivismo, a revolta contra a cultura acadêmica e a criação de uma língua brasileira sem arcaísmo e erudição, “Verde Amarelismo”, transformada em “Escola da Anta”, uma reação ao nacionalismo e espírito anarquista de Oswald de Andrade e a “Antropofagia”, propondo a absorção da cultura estrangeira.