CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ PROFESSOR: Ivaldo Dantas O MERCADO, OS PREÇOS E A ELASTICIDADE No capítulo 4 estudamos o mecanismo de marcado. Em particular centramonos em como a oferta e a demanda de um determinado bem se ajusta em função do preço, de forma a alcançar o equilíbrio. Supunha-se, então, que todos os fatores incidentes sobre a demanda e a oferta, exceto o preço, seriam constantes. Neste capítulo, vamos analisar o efeito sobre o preço e a quantidade de equilíbrio motivados por alterações nos fatores, tais como a renda, os preços de bens relacionados e os gostos ou preferências, como, por exemplo, a moda. Esta análise permitirá introduzir o conceito de elasticidade. DESLOCAMENTO DA CURVA DE DEMANDA A curva de demanda de um bem, é traçada mantendo constantes todos os fatores que incidem sobre a demanda, exceto o preço do bem considerado. Por exemplo, ao determinar que quantidade de CD´s permaneçam constantes. Na realidade é freqüente que os demais fatores não permaneçam inalterados, o que motivará deslocamentos da curva de demanda de CD´s. Dentre esses fatores, os mais importantes são: As rendas ou receitas dos consumidores. Os preços dos bens relacionados. As mudanças nos gostos ou preferências dos consumidores. AS RENDAS DOS CONSUMIDORES Se aumenta a renda de um consumidor, este normalmente desejará gastar mais e demandará maior quantidade de bens (mas não todos). Precisamente, esse fato nos permite estabelecer a distinção entre os bens normais e os bens inferiores. BENS NORMAIS E BENS INFERIORES Os bens inferiores geralmente são bens para os quais há alternativas de maior qualidade. Exemplos de bens inferiores poderiam ser a mortadela, a margarina, o transporte coletivo. Quando aumenta a renda dos indivíduos, geralmente há consumo menor desses bens. Os bens inferiores são poucos e podemos prescindir deles em nossa análise. Bem inferior é aquele cuja quantidade demandada diminui quando aumenta a renda . Bem normal é aquele cuja quantidade demandada aumenta quando aumenta a renda. No caso dos bens normais, o aumento da renda dos consumidores eleva a quantidade demandada para cada preço. Essa mudança se representa graficamente como um deslocamento da curva de demanda de bens normais para a direita. Assim, por exemplo, quando acontece um aumento na renda das famílias, estas podem consumir mais CD´s para cada um dos preços possíveis de CD´s, fazendo a curva de demanda se deslocar para a direita. A nova curva de demanda D₂ encontra-se em todos os seus pontos à direita da antiga D₁ . Por exemplo, ao preço de R$ 10,00 o CD a quantidade demandada no mercado é de 2 milhões de CD´s ao ano, enquanto a renda média das famílias é de R$ 80.000,00 ao ano; e de 3 milhões de CD´s quando a renda meia familiar é de R$ 90.000,00 . Preços dos CD´s D₁ D₂ (reais por CD´s) 30,00 20,00 > 10,00 > Quantidade de 1 2 3 de CD´s (milhões ao ano) Deslocamento da curva de demanda de CD´s. O deslocamento se faz parte para a direita da curva de demanda de CD´s originando por alguns dos fatores analisados no texto (aumento da renda, elevação do preço de um bem substituto ou aumento da preferência pelos DC´s). Implica que a quantidade demandada a cada um dos preços . BENS DE LUXOS E BENS DE PRIMEIRA NECESSIDADE Dentro dos bens normais, cabe distinguir bens de luxo e bens de primeira necessidade. Um bem é de primeira necessidade quando, ao aumentar a renda, a quantidade de demandada do bem aumenta em menor proporção. Um bem é de luxo quando, ao aumentar a renda, a quantidade demandada do bem aumenta em maior proporção. Enquanto o leite é um exemplo de bem de primeira necessidade, automóveis esportivos ou CD´s são exemplos de bens de luxo. OS PREÇOS DOS BENS RELACIONADOS A quantidade demandada de um bem depende das variações dos preços dos bens relacionados a ele. Por exemplo, as variações dos preços das fitas cassetes afetaram a quantidade demandada de CD´s já que as fitas de CD´s são dois bens que podem satisfazer a mesma necessidade de consumo. Assim, por exemplo, uma elevação no preço das fitas induzirá alguns consumidores a demandar mais CD´s e menos fitas, devido ao encarecimento das fitas em relação aos CD´s. Em termos gráficos, um aumento no preço das fitas provoca um deslocamento da curva d demanda de CD´s similar ao provocado por aumento da renda dos consumidores. * Bens de luxo Bem normal Bens * De Bem inferior primeira necessidade Tipos de Bens BENS SUBSTITUTOS E COMPLEMENTARES A influência da variação do preço de um bem na curva de demanda de outro depende de que ambos sejam substitutos ou complementares. Os bens são substitutos se a majoração do preço de um deles eleva a quantidade demandada do outro, qualquer que seja o preço. Os bens são complementares se a majoração do preço de um deles reduz a quantidade demandada do outro. No caso dos CD´s e das fitas, trata-se de bens substitutos. A carne bovina e a suína, o chá e o café, os taxis e os ônibus, a manteiga e a margarina são também pares de bens substitutos e, com eles, existe um número quase infinito. Exemplos de bens com tendência ao uso conjunto – isto é, que são complementares no consumo – podem ser os seguintes: os equipamentos de som e os CD´s, os automóveis e a gasolina, o café e o leite, os sapatos e os cadarços, as cervejas e a azeitonas. Enquanto a elevação do preço de um bem substituto desloca a curva de demanda para a esquerda. Assim,, ao aumentar o preço da gasolina, os consumidores reduzirão a demanda por automóveis, para todos os preços. MUDANÇAS NOS GOSTOS OU PREFERÊNCIAS DOS CONSUMIDORES Os gostos também experimentam alterações que podem ocasionar deslocamento na curda de demanda. As preferências dos consumidores podem-se alterar simplesmente porque os gostos se modificam com o decorrer do tempo ou devido a campanhas publicitárias. Se os gostos variam no sentido de que se deseja demandar maior quantidade de um determinado produto, a curva de demanda será deslocada para a direita, enquanto a mudança das preferências for no sentido contrário, o deslocamento será para a esquerda. DESLOCAMENTO DA CURVA DE OFERTA A curva de oferta de um bem, por exemplo, as laranjas, como estudarmos no capítulo 4, mostra exclusivamente os efeitos de variações nos preços sobre a quantidade oferecida, supondo-se constantes os determinados dos custos de vendedores. Disto, o mais significativo é: Os preços dos fatores de produção. A tecnologia disponível. As variações de qualquer desses elementos alteram a quantidade oferecida a cada um dos preços e, em conseqüência, fazem a curva da oferta se deslocar. OS PREÇOS DOS FATORES DE PRODUÇÃO Comprovamos como as variações dos preços e dos fatores influem nos custos de produção e, portanto, na quantidade de bens e serviços que as empresas estão dispostas a oferecer a cada um dos preços. Na análise da oferta de CD´s, se estão reduzindo os salários que se pagam aos trabalhadores, os custos de produção de CD´s diminuirão e as empresas contrataram mais trabalhadores e serão oferecidos mais CD´s a cada um dos preços. Esse aumento na quantidade oferecida a todos os preços é representado pelo deslocamento da curva de oferta para a direita. Preço de um CD (R$) O₁ O₂ 30,00 > 20,00 > 10,00 3 4 Quantidade de CD´s (milhões de CD’s) Deslocamento da curva de oferta. Quando se reduz o preço dos fatores de produção ocorre melhora na tecnologia, a curva de oferta desloca-se para a direita, de O₁ , para O₂ . As empresas estão dispostas a oferecer mais CD´s a qualquer preço. Assim, antes que a curva de oferta se desloque para a direita ao preço de R$ 10,00 , a quantidade oferecida era de 3 milhões ao ano. Após o deslocamento, passa a 4 milhões de CD´s. A TECNOLOGIA EXISTENTE Tecnologia é um conjunto de técnicas ou métodos conhecidos para produzir um determinado bem ou serviço. Qualquer melhora da tecnologia permite produzir e vender a quantidade dada de um bem a um preço menor, permitindo que as empresas elevem a quantidade oferecida deste bem a qualquer preço. Em termos gráficos, podemos dizer que os avanços tecnológicos deslocam a curva de oferta para a direita. Por exemplo, a introdução de uma nova máquina, que permite aumentar o rendimento na produção de CD´s, fará com que as empresas estejam dispostas a vender mais CD´s a qualquer preço, já que podem obtê-los a um custo mais baixo que antes. DESLOCAMENTO DAS CURVAS DE DEMANDA E OFERTA, E MOVIMENTOS AO LONGO DAS MESMAS Observando inicialmente o caso da demanda, convém destacar a diferença entre deslocamento da curva de demanda respectiva e aumento na quantidade demandada. MOVIMENTOS AO LONGO DA CURVA DE DEMANDA E DESLOCAMENTO DA MESMA Como se mostrou, são vários os fatores que podem fazer com que tanto a curva de demanda como a de oferta sofram deslocamentos. Nesse sentido, convém destacar a diferença entre um aumento na demanda ou na oferta, que ocorre quando se produz um deslocamento nas curvas respectivas e um aumento na quantidade demandada ou oferecida. o Os movimentos ao longo da curva de demanda de um bem (por exemplo, os CD´s) acontecem como conseqüência de uma mudança nos preços (dos CD´s). o Os deslocamento da curva de demanda (de CD´s) se devem a alterações de alguns fatores, que não o preço (dos CD´s). Por exemplo, a renda dos consumidores. Assim, as mudanças nas condições de mercado – isto é, mudanças nos fatores que incidem sobre a demanda e a oferta, exceto o preço do bem em questão – motivam “deslocamentos” da curva de demanda, enquanto as variações no preço originam “movimentos” ao longo da curva. A curva de demanda ilustra a distinção entre os dois tipos de mudanças. O esquema também mostra as diferenças entre as mudanças ou os deslocamentos da curva de demanda e mudanças na quantidade demandada. Preço P₂ B . P₁ A . C . . D₂ D₁ Q₂ Q₁ Q₃ Quantidade da demanda Mudanças de demanda. Os movimentos ao longo da curva de demanda acontecem quando muda o preço (de A para B), enquanto os deslocamentos da demanda são produzidos quando se altera algum dos fatores, exceto o preço, incidem na demanda (de A para C). Alterações 0 nas preferências ν na renda ν 0 no preço de outros bens Mudanças na demanda Mudanças na quantidade demandada ↑ Alterações no preço Mudanças de demanda e mudanças na quantidade demandada . OS DESLOCAMENTOS DA CURVA DE OFERTA E SUA INCIDÊNCIA SOBRE O PREÇO E A QUANTIDADE DE EQUILÍBRIO Vamos analisar agora a incidência sobre o preço e a quantidade de equilíbrio de um deslocamento da curva de oferta em dois mercados diferentes – por exemplo, o do trigo e o da cevada. Suponhamos que o preço dos fertilizantes, o que implica diminuição dos custos de produção do trigo e da cevada. A incidência de uma redução de preço dos fertilizantes é representada mediante um deslocamento para a direita da curva de oferta de O₁ para O₂ nos dois gráficos da figura. Como os determinantes da demanda não variaram e as quantidades demandadas a todos os preços não foram afetadas pela redução dos custos de produção, as curvas de demanda não se deslocam. Como mostra a figura os preços de equilíbrio descendem de P₀ para P₁ , e as quantidades de equilíbrio aumentam de Q₀ para Q₁ . Assim um deslocamento na curva de oferta para a direita implica redução de preço e aumento da quantidade de equilíbrio. Preço Do trigo (R$ por kg) Mercado de trigo Q₀ P₀=1,00 Preço da cevada Q₁ → Q₀ P₀=1,00 P₁=0,50 Mercado da cevada Q₁ → P₁=0,70 D D Q₀=10 Q₁=12 Quantidade de trigo Q₀=5 Q₁=9 Quantidade de cevada (a) (milhões de kg) (b) (milhões de kg) Deslocamento da curva de oferta e seus efeitos sobre o preço e a quantidade de equilíbrio. Quando se reduz o preço do capital, os custos de produção diminuem e a curva de oferta desloca-se para a direita de O₀ para O₁ . A incidência sobre o preço e a quantidade de equilíbrio sobre cada mercado depende da inclinação da curva de demanda. Como se pode observar na figura, se inicialmente supomos que o preço do trigo e da cevada é de R$ 1,00 o quilo e se as curvas de oferta do trigo e da cevada sofrem um deslocamento parecido, o efeito sobre o preço e a quantidade de equilíbrio de ambos os mercados é muito distinto. Assim, dado que a curva de demanda de trigo é mais “vertical” que a da cevada, a variação sofrida pelo preço de equilíbrio é totalmente mais acentuada que o da cevada ( o preço de trigo passa de R$ 1,00 para R$ 0,50 e o da cevada passa de R$ 1,00 para R$ 0,70), enquanto a variação sofrida pela quantidade de equilíbrio é muito menor no caso do trigo que no do cevada ( de 10 milhões de quilos para 12 milhões de quilos, , no caso do trigo, e de 5 milhões de quilos para 9 milhões de quilos, no caso da cevada). Como podemos comprovar, o fator-chave da maior ou menor sensibilidade dos preços e a quantidade de equilíbrio ante um deslocamento da curva de oferta baseiam-se na inclinação da curva de demanda. AS VARIAÇÕES NOS PREÇOS E A ELASTICIDADE DA DEMANDA Todas as empresas sabem que, dada uma curva de demanda, a quantidade demandada será maior se baixarem os preços. Porém, se estes sobem, a quantidade demandada reduzirá. Uma informação de grande interesse às empresas é como as mudanças de preços afetam a receita total. O que os empresários querem saber é se as mudanças nos preços elevarão ou reduzirão a receita total, isto é, qual o resultado da multiplicação do preço pela quantidade vendida. Segundo o quadro, quando se reduz o preço de venda, passando de R$ 100,00 para R$ 80,00 a unidade, a quantidade demandada aumenta. De qualquer modo, o resultado para a empresa será muito diferente se estivemos no caso 1 ou no caso 2 . Em ambas as situações, a quantidade demandada aumenta, porém no caso 1 a receita total diminui, enquanto no caso 2 a receita aumenta em relação a situação inicial, na qual a empresa obtinha R$ 30.000,00 . O sentido da variação da receita total, quando muda i preço, depende da “sensibilidade da quantidade demandada”. Isso se expressa por meio do conceito da elasticidade da demanda. Variação dos preços em ingresso total Preço Situação inicial Situação final Caso 1 Caso 2 Receita total por (R$) 100 Quantidade demandada (ou vendida) por dia) 300 80 80 340 390 27.200 31.200 dia (R$) 30.000 ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA A elasticidade-preço da demanda (Ep) mede o grau em que a quantidade demandada responde às variações de preço de mercado e se expressa como quociente entre a variação percentual da quantidade demandada do bem, produzida por uma variação de seu preço em 1%, mantendo-se constantes todos os demais fatores que afetam a quantidade demandada. Para calcular a elasticidade de demanda (Ep), pode-se utilizar a seguinte expressão: Elasticidade da demanda Variação percentual da quantidade demandada = ........................................ Variação percentual = ∆Q .......... X 100 Q ......................... ∆P do preço ......... X 100 P Dado que a curva de demanda tem uma inclinação negativa, as variações de P e Q são no sentido contrário, pois o quociente da variação terá sinal negativo. Por isso, o valor da elasticidade geralmente é multiplicado por -1 para que se trabalhe com valores positivos. Além do mais, as variações estão expressas em porcentagem, pois a unidade em que o bem é medido não influi na elasticidade. Vamos aplicar essa fórmula para calcular a elasticidade da demanda de três empresas que vendem balas. Os quadros e a figura refletem, para dois valores reais de preço, a variação entre o preço das balas e a quantidade demandada de balas para cada uma das empresas, a partir dos quais se calcula o valor da elasticidade . Quadro Preço unitário das balas (R$) (P) R$ 0,05 R$ 0,03 Quadro Preço unitário das balas (R$) (P) Elasticidade da demanda da empresa Balas Sul S.A. Quantidade demandada (milhares de unidades (Q) 100 180 Variação percentual da quantidade demandada (∆Q/Q x 100) 80 X 100 100 Variação Percentual do preço (∆P/P x 100) 0,02 0,05 X 100 Elasticidade da demanda (EP) 80/100 0,02/0,05 ₌2 Elasticidade da demanda da empresa Balas Sufur S.A. Quantidade demandada (milhares de unidades Variação percentual da quantidade demandada Variação Percentual do preço (∆P/P x 100) Elasticidade da demanda (EP) R$ 0,03 R$ 0,02 (Q) 15 20 (∆Q/Q x 100) 5 X 100 15 0,01 0,03 X 100 5/15 0,01/0,03 ₌1 Para o caso da empresa Balas Sul S.A. (Quadro e Figura), quando preço das balas se reduza de R$ 0,05 a unidade para R$ 0,03, a quantidade vendida aumenta 80 mil unidades, passando de 100 mil para 180 mil unidades. Essas variações de preços e quantidade, aplicando a fórmula da elasticidade, nos dão uma elasticidade da demanda igual a 2. Quadro Preço unitário das balas (R$) (P) R$ 0,05 R$ 0,04 Elasticidade da demanda da empresa Balas Sufur S.A. Quantidade demandada (milhares de unidades (Q) 100 110 Variação percentual da quantidade demandada (∆Q/Q x 100) 10 X 100 100 Variação Percentual do preço (∆P/P x 100) 0,10 0,50 Elasticidade da demanda (EP) X 100 10/100 0,10/0,50 ₌ 0,5 De forma similar, calculam-se os valores da elasticidade de demanda correspondente às empresas de balas Sufur e Ácidas (Quadro e Figura). Preço unitário das balas (R$) 0,05 0,03 Preço unitário das balas (R$) Demanda elástica (Ep=2) 0,03 0,02 Demanda de elasticidade unitária ( Ep=1) Preço unitário das balas (R$) 0,03 0,02 Demanda inelástica (EP=0,5) 100 (a) 180 Quantidades de balas 15 (b) 20 Quantidades de balas (c) 100 110 Quantidades de balas Figura Elasticidade de demanda A demanda é elástica quando uma variação percentual do preço gera maior aumento percentual de qualidade; na figura a, a Ep é igual a 2. A elasticidade da demanda é unitária quando uma redução percentual no preço produz um aumento percentual igual ao da quantidade; na figura, b, Ep é igual a 1. A demanda é inelástica quando uma variação percentual do preço produz menor aumento percentual de quantidade; na figura c, Ep é igual a 0,5. 10.4.2 TIPOLOGIA DAS ELASTICIDADES DA DEMANDA Segundo os valores obtidos, ao aplicar a fórmula que define a elasticidade da demanda, podemos estabelecer a seguinte tipologia: ◊ A demanda é elástica se o valor numérico da elasticidade é maior que a unidade, isto é, se a variação na quantidade de percentualmente maior que no preço. Esse é o caso mostrado no Quadro 10.2 e na figura 10.5ª, isto é, o valor referido à empresa Balas Sul, para os dados contidos no quadro e na figura citada. ◊ A demanda tem elasticidade unitária se uma variação percentual do preço produz uma variação percentual de quantidade igual aquela. Para os valores mostrados no Quadro 10.3 e na Figura 10.5b, a elasticidade da demanda da empresa Balas Sufur é unitária. ◊ A demanda é inelástica se o valor numérico da elasticidade é menor que a unidade, isto é, se a variação na quantidade é percentualmente menor que a variação do preço. A elasticidade de demanda da empresa Balas Ácidas S.a, para os valores do Quadro 10.4 e da Figura 10.5c, é inelástica. 10.4.3 A ELASTICIDADE DA DEMANDA: CASOS EXTREMOS Os dois casos extremos que vamos considerar são: quando a demanda é perfeitamente inelástica e quando a demanda é perfeitamente elástica. ◊ A demanda inelástica – isto é, sua elasticidade é zero – quando, ao variar o preço, a demanda não mostra nenhuma resposta na quantidade demandada. Na figura 10.6a, aparece uma curva de demanda vertical, cuja elasticidade é zero. Quando uma pessoa diz: “tenho de conseguir a qualquer preço”, está afirmando que, para ela, a demanda do bem e perfeitamente inelástica. A elasticidade da demanda é infinita quando a curva de demanda é horizontal (Figura 10.6b). Os indivíduos estão dispostos a comprar quantidades ilimitadas ao preço P Esse tipo de curva de demanda representa (como veremos no capítulo seguinte) a situação que enfrenta uma pequena empresa em um grande mercado Bibliografia TROSTER, Roberto Luis. Introdução à Economia. 3ª Ed. Rio de Janeiro. Makron Books 2000 VASCONCELOS, Marco Antonio S. Fundamentos de economia. 3ª ed. São Paulo. Saraiva 2008 INTRODUÇÃO A ECONOMIA,Diversos autores.1ª ed. São Paulo: Atlas, 2007