As pessoas que apresentavam maneiras de viver diferentes, nem

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Título
Autor
VEREDAS DA LOUCURA: INCURSÕES NO COTIDIANO DE
USUÁRIOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, NUMA
COMUNIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB
Roseilda Maria da Silva
Orientador(es)
Rogério Humberto Zeferino Nascimento
Resumo
As pessoas que apresentavam maneiras de viver diferentes, nem sempre
foram consideradas loucas, os lugares indicados para estas eram a apreciação
à natureza, viagens para outras paisagens dentre outros. Os espaços
destinados ao enclausuramento são reorganizados quando a psiquiatria tornase ciência e a loucura é transformada em doença mental. Este momento
marca uma nova etapa no universo psiquiátrico, as pessoas antes com
desrazão passam a ser classificadas de loucas e ocuparem lugares específicos,
que ao mesmo tempo separavam e disciplinavam de acordo com uma ordem
moral de uma sociedade capitalista. Nestes espaços, estavam os legitimadores
desta ciência e os receptores de seus saberes, inquestionáveis, a princípio.
Sobre estes lugares vieram as discussões sobre suas maneiras de praticarem a
psiquiatria, de forma que no final do século XX se teve lentamente no Brasil
o desmonte destes espaços e a criação de outros, com perspectivas diferentes
das apresentadas nos hospitais psiquiátricos. Era o início de uma nova fase no
universo da loucura. Diante do exposto, este trabalho traz considerações
interessantes sobre momentos históricos na construção da loucura. Discute-se
o processo de Reforma Psiquiátrica em Campina Grande e apresenta, a partir
de incursões etnográficas na Comunidade das Flores, o cotidiano de uma
Estratégia Saúde da Família observando as pessoas de um grupo de saúde
mental. Ao longo da escrita foram apresentadas narrativas de pessoas com
experiências de internamento, a partir do diálogo com a literatura e as
pessoas com as quais se estabeleceu um convívio durante a pesquisa de
campo. A proposta é analisar como as pessoas do Grupo de Saúde Mental são
percebidas na Estratégia Saúde da Família e como vivem o seu cotidiano na
interação com os demais da comunidade após a Reforma Psiquiátrica em
Campina Grande-PB. Para a realização desta pesquisa foi imprescindível o
convívio com estas pessoas e o diálogo com outras ciências tais como a
história e a antropologia, bem como as interlocuções realizadas com outras
produções que trouxeram em seus debates discussões interessantes sobre
outras realidades no processo da Reforma Psiquiátrica. Mas, tiveram em seus
percursos abordagens metodológicas e lugares de pesquisa diferentes,
ressaltando assim, a singularidade desta pesquisa em eleger como lócus de
pesquisa uma comunidade urbana onde os seus moradores são atendidos pela
Estratégia Saúde da Família. Neste percurso procurou-se discutir o cotidiano
das pessoas do grupo de saúde mental e como se compreendem e são
compreendidas neste universo. A experiência etnográfica, junto as mesmas,
aproximou pesquisadora e participantes da pesquisa e colaborou nas
reflexões sobre as experiências de um cotidiano para além dos muros de uma
Unidade Básica Saúde da Família. As narrativas das personagens principais
desta pesquisa as diferenciam de outras, nesta puderam ser autores de suas
histórias, pois os discursos foram deles e não sobre eles.
Palavras-chave
Loucura. Reforma Psiquiátrica. Estratégia Saúde da Família. Grupo
Saúde Mental.
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