Instruções aos Autores de Contribuições para o SIBGRAPI

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CONCEPÇÕES DE POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA NO CONJUNTO
DE GÊNEROS DISCURSIVOS PRESENTES NA LIGA ACADÊMICA
DE ONCOLOGIA PREVENTIVA
GIACOMINI, Belisa Fucks1; MASTELLA, Veronice 2
Resumo: O presente trabalho apresenta resultados de um estudo desenvolvido com o
propósito de discutir a respeito do(s) processo(s) de Popularização da Ciência (doravante PC)
e identificar as concepções que norteiam esse processo em algumas ações de extensão da
Universidade de Cruz Alta (Unicruz). O objetivo principal da pesquisa, desenvolvida de
março de 2014 a fevereiro de 2015, por meio de um projeto PIBIC, foi analisar em que
medida os gêneros discursivos (BAKHTIN, 2011; BAZERMAN, 2005) presentes na Liga
Acadêmica de Oncologia Preventiva (LAOP) contemplam a concepção contemporânea de PC
(MOIRAND, 2003; MOTTA-ROTH, 2005). O estudo parte da premissa de que o acesso ao
conhecimento científico é um direito de todos. O processo de PC é um conjunto de diferentes
ações que se realizam por práticas sociais e discursivas com o propósito de aproximar pessoas
leigas do discurso da ciência. Tais práticas mediadas pela linguagem promovem o letramento
científico, além de propiciar a inclusão de todos em discussões referentes aos benefícios do
conhecimento desenvolvido pela ciência.
Abstract: This paper presents results of a study conducted in order to discuss about (s)
method(s) for the Popularization of Science (PC) and identify the concepts that guide this
process in some extension actions at the University of Cruz Alta (Unicruz). In this research,
developed from March 2014 to February 2015, through a PIBIC project, the main objective
was to analyze the extent to which genres (BAKHTIN, 2011; BAZERMAN, 2005) in the
Academic League of Preventive Oncology (LAOP) include the PC of contemporary
conception (MOIRAND, 2003; MOTTA-ROTH, 2005). The study starts from the premise that
access to scientific knowledge is a right for all. The PC process is a set of different actions
that are carried out by social and discursive practices in order to bring lay people the discourse
of science. Such practices mediated by language promote scientific literacy, as well as
providing the inclusion of all discussions concerning the benefits of the knowledge developed
by science.
Palavras-Chave: Popularização. Ciência. Gêneros discursivos.
Keywords: Popularization. Science. Genres discourse.
1
2
Acadêmica do curso de Jornalismo, bolsista PIBIC-UNICRUZ. E-mail: [email protected]
Professora do Curso de Jornalismo da Unicruz, orientadora do projeto, líder do grupo de pesquisa CIPECOM
(Unicruz), linha de pesquisa Midia, Cultura e Sociedade; doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras
da Universidade Federal de Santa Maria (PPGL-UFSM), linha de pesquisa Linguagem no Contexto Social.
Email: [email protected]
INTRODUÇÃO
Nas universidades brasileiras é possível constatar uma preocupação cada vez maior
com a socialização do conhecimento científico. Incentivos e também exigências
governamentais tem levado a universidades a desenvolverem suas ações por meio do tripé
ensino, pesquisa e extensão. Se o ensino e a pesquisa constroem e disseminam o
conhecimento em âmbito mais restrito, a extensão dedica-se a socializar o conhecimento
científico aonde normalmente ele não chega.
São inúmeras as instituições que se dedicam a cuidar da saúde da população
brasileira e as universidades vem tendo um papel fundamental, especialmente no que se refere
à socialização de conhecimento acerca da prevenção/diagnóstico/tratamento de doenças. Com
esse propósito foi criada Liga Acadêmica de Oncologia Preventiva (LAOP). A LAOP é um
projeto de extensão que tem como propósito principal oportunizar a diferentes setores da
comunidade, o acesso ao conhecimento a respeito do câncer - uma doença grave, responsável
por muitas mortes prematuras, mas que em muitos casos pode ser curada em muitos dos casos
quando diagnosticada precocemente. Assim, o conhecimento é uma importante estratégia para
prevenir ou possibilitar o diagnóstico e tratamento o mais cedo possível. A socialização de
tais conhecimentos se dá principalmente pela circulação de informações, ou seja, por meio de
práticas sociais e discursivas que popularizam a ciência.
“Popularizar o conhecimento científico é contribuir para o desenvolvimento
social e a ampliação da cidadania. (...) A pesquisa científica gera
conhecimentos, tecnologias e inovações que beneficiam toda a sociedade.
No entanto, muitas pessoas não conseguem compreender a linguagem
utilizada pelos pesquisadores” (CNPq, 2013).
As afirmações acima, publicadas no site do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), enfatizam a importância da socialização do conhecimento,
reconhecem a centralidade da linguagem como viabilizadora desse processo e nos desafiam a
encontrar percursos mais adequados para alcançarmos plenamente os propósitos da
Popularização da Ciência. Embora uma revisão conceitual de PC possa nos levar a expressões
como “vulgarização da ciência”, “divulgação científica”, “alfabetização científica” – muitas
vezes usadas equivocadamente como sinônimos – todas estão relacionadas com à questão do
acesso ao conhecimento científico, fio condutor que liga todos esses termos à palavra ciência.
Assim, é possível dizer que popularizar a ciência é uma prática social e discursiva
que envolve [...]“a recontextualização do discurso científico para uma audiência de não
especialistas, com a função de relatar novas pesquisas, explicando conceitos e princípios e
ressaltando o significado social das descobertas científicas e tecnológicas” (MOTTA-ROTH,
2009, p.6). Para a pesquisadora o processo de PC tem três eixos que o justificam:
1) o dever dos meios de comunicação (mais e menos acadêmicos) de
informar a sociedade sobre o avanço do conhecimento; 2) a
responsabilidade do mediador em explicar princípios e conceitos para que a
sociedade avance na transformação conjunta do conhecimento; e 3) a
necessidade de a sociedade entender a relevância da pesquisa para que
continue financiando a empreitada científica (MOTTA-ROTH, 2009b,
p.139-140).
Independente da área de conhecimento científico (naturais, exatas, humanas, sociais
aplicadas) o processo de PC requer o uso de linguagem(ens). O acesso ao conhecimento proporcionado ou conquistado - se dá por meio de processos de comunicação e tais processos
só se viabilizam por meio de um sistema linguístico, ou seja, um “potencial de significados” à
disposição dos falantes ou escreventes para “dar sentindo a nossa experiência e para realizar
nossas interações com outras pessoas” (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2004, p.24). Para
Fairclough (2003, p. 135) é a linguagem que nos possibilita construir representações de
“aspectos do mundo físico (seus processos, objetos, relações, parâmetros espaciais e
temporais), aspectos do ‘mundo mental’ de pensamentos, sentimentos, sensações (...) e os
aspectos do mundo social”. O autor observa que o mundo social também pode ser
representado de “uma forma mais generalizada e abstrata em termos de estruturas, relações,
tendências e assim por diante” (ibidem). As representações (que estão no âmbito das ideias)
são construídas nas interações sociais (sejam elas face a face ou mediadas e/ou midiatizadas)
quando “o sistema de uma língua é ‘instanciado’ sob a forma de texto” (HALLIDAY &
MATTHIESSEN, 2004, p.26).
As interações sociais ou “ação recorrente e significativa” (MILLER, 2009, p.45) que
ocorrem pela instanciação de um sistema linguístico - seja ele verbal (escrito ou oral) ou até
mesmo imagético – podem ser definidas como gêneros discursivos ou o que Bakhtin (2011,
p.262) conceituava como “tipos relativamente estáveis de enunciados” que podem surgir e
serem organizados e reorganizados, numa comunidade linguística, a partir de determinados
propósitos. Assim, um gênero discursivo é constituído por duas dimensões: o discurso e o
texto. O discurso expressa valores, ideias e pode ser investido de ideologias3 e refletir
hegemonias4, enquanto o texto é a realização linguística onde se materializa o discurso. Para
Miller (2009, p.49) é possível caracterizar uma cultura através de seu conjunto de gêneros,
isto é, um “sistema de ações e interações que possui funções e lugares sociais específicos,
como também valor ou função repetitiva e recorrente”. Bazerman (2005, p.31) salienta que os
gêneros emergem nos processos sociais em que pessoas tentam compreender umas às outras
suficientemente bem para coordenar atividades e compartilhar significados com vistas a seus
propósitos práticos.
Assim, a partir dos pressupostos teóricos explicitados, nossa proposta de pesquisa foi
identificar no conjunto de gêneros discursivos presentes na comunidade linguística LAOP que
práticas sociais e discursivas se coadunam com a concepção contemporânea de PC. Autores
como Beacco (2002), Moirand (2003), Motta-Roth (2009) entendem que o modelo
contemporâneo de PC prevê uma dinâmica em que cada descoberta científica é analisada por
inúmeros pontos de vista, portando diferente da visão tradicional em que o conhecimento flui
unilateralmente dos centros de pesquisa para sociedade e na qual só o cientista tem direito a
voz para definir o conteúdo e a dinâmica do fazer científico. Na concepção contemporânea de
PC abre-se espaço para a discussão, a avaliação e a conscientização social a respeito dos
avanços científicos.
Por meio da conscientização social torna-se possível criar condições para a produção
de um novo discurso sobre ciência que, “em vez de explanar a ciência, explica o significado
social de eventos científicos e tecnológicos recentes, os quais, efetivamente, alcançam
dimensões políticas” (MOIRAND, 2003, p. 197). Nessa perspectiva, o conhecimento é
construído, circula, é validado e é consumido dentro de um determinado contexto social, não
mais num processo de difusão ou transmissão, mas de negociação em que diferentes
comunidades de prática podem oferecer, portanto, diferentes formas de conhecimento sem que
uma invalide a outra. Semelhantemente à polifonia proposta por Bakhtin (2008), no modelo
3
Para Fairclough (2001, p.117) ideologias “são significações/construções da realidade (o mundo físico, as
relações sociais, as identidades sociais) que são construídas em várias dimensões das formas/sentidos das práticas
discursivas e que contribuem para a produção, reprodução ou a transformação das relações de dominação”.
4
Hegemonia, na perspectiva de Fairclough (2001, p.122), é “a construção de alianças e a integração, muito mais
do que simplesmente a dominação de classes subalternas, mediante concessões ou meio ideológicos para ganhar
seu consentimento”.
contemporâneo de PC ”há uma multiplicidade de vozes nesses textos que promovem o debate,
o confronto de ideias e possibilitam a explicação de novos conceitos e a avaliação do
significado de novas pesquisas para a sociedade” (MOTTA-ROTH, 2009, p.139). Portanto, na
visão contemporânea de PC, o conhecimento não pode ser entendido com um bem unicamente
dos cientistas, mas da sociedade. Nesse contexto, a mídia (aqui entendida como o conjunto de
meios de comunicação de massa) e as universidades são consideradas espaços privilegiados de
socialização, democratização e popularização do conhecimento.
Assim como outras universidades, a Universidade de Cruz Alta (Unicruz) desenvolve
atualmente inúmeros projetos que em certa medida buscam aproximar a sociedade - em
especial os grupos mais periféricos - do conhecimento científico. Dentre eles, a Liga
Acadêmica de Oncologia Preventiva (LAOP). Criada em 2011, a LAOP iniciou suas
atividades reunindo professores e alunos dos cursos de Biomedicina e Comunicação Social
(hoje curso de Jornalismo). Entre seus objetivos, conforme consta em seu projeto de criação,
está “sistematizar e divulgar numa linguagem simples e acessível a diferentes públicos,
conhecimentos referentes a medidas preventivas contra o câncer, bem como estimular a
população a realizar exames preventivos” (projeto de extensão LAOP, 2011). As ações se dão
por meio da realização de encontros para aprofundamento e discussão do tema, planejamento
das atividades a serem desenvolvidas com o público alvo (alunos, professores e funcionários
da Unicruz, escolas, clube de mães, grupo de terceira idade, Liga Feminina de Combate ao
Câncer de Cruz Alta) e elaboração de material informativo, inclusive na forma de jogos
educativos. Essa breve descrição das atividades da LAOP nos permite antever a riqueza do
seu sistema de gêneros discursivos e procurar analisar quais gêneros são mais adequados para
o desenvolvimento da concepção contemporânea de PC.
Na concepção Tradicional de PC “a ciência é considerada uma fonte ativa de
conhecimento de conhecimento e a audiência é vista como receptora desinformada e passiva”.
(WHITLEY, 1985 apud MILLER, 2009, p. 260). Assim, determinadas informações de áreas
especializadas do conhecimento, não chegam ao público leigo, pela suposta hierarquia que é
mantida por cientistas e professores, que adotam a postura de únicos detentores do poder de
avaliar e expandir tal conhecimento. E quando esse conhecimento é disseminado há um
processo unidirecional.
Na concepção contemporânea de PC - Autores como Beaco (2002), Moirand (2003),
Motta-Roth (2009) entendem que o modelo prevê uma dinâmica em que cada descoberta
científica é analisada sob vários pontos de vista, portanto diferente da visão tradicional.
Contrária à visão tradicional, abre-se espaço para a discussão, a avaliação e a conscientização
social a respeito dos avanços científicos. Ao atingir e conquistar a opinião pública, a
popularização permite que a ciência seja debatida por diferentes segmentos da sociedade:
centros de pesquisa, universidades, governo, empresas privadas, órgãos não governamentais,
público geral, proporcionando aprendizagem e formação de opiniões (BEACCO et al., 2002
apud MOTTA-ROTH; LOVATTO, 2009, p. 247).
METODOLOGIA
O estudo adotou uma concepção metodológica considerada como reivindicatória e
participativa (CRESWELL, 2010). Nessa forma de investigação, “a ação participativa é
dialética e se concentra em produzir mudanças na prática (...) e é colaborativa, porque é uma
investigação realizada com outras pessoas, em vez de sobre ou para outras pessoas”
(KEMMIS e WILKINSON, 1998 apud CRESWELL, 2010, p.33).
Considerando as finalidades e níveis de pesquisa, situamos esta proposta como uma
investigação exploratório-descritiva que, habitualmente, é realizada pelos pesquisadores
sociais “preocupados com a atuação prática” (GIL, 1999, p.44). Enquanto as pesquisas
descritivas são adequadas para estudar características de um determinado grupo social, as
pesquisas exploratórias têm como finalidade principal de:
“desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a
formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para
estudos posteriores (...) o produto final deste processo passa a ser um
problema mais esclarecido, passível de investigação mediante
procedimentos mais sistematizados” (GIL, 1999, p.43).
Já, considerando os métodos (meios técnicos) de investigação, o estudo adotou o
método observacional aliando duas técnicas para a coleta de dados: a observação participante
e a entrevista. A observação participante é a técnica “pela qual se chega ao conhecimento da
vida de um grupo a partir do interior dele mesmo” (GIL, 1999, p. 113), enquanto a entrevista é
adequada para a obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, crêem, esperam,
sentem, desejam, pretendem fazer e fazem. (GIL, 1999, p.117).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No desenvolvimento do estudo, procuramos inicialmente nos apropriarmos
conceitualmente das três conceitos fundamentais para a pesquisa: Gêneros Discursivos,
Concepção Tradicional de Popularização da Ciência e Concepção Contemporânea de
Popularização da Ciência. Após o aprofundamento teórico das concepções de PC, passamos a
acompanhar inúmeras ações da LAOP a fim de identificar os gêneros discursivos.
Identificamos que entre os gêneros discursivos mais frequentes são reuniões de planejamento,
palestras, elaboração de folders, cartilhas e outros materiais informativos. As reuniões de
planejamento envolvem apenas professores e alunos que integram a LAOP. Nas demais ações
(ou práticas sociais e discursivas) se estabelece um novo processo de PC bem mais amplo, ou
seja, entre a LAOP que é constituída por especialistas (professores da área oncológica) e
especialista em formação (alunos dos cursos de Biomedicina) e o publico leigo. Esses
processos de PC mais amplos ocorrem em ações como palestras em escolas, no Hospital São
Vicente, em empresas como a CIDUSA, feiras (Feira das Profissões e Fenatrigo) para um
público especifico e direcionado e também em interações sociais entre os membros da LAOP
e transeuntes em espaços públicos como o calçadão. Nas ações não direcionadas a um público
especifico são distribuídos folders e outros materiais com informações sobre diferentes tipos
de câncer. Todas essas ações se constituem em práticas sociais e discursivas e, portanto,
gêneros discursivos.
Ao contrastarmos essas práticas com as concepções de PC (tradicional e a
contemporânea) identificamos duas situações distintas. As ações da LAOP como distribuição
de folders e outros materiais informativos sobre a doença estão situadas numa visão
tradicional de PC, pois são práticas sociais e discursivas que não possibilitam espaços de
discussão. O conhecimento é compartilhado de modo hierárquico e unidirecional, ou seja,
daqueles que detém o conhecimento científico para os que não o detém. É o caso de ações
desenvolvidas durante a Fenatrigo de 2014 (Figura 1) quando alunas que integram a LAOP
distribuíram cartilhas e folders com informações sobre formas de prevenção e diagnóstico a
respeito de diferentes tipos de câncer.
Figura 1 – Distribuição de folders e cartilhas por membros da LAOP na XI Fenatrigo
Outras ações, no entanto, como as palestras abre-se o espaço para a discussão do
conhecimento que está sendo compartilhado. Embora ainda se estabeleça uma relação
assimétrica (palestrantes detém um conhecimento maior sobre o assunto) há espaço para troca
de dúvidas, de experiências e para a discussão a respeito do conhecimento que está sendo
compartilhado. Um exemplo é a palestra realizada na IV Semana Interna de Prevenção de
Acidentes de Trabalho (SIPAT) na Companhia Industrial e Desenvolvimento Urbano de Cruz
Alta (CIDUSA), no dia 04 de agosto de 2014.
Nesta ação, ilustrada pela Figura 2, foram socializados conhecimentos sobre os tipos
de câncer específicos de cada gênero, em momentos alternados: câncer de mama e o câncer de
colo de útero (para as mulheres) e câncer de próstata e o câncer de testículo (para homens).
Figura 2- Palestra sobre tipos de câncer na Companhia Industrial e Desenvolvimento Urbano de Cruz Alta.
Nesse cenário atual verificamos uma mudança, mesmo que ainda tímida referente a
esse processo. Universidades tem se aberto cada dia mais para a participação da comunidade
em suas ações, em busca de proporcionar uma proximidade do conhecimento científico das
pessoas que não atuam especificamente em determinadas áreas do saber, neste caso,
conhecimentos sobre o câncer.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise das ações da LAOP da Unicruz em diferentes ambientes como
praças, hospitais e escolas do município, é possível concluir que os gêneros discursivos
predominantes ainda mantém a concepção tradicional de PC. No entanto algumas ações que
oportunizam espaços de discussão, especialmente o gênero discursivo palestra, se aproxima da
concepção contemporânea uma vez que o conhecimento é socializado e discutido entre os
especialistas, especialistas em formação (acadêmicos de Biomedicina) e o público leigo,
resultando muitas vezes em uma efetiva troca de experiências e discussão a respeito de como
o conhecimento produzido sobre o câncer pode ajudar na prevenção, diagnóstico e tratamento
da doença.
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