aplicabilidade da radiografia panorâmica - TCC On-line

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1
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Jilmara de Fátima Coldebella
APLICABILIDADE DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA
CURITIBA
2011
2
APLICABILIDADE DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA
Curitiba
2011
3
Jilmara de Fátima Coldebella
APLICABILIDADE DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA
Monografia
apresentada
ao
curso
de
Especialização em Radiologia Odontológica e
Imaginologia da Universidade Tuiuti do Paraná
como requisito parcial para obtenção de título de
Especialista em Radiologia Odontológica e
Imaginologia.
Orientadora: Lígia Aracema Borsato
CURITIBA
2011
4
TERMO DE APROVAÇÃO
Jilmara de Fátima Coldebella
APLICABILIDADE DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA
Esta monografia foi julgada e aprovada pela banca examinadora para obtenção do grau de
Especialista em Radiologia Odontológica e Imaginologia da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 14 de abril de 2011.
Especialização em Radiologia Odontológica e Imaginologia
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientadora: Profa.MSc Lígia Aracema Borsato
Profa. MSc Ana Cláudia Galvão de Aguiar Koubik
5
SUMÁRIO
RESUMO...................................................................................................................VII
ABSTRACT...............................................................................................................VIII
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................9
1.1. OBJETIVOS........................................................................................................12
1.1.1. Objetivo Geral...................................................................................................12
1.1.2. Objetivo Específico...........................................................................................12
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................13
3. DISCUSSÃO..........................................................................................................33
4. CONCLUSÃO........................................................................................................37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................38
6
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – CARCINOMA EPIDERMÓIDE .................................................14
FIGURA 2 – CISTO ÓSSEO SOLITÁRIO.....................................................15
FIGURA 3 – ATEROMAS EM CARÓTIDAS .................................................18
FIGURA 4 – CALCIFICAÇÃO DA ARTÉRIA CARÓTIDA ............................19
FIGURA 5 – ATEROMAS .............................................................................20
FIGURA 6 – DENTIÇÃO MISTA ...................................................................24
FIGURA 7 – PROCESSO ESTILÓIDE ALONGADO ....................................25
FIGURA 8 – AMELOBLASTOMA .................................................................26
FIGURA 9 – TRAÇADO PARA IMPLANTE ..................................................27
FIGURA 10 – ALTERAÇÃO DO PROCESSO ESTILÓIDE ..........................28
FIGURA 11 – DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA FLORIDA............................29
FIGURA 12 – OSTEOCONDRITE DISSECANTE ........................................30
FIGURA 13 – CALCIFICAÇÃO EM TECIDOS MOLES ................................31
7
RESUMO
O objetivo desse trabalho é apresentar as aplicações das radiografias panorâmicas,
demonstrando sua utilidade e importância dentro da clínica diária envolvendo a
saúde bucal e geral do individuo em questão, utilizando como fonte a pesquisa
bibliográfica. Enfatizando as inúmeras aplicabilidades das radiografias panorâmicas
em diversas áreas de atuação, dentro da clínica odontológica em geral e também no
diagnóstico inicial de outras doenças locais e sistêmicas do indivíduo. Conclui-se
que apesar de existirem métodos mais elaborados de diagnósticos e hoje estarem
mais acessíveis, ainda temos na radiografia panorâmica um exame de excelente
utilidade e aplicação, devendo ser utilizada principalmente para o diagnóstico inicial
e diferencial, é através dela que ditaremos as demais diretrizes para cada caso.
Palavras-chave: recursos imaginológicos, radiografia panorâmica, diagnóstico.
8
ABSTRACT
The objective of this paper is to present applications of panoramic radiographs,
demonstrating its usefulness and importance in the daily clinical involving the oral
and general health of the individual in question, using as source the literature.
Emphasizing the many possible application of panoramic radiographs in several
areas within the dental clinic in general and also in the initial diagnosis of other local
and systemic diseases of the individual. It is concluded that although there are more
elaborate methods of diagnosis and are more affordable today, we still have an exam
in the panoramic radiograph of excellent utility and application, and should primarily
be used for initial diagnosis and differential, it is through her that the other guidelines
dictate for each case.
Key Words: imaging resources, panoramic radiographs, diagnosis.
9
1. INTRODUÇÃO
A radiografia panorâmica foi idealizada em 1948 pelo Dr. Ott (Suíça) com o
intuito de obter a imagem total dos dentes num único exame radiográfico, a partir
dessa idéia houve aprimoramentos na técnica e nos aparelhos chegando à fase
atual em que nos encontramos. Hoje a radiografia panorâmica ou ortopantomografia
é um importante exame radiográfico utilizado para o diagnóstico e planejamento
terapêutico das doenças dos dentes, ossos da face e estruturas adjacentes.
(ALMEIDA et al., 1995)
A importância do exame radiográfico como método auxiliar de diagnóstico foi
estabelecida desde sua descoberta. (SEWELL et al., 1999) A
radiografia
panorâmica é um dos exames radiográficos mais utilizados na rotina odontológica,
apesar de ter um baixo grau de detalhamento é um exame que apresenta algumas
vantagens
em relação às técnicas intra-bucais e a outros exames de imagem,
como baixa taxa de radiação recebida pelo paciente na execução do exame,
pequeno custo, facilidade na execução da técnica e possibilidade de visualização
total dos arcos dentários em uma única película mostrando uma extensa imagem
com inúmeros elementos. (FREITAS e MONTEBELLO FILHO, 2004; LIMA, 2006;
GARTNER e GOLDENBERG, 2009)
O exame radiográfico é essencial na clínica odontológica, como o principal
complemento ao diagnóstico, planejamento e monitoramento de tratamentos.
10
(LANGLOIS el al., 2007) A radiografia panorâmica proporciona subsídios adequados
para avaliação da maioria dos procedimentos odontológicos. (VICCI E CAPELOZZA,
2002) E por ser um exame que possibilita a avaliação dos terços médio e inferior da
face e porção cervical da coluna vertebral, com visualização das estruturas ósseas,
dentárias e áreas de tecidos moles adjacente tem uma enorme gama de atuação,
tanto na área da odontologia como na área de saúde geral do indivíduo. (LAGES et
al., 2006)
Como toda técnica radiográfica possui vantagens e desvantagens, mas, é
importante ressaltar a importância das imagens visualizadas e que contribuem para
identificação de alterações odontológicas e alterações não relacionadas diretamente
com a odontologia. (SENA et al., 2008)
Dentre as alterações odontológicas que podem ser visualizadas nas
panorâmicas
temos
as
relacionadas
aos
dentes
como
alterações
de
desenvolvimento e processos inflamatórios e também as relacionadas com os ossos
do complexo maxilomandibular. Nestas alterações podem estar presentes lesões
ósseas benignas e malignas, como cistos odontogênicos, não odontogênicos e
pseudo-cistos, tumores odontogênicos, patologias ósseas e neoplasias malignas.
Além de alterações e ou patologias relacionadas com a articulação temporomandibular e alterações no complexo estilo-hióide, podendo todas essas alterações
ser encontradas em exames de rotina. (AMORIM e FREITAS, 2003; LAUREANO,
2003; CAMPOS et al., 2008)
Considerando as alterações não relacionadas diretamente com a odontologia
que podem ser diagnosticadas por meio da radiografia panorâmica temos a
osteoporose, por se tratar de um problema de saúde pública a identificação de
11
indivíduos com baixa densidade mineral óssea e alto risco á fraturas associada à
osteoporose, viabiliza-se a aplicação da radiografia panorâmica em âmbito social,
por ser um método amplamente disponível e de baixo custo, capaz de expressar as
alterações morfológicas da mandíbula decorrentes da idade. (LEITE et al., 2008)
Para PONTUAL et al. (2010) existem grandes possibilidades do cirurgião
dentista se deparar com achados radiográficos num exame de radiografia
panorâmica, dentre eles as calcificações patológicas encontradas na região de ramo
mandibular, tais como sialolitos, tonsilolito, calcificações de linfonodos e de vasos
sanguíneos.
Entre esses achados podemos encontrar imagens radiográficas em
panorâmicas de calcificações patológicas de possíveis alterações não diretamente
relacionadas com a Odontologia, como as placas de ateromas na artéria carótida. As
calcificações na artéria carótida podem ser observadas em exames por indicação
odontológica. Sendo considerados achados acidentais e, constituem-se em recursos
adicionais
na
prevenção
de
eventos
cardiovasculares
e
vasculocerebrais.
(ALBUQUERQUE et al., 2005)
O objetivo do presente estudo é realizar uma revisão de literatura em que
constem as aplicações das radiografias panorâmicas, demonstrando sua utilidade e
importância dentro da clínica diária envolvendo a saúde bucal e geral do indivíduo
em questão.
12
1.1. OBJETIVOS
1.1.1. Objetivo Geral
Realizar uma revisão de literatura onde constem as aplicações das
radiografias panorâmicas, demonstrando sua utilidade e importância dentro da
clínica diária envolvendo a saúde bucal e geral do indivíduo em questão.
1.1.2. Objetivo Específico
Por meio de levantamento bibliográfico descrever as utilizações das
radiografias panorâmicas relatando suas vantagens e aplicabilidades.
13
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Sewell et al., (1999) demonstraram que, com o aperfeiçoamento dos
aparelhos e com o controle de qualidade radiográfica, a radiografia panorâmica
pode ser utilizada tanto quanto a periapical para determinadas interpretações,
confirmando a sua viabilidade de utilização para avaliação de dentes tratados
endodonticamente, principalmente para região posterior, e não somente nos casos
de limitação de técnica para periapicais, visto que as informações fornecidas por
uma radiografia panorâmica mesmo sendo sugestivas são decisivas para a
realização ou não de um determinado tratamento.
Carvalho (2000) avaliou a confiabilidade da radiografia panorâmica para uso
de medidas verticais, horizontais e angulares feitas em um dos lados da mandíbula
para avaliação do crescimento da maxila e mandíbula. Por meio de medidas
executadas em radiografias panorâmicas, concluiu que existe simetria de área e
perímetro entre as imagens do lado direito e esquerdo da mandíbula. Mas para tanto
deve se obter essa radiografia com máxima perfeição de técnica e processamento
para se obter uma imagem com qualidade e perfeição.
Almeida et al., (2001) observaram em sua pesquisa por meio de estudo com
mandíbulas maceradas e lesões periapicais produzidas por instrumentos rotatórios
que a radiografia panorâmica, apesar de não ser o exame radiográfico mais indicado
para o caso é um método
confiável para o diagnóstico de lesões apicais,
14
principalmente na região dos molares, uma vez que os ápices destes dentes se
localizam no corte tomográfico destas radiografias. Por meio do diagnóstico inicial
das lesões periapicais pela análise das radiografias panorâmicas são indicados
exames complementares e tratamentos específicos.
Pereira (2001) demonstrou em seu estudo a correlação dos aspectos
radiográficos como, localização e extensão do carcinoma epidermóide, infiltração
óssea e de tecidos moles e destruição das corticais, obtidos em radiografias
panorâmicas (Figura 1) com os encontrados em tomografias computadorizadas.
Concluindo que a tomografia computadorizada é a técnica mais indicada para
diagnóstico e planejamento do tratamento dos carcinomas epidermóides. Entretanto,
a radiografia panorâmica, pode ser um exame auxiliar no diagnóstico inicial.
FIGURA 1. CARCINOMA EPIDERMÓIDE. Radiografia Panorâmica. Lesão pouco nítida e de margens
imprecisas, localizada no ramo ascendente da mandíbula, do lado esquerdo, e destruição óssea.
(PEREIRA, 2001)
Vicci e Capelozza (2002) mostram que a radiografia panorâmica proporciona
subsídios adequados para a avaliação da maioria dos procedimentos odontológicos,
sendo um exame indispensável na rotina clínica. Por meio dela podemos detectar
15
lesões nos dentes e ossos das arcadas dentárias devido à ampla cobertura da área
examinada em uma única tomada radiográfica.
Moreira et al., (2002) desenvolveram um trabalho mostrando a importância
da radiografia panorâmica como auxiliar no diagnóstico inicial e como suporte no
andamento do processo terapêutico num caso de neoformação óssea induzida por
erupção ortodôntica forçada. Devido à rapidez do tratamento com ganhos de tecido
ósseos e gengivais significativos por meio da erupção ortodôntica, a avaliação
radiográfica panorâmica é de extrema importância tanto no diagnóstico inicial como
nas etapas evolutivas do caso, já que nos mostra com clareza os reais avanços do
tratamento. Promovendo dessa forma um tratamento mais seguro e eficiente.
Laureano Filho et al., (2003) descreveram o cisto ósseo solitário relatando
em seu trabalho ser uma entidade geralmente encontrada em exames radiográficos
de rotina devido a sua característica silenciosa, sem sintomatologia (Figura 2). O
diagnóstico só pode ser estabelecido após exploração cirúrgica da cavidade. Sendo
assim, fica salientada a importância do exame radiográfico de rotina, principalmente
pela radiografia panorâmica uma vez que abrange um amplo campo de visão,
podendo ser visualizado lesões como esta.
16
FIGURA 2. CISTO ÓSSEO SOLITÁRIO. Radiografia Panorâmica. Lesão envolvendo raízes dos
elementos 36 ao 41.(LAUREANO FILHO et al., 2003)
Freitas e Montebello Filho (2004) avaliaram métodos de traçados para
implantes em radiografias panorâmicas utilizando esses exames radiográficos para
mensuração de medidas ósseas para base de diagnóstico e planejamento de
implantes dentários. Mostrou-se que os métodos podem ser desenvolvidos sob as
radiografias panorâmicas descontando a magnificação de cada aparelho e que o
método manual é mais confiável que o método computadorizado, o qual deve ser
usado com cautela e por manipulador treinado.
Iwaki (2004) desenvolveu um trabalho para verificar a magnificação em
radiografia panorâmicas referentes a implantes e analisou que alguns casos de
implantes são planejados somente com o auxílio de radiografias intrabucais e
extrabucais, outros com tomografias convencionais e computadorizadas.
A
indicação do método radiográfico é baseada na quantidade de implantes
necessários, dose de radiação para o paciente, confiabilidade do exame e
principalmente o binômio custo-benefício. O exame considerado ideal é aquele que
atenda a todos esses requisitos. Apesar de existir vários métodos mais modernos de
diagnóstico por imagem a radiografia panorâmica tem sido um dos principais
métodos de diagnóstico na odontologia. A implantodontia é uma das especialidades
que mais utiliza a radiografia panorâmica no exame inicial do paciente, entretanto
para que se possa obter máximo de aproveitamento na interpretação, faz-se
necessário um exame de boa qualidade envolvendo um perfeito posicionamento do
paciente.
17
Pena et al., (2004) descreveram um distúrbio genético que exibe padrão de
hereditariedade autossômica dominante chamado de querubismo, uma lesão
benigna que acomete os maxilares geralmente de forma simétrica, provocando
deformidades faciais com sua maior expressão na infância. Essa doença tem seu
diagnóstico conclusivo através de peculiaridades clínicas e radiográficas, sendo a
radiografia panorâmica de grande valia para tal diagnóstico, uma vez que
histologicamente se assemelha a outras patologias. Radiograficamente manifestase como múltiplas imagens radiolúcidas bem delimitadas, com epicentro na região
de gônio, envolvendo maxila e mandíbula quase totalmente. Ao ser detectado
características patognomônicas da doença o primeiro exame sugerido é a
radiografia panorâmica que é bastante útil para determinar a indicação de outros
exames complementares mais elaborados como tomografia computadorizada,
ressonância magnética e cintilografia óssea para conclusão do diagnóstico e
definição da conduta clínica.
Souza et al., (2004) relataram a importância da radiografia panorâmica na
detecção de ateromas em artéria carótida devendo essa radiografia ser analisada
em sua totalidade, estruturas dentárias, ósseas e adjacentes, já que muitos
problemas mais sérios podem ser evitados com um perfeito diagnóstico e
encaminhamento.
Radiograficamente as placas ateromatosas calcificadas da
bifurcação da artéria carótida possuem localização e aparência características que
se distinguem das demais calcificações da região (Figura 3). São irregulares,
heterogêneas, únicas ou múltiplas em alinhamento vertical difuso, localizadas
geralmente entre as vértebras cervicais C3 e C4. A detecção precoce de tais
calcificações é de suma importância para saúde do individuo, devendo todo
profissional ser capaz de realizar o diagnóstico diferencial. Esses pacientes
18
apresentam características clínicas específicas (sexo, idade, hábitos, doenças préexistentes), as quais devem ser consideradas, mas na grande maioria das vezes,
apresentam-se assintomáticos, sendo considerados de alto risco a alterações
cardiovasculares. Dessa forma uma perfeita avaliação da radiografia panorâmica
pode reduzir a incidência de infartos e acidentes vasculares cerebrais.
FIGURA 3. ATEROMAS EM CARÓTIDAS. Radiografia panorâmica. Calcificações localizadas na
região de bifurcação das carótidas (setas). (SOUZA et al., 2004)
Albuquerque et al., (2005) ressaltaram que devemos considerar a importância
das imagens radiográficas panorâmicas
na identificação de alterações não
diretamente relacionadas a Odontologia, entre esses achados está a placa de
ateroma na artéria carótida. A bifurcação da artéria carótida comum em carótida
externa e carótida interna se dá freqüentemente na altura da borda superior da
lâmina da cartilagem tireóide e da quarta vértebra cervical. O ponto de divisão ocorre
geralmente 3 cm ou menos abaixo da borda inferior da mandíbula sendo assim uma
região passível de observação em radiografias panorâmicas (Figura 4). As
calcificações de placas ateromatosas observadas em radiografias panorâmicas são
achados acidentais que devem ser diferenciados das imagens de estruturas
anatômicas e patológicas radiopacas que podem estar presentes nessa região.
Dentre as estruturas anatômicas e patológicas possíveis de visualização nesta
19
mesma região temos as cartilagens tritíceas (nódulos localizados na margem
posterior da membrana tireo-hióidea), o osso hióide (imagem radiopaca bilateral,
horizontal, localizada abaixo da mandíbula), a epiglote (imagem bilateral, borrada,
localizada no ângulo posterior da mandíbula, acima do corno maior do hióide), o
processo estilóide (imagem cilíndrica e radiopaca que se projeta para frente e para
baixo entre o ramo da mandíbula e o processo mastóide), o ligamento
estilomandibular (pode ser observado quando calcificado paralelamente à borda
posterior do ramo da mandíbula), o ligamento estilo-hióide (com diferentes graus de
calcificação pode ser visto como uma estrutura radiopaca localizada na região
posterior da mandíbula), os nódulos linfáticos calcificados (imagens normalmente
unilaterais únicas, múltiplas ou enfileiradas com “aspecto de couve-flor”), os sialólitos
(deposições calcárias encontradas no interior dos ductos ou das glândulas salivares
maiores ou menores), os flebólitos (calcificações no interior de veias) e
os
tonsilolitos (pequenas calcificações que se formam nas cristas das amídalas
palatinas). O cirurgião dentista como profissional de saúde tem o dever de atentar a
essas manifestações nos exames radiográficos e encaminhar o paciente para
tratamento especializado auxiliando na prevenção do acidente vásculo-cerebral e do
infarto.
20
FIGURA 4. CALCIFICAÇÃO DA ARTÉRIA CARÓTIDA. Radiografia panorâmica. Na altura da junção
intervertebral C3 e C4 bilateralmente formando uma angulação de 45º com o ângulo da mandíbula.
(ALBUQUERQUE et al., 2005)
Guimarães et al., (2005) escreveram um artigo sobre a manifestação de
ateroma, placas fibrogordurosas calcificadas, em bifurcação de carótidas aparentes
em radiografias panorâmicas e tomografias computadorizadas (Figura 5), ateromas
esses capazes de provocar AVCs do tipo tromboembólicos no caso de obstrução
arterial. Por se manifestarem à nível de bifurcação das carótidas e essa se originar
na região de pescoço pode ser identificada como imagens radiopacas irregulares,
heterogêneas e com menor densidade que as estruturas calcificadas ao seu redor
nas
laterai
s
direita
e
esque
rda
entre
vértebras C3 e C4 em radiografias panorâmicas. Ao ser visualizado em um exame
de rotina manifestações compatíveis com ateroma deve-se encaminhar o paciente a
21
um médico para diagnósticos mais precisos reduzindo assim as taxas de morbidade
e mortalidade provocadas por AVCs.
FIGURA 5. ATEROMAS. Corte de radiografia panorâmica e cortes tomográficos. Confirmação de
imagem de ateromas visualizados em radiografia panorâmica, com tomografia computadorizada.
(GUIMARAES et al., 2005)
Lima (2006) demonstrou que a radiografia panorâmica é um exame confiável
para diagnosticar a obstrução nasal por hipertrofia das conchas nasais por meio de
uma comparação com exame de nasofibroscopia óptica. A respiração bucal
desencadeada por obstrução nasal pode ocasionar deformidades crânio-facial em
indivíduos em fase de crescimento com inúmeras alterações a nível funcional, dento-alveolar e ou esqueléticas sendo elas de fácil diagnóstico e, na maioria dos casos,
de fácil tratamento, sendo essencial sua avaliação e tratamento precoce. É
fundamental determinar a causa da obstrução nasal para o tratamento ter bom
resultado.
A radiografia panorâmica é um excelente meio de diagnóstico para
estudo do crescimento e desenvolvimento, pois possui as qualidades de
22
simplicidade de execução da técnica com ampla cobertura de estruturas anatômicas
da face, baixo índice de radiação e baixo custo, fazendo parte dessas estruturas
visualizadas à cavidade nasal com as conchas nasais. Desta forma conclui-se que a
radiografia panorâmica é um meio fiel para diagnóstico da obstrução nasal por
hipertrofia das conchas nasais.
Langlois et al., (2007) fizeram uma revisão de literatura a respeito das
diretrizes para indicação de exames radiográficos em odontologia e adaptaram um
protocolo levando em consideração as necessidades individuais de cada paciente.
Tais diretrizes foram criadas para evitar exposições desnecessárias ao paciente,
elas descrevem circunstâncias e critérios para indicação dos exames, levando em
consideração a história do paciente e os achados clínicos presentes. Existem
diretrizes pré-formadas para indicação de exames radiográficos as quais devem ser
levadas em consideração, mas o mais importante é avaliar cada indivíduo e a sua
condição de saúde bucal para correta indicação dos tipos e quantidades de exames
radiográficos.
Mahl et al., (2007) compararam os índices morfométricos obtidos na
radiografia
panorâmica
para
identificação
de
indivíduos
com
osteoporose/osteopenia. A osteoporose é uma doença sistêmica que resulta na
deteriorização da microarquitetura do osso e é considerado um problema de saúde
pública, por esse motivo a avaliação sistêmica da população é recomendada, desta
forma utilizamos índices morfométricos avaliados em radiografias panorâmicas para
atingir um maior número de pessoas. Por meio de uma comparação das medidas da
cortical mandibular obtidas em radiografias panorâmicas com os dados da
densidometria óssea no mesmo indivíduo foi constatado que os índices
23
morfométricos podem sim serem utilizados como ferramenta para detectar baixa
densidade óssea mineral, identificando o risco á doença.
Em anomalias dentárias em pacientes com Síndrome de Down (2007) foi
utilizado radiografias panorâmicas para se avaliar a incidência de anomalias
dentárias em indivíduos brasileiros portadores da síndrome de Down, demonstrando
assim
a
importância
da
radiografia
panorâmica
em
estudos
estatísticos,
comparativos e/ou numéricos.
Leite et al., (2008) discutiram em seu artigo a importância da radiografia
panorâmica como ferramenta no diagnóstico da osteoporose por meio de índice
radiomorfométricos.
A identificação precoce da osteoporose é muito importante já
que tal doença se manifesta silenciosamente, demonstrando seus reais prejuízos em
casos já avançados com quadros de fraturas. Devido ao auto-custo e dificuldade de
acesso da densitometria óssea, que é considerado o exame de eleição para
osteoporose, a radiografia panorâmica aparece como alternativa interessante e de
custo reduzido para o rastreamento de indivíduos com baixa densidade mineral
óssea, como instrumento auxiliar para encaminhamentos. É por meio dos índices
radiomorfométricos avaliados em radiografias panorâmicas, como mandibular
cortical e visual modificado, que são simples e dependem apenas de análises
visuais, que podemos predizer possíveis diagnósticos de baixa densidade mineral
óssea e de osteoporose e dessa forma orientar os pacientes para exames e se
necessário tratamentos mais específicos.
Pimentel et al., (2008) descreveram técnicas radiográficas para estudo da
articulação temporomandibular ressaltando o uso de radiografias panorâmicas como
indispensáveis no diagnóstico diferencial e como exame preliminar uma vez que
24
fazem uma projeção lateral de ambas as articulações e possibilita a detecção de
alterações patológicas nos dentes e maxilares que, às vezes, podem ser a causa
dos sintomas de dor referida na região articular. A radiografia panorâmica deve ser
empregada nas síndromes da disfunção dolorosa de ATM, fraturas do pescoço
condilar e do côndilo e para investigação de alterações ósseas de certa magnitude
como hiperplasias, tumores, aplasias, fraturas, erosões extensas e anquiloses. A
panorâmica modificada para ATM também é bem aceita por apresentar quatro
imagens radiográficas em um único filme, sendo duas de cada ATM, uma com os
dentes em oclusão e outra na posição de abertura máxima da boca, apresentando
clareza suficiente para avaliação dos côndilos no aspecto de erosões, alterações de
volume ou fraturas deslocadas.
Abramovicz (2008) elaborou um estudo comparativo entre radiografias
panorâmicas e tomografias computadorizadas para diagnosticar sinusites maxilares
e concluiu que a eficácia do exame esta diretamente ligada à experiência do
examinador sendo que a radiografia panorâmica fornece dados importantes, se bem
analisada, para solicitação de exames mais específicos e detalhados. Não sendo um
exame conclusivo se usado isoladamente, mas sim auxiliar na definição do
diagnóstico.
Gartner e Goldenberg (2009) relataram que a radiografia panorâmica tem
suma importância na fase de dentição mista pois grande porcentagem das máoclusões tem origem neste período e a prevenção ou intervenção dessas máoclusões precocemente podem manter a integridade da arcada dentária. Na
radiografia panorâmica tem-se a possibilidade de visualização total dos arcos
dentários em uma única película mostrando uma extensa imagem com inúmeros
elementos (Figura 6). Aspectos importantes para serem analisados nesta fase é a
25
seqüência e cronologia de irrupção dos dentes permanentes, ausência ou presença
de dentes decíduos, permanentes e ou extranumerários e a posição dos elementos
no arco dentário. A radiografia panorâmica, na fase da dentição mista, mostra
possíveis anomalias de desenvolvimento dentário que podem influenciar na
formação da dentição permanente. A observação dessas más oclusões em
radiografias panorâmicas permite aos profissionais um diagnóstico preciso e o
melhor plano de tratamento para cada caso.
FIGURA 6. DENTIÇÃO MISTA. Radiografia panorâmica. (FONTE www.radiologiasafecarneiro.com.br)
Reis et al., (2001) trouxeram em seu trabalho casos diagnosticados de
Síndrome de Eagle. Esta síndrome se caracteriza por queixas de dores cervicais e
craniofaciais com a presença de alongamento do processo estilóide. Por muitas
vezes o alongamento do processo estilóide é apenas um achado radiográfico,
imagem radiopaca na região do lóbulo da orelha se estendendo por mais de 30 mm,
única ou segmentar (Figura 7). Para caracterizar-se como Síndrome de Eagle o
paciente deve relatar sintomatologia como dor ao movimentar a cabeça, fisgadas na
garganta, dificuldade ao comer, dor de cabeça ou ouvido. O diagnóstico da síndrome
deve ser baseado em exames clínicos e radiográficos. A radiografia panorâmica é o
26
exame principal para diagnóstico, porém não sendo sua imagem perfeita devido às
distorções da técnica. Desta forma devemos estar sempre atento às características
normais anatômicas que aparecem em um exame radiográfico, para que possam ser
diagnosticadas rapidamente as possíveis alterações existentes.
FIGURA 7. PROCESSO ESTILÓIDE ALONGADO. Radiografia panorâmica. Imagem circulada
mostrando processo estilóide alongado. (REIS et al., 2001)
Amorim e Freitas (2003) apresentaram um caso de ameloblastoma
localizado na região periapical que mimetiza uma lesão endodôntica (Figura 8). O
ameloblatoma é um tumor de origem odontogênica de natureza benigna, com
grande potencial de invasão nos tecidos adjacentes e tendência de recidivas. Possui
diferentes formas de apresentação, a mais clássica é a multilocular, descrita como
¨bolhas de sabão¨ ou ¨favos de mel¨, entretanto, algumas mostram-se como lesões
uniloculares radiolúcidas bem delimitadas e quando presentes na região periapical
podem enganosamente se assemelharem a patologias de origem endodônticas.
Desta forma mostra-se a importante necessidade do diagnóstico diferencial frente a
lesões ósseas radiolúcidas encontradas em exames radiográficos, o clínico e o
radiologista devem estar sempre atentos a possíveis lesões e sugerir ou realizar
27
todos os exames necessários para diferenciação das mesmas para proceder aos
tratamentos adequados para cada caso.
FIGURA 8. AMELOBLASTOMA. Radiografia panorâmica exibindo imagem radiolúcida, circunscrita,
bem-delimitada, envolvendo ápice do elemento 44 que exibe reabsorção externa e deslocamento
dentário. (AMORIM E FREITAS, 2003)
Fontão (2004) em seu estudo sobre medidas lineares em radiografias
panorâmicas digitalizadas nos relata a importância das radiografias pré-operatórias
no planejamento em Implantodontia, dentre elas as radiografias panorâmicas tem
um papel fundamental nesta fase. Essas radiografias oferecem uma visão
abrangente
complexo
do
28
maxilomandibular, salientando os dentes presentes, formato dos seios maxilares,
fossa nasal, assimetrias e lesões ósseas. Através dessas informações podem-se
delinear os reparos anatômicos de interesse para um traçado para implantes (Figura
9). Em determinados casos e regiões da colocação de implantes osseointegrados a
radiografia panorâmica com traçado anatômico não deve ser o único exame utilizado
para diagnóstico e planejamento, mas deve fazer parte da documentação do caso,
exames mais elaborados devem ser indicados quando, após realização e avaliação
dos exames convencionais, houver dúvidas quanto à localização de estruturas
nobres, ou em casos particulares. As mensurações das distâncias anatômicas
determinadas no traçado radiográfico em radiografias panorâmicas, sendo elas
manuais ou computadorizadas, são auxiliares e complementares ao planejamento
em Implantodontia.
FIGURA
9.
TRAÇADO
PARA
IMPLANTE.
http://www.radiologicaodontologia.com.br/servicos.html
Radiografia
panorâmica.
FONTE:
29
Lages et al., (2006) fizeram um estudo relatando a prevalência do
aparecimento de processo estilóide alongado sendo esta mais comum que parece.
Em muitos casos são assintomáticos, não influenciando em nada na vida do
indivíduo, se tornando assim somente um achado radiográfico (Figura 10). Mas em
uma porcentagem dos casos apresenta-se como Síndrome de Eagle, alongamento
anormal do processo estilóide, associado ou não a calcificação do ligamento
estilohióideo e estilomandibular, podendo estar presentes sintomas como disfagia,
odinofagia, dor facial, otalgia, cefaléia, zumbido e trismo. A perfeita avaliação da
radiografia panorâmica associado ao exame clínico e anamnese do paciente permite
ao profissional a observação de determinada síndrome e orientação quanto ao
tratamento adequado.
FIGURA 10. ALTERAÇÃO DO PROCESSO ESTILÓIDE. Corte de radiografia panorâmica. Imagem
radiográfica da articulação temporomandibular (lado esquerdo), evidenciando a alteração morfológica
do processo estilóide. (Lages et al., 2006)
Tavares e Freitas (2007) analisaram radiografias panorâmicas com o intuito
de observar a prevalência do alongamento do processo estilóide do temporal e a
calcificação isolada do ligamento estilo-hióide. A cadeia estilo-hióidea é composta
30
pelo processo estilóide do osso temporal, o osso hióide e o ligamento estilo-hióide.
Ambas as estruturas podem sofrer calcificações, sendo elas em um único elemento
ou com variantes. Após análises concluíram que o alongamento do processo
estilóide do temporal e a calcificação isolada do ligamento estilo-hióideo são
comuns, ocorrendo na maioria dos casos bilateralmente, sem diferença significativa
quanto a gênero ou raça, sendo o alongamento do processo estilóide mais freqüente
em indivíduos com idade mais avançadas e a calcificação isolada do ligamento
estilo-hióideo em pacientes mais jovens.
Reis et al., (2008) relataram um caso de displasia cemento-óssea florida que
foi diagnosticada inicialmente através de uma radiografia panorâmica de rotina. A
displasia cemento-óssea florida é uma entidade incomum, benigna e assintomática
que muitas vezes surge como um achado radiográfico (Figura 11), mostrando assim
a importância e necessidade de controles radiográficos periódicos em pacientes
dentados e desdentados.
FIGURA 11. DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA FLORIDA. Radiografia panorâmica.
localizada em mandíbula anterior, achado radiográfico. (REIS et al., 2008)
Lesão óssea
Negrete (2008) em sua dissertação descreveu a prevalência de dentes
supranumerários presentes em pacientes de ortodontia e desencadeantes de más
31
oclusões, sendo um fator etiológico importante e frequente. A presença de dentes
supranumerários pode causar reabsorções radiculares em dentes adjacentes,
retenções de dentes permanentes, mordidas cruzadas, apinhamentos dentários,
diastemas, erupção na cavidade nasal e até formação de cisto primordial ou
folicular. Sua avaliação se deu por meio de radiografias panorâmicas constantes nas
documentações ortodônticas dos pacientes, dado assim à importância desse exame.
Campos et al., (2008) mostraram um caso de osteocondrite dissecante da
articulação temporomandibular visualizada em radiografia panorâmica (Figura 12).
FIGURA 12. OSTEOCONDRITE DISSECANTE . Radiografia panorâmica mostrando os fragmentos
intra-articulares (seta) e a erosão do côndilo esquerdo. (CAMPOS et al., 2008).
A osteocondrite dissecante (OD) está em mais de cinquenta por cento dos casos
associado a trauma, mas podem também apresentar história familiar, é uma
condição caracterizada por necrose óssea seguida de cicatrização podendo ocorrer
fragmentos necróticos livres no interior do espaço articular. Pode apresentar-se
assintomática ou com dores agravadas pelos movimentos articulares, limitação de
movimento, edemas, estalidos e travamentos. A radiografia panorâmica não é o
exame com maior definição para diagnosticar a osteocondrite dissecante, podendo
ser utilizado a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética, mas
32
alterações podem ser evidenciadas nestas radiografias, indicando o exame clínico e
exames complementares para diagnósticos diferenciais na região de ATMs.
Pontual et al., (2010) falaram sobre as calcificações de tecidos moles mais
comuns na clínica odontológica que podem aparecer como achados radiográficos
nas radiografias panorâmicas e trazem técnicas para diagnóstico diferencial de
tonsilolitos.
As calcificações podem estar presentes em vasos sanguíneos,
glândulas salivares, linfonodos e tonsilas ou também em estruturas anatômicas
como cartilagem tritícea e o ligamento estilo-hióide. Na radiografia panorâmica
(Figura 13) os tonsilolitos aparecem como estruturas radiopacas sobrepostas na
porção medial do ramo ascendente da mandíbula. O uso de técnicas radiológicas
extra bucais com variação na posição do paciente associadas à radiografia
panorâmica
é
uma
ferramenta
importante
no
diagnóstico
diferencial
das
calcificações em tecidos moles.
FIGURA 13. CALCIFICAÇÕES EM TECIDOS MOLES. Observam-se no lado direito de uma
radiografia panorâmica radiopacidades projetadas na região de ramo mandibular. (PONTUAL et al.,
2010)
33
Jácome e Abdo (2010) relataram a importância da correta identificação e
diagnóstico das calcificações dos tecidos moles que podem se apresentar em
radiografias panorâmicas de rotina. As calcificações mais frequentes que podem
aparecer na região bucomaxilofacial são os ateromas de artéria carótida, os
sialolitos, os flebólitos, as calcificações de nódulos linfáticos, os tonsilolitos, os
antrólitos e os rinólitos e as calcificações do complexo estilohióideo. As opacidades
em tecidos moles são encontradas em 4% das radiografias panorâmicas e outras
radiografias
odontológicas.
Para
correto
diagnóstico
de
determinadas
radiopacidades são necessários, muitas vezes, a combinação de duas ou mais
técnicas radiográficas ou outros recursos imaginológicos, como a tomografia
computadorizada, a ressonância magnética e ultrassonografia. Importantes critérios
devem ser levados em consideração na interpretação radiográfica, como
localização, distribuição, quantidade e forma, requerendo do examinador amplos
conhecimentos da anatomia dos tecidos moles, posição de nódulos linfáticos,
ligamentos, vasos sanguíneos, ductos de glândulas da região.
34
3. DISCUSSÃO
A aplicabilidade da radiografia panorâmica está descrita na totalidade das
referências deste trabalho. Para SEWELL et al., (1999) e ALMEIDA et al., (2001) a
radiografia panorâmica pode ser utilizada para diagnóstico de lesões periapicais,
principalmente para dentes posteriores, dando base para indicação de exames
complementares e tratamentos específicos.
Nos estudos de VICCI e CAPELOZZA (2002) ficou certificado que a
radiografia panorâmica proporciona subsídios adequados para maioria dos
procedimentos odontológicos, através dela podemos detectar lesões nos dentes e
ossos adjacentes. MOREIRA et al., (2002) mostrou em seu trabalho a importância
da radiografia panorâmica para diagnóstico, acompanhamento e certificação de
resultados em um caso de erupção ortodôntica forçada e NEGRETE (2008),
GARTNER e GOLDENBERG (2009) utilizaram-se de radiografias panorâmicas de
documentações ortodônticas para estudar a prevalência de dentes supranumerários
e suas implicações com as más oclusões e as características da dentição mista
respectivamente. A radiografia panorâmica já faz parte da rotina ortodôntica atual,
não se admite um estudo ortodôntico sem um exame complementar panorâmico e
também na clínica odontológica como um todo, a radiografia panorâmica deveria
estar presente como auxílio de diagnóstico na maioria dos casos.
A importância da radiografia panorâmica de rotina ficou bem demonstrada nos
trabalhos
de LAUREANO
FILHO
et
al.,
(2003); SOUZA et
al.,
(2004);
ALBUQUERQUE et al., (2005); LEITE et al., (2008); REIS et al., (2001), PONTUAL
et al., (2010) e JÁCOME e ABDO (2010) onde ambas manifestações e/ou patologias
35
descritas foram achados radiográficos de radiografias panorâmicas executadas para
rotinas clínicas e em vários casos os diagnósticos precoces puderam dar um
prognóstico favorável ao indivíduo e até mesmo salvar vidas.
Radiografias panorâmicas de rotina devem ser solicitadas aos pacientes
tanto dentados como desdentados e principalmente aos pacientes predispostos e
susceptíveis a alguma patologia. Através dos estudos de SOUZA et al., (2004);
ALBUQUERQUE et al., (2005); GUIMARÃES et al., (2005) e SENA (2008) podemos
avaliar a importância de um exame radiográfico bem executado e analisado em sua
totalidade, pelo qual pode ser identificado ateromas na bifurcação das carótidas e
assim,
diagnosticar
precocemente
possíveis
alterações
cardiovasculares
encaminhando o paciente para tratamentos especializados e reduzindo a incidência
de infartos e acidentes vasculares cerebrais.
Outra alteração sistêmica que pode ser observada e diagnosticada
precocemente através de radiografias panorâmicas está descrita nos trabalhos de
MAHL et al., (2007) e LEITE et al., (2008), por métodos de índices morfométricos
obtidos em radiografias panorâmicas podemos predizer possíveis diagnósticos de
baixa densidade mineral óssea e de osteoporose e dessa forma orientar os
pacientes para exames e tratamentos específicos.
Alterações ósseas podem ser visualizadas em radiografias panorâmicas
PEREIRA et al.,(2001); REIS et al., (2009); LAUREANO FILHO et al., (2003); PENA
et al., (2004); AMORIM e FREITAS (2003) trazem em seus estudos patologias e
alterações ósseas que podem ser diagnosticadas primeiramente nas radiografias
panorâmicas, como protocolo para diagnóstico e tratamento das lesões ósseas o
primeiro exame após avaliação clínica é o exame radiográfico e pela sua melhor
36
visualização do complexo maxilomandibular a radiografia panorâmica é a mais
indicada. Através da observação inicial das lesões e de hipóteses diagnósticas são
indicados exames complementares e tratamentos especializados para cada caso.
Aplicabilidade específica para área da implantodontia também faz parte do rol
de atuação das radiografias panorâmicas. FREITAS E MONTEBELLO FILHO
(2004); IWAKI (2004) e FONTÃO (2004) descrevem o uso da radiografia panorâmica
para diagnóstico e planejamento de implantes osseointegrados executando traçados
anatômicos e mensurações de medidas.
É indiscutível o papel da radiografia
panorâmica como exame inicial do paciente que irá se submeter à terapia com
implantes e muitas vezes até como exame principal. As vantagens da radiografia
panorâmica já estão bem descritas na literatura, porém sabe-se também que esta
técnica radiográfica apresenta algumas limitações precisando em casos específicos
a indicação de exames mais detalhados como tomografias computadorizadas.
Segundo PIMENTEL et al., (2008) as radiografias panorâmicas são
indispensáveis no estudo das articulações temporomandibulares e devem compor o
protocolo de exames preliminares para o diagnóstico das disfunções desta região. A
radiografia panorâmica deve ser empregada nas síndromes da disfunção dolorosa
de ATM, fraturas do pescoço condilar e do côndilo e para investigação de alterações
ósseas de certa magnitude como hiperplasias, tumores, aplasias, fraturas, erosões
extensas e anquiloses. Para CAMPOS et al., (2008) a visualização do côndilo fica
prejudicada na radiografia panorâmica, não sendo o exame mais indicado para essa
região, mas alterações em sua forma e anatomia podem ser observadas em tais
exames e assim serem indicados exames mais detalhados e específicos.
37
Estruturas
adjacentes
ao
complexo
maxilomandibular
também
são
observadas nas radiografias panorâmicas. Menções quanto à obstrução nasal
provocadas por hipertrofias das conchas nasais LIMA (2006) e diminuição da
radiotransparência dos seios maxilares característicos de sinusites ABRAMOVICZ
(2008) podem ser observados nos exames radiográficos panorâmicos, sendo desta
forma um exame complementar e auxiliar no diagnóstico dessas alterações e
patologias.
Devido à sobreposição de inúmeras estruturas anatômicas nas radiografias
panorâmicas, achados radiográficos podem ocorrer, dentre eles imagens radiopacas
provenientes de calcificações dos tecidos moles PONTUAL et al., (2010) e JÁCOME
e ABDO (2010) relatam a importância da correta identificação dessas calcificações
que podem ser encontradas em 4% das radiografias panorâmicas de rotina,
podendo se tratar de estruturas anatômicas calcificadas, sem maiores complicações
ou calcificações patológicas e obstrutivas de maiores consequências .
A síndrome de Eagle é caracterizada pelo alongamento do processo estilóide
ou ossificação do ligamento estilohióideo e está associada a vários sintomas. Essa
alteração do processo estilóide e ou do ligamento estilohióideo pode ser visualizada
posteriormente ao meato acústico externo, com trajetória descendente e para
anterior, facilmente em uma radiografia panorâmica. LAGES et al., (2006); REIS et
al., (2001). Mas as alterações do complexo estilohióideo nem sempre são
patológicos
ou
provocam
sintomatologia,
podendo
anatômicas do indivíduo. TAVARES E FREITAS (2007).
ser
apenas
alterações
38
4. CONCLUSÃO
A radiografia panorâmica é um exame de ampla utilização e aplicabilidade,
sendo de suma importância sua utilização na clínica diária. Deve ser considerado
como protocolo para o atendimento do paciente.
Atendemos pacientes como um todo e devemos observar seu quadro clínico
geral, suas predisposições e aspectos de risco. Somos profissionais de saúde e
como tal, precisamos estar sempre atualizados e atentos às diversas manifestações
que um simples exame radiográfico nos apresenta.
Apesar de existirem métodos mais elaborados de diagnósticos e hoje
estarem mais acessíveis, ainda temos na radiografia panorâmica um exame de
excelente utilidade e aplicação, devendo ser utilizada principalmente para o
diagnóstico inicial e diferencial, é através dela que ditaremos as demais diretrizes
para cada caso.
39
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