Por a Geologia no mapa da Vida – Ética, Segurança e Desenvolvimento: Geostratégias Locais Inteligentes Em virtude da comprovada ausência e desconhecimento generalizado quanto ao contributo insubstituível que a prática quotidiana da Geologia tem para a vida comum das pessoas, a qualidade organizativa do Estado e o desenvolvimento do país; em consonância com programas de Governo, projectos e planos em curso nas diferentes áreas públicas, apresenta-se aqui um complemento pioneiro incontornável ao processo de melhoria contínua das políticas nacionais*, traduzidas por uma extensa ambição programática de eficiência, eficácia em Bem Estar e Segurança das populações, em Desenvolvimento Social e Progresso Económico, na salvaguarda do Ambiente, Recursos e Património, na defesa dos valores democráticos e constitucionais de Soberania, Justiça e Igualdade. * atendendo-se nomeadamente aos processos em curso de Modernização da Administração Pública, Descentralização, Reabilitação e Regeneração Urbana, Adaptação de Cidades às Alterações Climáticas, a Extensão da Plataforma Continental Portuguesa, Planos de Ordenamento do Território (e Orla Costeira), ao Plano Nacional de Proteção Civil, à Reforma das Florestas e à promoção nacional e regional do Potencial Turístico em Cultura e Património de Cidades e Territórios Incontornável, por reparar uma lacuna histórica crítica ao bom funcionamento das Sociedades, promovendo uma capacitação em resiliência e sustentabilidade, capaz de transformar contextos culturais de vulnerabilidade em modelos robustos de governança, eficaz pelo valor que acrescenta perante desafios impostos pela globalização e por uma dinâmica muito própria do planeta. Natureza do Projeto. Âmbito Territorial É da própria natureza e dimensão o papel integrador do contínuo territorial – espaço de reunião, chão que pisamos, que alicerça e determina a nossa própria existência e bem-estar. O território insular da RAM surge neste projecto como um candidato natural de exemplo a outros territórios. Aluviões e incêndios, a par de frequentes derrocadas, assumem proporções que enfatizam essa urgente afirmação de uma nova cultura de diálogo com o planeta. Face de uma mesma moeda, é a natureza exuberante e indomável que alimenta em abundância a principal fonte de riqueza do arquipélago. No sentido de um enriquecimento de aprendizagens e atento ao princípio unificador que subjaz e justifica a ideia de um projecto transterritorial, à concentração, peso estratégico e riscos naturais que Lisboa representa, bem como aos benefícios e visibilidade das soluções a apresentar, o projecto visa incluir a capital do país como território contíguo de implantação desta estratégia. Ainda o Algarve, pela forte similitude em ocorrências e desafios, surge como terceiro território para uma possível replicação destas estratégias numa fase posterior. Valor Político, Administrativo, Constitucional Uma legislação omissa sustenta ainda uma perversa amputação inconstitucional na forma de uma imoral discriminação socioprofissional. Chaga social que afeta aqueles que um dia investiram e abraçaram a vocação de trabalhar em prol de um desenvolvimento que agora se diz querer inclusivo e sustentável. Mais do que apenas fundamentar a inclusão futura de mais um elemento e disciplina em equipas técnicas desde sempre na estrutura administrativa e nos mercados, a integração do profissional da geologia é por formação um elemento privilegiado capaz de carrear as mais-valias de um novo software de resiliência e sustentabilidade ao ecossistema político, administrativo, social e económico. Ecossistemas Quotidianos Diversos e Equilibrados Do recurso que o próprio Estado formou e pagou mas que inexplicavelmente subaproveita, para além do universo extractivista que tradicionalmente caracteriza esta profissão, verifica-se no país a quase total ausência das funções afetas à geologia em serviços de proximidade aos cidadãos, dos quais a população e o país carecem e desconhecem na realidade. Tal ausência não garante nem um cumprimento de regras elementares de gestão e boas práticas, nem corresponde a um modelo alinhado com os tempos e os seus inadiáveis dilemas ambientais, sociais e económicos. Ao contar com estas competências profissionais nas diferentes políticas, instituições, leis, procedimentos, medidas e acções oficiais, o Estado passa a dispor de um instrumento vital ao desenvolvimento de Portugal, tornando racional e permanente a diminuição de riscos e a mitigação de estados de vulnerabilidade exibidos por inúmeros eventos de assimetria social e económica ou, no limite, por acidentes e catástrofes. O reforço da Coesão Social e Territorial são ganhos significativos a resgatar fruto deste reforço multidisciplinar. Apenas são possíveis Cidades Inteligentes, Ecológicas, Sustentáveis, um correto Planeamento e Ordenamento Territorial, a Saúde Pública, a Ética do Ambiente ou uma eficaz Prevenção e Emergência diante de eventos extremos, com este pilar das Ciências da Terra ativo e em igualdade de funções com as demais disciplinas. Combater Estigmas Sociais. Incluir para Desenvolver A ciência geológica não tira trabalho ou empregos, antes os multiplica através dos inúmeros recursos, medidas e obras que revela e coloca ao serviço das comunidades, constituindo um grave erro e um risco, continuar a ser encarada como um obstáculo ao progresso, sendo como é uma fonte e um meio que assegura e promove a Sustentabilidade das populações e na base da prosperidade e economia. Literacia Científica, Cívica e Cultural A prioridade à Prevenção, à Qualidade de Vida, ao Desenvolvimento Económico na construção de comunidades vivas em resposta à complexidade de um planeta em mudança, exigem em rigor um sistema onde o conhecimento se articula e completa, por quanto a dispensa de toda e qualquer parte do Saber é pela mesma ordem de ideias inconsistente num qualquer sistema dito inteligente. Assente na mais racional das análises de factos, a presente proposta aponta no sentido de uma inovação social da iniciativa da cidadania, dirigida a quem pode e deve decidir. É um convite aos cidadãos, à cidadania e à política, por decisões mais racionais, inteligentes, transparentes, e que a todos incluam e sirvam. Porque prevenir e adaptar será sempre preferível a recorrentes lamentos, salvando-se vidas e poupando recursos sempre escassos. Projeto – Objetivos Programáticos Visa-se a criação de um projecto piloto regional, num dos territórios nacionais mais exigentes - condição natural essa determinada por especificidades climáticas, geológicas e pressões demográfica e socioeconómicas acrescidas-, que reclamam do quadro legal a atenção e a coerência de integrar de modo sistémico competências e análises que, apesar das necessidades mais evidentes, continuam afastadas. É desígnio desta proposta sensibilizar as instituições e decisores para um algoritmo conceptual necessário à requerida melhoria de desempenho das administrações em prol das comunidades, a par de um idêntico esforço de sensibilização/capacitação da população para estas matérias, em especial das novas gerações. Na RAM visa ainda aproveitar de modo virtuoso o actual processo de melhoria de infra-estruturas e estratégias de prevenção e emergência de catástrofes; o reforço do potencial da principal actividade económica e vocação da Região, acompanhando a mutação dos mercados e as atuais tendências por um turismo sustentável e de Natureza, que a recente Estratégia de Geoturismo para a Região e a possível criação a prazo do Geopark de Porto Santo vêm confirmar. O Funchal é por razões naturais, populacionais e históricas, um dos concelhos seleccionados. Santana, com desafios diametralmente opostos como o despovoamento e a baixa infraestruturação, e também porque reserva da Biosfera, é o segundo concelho de eleição. Estes municípios foram já no passado abordados no sentido de uma geoestratégia local integrada. Segunda Região Nacional Em Lisboa a proposta visa essencialmente apresentar uma Estratégia de Prevenção e Resposta em Emergência diante de fenómenos extremos de terramotos e tsunamis, que articula de modo inovador as diferentes instituições e tutelas, trabalhando recursos já existentes a par de outras ferramentas que poderão ser oportunamente justificados por esta estratégia de resiliência urbana, chamando recursos e know-how para o país e promovendo-o lá fora como um exemplo a seguir. A criação daquilo que seria o primeiro Geopark Urbano do Mundo será também uma das propostas de valor a apresentar ao conjunto da região metropolitana de Lisboa, tirando-se partido do facto da CML ser uma das raras autarquias que tem geólogos nos seus quadros. Terceira Região Nacional Algarve