Arte e Psicologia A Monica Lens me sugeriu algo sobre Psicologia e Arte para o site do Milton Erickson. Como nada é por acaso, acaba de chegar da Marília Baker, diretamente de Phoenix, um belíssimo curso que o Dr. Ernest Rossi está dando, intitulado: Arte, Verdade, Beleza e Psicoterapia. http://www.mythology.org/events.php Tenho refletido muito sobre isso. As vezes me incomoda bastante que a referência que as pessoas em geral tenham da psicologia seja a de Sigmund Freud. Acho que Freud foi genial, no seu tempo. Fazendo um paralelo, diria que ele foi um Renascentista. Colocou o homem no centro do mundo. Sua visão era de um ponto estático, a partir do qual, tudo era visto. Pausou seu olhar no ser humano, em suas diferentes fases de vida: oral, anal, fálica e genital, trazendo à tona a questão da sexualidade e dos conflitos inerentes a isso. Fez, inclusive, um retorno ao clássico, com o mito de Édipo. Botticelle - Primavera Assim como a representação artística transformou-se, a psicologia também foi além. Carl G. Jung surgiu dizendo que o homem era mais do que isso. Trouxe a idéia do homem inserido no mundo, do inconsciente coletivo, do processo de individuação. Colocou o ser humano em movimento, em constante processo de vir a ser. A noção da arte como função transcendente, que auxilia esse processo e possibilita ao humano atingir o SELF, a unicidade, o equilíbrio. E mais, trouxe os tipos psicológicos: Introvertido e Extrovertido, e suas funções:Pensamento, Emoção, Sentimento, Intuição, o que totalizava oito tipos psicológicos. Ou seja, o homem pode ser classificado de diversas formas. Alterou essa visão centrada e estática do ser humano . Talvez Jung fosse Impressionista. A percepção de realidade do homem pode variar de um ser humano para outro. Duas pessoas vendo a mesma cena podem representá-la de formas diferentes. Por Exemplo, Monet e August Renoir pintandos ao ar livre: Grenouillière, Monet Renoir A obra La Grenouillière do movimento impressionista foi pintada por Renoir e Monet: a mesma cena, na mesma época. A obra de Renoir encontra-se no Nationalmuseum em Estocolmo. La Grenouillière de Monet encontra-se no Metropolitan Museum of Art, Nova York. Milton H. Erickson percebe o homem como um ser original e único, inserido no contexto ao qual pertence. Uma série de fatores, como a herança genética, o biótipo, os fatores ambientais, a família, as crenças sociais, o contexto histórico ao qual pertence o configuram como um ser diferente de todos os demais. Um americano do sexo masculino é obviamente diferente de um asiático de sexo feminino, portanto, sua representação de mundo também o será. Além disso, mergulhou no inconsciente. Sem esse aprofundamento no inconsciente, fonte de sabedoria, o homem pode se tornar superficial, deixando-se conduzir por valores externos à ele. É preciso buscar em si mesmo tudo aquilo que se quer ser, dentro de cada um existem todas as respostas. Encontrar uma resposta única para todos os seres seria colocar o homem no leito de Procrusto, encaixar o indivíduo numa teoria preconcebida do que é ser feliz, do que é ser bem sucedido. Um paralelo ao Cubismo? Ao Modernismo?