Introdução a Filosofia – 13-02-2012

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INTRODUÇÃO A FILOSOFIA
Filosofia (do grego Φιλοσοφία: philos - que ama + sophia - sabedoria, « que ama a
sabedoria ») é a investigação crítica e racional dos princípios fundamentais.
A filosofia surgiu nos séculos VII-VI a.C. nas cidades gregas situadas na Ásia Menor.
Começa por ser uma interpretação des-sacralizada dos mitos cosmogônicos difundidos
pelas religiões do tempo. Não apenas de mitos gregos, mas dos mitos de todas as religiões
que influenciavam a Ásia menor. Os mitos foram, segundo Platão e Aristóteles, a matéria
inicial de reflexão dos filósofos. Eles tornaram-se num campo comum da religião e da
filosofia, revelando que a pretensa separação entre esses dois modos do homem interpretar
a realidade não é tão nítida como aparentemente se julga.
Modernamente é a disciplina, ou a área de estudos, que envolve a investigação, a
argumentação, a análise, discussão, formação e reflexão das ideias sobre o mundo, o
Homem e o ser. Originou-se da inquietude gerada pela curiosidade em compreender e
questionar os valores e as interpretações aceitas sobre a realidade dadas pelo senso comum
e pela tradição.
As interpretações comumente aceitas pelo homem constituem inicialmente o embasamento
de todo o conhecimento. Essas interpretações foram adquiridas, enriquecidas e repassadas
de geração em geração. Ocorreram inicialmente através da observação dos fenômenos
naturais e sofreram influência das relações humanas estabelecidas até a formação da
sociedade, isto em conformidade com os padrões de comportamentos éticos ou morais tidos
como aceitáveis em determinada época por um determinado grupo ou determinada relação
humana. A partir da Filosofia surge a Ciência, pois o Homem reorganiza as inquietações
que assolam o campo das idéias e utiliza-se de experimentos para interagir com a sua
própria realidade. Assim a partir da inquietação, o homem através de instrumentos e
procedimentos equaciona o campo das hipóteses e exercita a razão. São organizados os
padrões de pensamentos que formulam as diversas teorias agregadas ao conhecimento
humano. Contudo o conhecimento científico por sua própria natureza torna-se suscetível às
descobertas de novas ferramentas ou instrumentos que aprimoraram o campo da sua
observação e manipulação, o que em última análise, implica tanto na ampliação, quanto no
questionamento de tais conhecimentos. Neste contexto a filosofia surge como "a mãe de
todas as ciências". Podemos resumir que a filosofia consiste no estudo das características
mais gerais e abstratas do mundo e das categorias com que pensamos: Mente (pensar),
matéria (o que sensibiliza noções como quente ou frio sobre o realismo), razão (lógica),
demonstração e verdade. Pensamento vem da palavra Epistemologia "Episteme" significa
"ter Ciência" "logia" significa Estudo. Didaticamente, a Filosofia divide-se em:
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Epistemologia ou teoria do conhecimento: trata da natureza crença, da justificação e
do conhecimento.
Ética: trata do certo e do errado, do bem e do mal.
Filosofia da Arte ou Estética: trata do belo.
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Lógica: trata da preservação da verdade e dos modos de se evitar a inferência e
raciocínio inválidos.
Metafísica ou ontologia: trata da realidade, do ser e do nada.
Definições dos Filósofos sobre a Filosofia
Em "Eutidemo" de Platão, é o uso do saber em proveito do homem, o que implica em, 1º,
posse de um conhecimento que seja o mais amplo e mais válido possível, e , 2º , o uso
desse conhecimento em benefício do homem.
Para René Descartes, significa o estudo da sabedoria.
Para Thomas Hobbes, é o conhecimento causal e a utilização desse em benefício do
homem.
Para Immanuel Kant, é ciência da relação do conhecimento finalidade essencial da razão
humana, que é a felicidade universal; portanto, a Filosofia relaciona tudo com a sabedoria,
mas através da ciência.
Para John Dewey, é a crítica dos valores, das crenças, das instituições, dos costumes, das
políticas, no que se refere seu alcance sobre os bens ("Experience and Nature", p. 407).
Para Johann Gottlieb Fichte, é a ciência da ciência em geral.
Para Auguste Comte, é a ciência universal que deve unificar num sistema coerente os
conhecimentos universais fornecidos pelas ciências particulares.
Para Bertrand Russell, a definição de "filosofia" variará segundo a filosofia que adotada. A
filosofia origina-se de uma tentativa obstinada de atingir o conhecimento real. Aquilo que
passa por conhecimento, na vida comum, padece de três defeitos: é convencido, incerto e,
em si mesmo, contraditório. ("Dúvidas Filosóficas", p. 1)
Concepções de Filosofia
Há três formas de se conceber a Filosofia:
1º) Metafísica: a Filosofia é o único saber possível, as demais ciências são parte dela.
Dominou na Antiguidade e Idade Média. Sua característica principal é a negação de que
qualquer investigação autônoma fora da Filosofia com validade, produzindo estas um saber
imperfeito, provisório. Um conhecimento é filosofico ou não é conhecimento. Desse modo,
o único saber verdadeiro é o filosófico, cabendo às demais ciências o trabalho braçal de
garimpar o material sobre o qual a Filosofia trabalhará, constituindo não um saber, mas um
conjunto de expedientes práticos. Hegel afirmou: “uma coisa são o processo de origem e os
trabalhos preparatórios de uma ciência e outra coisa é a própria ciência.”
2º) Positivista: o conhecimento cabe às ciências, à Filosofia cabe coordenar e unificar seus
resultados. Bacon atribui à Filosofia o papel de ciência universal e mãe das outras ciências.
Todo o iluminismo participou do conceito de Filosofia como conhecimento científico.
3º) Crítica: a Filosofia é juízo sobre a ciência e não conhecimento de objetos, sua tarefa é
verificar a validade do saber, determinando seus limites, condições e possibilidades
efetivas. Segundo essa concepção, a Filosofia não aumenta a quantidade do saber, portanto,
não pode ser chamada propriamente de “conhecimento”.
Definição da filosofia e metafilosofia
A palavra "filosofia" ganha, em dimensões específicas de tempo e espaço, concepções
novas e diferentes tornando difícil sua exata definição. São muitas as discussões sobre sua
definição e seu objeto específico. [1] Definir a filosofia é realizar uma tarefa metafilosófica.
Em outras palavras, é fazer uma filosofia da filosofia. Aqui se vê que a melhor maneira de
se abordar inicialmente a filosofia talvez não seja definindo-a, pois tal definição já exige
alguma filosofia.
Esse problema devia ser visto em toda sua seriedade. Não há como se definir sem que se
tenha alguma compreensão dada de definição, do mesmo modo que não há como responder
adequadamente a uma pergunta, se não partimos de uma compreensão dada de pergunta e
resposta. (Sobre a filosofia do perguntar ver Martin Heidegger, Ser e tempo, §2.)
Historicamente, a filosofia é conhecida por ser difícil de definir com precisão, não
conseguindo a maioria (se não todas) das definições cobrir tudo aquilo a que se chama
filosofia.
Há outros modos de se chegar a uma concepção da filosofia, mesmo sem uma definição.
À falta de uma definição "definitiva", as introduções à filosofia geralmente apostam em
apresentar uma lista de discussões e problemas filosóficos, e uma lista de questões que não
são filosóficas.
Algumas questões filosóficas incluem, por exemplo, "O que é o conhecimento?", "Será que
o homem pode ter livre arbítrio?", "Para que serve a ciência?" ou, até mesmo, "O que é a
filosofia?" (vide metafilosofia). A forma de responder a estas questões não é, por seu lado,
uma forma científica, política ou religiosa, nem muito menos se trata de uma investigação
sobre o que a maioria das pessoas pensa, ou do senso comum. Envolve, antes, o exame dos
conceitos relevantes, e das suas relações com outros conceitos ou teorias.
O método da listagem de discussões e problemas filosóficos tem sua limitação: o limite, é o
próprio ser. Por si só, ele (o método) não permite que se veja o que unifica os debates e as
discussões. É por isso, talvez, que os filósofos não costumam apelar a esse método. Ao
invés disso apresentam imagens da filosofia.
Alguns filósofos apresentaram a filosofia através de quadros, ou imagens:

A principal característica que Aristóteles vê num filósofo é que ele não é um
especialista. O sophós (o sábio, tomado aqui como sinônimo de filósofo), é um
conhecedor de todas as coisas sem possuir uma ciência específica. O seu olhar
derrama-se pelo mundo, sua curiosidade insaciável o faz investigar tanto os
mistérios do kosmos (o universo) como o da physis (a natureza), como as que dizem
respeito ao homem e à sociedade. No fundo, o filósofo é um desvelador, alguém que
afasta o véu daquilo que está a encobrir os nossos olhos e procura mostrar os
objetos na sua forma e posição original, agindo como alguém que encontra uma
estátua jogada no fundo do mar coberta de musgo e algas, e gradativamente,
afastando-as uma a uma, vem a revelar-nos a sua real forma.

Para Platão, a primeira atitude do filósofo é admirar-se. A partir da admiração faz-se
a reflexão crítica, o que marca a filosofia como busca da verdade. Filosofar é dar
sentido à experiência.
Etimologia
A palavra "filosofia" (do grego φιλοσοφία) resulta da união de outras duas palavras:
"philia" (φιλία), que significa "amizade", "amor fraterno" e respeito entre os iguais e
"sophia" (σοφία), que significa "sabedoria", "conhecimento". De "sophia" decorre a palavra
"sophos" (σοφός), que significa "sábio", "instruído".
Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Assim, o
"filósofo" seria aquele que ama e busca a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.
A tradição atribui ao filósofo Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a
criação da palavra.
Filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento,
o estima, o procura e o respeita.
Pensamento mítico e pensamento filosófico
A Morte de Sócrates, Jacques-Louis David, 1787.
Histórica e tradicionalmente, a filosofia inicia-se com Tales de Mileto. Ele foi o primeiro
dos filósofos pré-socráticos a buscarem explicações de todas as coisas através de um
princípio ou origem causal (arché) diferentemente do que os mitos antes mostravam.
Ao apresentarem explicações fundamentadas em princípios para o comportamento da
natureza, os pré-socráticos chegaram ao que pode ser considerado uma importante
diferença em relação ao pensamento mítico. Nas explicações míticas, o explicador é tão
desconhecido quanto a coisa explicada. Por exemplo, se a causa de uma doença é a ira
divina, explicar a doença pela ira divina não nos ajuda muito a entender porque há doença.
Depois dos pré-socráticos
Platão é quem inicia esta nova linguagem, a filosofia como a conhecemos, a busca da
essência, a ontologia dos conceitos universais em detrimento do conhecimento vulgar e
sensorial.
Por muito tempo a Filosofia concebia tudo o que era conhecimento, basta ver a vasta obra
de Aristóteles, que abrange desde a física até a ética. Ainda hoje é difícil definir o objeto
exato da filosofia.
Seus objetos próprios são:
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Metafísica: Concerne os estudos daquilo que não é físico (physis), do conhecimento
do ser (ontologia), do que transcende o sensorial e também da teologia.

Epistemologia: Estudo do conhecimento, teoriza sobre a própria ciência e de como
seria possível a apreensão deste conhecimento.

Ética: Para Aristóteles, é parte do conhecimento prático já que nos mostraria como
devemos viver e agir.

Estética: A busca do belo, sua conceituação e questionamento. O entendimento da
arte.
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Lógica: A busca da verdade, seu questionamento, a razão.
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