Relações Econômicas Internacionais 1 Edição atualizada, 2016 Capítulo 4 2 Economia Política Internacional Fundamentos Teóricos e Experiência Brasileira Sumário Capítulo 1. Economia Política Internacional: Método de análise Capítulo 2. Estado e Atores Principais Capítulo 3. Estado, Poder e Classes Sociais Capítulo 4. Relações Econômicas Internacionais Capítulo 5. Poder e Vulnerabilidade Externa Capítulo 6. Estudos de caso 3 Capítulo 4. Relações Econômicas Internacionais 1. Comércio internacional de bens • Modelo clássico e enfoque neotecnológico • Modelo neoclássico e enfoque neofatorial • Economias de escala, concorrência imperfeita e novos modelos • Demanda 2. Internacionalização da produção 3. Transações internacionais de serviços 4. Fluxos internacionais de capitais 4 4. Fluxos internacionais de capitais Determinantes: • investimento externo direto (IED) • investimento externo indireto (ou de portfólio) • empréstimos; financiamentos • outras aplicações financeiras IED • IED é todo fluxo internacional de capitais que é realizado com dois objetivos: rentabilidade e controle sobre a empresa receptora do capital IED, cont... • Fundamentalmente, investimento de • matrizes de empresas transnacionais em subsidiárias (100% do capital com a matriz), filiais (pelo menos 51% do capital com direito a voto) e joint ventures (pelos menos 10% do capital com direito a voto). Teoria da internacionalização da produção trata dos determinantes do IED. Investimento externo indireto e os outros fluxos internacionais de capitais • Objetivam unicamente a rentabilidade • Taxa de rentabilidade: investidor estrangeiro • Taxa de rentabilidade é medida em moeda estrangeira Taxa de rentabilidade • Diferença entre a taxa de rentabilidade nominal em moeda local e a variação cambial no período do investimento. • Investidor estrangeiro tem como referência uma determinada moeda de curso internacional – geralmente, o dólar americano. Exemplo • Taxa de rentabilidade nominal em moeda local é 15% em determinado país. • Investidor estrangeiro investe R$ 10.000,00. • Ao final de doze meses: investidor receberá R$ 11.500. Suponha • Estabilidade da taxa de câmbio ao longo dos • • 12 meses do investimento (por exemplo, a taxa de câmbio é US$ 1,00 = R$ 2,50). No final do período, como a taxa de câmbio manteve-se estável, a aplicação inicial correspondente a US$ 4.000 (R$ 10.000 / 2,5) aumentou para US$ 4.600 (R$ 11.500 / 2,5). A taxa de rentabilidade em moeda estrangeira = 15%, igual à taxa de rentabilidade em moeda local já que o câmbio manteve-se estável. Suponha, agora, que haja desvalorização cambial de 10% • A taxa de câmbio aumenta de R$ 2,50 para R$ 2,75 no final do período. • Resultado em moeda estrangeira da aplicação: US$ 4.182 (R$ 11.500 / 2,75) no final dos doze meses do investimento. • Investidor recebe juros no valor de U$ 182 sobre a aplicação financeira de US$ 4.000. desvalorização cambial de 10%, cont... • Taxa de rentabilidade em moeda estrangeira = 4,6% (182 / 4.000, multiplicado por 100). • A taxa é a diferença relativa entre a taxa de remuneração nominal em moeda local (15%) e a variação cambial (10%), ou seja, (1,15 / 1,10 – 1, multiplicado por 100). Hipótese de valorização cambial de 10% • Taxa de câmbio cai de R$ 2,50 para R$ • • • 2,25. Resultado em moeda estrangeira da aplicação = US$ 5.111 (R$ 11.500 / 2,25). Investidor estrangeiro recebe de juros US$ 1.111 (US$ 5.111 – US$ 4.000). Taxa de rentabilidade em moeda estrangeira é 27, 8% (1.111 / 4.000, multiplicado por 100). Resumo • Taxa de rentabilidade do investimento externo no Brasil (RB) é a diferença relativa entre a taxa de rentabilidade nominal (iB) e a variação cambial (ê) em determinado período. RB = {[(1 + iB) / (1 + ê)] – 1} x 100 RB = taxa efetiva de retorno para o investidor estrangeiro • Taxa ex-post também é chamada de cupom cambial • Porém, é importante ter em mente que a análise da determinação do investimento é ex-ante, isto é, antes da realização do investimento • Em consequência, as variáveis anteriores (RB, iB e ê) referem-se às taxas esperadas. Variável-chave • Diferencial entre os retornos esperados • no país de origem e no exterior. Investidor americano que cogita aplicar seu capital no Brasil tem que levar em conta a diferença entre a taxa de retorno esperado nos Estados Unidos (REUA) e a taxa de retorno esperado do investimento no Brasil (RB). Variável-chave, cont... • Diferença (RD) de taxas de retornos esperados é que determina o fluxo internacional de capitais. RD = RB - REUA • Ambas as taxas estão referenciadas ao retorno esperado em uma moeda de curso internacional (dólar americano). Riscos • Mercado brasileiro de capitais implica • • inúmeros riscos para o investidor dos Estados Unidos. Risco primário: risco de previsão em relação à variação da taxa de câmbio. Variação cambial esperada no período do investimento ou a expectativa em relação à taxa de câmbio futuro. Hedge • Operações de hedge (proteção) cambial no mercado futuro de moedas. • Nesse tipo de operação, os mercados futuros de moedas em países como o Brasil são insuficientes para fornecer proteção para todos capitais externos investidos no país. Spread • Investidor estrangeiro deve incorporar no seu cálculo de taxa de retorno esperado o risco-país. • Primeiro tipo de risco é cambial. • Risco tem um preço, chamado de spread. Spread é a precificação do risco por parte dos investidores estrangeiros. Spread, cont... • Investidores estrangeiros cobram juros mais altos para tomadores brasileiros de recursos no exterior. • Investidor americano passa a operar com um diferencial de retorno (RD) corrigido. RD = RB - REUA - Re. • Spread Re é a precificação do risco cambial. Spread, cont... • Investidor americano passa a operar com um diferencial de retorno (RD) corrigido RD = RB - REUA - Re Rating • Piora das expectativas em relação ao Brasil implica no rebaixamento do rating do país. • Rating, atribuído por empresas especializadas em avaliação de risco, expressa o grau de risco do país (títulos públicos) ou de empresas brasileiras. Risco Soberano • Deterioração das expectativas em relação às finanças públicas (déficit público e dívida pública). • Situação das contas externas • Saldo de transações correntes do • balanço de pagamentos. Nível de reservas internacionais. Governança e Risco • Problemas de governança, degradação • • institucional e instabilidade política também afetam as expectativas. Piora das expectativas implica em maior aversão ao risco soberano. Consequentemente, os preços dos títulos da dívida pública no mercado financeiro internacional caem, o que significa que as taxas de juro efetivas aumentam. Rating: rebaixamento • Piora das expectativas também eleva os custos dos empréstimos e financiamentos externos. rebaixamento do rating de investimento afeta negativamente a captação de recursos externos. Obrigado!