Editorial Pois é, agora você é calouro, meus parabéns!!! Você está na ESALQ, uma das melhores escolas de ciências agrárias do Brasil, por isso comemore, mas pegue leve, tenha responsabilidade, respeite seus limites ..., e por aí vai. Nós do Programa de Prevenção e Tratamento à Dependência Química do Campus “Luiz de Queiroz” resolvemos fazer este informativo especial para que você, que está entrando na universidade, possa conhecer o programa e principalmente os tipos de drogas, sob uma forma mais científica, técnica e crítica do que as informações vínculadas pelos serviços de informação em geral. A intenção é que este informativo sirva de referência para tirar qualquer dúvida sobre quais são os efeitos dos psicotrópicos em nosso organismo e aonde obter qualquer tipo de informação sobre esse assunto; por isso o nome do informativo foi batizado de “coquetel”, devido à diversidade de informações aqui contidas. Espero que gostem e, o principal, se conscientizem!!! É isso ai, boa leitura e até a próxima!!! Marcel “Ripax” Miranda Taccini Informações Técnicas Esse informativo faz parte do Programa de Prevenção e Tratamento à Dependência Química da Prefeitura do Campus “Luiz de Queiroz” - Programa Bolsa Trabalho COSEAS. Fevereiro - 2006 Prefeitura do Campus “Luiz de Queiroz” Divisão de Atendimento à Comunidade: Sonia Maria Mendes Fiore Elaboração: Marcel Miranda Taccini – 5º. Sem. Gestão Ambiental Revisão e Supervisão: Solange C. do Couto Souza /Serviço de Promoção Social – DVATCOM e Érica da Silva Maciel – Núcleo de Qualidade de Vida – Campus “Luiz de Queiroz” NACEQV Telefone: (19) 3429-4161 e-mail: [email protected] home page: www.pclq.usp.br/autocontrole 02 Universidade Pública... Entrando na universidade pública ... momento de farra e comemoração para todos, uns ralaram o ano inteiro para conseguir passar pela fuvest, outros fizeram vários anos de cursinho e outros ainda parecem cair de pára-quedas, são desencanados, não ligam muito para os estudos, só que na hora do vamo ver resolvem a parada. Pois é, mesmo com essa diversidade de comportamentos, todos têm grande mérito e merecem comemorar, porque entrar na USP não é para qualquer um (espero que vocês concordem comigo). A maioria do pessoal que vai se encontrar na ESALQ é de fora, vai ter que morar em uma cidade nova, com novas companhias, longe dos pais (em muitos casos a primeira vez), com total liberdade, sem o peso das costas que é passar no vestibular, etc. Alguns vão despirocar, encher o caneco, pegar várias baladas, enfim entrar em um mundo totalmente novo, enquanto outros vão se sentir inseguros, sozinhos, mais isolados com relação aos grupos de destaque... é, ... cada qual da sua maneira. Mas apesar da diferença, ambos os tipos de pessoas e mais alguns que aqui não foram mencionados, podem apresentar uma coisa em comum: o comportamento de risco, que na maioria das vezes inclui as drogas. Jovens com uso moderado ou pesado de álcool têm ao menos 3,5 parceiros sexuais diferentes em um período médio de seis meses, sendo que 70% desses jovens não fazem uso sistemático de camisinha, ou quando o fazem, é de maneira irregular. Em virtude dos problemas advindos com o comportamento de risco, vamos dar um panorama geral sobre os tipos de drogas para que vocês possam se posicionar e instruir com melhor embasamento sobre o que são os psicotrópicos, quais os tipos, como atuam no sistema nervoso central, quais as conseqüências advindas com uso dessas substâncias e algumas curiosidades, tudo da maneira mais técnica possível e sem nenhum tipo de demagogia, pois a função deste informativo é discutir a problemática das drogas com ênfase na prevenção, e não afirmar nenhuma posição rígida, para que assim consiga estimular a discussão entre os estudantes, que afinal de contas, é o maior instrumento de educação e conscientização no meio universitário. 03 Psicotrópicos 1) O que são psicotrópicos Psicotrópico é uma palavra composta de duas outras, psico e trópico. A primeira, de origem grega, significa nosso psiquismo (o que sentimos, pensamos e fazemos, enfim o que cada um é), já a segunda relaciona-se com o termo tropismo que significa ter atração por. Assim, psicotrópico significa atração pelo psiquismo e drogas psicotrópicas são aquelas que atuam sobre nosso cérebro, alterando de alguma maneira nosso psiquismo. 2) Quais os tipos Os psicotrópicos são classificados em tipos devido aos diferentes efeitos que causam nos usuários, em decorrência dos diferentes princípios ativos presentes em cada tipo. Desta maneira, as drogas psicotrópicas são divididas em depressoras da atividade do sistema nervoso central, que são aquelas que diminuem a atividade do nosso cérebro, fazendo com que a pessoa fique desligada, devagar, desinteressada pelas coisas; estimulantes da atividade do sistema nervoso central, que faz com que a pessoa fique ligada, elétrica, sem sono, em decorrência da maior atividade cerebral devido ao estímulo que proporcionam ao cérebro; e as perturbadoras do sistema nervoso central, que agem modificando qualitativamente a atividade do cérebro, e não quantitativamente como as anteriormente citadas, modificando o funcionamento do cérebro, perturbando a mente. A classificação das diversas drogas nessas categorias, estão listadas na tabela abaixo. CLASSIFICAÇÃO TIPOS PRODUTOS Álcool Soníferos ou hipnóticos Barbitúricos e alguns Benzodiazepínicos Depressoras da Atividade Ansiolíticos Benzodiazepínicos (diazepam, lorazepam) do Sistemas Nervoso Central Opiáceos ou Narcóticos Morfina, Heroína, codeína, Meperidina Estimulantes da Atividade do Sistema Nervoso Central Perturbadores da Atividade do Sistema Nervoso Central Inalantes ou solventes Colas, tintas, removedores Anorexígenos Cocaína Anfetaminas (dietilpropiona, femproporex) Mescalina Vem de uma Espécie de cacto mexicano THC Maconha e Haxixe Psilocibina Alguns Cogumelos Lírio Trombeteira, zabumba ou saia baranca LSD Êxtase Anticolinérgicos 04 Artane, Bentyl 3) Como atuam e conseqüências Após ter listado os tipos de drogas psicotrópicas, agora vamos falar um pouco sobre elas, dando porém, maior ênfase às drogas de maior letalidade e poder de vício listadas na tabela abaixo, elaborada a partir de uma pesquisa nacional domiciliar sobre abuso de drogas dos EUA, feita em 2001 e àquelas que se mostram mais presentes no meio universitário. Substâncias Acessibilidade Poder de Vício (%) Letalidade (causa de morte) Precocidade (idade do 1º contato com a droga Nicotina 15,5 Grande 80 Alta Heroína 19,5 Grande 35 Média Cocaína Grande 22 Alta 21,9 Sedativos 19,5 Grande 13 Média Estimulantes 19,3 Média 12 Alta Maconha 18,4 Média 11 Baixa Alucinógenos 18,6 Grande 9 Baixa Analgésicos 21,6 Média 7 Média Álcool Grande 6 Média 17,4 Tranqüilizantes Média 5 Média 21,2 Inalantes 17,3 Grande 3 Média Apesar de ter sido feita nos EUA, esta pesquisa é representativa também para o Brasil, pois o comportamento dos usuários é parecido em ambos os países, sendo que os itens Letalidade e Poder de Vício não sofrem quase nenhuma alteração, sendo que respondem quase que inteiramente pelo consumo (comportamento) do usuário e pelas características químicas da substâncias. Já os itens precocidade, que diz respeito à idade média do primeiro contato com a droga, e a acessibilidade, dependem de fatores socioculturais, o que pode fazer com que haja alterações representativas nesses índices de um país para outro, o que pode ser demonstrado por dados do Programa da Nações Unidas para Controle Internacional de Drogas, que mostram que o Brasil é considerado um país de consumo médio de drogas, enquanto que os EUA apresentam um consumo alto. Atenção !!! Não se esqueçam, Álcool e Tabaco também são drogas psicotrópicas, só que não serão comentados neste informativo devido a abordagem aprofundada deste assunto no autocontrole de n º 12 que se encontra disponível no DVATCOM (Divisão de Atendimento a Comunidade). Mais informações pelo site www.pclq.usp.br/autocontrole e pelo telefone (19) 3429-4362. 05 Depressores da Atividade do Sistema Nervoso Central Ansiolíticos – estimula no cérebro os mecanismos que combatem estados de tensão ou ansiedade, relaxando os músculos, induzindo o sono e reduzindo o estado de alerta. No Brasil são representados principalmente pelos remédios Valium e lorax que são vendidos sob prescrição médica em doses seguras, sendo necessário uma quantidade de 20 a 40 vezes maior que a recomendada para ter uma intoxicação, mesmo assim ela dificilmente leva ao coma, a não ser que misturada com álcool, o que pode levar a morte. Seu uso em excesso dificulta os mecanismos de aprendizado e memória, causando dependência séria, com síndrome de abstinência grave, que inclui dores e convulsões Opiáceos ou Narcóticos – Os opiáceos são substâncias naturais derivadas do ópio, que vem da papoula, já os opióides são substâncias sintéticas, mas têm fórmula e efeito semelhante. É muito provavelmente a primeira droga descoberta pelo homem, devido a simplicidade do processo de obtenção do ópio cru, que exige apenas plantio e preparação da papoula. Existem 28 tipos de papoula, sendo que apenas uma, a Papaver Somniferum apresenta o alcalóide morfina, usado em hospitais do mundo todo como anestésico e também em mistura com anidro acético, sendo conhecido como heroína. A droga reduz a atividade no centro de controle da dor, do sono e da tosse, gerando sensação de alívio, satisfação e prazer quando injetada, caso da heroína ou fumada, caso do ópio, criando dependência química atroz, sendo que a crise de abstinência inclui dores, febres, delírios e diarréia. Egípcios, árabes, romanos e gregos faziam uso medicinal da planta para tratar elefantíase, epilepsia e picadas de escorpião. A mistura do ópio com álcool é conhecida como láudano e bastante usada como anestésico. Doses elevadas de opiáceos desligam as áreas do cérebro que controlam os batimentos cardíacos, a respiração e a pressão sangüínea, podendo causar a morte, sendo que o risco é maior com a heroína, pois é três vezes mais potente que a morfina. Inalantes ou solventes – A palavra solvente significa substância capaz de dissolver coisas e inalante é toda substância que pode ser inalada, isto é, introduzida no organismo através da aspiração pelo nariz ou boca. Todos os solventes são substâncias que fazem parte do grupo dos hidrocarbonetos, e são altamente voláteis e inflamáveis. Merecem destaque a cola de sapateiro, que como matéria-prima básica apresenta o Tolueno, o loló, que é feito clandestinamente a partir da mistura de clorofórmio e éter, e o lança-perfume, que é a base de cloreto de etila ou cloretila. 06 Ao contrário do que muitos imaginam, os inalantes ou solventes são uma das drogas mais consumidas entre os jovens brasileiros de todas as classes sociais. Os efeitos dos inalantes aparecem logo após a aspiração, durando uma média de 15 a 40 minutos, dependendo da pessoa. A primeira sensação é de euforia, que com o tempo vai passando para desorientação e confusão, passando por incoordenação motora e fala enrolada, podendo chegar à inconsciência, queda de pressão, convulsões e até mesmo à morte. O uso contínuo de inalantes causa danos irreversíveis ao cérebro, as pessoas mostram-se apáticas com déficit de concentração e memória, agridem a medula óssea, rins, fígados e nervos periféricos, produzindo degeneração progressiva dos mesmos, a ponto de causar transtornos no marchar (“andar de pato”), podendo causar paralisia. Além disso, em alguns casos, quando o solvente apresenta benzeno, mesmo em pequenas quantidades, o organismo dos usuários diminui a produção de glóbulos brancos e vermelhos. Os solventes tornam o coração humano mais sensível a adrenalina, o que faz com que o número de batimentos cardíacos aumente, já havendo vários casos de morte de adolescentes por síncope cardíaca na literatura médica, em decorrência de atividades físicas após o uso dos inalantes. 07 Estimulantes da Atividade do Sistema Nervoso Central Anfetaminas – São substâncias sintéticas que agem como a cocaína, ou seja, imitando a adrenalina. São conhecidas como rebite por caminhoneiros e bolinha por estudantes, e em ambas as “categorias”são utilizadas para ficar acordado. Muitos medicamentos possuem essas substâncias. Elas podem gerar agressividade, irritabilidade, alucinações, sensações de perseguição e psicoses, cujos sintomas lembram a esquizofrenia. É uma droga que se usada em excesso causa tolerância, e algumas pesquisas demonstram que elas degeneram células nervosas do cérebro. Cocaína – A cocaína é uma substância natural extraída das folhas de uma planta que ocorre exclusivamente na América do Sul, a Erythroxylon coca, conhecida como coca. Foi utilizada para aumentar a produtividade dos escravos nas minas de prata, quando os espanhóis chegaram ao continente americano. Adentrou a sociedade moderna pela porta da medicina, sendo amplamente utilizada como anestésico e na forma de pastilhas para a garganta, sendo proibida a partir da década de 30, devido ao poder de viciar que possuía. Sigmund Freud dava pastilhas de cocaína para sua esposa, para que ficasse mais “coradinha”. Acabou viciando-a. Ela pode chegar ao consumidor sob a forma de um sal (pó, branquinha), o cloridato de cocaína, que é solúvel em água e, portanto serve para ser aspirado ou dissolvido em água para uso endovenoso. Existe também uma base derivada da cocaína que é muito poderosa, o crack, que foi introduzido nos EUA em 1983, quando a demanda por cocaína na classe média começou a diminuir, tornando-se assim uma alternativa mais barata. A droga é conseguida a partir da mistura de cocaína, água e soda caustica, depois é aquecida até que a água evapore, deixando as “pedrinhas”. Após inalada, a fumaça do Crack faz efeito em menos de dez segundos, sendo uma das drogas existentes que mais causam dependência. Quanto mais rápidos os efeitos da cocaína, maiores os riscos de dependência, sendo que seguindo essa regra tem-se que a com maior poder de viciar é o crack, seguido da cocaína injetável e do pó. A cocaína simula o efeito da adrenalina, deixando o corpo pronto para lutar ou fugir, assim inicialmente o usuário sente uma sensação de energia, poder e prazer. Um estado de hiperatividade (fica ligadão, mas geralmente sem interesse sexual), com aumento dos batimentos cardíacos, dilatação das pupilas, alívio da dor, sensação de confiança, força, alerta, insônia e falta de apetite, de modo que um usuário regular pode chegar a perder de 8 a 10 Kg em um só mês aumenta os batimentos cardíacos. Depois dessas reações vem a depressão e o cansaço, e deve-se notar que com o uso pode ocorrer convulsão, arritmia, infarto, crise de pânico, quadro psicótico (transitório ou permanente, conhecido como nóia), alteração do funcionamento cerebral, com diminuição do fluxo sangüíneo e perdas importantes no desempenho intelectual, degeneração muscular e perda de apetite sexual. Se você faz uso de algum psicotrópico, se ligue no uso, abuso e frequência, com que você o faz, pois essas três características irão determinar qual o nínel de seu comportamento de risco. 08 Perturbadores da Atividade do Sistema Nervoso Central Ecstasy – Conhecido quimicamente por MDMA (MetilenoDioxoMetAnfetamina) foi patenteado em 1914 como moderador de apetite, e é um tipo de anfetamina que provoca a liberação de serotonina (substância ligada ao prazer) provocando um forte contentamento. Causa alucinações, perda da noção de tempo, e se usado em excesso pode gerar depressão, ansiedade, pânico e danificar células nervosas, causando depressão crônica. LSD – LSD-25 é abreviação de dietilamina do ácido lisérgico, um alcalóide que foi inicialmente obtido de um fungo chamado Ergot. É talvez a droga alucinógena mais potente que exista, sendo que alguns microgramas são suficientes para causar alucinações, sendo usada habitualmente por via oral e em menor escala com tabaco e fumado. Causa alterações nos sentidos e delírios, podendo causar ansiedade e depressão, as vezes até com surtos psicóticos de longa duração e flashback. Provoca dilatação das pupilas e aceleração do ritmo cardíaco. Cogumelos e plantas alucinógenas – Inclui cogumelos, jurema, Mescal ou Peyolt, Caapi, chacrona e outras plantas. São usados em sua ampla maioria na forma de chá e as reações psíquicas são ricas e variáveis, como ouvir sons incomuns, ver luzes brilhantes e até deformações no corpo, dilatam as pupilas, causam suor excessivo, taquicardia e náuseas/ vômitos. Lírio – está classificado junto com a trombeta, saia-branca e alguns medicamentos como Anti-Colinérgicos. Os efeitos são bastante intensos, produzem delírios e alucinações, sendo comum as pessoas intoxicadas com essas substâncias se sentirem perseguidas, verem pessoas, santos, animais, estrelas, fantasmas e outras imagens. Com relação aos efeitos periféricos, as pupilas ficam dilatadas, a boca seca, o coração pode disparar, os intestinos ficam paralisados – tanto que são usados medicamente como antidiarréicos – e a bexiga fica “preguiçosa” havendo retenção de urina. É a terceira droga mais utilizada em algumas capitais no nordeste, só perdendo para os inalantes e maconha. O uso de medicamentos anticolinérgicos é muito útil no tratamento de algumas doenças como o mal de Parkinson. Maconha – A mais discutida das drogas é chamada cientificamente de Cannabis Sativa. Ela já era conhecida há pelo menos 5000 anos, sendo utilizada quer para fins medicinais quer para produzir risos. Até o início do século passado, a maconha era considerada em vários países, inclusive no Brasil, como um medicamento útil para vários males, mas também já era utilizada para fins não médicos, por pessoas desejosas de sentir “coisas diferentes”. Como conseqüência desse abuso, de um certo exagero sobre seus efeitos maléficos, e de diversos outros fatores como preconceito social, racial e econômico, além de interesses políticos, a planta foi proibida em todo mundo ocidental, nos últimos 50-60 anos. 09 A maconha é uma planta composta de várias substâncias, e que tem no THC seu princípio ativo essencial, que determina a potência da droga, podendo variar de 3% a 40%, de acordo com o subtipo, a forma de cultivo e de preparação da planta. No haxixe, preparado com o óleo da maconha, pode variar de 7% a 40%. No skank, produzido a partir de uma variedade cultivada em laboratório, pode chegar a 30%. Além dessa, os baseados possuem outras substâncias, tendo mais alcatrão que o cigarro comum, benzopireno, substância altamente cancerígena, pode estar contaminada por toxinas de fungos etc. O que acontece no organismo? O THC age no cérebro em 20 minutos. ! 1) Após ser tragada, a droga leva aos pulmões toxinas, como o alcatrão, que prejudicam o sistema respiratório, e o THC, que segue para a circulação sanguínea; ! 2) Parte do THC chega ao estômago, fígado, depois rins, até ser eliminado pela urina; ! 2a) Outra parte chega ao baço; acredita-se que nele o THC reduza a produção de linfócitos, e enfraqueça o sistema de defesa do organismo; ! 2b) Há pesquisas que apontam redução pelo THC dos níveis de hormônio sexual masculino testosterona, podendo provocar infertilidade temporária; ! 3) No cérebro, entre as várias substâncias conhecidas como receptores, existe uma que é ativada pelo THC; ! 3a) No cerebelo, que regula o equilíbrio, a postura e a coordenação motora, o THC provoca letargia, redução no controle dos movimentos e desorientação espacial e temporal; ! 3b) No hipocampo, o THC reduz a atividade de neurônios relacionados à memória de curto prazo; ! 3c) No córtex cerebral, que regula a percepção pelos sentidos, o THC pode promover alterações transitórias nas sensações pelo tato, pela visão e pela audição; ! 4) O THC estimula também o aumento da produção de serotonina, substância que promove sensação de bem-estar. Benefícios e Malefícios do uso da maconha Será que os efeitos da maconha são tão maléficos quanto dizem? Será que não existe nenhum lado benéfico dessa planta? Para responder essa pergunta vamos listar os benefícios e prejuízos advindos com o uso da planta, ressaltando porém, que os benefícios não são adquiridos por pessoas com estado de saúde normal, mas sim em casos de doença, e com acompanhamento médico, que é permitido em alguns países do mundo. 10 Preste Atenção Nestas conseqüências "Cérebro – A maconha causa mudanças na química cerebral. Os componentes da planta inibem o neurotransmissor acetilchiline, um agente químico responsável por disparar vários sinais através do sistema nervoso. "Humor e comportamento – O uso da droga leva a dificuldades de concentração, de atenção aos detalhes, de aprendizado e inibe o processamento de informações complexas. Também tem impacto na percepção de tempo e em certos aspectos da memória – pelo menos em períodos curtos. "Coração – aumenta o funcionamento cardíaco. As mudanças nos batimentos e na pressão sangüínea são iguais as encontradas em pessoas com alto nível de sertãs. "Pulmões – É mais irritante que o tabaco (50%) e seu impacto nas vias aéreas superiores é muito mais agressivo. Pode causar câncer de pulmão, garganta e cérebro. "Performance Sexual – Pode reduzir em número e qualidade a produção de esperma, afetando também a mobilidade dos espermatozóides e o grau de fertilidade masculina. "Fluxo Sangüíneo – diminui o fluxo para as extremidades, o que, em casos mais graves, pode requerer amputação. O uso medicinal não é mito • Pesquisas feitas pela associação médica dos EUA demonstram que o uso de maconha em pacientes com AIDS é positivo, pois a droga aumenta o apetite de quem a consome, sendo que pacientes que fizeram o tratamento com a droga engordaram em média 15 Kg, enquanto outros que utilizavam placebo ganharam uma média de 5 Kg. Pacientes com HIV que fazem quimioterapia têm náuseas, assim qualquer coisa que faça-os reter o alimento tem muito valor. Porém, este beneficio médico da maconha só funciona durante o pico do uso da droga, não sendo seu efeito no alívio da náusea cientificamente comprovado. • Clinicamente provado, a maconha ajuda no combate aos espasmos musculares causados por esclerose múltipla e traumas. • Combate as dores. Estudos ainda estão sendo feitos para analisar melhor os efeitos analgésicos da droga, em particular para as dores causadas pelo câncer e pelas dores dos nervos. • Estudos em animais demonstram que o uso da maconha pode estimular os movimentos em doses baixas e inibi-los em doses altas. Esta característica pode ser importante para o desenvolvimento de tratamentos para as desordens motoras no mal de Parkinson. Material Utilizado: • Chiclete com Banana, Angeli, série Traço e Riso. • Drogas, Rodrigo Vergara. • Revista Mundo em Foco – Maconha. • Informativo: série Campanha Nacional Antidrogas nas Escolas Superiores- Secretaria Nacional Antidrogas – SENAD e Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP – GREA, Folhetos N º 2 e 3. • Folhetos informativos sobre drogas psicotrópicas do CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) – Departamento de Psicobiologia da UNIFESP 11