RESTAURAÇÃO DE RESTINGA:

Propaganda
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA:
UMA EXPERIÊNCIA NO NORTE FLUMINENSE
Palestrante:
Daniel Ferreira do Nascimento
01
PORTO DO AÇU:
UMA OPORTUNIDADE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Portos do RJ, SP e ES
normalmente
movimentam mais de 4
milhões de TEUs.
MG e ES geralmente
demandam mais de 600
mil TEUs
BACIA DE CAMPOS
AÇU (km)
MACAÉ (km)
DISTÂNCIA MÉDIA*
123 km
191 km
TEMPO MÉDIO*
5,7h
8,5h
* Usando como referência o centro de massa da Bacia de Campos
PORTO DO AÇU
CRIANDO SOLUÇÕES
1,2 milhão
barris de petróleo/dia
15 berços
licenciado no T1
Offshore
10 milhões m³
de GNL
Mais de
4.570
Trabalhadores
40 Km² de
área protegida
54% da região
90 km²
de retroárea
13 km
de cais
30
31
20
19
32
7
21
22
10
5
RPPN Fazenda Caruara
Área de Reserva
Ambiental – 40km²
6
4
1
25
2
12
23
24
9
14
11
3
8
15
16
18
27
26
17
28
29
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Marca Ambiental - 5.896 m²
Wärtsilä - 29.300 m²
Área disponível - 1.090.746 m²
Technip - 289.800 m²
NOV - 121.905 m²
Intermoor - 52.302 m²
Edison Chouest - 597.400 m²
Indústria naval - 3.200.000 m²
Terminal Multicargas (T-MULT)
10. InterCement
11. Holcim
12. Parque logístico
13. Termelétrica
14. Planta de liquefação
15. TECMA - 215.079m
16. Terminal GNL
17. Terminal de líquidos
18. Terminal de reparos
19. Corredor logístico
20. Centro de caminhões
21. Centros integrados de distribuição
e armazenagem
22. InterRio Hotel
23. Unidade de processamento de gás natural
24. Unidade de tratamento de petróleo
25. Ferroport
26. Transbordo de petróleo – Expansão potencial
27. Terminal de minério de ferro | Anglo American
28. Transbordo de petróleo | Oiltanking
29. BG Brasil
30. Vallourec - 15.000 m²
31. Heliporto
32. Indústrias metal-mecânicas
02
ECOSSISTEMA DE RESTINGA:
DEFINIÇÃO E LEGISLAÇÃO
ECOSSISTEMA DE RESTINGA
DEFINIÇÃO
As restingas são planícies arenosas costeiras de origem marinha,
abrangendo praias, cordões arenosos, dunas, depressões entre-cordões e
depressões entre-dunas com respectivos brejos, charcos, alagados e
lagoas, cuja vegetação e fauna estão adaptadas às condições ambientais
locais (Decreto Estadual Nº 41.612/08). São elas:
 Salinidade;
 Extremos de temperatura;
 Ventos Fortes;
 Escassez Hídrica;
 Solo instável e de baixa fertilidade.
ECOSSISTEMA DE RESTINGA
FITOFISIONOMIAS
d
b
a
c
a
b
c
c
d
e
e
9 Tipologias Vegetacionais
ECOSSISTEMA DE RESTINGA
LEGISLAÇÃO
Documento Legal
Disposto
Decreto Nº 41.612/08
Dispõe sobre a definição de restingas no estado do Rio de Janeiro e
estabelece a tipologia e a caracterização ambiental da vegetação de
restinga (Fitofisionomias).
Resolução CONAMA Nº
417/2009
Dispõe sobre parâmetros básicos para definição de vegetação primária e
dos estágios sucessionais secundários da vegetação de Restinga na
Mata Atlântica.
Resolução CONAMA Nº
453/2012
Aprova a lista de espécies indicadoras dos estágios sucessionais de
vegetação de restinga para o Estado do Rio de Janeiro, de acordo com a
Resolução no 417/2009.
Resolução INEA Nº 89/2014
Dispõe sobre as proporções mínimas aplicáveis para reposição florestal,
decorrentes da supressão de florestas nativas e ecossistemas
associados ao bioma Mata Atlântica, no estado do Rio de Janeiro.
03
ESTRATÉGIAS E MÉTODOS DE RESTAURAÇÃO
RESTINGAS DE GRUSSAÍ E IQUIPARI
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
DESAFIOS E SOLUÇÕES
DESAFIOS
SOLUÇÕES
1. Encontrar quantitativo de áreas de Restinga
compatíveis com a grande demanda de
recomposição;
1. Criação da RPPN Fazenda Caruara;
2. Conseguir número de mudas de Restinga
compatível ao esforço anual estipulado;
3. Desenvolvimento de técnicas especificas de
manejo e produção de mudas, através de
parcerias com instituições de pesquisa;
3. Buscar métodos de cultivo específicos para cada
espécie coletada;
4. Buscar métodos de restauração específicos para
o ecossistema de Restinga;
5. Treinar e formar uma equipe fixa, em meio a
grande oferta de empregos do Porto do Açu;
6. Desenvolver técnicas de restauração eficientes e
de
baixo
custo,
meio
as
condições
edafoclimáticas desfavoráveis.
2. Implantação de Viveiro dedicado ao ecossistema
de Restinga;
4. Desenvolvimento de técnicas específicas de
restauração para Restinga;
5. Utilização de mão-de-obra local, absorvendo
pessoas com maior vivência de campo;
6. Execução direta do programas ambientais,
internalizando todo conhecimento gerado e
garantido o atendimento as condicionantes.
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
CRIAÇÃO DA RPPN FAZENDA CARUARA
Pilar do Programa de Conservação da Biodiversidade, a RPPN
Fazenda Caruara é a maior unidade de conservação de Restinga
particular do país, com 3.845 hectares. Sua criação é uma iniciativa
voluntária e nela são desenvolvidos trabalhos de recomposição
vegetal e monitoramento da fauna e flora local.
A RPPN Caruara abriga um dos principais remanescentes de Restinga
preservados do Norte do Estado do Rio de Janeiro, suas matas e as
lagoas de Grussaí e Iquiparí, formam um ambiente de beleza ímpar.
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
CRIAÇÃO DA RPPN FAZENDA CARUARA
RECOMPOSIÇÃO DE RESTINGA
IMPLANTAÇÃO DE VIVEIRO FLORESTAL
Objetivo: Este Viveiro foi criado para fomentar todos os
Programas de Restauração de Restinga e Programas de
Recuperação de Áreas Degradadas oriundas da implantação do
Porto do Açu.
Números:
 Capacidade Produtiva – 500.000 mudas/ano;
 Nº de espécies manejadas – 70 espécies;
Abaneiro
 Custo de Implantação – R$ 1.300.000,00;
 Custo de Operação anual – R$ 650.000,00;
 Nº de Funcionários – 12 pessoas;
 Área construída – 8.000 m².
Pitanga
Abajurú
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS
SOLO
CLIMA
 Neossolos, Quartzarênicos e Espodossolos;
 Clima é caracterizado quente (acima de
18ºC) e seco (7 a 10 meses secos);
 Associados a sedimentos flúvio-marinholagunar de idade quaternária.
 Direção do vento predominante é a nordeste
(NE), tendo velocidade média igual a 3,3
m/s.
Precipitação – Jan a Dez de 2015
Foto: Perfil de espodossolo mostrando a diferenciação
nítida de coloração dos horizontes Ap; E e Bh.
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
METODOLOGIA – Referências Bibliográficas
Nossa proposta tenta recriar a forma como os indivíduos naturalmente se organizam e se distribuem
para colonizar a área a ser recuperada. Esta estratégia defende que o plantio seja feito em núcleos ou
ilhas de diversidade, agregando uma composição estrutural e florística mais próxima da formação
original.
Base de consulta:
 Nucleação (YARRANTON et MORRISON, 1974; REIS et al., 2003; BECHARA, 2006;TIEPPO, 2011)
 Método de Anderson (Anderson Groups, Placeaux Anderson) – O plantio é realizado em grupos. A
área é totalmente limpa e os espaçamentos utilizados são: 0,5 X 0,5 m até 1,0 X 1,0 m;
 Fitofisionomias (Decreto Estadual nº 41.612/2008; ASSUMPÇÃO & NASCIMENTO,2000; ARAÚJO,
2000).
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
METODOLOGIA - Estratégias

Plantio

Anéis hexagonais;

Marcação e Distribuição dos anéis;

Escolha de espécies e distribuição por grupos ecológicos e afinidade por sítios;

Espécies facilitadoras;

Utilização material lenhoso contra matocompetição e como quebra vento;

Monitoramento e Manutenção diária (Geoprocessamento).

Nucleação

Dimensionamento e espaçamento entre unidades;

Utilização de top soil;

Utilização de material lenhoso para confecção de poleiros artificiais;

Uso de sementes;

Transposição de galharias.
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
METODOLOGIA – Classes de Intervenção
Classes de Intervenção
Baseado na interpretação das fitofisionomias, as áreas a foram
divididas em classes de aptidões para restauração
RECOMPOSIÇÃO DE RESTINGA
METODOLOGIA – Arranjos de Plantio
Anéis Hexagonais
Áreas Alagáveis
Áreas secas
Método de Plantio
 31 mudas por anel;
 36 anéis por hectare;
 1.116 mudas por hectare;
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
ESTRATÉGIAS – Atividades de Plantio
Roçada (trator com roçadeira)
Aplicação de hidrogel
(1L/cova) e plantio
Marcação e Coroamento
Irrigação no ato do plantio
Adubação orgânica
(3 L de esterco bovino/cova)
Tutoreamento
Adubação química (150 g
superfosfato simples/cova)
Cobertura com madeira
picada
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
ESTRATÉGIAS – Manutenção dos Plantios
Coroamento de Manutenção
Capina de Manutenção
Reposição de Tutores
Irrigações emergenciais
Combate a formiga cortadeira
Utilização de espécies
facilitadoras
Reposição de Madeira Picada
Barreiras de vento
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
ESTRATÉGIAS – Atividades Nucleadoras
Seleção e Retirada de Top Soil
Transposição de galharias
Uso de espécies facilitadoras
Poleiros artificiais
Semeadura direta
Abrigos
03
RESULTADOS JÁ ALCANÇADOS
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
RESULTADOS
 Maior Unidade de Conservação Privada de restinga do país;
 Único viveiro dedicado a restinga no país,
 Maneja mais de 70 espécies de restinga;
 Domínio das técnicas de Restauração (700 hectares já plantados);
 Mais de 251 Espécies de Fauna já catalogadas no Programa de Resgate e
Monitoramento de Fauna;
 Mais de 750.000 mudas plantadas;
 100.000 indivíduos da flora nativa transplantados;
 Capacitação e Absorção de mão-de-obra local, envolvendo 150 trabalhadores da
região no processo;
 Desenvolvimento de inúmeros trabalhos científicos sobre o ecossistema de
restinga – 15 Linhas de Pesquisa e Livros
 03 grandes Prêmios Socioambientais.
RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL
RPPN Fazenda Caruara
Mais de
R$ 3,2 milhões
de áreas protegidas
em imposto
ecológico transferido
em 2014
40 Km²
240 espécies
identificadas
800.000
mudas produzidas
251 espécies
de fauna
catalogadas
R$ 203 milhões
em investimentos
socioambientais
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
VIVEIRO FLORESTAL – Difusor de Conhecimento
Já foram plantados 700 hectares na
RPPN Fazenda Caruara.
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
RESULTADOS
180 plots de 49 m² (seca e alagada)
30 anéis (seca e alagada)
Formação de Clusia e Plantios
3 espécies (Ingá; Aroeira e Embaúba)
Avaliação: Recrutamento e Riqueza
Avaliação de DAB; H; TC e TM
Áreas Alagáveis ↑ Recrutamento (20%)
↑ Desenv. em Áreas Alagadas
Msc. Glauce Daniele Ferreira
UENF
Perda em H (Ingá e embaúba) área Seca
Msc. Felipe Marauê
AgroParisTech / Esalq
3 restingas (Grussaí; Jurubatiba e Maricá)
30 anéis (seca e alagada)
Cnemidophorus littoralis
Avaliação: DAB; H; TC, TM e Regenerantes
Avaliação: Densidade, Temp. e Formação
↑ Desenv. em Áreas Alagadas
Degradação: JU (1,86), MA (1,99) e GR (2,34)
Secas (H’= 2,93) e Alagável (H’=2,87)
Msc. Nathalie Loureiro
UENF
TM Seca (52,8%) e Alagável (46,3%)
Áreas Alagáveis ↑ Riqueza
Msc. Beatriz Cosendey
UENF
Grussaí foi a única ↑ Densidade Pop.
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
RESULTADOS
Tabela. Parâmetros amostrados das três espécies mais abundantes no plantio
I. marítima
Msc. Glauce Daniele Ferreira
UENF
Avaliação 12
meses após
plantio
S. terebinthifolius
C. pachystachya
Seca
Alagada
Seca
Alagada
Seca
Alagada
67
108
107
115
28
81
DAB médio (mm)
0,81
1,97
1,32
2,12
1,4
2,41
H médio (m)
0,39
0,8
0,56
0,9
0,63
0,91
TC (%)
- 22
60
12
80
- 16
22
TM (%)
44
14
11
23
64
10
N
N = Total de indivíduos; DAB = Diâmetro da base; H = Altura; TC = Taxa de crescimento e TM = Taxa de mortalidade
Avaliação do estabelecimento de mudas nativas em áreas de restauração ecológicas na RPPN CARUARA - Restinga do
Complexo Lagunar Grussaí-Iquipari, RJ
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
RESULTADOS
Tabela. Density and richness of dominant species and recruits for reference ecosystem and plantings
Reference Ecosystem
Msc. Felipe Marauê
AgroParisTech / Esalq
Planted
Berm ridges
Swales
Berm ridges*
Swales**
Desnsity
578
712
8
52
Richness
23
31
2
4
Desnsity
434
518
23
193
Richness
22
28
11
9
Recruits
Avaliação 36
meses após
plantio
Dominants
* Planting years 2011, 2012, 2013 and 2014. **Planting year 2012
Testing the applied nucleation approach for restoring a naturally patchy coastal Restingas shrubland, Rio de Janeiro State,
Brazil
S.terebinthifolius
Inga laurina
M. obtusifolia
F. tomentella
G. pernambucesis
A. glabra
S. obtusifolium
E. dichroma
C. hilariana
P. cattleianum
Inga vera
C. flexuosa
S. glandulatum
T. bullata
M. parviolia
T. guianensis
E. uniflora
A. arenaria
S.arenicola
C. taguahyensis
P. glabrata
D. inconstans
C. emarginata
E. pruniformis
C. pachystachya
C. alnifolia
C. brasiliensis
G. brasiliensis
E. astringens
E. ovalifolium
M. rubra
A. fraxinifolia
E. punicifolia
B. sericea
C. brasiliense
M. umbellata
P. heptaphyllum
T. clavata
T. sellowiana
B. setrosa
E. pluriflora
E. selloi
P. guineense
M. nigrum
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
RESULTADOS
Altura
p-valor = 0,0007
Avaliação 48
meses após
plantio
3,5%
3,0%
2,5%
2,0%
1,5%
1,0%
0,5%
0,0%
DAB
p-valor = 0,0005
TC
Mortalidade
p-valor = 0,09
Msc. Nathalie Loureiro
UENF
Área seca
Área alagada
Reflorestamento e Regeneração Natural em duas áreas contrastantes de Restinga no Norte Fluminense
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
RESULTADOS - FOTOS
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
RESULTADOS - FOTOS
Alagável
Seca
RESTAURAÇÃO DE RESTINGA
RECOMENDAÇÕES
 As áreas de plantio situadas nas áreas secas possuem solos menos férteis com grande lixiviação de
nutrientes. Nestas áreas, recomenda-se o uso de condicionante hídrico e uma irrigação frequente nas duas
primeiras semanas após o plantio, pois se entende que a maior adversidade está vinculada a escassez hídrica.
 As mudas de baixo porte plantadas em áreas alagáveis, em períodos de chuva, ficaram com os seus ápices
abaixo da lâmina d’água, o que culminou na morte da maioria destes indivíduos. Portanto, recomenda-se para o
plantio em áreas alagáveis mudas acima de 45 cm;
 Devem ser considerados os gastos com sistemas de irrigação móveis, para que as atividades de plantio
possam acontecer sem depender de chuvas;
 Para garantir o estabelecimento da vegetação é necessária a manutenção ininterrupta dos plantios já
realizados;
OBRIGADO!
[email protected]
Download