Patologia Molecular PosPat Introdução*à* Imunologia Lucas Brandão O QUE É A IMUNOLOGIA ? O QUE É A IMUNOLOGIA ? Estudo do Imuno latim immunis (Senado romano) O que é a Imunologia? Definição: É o estudo do sistema imune (SI) e dos mecanismos que os seres humanos e outros organismos usam para defender seus corpos da invasão de microorganimos células estranhas ou anômalas Imunidade Resistência a infecções 5 Dois pontos: • Sistema imune: • Formado por órgãos, tecidos, células e moléculas. • Resposta imune: • É a reação coordenada dos componentes do S.I. 6 Resposta imune Inata Resposta imune específica Sistema de Defesa dos Animais • Defesa Inata: • pele, uma barreira muito eficiente contra patógenos • Defesa Específica: • proteínas (anticorpos) capazes de reconhecer, ligar-se e destruir o patógeno Características da Imunidade • • Imunidade inata = natural ou nativa • Defesa presente em indivíduos, desde o nascimento e preparada para bloquear a entrada de micróbios e eliminar micróbios que têm sucesso entrando em tecidos. Imunidade adaptável = específica ou adquirida • Defesa estimulada por micróbios que invadem tecidos, i.e., adapta à presença de invasores microbianos. 9 Características da Imunidade • Imunidade do hospedeiro • Defesa inata e adaptativa • • Inata • • Proteção inicial contra infecções Mais rápida Adaptiva • • Adaptável Mais lenta 10 SISTEMA IMUNE É uma questão de tempo SISTEMA IMUNE É um trabalho de equipe Componentes e processos da Imunidade Inata • • • • Barreiras Físicas e Químicas Barreira Fagocítica Barreira Inflamatória Sistema do Complemento BARREIRAS FÍSICOS E QUÍMICAS BARREIRAS FÍSICAS E QUÍMICAS BARREIRAS NATURAIS Pele intacta Queratina presente no estrato córneo Secreção de suor e outros pH ácido Lágrimas, saliva Expulsão mecânica, ação lítico (lisozima) Muco Encapsulamento de microrganismos e mascaramento dos receptores Os cilios A expulsão de muco e microorganismos Flora bacteriana saprofita Peptídeos antibióticos Competição de nutrientes e secreção de substâncias antimicrobianas Matar microorganismos IMUNIDADE INATA células dendriticas e APC celulas “de alerta” fagocitos MBL, PCR, LBP celulas “killer” Sistema do complemento Defensinas LL37 Istatina epcidina moléculas de reconhecimento padrão (PRMs) peptídeos ante-microbianos Enzimas e proteinas ante-microbianos Barreira Fagocítica 28 SISTEMA IMUNE È uma questão de reconhecimento - “self” e “not self” - açúcar, padrões moleculares, proteínas - solúveis - celulares - ação direita (lise) MAC ANTÍGENO - opsonização - fagocitose CÉLULA ALVO Atividade citotóxica Padrões microbianos e seus receptores Receptores Reconhecedores de Padrões de Patógenos • • • • • Toll Like Receptor (TLR) Receptor de Manose Scavenger NLR ... Papel Produção de novas moléculas Liberação de moléculas estocadas Fagocitose RECEPTORES DE RECONHECIMENTO DE PATÓGENOS (PRRs) Célula sinalizando uma via envolvida na estimulação do receptor, estimulando uma resposta de defsa. SISTEMA COMPLEMENTO SISTEMA COMPLEMENTO Composto de aproximadamente 30 proteínas instáveis, sensíveis ao aquecimento e estão presentes no soro na forma inativa Início de síntese no primeiro trimestre da vida fetal Produzidas no fígado e por macrófagos Há 3 maneiras para ocorrer ativação: – Via Clássica - depende de Ac – Via Alternativa – Via Lectina SISTEMA COMPLEMENTO NOMENCLATURA • Moléculas precursoras: • Via clássica C (1-9) • Via Alternativa - e B, D, P • Fragmentos: letras a, b • Componente inativado: prefixo i (iC3b) • Produto ativo: barra em cima da sigla SISTEMA COMPLEMENTO SISTEMA COMPLEMENTO VIA CLÁSSICA VIA CLÁSSICA • É ativada por uma interação (Ag-Ac). • A ligação Ag-Ac provoca uma mudança conformacional no Ac, que abre um sítio de ligação para C1. • C1: 6 moléculas C1q, 2 C1s, 2 C1r C1 é a união de 6 moléculas 3 tipos de subunidades: c é l o M 1 C o d ula C1q, (2) C1r e (2) C1s VIA CLÁSSICA • É ativada por uma interação (Ag-Ac). • A ligação Ag-Ac provoca uma mudança conformacional no Ac, que abre um sítio de ligação para C1. • C1: 6 moléculas C1q, 2 C1s, 2 C1r • C1 liga-se a 1 IgM ou 2 IgG Formação do 1˚ complexo!!!! SISTEMA COMPLEMENTO VIA CLÁSSICA IgM IgG SISTEMA COMPLEMENTO VIA CLÁSSICA Ordem de ativacao: C1q – C1r – C1s Cascata de Ativação C1 quebrando c4 em c4b C4b se liga a C2 e se transforma em C4b2a (C3 convertase COMPLEXO DE ATAQUE À MEMBRANA (MAC) AS MOLÉCULAS DA VIA CLÁSSICA PODEM APRESENTAR OUTRAS FUNÇÕES SISTEMA COMPLEMENTO VIA CLÁSSICA VIA DA LECTINA VIA DA LECTINA Similar à via clássica. MBL (lectina que se ligada à manose). Liga-se à resíduos de carboidratos na superfície de bactérias e passa por uma mudança conformacional. Semelhante à C1q (é capaz de ativar a via clássica na ausência de C1q). MASP1: cliva C4 e C2 = C4b2a. MASP2: cliva C3 diretamente. Via da Lectina SISTEMA COMPLEMENTO EFEITOS SISTEMA COMPLEMENTO CONSEQÜÊNCIAS Opsonização: • • - C3b é uma importante opsonina. - Reveste o microrganismo e se liga aos receptores(CR1-4) nos macrófagos e neutrófilo Recrutamento celular e ativação: - C4a, C3a, C5a (anafilotoxinas-desgrunalização) - C3a, C5a (quimiotáticos) • Lise Celular (bactérias, vírus envelopados) Efeitos Biológicos de C5a OPSONISAÇÃO SISTEMA COMPLEMENTO CONSEQÜÊNCIAS RECRUTAMENTO Via Lítica LISE Via Lítica-MAC inserção do complexo lítico na membrana celular C6 C8 C C C C9 9 9 C C 9 9 9 b C7 C5 C 9C C 9 9 Imunidade Adaptativa • • Sistema Humoral • Produção de Anticorpos Sistema Celular • Produção de células efetoras A Resposta Imune Existem dois tipos de resposta imune adaptativa: Quatro peculiaridades caracterizam a resposta imune: 1. Especificidade, 2. Habilidade em responder a uma grande variedade de antígenos, 3. Habilidade de distinguir próprio de nãopróprio, e 4. Memória. • • A resposta imune é direcionada contra antígenos que escapam das defesas inespecíficas. Cada anticorpo ou células T é direcionado contra um determinante antigênico. • Existem dois tipos de resposta imune adaptativa: – a resposta imune humoral e – a resposta imune celular. • A resposta imune humoral emprega anticorpos secretados pelas células B para combater os antígenos nos fluidos corporais. • A resposta imune celular emprega células T para atacar células corporais previamente alteradas por infecções virais ou mutações, ou combater antígenos que invadiram as células. RESPOSTA IMUNE HUMORAL A Resposta Imune Humoral • Células B ativadas sintetizam e secretam anticorpos específicos. • A unidade básica de um anticorpo, ou imunoglobulina, é um tetrâmero: duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas também idênticas, cada uma consistindo em uma região conservada e outra variável. • As regiões variáveis das cadeias leves e pesadas colaboram para formar o sítio ligador entre o antígeno e o anticorpo específico. Cada antígeno geralmente tem diferentes determinantes antigênicos (sítios de ligação para anticorpos específicos). As regiões variáveis determinam a especificidade de cada anticorpo por um determinante. A região constante determina o destino e função do anticorpo. RESPOSTA IMUNE CELULAR A Resposta Imune Celular • Receptor de célula T • A resposta imune celular é direcionada contra células alteradas ou infectadas. • As células TC atacam células infectadas por vírus ou tumorais, promovendo a lise dessas células. • As células TH ativam as células B e influenciam no desenvolvimento de outras células T e macrófagos. Os receptores de células T, na resposta imune celular, são • O complexo de histocompatibilida de principal (MHC) codifica muitas proteínas de membrana. • As moléculas do MHC nos macrófagos, células B, ou células corporais, ligam-se aos antígenos e apresentam-nos às células T. • Na resposta imune celular, as moléculas do MHC classe I, células TC,CD8, e citocinas colaboram na ativação das células TC com a especificidade apropriada. • Células T em desenvolvimento são submetidas a dois testes: Elas tem que ser capazes de reconhecer suas moléculas MHC, e não devem se ligar ao mesmo tempo às moléculas do MHC e aos antígenos do próprio corpo As células T que falharem a esses testes, morrem. • A rejeição a transplantes de órgãos resultam de diversidades genéticas das moléculas do MHC. RESPOSTA HUMORAL RESPOSTA CELULAR Loci dos anticorpos, receptores de células T e MHC • Linha germinativa • Somática • • De acordo com a teoria da linha germinativa, cada anticorpo é codificado por um gene herdado, não sendo modificado durante o desenvolvimento somático e por isso, precisa haver um grande número de genes codificadores de anticorpos. De acordo com a teoria somática existem apenas um pequeno número de genes codificadores de anticorpos, mas apresentando bastante diversidade nas células somáticas devido a mutações e/ou recombinações. Teoria Somática Número limitado de genes Diferentes arranjos Milhares de Anticorpos • Atualmente, é conhecido o número de segmentos de genes codificadores de anticorpos em humanos. Sabe-se detalhadamente como estes segmentos são somaticamente modificados por recombinação e mutação e qual é a contribuição desses genes e processos somáticos para a especificidade e afinidade das respostas dos anticorpos. • Sabe-se também que certas estratégias utilizam tanto os genes codificadores de anticorpos, quanto os que codificam os receptores de células T (recombinação gênica), outras utilizam os genes codificadores de anticorpos mas não os de receptores de células T (hipermodulação gênica) e que a estratégia fundamentada na habilidade das proteínas do MHC de interagirem com diferentes antígenos é o polimorfismo gênico. Desse modo, a genética do sistema imune tem sido revelada nesses últimos anos. ANTICORPO Base Genética da Diversidade dos Anticorpos • Os supergenes da cadeia pesada das Imunoglobulinas são construídos a partir de cada um dos inúmeros segmentos V, D,J e C. Os segmentos V,D e J combinam-se por rearranjos do DNA, e a transcrição produz uma molécula de RNA que é processada para formar um mRNA traduzível. Outra família de genes dão origem às cadeias leves. Como resultado desses rearranjos do DNA, existem milhões de possíveis anticorpos. Rearranjos imprecisos de DNA, mutações e adições aleatórias de bases no fim do DNA contribuem para uma maior diversidade. • Mudança de classe após produção inicial de imunoglobulina resulta em anticorpos com a mesma especificidade ao antígeno, mas com uma função diferente. Isso é realizado por cortes e rearranjos dos genes que codificam a região constante. A localização cromossômica dos genes dos anticorpos, de receptores de células T e do MHC em humanos RECEPTOR DE CÉLULA T Evidências de recombinações somáticas (rearranjos) dos anticorpos e os genes TCR • A hipótese que os genes dos anticorpos resultantes da “fusão” de dois genes diferentes (um gene V e um gene C) foi postulada em 1965 por W Dreyer e J Bennett. Esta hipótese propõe uma explicação sobre os dados da seqüência da proteína que se acumularem ao longo do tempo e sobre as observações sorológicas e genéticas, indicando que o mesmo idiotipo pode ser encontrado em associação em diferentes isotipos. • A “dois genes – um polipeptídico”, hipótese comprovada nos anos 70 por N Hozumi, que demonstrou que as sondas para as cadeias leves C ou C+V do mRNA hibridizam com diferentes fragmentos de restrição de DNA genômico embrionário mas hibridizam com o mesmo fragmento de restrição de DNA de mielomas. Este experimento confirmou que um processo de rearranjo somático ocorreu na célula produtora de anticorpos. Os loci dos receptores de Células T (TCR) a/d,b e g • Embora existam quatro tipos de cadeias de receptores de células T (a, b, g e d), e existem apenas três loci porque o locus “d” é interdispersado em um locus “a”. O locus humano a-d é complexo e incluem 54 segmentos do gene Va, dos quais 45 são funcionais. O locus também contém um notável número (61) de segmentos Ja, dos quais a maioria é funcional.O locus humano “b” foi o prmeiro a ser descoberto ao ser totalmente mapeado e seqüenciado. Esse locus mede ~0.6 Mb e contém 62-65 genes V, dos quais 39-41 são funcionais. O locus humano “g’ é muito mais simples, medindo ~ 0.1 Mb e contendo 12-15 genes V, dos quais 4 -6 são funcionais. Complexo de Histocompatibilidade Principal MHC • MHC desempenha um papel essencial na resposta imune: permite os Linfócitos T reconhecerem o antígeno. • MHC trabalha junto com TCR e influencia o repertório dos antígenos T capazes de reconhecer o antígeno. • Essa é a razão porque o complexo MHC desempenha um papel fundamental na susceptibilidade a muitas doenças complexas e auto-imunidade. Estrutura MHC I • Expressa na superfície celular • Reconhecida por TCR de linfócitos T CD8 (citotóxicos) • CD8 liga o complexo peptídeo-MHC I • MHC I são requisitados para reconhecimento de antígenos endógenos (via citosólica) • Constituído por duas cadeias: a alfa codificada por genes MHC e a microglobulina beta, codificada por um gene externo ao cluster MHC • A cadeia alfa possui 3 domínios externos, 1 transmembrânico, juntos com o alfa 3 ligam as moléculas à membrana e a uma cauda citoplasmática Estrutura MHC II • • MHC II são heterodímeros constituídos de duas cadeias alfa e duas beta, ambas codificadas por genes do cluster MHC. Ambas as cadeias apresentam dois domínios extracelulares e uma cauda citoplasmática. Localização das proteínas do MHC Locus MHC • 421 loci, 252 deles são classificados como genes expressos Polimorfismos alélicos do MHC em cada gene: possibilidade de recombinação