WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Avaliação de 128 casos de descompressões do nervo tibial posterior por acesso supraaponeurótico infra-abdutor do hálux Hass A, Thomé Jr BS, Sousa Jr JC, Ferreira EDZ, Aboud DAF, Souza PT, Azevedo TS, Silva Jr JÁ, Guimarães RS, Cutrim ES, Oliveira GS, Almeida IM, Testi ALC Serviço de Neurocirurgia do Hospital Universitário Presidente Dutra – São Luís (MA) Objetivo: Avaliação dos resultados da descompressão do nervo tibial posterior em pacientes portadores de neuropatia hansênica e pós-hansênica, através da técnica de abertura do túnel do tarso pelo acesso supra-aponeurótico infra-abdutor do hálux. Métodos: Estudo retrospectivo envolvendo pesquisa de pacientes operados, de 2002 a 2004, no Hospital Universitário Presidente Dutra em São Luís (MA), no programa de hanseníase. A coleta de dados foi realizada através do preenchimento de uma ficha protocolo durante consulta dos prontuários liberados pela comissão de ética do hospital. Foi criado um banco de dados no EPI INFO 2000 para análise estatística. Foram realizadas 128 descompressões de nervo tibial posterior através do acesso subaponeurótico infra-abdutor do hálux sendo analisados os tipos de hanseníase, sexo, a fase do tratamento, a força motora, sensibilidade, uso de corticóide e complicações pós-operatória. Resultados: Foram estudadas 128 descompressões cirúrgicas do nervo tibial posterior. O pé direito foi mais freqüente com 72 casos (56,3%). A forma de hanseníase dimorfa foi a mais comum com 35, 9% dos casos, seguida da forma virchowiana (30,5%). O sexo predominante foi o masculino com 90 casos (70,3%). Dos pacientes operados 114 (89%) faziam uso de corticóide. A complicação mais identificada foi deiscência com 16 casos (12,5%). Apenas um paciente apresentou dor crônica. Conclusões: Devido a grande incidência de hanseníase em nosso estado e o uso de anestésico local para as cirurgias destes pacientes, o acesso subaponeurótico infra-abdutor do hálux mostrou-se extremamente eficaz, proporcionando melhora do déficit neurológico, diminuição do risco de lesão do plexo venoso e melhora da dor espontânea em 99,2% dos casos. Hemangiopericitoma gigante da coluna lombar – relato de caso e revisão da literatura Hortense PG, Frederique U Hospital Beneficência Portuguesa de Bauru (SP) Objetivos: Apresentamos um caso raro de hemangiopericitoma (HPC) gigante originário da raiz do forame L4-L5 direito. Discutimos o diagnóstico, classificação e critérios de tratamento, com revisão de literatura dos últimos dez anos. Métodos: Mulher, negra, 46 anos, queixando-se de dor lombar à direita há nove meses, tipo queimação irradiada para os membros inferiores, ao exame massa proeminente gigante emergente de planos profundo lombar esquerdo. Investigada com ressonância nuclear magnética e submetida à exérese total do tumor. Resultados: A ressecção total levou à melhora clínica da paciente, o diagnóstico com imuno-histoquímica revelou se tratar de HPC. Conclusões: O PC é um tumor mesenquimal maligno, reconhecidamente muito raro na coluna espinhal, com recidiva e metástases freqüentes. A cirurgia para ressecção em bloco é o tratamento ideal. E a radioterapia permanece, ainda, 120 com melhora estatisticamente não comprovada, devendo o cirurgião ter a consciência da recidiva ou metástase em longo prazo. Abscesso de tronco encefálico – relato de caso clínico e revisão de literatura Júnior MNH, Pereira EL, Ribeiro DEC, Mello GSM, Rodrigues DCH Hospital dos Servidores do Estado, Instituição Ophir Loyola Objetivos: Apresentar um caso de abscesso de tronco encefálico, através de uma revisão de literatura, pautando a apresentação clínica, exames laboratoriais e de imagem a partir de registros em prontuário, assim como a conduta operatória e tratamentos adotados, documentando a raridade dessa patologia. Métodos: Paciente do sexo masculino, 33 anos de idade, relatou história de queda de um pedaço de madeira sobre o pescoço (região dorsal), sem perda de consciência. Dois meses depois, iniciou quadro de cefaléia constante, de moderada intensidade. Houve piora do quadro de cefaléia, acompanhada de alguns episódios de febre. Sete meses após o trauma, evoluiu com vômito, perda da força muscular no dimídio esquerdo e rebaixamento do nível de consciência. No exame físico, mostrava sonolência, paralisia facial periférica direita, hemiparesia esquerda desproporcionada incompleta, predomínio crural e paresia do VI nervo craniano, bilateralmente. Babinski esquerdo. Reflexo fotomotor reagente bilateralmente. A tomografia computadorizada de crânio e a ressonância nuclear magnética mostraram processo expansivo em tronco encefálico (ponto mesencefálico). Foi realizada, então, craniectomia suboccipital para microcirurgia e drenagem do abscesso. No pós-operatório, foram prescritos ceftriaxona (2 g, IV, 12/12h), oxacilina (2g, IV, 4/4h) e metronidazol (500mg, IV, 8/8h) por 34 dias. Resultados: O paciente recebeu alta hospitalar 34 dias após o tratamento cirúrgico, apresentando melhora clínico-radiológica significativa, com melhora do déficit motor em dimídio esquerdo, bem como do nível de consciência, já que o paciente tornou-se mais alerta e afebril e, radiologicamente, houve diminuição de lesão captante, que praticamente restringia-se à cápsula em reabsorção. Conclusões: Sendo o abscesso de tronco encefálico uma condição incomum associada a altas taxas de mortalidade, ratifica-se o caráter extremamente raro de tal patologia e a grande relevância acadêmica que essa enfermidade apresenta. A incidência de abscessos intracraniais é de 0, 13 casos para cada 100. 000 habitantes, destes, 0, 5% a 0, 6 % representam casos de abscesso de tronco encefálico, onde a ponte é o local mais freqüente, seguido pelo mesencéfalo. Preconizamos então a abordagem microcirúrgica e antibioticoterapia sistêmica por quatro a seis semanas, empregada com melhora significativa do quadro inicial, diminuindo assim a morbimortalidade característica da enfermidade em questão. Desempenho de uma população de idosos de Brasília com doença de Alzheimer na bateria neuropsicológica Cerad e na escala resumida de Blessed Kawano MDA, Bertolucci PHF Hospital Santa Luzia, Brasília (DF). Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (SP) J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005