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IGREJA METODISTA DE VILA ISABEL
Caderno Nº 4
ADVENTO – DIA DA BÍBLIA - NATAL
ESTUDOS PARA A ESCOLA DOMINICAL
Dezembro de 2010
ESCOLA DOMINICAL
O CORAÇÃO DA IGREJA
2010 – Um Ano Abençoado
Graças ao nosso bom Pai, o ano de 2010 tem sido muito abençoado na Escola Dominical de nossa igreja de Vila Isabel. A
frequência de alunos aumentou, foi bem maior o interesse pelas
aulas e estamos nos preparando para um empolgante ano de 2011.
Ponto alto de nossas atividades tem sido o trabalho com as crianças de nossa
igreja. Isto é muito importante. Trazer os filhos à Igreja é uma prova de amor.
Nenhuma criança da igreja deve ficar em casa nos domingos de manhã. Estamos procurando melhorar toda a atividade com as crianças, que têm um papel
importante nas atividades da Igreja.. João Wesley dizia que Deus começa a sua
obra com as crianças. E nós, vamos começar com quem? Com as crianças, claro !
Um outro ponto muito importante foi a continuação do programa de prepararmos nós mesmos o material de estudo em classes dos adultos, jovens e adolescentes. Esse programa, que começou nos dois últimos meses do ano de
2009, teve prosseguimento em 2010. A grande maioria das lições foi preparada
por nossos pastores e professores. Tivemos também alguns poucos convidados. Com o problema jurídico da interrupção da publicação de revistas de escola dominical por parte da Igreja, a nossa solução tem-se mostrado muito eficiente. Muitas outras igrejas em todo o Brasil têm usado o nosso material e estamos muito felizes com isto. Estamos oferecendo agora o Caderno nº 4, que
contém as lições deste mês de dezembro de 2010, o mês do Natal.
Em janeiro e fevereiro próximo, terminaremos o estudo das narrativas históricas dos Atos dos Apóstolos. Um novo caderno, o de nº 5, já está sendo preparado e será distribuído no domingo 26 de dezembro.
A Direção da Escola Dominical agradece toda a colaboração que tem sido recebida, especialmente por parte dos alunos. Estamos fazendo um grande esforço para que tudo melhore ainda mais no ano que vai chegar.
Se você quiser ajudar, além de participar das classes, há muito trabalho. Você
vai sentir a bênção que é trabalhar na Escola Dominical.
Deus abençoe a todos com a Sua Graça e tenhamos um Natal alegre e abençoado e um Ano Novo muito feliz. 2011 será um ano da Graça!
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ESCOLA DOMINICAL DA IGREJA METODISTA DE VILA ISABEL
CADERNO nº 4 – Lição nº 1
Domingo – 05 de dezembro de 2010
O que o Advento nos ensina sobre Jesus
Texto de Ricardo Wesley Salles Garcia
Textos Básicos
Is. 7.14, 9.2-7, 11.1-10, 42.1-9, 49.1-7
Jr. 31.27-34, 33.14-16
Mq. 5.2
Jo. 1.1-14
Introdução
Advento - adventus, em latim - significa vinda, chegada. É uma palavra de origem profana
que designava a vinda anual da divindade pagã, ao templo, para visitar seus adoradores.
Acreditava-se que o deus cuja estátua era ali cultuada permanecia em meio a eles durante a
solenidade. Na linguagem corrente, significava também a primeira visita oficial de um personagem importante, ao assumir um alto cargo. Assim, umas moedas de Corinto perpetuam a lembrança do adventus augusti, e um cronista da época qualifica de adventus divi o dia da
chegada do Imperador Constantino.
Nas obras cristãs dos primeiros tempos da Igreja, especialmente na Vulgata, adventus se
transformou no termo clássico para designar a vinda de Cristo à terra, ou seja, a Encarnação, inaugurando a era messiânica e, depois, sua vinda gloriosa no fim dos tempos, acrescentado o aspecto escatológico ao Advento.
Talvez o mais antigo testemunho sobre o Advento de Cristo se encontre em uma passagem de Santo Hilário (por volta de 366) que diz: "Sancta Mater Ecclesia Salvatoris adventus annuo recursu per trium septimanarum sacretum spatium sivi indicavit" e que quer dizer: "A santa mãe
igreja oferece um espaço sagrado de três semanas por ano para a vinda do Salvador".
Outra referência é a do Bispo de Tours, França, chamado Perpétuo (461-490) que estabeleceu jejum de três dias, antes do Natal. O Concílio de Tours (567) faz menção ao tempo
do Advento, costume que se conhecia como a "Quaresma de São Martinho" que consistia
num jejum de 40 dias, começando no dia seguinte à festa de São Martinho, em 11 de novembro.
São Gregório Magno (590- 604) foi o primeiro papa a redigir um ofício para o Advento, e
o Sacramentário Gregoriano é o mais antigo em prover missas próprias para os domingos
desse tempo litúrgico.
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No século IX, a duração do Advento reduziu-se a quatro semanas, como se lê numa carta
do Papa São Nicolau I (858-867) aos búlgaros. E no século XII o jejum havia sido já substituído por uma simples abstinência. Apesar do caráter penitencial do jejum ou abstinência,
a intenção dos papas, na alta Idade Média, era produzir nos fiéis uma grande expectativa
pela vinda do Salvador, orientando-os para o seu retorno glorioso no fim dos tempos.
Hoje, o Advento corresponde aos quatro domingos que antecedem o Natal e é o início do
calendário litúrgico da Igreja Cristã que organiza e determina as comemorações, as celebrações e os principais conteúdos da vida comunitária dos cristãos.
As profecias do Antigo Testamento
O credo fundante da fé de Israel, no qual se confessa Javé como seu Deus, evocava uma
aliança de Deus com um grupo que nada representava na história da humanidade. Trata-se
de uma aliança protetora e salvadora que ignorava as grandes forças, grandes povos, culturas políticas expressivas do mundo de então. Mesmo assim, devido à desobediência do povo em seguir as determinações de Deus, o povo esteve em muitas situações afligido pelas
forças dominadoras deste mundo.
Por várias vezes Deus levantou profetas para falar ao povo sobre esperança, volta por cima, estabelecimento de uma nova ordem. Em um desses momentos, Deus indica, como
citado em Isaías 42.1-9, a necessidade de um mediador, na figura de um Servo do Senhor.
No tempo em que este poema foi escrito, a nação se encontrava arrasada, desanimada, sem
esperança de rever a sua terra. Os israelitas haviam sido levados como cativos e na Babilônia parecia que iam encontrar seu fim. Nem ao menos a lembrança dos grandes feitos de
Javé, no passado, incutia nos cativos a esperança de libertação.
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O Servo é o escolhido em quem descansa o favor de Deus. Cheio do Espírito divino, sua
tarefa será a de trazer a justiça de Deus a todos os homens. Ao levar a cabo a sua missão
como mediador da justiça de Deus às nações, o servo é chamado a ser um agente da paz e
da não-violência. O tempo pode ser longo mas o servo continua a sua missão até que a
nova ordem seja cumprida.
Num outro momento, o profeta Jeremias também teve papel importante, com a tarefa terrível de anunciar o julgamento de Deus sobre a nação infiel, sendo até acusado de traidor.
Porém Deus inspira Jeremias à visão de uma nova aliança a ser estabelecida entre o Senhor
e o homem, como em Jr. 31.27-34. E o profeta é claro: a nova aliança é bem diferente da
antiga que o povo por sua infidelidade anulou. A nova aliança não se estabelece através de
leis escritas mas por uma volta real do homem para Deus de tal sorte que a vontade do
Criador se torna conhecida de todos os seus filhos já no coração. A promessa é de perdão
de todos os seus pecados e até mesmo de esquecimento deles.
É evidente que a esperança de Jeremias está profundamente relacionada com a restauração
política e religiosa de Israel. Todavia, tal como acontece com a profecia de Isaías, o profeta
não é capaz de compreender todo o alcance de suas próprias palavras, como intérprete da
vontade divina. E aqui, novamente a aliança que é prometida apenas a Judá e Israel encontra sua mais cabal e plena realização em Jesus Cristo e no novo concerto que Ele estabelece com toda a humanidade.
A concretização das promessas: Mas quem é o Messias anunciado?
A chegada de Jesus ao mundo, embora revestida de todas as circunstâncias narradas nos
Evangelhos, foi, no fundo, a chegada de uma criança nascida de mulher, nascida sob a lei,
como prometido em Isaías 7.14 e 9.1-7. Uma criança que cresceu, aprendeu a língua falada
do seu povo, que “crescia em estatura, sabedoria e graça”. Uma criança da Palestina, um
país que estava sob o poder de Roma.
Foi este o mundo no qual Jesus nasceu. Ao conhecer os detalhes históricos e geográficos
que cercaram o Seu nascimento, fica mais uma vez assegurada que a promessa de Deus
não se cumpriu apenas em corações humanos, mas em atos concretos e históricos, que
marcam objetivamente a revelação de Seu interesse e amor pela humanidade.
Mas a forma como o Messias é apresentado por João no seu evangelho, como em Jo. 1.14:
“E o verbo se fez carne e habitou entre nós...”, fugindo do apelo narrativo envolvendo
anjos, pastores, magos, estrebaria e outras coisas comuns citadas por Mateus e Lucas, reflete uma visão profunda do reconhecimento da presença de Deus em Jesus.
Ao se ler o texto de Jo. 1.1-14, cinco declarações a respeito do Verbo são identificadas.
Primeiramente o texto afirma que o Verbo era desde o princípio. Como se sabe, a palavra
“verbo” era usada já entre os gregos e os judeus. Para os primeiros ela possuía o sentido de
Razão. Entre os judeus, a palavra designava a maneira pela qual Deus age no meio dos
homens. João declara, portanto, que esta palavra era uma realidade desde o princípio. É
importante ressaltar que o evangelista não diz: “No princípio existia o verbo”; ele diz “era”.
Existir dá sempre a ideia de algo quem tem realidade no tempo e no espaço, mas que é
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contingente, isto é, hoje tem existência mas amanhã desaparece. Dizendo “era” o evangelista quis dizer que o Verbo é eterno.
A segunda afirmativa é a de que o Verbo estava com Deus. Aqui ele caminha mais um passo ao declarar a plena comunhão entre Deus e o Verbo. Sem separação. Ao contrário, o
Verbo se mantinha junto a Deus.
Na terceira declaração, João faz uma afirmativa surpreendente: o Verbo, o mesmo que em
alguns versículos mais a frente se dirá ter tornado carne, é ele mesmo Deus. Explica-se que
o Verbo estivesse com Deus: ele é Deus. Assim a eternidade e a plena comunhão do Verbo com Deus são agora estabelecidas definitivamente por João quando declara que ele, na
realidade, participa da própria divindade.
Estabelecido este ponto João esclarece em sua quarta declaração: o Verbo é o agente de
Deus na criação. Foi ele quem fez todas as coisas. Coisa alguma de que existe veio à luz
sem a ação criadora de Deus que o Verbo expressa. Assim o Redentor que vem ao mundo
participou também da criação, sendo ele mesmo o instrumento desta atividade criadora de
Deus.
Por último, João declara que o Verbo possuía a chave da vida, a qual era a luz dos homens.
Não apenas o criador das coisas inanimadas, o Verbo é também o doador da vida, o comunicador do espírito vivente. Não se pode deixar de recordar aqui de que em Gênesis o
homem perde, por assim dizer, a sua vida, ao pecar. Deus lhe diz que se desobedecer morrerá. E realmente Paulo dirá mais tarde que os pecadores perderam a vida, que era a sua
luz, estando mortos em seus delitos e pecados.
Diante dessas qualificações, a identificação de Jesus como o cumprimento das promessas
de Deus se encaixa perfeitamente no tamanho da responsabilidade que o Servo do Senhor
teria na missão de salvar a humanidade de seus maus caminhos.
Zacarias, pai de João Batista, profetizou, pela ação do Espírito Santo, aquilo que seria a
missão do Messias (ver Lc. 1.71-73 e 79). Sua visão é bem descritiva da esperança que animava os corações dos judeus na expectativa da vinda do Ungido do Senhor. Como Sacerdote, ele estava bem consciente da situação política de sua nação, conhecia bem a sua história e era conhecedor das Escrituras e das tradições religiosas de Israel. Por isso era capaz
de descrever adequadamente todas as esperanças que sua nação se vira possuída durante
séculos. Contudo, ele não percebe a dimensão universal da missão do Servo do Senhor.
Mas se Jesus foi reconhecido e aceito por poucos como sendo aquele viria cumprir a promessa da redenção, o mesmo não acontece conosco, filhos da graça.
Nestas circunstâncias, o Advento tem para nós um significado especial: é tempo de preparação, de esperança, de alegria e de conversão.
Advento: tempo de preparação, de esperança, de alegria, de conversão
Há um dito popular que diz: “O melhor da festa é esperar por ela”. Em parte essa é a experiência de muitos. Contudo, essa espera não significa passividade. Ela se revela envol6
vente de modo que cada um deve procurar identificar sua participação. Cada cristão é
chamado a preparar-se para ser parte integrante da proclamação das Boas Novas de Deus,
da Sua fidelidade no cumprimento das promessas.
Embora o Natal de Jesus no contexto humano seja a comemoração de Seu aniversário, seu
significado vai além da contagem do tempo, porque representa a doação de Deus em favor
da humanidade, concretizada no nascimento do Salvador e que se propaga para a efetiva
plenitude no fim dos tempos, quando Jesus voltar. É isso que precisa ser anunciado.
Ao mesmo tempo, esta "espera" recebe os traços litúrgicos e de comportamento próprios
de uma vigília, a partir do impacto da expectativa das comunidades cristãs relacionada à
nova vinda de Cristo, à chegada de "novo Céu e a nova Terra".
Advento é um tempo apropriado para fomentar a construção da esperança, uma esperança
que transcende os limites das necessidades materiais e imediatas, uma esperança que inclui
uma visão de mundo, de tempo e espaço onde é possível a dignidade, a justiça, a paz e o
amor, o equilíbrio da vida e da Criação de Deus. Para a construção desta esperança se faz
necessário re-elaborar e resistir aos apelos do consumo, próprios desta época em que o
comércio e outras ações típicas da sociedade de consumo propõem, subvertendo os conteúdos e as tradições criadas em torno do Natal de Deus no mundo.
Naturalmente o tempo da alegria no Advento tem diferentes aspectos. Mas para os filhos
de Deus, trata-se em primeiro lugar da grande alegria – do nascimento de Jesus! Realmente
há razão para se alegrar, pois está escrito no livro do profeta Isaías, onde é prometido o
Príncipe da Paz: "O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região
da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. Tens multiplicado este povo, a alegria lhe
aumentaste; alegram-se eles diante de ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando
repartem os despojos" (Is 9.2-3). Certamente está claro para cada um que o Natal é a festa
da alegria e justamente por isso é possível se alegrar de todo o coração no tempo do Advento.
A expectativa vigilante e alegre caracteriza sempre o cristão e a Igreja, porque o Deus da
revelação é o Deus da promessa, que manifestou em Cristo toda a sua fidelidade ao homem. A vinda do Salvador cria um clima de alegria que a liturgia do Advento não só relembra, mas quer que seja vivida.
Advento é tempo de conversão. Não existe possibilidade de esperança e de alegria sem
retornar ao Senhor de todo coração, na expectativa da sua volta. A vigilância requer luta
contra o torpor e a negligência; requer prontidão.
O espírito de conversão, próprio do Advento, possui tonalidades diferentes daquelas relembradas na Quaresma. A substância é essencialmente a mesma, mas, enquanto a Quaresma é marcada pela austeridade da reparação do pecado, o Advento é marcado pela alegria da vinda do Senhor.
Referências
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http://www.metodistavilaisabel.org.br/missao_new/descricaoescoladominical.asp?n=11
http://www.luteranos.com.br/3021/artigos/nota03.html
http://www.ultimato.com.br/conteudo/advento-um-novo-rumo-para-a-vida-de-fe
http://www.arautos.org/view/show/5717-advento-significado-e-origem
http://www.chamada.com.br/mensagens/advento.html
http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/advento/11.htm
http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=76372
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ESCOLA DOMINICAL DA IGREJA METODISTA DE VILA ISABEL
CADERNO nº 4 – Lição nº 2
Domingo – 12 de dezembro de 2010
Hoje é o Dia da Bíblia
Texto de Ricardo Wesley Salles Garcia
Textos Básicos
Sl. 19.10, 119s. 55.11
Mt. 4.1
Lc. 8.5-15
Jo. 17.1-8
Ef. 6.11-18
I Jo. 1.1
Introdução
Hoje se comemora o Dia da Bíblia. No Brasil, esta comemoração foi confirmada por Lei
Federal, conforme mostrado abaixo, no segundo domingo de dezembro.
Síntese Histórica
Grego, hebraico e aramaico foram os idiomas utilizados para escrever os originais das Escrituras Sagradas. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico. Apenas alguns poucos
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textos foram escritos em aramaico. O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego, que era a língua mais utilizada na época.
Estima-se que a primeira tradução da Bíblia foi elaborada entre 200 a 300 anos antes de
Cristo. Como os judeus que viviam no Egito não compreendiam a língua hebraica, o Antigo Testamento foi traduzido para o grego. Porém, não eram apenas os judeus, que viviam
no estrangeiro, que tinham dificuldade de ler o original em hebraico: com o cativeiro da
Babilônia, os judeus da Palestina também já não falavam mais o hebraico.
Denominada Septuaginta (ou Tradução dos Setenta), esta primeira tradução foi realizada por
70 sábios e contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica, pois não estavam
incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I d.C. A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em
sua Bíblia. Eles são chamados apócrifos ou deuterocanônicos e encontram-se presentes
nas Bíblias de algumas igrejas.
Outras traduções começaram a ser realizadas por cristãos novos, sendo a mais importante
de todas a tradução na língua latina pela sua ampla utilização no Ocidente. No ano 382
d.C, o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer uma tradução oficial
das Escrituras. Sua tradução tornou-se conhecida como Vulgata, ou seja, escrita na língua
de pessoas comuns (vulgus), e difundiu-se por todas as regiões do Mediterrâneo, alcançando
até o Norte da Europa.
Na Alemanha, em meados do Século XV, um ourives chamado Johannes Gutemberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O primeiro livro de grande porte produzido por sua prensa foi a Bíblia em latim. Cópias impressas decoradas a mão passaram a
competir com os mais belos manuscritos. Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias
em seis línguas antes de 1500 - alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão; e em
outras línguas até meados do século 16: espanhol, dinamarquês, inglês, sueco, húngaro,
islandês, polonês e finlandês.
No início do século XVI, manuscritos de
textos em grego e hebraico, preservados
nas igrejas orientais, começaram a chegar à
Europa ocidental. Uma pessoa de grande
destaque durante este novo período de estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã.
Ele passou alguns anos atuando como professor na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Em 1516, sua edição do Novo
Testamento em grego foi publicada. Pela
primeira vez, estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua original, embora, infelizmente,
os manuscritos fornecidos a Erasmo fossem de origem relativamente recente e, portanto,
não eram completamente confiáveis.
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Os originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das Escrituras. Porém, não existe nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia, mas sim cópias de
cópias de cópias. Todos os autógrafos, isto é, os livros originais, como foram escritos pelos
seus autores, se perderam.
Hoje é possível encontrar a Bíblia completa ou em porções traduzida em mais de 2.000
línguas. Os mais antigos registros de tradução de trechos da Bíblia para o português datam
do final do século XV. Porém, muitos anos se passaram até que a primeira versão completa estivesse disponível em três volumes, em 1753. Trata-se da tradução de João Ferreira de
Almeida. A primeira impressão da Bíblia completa em português, em um único volume,
aconteceu em Londres, em 1819, também na versão de Almeida.
O Dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu no
livro de orações do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em
favor da leitura do Livro Sagrado. A data escolhida foi o segundo domingo do Advento celebrado nos quatro domingos que antecedem o Natal, como estudado na lição anterior.
Foi assim que o segundo domingo de dezembro tornou-se o Dia da Bíblia. No Brasil, o
Dia da Bíblia passou a ser celebrado em 1850, com a chegada, da Europa e dos Estados
Unidos, dos primeiros missionários evangélicos que aqui vieram semear a Palavra de Deus.
Durante o período do Império, a liberdade religiosa aos cultos protestantes era muito restrita, o que impedia que se manifestassem publicamente. Por volta de 1880, esta situação
foi se modificando e o movimento evangélico, juntamente com o Dia da Bíblia, se popularizando.
Pouco a pouco, as diversas denominações evangélicas institucionalizaram a tradição dessa
comemoração, que ganhou ainda mais força com a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil, em junho de 1948. Em dezembro deste mesmo ano, houve uma das primeiras manifestações públicas do Dia da Bíblia, no monumento do Ipiranga, em São Paulo.
Atualmente, o dia dedicado às Escrituras Sagradas é comemorado em cerca de 60 países,
sendo que em alguns, a data é celebrada no segundo domingo de setembro, numa referência ao trabalho do tradutor Jerônimo, na Vulgata, As comemorações do segundo domingo
de dezembro mobilizam, todos os anos, milhões de cristãos em todo o País.
Bíblia: escrita por homens inspirada por Deus
O processo de formação da Bíblia abrange uma longa duração de tempo. Tem-se nela textos que datam de cerca de 2000 anos a.C. e o último livro que nela foi incluído foi escrito
na primeira metade do segundo século da nossa era. Sabe-se também que o Antigo Testamento somente começou a ser escrito depois do ano 900 a.C., o que vale dizer que muitas
das passagens de data anterior foram mantidas de forma oral.
Juntos com os livros que estão hoje no Antigo Testamento, surgiram outros tantos que
não foram considerados pelos israelitas como parte das Escrituras. A maneira pela qual os
livros escriturísticos foram aceitos como tais só pode ser descrita como natural e espontâneo, mas sem dúvida, orientada pelo Espírito Santo, mostrando aquilo que era importante
para a fé dos israelitas no Deus criador e sustentador.
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Entre os traços que caracterizam a personalidade de Deus apresentado pela Bíblia, um dos
que mais se destaca é a noção do Deus que age. Ele agiu na criação do universo; ele agiu na
criação do homem; agiu e age na história; agiu e age no plano da salvação. Este é o Deus
revelado pela Bíblia.
Implícita nesta noção está também a convicção de que o Deus que age é também o Deus
que procura se comunicar com as criaturas que foram criadas à sua “imagem e semelhança”. De um modo especial, os israelitas sentiram que Deus lhes falava chamando-os a uma
missão tão difícil quanto importante: testemunhá-lo perante o mundo, anunciando a sua
justiça, o seu amor e a sua salvação. O autor da carta aos Hebreus confirma esta convicção
nas seguintes palavras: “Havendo Deus outrora falado muitas vezes e de muitas maneiras,
aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias falou pelo seu Filho” (Hb. 1.1-2). A Bíblia é
um testemunho da palavra de Deus através dos homens e mulheres por ele escolhidos para
tão elevada tarefa.
Então, como agiu Deus na formação das Sagradas Escrituras? A resposta a tal pergunta
nos leva ao domínio da doutrina da Palavra de Deus.
De um modo geral (exceção feita a um pequeno número de radicais) os cristãos entendem
a doutrina da Palavra de Deus como a expressão da certeza da orientação, de inspiração
divina àqueles que escreveram as Escrituras. Implícita nesta doutrina está a noção de que o
mesmo Deus que inspirou os escritores também iluminou aqueles outros que serviram de
intermediários no processo de transmissão do Livro dos livros através dos tempos e lugares, assim como continua iluminando as mentes e corações dos que hoje o leem com atitudes próprias.
Há pelo menos três perspectivas fundamentais para a compreensão da doutrina da Palavra
de Deus. Precisa-se reconhecer que a Bíblia é de natureza divino-humana.
1. De um lado estão as marcas da sua humanidade. Alguns exemplos:
a. Está registrada em II Reis 18.9-10 uma referência à conquista de Samaria pelos
assírios, segundo a qual o rei assírio teria sido Selmenezar (o quinto rei assírio
com tal nome). Contudo, antigos documentos assírios de cuja autenticidade os
historiadores não duvidam, afirmam que esta cidade fora conquistada por Sargão
(o segundo). Assim, aqui tem-se um erro histórico.
b. Muito mais evidente percebe-se a marca do “humano” na expressão de certos
princípios éticos no Antigo Testamento, que estão abaixo da ética cristã. Em Dt.
23.19-20 prescreve-se a proibição de juros em empréstimos a “irmãos” (israelitas), podendo-se, contudo, cobrar juros dos estrangeiros. Há aqui uma limitação
ética.
c. Finalmente, o aspecto humano do Antigo Testamento se reflete na grande variedade de personalidades que participaram de sua composição, deixando traços de
sua individualidade: estilo, linguagem, temperamento, habilidades literárias, conteúdo ético-teológico diferentes. De fato, a Bíblia fala com muitas “vozes”.
2. Por outro lado, a Bíblia não seria a Palavra de Deus se não tivesse uma dimensão
divina. O antigo Israel sentiu e recebeu a Lei mosaica como divina em sua proce12
dência, assim como o povo escolhido ouviu as admoestações proféticas como sendo
as reprimendas do próprio Deus. A Igreja Cristã não teve dúvidas em incorporar o
Antigo Testamento às Escrituras dos cristãos. Jesus, por sua vez, usou e anunciou o
Antigo Testamento como as “Escrituras”.
3. A questão agora perante nós é resolver esta tensão entre o divino e o humano na
Bíblia, e muito especialmente no Antigo Testamento.
a. Em primeiro lugar deve ficar claro que uma solução meramente intelectual não
satisfaz. A crença na inspiração das Escrituras não é um dado da razão, mas de
fé, e assim também deve ser a motivação da sua leitura. Parafraseando o próprio
Jesus, deve-se dizer: buscai primeiro o Reino de Deus e como resultado recebereis a clareza necessária para entenderdes o relacionamento teológico-religiosointelectual.
b. Em segundo lugar, mas ainda dentro do ponto acima desenvolvido, precisa-se
reconhecer que a realidade da Revelação existe, que o fenômeno chamado Inspiração é algo real. Em outras palavras, existe uma realidade e uma experiência da
mesma. Deus se revelou e inspirou testemunhas desta revelação. Através destes
testemunhos, Deus renova a revelação de si mesmo como Deus.
c. O veículo da revelação pode apresentar limitações, como de fato aconteceu. Entretanto, isso não necessariamente anula a realidade da Revelação.
Somente após o exílio babilônico, quando se tentou reestruturar e consolidar a vida religiosa e cultural do povo judeu, os livros reconhecidos como inspirados foram reunidos em
três grupos:: os cinco que falam da Criação até a preparação para a conquista da Palestina
receberam o título de Torah (Lei). Os livros de Josué, Juízes, I e II Samuel e I e II Reis foram reunidos em uma seção com os livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel e os 12 profetas
(de Oséias a Malaquias), dando à seção o título de Os Profetas. A última seção do Antigo
Testamento recebeu o título de Os Escritos, reunindo os livros de Salmos, Provérbios, Jô,
Eclesiastes, Lamentações de Jeremias, Ester, Rute, Cântico dos Cânticos, Daniel e I e II
Crônicas. Mas foi somente no Concílio de Jâmnia, em 90 d.C. que os rabinos confirmaram
o cânon com estas três divisões.
Os livros que compõem o Novo Testamento, por sua vez, foram escritos em um intervalo
de tempo muito menor, menos de um século. Eles apresentam características literárias distintas, indicando diferentes autores, sendo todos praticamente conhecidos, exceto o de
Hebreus. Seu principal foco está em apresentar a vida e os ensinamentos de Jesus, o Messias, e o desenvolvimento da doutrina cristã, a partir da visão dos apóstolos e com base nas
experiências vividas pela Igreja Primitiva em sua expansão para além de Israel.
Os três primeiros evangelhos são chamados sinóticos, pois trazem informações semelhantes sobre a vida de Jesus, e seus ensinamentos, diferentemente do de João que tem uma
narrativa menos biográfica e mais filosófica, a cerca do nascimento de Jesus.
O livro de Atos dos Apóstolos apresenta de maneira muito forte as atividades relacionadas
a Pedro e a Paulo, mas traz inerente a elas a ação do poder do Espírito Santo.
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Neste processo de escrita dos evangelhos e do livro de Atos vê-se novamente a mão de
Deus em ação. Ele está em ação através de homens que pesquisam, procuram, escrevem,
corrigem o que escreveram procurando comunicar a mensagem do Senhor. E foi a fim de
suplementar as suas lacunas que Deus levou a Igreja a considerar a vantagem de incluir na
Bíblia não apenas um, mas quatro evangelhos, de modo que a vida de Jesus, seus ensinos
seus atos e sua obra maravilhosa, testemunhada e descrita de várias formas pudesse atingir
mais firme e completamente o coração dos homens.
O que dizer então sobre as Cartas do Apóstolo dos Gentios que são a fonte de inspiração
doutrinária mais importante depois dos ensinos de Jesus? Tanto as pessoais quanto aquelas
que foram escritas para as igrejas reunidas em diversas regiões longe de Israel indicam toda
a base de fé que o cristão precisa viver para ter uma vida no caminho do Senhor e Salvador
Jesus, baseada nos valores do Reino de Deus.
As demais cartas não paulinas completam as principais referências de fé e conhecimento
da prática religiosa na Igreja Primitiva e são também instrumentos para o crescimento espiritual.
Muitos outros textos foram produzidos naquela época, mas a escolha daqueles que comporiam a Bíblia como se conhece hoje não foi arbitrária, feita por uma só pessoa ou um
grupo local. Foi o resultado de uma tomada de posição da Igreja constituída a partir de
algumas diretrizes que ajudaram a reconhecer que o conjunto escolhido compunha o necessário para o viver cristão. Somente em 397 d.C. foi que o Concílio de Cartago definiu a
lista atual dos 27 livros.
Pode-se ter a certeza que o Espírito Santo foi quem orientou a Igreja no processo de seleção que ela empreendeu para escolher os livros que formaram o Novo Testamento e rejeitar também aqueles que pretendiam ser canônicos mas não preenchiam as condições de
um livro realmente inspirado, procedente de fonte fiel às doutrinas cristãs e capaz de comunicar a verdade com firmeza a todos quantos o lessem. Graças a Deus por isso.
Referências
http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/LEIS_2001/L10335.htm
http://www.saf.org.br/sugestao_programas/dia_biblia.php3
http://www.ssb.org.br
http://www.metodistavilaisabel.org.br/missao_new/descricaoescoladominical.asp?n=12
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ESCOLA DOMINICAL DA IGREJA METODISTA DE VILA ISABEL
CADERNO nº 4 – Lição nº 3
Domingo – 19 de dezembro de 2010
O Natal de Jesus
Texto de João Wesley Dornellas
Textos Bíblicos:
Lucas 1.28-33
E entrando o anjo aonde ela estava,disse: Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo.
Ela, porém ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria
essa saudação.
Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus.
Eis que conceberás e dará luz a um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus.
Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de
Davi, seu pai;
Ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó e o seu reinado não terá fim.
Lucas 2..4-16
Jose também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, para a Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi,
Afim de alistar-se com Maria, sua esposa,q que estava grávida.
Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias,
E ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura , porque
não havia lugar para eles na hospedaria.
Havia, naquela mesma região, pastores que viviam no campo e guardavam o seu rebanho
durante as vigílias da noite.
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E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor
deles; e ficaram tomados de grande temor,
O anjo, porém, lhes disse: Não temais, eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o
será para todo o povo:
É que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor,
E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura.
E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e
dizendo:
Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra aos homens, a quem ele quer bem.
E ausentando-se deles os anjos para os céus, diziam os pastores uns aos outros: Vamos até
Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer.
Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura.
João 1.1-14
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.
A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.
A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.
Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João.
Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a
crer por intermédio dele.
Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz,
A saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina todo homem.
O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o
conheceu.
Veio para os que era seu, e os seus não o receberam.
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome;
os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas de Deus.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito filho do Pai”.
Introdução
No Natal, são cumpridas todas as promessas de amor feitas por Deus sobre a redenção do
ser humano. Ao chamar Abraão, conhecido como o pai da fé, para sair da sua terra e ir a
uma nova, bem distante, Deus fez com ele  e com todo o povo  uma Aliança, que
abençoaria todas as nações. Nem tudo acontece como se deseja e o fato que a descendência de Abraão teve seus problemas e a nação acabou sendo escrava no Egito por muitos
anos de sofrimento e desolação. Finalmente, ela conseguiu sair de lá e, após a caminhada
do Êxodo, que durou 40 anos, depois de muita luta, reconquistaram a sua Canaã. Os séculos que seguiram não foram fáceis, a nação se organizou em monarquia e vieram os reis,
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uns bons e muitos deles maus. Havia lutas internas, o império se dividiu e acabou sendo
presa fácil dos inimigos. Ficaram escravos, em sua terra ou no estrangeiro, por muitos séculos. Muitos se esqueceram de Deus e de suas promessas de amor, caindo no desespero.
Aí vieram os profetas, tentando reafirmar as promessas de Deus que não abandonaria o
seu povo e trazer uma nova palavra de esperança. Estava difícil suportar tudo mas era preciso confiar em Deus. Vale a pena, relembrar algumas daquelas profecias que tanto animavam o povo e lhe davam a esperança de que as coisas iriam realmente mudar. A razão dessa mudança seria Jesus, cuja pessoa transparece bem clara na mensagem dos profetas.
“Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que
sejam vermelhos como o carmim, se tornarão como a branca lã” (Is 1:18)
“Mas terra, que foi angustiada, não ficará entenebrecida. O povo que andava em trevas viu uma grande
luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz. Tu multiplicaste este povo,
a alegria lhe aumentaste: todos se alegrarão perante ti como se alegram na ceifa. Porque tu quebraste o jugo
que pesava sobre ele, a vara que lhe feria os ombros”. (Is 9:34)
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome
será Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. (Is 9:6)
“E ele será a nossa paz”. (Mq 5:5)
A vinda de Jesus
A chegada de Jesus ao mundo, esse acontecimento épico que transformou a vida da humanidade, tão bem prevista em muitas partes do Antigo Testamento, é representada no
Evangelho de duas formas, ambas lindas e sugestivas, que precisam.ser guardadas em nossos corações e em nossas mentes. Apesar de diferentes, como os dois lados de uma moeda, elas, no fundo, se completam e, com muita unidade, nos mostram, a grandeza do amor
de nosso Pai. Num dos lados da moeda, uma história linda de uma adolescente, a virgem
Maria, que foi chamada por Deus para uma grande missão, para a qual não se julgava apta
mas que aceitou amorosa e humildemente. No outro lado da moeda, Jesus não é apresentado como o menino fruto de uma gravidez milagrosa e que nasce numa estrebaria e que
tem como primeiro leito, uma humilde manjedoura. Não. Agora, Jesus é apresentado como o Verbo (Palavra de Deus), que estava desde o princípio com Ele. A vida estava nele e
a vida era a luz dos homens.
Se fôssemos dar um nome a essa moeda com dois lados de igual importância, um nome,
este poderia ser “O Deus Encarnado”. Esta é a mensagem do texto de Jô 1.1-14: “E o
verbo se fez carne e habitou entre nós”.
O primeiro lado da moeda
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Vamos começar pelos relatos de Lucas sobre o nascimento de Jesus. Primeiro, o episódio
chamado “a anunciação de Maria”. O anjo Gabriel lhe aparece e, não somente lhe informa
que ela achou graça diante de Deus, mas, principalmente, que ela conceberia (pela ação do
Espírito Santo de Deus) e daria à luz um filho, que seria chamado de Jesus.
Ainda aturdida coma revelação recebida, Maria, uma adolescente, coloca-se à disposição de
Deus, dizendo: “Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim conforme a tua Palavra”.
Essa disponibilidade de Maria marca certamente o início de tudo. Ao pronunciar aquelas
palavras, ela nem de leve poderia imaginar que a aceitação do mistério revolucionaria a terra dos homens. E o sinal de contradição se fez, através dela, dom, presente e carne.
Maria é admirável. Como lhe disse sua prima Isabel, ela é cheia de graça, o Senhor é com
ela e bendito o fruto do seu ventre, Jesus.
Indo a Belém para o recenseamento, Maria completou os seus dias e deu à luz seu filho,
enfaixando-o e deitando-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. O lugar não era certamente o cenário ideal para o nascimento de um Rei. Perto dali,
no entanto, aconteceram coisas muito importantes que marcaram a história. Nas campinas
de Belém, os pastores cuidam de suas ovelhas. Era mais uma noite de vigília mas ela foi
especial. Um ano desce do céu, acompanhado de uma milícia de anjos e comunica que Jesus, o Salvador, havia nascido. Maravilhados e surpresos, os pastores se tornam espectadores de uma festa empolgante, preparado especialmente para eles. A Bíblia nos diz que a
glória do Senhor brilhou ao redor deles. Só isto já seria uma experiência inesquecível, a luz
dos céus iluminando todo o campo. Havia, mais, porém. Uma multidão de anjos louva a
Deus e canta “Glória a Deus nas alturas e paz na terra entre os homens a quem ele quer
bem”. O poeta Manoel Bandeira gostava de usar a palavra alumbramento, que significaria
mais, muito mais, do que deslumbramento. Pode-se dizer que o brilho da glória de Deus e
aquela claridade toda eram os refletores para aquele coral maravilhoso de anjos anunciando
a vinda de Jesus e trazendo uma mensagem de paz na terra. Alumbramento é a palavra certa para definir a emoção que aqueles pastores sentiram
Ainda atônitos com a experiência, resolveram ir a Belém. Fora e acharam Maria, José e a
criança deitada na manjedoura. Depois de contemplarem o brilho da glória de Deus e de
ver e ouvir aquele
maravilhoso coro de
anjos, eles agora encontram, quase ao
relento, o menino
Jesus, aquele que viria
a ser o salvador do
mundo e nosso rei,
envolto em panos na
peça tosca de madeira
onde alguns animais
se alimentavam.
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O outro lado da moeda
É claro que as cenas da anunciação de Maria, de sua aceitação à missão e o nascimento de
Jesus em condições tão adversas, são muito importantes e merecem, por sua ternura, ser
motivo de recordação, não só nos tempos natalinos mas em todo o tempo. Temos que
vibrar com tudo que se relaciona ao Natal, cantar, com muita emoção, os cânticos de nossa
fé que falam do menino que nasceu em Belém e não cansar de repetir para nossos filhos e
netos essas narrativas que nunca ficam velhas.
Temos, contudo, de ter presente em nossas mentes e em nosso coração aquilo que está no
outro lado da moeda, ou seja, a vigorosa narrativa de João, na qual existem afirmativas
fundamentais para a nossa fé.
O Verbo
A primeira delas, que “no princípio era o Verbo, e o verbo estava com Deus e o Verbo era
Deus (Jo 1.1)”. A palavras Verbo pode ser entendida como palavra, razão. Alguns aceitavam Jesus como rei por ser descendente de Davi, outros que era um homem comum depois transformado em Messias. Outros criam até que Jesus tinha forma humana mas não
era homem e sim Deus. João percebeu logo o que os concílios só decidiram séculos depois, que Jesus era plenamente Deus e plenamente homem. Ou seja, que ele estava desde o
princípio com o Pai e também era Deus.
A vida
“A vida estava nele e a vida era a luz os homens (Jo 1.4)”. Em todo o Evangelho de João
a palavra vida tem um valor muito grande, especialmente quando se relaciona com Jesus.
“Eu vim para que tenhais vida e a tenham em abundância (Jo 10.10)”, “O bom pastor dá a
sua vida pelas ovelhas (Jô 10.11)”, “Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6)”, Eu
sou o pão da vida (Jô 6.35). , quase ao término do Evangelho, João nos declara que registrou alguns sinais “para que creiais que Jesus Cristo é o filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais vida em seu nome Jo 20. 31)”.
Luz
“A vida estava nele e a vida era a luz os homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas
não prevalecem contra ela” (Jo 1.4-5)”. Jesus é a verdadeira luz que, vinda ao mundo, ilumina todo o homem. A luz tem duas grandes funções, revelar e guiar. A luz revela coisas
que as trevas escondem. A luz que Jesus traz é uma luz reveladora. A condenação de muitos homens é que amaram mais as trevas do que a luz. A luz de Jesus nos revelam as coisas
tais como são e não como parecem. Muitas pessoas exibem máscaras, vivem em engano e
procuram enganar os outros. A luz de Jesus vence as barreiras e revela a verdade de cada
um.
Além de revelar, a luz que Jesus traz é uma luz que guia. Quem não possui essa luz anda
em trevas e não sabe aonde vai (Jo 12.35). No versículo seguinte, Jesus adverte: “Enquanto
tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz”. Sem a luz de Jesus, nosso
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caminho será sempre escuro e incerto. Sem Jesus, caminhamos às tontas. Com ele, o caminho da vida é sempre claro. Jesus nos diz: “Quem me segue,nunca andará em trevas mas
terá a luz da vida”. A expressão “luz da vida” significa duas coisas. A primeira, que a luz
surge da fonte da vida. Também significa que é essa luz que dá vida aos homens. Os dois
significados se completam em Jesus. Jesus é a mesma luz de Deus que chegou aos homens;
Jesus é a luz que dá vida aos homens. Assim como a planta não pode florescer quando não
recebe a luz do sol, nossas vidas também não podem florescer senão com a graça e beleza
que vêm até nós através da luz que é a presença de Jesus Cristo em nossas vidas.
O Verbo se fez carne e habitou entre nós.
O versículo 14 é um dos mais importantes da Bíblia: “E o Verbo se fez carne e habitou
entre nós, cheio de graça e de verdade. E vimos a sua glória, glória como do unigênito do
Pai”.
É Natal porque o Verbo se encarnou e habitou entre nós. A palavra graça é uma das palavras-chave da Bíblia. Graça é favor imerecido. Ela nos dá a idéia de algo que nunca poderia
ser conseguido por nosso próprio esforço. O ato de Jesus de ter vindo à terra para viver e
morrer pelos homens não é alguma coisa que a humanidade merecera. É um ato de puro
amor por parte de nosso bom Deus. A palavra graça acentua, ao mesmo tempo, a total
pobreza do homem e a bondade sem limites de nosso Deus. A palavra graça também significa encanto. Em Jesus nós podemos ver e sentir a absoluta formosura de nosso Deus.
E vimos a sua glória
O texto termina com a afirmação de que vimos sua glória, glória como do unigênito do Pai
(Jo 1.14). A vida de Jesus Cristo foi uma manifestação de glória. A glória de Jesus é a glória de Deus, seu Pai. Jesus não brilha com luz alheia. A glória é sua por direito próprio.
Quando aceitamos a Cristo, nós também podemos ver e sentir a sua glória. E nós podemos refletir a luz que vem de Cristo. A leitura da Bíblia, a oração, a eucaristia, o serviço
cristão e o amor ao próximo permitem que a nossa luz, que reflete a luz divina, resplandeça para os outros. Como dizia Jesus, “Vós sois a luz do mundo. Assim também brilhe a
vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai
que está nos Céus” ( Mt 5:14,16).
Neste domingo de Natal, que possamos planejar um novo ano com mais fé, mais consagração, mais amor à obra. Se nos conscientizarmos disto e se colocarmos as mãos e o coração na obra, bênçãos maravilhosas ocorrerão em nossas vidas, na vida de nossos entes
queridos e na vida de nossa Igreja Metodista de Vila Isabel. Oremos para que o ano de
2011 seja verdadeiramente um ano da Graça em nossa Igreja.
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ESCOLA DOMINICAL DA IGREJA METODISTA DE VILA ISABEL
CADERNO nº 4 – Lição nº 4
Domingo – 26 de dezembro de 2010
O Natal do Sol da Justiça
Texto de Luiz Carlos Ramos
Texto Bíblico
Mas para vós outros que temeis o meu nome
nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas.
(Malaquias 4.2.)
O Natal e a Páscoa se constituem nas mais importantes solenidades da tradição cristã. O
Natal, porque faz referência à encarnação do Salvador divino, na criança humilde de Jesus,
filho de Maria, na época em que Herodes Antipas era o tetrarca da Galiléia; e a Páscoa,
porque rememora a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, ocorrida no período em
que Pôncio Pilatos governava a Judéia.
No entanto, não se trata de mera retrospectiva histórica, mas antes, de atualização celebrativa de um acontecimento salvífico que tem implicações para o presente e é determinante
em relação ao futuro daqueles e daquelas que o celebram com fé.
A Páscoa cristã é a festa mais antiga, e já era comemorada no final do primeiro século da
nossa era. O Natal é mais tardio, e só se fixou a partir do século IV, mas isso a partir da
tradicional celebração do dia de Epifania (6 de janeiro), que já era comemorada em meados
do primeiro século.
A Epifania (palavra que significa "manifestação") era festejada pelos cristãos já no final do
primeiro século e início do segundo (a ponto de ficar registrada nos Evangelhos, cf. Mt 2),
como a evidência de que o evangelho de Jesus Cristo não era uma exclusividade dos judeus-cristãos, mas uma manifestação da graça de Deus para toda a humanidade. Por isso,
recorda-se, nessa festa, a visita dos Magos, que vieram do Oriente para saudar o Deus criança e dar-lhe presentes; bem como o Batismo do Senhor, ocasião em que Jesus se apresenta publicamente como Filho de Deus; e ainda a realização do seu primeiro milagre, na
cidade de Caná da Galiléia, pelo qual Jesus inicia publicamente seu ministério.
No contexto romano, do início da nossa era, por influência egípcia, havia ma grande festa
popular que, a propósito do solstício de inverno (hemisfério Norte), realizava uma série de
rituais dedicados ao deus-sol. Tais rituais eram realizados na expectativa de que o mundo
não fosse engolido pelas trevas ameaçadoras do inverno (ocasião em que o sol parecia ficar
cada vez mais distante, os dias mais curtos e as noites mais longas).
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Essa festa era chamada de Adventus Redentoris e Natale Solis Invictus, ou a Chegada do
Redendor e Nascimento do Sol Invencível.
Os cristãos, então, "evangelizaram" essa festa, reinterpretando-a à luz dos escritos
bíblicos. A justiça divina se
alteia sobre a humana, tal
como descrito no capítulo 60
do profeta Isaías (a leitura
desses 22 versículos descortina para nós o verdadeiro
horizonte natalino):
1 Dispõe-te, resplandece,
porque vem a tua luz, e a
glória do SENHOR nasce
sobre ti. 2 Porque eis que as
trevas cobrem a terra, e a
escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o SENHOR, e a sua glória se vê
sobre ti. 3 As nações se encaminham para a tua luz, e os reis, para o resplendor que te nasceu. 4 Levanta em redor os olhos e vê; todos estes se ajuntam e vêm ter contigo; teus filhos chegam de longe, e tuas filhas são trazidas nos braços. 5 Então, o verás e serás radiante de alegria; o teu coração estremecerá e se dilatará de júbilo, porque a abundância do mar
se tornará a ti, e as riquezas das nações virão a ter contigo. 6 A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e de Efa; todos virão de Sabá; trarão ouro e incenso e publicarão os louvores do SENHOR. 7 Todas as ovelhas de Quedar se reunirão junto de ti;
servir-te-ão os carneiros de Nebaiote; para o meu agrado subirão ao meu altar, e eu tornarei mais gloriosa a casa da minha glória. 8 Quem são estes que vêm voando como nuvens e
como pombas, ao seu pombal? 9 Certamente, as terras do mar me aguardarão; virão primeiro os navios de Társis para trazerem teus filhos de longe e, com eles, a sua prata e o seu
ouro, para a santificação do nome do SENHOR, teu Deus, e do Santo de Israel, porque
ele te glorificou. 10 Estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis te servirão; porque
no meu furor te castiguei, mas na minha graça tive misericórdia de ti. 11 As tuas portas
estarão abertas de contínuo; nem de dia nem de noite se fecharão, para que te sejam trazidas riquezas das nações, e, conduzidos com elas, os seus reis. 12 Porque a nação e o reino
que não te servirem perecerão; sim, essas nações serão de todo assoladas. 13 A glória do
Líbano virá a ti; o cipreste, o olmeiro e o buxo, conjuntamente, para adornarem o lugar do
meu santuário; e farei glorioso o lugar dos meus pés. 14 Também virão a ti, inclinando-se,
os filhos dos que te oprimiram; prostrar-se-ão até às plantas dos teus pés todos os que te
desdenharam e chamar-te-ão Cidade do SENHOR, a Sião do Santo de Israel. 15 De abandonada e odiada que eras, de modo que ninguém passava por ti, eu te constituirei glória
eterna, regozijo, de geração em geração. 16 Mamarás o leite das nações e te alimentarás ao
peito dos reis; saberás que eu sou o SENHOR, o teu Salvador, o teu Redentor, o Poderoso
de Jacó. 17 Por bronze trarei ouro, por ferro trarei prata, por madeira, bronze e por pedras, ferro; farei da paz os teus inspetores e da justiça, os teus exatores. 18 Nunca mais se
ouvirá de violência na tua terra, de desolação ou ruínas, nos teus limites; mas aos teus mu22
ros chamarás Salvação, e às tuas portas, Louvor. 19 Nunca mais te servirá o sol para luz do
dia, nem com o seu resplendor a lua te alumiará; mas o SENHOR será a tua luz perpétua,
e o teu Deus, a tua glória. 20 Nunca mais se porá o teu sol, nem a tua lua minguará, porque
o SENHOR será a tua luz perpétua, e os dias do teu luto findarão. 21 Todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das
minhas mãos, para que eu seja glorificado. 22 O menor virá a ser mil, e o mínimo, uma
nação forte; eu, o SENHOR, a seu tempo farei isso prontamente.
Como o calendário dos primeiros séculos eram muito rudimentares, a data não era precisa
e podia variar entre 21 de dezembro e 6 de janeiro. Com o passar do tempo, essa festividade foi adquirindo contornos mais claros, e convencionou-se o dia 25 de dezembro como
sendo o dia do nascimento de Jesus e o dia 6 como o ápice da festa, culminando com alusão à visita dos Magos.
Os que criticam a comemoração do Natal, acusando-o de ser uma festa pagã, devem ser
advertidos de que não há uma única festa religiosa sequer que seja absolutamente genuína e
exclusivamente cristã.
E não deixa de ser curioso o fato de que parece haver menos resistência a certas comemorações, às quais não há referência bíblica explícita (do tipo: Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia
das Crianças, Dia do Índio, Dia da Pátria) do que àquelas com ampla fundamentação nas
Escrituras (tais como: Natal, Páscoa e Pentecostes).
O entendimento das efemérides depende do olhar do intérprete: para uns (aqueles que crêem que os poderes "do mundo" são mais fortes que o "reinado de Deus"), trata-se da paganização do cristianismo; para outros (que crêem na força transformadora do Evangelho),
trata-se da cristianização do paganismo. A questão está na fé de quem lê a realidade.
ra, que é símbolo da vida.
A relação entre o Natal e a Páscoa pode ser
mais bem compreendida se traçarmos um paralelo entre os elementos comuns e os contrastantes que ligam as duas festas: Jesus nasce numa gruta emprestada em Belém - e é sepultado num túmulo emprestado por José de
Arimatéia; . Comemora-se a noite de Natal,
que remete ao Sol da Justiça, em pleno inverno - e a manhã da Páscoa, que a celebra luacheia da primavera. Jesus nasce no inverno
que é símbolo de morte - e morre na primave-
●.Ao nascer, é colocado numa manjedoura de madeira - para morrer é pregado numa cruz
igualmente de madeira Pastores pobres testemunham sua chegada - malfeitores crucificados testemunham sua morte.
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●Anjos cantores anunciam seu nascimento: "glória a Deus nas alturas e paz na terra." anjo anunciador anuncia a Maria Madalena sua ressurreição: "ele não está aqui, mas ressuscitou";
●. A virgem, no nascimento - a pecadora (Maria Madalena), na ressurreição. Visita dos magos do Oriente, na Epifania, - e testemunhas de todo o "mundo conhecido", no Pentecostes;
● 25 de dezembro (Natal) é data fixa, no entanto, pode cair em qualquer dia da semana –
enquanto a primeira lua-cheia da primavera (Páscoa), que é data móvel (podendo ocorrer
entre 21 de março e 23 de abril), é celebrada sempre no domingo mais próximo;. O Natal
tem influência pagã (egípcia) - a Páscoa tem origem Judaica (e que marca a libertação do
Egito);
●O Natal é precedido de quatro semanas de preparação, chamado período do Advento - a
Páscoa é antecedida por quarenta dias de oração, chamados Quaresma;
●A festa do Natal se estende até a Epifania, que se refere à manifestação de Deus a todas
as nações que vêm ao seu encontro - a festa da Páscoa se estende até o Pentecostes, ocasião em que os discípulos (igreja) saem ao encontro das nações para anunciar-lhes as "maravilhas de Deus", dirigindo-se a elas em suas diferentes línguas maternas.
Trata-se, portanto de um tempo que foi transformado, não meramente pelas palavras, mas
pela Palavra, no dia em que "o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai (Jo 1.14).
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