Cursinho Triu – História Islamismo O islã tem suas raízes na Península Arábica, uma região em que cerca de 80% do território é desértico. A ocupação da região foi feita de maneira heterogênea, por mais de 350 tribos de diferentes dialetos, religiões e estilos de vida. Dentre esses povos, havia aqueles que habitavam o litoral e viviam em regime de sedentarismo (fixos em um mesmo local), que tinham por característica a prática do comércio, e os chamados beduínos, nômades (não se fixavam em um só local) que viviam no interior tendo por base o pastoreio. A organização social dessas tribos era baseada em laços de sangue e politicamente eles eram chefiados pelo sheik. No século VI aproximadamente mais de 300 tribos viviam na região e Meca era considerada sua principal cidade. Meca era, desde essa época, um dos principais centros religiosos e comerciais do mundo conhecido. Comercialmente, sua localização litorânea contribuía para que ela se tornasse um ponto privilegiado de encontro para trocas. Além disso, Meca abrigava um importante santuário, a Caaba (ou Pedra Negra). Nesse santuário existiam imagens de diversos ídolos (diferentes deuses de várias tribos árabes) e todo ano essas tribos suspendiam as hostilidades e guerras entre si para peregrinar até a Caaba. Nesse cenário, a maior parte do comércio da cidade era controlado pela tribo dos Coraxitas, que detinham, então, o poder político. Maomé (ou Muhammad – nascido em 570 d.C.) nasceu em uma família dessa tribo Coraxita e foi pastor enquanto jovem, tendo contato com diversos povos e culturas. Aos 40 anos, no ano de 610, tem a revelação na chamada “noite do destino” e recebe a profecia de que “só há um Deus, que é Alá, e Maomé é seu profeta”. Dessa forma, Maomé passa a condenar a idolatria a vários deuses na Caaba e a converte em um centro de orações a Alá. Suas ideias e pregações acabam por encontrar resistência dentro da tribo Coraxita, pois eles temiam que, com essa nova religião, a migração para Meca diminuísse e eles perdessem o comércio. Há, nesse momento, uma perseguição a Maomé e, no ano de 622, ele foge para a cidade vizinha, Yatreb (que depois será renomeada para Medina, que significa “cidade do profeta”), essa fuga tem o nome de hégira e deu início ao calendário muçulmano. Maomé consegue ajuda de comerciantes e beduínos de Iatreb e, fortalecido, volta a Meca. Em pouco tempo, todos os povos da península árabe se converteram ao islamismo, que agiu também como elemento unificador destas tribos. Maomé morre em 632 em Medina e em 653 seus seguidores começam a escrever suas revelações e compõe o livro sagrado, chamado Alcorão. A religião islã é baseada em cinco regras essenciais: crer em Alá, o único Deus, e no profeta Maomé; ser generoso; orar cinco vezes ao dia com o corpo voltado para Meca; fazer jejum no mês do Ramadã e ir a Meca ao menos uma vez na vida. Com o islamismo houve a unificações política e religiosa dos árabes, a religião provocou e possibilitou uma nova organização política e social, baseada em laços familiares e religiosos. Os Califas se tornaram os chefes religiosos e políticos. A expansão mulçumana no oriente chegou até a fronteira com a China, e no Ocidente conquistou a Península Ibérica, controlando todo Mar Mediterrâneo. Com essa nova forma de Estado centralizado, houve também uma significante expansão territorial, motivada tanto por fatores internos (como o crescimento populacional, interesses comerciais e a Jihad – a guerra santa), quanto externos (confrontos com impérios bizantino e persa que, enfraquecidos, sucumbiram perante aos árabes). Nesse momento de expansão há também uma divisão religiosa, surgem os sunitas (que tinham como livro sagrado, além do Alcorão, as sunas) e os xiitas (que defendiam a necessidade de hereditariedade com Maomé e eram mais fundamentalistas). Forma-se, dessa maneira, uma civilização islâmica, caracterizada, sobretudo, por uma relação de respeito com os povos dominados, incorporando valores e elementos das mais diversas culturas, como os persas, sírios e turcos. Por isso, a civilização islâmica é tida como muito inovadora em diversos campos. Na economia eles desenvolveram cheques, letras de câmbio e até recibos para facilitar as relações comerciais, além de aplicarem a irrigação e a terraplanagem na agricultura. As mesquitas, igrejas islâmicas, são grandes marcos arquitetônicos, caracterizados pelas grandes abóbadas de ouro. É importante lembrar que quando falamos em árabes nos referimos a um povo, em sua maioria de religião muçulmana, mas que nem todo muçulmano é árabe. Dessa forma, atualmente há no mundo diversos países e regiões com grande quantidade de muçulmanos, desde o Oriente Médio, grande parte da África, sul da Rússia, Ásia central, Índia e Pasquitão e até na Indonésia e na Malásia.