Universidade Do Estado De Santa Catarina Centro De Ciências Tecnológicas – Depto. de Fı́sica Grupo de Dinâmica Não-Linear Luciano Camargo Martins UDESC Joinville FÍSICA GERAL I (FGE1001) Gabarito da Prova V 15/06/2015 1) [5,0 pt] Duas hastes finas, retas e homogêneas idênticas, de massa m e comprimento L cada uma, são soldadas perpendicularmente e giram em torno da origem O, no plano XY , conforme mostra a Figura 1. Na posição mostrada, a junção A se move para baixo com velocidade vA . Para a peça na posição mostrada, determine: Y Figura 1 B vB L 2 dx O x dm/dx = m/L A vA X (A) Figura 2 (B) A) [2,0 pt] Os momentos de inércia Ix , Iy e Iz ; [0,5 pt] Para a haste horizontal girando em torno do eixo Y ou Z, temos Z L Z L 1 M 2 dx = ML2 Iy = Iz = x dm = x2 L 3 0 0 e Ix = 0, já que a massa da haste está sobre o eixo X, onde y = 0. [0,5 pt] O momento de inércia da peça em relação a qualquer eixo de rotação será a soma dos momentos de inércia de cada uma das duas hastes, em relação a este mesmo eixo. Por exemplo, Ix = 2 X Ix(i) = Ix(1) + Ix(2) i=1 considerando a haste 1 na horizontal e a haste 2 na vertical, temos Ix = 0 + 1 1 mL2 = mL2 3 3 (1) já que a haste 1 está sobre o eixo X, seu momento de inércia Ix = 0 e a massa da haste 2 girando (2) em torno de A tem o seu momento de inércia é Ix = 13 mL2 . [0,5 pt] Em relação ao eixo Y , o momento de inércia Iy da peça será Iy = Iy(1) + Iy(2) = 4 1 mL2 + mL2 = mL2 3 3 (1) já que agora a haste 1 está sobre o eixo X, seu momento de inércia Iy = 13 mL2 e a massa da (2) haste 2 girando em torno do eixo Y , tem o seu momento de inércia é Iy = mL2 , já que toda a sua massa está a uma distância L deste eixo. [0,5 pt] Em relação ao eixo Z, podemos usar o teorema dos eixos perpendiculares, já que a moldura é plana e está sobre o plano XY , temos Iz = Ix + Iy = 1 4 5 mL2 + mL2 = mL2 . 3 3 3 B) [0,5 pt] a velocidade angular ω; A velocidade angular da peça pode ser determinada pela velocidade do ponto A, já que −vA = ω rA = ω L =⇒ ω = − vA . L C) [1,0 pt] a energia mecânica E = K + U; A energia mecânica da peça é E =K +U = 1 Iz ω 2 + Mgycm 2 que depende da coordenada ycm do centro de massa da peça, ycm = 0 · m + (L/2) · m L m1 ycm,1 + m2 ycm,2 = = , M 2m 4 e assim, temos 1 E= 2 vA 2 5 5 1 L 2 = mvA2 + mgL. mL + Mg 3 L 4 6 4 D) [1,0 pt] o vetor de velocidade vB da extremidade B; A velocidade vB do ponto B, em módulo, será √ √ vB = ω rB = ω 2L = 2vA e como o ponto B fica sobre a diagonal do quadrado, sobre a reta y = x, sua velocidade será ortogonal a esta direção, ou seja, formando um ângulo θ = −45◦ com o eixo X, na direção e √ , ou seja, sentido do vetor unitário i−j 2 √ vB = ( 2vA ) i−j √ 2 = vA (i − j) E) [0,5 pt] o vetor momento angular L. O momento angular da peça é v A Lz = Iz ω = (mL2 ) − = −mvA L L onde o sinal negativo indica o sentido horário. Vetorialmente, L = −(mvAL) k 2) [2,0 pt] Sobre um plano áspero inclinado de um ângulo θ = π/8 com a horizontal solta-se em repouso uma esfera maciça (Icm,esf = 2MR2 /5) de massa M = 1, 23 kg e raio R = 7, 21 cm. A) [1,0 pt] Qual a aceleração angular α da esfera? Aplicando-se a segunda lei de Newton para a rotação da esfera em torno do ponto de contato, temos X τz(C) = Iz(C) αz onde, pelo teorema dos eixos paralelos, temos Iz(C) = Iz, cm + MR2 = 7 2 MR2 + MR2 = MR2 . 5 5 M, R cm X’ Fat, e ω P sen θ C N vcm θ X θ O P Pelo DCL mostrado acima, apenas a componente P sin θ do peso produz torque sobre a esfera, em relação ao ponto de contato C, então temos X τz(C) = −RMg sin θ = 7 MR2 αz 5 de onde temos a aceleração angular da esfera αz = − 5 (9, 81 m/s2) sin(π/8) 5 g sin θ =− = −37, 2 rad/s2 7 R 7 (0, 0721 m) que é uma aceleração constante, portanto o movimento da esfera é do tipo MCUV. B) [1,5 pt] Depois de rolar 1, 25 m sobre o plano, qual a velocidade do centro de massa da esfera? Como o centro de massa CM da esfera está instantaneamente girando em torno do ponto C de contado, 5 acm = αR = g sin θ 7 que é constante, e como o movimento do centro de massa é do tipo MRUV, temos pela equação de Torricelli 2 2 vcm = vcm, 0 + 2acm d, onde d = 1, 25 m é o deslocamento do CM. Assim, vcm = r 10 gd sin θ = 7 r 10 (9, 81 m/s2)(1, 25 m) sin(π/8) = 2, 59 m/s. 7 3) [3,0 pt] Um estudante se senta em um banco girando livremente, segurando dois halteres, cada um de massa 3, 00 kg. Veja a Figura 2. Quando os seus braços estão estendidos horizontalmente (A), os halteres estão a 1, 00 m do eixo de rotação e o estudante gira com velocidade angular inicial ωi = 0, 750 rad/s. O momento de inércia do conjunto estudante+banco é de 3, 00 kg · m2 e considerado como uma constante. O estudante puxa os alteres horizontalmente, gastando 0, 500 s para isso, até uma posição 0, 300 m do eixo de rotação (B). A) [1,0 pt] Encontre a velocidade angular final ωf do estudante. O momento angular do estudante é vertical, de baixo para cima, e que durante o experimento nenhum torque atua sobre o sistema ao longo desse eixo, o momento angular total do sistema estudante+banco+halteres será conservado, ou seja, Ly, i = Ly, f =⇒ Iy, i ωy, i = Iy, f ωy, f e os momentos de inércia inicial e final são, respectivamente: 2 2 2 2 Iy, i = I0 + 2mh rh, i = 3, 00 kg · m + 2(3, 00 kg)(1, 00 m) = 9, 00 kg · m e 2 2 2 2 Iy, f = I0 + 2mh rh, f = 3, 00 kg · m + 2(3, 00 kg)(0, 300 m) = 3, 54 kg · m , já que são dois halteres simétricos de massa mh = 3, 00 kg cada. Então, a velocidade angular final do sistema será Iy, i 9, 00 kg · m2 ωy, f = ωy, i = (0, 750 rad/s) = 1, 91 rad/s, Iy, f 3, 54 kg · m2 que é a própria velocidade angular final do estudante. B) [1,0 pt] Encontre a energia cinética total do sistema estudante+banco+halteres, antes e depois de ele puxar os halteres. A energia cinética total é conservada? Justifique. [0,25 pt] cada energia e [0,5 pt] a justificativa. As energias cinéticas inicial e final são, respectivamente, Ki = 1 1 2 Iy, i ωy, (9, 00 kg · m2 )(0, 750 rad/s)2 = 2, 53 J i = 2 2 e 1 1 2 Iy, f ωy, (3, 54 kg · m2 )(1, 91 rad/s)2 = 6, 46 J f = 2 2 e a energia cinética não é conservada, pois o estudante realiza um trabalho mecânico W para aproximar os halteres. Kf = C) [1,0 pt] Qual o potência média do trabalho realizado pelo estudante? Pelo teorema do trabalhoenergia cinética, W = ∆K = Kf − Ki e a potência média desenvolvida pelo estudante será, finalmente, Pmed = W ∆K (6, 46 J) − (2, 53 J) = = = 7, 86 W. t t 0, 500 s Joinville–SC, 16 de junho de 2015.