quimiodectoma em dois cães

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42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR
QUIMIODECTOMA EM DOIS CÃES: RELATO DE CASO
CHEMODECTOMA IN TWO DOGS: CASE REPORT
FIGUEIREDO, TCF¹; CASTRO, VV¹; RIZZARDI, ACK²; SOUSA,
VRF³;ALMEIDA, ABPF³
1
Programa de Residência Uniprofissonal em Medicina Veterinária da
UFMT * ([email protected])
² Discente do curso de Medicina Veterinária da UFMT
³ Professora Doutora do Departamento de Clínica Médica Veterinária –
UFMT
RESUMO
Quimiodectomas
são
neoplasias
que
se
originam
dos
tecidos
quimiorreceptores, podendo aparecer a partir do corpo aórtico da base
cardíaca ou a partir do corpo carotídeo. Em cães é mais comum em
raças braquicefálicas e o animal acometido apresenta sinais de
insuficiência cardíaca congestiva e comumente efusão pericárdica. O
diagnóstico é realizado por observação dos sinais clínicos e exames
complementares. Relata-se caso de quimiodectoma em cães da raça
Fila Brasileiro e Pit Bull, de ambos os sexos. Em ambos os casos se
observou na necropsia a presença de massas na região da base
cardíaca e confirmado no exame histopatológico como quimiodectoma.
Palavras-chave: tumor do arco aórtico;predisposição; diagnóstico
ABSTRACT
Chemodectomas are tumors that originate from the chemoreceptor
tissue , may appear from the aortic heart base body or from the carotid
body . In dogs is more common in brachycephalic breeds and the
affected animals show signs of congestive heart failure and pericardial
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effusion commonly . The diagnosis is made by observation of clinical
signs and laboratory tests . A case of chemodectoma on race dogs Fila
Brasileiro and Pit Bull , of both sexes. In both cases was observed at
autopsy the presence of masses in the region of the heart and confirmed
based on histopathological examination as chemodectoma .
Key-words: tumor of the aortic arch ; predisposition ; diagnosis
INTRODUÇÃO
Quimiodectoma, tumor do arco aórtico ou paraganglioma, é uma
neoplasia rara, frequentemente benigna, de crescimento lento que se
origina de quimiorreceptores situados, principalmente, no corpo aórtico e
corpo carotídeo (Ehrhart et al., 2002; Meuten, 2002; Moura et al., 2006).
Embora incomuns, os quimiodectomas acometem cães e raramente
gatos e bovinos. Cães idosos e de raças braquicefálicas apresentam
maior predisposição para desenvolver este tipo de neoplasia (Meuten,
2002). E a ocorrência de metástase é rara (Araújo et al., 2011).
O diagnóstico presuntivo é baseado nos achados clínicos e exames
complementares
como
radiografia
torácica,
eletrocardiografia
e
ecodopplercardiografia, mas o diagnóstico definitivo é feito pelo exame
histopatológico e/ou imunohistoquímico(Mesquita et al., 2012; Salomão
et al., 2012).O presente trabalho tem como objetivo relatar dois casos de
quimiodectoma em cães, visando enfatizar características clínicasepidemiológicas e laboratoriais.
RELATO DE CASOS
Canino, da raça Fila Brasileiro, 11 anos de idade, foi atendido no
setor de Clínica Médica do Hospital Veterinário (HOVET) da
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), apresentando queixa
principal
de
anorexia,
dificuldade
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respiratória,
perda
de
peso
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progressivo, fraqueza e atrofia muscular, ascite, edema em membros e
leve crepitação pulmonar. Pelo estado clínico apresentado instituiu-se
terapia de surpote ( fluidoterapia e oxigenioterapia ). O canino
apresentava sinais de tosse, dificuldade respiratória e perda de peso há
mais de seis meses. Exames complementares como hemograma
completo, ultrassonografia, radiografia e ecocardiográfico não puderam
ser realizados à tempo em virtude do horário e consequentemente
fechamento dos setores. O paciente veio a óbito um dia após o
atendimento, sendo encaminhado à necropsia e realizado análise
histopatológica.
Canino, da raça Pit Bull, com seis anos de idade, apresentando
tosse. Ao exame clínico, foi detectada taquipnéia, pressão arterial de
23/13mmHg, discreta hipofonese cardíaca e crepitação pulmonar. A
radiografia foi lsugestiva de cardiomegalia acentuada, efusão pericárdica
ou neoplasia, além de edema pulmonar. Ao exame ecocardiográfico
evidenciou-se a presença de uma massa tumoral heterogênea de 8x6cm
sugerindo neoplasia de base cardíaca. Devido a inviabilidade cirúrgica
pela extensão da formação tumoral se estabeleceu tratamento paliativo
que objetivou minimizar os distúrbios cardiorrespiratórios. Após cinco
meses o animal veio a óbito e foi realizada a necropsia e exame
histopatológico para confirmação diagnóstica.
DISCUSSÃO
O presente relato contrasta com as informações da literatura que
refere uma predisposição de cães braquicefálicos no desenvolvimento
dessa neoplasia, uma vez que foi encontrado em um cão da raça Pit Bull
e outro da raça Fila Brasileiro, e por serem os dois animais de idade
adulta senil (Moura et al., 2006).
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O histórico de tosse e dificuldade respiratória, como observado em
ambos os casos, são comumente encontrados em animais com
quimiodectoma, de forma crônica, como visto por Meuten (2002) e
Cavalcanti et al.(2006).
O exame radiográfico no segundo caso revelou aumento global da
silhueta cardíaca que pode ser explicado pelo quimiodectoma ou pela
endocardiose, conforme descrito por Salomão et al. (2012) e edema
pulmonar também descrito por Andrade et al. (2013) e Araújo et al.
(2011).Por sua vez, o exame ecodopplercardiográfico foi fundamental
para se estabelecer o diagnóstico e para se aferir a repercussão
hemodinâmica do tumor, mesmo não sendo capaz de indicar a etiologia
tumoral (Abduch, 2009).
Com a morte súbita do animal cinco meses após, é possível que a
massa tenha evoluído durante este período até obstruir as câmaras
cardíacas e levar ao colapso cardíaco (Moura et al., 2006).
O diagnóstico definitivo foi feito de acordo com o descrito pela
literatura, através do exame histopatológico o qual observou-se em
ambos os casos células neoplásicas alinhas ao longo e ao redor de
capilares, separadas umas das outras, de formato poliédrico, citoplasma
eosinofílico claro.
CONCLUSÃO
Concluímos neste relato que o quimiodectoma, apesar de rara,
pode acometer cães de outras raças, não somente em braquicefálicos e
o clínico deve ficar atento a possibilidade dessa afecção em cães
adultos a senis apresentando sinais cardiorrespiratórios.
REFERÊNCIAS
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– relato de caso. Veterinária e Zootecnia, São Paulo, v. 19, n. 1, supl
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