As Crises Imperialistas e a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) → Antecedentes da 1ª Grande Guerra: 1. Belle Époque (1850 – 1914): Significa Bela Época, ou seja, era um período “iluminado”, marcado por diversas transformações. Para os ingleses esse período era chamado de Era Vitoriana (por causa da Rainha Vitória da Inglaterra). Esse período é caracterizado pelas seguintes visões de mundo: a) Ideológico → Socialismo (classe operária) vs Conservadorismo (militares e elite). b) Econômico → Revolução Industrial → Capitalismo (Financeiro e Industrial). c) Político → Modelos (República/Monarquia/Parlamentarismo). d) Religioso → Perda da fé na religião. As transformações tecnológicas fizeram com que as pessoas acreditassem mais na ciência. e) Profundas transformações tecnológicas → Os grandes países entram em uma disputa para ver quem possuía mais tecnologia relacionada as indústrias. Exemplos de transformações: Energias → Eletricidade e Motores a combustão. Transportes → Trens de longa distância, caminhão, trator, carro, bicicleta, navios transatlânticos (exemplo: Titanic – 1912). Comunicações → Telégrafo, telefone, rádio e cinema. Saúde → Koch (cura da tuberculose); Pasteur; Madame Curie (raio x); Vacinas. Ciência → Einstein; Freud. Todas estas transformações vão mudar o modo como as pessoas enxergam o mundo e a vida, e, por causa disso, vão usar todas estas tecnologias para produzir armas, tanques, submarinos, etc. E, a Primeira Grande Guerra só ocorreu devido a essa CORRIDA ARMAMENTISTA. Contexto da Belle Époque: a Bela Época, marcada por um tremendo momento de otimismo, devido aos avanços científicos, vendia a ideia de que a ciência traria alegria e felicidade para as pessoas e o próximo passo seria ir para o espaço. As obras de ficção científica retratavam isso, exemplo: Da terra à lua (Julio Verne). A ideia era a de que não existia o impossível, improvável talvez, impossível jamais. Porém a guerra mostrou que a Belle Époque não era tão bela assim. O inventor da dinamite, por exemplo, jamais se perdoou por seu invento ter sido usado para matar pessoas. O que ele realmente queria era abrir estradas, por isso doou todo o dinheiro que tinha conquistado com o seu invento. → “Sempre acreditei que tudo que o homem pudesse imaginar, alguém poderia construir. Hoje acredito que tudo que o homem pode construir alguém, no futuro, destruirá”. (Capitão Nemo – 20.000 Léguas Submarinas – Julio Verne). Conclusão: a Europa era um mundo tranquilo sobre um barril de pólvora. Sob a aparência estável havia uma grande tensão prestes a explodir. → Causas da Primeira Grande Guerra: 2. Rivalidade Nacionalista (1870 – 1914): As grandes potências se preparam para a guerra. A guerra era inevitável e desejável, diziam que seria “a guerra para acabar com todas as guerras”. a) Corrida armamentista → Canhões de longa distância; obuses; tanques; submarinos; rifles de repetição; aviões de guerra; gases venenosos. Enfim, adaptavam a tecnologia para fins militares e tudo isso representava a tecnologia do horror, cujo objetivo era matar mais e mais rápido. b) Política de alianças → Possuía objetivos militares e gerou tensões e disputas. I. Tríplice Aliança Prússia – Alemanha Império Austro Húngaro Itália* *Observação: a posição da Itália era bastante peculiar: se, por um lado, o país fazia parte da Tríplice Aliança, por outro tinha antigas disputas fronteiriças com a Áustria. Dessa forma, a Itália acabou assinando acordos secretos com a França e a Rússia, prometendo neutralidade no caso de uma guerra geral europeia. II. Tríplice Entente Grã – Bretanha (Inglaterra) França Rússia c) A Questão Balcânica → Nos fins do século XIX, a região dos Bálcãs foi um dos vários palcos de disputa entre as grandes nações imperialistas. Nessa época, o Império Turco-Otomano perdia o controle sobre a região e dava espaço para que várias nações independentes ali surgissem. Observando o desmembramento dos territórios, algumas potências vizinhas prontamente manifestaram interesse em impor seus interesses políticos naquele lugar. Por um lado, a Rússia apoiou expressamente os movimentos pan-eslavistas que defendiam a formação de uma única nação entre os povos eslavos. Apoiando esses movimentos, os russos pretendiam garantir sua vindoura influência política e econômica. Para tanto, contavam com o apoio da Sérvia, que pretendia capitanear localmente a anexação dos territórios. Em contrapartida, o Império Austro-Húngaro, com o apoio alemão, ambicionava construir uma estrada de ferro ligando as cidades de Berlim e Bagdá através do território balcânico. A concretização de tal projeto seria um primeiro passo para que os germânicos obtivessem vantagens políticas e econômicas em um território politicamente e militarmente esfacelado. Teríamos assim a construção de uma rivalidade imperialista apartando russos e austro-húngaros. Por volta de 1912, o Império Austro-Húngaro se envolveu em uma série de conflitos onde acabou sendo derrotado por uma coligação militar composta por diversos povos eslavos. Aproveitando dessa situação, a Bósnia e a Hezergovina se inclinaram a romper com a hegemonia que os austríacos impunham em seus respectivos países. Nesse momento, o imperialismo austríaco nos Bálcãs se via claramente ameaçado por todos os lados. Em 1914, visando reverter a situação, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, resolveu fazer uma viagem até a cidade de Sarajevo, capital da Bósnia. Nessa comitiva, ele pretendia anunciar a formação de um grande império que elevaria a Sérvia e a Hezergovina à mesma condição política desfrutada pela Áustria e pela Hungria. Dessa forma, se arquitetava uma estratégia diplomática que preservaria a presença austro-húngara nos Bálcãs. Contudo, essa missão diplomática acabou sendo desastrosa quando integrantes de um grupo nacionalista assassinou o arquiduque Francisco Ferdinando. Imediatamente, abandonando as negociações planejadas, o Império Austro-húngaro ameaçou os sérvios militarmente e realizou uma série de exigências compensatórias. Aconselhados pelos russos, a Sérvia não atendeu às reivindicações impostas. Em resposta, os austríacos declararam guerra aos sérvios. Naquele instante, os russos declararam guerra ao Império Austro-húngaro visando alcançar suas antigas pretensões imperialistas na península. Nesse instante, os alemães apoiaram a Áustria e também declararam guerra contra os franceses. Por conseguinte, a Inglaterra entrava no conflito para cumprir os acordos de apoio militar firmados junto à França. Dessa forma, o problema nos Bálcãs acionou as alianças que marcaram o desenvolvimento da Primeira Guerra Mundial.1 → Portanto o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando foi a desculpa que faltava para o começo da guerra. → Fases da Guerra I. Guerra do Movimento (1914): começa muito rápido com a invasão das tropas alemãs. II. Guerra das Trincheiras (1915, 1916 e parte de 1917): é o marco da guerra “eu não consigo ir nem voltar, cavamos um buraco e ficamos nos matando, jogando bombas”. → Resultado das trincheiras: que mundo estranho em que vivemos, onde se mata sem saber porque e se vive sem saber até quando. III. Fase final (1917 e 1918) → Final do ano de 1917: - Revolução Russa (outubro) faz com que a Rússia saia da guerra e isso gera o fim do Front Oriental composto pela Rússia e pela Áustria. Isso favorece a Alemanha e chama a atenção dos Estados Unidos que até então estavam fora da guerra, devido a isso, em… - Novembro e dezembro os Estados Unidos começam a transportar alimentos e armas para a tríplice entente – aliados (Grã Bretanha e França). Alemanha avisa que se isso continuar eles vão levar isso como um ato de guerra e isso era exatamente o que os Estados Unidos queria, e, como eles continuaram ajudando os inimigos da Alemanha, a Alemanha atacou os navios mercantis americanos e este foi o pretexto que faltava para os Estados Unidos entrarem na guerra. Devido a isso, em fevereiro de 1918 os EUA entram na guerra com saúde e cheios de armas, o que facilitou a vitória dos Aliados (Grã Bretanha, França e agora os EUA). A Alemanha perdeu. → Os tratados de paz - Desmantelamento territorial. - Imposição de pesadas indenizações (os países que perderam vão ter que pagar para os que ganharam). - Limitações bélicas (menos armas e menos exércitos para os que perderam a guerra). 1 Fonte: Mundo Educação. *Importante: Tratado de Versalhes – 1919 – Alemanha Foi uma tentativa pública de punir a Alemanha, fez com que ela perdesse muitos territórios e tudo isso alimentou o desejo de vingança da Alemanha. → Consequências a) Número muito grande de mortos e feridos: aproximadamente de 12 a 15 milhões, sendo que deste número 6 milhões são civis. b) Gripe espanhola: há suspeita de que esta gripe tivesse sido feita em laboratório, matou muita gente também. c) Destruição material: toda a estrutura da Europa foi destruída. d) Mudança do eixo político – econômico: EUA se tornam a grande potência do mundo a partir da guerra. A Europa nunca mais se recuperou. e) Social: grande número de órfãos e mudança do papel da mulher. f) Crise moral: profundo pessimismo, aumento do suicídio, uso de drogas. E A MAIOR CONSEQUÊNCIA: A SEGUNDA GRANDE GUERRA!!!