Universidade Federal de Rondônia Curso de Eng. Florestal Melhoramento genético Florestal Sistemas de reprodução e suas relações com melhoramento Emanuel Maia www.lahorta.acagea.net [email protected] Apresentação • Introdução • Relações entre sistema reprodutivo e melhoramento • Estrutura genética • Mecanismos de polinização • Determinação do sistema reprodutivo Introdução • Reprodução sexual ou assexuada • Ponto de vista da melhoramento, têm-se a classificação a seguir: Assexuada Sexuada Autógamas Alógamas Introdução • Assexuada: – naturalmente são propagadas por meios vegetativo (estruturas de propagação especializadas) ou são propagadas vegetativamente artificialmente pelo interesse humano • Alógamas – Têm a fecundação cruzada naturalmente • Autógamas – Têm a autofecundação naturalmente Introdução Propagação vegetativa Autógama Alógama Introdução Alógamas Intermedi árias Autóga mas • 100 a 95 % de fecundação cruzada • 0 a 5 % de autofecundação • 94 a 6 % de fecundação cruzada • 6 a 94 % de autofecundação • 5 a 0 % de fecundação cruzada • 95 a 100% de autofecundação Para fins de melhoramento , geralmente as espécies intermediárias são tratadas como alógamas. Importância do sistema reprodutivo • Melhoramento e manejo (produção de sementes) • Autógamas: usar a própria semente • Alógamas: possibilidade de explorar a heterose (vigor híbrido) Estrutura genética - autógamas • Como as espécies possuem a autofecundação natural, a freqüência dos locos heterozigotos (Aa) deve ser baixa a muito baixa (tende a zero), uma vez que cada geração de autofecundação os heterozigotos são reduzidos a metade. Estrutura genética – autógamas: cruzamentos F1 F2 F3 F4 ... Fn ... F∞ Cruzamento: AA x aa Aa (1/4) AA (1/2) Aa (3/8) AA (1/4) Aa (7/16) AA (1/8) Aa ... ... [1-(1/2)n]/2 AA (1/2)n Aa ... ... 1/2 AA 0 (1/4) aa (3/8) aa (7/16) aa ... [1-(1/2)n]/2 aa ... 1/2 aa Estrutura genética – autógamas: consequências • Têm-se que: (1/2)n = heterozigotos (Aa) 1 - (1/2)n = homozigotos (AA; aa) • Logo o coeficiente de endogamia F = 1 - (1/2)n • Assim temos – F6: F= 98,44% de homozigose – F7: F= 99,21% de homozigose Estrutura genética – autógamas: consequências • Uma população de plantas autógamas é constituída por uma mistura de genótipos homozigóticos (mistura de ‘populações’ de homozigotos), pois os indivíduos são independentes quanto a reprodução e não realizam trocas de genes. • A variabilidade genéticas é devida a diferença entre genótipos homozigóticos Estrutura genética – autógamas: consequências • A variabilidade é função do número de genes que controlam o caráter • Nos programas de melhoramento são planejados para que no final do processo a homozigose seja restaurada (todas as plantas sejam homozigotas – linhas, linhas puras, linhagens) • Exemplos – Trigo, aveia, arroz, feijão, ervilha, soja (leguminosas), pêssego, alguns citros etc Estrutura genética - alógamas • São espécies que formam populações com troca de genes entre continuamente, os a indivíduos, cada pois há cruzamento, a recombinação dos genes. Assim todas as plantas partilham de um mesmo conjunto de genes. Estrutura genética – alógamas: cruzamentos • Considerando, p e q as freqüências dos alelos ‘A’ e ‘a’ com os cruzamentos ao acaso tem-se: f(A) = p f(a) = q p (A) p (A) p² (AA) q (a) pq (Aa) q (a) pq (Aa) q² (aa) Tem-se: p² plantas com genótipo AA 2pq plantas com o genótipo Aa q² plantas com o genótipo aa Estrutura genética – alógamas: conseqüências • A variabilidade é formada pela presença de indivíduos com diferentes graus de homozigose e heterozigose. • Problemas com homozigose: – Depressão por endogamia: redução do valor fenotípico médio de uma população devido ao cruzamentos de indivíduos aparentados Estrutura genética – alógamas: conseqüências • Nos programas de melhoramento procura-se estabelecer cultivares híbridas, que possuam valor de maior interesse fenotípico. Logo preocupa-se em conhecer quais cruzamentos produzem indivíduos de maior interesse. • Exemplos: – Araucária, milho, girassol, maçã, maracujá, seringueira, guaraná, uva Mecanismos do controle da polinização • Cleistogamia: mecanismo que permite a autofecundação da flor antes da antese (normalmente associada a autogamia) Mecanismos do controle da polinização • Mecanismos que favorecem os cruzamentos (normalmente associados a alogamia) – Protoginia – Protandria – Monoicia – Dioicia – Autoincompatibilidade Mecanismos do controle da polinização • Cruzamentos: Protoginia – O estima fica receptivo antes da deiscência da antera (pólen) Mecanismos do controle da polinização • Cruzamentos: Protandria – A deiscência do pólen ocorre antes estigma esta receptivo Mecanismos do controle da polinização • Cruzamentos: Monoicia – Flores com sexos separados na mesma planta. Mecanismos do controle da polinização • Cruzamentos: Dioicia – Plantas de sexo masculino (flores predominantemente andróicas) e plantas de sexo feminino (flores predominantemente ginóicas) Mecanismos do controle da polinização • Cruzamentos: Autoincompatibilidade – Plantas que apresentam o mesmo genótipo em relação ao loco S (alelos: S1, S2, S3 etc) não conseguem cruzar e a autofecundação não ocorre Determinação do modo de reprodução • Exame da estrutura floral – Flores hermafroditas: autógamas e alógamas – Flores dióicas: alógamas – Flores monóicas: alógamas Determinação do modo de reprodução • Exame da polinização – Presença de insetos polinizadores: alógama? – Presença de pólen antes da flor abrir: autógama? • Tipo de polinização – Autofecundação: autógamas – Necessita de agentes polinizadores: alógamas Determinação do modo de reprodução • Marcadores moleculares Fonte: Latado et al. (2002) Determinação do modo de reprodução • Produção de sementes em plantas isoladas – Há produção de sementes: autógamas? – Não há produção de sementes: alógamas? • Cruzamento artificial • Autofecundação artificial