UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Medicina Veterinária Geórgia Caetano de Almeida AVALIAÇÃO DAS FASES DE MORTALIDADE EMBRIONÁRIA DE PINTOS DE CORTE EM INCUBATÓRIO DE EMPRESA LOCALIZADA EM LAPA - PR CURITIBA 2016 Geórgia Caetano de Almeida AVALIAÇÃO DAS FASES DE MORTALIDADE EMBRIONÁRIA DE PINTOS DE CORTE EM INCUBATÓRIO DE EMPRESA LOCALIZADA EM LAPA - PR Relatório de Estágio Curricular apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário. Professora Orientadora: Profa. Dra. Anderlise Borsoi. Orientadora Profissional: Milena Machado dos Santos. CURITIBA 2016 Reitor Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitora Promoção Humana Prof. Ana Margarida de Leão Taborda Pró-Reitor Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitora Acadêmica Prof. Carmen Luiza da Silva Pró-Reitor de Planejamento Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos Diretor de Graduação Prof. João Henrique Faryniuk Secretário Geral Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Prof. Welington Hartmann Supervisora de Estágio Curricular Prof. Elza Maria Galvão Ciffoni Arns Campus Barigui Rua Sydnei A Rangel Santos, 238 CEP: 82010-330 – Curitiba – PR Fone: (41) 3331-7958 TERMO DE APROVAÇÃO Geórgia Caetano de Almeida AVALIAÇÃO DAS FASES DE MORTALIDADE EMBRIONÁRIA DE PINTOS DE CORTE EM INCUBATÓRIO DE EMPRESA LOCALIZADA EM LAPA - PR Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médico Veterinário no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, ____ de _______ de 2016. BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Prof. Dr. Anderlise Borsoi Presidente __________________________________________ Prof. Dr. Celso Grigoletti __________________________________________ Prof. José Maurício França AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, pelos dons recebidos, e por sempre me guiar pelos melhores caminhos. Aos meus pais, Neiva e Joel, sem seu apoio e amor nada seria possível. Agradeço a minha orientadora Profa. Anderlise Borsoi pela paciência e grande dedicação. A todos os professores do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Evangélica do Paraná que contribuíram para a base da minha formação. Aos professores da Universidade Tuiuti do Paraná que abriram as portas, se dedicaram e também transmitiram seus conhecimentos. Aos meus amigos, especialmente ao Guilherme, que me acompanharam nessa jornada, me fortaleceram com palavras de carinho e conforto, me aguentaram, e me motivaram a chegar até o final. Todos que tive o prazer de conhecer e conviver nessa etapa de minha vida foram essenciais nessa trajetória. A minha orientadora de estágio Milena Machado, o meu sincero obrigada pela amizade, convivência e experiências transmitidas. A todos do empresa onde realizei o estágio, obrigada pela grande oportunidade, convivência, dedicação e ensinamentos, agradeço pelas amizades e companheirismo. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO ................................................................................ 14 2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO .............................................................................. 14 2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL ......................................................................... 14 2.3 HORAS DE ESTÁGIO ......................................................................................... 14 2.4 DADOS SOBRE O LOCAL DE ESTÁGIO ........................................................... 14 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 16 3.1 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO .............................................................. 16 3.2 FATORES QUE INTERFEREM NO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO ..... 18 3.2.1 Fatores relacionados à matriz .......................................................................... 18 3.2.2 Fatores relacionados à estocagem .................................................................. 20 3.2.3 Fatores relacionados à incubação .................................................................... 21 3.2.3.1 Temperatura .................................................................................................. 22 3.2.3.2 Umidade relativa do ar .................................................................................. 23 3.2.3.3 Viragem ......................................................................................................... 24 3.2.3.4 Ventilação...................................................................................................... 25 3.3 ANÁLISE DE OVOS NÃO ECLODIDOS ............................................................. 27 4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................................................................... 29 5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................................... 30 5.1 AVALIAÇÃO DE BIOSSEGURIDADE EM GRANJAS MATRIZES...................... 30 5.1.1 Localização, isolamento e acesso das instalações .......................................... 30 5.1.2 Cuidados com ração e água............................................................................. 33 5.1.3 Destino de aves mortas .................................................................................... 34 5.1.4 Controle de pragas ........................................................................................... 35 5.1.5 Preparação dos aviários ................................................................................... 35 5.1.6 Monitoramento, registro e comunicação de resultados .................................... 36 5.2 AVALIAÇÃO DE BIOSSEGURIDADE NO INCUBATÓRIO ................................. 36 5.3 SANIDADE EM MATRIZES................................................................................. 39 5.3.1 Prolapso ........................................................................................................... 39 5.3.2 Canibalismo...................................................................................................... 40 5.3.3 Artrites .............................................................................................................. 41 5.3.4 Bronquite Infecciosa das Galinhas ................................................................... 41 5.4 MANEJO NA RECRIA DE MATRIZES ................................................................ 42 5.4.1 Ambiência na fase de recria ............................................................................. 43 5.4.2 Alojamento da recria......................................................................................... 44 5.4.3 Debicagem ....................................................................................................... 45 5.4.4 Fornecimento de água na recria ....................................................................... 45 5.4.5 Arraçoamento na recria .................................................................................... 46 5.4.6 Pesagem e seleção .......................................................................................... 47 5.4.7 Transferência ................................................................................................... 47 5.5 MANEJO NA PRODUÇÃO DE MATRIZES ......................................................... 48 5.5.1 Alojamento da fase de produção ...................................................................... 48 5.5.2 Ambiência na fase de produção ....................................................................... 48 5.5.3 Fornecimento de água na produção ................................................................. 49 5.5.4 Arraçoamento na produção .............................................................................. 49 5.5.5 Pesagem .......................................................................................................... 51 5.5.6 Manejo reprodutivo ........................................................................................... 51 5.5.7 Manejo de ovos ................................................................................................ 52 5.6 VACINAÇÃO DE MATRIZES .............................................................................. 54 5.7 MONITORAMENTO SANITÁRIO ........................................................................ 54 5.8 ROTINA INCUBATÓRIO ..................................................................................... 56 5.8.1 Vacinação in ovo .............................................................................................. 56 5.8.2 Ovoscopia e embriodiagnóstico ....................................................................... 57 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 63 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 64 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1- AVIÁRIOS DE GRANJA MATRIZ LOCALIZADOS EM ÁREA ISOLADA ................................................................................................................................. .31 FIGURA 2- BARREIRA VEGETAL ............................................................................ 32 FIGURA 3- ARCO DE DESINFECÇÃO .................................................................... 33 FIGURA 4- PORTA ISCAS CONTENDO SEMENTE DE GIRASSOL E PÓ DE CONTATO ................................................................................................................. 35 FIGURA 5- VISTA EXTERNA DA BARREIRA SANITÁRIA DO INCUBATÓRIO ...... 37 FIGURA 6- PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA DE MATERIAIS................................ 38 FIGURA 7- PROLAPSO ............................................................................................ 39 FIGURA 8- LESÕES POR CANIBALISMO ............................................................... 40 FIGURA 9- ARTICULAÇÕES EDEMACIADAS ......................................................... 41 FIGURA 10- OVÁRIO APRESENTANDO LESÕES .................................................. 42 FIGURA 11- GALPÃO DARK HOUSE DE RECRIA .................................................. 43 FIGURA 12- AVÁRIO DE PRODUÇÃO DE MATRIZES ........................................... 49 FIGURA 13- AVALIAÇÃO DE CLOACA. À ESQUERDA CLOACA DE MACHO INATIVO, À DIREITA MACHO ATIVO SEXUALMENTE ........................................... 52 FIGURA 14- COLETAS DE SWAB DE TRAQUEIA À ESQUERDA E DE CLOACA À DIREITA .................................................................................................................... 56 FIGURA 15- VACINADORA ...................................................................................... 57 FIGURA 16- IDENTIFICAÇÃO DE OVOS CLAROS DURANTE OVOSCOPIA ........ 58 LISTA DE TABELAS TABELA 1- DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO CORRESPONDENTE AOS DIAS DE INCUBAÇÃO ....................................................................................................... 18 TABELA 2 - CARGA HORÁRIA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO ........................................................................................... 29 TABELA 3- VAZIO SANITÁRIO PARA GRANJAS MATRIZES ................................. 32 TABELA 4- VAZIO SANITÁRIO PARA INCUBATÓRIO ............................................ 38 TABELA 5- TEMPERATURAS IDEAIS CONFORME A IDADE DAS AVES ............. 44 TABELA 6- PROGRAMA DE LUZ NA RECRIA ........................................................ 44 TABELA 7- VAZÃO DE ÁGUA DE ACORDO COM A IDADE DAS AVES ................ 46 TABELA 8- TIPOS DE RAÇÃO CONFORME A IDADE DAS AVES ......................... 46 TABELA 9- TIPOS DE RAÇÃO CONFORME A IDADE DAS AVES ......................... 50 TABELA 10- CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO EMBRIODIAGNÓSTICO ................ 59 TABELA 11- ILUSTRAÇÕES DAS ANOMALIAS MACROSCÓPICAS COMUMENTE OBSERVADAS.......................................................................................................... 62 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1- COMPARAÇÃO DA INFERTILIDADE E ECLODIBILIDADE DE OVOS PROVENIENTES DE MATRIZES DE DIFERENTES IDADES ................................. 60 GRÁFICO 2- FASES DE MORTALIDADE EMBRIONÁRIA DE ACORDO COM A FAIXA ETÁRIA DAS MATRIZES ............................................................................... 61 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CM Centímetros CO2 Gás carbônico DRA Doutora DR Doutor G Grama G/M³ Grama por metro cúbico LTDA Limitada LUX/M² Luminosidade por metro quadrado M³ Metro cúbico IN Instrução Normativa N° Número O2 Oxigênio PPM Partícula por Milhão PROF Professor PROFA Professora S. Salmonella SP. Espécie SPP. Subespécie RESUMO O presente relatório apresenta as atividades desenvolvidas durante o estágio curricular obrigatório, requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário. Foi realizado o acompanhamento das atividades nas granjas matrizes de frangos de corte e incubatório de uma empresa do ramo avícola localizada na cidade de Lapa, sudeste do estado do Paraná, durante o período de 01 de agosto à 28 de outubro de 2016. O objetivo do presente trabalho foi correlacionar taxas de fertilidade e eclosão de pintos com a idade das matrizes e avaliar as fases de mortalidade embrionária, correlacionando com a idade das matrizes, elencando as principais causas. Foi possível observar que matrizes mais jovens apresentam melhores índices de fertilidade e eclodibilidade. A fase em que ocorreu maior mortalidade embrionária foi durante 1 a 4 dias de incubação em todos os grupos analisados. As possíveis causas de mortalidade macroscópicas observadas com mais frequência foram deformidade, contaminação fúngica e mal posicionamento do embrião. O embriodiagnóstico foi importante ferramenta para apontar as causas de problemas de eclosão e mortalidade, proporcionando ação rápida de controle, assim evitando maiores prejuízos. Palavras chave: Embriodiagnóstico. Incubatório. Matrizes. Mortalidade embrionária. 13 1 INTRODUÇÃO Nas últimas décadas a avicultura se desenvolveu de maneira considerável no mundo, especialmente no Brasil, que é considerado o terceiro maior produtor e o maior exportador mundial de carne de frango, alcançando 142 países. Para efeito ilustrativo, a produção de frangos de corte superou 13,1 milhões de toneladas em 2015, sendo o estado do Paraná colaborador com a maior parcela, 32,46% da carne produzida. Em ovos, o Brasil produziu cerca de 39 bilhões de unidades e foram alojadas cerca de 49 milhões de matrizes de corte no ano de 2014 (ABPA, 2015). A carne de frango é uma importante fonte de proteína na alimentação dos brasileiros, os quais consomem 43 kg desta carne e 191 unidades de ovos per capita, por ano. Para que o Brasil se mantenha nesta posição de excelência, é fundamental um monitoramento sanitário e tecnológico atuante em todo o sistema produtor avícola para melhorar e suportar essa importante atividade econômica (ABPA, 2016). A viabilidade e qualidade dos pintos e, consequentemente, dos frangos de corte dependem de vários fatores. Os fatores podem ser controláveis ou não, relacionados à produção e incubação dos ovos, desde a coleta ao armazenamento, parâmetros físicos, além da influência do estado sanitário e nutricional das matrizes. As características físico-químicas dos ovos se modificam de acordo com essas variáveis, culminando na necessidade de manejos diferenciados para os ovos a fim de se obter o melhor rendimento que cada lote de matrizes pode proporcionar. O objetivo do presente trabalho foi acompanhar as atividades de granja de matrizes de frango de corte e incubatório durante o estágio curricular obrigatório em Medicina Veterinária, com foco na avaliação de mortalidade embrionária em embriões de pintos de corte. 14 2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO O presente estágio foi realizado em uma empresa do ramo avícola localizada na cidade de Lapa, sudeste do estado do Paraná. 2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO A orientação durante o estágio curricular foi realizada pela Profa. Dra. Anderlise Borsoi, Médica Veterinária, responsável pela disciplina de Inspeção de Produtos de Origem Animal e professora em Doença das Aves, do curso de Medicina Veterinária na Universidade Tuiuti do Paraná. 2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL O estágio foi orientado pela Médica Veterinária Milena Machado dos Santos, sanitarista de granjas matrizes e responsável técnica de granjas de produção de matrizes de frangos de corte e incubatório. 2.3 HORAS DE ESTÁGIO O período de estágio na empresa foi de 01 de agosto a 28 de outubro de 2016, totalizando 420 horas. 2.4 DADOS SOBRE O LOCAL DE ESTÁGIO A empresa em que foi realizado o estágio curricular obrigatório é considerada atualmente líder mundial no processamento de proteína animal. Atualmente, está presente em cinco continentes com unidades industriais e centros de distribuição, atuando no processamento de carne ovina, bovina, suína e de aves, bem como na prática da comercialização de couros e outros produtos. Em relação à avicultura, cerca de 14 milhões de frangos eram abatidos por dia, com operações realizadas nos Estados Unidos, México, Porto Rico, Brasil e Reino 15 Unido. A unidade industrial situada no município de Lapa, localizada no estado do Paraná, continha abatedouro, fábrica de rações, incubatório e 3 núcleos de recria de matrizes como patrimônios próprios. Na recria e produção de matrizes de frangos de corte, a empresa contava com a participação de 25 produtores integrados, fornecendo assistência técnica e insumos para a criação das aves, proporcionando renda às famílias rurais e premiações mediante o cumprimento de determinados requisitos. No incubatório, os 50 funcionários presentes tinham como objetivo manejar a incubação de cerca de 5 milhões de ovos todos os meses. No setor de frango de corte existiam 320 produtores integrados. O abatedouro tinha aproximadamente 1.500 colaboradores, e realizava o abate diário de em média 200.000 aves. A empresa foi a pioneira da área na América Latina a conquistar o certificado de qualidade ISO 9000, posteriormente migrou para o sistema ISO 9001 para a gestão da qualidade, e atualmente atua com um sistema de qualidade baseado no controle de processo. Além disso, a empresa preocupa-se com o meio ambiente e com a responsabilidade social. Na unidade de Lapa existem alguns programas de inclusão, como por exemplo: programa jovem aprendiz, que oferece oportunidade de trabalho a jovens que desejam ingressar no mercado de trabalho; recrutamento de pessoas com deficiência física para inserção no mercado de trabalho e capacitação profissional dos colaboradores com o programa de talentos internos e externos. 16 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO O início do desenvolvimento embrionário ocorre no trato reprodutor da galinha, mais precisamente no oviduto, aproximadamente 3 horas após a ocorrência da fertilização. O primeiro período de desenvolvimento é denominado pré-oviposital, dura 18 a 20 horas e ocorre a uma temperatura de 41,5ºC, que é a temperatura corporal da ave adulta (MESQUITA, 2011). Durante esse período se estabelece uma intensa diferenciação e multiplicação celular, seguido da oviposição. Após 15 minutos da oviposição inicia-se o processo de esfriamento físico, quando ocorre a formação da câmara de ar na região de maior concentração de poros, que se completa 3 a 4 horas após a postura (GONZALES, 2003). Quando o ovo é colocado em condições ideais de incubação, isto é, temperatura de 37,5 °C, umidade relativa de 60%, oxigenação e viragem adequadas, o desenvolvimento embrionário ocorre proporcionando o nascimento em aproximadamente 21 dias (GONZALES e CESARIO, 2003). O desenvolvimento embrionário nas aves é um processo complexo que pode ser dividido em quatro fases principais: diferenciação, multiplicação, crescimento e maturação, sendo cada uma dependente de fatores fisiológicos específicos (BOERJAN, 2006). A diferenciação celular é caracterizada pela formação de células especializadas que têm o papel de formar os órgãos vitais do embrião. Após se tornarem especializados, os grupos celulares iniciam mitoses sucessivas acompanhadas de hipertrofia e hiperplasia, caracterizando a multiplicação e o crescimento celular, o que acarretara na formação dos tecidos e órgãos. Uma vez que estes estão formados, inicia-se o processo de maturação, com a finalidade de estabelecer as funções específicas de cada órgão e tecido (MESQUITA, 2011). Os anexos embrionários presentes no ovo têm como função assegurar uma adequada nutrição, proteção e respiração ao pintainho. O saco vitelino é responsável pela nutrição, funcionando como uma ponte entre o embrião e gema. O âmnion, fica em contato direto com o embrião e confere proteção do meio externo. As últimas duas membranas, córion e alantóide, juntam-se para formar o corionalantóide, cuja função 17 principal é a respiração até 18 dias, quando inicia-se a respiração pulmonar (GALINDO e LISETTE, 2005). Segundo Gonzales (2003), nos primeiros 4 dias de incubação ocorre a adaptação embrionária às condições de incubação que lhe são oferecidas e recomeça o processo de desenvolvimento, caracterizado por intensa multiplicação celular e diferenciação das estruturas. Durante o 5º até o 18° dia de incubação ocorre uma intensa hipertrofia celular, ou seja, um crescimento embrionário em grandes proporções. No último período de desenvolvimento embrionário, do 19º até o 21º dia de incubação, ocorrem importantes eventos que condicionam o nascimento fetal: posicionamento da cabeça embaixo da asa direita, formação do aparelho respiratório, perfuração da membrana interna e rompimento da casca para o nascimento (MESQUITA, 2011). A tabela 1 relata a sequência dos eventos do desenvolvimento embrionário a partir do primeiro dia de incubação. O processo de desenvolvimento embrionário é dependente de reações bioquímicas, que proporcionam energia para realização das quatro fases. Na primeira semana de incubação a glicose, disponível no albúmen, é a principal fonte de energia. Ao longo da segunda metade do período de incubação, inicia-se a troca gasosa do embrião com o meio externo, iniciando o processo de beta-oxidação, o qual permite a utilização dos ácidos graxos presentes na gema, tornando-se a principal fonte de energia para o embrião (CALIL, 2007). No período próximo a eclosão é necessário um maior aporte energético, então ocorre a absorção total da gema, e a glicose passa a ser novamente uma fonte de energia (MORAN, 2007). 18 TABELA 1- DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO CORRESPONDENTE AOS DIAS DE INCUBAÇÃO Período de incubação Evento biológico 1º ao 4º dia Aparecimento do trato digestivo, espinha e vasos sanguíneos na superfície do saco vitelino; início da formação do sistema nervoso, olhos, cabeça, orelhas, coração, patas e asas. O âmnion circunda completamente o embrião. 5º ao 12º dia Olhos, bico, penas e poros da pele formados. Abdômen proeminente devido ao desenvolvimento das vísceras. 13º ao 18º dia Formação das unhas. Posicionamento do embrião para quebrar a casca. Penetração do intestino para o interior do corpo. 19º ao 21º dia A gema é totalmente inserida ao corpo; o embrião ocupa todo o interior do ovo; ocorre o fechamento do umbugo; a cabeça do pintainho permanece sob a asa esquerda e o bico apontando para a câmara de ar. O ar do interior do ovo começa a ficar rarefeito, forçando o músculo alisador da cabeça a agir, iniciando começa a coçar-lo uma série de movimentos bruscos e descoordenados que penetram a câmara de ar, então o nascimento acontece. FONTE: ADAPTADO DE GALINDO E LISETTE, 2005 3.2 FATORES QUE INTERFEREM NO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO A viabilidade e qualidade dos frangos de corte dependem diretamente de vários fatores, controláveis ou não, relacionados à incubação dos ovos, incluindo o armazenamento dos ovos, parâmetros físicos durante o processo, além da influência do estado sanitário e nutricional matrizes. As características físico-químicas dos ovos se modificam de acordo com essas variáveis, culminando na necessidade de manejos diferentes para os ovos a fim de se obter o melhor rendimento que cada lote pode proporcionar (QUEVEDO, 2009). 3.2.1 Fatores relacionados à matriz A idade da matriz influencia o peso, a qualidade e a composição do ovo. Matrizes mais jovens tendem a produzir ovos e pintainhos mais leves, com menor eclodibilidade e elevada mortalidade embrionária comparada aos ovos de matrizes adultas, fatos que podem ser atribuídos à maior densidade do albúmen e de espessura da casca. Estas características ocasionam uma redução da perda de umidade, das trocas gasosas e da disponibilidade de nutrientes, comprometendo a viabilidade 19 embrionária nos estágios iniciais do desenvolvimento (FASENKO, 2003; ROCHA et al., 2008). Quando adultas, os folículos e os ovos se tornam maiores, aumentando a relação entre o peso da gema e o peso do ovo (VIEIRA, 2001). À medida em que as matrizes envelhecem o intervalo entre as ovulações torna-se mais longo, resultando em uma redução da taxa de postura e aumento no tamanho do ovo, pois a mesma quantidade de gema proveniente de síntese hepática é depositada em um menor número de folículos (MESQUITA, 2011). Em ovos de matrizes mais velhas ocorre uma diminuição da condutância de gases e prejuízo para o metabolismo embrionário, interferindo na concentração de glicose sanguínea e aporte nutricional do embrião, acarretando em prejuízos ao seu desenvolvimento (CARDOSO et al., 2002). Em estudos realizados por Ferreira et al. (2005) foram avaliadas as diferenças na qualidade dos ovos de matrizes novas de 28 semanas e velhas com 57 semanas. O peso do ovo e a porcentagem de gema das matrizes velhas foram superiores às matrizes mais novas. Contudo, os ovos das matrizes mais novas apresentaram maiores porcentagens de albúmen e casca. Avaliando a eclodibilidade dos ovos das matrizes desde 27 até 60 semanas de idade, Tona et al. (2001) constataram uma menor mortalidade embrionária e melhor eclodibilidade dos ovos produzidos por matrizes de 40 a 42 semanas de idade. Independentemente da idade da matriz, as maiores taxas de mortalidade embrionária ocorreram na primeira semana e ao final do período de incubação. Elibol et al. (2002) também estudaram o efeito da idade da matriz sobre a eclodibilidade e observaram que as taxas de eclosão diminuíam conforme o aumento da idade das matrizes. Essa redução na eclodibilidade foi atribuída à alta mortalidade tardia, a partir dos 18 dias de incubação, que ocorreu nos embriões de matrizes com 52 semanas de idade. De acordo com os autores, o aumento da mortalidade embrionária final pode ser explicado por diferenças na qualidade do albúmen e pior qualidade dos ovos de matrizes velhas. Na avaliação de matrizes com idade de 30 a 53 semanas, a idade não exerceu efeito significativo quando a eclodibilidade. 20 3.2.2 Fatores relacionados à estocagem A estocagem dos ovos férteis após a postura, é uma prática comum e necessária nos incubatórios, pois evita a mistura de ovos de diferentes lotes ou idades, e permite a incubação de uma maior quantidade de ovos por vez (SCHMIDT et al., 2002). Segundo Boleli (2003), os ovos férteis podem permanecer estocados por vários dias sem perder a viabilidade e eclodibilidade, desde que as condições ambientais estejam apropriadas. Em termos de fase da mortalidade embrionária, quanto maior o período de armazenamento, maior a mortalidade precoce, o mesmo ocorre com a quantidade de pintainhos de má qualidade, devido à perda inadequada de umidade, má cicatrização dos umbigos, penugem pegajosa e maior janela de nascimento (MACHADO et al., 2010). Após fertilizado, o desenvolvimento embrionário pode ser paralisado em temperaturas abaixo do zero fisiológico, conceituado como a temperatura mínima na qual o embrião consegue se desenvolver, sendo 23,9ºC para aves. O ovo deve ficar pelo menos 24 horas em repouso para o blastocisto ser ajustado, caso contrário a mortalidade embrionária é mais frequente (GONZALES e CESARIO, 2003). Quando o ovo é colocado em condições de incubação, isto é, temperatura, umidade, oxigenação e viragem adequadas, o desenvolvimento embrionário continua e é concluído em 21dias (GONZALES, 2003). A eclodibilidade e a qualidade do pintainho podem diminuir quando o período de estocagem dos ovos excede três dias, independentemente da temperatura, pois ocorre uma diminuição da qualidade de albúmen devido à eliminação de gás carbônico, modificando o pH e podendo levar a alterações morfológicas da blastoderme ou à morte embrionária (SCHIMIDT et al., 2002; TONA et al., 2001). A umidade relativa do ar, temperatura do ambiente e porosidade da casca são fatores que influenciam na quantidade de água perdida através da evaporação no período de armazenamento do ovo. Estudo realizado por Meijerhojf (2001) demonstra que períodos de estocagem de até 4 dias a perda de umidade será ao redor de 1% do seu peso inicial, sendo este percentual relativamente pequeno quando comparado com a perda total de umidade que ocorre durante a incubação, aproximadamente 14%. Portanto, é necessário a menor perda umidade possível no período que 21 antecede a incubação, pois se for excessiva, a quantidade final perdida será maior do que a ideal, afetando negativamente a eclodibilidade. Sendo assim, a umidade recomendada para a sala de estocagem de ovos é entre 70% e 85%, com temperatura entre 13ºC e no máximo 22ºC, abaixo do zero fisiológico do embrião (SCHMIDT et al., 2002). Fasenko et al. (2003) afirmaram que os efeitos da estocagem na eclodibilidade dos ovos dependem do tempo de estocagem e do estágio de desenvolvimento em que o embrião se encontra na postura. Embriões em estágios mais avançados são mais resistentes à maiores períodos de estocagem do que embriões menos desenvolvidos, fato explicado por Reijrink et al. (2009) ao constatarem que embriões mais avançados contêm mais células, e permanecem em um estado de maior quietude, já embriões menos desenvolvidos podem sofrer danos irreversíveis durante a estocagem, levando-os a morte. Acerca da idade da matriz, Tanure et al. (2009) encontraram influência do período de armazenamento nas taxas de eclosão tanto para matrizes jovens como velhas, no estudo a eclosão diminuiu à medida que o tempo de estocagem aumentou, observando que o armazenamento prolongado influencia negativamente a eclodibilidade, especialmente para matrizes mais velhas. Schmidt et al. (2002) também avaliaram a correlação do período de estocagem e idade de matrizes, concluindo assim que períodos longos devem ser evitados em matrizes velhas, pois o ovo possui um albúmen de menor consistência o que favorece a flotação do blastoderma e consequente mortalidade. 3.2.3 Fatores relacionados à incubação A incubação de ovos férteis representa uma parte fundamental do sistema de produção avícola, afetando diretamente a rentabilidade de toda a cadeia produtiva. O objetivo dos incubatórios são maximizar os índices de eclosão e sincronizar o nascimento dos pintainhos (CALIL, 2007). O desempenho zootécnico do frango de corte depende diretamente da qualidade das aves alojadas que, associado ao controle da incubação, podem ser utilizados como avaliação do desempenho do incubatório (SCHIMIDT et al., 2002). 22 O período total de incubação é de aproximadamente 21 dias, os ovos permanecem 19 dias na incubadora, em seguida são transferidos para a vacinação e por fim, para o nascedouro (MORO, 2007). A eclodibilidade depende diretamente de um procedimento de incubação adequado. As evoluções tecnológicas e científicas possibilitaram um maior conhecimento para gerenciar as variáveis físicas mais importantes do processo, como temperatura, umidade, ventilação e viragem dos ovos. Então, o sucesso da incubação envolve condições adequadas de manejo, considerando as pressões impostas às aves pelo ambiente, fatores biológicos e também físicos (CALIL, 2007). 3.2.3.1 Temperatura A temperatura do embrião durante a incubação é considerada o fator físico mais importante que determina o sucesso da incubação de ovos de frangos de corte. O conjunto entre temperatura da incubadora, capacidade de dissipação do calor entre o embrião e a incubadora e produção de calor metabólico do próprio embrião determinam a temperatura ideal. Sendo assim, os incubatórios comerciais de ovos de frangos de corte colocam os ovos em máquinas capazes de garantir que os fatores citados se mantenham em níveis adequados, garantindo bons índices de eclosão (HULET, 2007). Em 1937 Barott realizou uma das primeiras pesquisas acerca de temperatura de incubadoras, demonstrando através de experimentos que os melhores índices de eclodibilidade, desenvolvimento embrionário e desempenho no final de todo o ciclo de produção são encontrados quando os ovos são incubados a uma temperatura de 37,8°C. De acordo com Gonzales e Cesario (2003), baixas temperaturas atrasam o desenvolvimento, em contrapartida altas aceleram. A temperatura ótima de desenvolvimento embrionário é de 37,5ºC a 38,0ºC. Ovos que permanecem em altas temperaturas, acima de 38,8ºC nos 10 primeiros dias de incubação, eclodem antes do que os ovos que permanecem a 35,8ºC (SCHMIDT et al., 2002). Ovos de matrizes de diferentes idades necessitam do mesmo tempo de incubação e permanência nos nascedouros, porém de temperaturas de incubação diferentes (ALMEIDA et al., 2006). Embriões de matrizes adultas geram mais calor do 23 que aqueles de matrizes mais jovens. Durante o desenvolvimento embrionário a temperatura metabólica aumenta, sendo necessário diminuir a temperatura fornecida pela incubadora (VALLE, 2008). As principais consequências de uma hipertermia são a redução da eclosão dos ovos do lote e má qualidade do pintainho. Além disso, ocorre redução do peso corporal e tamanho relativo do coração, problemas locomotores, aumento da mortalidade embrionária na fase final e mau posicionamento (GLADYS et al., 2000). Molenaar et al. (2010) testaram o efeito de duas temperaturas (37,8°C e 38,9°C) durante o período de 7 a 19 dias de incubação sobre a taxa de sobrevivência dos embriões e a utilização dos nutrientes disponíveis para o crescimento e maturação de suas funções. Observaram que a elevação na temperatura causou uma redução do comprimento dos pintainhos em 0,2 cm e aumentou o peso da gema residual em 1,2g. O peso líquido do pintainho não apresentou diferença estatística. A temperatura alta teve também como consequência um maior peso da gema residual e menores taxas de proteína e energia total presentes nos tecidos dos pintainhos. Fatores que somados diminuem as chances de sobrevivência dos pintainhos no campo já na primeira semana de vida, pois podem apresentar redução no consumo de alimentos com essa idade. Hulet et al. (2007) avaliaram os pesos de frangos de corte aos 21, 35 e 44 dias de idade submetidos a 39,7°C e a 37,5°C durante a incubação. O resultado obtido foram aves lentas e sem disposição para alimentar-se e ingerir água no grupo que sofreu estresse térmico na incubadora. Como consequência, ocorreu uma redução no peso final desse tratamento, aos 35 dias de idade as aves apresentaram um peso de aproximadamente 59g abaixo do peso do tratamento submetido a temperatura ideal. 3.2.3.2 Umidade relativa do ar A umidade relativa do ar é também um fator importante durante a incubação com efeitos diretos sobre a eclodibilidade, os valores recomendados são de 50% a 60% A taxa de perda evaporativa de peso do ovo é controlada, em grande parte, pela umidade relativa da máquina incubadora (BOLELI, 2003). 24 Uma das razões para que ocorra perda controlada de água durante o desenvolvimento embrionário é para possibilitar o surgimento da câmara de ar em um dos polos do ovo. Essa estrutura deve ter tamanho suficiente para que no momento da bicagem da membrana interna haja disponibilidade suficiente de ar para a ave. Durante a incubação até a transferência é aceitável que seja perdido de 12% a 14% do peso devido à evaporação da água (ROSA e ÁVILA, 2000). Perdas de peso inferiores a 6,5% antes da realização da bicagem da membrana interna pelo embrião acarretam na formação inadequada da câmara de ar impossibilitando a adequada transição para respiração pulmonar do embrião. Em contrapartida, perdas superiores a 14%, aumentam as chances de desidratação prejudicando a qualidade do embrião ou causando uma mortalidade (MOLENAAR et al., 2010). Umidade relativa muito alta impede o nascimento porque o embrião não perde a quantidade de água necessária. Em umidade baixa, ocorre desidratação das membranas, afetando a permeabilidade e trocas gasosas nos últimos dias de incubação (TONA et al., 2001). Barbosa et al. (2008) avaliaram os efeitos da umidade relativa sobre taxa de eclosão, peso dos pintainhos na eclosão. Foram selecionados ovos de matrizes de três diferentes idades (26, 41 e 56 semanas) e incubados com umidades relativas distintas (48%, 56% e 64%). Os autores constataram que, independentemente da idade da matriz, a perda de peso dos ovos foi maior à medida que a umidade relativa diminuiu. As melhores taxas de eclosão foram obtidas nos ovos submetidos à umidade relativa de 56%. Os maiores pesos dos pintainhos foram encontrados em ovos incubados com 64% de umidade, demonstrando que esse fator físico pode provocar efeitos no desempenho e frangos de corte. 3.2.3.3 Viragem A viragem dos ovos é um fenômeno natural observado durante o choco das galinhas. Com o intuito de simular esse mecanismo as incubadoras artificiais promovem a viragem mecânica visando reduzir o mau posicionamento embrionário, prevenir a adesão do embrião nas membranas da casca, garantir a utilização adequada do albúmen e facilitar as trocas gasosas (TONA et al., 2003). 25 A viragem do ovo durante a incubação envolve parâmetros como frequência e eixo em que o ovo é acondicionado na máquina, eixo de viragem do mesmo, ângulo de viragem, plano de rotação e o estágio da incubação em que é necessária a viragem dos ovos. O procedimento de viragem deve ser feito 24 vezes ao dia, com o ângulo entre 20º a 45º no plano horizontal, na rotina dos incubatórios geralmente são utilizados 45º ± 5º a cada hora (NEVES, 2005). Em estudos realizados por Elibol e Braket (2003) para verificar o efeito da frequência de viragem dos ovos durante a incubação, os ovos incubados foram divididos em três tratamentos de acordo com a frequência de viragem (24, 48 e 96 vezes por dia) durante o terceiro até o décimo primeiro dia de incubação. Observaram maior taxa de eclosão e menor mortalidade embrionária na fase final quando utilizaram a frequência de viragem de 96 vezes por dia. Os mesmo autores realizaram em 2006 uma pesquisa que avaliava efeito do ângulo de viragem sobre a eclodibilidade, mortalidade embrionária e incidência de mau posicionamento dos embriões. As angulações estabelecidas foram de 35°, 40°e 45° realizadas em uma frequência de 24 vezes ao dia. Os resultados obtidos demonstraram que a eclodibilidade não foi afetada pela angulação de viragem, porém, a incidência de mortalidade na fase inicial foi reduzida quando utilizaram a angulação de 40°. A incidência de mau posicionamento dos embriões foi superior no tratamento submetido a angulação de 35°. 3.2.3.4 Ventilação A ventilação durante o processo de incubação de ovos férteis é influenciada pelo aquecimento, resfriamento, umidificação e circulação do ar. Sua função é fornecer adequadas taxas de O2 e eliminar CO2 (SILVA, 2005). A produção de calor metabólico pelos embriões inicia a partir do 4º dia de incubação. No 9º dia a temperatura do embrião é maior do que a temperatura presente no interior da incubadora devido à alta produção de calor metabólico. Então, é necessário que o todo esse calor produzido seja removido com o auxílio de um sistema de ventilação adequado, dissipando o calor produzido através da passagem do ar por toda a superfície da casca do ovo (LOURENS, 2004). 26 Até o 18° dia de incubação, a troca gasosa ocorre por meio de capilares (PIAIA, 2005). A captação de O2 e a liberação de CO2 aumentam conforme o desenvolvimento embrionário. Com o passar dos dias de incubação, o gás entra para repor a água perdida e forma a câmara de ar em uma das extremidades do ovo, a qual aumenta no final do período de incubação (LA SCALA JR, 2003). Após o rompimento da membrana interna da casca, a respiração embrionária passa a ocorrer através do ar que existe na câmara de ar, inflando os pulmões e os sacos aéreos pela primeira vez. A partir do 19° dia de incubação o requerimento de oxigênio pelo embrião aumenta e a difusão não pode suprir essa exigência, apresentando uma hipóxia o que estimula à bicagem interna e à eclosão. Em condições de hipóxia, os embriões respondem com uma menor atividade metabólica, menor crescimento de órgãos e menor peso total (PIAIA, 2005). Mauldin (2003) constatou que aproximadamente 1.000 ovos requerem 4m³ de ar fresco por dia até o 18º dia de incubação. Sendo assim, uma incubadora com capacidade de 40.000 ovos necessita 162m³ de ar fresco por dia, então, o ar da incubadora deve ser renovado uma vez a cada 3 horas. Silva (2005) sugere como concentração ideal de CO2 0,1% a 0,4% em incubadoras de múltiplos estágios, aumentando para 0,5% a 0,8% nos nascedouros. O CO2 é um composto natural resultante de processos metabólicos durante o desenvolvimento embrionário. A concentração máxima desse gás na incubadora depende do número de ovos férteis e da taxa de ventilação, mas geralmente não ultrapassa de 0,50% (ONAGBESAN et al., 2007). A sensibilidade do embrião com relação às concentrações de CO2 varia conforme a idade, nos primeiros 4 dias de incubação a concentração de CO2 podem chegar a 1% sem causar prejuízos na eclodibilidade. Entre o 5º e o 8º dias de incubação os embriões sobrevivem com concentração de CO2 de até 3%. Entre o 9º ao 12º dia, o tolerável é 5% (MOLENAAR et al., 2010). Segundo De Smit et al. (2006), um aumento gradual da concentração de CO2 durante os primeiros dez dias de incubação a níveis de 0,7% ou 1,5% pode acelerar o desenvolvimento embrionário e melhorar a eclodibilidade. Em estudo realizado por French (2010) constatou-se que para a obtenção de janelas menores de nascimento a concentração de CO2 pode ser de até 2% nos instantes que antecedem a bicagem dos primeiros embriões. Contudo, altas 27 concentrações de CO2 no final do período de incubação podem causar danos na maturação do coração e dos pulmões. 3.3 ANÁLISE DE OVOS NÃO ECLODIDOS No incubatório é necessário um acompanhamento dos índices de fertilidade e eclodibilidade dos lotes, para isso utiliza-se a ovoscopia e embriodiagnóstico. Através da ovoscopia é possível observar ovos não embrionados, viáveis e mortos sem a necessidade de quebrá-los. Para um detalhamento da fase embrionária em que ocorreu a mortalidade é necessário visualizar o ovo internamente, caracterizando o embriodiagnóstico (GALINDO e LISETTE, 2005). O embriodiagnóstico é capaz de apontar as causas dos problemas de eclosão, facilitando uma ação rápida e evitando maiores prejuízos. Uma vez detectadas as causas da não eclosão, as medidas corretivas podem ser diretamente tomadas no setor relacionado, sendo na granja, incubatório, transporte ou até mesmo na fábrica de ração responsável pela elaboração das dietas das aves reprodutoras (MARTIN, 2003). De acordo com Rosa e Ávila (2000) durante a quebra de ovos é possível observar mortalidade embrionária precoce (1 a 5 dias), intermediária (6 a 15 dias) e tardia (16 a 21 dias). Nos ovos inférteis apenas visualiza-se um pequeno ponto denso e branco correspondente ao disco germinativo não fertilizado (GALINDO e LISETTE, 2005). Analisando a curva de mortalidade embrionária, Rosa e Ávila (2000) observaram uma elevação nos índices mortalidade precoce. Na idade de 6 a 15 dias, a curva passou por uma estabilização, e na fase tardia houve um novo aumento de mortalidade. Fairchild (2003) também apontou que os dois períodos de maior mortalidade embrionária ocorrem na primeira e última semana de incubação. Os fatores citados pelos autores que podem influenciar a mortalidade de embriões foram: envelhecimento e padrão sanitário das reprodutoras, manejo do ovo desde a postura até a incubação, condições do funcionamento do incubatório, material genético, nutrição da matriz e mau posicionamento embrionário. 28 Um dos principais fatores para um embriodiagnóstico bem realizado é procurar indicadores padronizados para a avaliação. A mortalidade embrionária da primeira fase de incubação (0 a 4 dias) pode ser identificada pela não visualização do olho. Na fase intermediária pode-se observar penugem e absorção da gema, já no último período de incubação o embrião morto apresenta gema totalmente absorvida (GALINDO e LISETTE, 2005). Existem alguns elementos óbvios que devem ser observados durante a quebra dos ovos. O mofo, por exemplo, geralmente indica problemas no fluxo de ar no incubatório e presença de fungo nos ninhos manuais. A presença de contaminação também é de fácil visualização, sendo mais comum em ovos de matrizes mais velhas devido à diminuição na espessura da casca. A má posição pode ser atribuída a ovos virados e consequência da viragem das incubadoras. A má formação é uma causa de mortalidade evidente, e pode estar associada a diferentes causas etiológicas, entretanto, a associação a defeitos genéticos são as mais consideradas no momento da avaliação. As anomalias mais encontradas são: quatro membros pélvicos, duplicação do bico, ausência do bico, bico cruzado, ausência da caixa craniana, presença de duas cabeças e ausência de globo ocular (GALINDO e LISETTE, 2005). 29 4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Durante o período de estágio curricular as atividades desenvolvidas abrangeram a área de matrizes de frangos de corte, realizando o acompanhamento dos núcleos de recria e produção, desde o alojamento dos pintainhos na recria até a saída do lote na produção com aproximadamente 60 semanas de idade. Foi possível acompanhar o processo de preparação dos galpões para recepção das aves, eficácia do programa de biosseguridade aplicado, monitoramento da sanidade e manejo geral das aves durante as fases de recria e produção. No incubatório foram acompanhados os procedimentos de rotina, com enfoque em ovoscopia e embriodiagnóstico (tabela 2). TABELA 2 - CARGA HORÁRIA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO Atividade Desenvolvida Carga horária Avaliação de biosseguridade em granjas matrizes 120 horas Avaliação de biosseguridade no incubatório 50 horas Acompanhamento da sanidade dos lotes 50 horas Manejo na recria de matrizes 40 horas Manejo na produção de matrizes 60 horas Vacinação de matrizes 10 horas Rotina incubatório 80 horas Monitoramento Programa Nacional de Sanidade Avícola 10 horas 30 5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 5.1 AVALIAÇÃO DE BIOSSEGURIDADE EM GRANJAS MATRIZES Biosseguridade, em seu sentido geral, significa o estabelecimento de um nível de segurança sanitária dos seres vivos por medidas que diminuam os riscos de ocorrência de enfermidades em uma determinada população (AMARAL et al., 2014) Na produção de aves, um programa de biosseguridade é implementado através do conjunto de políticas e normas operacionais rígidas que têm como objetivo impedir que qualquer agente patogênico adentre nos aviários (BONNATI e MONTEIRO, 2008). Os itens analisados na avaliação da biosseguridade em granjas de matrizes da JBS Foods, em forma de check list, eram: localização e isolamento das instalações; barreiras físicas, naturais e sanitárias; acesso ao núcleo; higiene pessoal; limpeza e desinfecção de equipamentos e veículos; compostagem; cuidados com ração e água; controle de pragas e registros do lote. Durante o estágio foi possível observar que o sucesso de um programa de biosseguridade depende do treinamento e comprometimento de todas as pessoas envolvidas no processo. Os benefícios de um programa de biosseguridade bem aplicado são evidentes e refletem em diversas áreas, como na sanidade do lote de matrizes, na qualidade da progênie e também na saúde humana. Além disso, o check list complementava a remuneração dos integrados. As granjas de recria e de produção de ovos da empresa possuíam um programa de biosseguridade efetivo, em constante aperfeiçoamento e com monitorias frequentes. 5.1.1 Localização, isolamento e acesso das instalações A localização geográfica da granja e o posicionamento dos galpões eram avaliados no momento da construção, pois são de grande importância no equilíbrio da sanidade das aves. As instalações deveriam ser construídas em uma distância segura de outros sistemas de produção avícolas, incubatórios, abatedouros, fábricas de ração, estradas com intenso fluxo de transporte de cargas vivas e da área urbana 31 (figura 1). A direção predominante dos ventos também deveria ser levada em conta, a fim de evitar a disseminação de patógenos. FIGURA 1- AVIÁRIOS DE GRANJA MATRIZ LOCALIZADOS EM ÁREA ISOLADA Para evitar a entrada de pássaros nos aviários as telas e portões de carregamento não podiam conter frestas. Outros cuidados que os produtores deveriam ter eram: manter as portas dos galpões sempre fechadas, ausência de ninhos de pássaros e árvores frutíferas na propriedade, limpeza e retirada de ração da periferia dos silos e manter sempre bem aparadas as vegetações que circundavam os aviários. Dentro da granja as áreas sujas e limpas eram delimitadas. A área limpa abrangia toda a área da barreira sanitária para dentro do núcleo. A região externa da granja, acesso de saída dos núcleos e a parte externa ao interior das granjas, compreendia a área suja. Na avaliação de biosseguridade o produtor deveria assegurar à médica veterinária que os limites entre essas áreas eram respeitados. Visto que os diversos patógenos existentes podem se disseminar facilmente através de correntes de ar, a avaliação de biosseguridade tinha como foco observar a presença e eficácia de barreiras físicas e sanitárias que impedissem a disseminação desses agentes. As barreiras físicas estabeleciam os limites da granja, evitando livre acesso de animais, pessoas e veículos não autorizados. Nesse item eram avaliadas a integridade das cercas externas, observando a presença de possíveis frestas ou aberturas. As barreiras naturais, conhecidas como cortinas verdes, eram basicamente formadas por cedros e campo nativo (figura 2), e estavam presentes ao redor das granjas. 32 FIGURA 2- BARREIRA VEGETAL Tendo em vista que um importante vetor de enfermidades é o homem, foi de grande importância monitorar as visitas, fluxo de materiais, equipamentos e veículos que transitavam na granja. Para entrar na granja, tanto visitantes como funcionários, deveriam primeiramente respeitar o vazio sanitário (tabela 3). TABELA 3- VAZIO SANITÁRIO PARA GRANJAS MATRIZES Incubatório Vazio sanitário necessário 24 horas Fábrica de rações 24 horas Granjas núcleo suínos 48 horas Aves de corte 72 horas Suínos terminação 72 horas Abatedouro 72 horas Laboratório 72 horas Granja matrizes produção 24 horas Granja Mycoplasma synoviae positiva 48 horas Granja Mycoplasma gallisepticum positiva 72 horas Granja S.enteritidis, S. typhimurum, S. Heidelberg, S. Gallinarum, S. Pullorum positiva 72 horas Granja Salmonella spp. positiva 24 horas Granjas matrizes produção mais velhas 24 horas Desafios por Bronquite Infecciosa, Pneumovírus, Coriza e Pasteurella 48 horas Origem Destino Granja matrizes recria Granja matrizes recria/produção Granja matrizes recria/produção Granja matrizes recria/produção Granja matrizes recria/produção Granja matrizes recria/produção Granja matrizes recria/produção Granja matrizes recria Granja sem problema sanitário Granja sem problema sanitário Granja sem problema sanitário Granja sem problema sanitário Granjas matrizes produção mais novas Granja sem problema sanitário FONTE: ADAPTADO DO MANUAL TÉCNICO DE SANIDADE DE GRANJAS DE AVÓS E MATRIZES DE AVES JBS FOODS, 2016. 33 Também era necessário retirar qualquer adorno, tomar banho completo de acordo com as normas determinadas pela empresa e vestir roupas fornecidas pelas granjas, sempre respeitando os limites de área limpa e suja. Outro ponto avaliado era a higienização de mãos e botas na entrada e saída dos aviários e sanitários, em como a presença de cal hidratada nas entradas dos galpões. Todos os veículos que necessitavam entrar na granja deveriam passar pelo arco de desinfecção, no qual avaliava-se a integridade dos bicos e a presença de desinfetante (figura 3). FIGURA 3- ARCO DE DESINFECÇÃO Quaisquer objetos que fossem levados para o interior da granja passavam por um processo de fumigação em um fumigador existente na barreira sanitária. Esse procedimento era realizado através da queima de paraformaldeído em pó, o tempo e quantidade de produto químico utilizado variavam de acordo com o tamanho do fumigador. 5.1.2 Cuidados com ração e água As rações fornecidas às aves podem ser importantes fontes de contaminação do lote, portanto, o programa de biosseguridade avaliava o armazenamento da ração nos silos das granjas, cobrando dos produtores que esses locais ficassem sempre fechados para evitar o contato de pássaros com a ração. Era orientado que fossem coletadas amostras de ração de cada recebimento, guardando-as devidamente identificadas no almoxarifado da granja durante 45 dias. A água dos aviários deve ser abundante, limpa, fresca e isenta de patógenos. A monitoria era realizada através de análises periódicas de cloro e pH, segundo 34 normas da empresa a faixa ideal era de 3 a 5 ppm e 6,0 respectivamente. Quando os resultados não atingiam o padrão poderia ser utilizados blocos de cloro ou corretores de pH. Avaliava-se também a presença de água em todos os pontos da linha do nipple e a integridade das caixas de água, as quais deveriam permanecer limpas e fechadas. A pesquisa de coliformes na água era realizada no alojamento da recria e durante a produção nas 25 e 48 semanas. 5.1.3 Destino de aves mortas As carcaças de animais mortos constituem também um grande risco de entrada de enfermidades nos plantéis. Algumas granjas possuíam o sistema de incineração, o qual é o mais recomendado. Porém, a grande maioria recolhia as aves mortas ao longo do dia, depositavam em caixas de mortalidade existentes na área de serviço de cada aviário e no fim do dia colocavam-nas na composteira. O processo de compostagem é seguro e ambientalmente correto, pois permite que as carcaças sejam deterioradas sem que o de material contaminado seja inserido diretamente no solo. O material proveniente desse processo pode ser utilizado em outras atividades sem riscos, pois durante o processo de compostagem, a maioria dos microrganismos patogênicos existentes são destruídos. Na avaliação de biosseguridade era observado se o processo de compostagem estava sendo realizado de forma correta. A primeira camada da compostagem deveria ser de 15 a 20 cm de maravalha limpa ou cama de aviário. Na segunda camada as carcaças eram colocadas com o dorso para cima, atingindo no máximo 15 cm de altura. Então, as aves eram cobertas com cama do aviário, utilizando o dobro da espessura da segunda camada, e todo o processo se repetira até o término da célula de compostagem. Não era permitido que qualquer parte das carcaças ficassem expostas. O material permanecia nesse processo até 90 dias do término da última camada, e então era utilizado como adubo orgânico. Outro ponto importante era orientar que essa tarefa fosse a última realizada no dia e era necessário conter cal hidratada na porta de entrada desses locais, ou até mesmo um par de botas específico para essa atividade. 35 5.1.4 Controle de pragas O controle de roedores e insetos era realizado através de um mapeamento prévio de pontos estratégicos para a colocação de iscas e posterior confecção de um croqui específico para cada granja. Os principais pontos eram ao redor dos aviários, cercas, silos, composteira, depósito de maravalha e portaria. Os raticidas eram utilizados na forma de grãos de girassol, blocos parafinados e pó de contato. Era orientado que os pontos de iscagem fossem revisadas quinzenalmente pelos funcionários das granjas com posterior preenchimento da planilha correspondente. A médica veterinária analisava esta planilha e o estado dos porta iscas, os quais deveriam estar no local indicado do croqui, numerados, limpos e com raticidas em bom estado de conservação (figura 4). FIGURA 4- PORTA ISCAS CONTENDO SEMENTE DE GIRASSOL E PÓ DE CONTATO 5.1.5 Preparação dos aviários Após a retirada das aves das granjas iniciava-se os procedimentos de higienização. Primeiramente toda a cama era retirada, em seguida utilizava-se sabão para a limpeza dos equipamentos e toda a área interna dos aviários, o produto permanecia 1 dia e então ocorria o enxague. Logo após ocorria a primeira desinfecção do interior do aviário. Coletava-se swabs de arrasto do chão e equipamentos para a pesquisa de Salmonella sp., quando positivo o procedimento de desinfecção era repetido, caso contrário a cama nova já poderia ser colocada. No caminhão de cama coletava-se mais material para amostra, pequenos sacos plásticos devidamente identificados e estéreis eram enviados com a nova cama para análise de Aspergillus 36 sp. e Salmonella spp. Se os resultados das análises estivessem conformes, ou seja, negativos para esses agentes patogênicos, os demais equipamentos eram colocados nos galpões e então uma nova desinfecção ocorria. Lacrava-se o galpão por cerca de 3 dias e enfim o local estava pronto para alojar o novo lote de matrizes. 5.1.6 Monitoramento, registro e comunicação de resultados Todas as planilhas preenchidas durante o lote eram analisadas pela médica veterinária, dentre elas o registro de materiais que passaram pelo fumigador com a finalidade de garantir que o procedimento é realizado, medicamentos realizados nas aves, registro de visitas e veículos para facilitar a rastreabilidade quando necessário e o termo de compromisso, no qual todos os funcionários das granjas afirmavam não possuir qualquer espécie de ave doméstica e/ou ornamental em seus lares. Para garantir a sanidade dos lotes era realizado um monitoramento com análises de soro, propé, mecônio e água, analisados em um laboratório da própria empresa e com coletas em datas especificadas pelos sanitaristas responsáveis. 5.2 AVALIAÇÃO DE BIOSSEGURIDADE NO INCUBATÓRIO O incubatório é o ambiente comum a toda a produção de ovos das granjas e uma fonte potencial de infecção para as aves. O processo de incubação tem como objetivos a melhoria na produtividade e a garantia da qualidade de aves de um dia. Neste local, existe um controle rígido de temperatura, umidade, ventilação e viragem, assegurando assim pintainhos uniformes e livres de enfermidades (ROSA, 2014). O programa de biosseguridade aplicado no incubatório tinha o intuito de evitar a entrada de patógenos, reduzir os riscos de multiplicação e sua contaminação bacteriana e fúngica, e assim reduzir possíveis perdas e prejuízos. Monitorias frequentes eram realizadas avaliando diversos aspectos de biosseguridade, garantindo eficácia das medidas adotadas e qualidade do produto final. Assim como em granjas matrizeiras, o incubatório era localizado distante de outros sistemas de produção animal. Na barreira física avaliava-se a integridade das cercas e instalações, evitando frestas e portas abertas, com o objetivo de impedir a 37 entrada de pássaros e roedores. As barreiras naturais eram formadas por cedros e árvores nativas sempre aparadas, sendo proibido a presença de árvores frutíferas. A entrada e saída de veículos era controlada, visto que são fontes importantes de contaminação cruzada. Os veículos que adentravam no pátio do incubatório deveriam passar pelo arco de desinfecção, onde continha detergente e desinfetante a base de glutaraldeído ou amônia quaternária. A barreira sanitária era composta por vestiários e fumigadores (figura 5). FIGURA 5- VISTA EXTERNA DA BARREIRA SANITÁRIA DO INCUBATÓRIO O procedimento de banho e fumigação seguiam o padrão realizado nas granjas de matrizes. No incubatório também existia o período de vazio sanitário necessário para a entrada no estabelecimento, assim como demonstra a tabela 4. O incubatório era dividido em área limpa e área suja. Na área limpa encontravase o almoxarifado, o escritório, o refeitório, o fumigador, a sala de ovos, as salas de incubação, a sala de preparo de vacinas, a sala de vacinação e a sala de lavagem de carros de incubação. Já a área suja era composta pela sala de nascedouros, sala de pintos, expedição, sala de quebra de resíduos e sala de lavagem de caixas. O fluxo de ar no interior do incubatório deveria seguir o sentido da área limpa para a área suja, e, do mesmo modo, o fluxo de pessoas e materiais. Na entrada da área limpa e na saída da área suja existiam pedilúvios e rodolúvios com água e desinfetante a base de glutaraldeído e álcool gel, sendo mais uma maneira de evitar a entrada de microrganismos. 38 TABELA 4- VAZIO SANITÁRIO PARA INCUBATÓRIO Origem Vazio sanitário necessário Granja matrizes recria/produção Sem vazio Fábrica de rações 24 horas Aves de corte 48 horas Abatedouro 48 horas Laboratório 48 horas FONTE: ADAPTADO DO MANUAL TÉCNICO DE BIOSSEGURIDADE NO INCUBATÓRIO JBS FOODS, 2016. A lavagem de bandejas, carrinhos e caixas de nascedouros eram criteriosamente avaliados no monitoramento de biosseguridade (figura 6). Os reservatórios de água estavam sempre limpos e protegidos, com laudos frequentes comprovando qualidade microbiológica e físico-química da água. FIGURA 6- PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA DE MATERIAIS O controle de roedores era realizado de forma semelhante das granjas, avaliando quinzenalmente a integridade das iscas e posicionamento conforme croqui. Um importante item de biosseguridade era a existência de um procedimento específico para a incubação de ovos cama ou considerados sujos. Estes, devido à grande carga bacteriana presente deveriam permanecer em incubadoras especificas, sem contato com ovos de ninho. A médica veterinária observava a limpeza e desinfecção dos caminhões que transportavam ovos e pintainhos, auditando o posto onde esse procedimento ocorria. As diversas planilhas que controlavam temperatura, umidade, desinfecção e demais atividades realizadas no incubatório eram avaliadas frequentemente pela responsável técnica. 39 Para a monitoria sanitária do incubatório eram realizadas análises semanais de água destilada, placa de exposição, swab do triturador, swab de caixas de nascedouros e amostras de vacinas. 5.3 SANIDADE EM MATRIZES O grande desenvolvimento da avicultura fez com que os desafios sanitários crescessem na mesma proporção. Devido a produção de matrizes ser de longos períodos, é essencial um acompanhamento frequente da sanidade dos lotes para evitar perdas de produtividade e de descarte de aves. Durante o estágio as causas mais comuns de mortalidade, diminuição de produtividade e descarte das aves foram: prolapsos, canibalismo, artrite e bronquite. 5.3.1 Prolapso Durante a postura do ovo existe uma inversão normal do útero ou da mucosa vaginal, porém em alguns casos esta mucosa leva mais tempo para retornar a cavidade ocasionando o prolapso (figura 7). Se existe tendências de canibalismo no lote, as demais aves podem bicar a mucosa, causando trauma e inflamação, o que irá dificultar ainda mais sua retração (GONSALVES, 2011). FIGURA 7- PROLAPSO 40 A falta de planejamento dos programas de luz somada com excesso de peso corporal podem acarretar no surgimento de anomalias na produção, como ovos de gemas duplas, fator que aumenta o índice de prolapso nos plantéis. A primeira fase de postura da ave é um ponto crítico para o aparecimento de casos de prolapsos, devido às maiores proporções de ovos de gema dupla (RUTZ et al., 2007). Foi observado prolapso em lotes que estavam na fase inicial da postura, dos quais geralmente apenas algumas aves apresentavam o problema, demonstrando que manejo estava sendo feito de forma correta, com alimentação e luminosidade de acordo com a idade das aves. 5.3.2 Canibalismo Assim como os demais animais, o comportamento das aves também é influenciado pelo fotoperíodo. Em criações comerciais o período de luminosidade é regulado artificialmente visando aumentar o desempenho produtivo e econômico, sem prejudicar a saúde dos animais. Porém, sem um programa de luz adequado é comum o aparecimento de canibalismo no plantel (figura 8). Outros fatores que também podem estar associados ao comportamento agressivo de matrizes são: elevada densidade no galpão, altas temperaturas, deficiência nutricional, maturidade sexual do macho adiantada e comportamento de diferentes linhagens de aves comerciais (GONSALVES, 2011). FIGURA 8- LESÕES POR CANIBALISMO 41 Nos lotes de maior incidência, o produtor era orientado que passasse várias vezes ao dia retirando as aves que já possuíam alguma lesão primária, pois o sangue chama atenção das demais, incitando cada vez mais o canibalismo. Lesões na região da cabeça e próximo à cloaca eram as mais observadas. 5.3.3 Artrites As artrites caracterizam-se por um edema das articulações tibiotársica, tarsometátarsica e interfalangeanas da galinha (figura 9). As aves acometidas apresentavam-se apáticas, com dificuldade locomotora e rapidamente se tornavam refugos do lote. As causas de artrites em aves comerciais podem variar de agentes patogênicos, como Reovírus, Mycoplasma synoviae e Orthoreovirus, quanto por causas não infecciosas relacionadas ao manejo e ambiência (RECK et al., 2012). Aviários com camas úmidas e crostosas apresentavam maiores índices dessa enfermidade. Durante as necropsias foi possível observar presença de exsudato seroso ou serossanguinolento nas articulações lesionadas. FIGURA 9- ARTICULAÇÕES EDEMACIADAS 5.3.4 Bronquite Infecciosa das Galinhas A bronquite infecciosa das galinhas, causada pelo vírus do gênero Coronavírus, é altamente contagiosa e ocasiona grandes perdas econômicas à indústria avícola. O agente possui tropismo pelas células dos aparelhos respiratórios, geniturinário e ocasionalmente pode afetar o trato intestinal (COOK et al., 2012). No mês de agosto ocorreram alguns casos dessa enfermidade em lotes de matrizes durante o pico de produção. A empresa realizava um protocolo de vacinação 42 próprio e os resultados de titulação do exame sorológico eram satisfatórios. Sendo assim, os casos de bronquite podem ser explicados pelo frio intenso que ocorreu na região semanas antes. As cortinas dos aviários permaneciam mais tempo fechadas, acarretando em maiores níveis de amônia, lesionando os epitélios do trato respiratório superior e aumentando as portas de entrada do vírus. Outro fator importante foi o estresse fisiológico que a ave enfrentou durante o pico de produção, diminuindo sua imunidade e consequentemente elevando a susceptibilidade dos lotes. As aves encontravam-se apáticas, febris e rapidamente vinham a óbito. Nas necropsias foi possível observar atrofia e lesões nas células do ovário (figura 10), em nenhuma foram encontrados uratos nos rins. A produção e qualidade dos ovos foi minimamente afetada, sendo que os lotes acometidos rapidamente se recuperavam sem grande número de mortalidade. FIGURA 10- OVÁRIO APRESENTANDO LESÕES 5.4 MANEJO NA RECRIA DE MATRIZES A recria compreende o período de vida de aves de um dia até 22 semanas. Nesta fase o desenvolvimento de tecidos corporais, empenamento, sistemas imunológico, cardiovascular, e esquelético (BRIANEZ, 2012). Procedimentos adequados nesse período garantem bons resultados no desenvolvimento e maturidade sexual, influenciando diretamente a fase de produção. 43 5.4.1 Ambiência na fase de recria A ambiência é de suma importância para o desenvolvimento das aves, principalmente nos primeiros dias de vida, sendo importante controlar a umidade, a temperatura e a luminosidade (figura 11). A umidade nos primeiros dias nunca deveria ser inferior a 70%, visto que os pintainhos saiam de nascedouros com umidade de 90%, e uma diferença muito grande poderia causar desidratação. Ao longo do crescimento a umidade deveria permanecer entre 40% a 75%. FIGURA 11- GALPÃO DARK HOUSE DE RECRIA No início da vida as aves estão desenvolvendo seu sistema de termorregulação, o que as torna extremamente sensíveis às alterações da temperatura ambiental. Portanto, é essencial manter a temperatura do galpão dentro da zona de conforto térmico das aves, evitando mudanças fisiológicas e comportamentais (BRIANEZ, 2012). Durante o período de estágio, tanto galpões dark house como convencionais possuíam um rígido controle térmico, ajustando a temperatura conforme a idade do lote de acordo com orientações técnicas da empresa (tabela 5), sempre observando a distribuição e comportamento das aves. Caso a temperatura ultrapassasse os limites estabelecidos, sistemas de segurança eram ativados, primeiramente os ventiladores, em seguida os nebulizadores e, por fim, os alarmes. 44 TABELA 5- TEMPERATURAS IDEAIS CONFORME A IDADE DAS AVES Idade Temperatura ideal 1ª semana 29 a 32 °C 2ª semana 26 a 29 °C 3ª semana 23 a 26 °C A partir da 4ª semana 21 a 23 °C FONTE: ADAPTADO DO MANUAL TÉCNICO DE RECRIA DE MATRIZES DE FRANGO DE CORTE JBS FOODS, 2016. Até a 10ª semana de vida os animais não respondem ao estímulo luminoso, e a partir desta idade tornam-se sensíveis às variações de luminosidade, motivo pelo qual durante a recria as aves eram conduzidas em galpões escuros. Para o início da maturidade sexual, os animais eram submetidos a um processo gradativo de estímulos luminosos, aumentando a amplitude do dia tanto pela manhã, quanto pela tarde. Era necessário monitorar o peso do lote para decidir a quantidade de luz fornecida às aves. A tabela 6 demonstra em condições ideais um programa de luz aplicado na recria de machos e fêmeas. TABELA 6- PROGRAMA DE LUZ NA RECRIA Idade Quantidade de horas de luminosidade Intensidade 1-2 dias 23 horas 30 lux 3 dias 20 horas 30 lux 4-5 dias 18 horas 30 lux 6-14 dias 16 horas 30 lux >15 dias 9 horas 3-5 lux FONTE: ADAPTADO DO MANUAL TÉCNICO DE RECRIA DE MATRIZES DE FRANGO DE CORTE JBS FOODS, 2016. 5.4.2 Alojamento da recria As aves de um dia alojadas nos galpões de recria eram originárias dos avozeiros da própria empresa, e transportadas por caminhões com carroceria limpa, desinfetada, ventilação apropriada e temperatura controlada. Os machos eram acondicionados em caixas plásticas azuis e as fêmeas em amarelas, com capacidade 45 de lotação de 100 aves cada, possuindo furos para que ocorra troca de ar, proporcionando um maior conforto das aves e evitando mortes. Após a chegada do caminhão na granja e antes do descarregamento, realizava-se a coleta de sangue, mecônio, aves vivas, chifonetes do fundo de algumas caixas, água e propés dos aviários. As caixas com aves eram descarregadas e colocadas nos aviários devidamente preparados, com bebedouros, comedouros infantis e papéis com ração, sendo importante que o aviário e a cama estivessem já aquecidos. Os animais eram contados, pesados e separados em categorias de peso (leve, normal, pesados). 5.4.3 Debicagem A empresa contava com a presença de uma equipe especializada para executar a debicagem. O objetivo era evitar que o macho machuque muito a cabeça das fêmeas na fase de produção durante a cópula. A debicagem consistia na cauterização de aproximadamente 1/3 do bico dos machos com idade entre 3 e 4 semanas. Quando realizado corretamente, o bico superior e inferior ficam do mesmo tamanho. Era necessário observar possíveis sangramentos e retomada do consumo de ração nos momentos após o procedimento. 5.4.4 Fornecimento de água na recria O fornecimento de água era realizado através de bebedouros do tipo nipple, com 20 a 25 aves por bico nas primeiras semanas, e 12 aves por bico a partir da 4ª semana de vida. A vazão de água deveria ser ajustada de acordo com a idade com a finalidade de evitar problemas na cama (tabela 7). A altura do bebedouro também deveria ser adequada de acordo com o tamanho dos animais, sendo modificada frequentemente. 46 TABELA 7- VAZÃO DE ÁGUA DE ACORDO COM A IDADE DAS AVES Idade das aves Vazão de água 1ª a 4ª semana 40-50 ml/min 5ª a 9ª semana 50ml/min 10ª a 14ª semana 50-60 ml/min A partir da 15ª semana 60-80 ml/min FONTE: ADAPTADO DO MANUAL TÉCNICO DE RECRIA DE MATRIZES DE FRANGO DE CORTE, JBS FOODS, 2016. 5.4.5 Arraçoamento na recria Nos primeiros 3 dias as aves recebiam ração em papéis, com o objetivo de estimular o consumo. Na primeira semana de vida tanto os machos como as fêmeas recebiam ração a vontade, depois disso a quantidade do alimento era controlada para que não exercessem a meta de peso estimada pela equipe técnica. Até a 4ª semana o arraçoamento era realizado manualmente, posteriormente a corrente era colocada e retirava-se o comedouro infantil. Durante o acompanhamento da rotina dos técnicos foi possível observar a grande importância de um arraçoamento, quantidade e tipo de ração (tabela 8) corretos para cada idade, objetivando a uniformidade do lote e um ótimo desenvolvimento esquelético. O volume de ração era ajustado semanalmente de acordo com o peso das aves. TABELA 8- TIPOS DE RAÇÃO CONFORME A IDADE DAS AVES Tipos de ração Idade Inicial 0-4 semanas Crescimento 5-18 semanas Pré-postura 19-25 semanas Macho crescimento 5-22 semanas FONTE: ADAPTADO DO MANUAL TÉCNICO DE RECRIA DE MATRIZES DE FRANGO DE CORTE JBS FOODS, 2016. 47 5.4.6 Pesagem e seleção O controle de peso das aves dentro do padrão de cada linhagem é fundamental, tornando-se importante um bom sistema de pesagem, com balanças reguladas e manejo adequado. O objetivo do controle do peso corporal era alcançar as metas de peso para a idade com boa uniformidade do lote. A pesagem era realizada em dia e horário especificados pela orientação técnica da empresa. As aves eram cercadas (no mínimo 3% do lote para fêmeas e 6% para os machos) e pesadas semanalmente. Nas primeiras pesagens utilizava-se balança de precisão, e os pintainhos eram pesados um a um. Com o crescimento das aves eram utilizadas balanças digitais, as aves eram presas pelas asas e então pesadas. Após o término avaliava-se o peso médio, a uniformidade e o coeficiente de variação dos lotes. A seleção tinha como objetivo separar as aves em diferentes categorias de acordo com os pesos, com a finalidade de diminuir a competição entre aves de tamanho diferentes, e assim manter a uniformidade no aviário. Os boxes eram divididos nas categorias: leve leve, leve, normais e pesadas. A seleção era realizada em semanas específicas de acordo com o padrão estabelecido pela empresa. 5.4.7 Transferência Durante o período de estágio também foi possível acompanhar o procedimento de transferência das aves de recria para produção e posteriormente o descarregamento. Esse procedimento é muito estressante para as aves, devido a mudança ambiental que sofrerão, entrando em contato com o outro sexo e com ambiente muito mais luminosos do que os usuais. A transferência ocorria durante a manhã, horário de maior conforto térmico para as aves. Antes de iniciar o carregamento, as aves eram cercadas dentro do aviário, utilizando-se divisórias do próprio galpão e caixas de transporte para as aves. As aves deveriam ser apanhadas individualmente e cuidadosamente pelas asas e colocadas nas caixas (7 galos ou 9 galinhas por caixa). As caixas de transporte eram de plástico, e à medida que as aves eram colocadas, estas iam sendo carregadas no caminhão com o auxílio de uma esteira. 48 5.5 MANEJO NA PRODUÇÃO DE MATRIZES A fase de produção para matrizes é iniciada a partir da produção do primeiro ovo, o que ocorre geralmente a partir de 22 semanas de idade. O objetivo geral de um manejo adequado é o fornecimento de ovos férteis e incubáveis, com o mínimo de ração consumida (BRIANEZ, 2012). 5.5.1 Alojamento da fase de produção O caminhão vindo da recria posicionava-se próximo aos portões dos aviários, e os funcionários, com o auxílio de uma rampa, faziam o descarregamento e a liberação das aves no galpão. A transferência dos machos era feita antes das fêmeas com o intuito de adequar a foto estimulação para o amadurecimento sexual final e para que se acostumassem com o arraçoamento nas calhas. O galpão de postura deveria estar pronto para receber as aves, com comedouros, bebedouros e ninhos. 5.5.2 Ambiência na fase de produção Um ambiente controlado proporciona às aves maior bem estar e conforto, refletindo diretamente na produtividade do lote. A temperatura para que conforto térmico de aves adultas seja atingido é próxima dos 20°C. Quando o valor era muito superior ao recomendado era recomendado abrir gradativamente as cortinas, com a persistência do calor iniciava-se a ventilação e nebulização, por fim o alarme era acionado. A umidade nunca deveria ser inferior a 40% ou superior a 75%. Era importante avaliar a altura em que se encontrava o termohigrômetro dos aviários, pois deveriam estar situados 10 centímetros acima da cabeça das aves. Para uma avaliação da ambiência o comportamento das aves era verificado continuamente, observando se estavam ativas, bem distribuídas no aviário e expressando seus comportamentos naturais (figura 12). Durante o período de estágio foi possível perceber que a cama do aviário é um grande desafio tanto para o técnico quanto para o produtor. A umidade da região contribuía para camas com crostas. Por isso, era importante que o manejo da cama 49 fosse realizado semanalmente. Em dias de sol preferencialmente, recomendava-se que a cama fosse mexida em toda a extensão do aviário, adicionando cal hidratada e em seguida o tombador de cama era passado, com o objetivo de trazer o lado seco da cama para a superfície. A quantidade de horas de luz diárias e intensidade (lux) eram seguidos de acordo com normas técnicas da empresa variando de acordo com a idade do lote, porem era necessário fornecer no mínimo 50 lux/m² de acordo com as normas de bem-estar animal aplicadas pela empresa. FIGURA 12- AVÁRIO DE PRODUÇÃO DE MATRIZES 5.5.3 Fornecimento de água na produção A água utilizada deveria ser proveniente de sistema fechado, ou seja, subterrânea ou protegida, com reservatório mínimo para 48 horas de consumo. A altura dos bebedouros era constantemente ajustada de acordo com o tamanho das aves. 5.5.4 Arraçoamento na produção A alimentação de reprodutoras e um fator essencial na manutenção da uniformidade e do peso corporal próximo do padrão. A composição das rações, o manejo alimentar e o manejo geral devem ser considerados juntos na avaliação do desempenho. A superalimentação no início do ciclo de postura pode induzir um crescimento exagerado de folículos ovarianos, afetando adversamente (BRIANEZ, 2012). 50 Machos e fêmeas eram alimentados separadamente, permitindo o controle efetivo do peso corporal e da uniformidade de cada sexo. As técnicas de alimentação separada por sexos estão baseadas na diferença de tamanho entre machos e fêmeas. Os comedouros de fêmeas possuem um cano ou corrente, o que diminui o tamanho, impedindo o acesso dos machos devido a largura de sua cabeça. Para os machos eram utilizados comedouros do tipo calha suspensa, abaixados somente durante o arraçoamento, com quantidade de ração pesada e nivelada manualmente. A ração de machos e fêmeas eram diferenciadas, bem como das diversas fases de produção de ovos assim como demonstra a tabela 9. TABELA 9- TIPOS DE RAÇÃO CONFORME A IDADE DAS AVES Tipo de ração Idade das aves Pré-postura 19-24 semanas Postura I 25-36 semanas Postura II 37-50 semanas Postura III 51-65 semanas Macho 22-65 semanas Descarte 1 semana antes do abate FONTE: ADAPTADO DO MANUAL TÉCNICO DE PRODUÇÃO DE MATRIZES DE FRANGO DE CORTE JBS FOODS, 2016. O horário exato de fornecimento da ração deveria seguir orientações técnicas, sendo necessário ocorrer antes do nascer do sol. Era preciso garantir a presença de água nos bebedouros antes do início do arraçoamento e respeitar exatamente o volume de ração preconizado, o qual era ajustado semanalmente pelo setor técnico da empresa. A distribuição ocorria de forma uniforme em toda a extensão dos comedouros. Após o primeiro giro completo da corrente de ração no comedouro das fêmeas, abaixava-se os comedouros dos machos, colocando-os em uma altura que dificultasse o acesso das fêmeas. Recomendava-se ocorresse apenas um giro completo na corrente das fêmeas, com tempo inferior de 4 minutos de fornecimento. O tempo decorrido para que o lote consuma toda a ração deverá ser de até 3 horas no pico de produção. 51 5.5.5 Pesagem O dia e horário da pesagem eram previamente orientados pelo técnico responsável por cada granja de produção. Uma amostragem de aves, no mínimo 2,5% de fêmeas e 10% de machos por box, era cercada e então pesava-se individualmente os animais. O peso médio e a uniformidade dos lotes eram calculados, com estes dados o técnico realizava os ajustes semanais de ração e em certas circunstâncias remanejava ou retirava as aves desuniformes. 5.5.6 Manejo reprodutivo O manejo reprodutivo é imprescindível para o sucesso do processo de produção de ovos. Inicia-se já na recria, aonde todo o manejo realizado corretamente irá proporcionar um escore de peso e maturidade sexual adequados para que ocorra produção de ovos férteis, alta taxa de eclosão e um maior número de ovos por fêmea (BRIANEZ, 2012). Conforme seu peso corporal, as aves eram recebidas e alojadas em diferentes categorias de peso, visando uma maior uniformidade do lote e evitando o descarte de animais por competições desiguais. A seleção das aves deveria ocorrer diariamente através da criteriosa observação dos animais, retirando do lote animais lesionados ou que não apresentavam indícios de produtividade. Durante o estágio foi possível acompanhar várias avaliações de fertilidade. A seleção dos machos era realizada através da observação de características físicas como: coloração e umidade da cloaca, coloração da barbela e crista, patas, empenamento das asas e avaliação do peito. Machos férteis apresentavam cloaca avermelhada, úmida e com sujidades no entorno, crista e barbela vermelhas e vigorosas, sem lesões nas patas e região da cloaca depenada e escore de peito 3. Em contrapartida, os galos inférteis eram caracterizados por cloacas pálidas e secas, repleta de penas ao redor, dificuldade locomotora, crista e barbela pálidas, escore de peito acima ou abaixo de 3 (figura 13). 52 FIGURA 13- AVALIAÇÃO DE CLOACA. À ESQUERDA CLOACA DE MACHO INATIVO, À DIREITA MACHO ATIVO SEXUALMENTE Para evitar baixa fertilidade em lotes velhos realizava-se o spiking após as 45 semanas. Neste processo os machos reprodutores jovens eram inseridos nos lotes de fêmeas mais velhas, com o objetivo de substituir machos com baixa eficiência de acasalamento e redução da qualidade espermática. Os machos de spiking permaneciam em um box próprio até atingirem o peso mínimo de 20% superior ao peso das fêmeas e posteriormente retirava-se os machos velhos do galpão para colocação dos spikes. Nunca colocava-se machos novos com velhos com o intuito de evitar disputas territoriais. Os machos velhos eram avaliados, os quais ainda estivessem com indícios de fertilidade eram remanejados para outros galpões caracterizando o intra-spiking. A fêmea era considerada improdutiva quando apresentava crista e barbela pálida, cabeça muito machucada devido ao canibalismo e espaçamento entre as extremidades do ísquio menor do que 3 dedos, aproximadamente o diâmetro de um ovo. A relação de machos por fêmea sempre deveria ser respeitada, sendo que no alojamento, 22 a 23 semanas, era de 10 a 10,5 machos para 100 fêmeas, já em lotes mais velhos a proporção diminuía para 7 a 8 machos para 100 fêmeas. 5.5.7 Manejo de ovos Para produção de pintainhos com boa qualidade e uniformidade é necessário que os ovos incubáveis sejam processados corretamente. Cuidados durante a coleta, desinfecção, resfriamento, armazenagem e incubação são fundamentais para que o desenvolvimento embrionário não seja comprometido. 53 No início da produção a prioridade era coletar os ovos cama, cerca de 20 coletas ao dia, geralmente até a 30ª semana de produção. Era recomendado que os funcionários das granjas caminhassem nas laterais dos aviários, junto a mureta, estimulando as aves a irem para os ninhos, realizando esse manejo até as 30 semanas ou enquanto o índice de ovos de cama estivesse acima de 2%. Em ninhos automáticos eram realizadas 5 coletas de ovos ao dia, e nos manuais 7 coletas, prestando sempre atenção na colocação correta do ovo nas bandejas, ou seja, com a câmara de ar para baixo, proporcionando um adequado crescimento embrionário. A importância da coleta de ovos serem o mais rápido possível é para evitar a pré-incubação e desenvolvimento embrionário que aumenta o número de mortes embrionárias precoces e diminui a eclosão. Após a coleta ocorria a classificação dos ovos conforme características de limpeza e integridade. Os itens avaliados eram: trincas, furos, deformações, resíduos de fezes ou sangue, gema dupla e ovos pequenos com peso menor que 45 gramas. Separava-se em ovos bons (ovos limpos de ninho), ovos “X” (ovos sujos de cama, e de ninho) e ovos descarte (ovos trincados, duas gemas, pequenos e deformados). A higienização dos ovos iniciava logo após a coleta, limpando as sujidades sólidas com esponjas de aço. Nos ovos com sujidades úmidas excessivas era recomendado utilizar água morna na temperatura de aproximadamente 32 °C. Logo após, os ovos eram encaminhados para o fumigador específico para ovos, utilizando 3 a 6 g/m³ de paraformol durante 15 minutos. Após desinfetados os ovos eram colocados a sala de ovo, a qual deveria ser climatizada e ventilada, com temperatura de 21°C a 23°C e umidade relativa do ar próxima de 75%. Esses cuidados visam interromper o desenvolvimento embrionário, que começa a ocorre próximo ou maior que 24°C. O transporte dos ovos para o incubatório era realizado diariamente, em caminhões com temperatura e umidade semelhantes à sala de ovos, mantendo a temperatura ideal até a chegada à sala de ovos do incubatório. 54 5.6 VACINAÇÃO DE MATRIZES A vacinação é uma das ferramentas disponíveis para promover a imunização das aves contra as principais enfermidades infecciosas a que possam estar expostas durante sua vida. Para que seja eficaz deve ser complementada por medidas de biosseguridade e ser realizada corretamente. Os programas de vacinações de matrizes são variáveis de acordo com as condições regionais, prevalência das doenças e intensidade dos desafios (BRIANEZ, 2012). Na recria era realizada vacinação de coccidiose, doença de Gumboro, encefalomielite aviária, doença de Newcastle e bronquite infecciosa das galinhas. As vias de aplicação utilizadas eram: água de bebida, membrana da asa, ocular, spray e intra-muscular. Na produção as aves eram vacinadas apenas para bronquite infecciosa das galinhas, sendo administrada na água de bebida ou spray, variando de acordo com a preferência dos técnicos responsáveis. 5.7 MONITORAMENTO SANITÁRIO Considerando a importância da produção avícola no contexto nacional e internacional e a necessidade da padronização do monitoramento sanitário, a Portaria nº 193 de 19 de setembro de 1994, consolidou o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) do Ministério da Agricultura Pecuária e do Abastecimento. A atuação desse programa baseia-se no monitoramento e certificação dos estabelecimentos avícolas de reprodução, fiscalização do trânsito e participação em eventos agropecuários de espécies avícolas, bem como, vigilância epidemiológica e sanitária das principais doenças aviárias, destacando-se as de notificação da OIE como: influenza aviária, doença de Newcastle, salmoneloses e micoplasmoses (AMARAL, 2014). De acordo com Instrução Normativa nº 78, de 3 de novembro de 2003, todas as granjas de reprodução avícola devem ser certificadas livres de Salmonella gallinarum e de Salmonella pullorum e livres ou controlados para Salmonella enteritidis e Salmonella typhimurium. De acordo com os resultados das análises realizadas em 55 laboratórios oficiais, um certificado reconhecendo o status sanitário do núcleo é fornecido, e medidas sanitárias de controle e erradicação são indicadas em caso de positividade (MAPA, 2009). As coletas de material deveriam ser realizadas com o acompanhamento do médico veterinário oficial. Para monitoramento dessa instrução normativa na as coletas realizadas eram as seguintes: Na 1ª semana: pool de pintainhos mortos, swab de fundo do fundo das caixas, pro-pé dos aviários; Na 10ª semana: amostras de sangue para pesquisa de Salmonella pullorum; Na 10ª, 25ª, 36ª,48ª e 60ª semana: propé dos aviários; No 1º nascimento de cada lote na 25ª, 36ª,48ª e 60ª semana da matriz: ovos bicados vivos e mecônio. O controle e certificação de estabelecimentos avícolas para Micoplasmose Aviária segue a IN nº 44, publicada em 23 de agosto de 2001 (MAPA, 2009). Durante o período de estágio as amostras de sangue eram coletadas na 10ª, 25ª, 36ª, 48ª e 60ª semana de idade das matrizes para pesquisa de Mycoplasma synovie e Mycoplasma gallisepticum. Em 7 de abril de 2006 entrou em vigência a IN nº17, a qual tem como objetivo a prevenção da influenza aviária e o controle e prevenção da doença de Newcastle no território brasileiro. O plano trata-se de medidas de aplicações emergenciais em caso de focos e define as responsabilidades e competências do serviço veterinário oficial (MAPA, 2009). Segundo a normativa, deveriam ser coletados swabs de cloaca e traqueia (figura 14) preferencialmente de lotes de matrizes mais velhas (acima de 60 semanas), sendo monitorado anualmente. 56 FIGURA 14- COLETAS DE SWAB DE TRAQUEIA À ESQUERDA E DE CLOACA À DIREITA 5.8 ROTINA INCUBATÓRIO 5.8.1 Vacinação in ovo Aos 19 dias de incubação os ovos eram retirados das incubadoras e colocados cuidadosamente em carrinhos, e então encaminhados para a sala de vacinação. O processo de vacinação era realizado automaticamente por máquinas (figura 16). A vacinadora, contendo o bag com a vacina já preparada, era ligada iniciando o processo de classificação para eliminar os ovos inférteis a fim de evitar que os mesmos sejam vacinados sem a presença do embrião. Em seguida o procedimento de vacinação ocorria, com a perfuração da casca dos ovos e a inoculação por uma agulha específica do conteúdo do bag no ovo, ao término uma solução desinfetante era depositada sobre o orifício da vacina para evitar entrada de contaminantes. Os ovos eram vacinados para doença de Marek, doença de Gumboro e bouba aviária (apenas no período de setembro a março). Em seguida ocorria a colocação dos ovos nas bandejas de nascimento e encaminhados para os nascedouros, onde eram mantidos em temperatura de 36,8°C, umidade relativa do ar de 70% e ventilação constante, até completarem os 21 dias e ocorrer a eclosão dos ovos. 57 FIGURA 15- VACINADORA Na sala de pintainho, as aves recebiam a vacina contra bronquite infecciosa, administrada na forma de spray. Posteriormente as aves ficavam na sala separados por lotes e por integrados, e então distribuídas de acordo com as programações de alojamentos nas granjas de frango de corte. 5.8.2 Ovoscopia e embriodiagnóstico Após o procedimento de fumigação, os ovos permaneciam em temperatura de 18°C a 23°C e dentro de 1 dia eram transportados ao incubatório em caminhões com a mesma faixa de temperatura. Ao chegarem no incubatório, eram colocados na sala de ovos, onde permaneciam ainda em temperatura de 18°C a 23°C, durante no máximo 3 dias. Nesse momento as bandejas que deveriam ser analisadas na ovoscopia e no embriodiagnóstico eram identificadas. Então, incubava-se os ovos dos diferentes lotes em incubadoras com de 37,2°C a 37,6°C, umidade de 81% a 87% e ventilação de 1,3 CO2 a 1,5 CO2, com viragem a cada hora em um ângulo de 45º. Entre o 13º e 16º dia de incubação realizava-se o procedimento de ovoscopia. Em ambiente escuro, ocorria a passagem de um feixe de luz proveniente de uma lâmpada de pouca intensidade, com o objetivo de detectar algumas informações sobre qualidade externa e interna do ovo, sem a necessidade de quebrá-lo. As características que poderiam ser observadas eram: aspectos da casca, da câmara de ar, da gema, do albúmen e do embrião. Avaliava-se 4 bandejas de incubação por aviário dos lotes incubados, com frequência semanal desde a primeira semana de incubação (matrizes com aproximadamente 25 semanas). Os ovos translúcidos e 58 trincados eram retirados durante a ovoscopia (figura 16). Então encaminhava-se no 19º dia de incubação os ovos para a vacinação e, por fim, ao nascedouro onde a temperatura deveria ser de 36,6ºC a 37ºC, umidade relativa do ar de 83% a 90% e ventilação de 20% a 90%. FIGURA 16- IDENTIFICAÇÃO DE OVOS CLAROS DURANTE OVOSCOPIA O procedimento de embriodiagnóstico, para identificação de infertilidade ou da fase embrionária que ocorreu a mortalidade, era realizado através da quebra de ovos retirados na ovoscopia e também daqueles não eclodidos retirados no momento da sexagem. Alguma mortalidade embrionária durante a incubação é normal ocorrer, mas a análise da mortalidade embrionária e anomalias podem ajudar a identificar quais aspectos do sistema de produção de ovos necessitam de verificação e mudanças, visando melhorar a eclodibilidade e a qualidade do pintainho. Com o intuito de facilitar a realização do embriodiagnóstico e análise posterior dos dados, o padrão de visualização das fases de incubação era seguido de acordo com a tabela 10. Durante os meses de agosto e setembro de 2016 foram analisados 31.818 ovos de ninho das linhagens Cobb® e Ross®, com o objetivo de avaliar a influência da idade da matriz nas fases de mortalidade embrionária e quantidade de ovos inférteis. Foram avaliados 17.784 ovos de matrizes com 26 a 33 semanas de idade, 10.884 ovos de matrizes com 58 a 65 semanas de idade e 3.150 ovos de matrizes mais velhas, com 66 a 73 semanas de idade. O gráfico 1 apresenta a diferença encontrada nas taxas de fertilidade e eclodibilidade de ovos de acordo com as diferentes idades das matrizes. 59 TABELA 10- CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO EMBRIODIAGNÓSTICO Fase de mortalidade embrionária 0 a 4 dias de incubação 5 a 12 dias de incubação Características avaliadas Figura correspondente Não visualização do olho Não visualização dos folículos das penas (penugem) 13 a 18 dias de incubação Início da absorção da gema 19 a 21 dias de incubação Gema totalmente absorvida Ovos bicados vivos e Observação do posicionamento do bico e mortos vitalidade da ave FONTE: ADAPTADO DO MANUAL TÉCNICO DO INCUBATÓRIO JBS FOODS, 2014. 60 GRÁFICO 1- COMPARAÇÃO DA INFERTILIDADE E ECLODIBILIDADE DE OVOS PROVENIENTES DE MATRIZES DE DIFERENTES IDADES Observou-se que a idade das matrizes interfere tanto na eclosão quanto na fertilidade dos ovos, pois a medida que a matriz envelhece, o percentual de eclosão diminui, ocorrendo o inverso com a quantidade de ovos inférteis. Algumas causas de infertilidade são: machos muito novos ou velhos, proporção insuficiente de macho por fêmeas, aves com excesso de peso e enfermidades em geral (ULMER-FRANCO et al., 2010). Em estudo realizado por Barbosa et al. (2013) os ovos de matrizes mais novas também apresentaram melhor fertilidade quando comparados aos ovos de matrizes mais velhas. Os resultados obtidos no embriodiagnóstico estão demonstrados no gráfico 2. Em todas as idades foi possível observar um maior índice de mortalidade embrionária na fase inicial (0 a 4 dias), podendo ser atribuído a problemas na temperatura de incubação, longos períodos de estocagem dos ovos, variação de temperatura até o momento da incubação, desinfecção e coletas incorretas (COBB-VANTRES, 2013). A fase correspondente ao período do 5º e 12º dias de incubação apresentou menor percentual de mortalidade. Nessa fase, o embrião pode morrer devido à deficiências nutricionais da matriz, contaminação do ovo na granja e temperaturas inadequadas de incubação (GONZALES e CESARIO, 2003). Na fase de 13 a 18 dias de incubação a porcentagem de mortalidade embrionária foi menor em matrizes jovens frente a encontrada em matrizes velhas, isso pode ser explicado pela 61 deficiência nutricional e exaustão fisiológica da matriz velha (GALINDO e LISETTE, 2005). GRÁFICO 2- FASES DE MORTALIDADE EMBRIONÁRIA DE ACORDO COM A FAIXA ETÁRIA DAS MATRIZES Ovos bicados vivos foram mais comuns em matrizes com 58 a 65 semanas e bicados mortos em matrizes com 66 a 73 semanas. Segundo manual de incubação Cobb-Vantres® (2013), as possíveis causas são viragem inadequada, ovos virados, danos na transferência e na vacinação. Macroscopicamente foram observados fungos em maior quantidade nos ovos de matrizes com 26 a 33 semanas, alguns autores citam que a contaminação fúngica pode ser mais comum em ninhos manuais sem a realização da desinfecção correta, mas nenhum estudo foi encontrado relacionando essa contaminação com a idade da matriz (ROVARIS et al., 2014).O maior número de embriões com má posição e virados apareceu em matrizes de 26 a 33 semanas, fato que pode ser explicado por alteração de posição na viragem dos ovos e necessidade de informação dos produtores para um correto armazenamento e coleta dos ovos. De acordo com o manual de incubação da linhagem Cobb® (COBB-VANTRES, 2013), as anomalias mais comumente encontradas em embriões no embriodiagnóstico são: cabeça entre as patas, cabeça na ponta fina do ovo e cabeça embaixo da asa esquerda. As deformidades 62 embrionárias mais comuns são: cérebro exposto, ausência de olhos e bico deformado, algumas dessas anomalias podem ser ilustradas de acordo com a tabela 11. TABELA 11- ILUSTRAÇÕES DAS ANOMALIAS MACROSCÓPICAS COMUMENTE OBSERVADAS Anomalias macroscópicas Contaminação fúngica Deformidade Má posição Figura correspondente 63 CONCLUSÃO Os resultados observados mostram que a idade da matriz tem influência na fertilidade dos ovos e taxa de eclodibilidade, que apresentam-se melhores em matrizes mais novas. A mortalidade embrionária inicial (0 a 4 dias) foi o dado mais relevante nos três grupos analisados. Matrizes mais novas apresentaram maior percentual de mortalidade final (19 a 21 dias), já matrizes com mais velhas apresentaram maiores taxas nas fases embrionárias iniciais e intermediárias. O grupo mais velho avaliado apresentou maior quantidade de ovos bicados mortos. As principais causas dessas taxas de mortalidade foram a contaminação fúngica, deformidade e má posição do embrião. A idade da matriz demostrou-se como fator importante na fertilidade de ovos e taxa de eclodibilidade, ainda pode ser notado que o embriodiagnóstico foi ferramenta fundamental para identificação rápida dos problemas, permitindo agilizar as ações de controle e evitando prejuízos econômicos em grande escala. 64 CONSIDERAÇÕES FINAIS O acompanhamento da prática diária de manejo, sanidade do sistema de produção de ovos de frango de corte e incubação propiciou a aquisição de conhecimentos na área de produção industrial de aves. Pode-se notar que na empresa os controles de cada etapa da produção eram realizados com foco na sanidade dos lotes de matrizes e melhor desempenho zootécnico das mesmas. No incubatório foi possível perceber intenso trabalho em diagnóstico de problemas relacionados a fertilidade e eclodibilidade dos ovos. Em ambos setores, matrizes e incubatório, para que a sanidade e eficiência zootécnica fosse a esperada pela empresa, foi possível perceber que o trabalho do médico veterinário é insubstituível, assim como é importante o envolvimento do produtor para que as ações sanitárias e de manejo determinadas sejam aplicadas na produção. 65 REFERÊNCIAS ALMEIDA, J. G.; DALHKE, F.; MAIORKA, A.; FARIA FILHO, D. E.; OELKE, C. A. Efeito da idade da matriz no tempo de eclosão, tempo de permanência do neonato no nascedouro e peso do pintainho. Archives of Veterinary Science, Curitiba, v. 11, n.1, p.45-49, 2006. AMARAL, P.F.G.P.; MARTINS, L.A.; OTUTUMI, L.K. Biosseguridade na criação de frangos de corte. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v.10, n.18, p. 1-22, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL. Relatório anual 2015. São Paulo, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL. Relatório anual 2016. São Paulo, 2016. 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