UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA Análise de sedimento de fundo: uma amostragem representativa do estuário Potengi/RN Aécia Seleide Dantas _______________________________________ Dissertação de Mestrado Natal/RN, setembro de 2009 Aécia Seleide Dantas ANÁLISE DE SEDIMENTO DE FUNDO: UMA AMOSTRAGEM REPRESENTATIVA DO ESTUÁRIO POTENGI/RN Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Química. Orientador: Prof. Dr. Djalma Ribeiro da Silva. Natal/RN 2009 Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial de Química Dantas, Aécia Seleide. Análise de sedimento de fundo: uma amostragem representativa do estuário Potengi/RN. Aécia Seleide Dantas. Natal, RN, 2009. 114 f. Orientador: Djalma Ribeiro da Silva Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Química. 1. Sendimentos – Dissertação. 2. Elementos traço – Dissertação. 3. ICP-OES – Dissertação. I. Silva, Djalma Ribeiro da. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/UFRN/BSE- Química CDU 551.3.051 Porque o SENHOR dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade. Provérbios 2.6-7 AGRADECIMENTOS Agradeço acima de tudo a Jesus, pela sua misericórdia que se renova a cada manhã, pois sem ela seria impossível concluir esse trabalho. O seu amor é o que tenho de mais precioso. A tio Mozart e sua família por me proporcionar moradia e conforto como uma verdadeira família. À minha amada irmã, Airley, por me apoiar em todos os momentos, e por ouvir minhas neuras durante anos. Não tenho palavras para agradecer a Deus por ter me dado você como irmã. Aos meus pais, pelo amor, pelas conversas e pelas orações. É um alívio saber que posso sempre contar com vocês. Ao meu amado sobrinho, Ephram Lucas, simplesmente por ter vindo a esse mundo e fazê-lo um lugar mais alegre com isso. À minha “prima-irmã” Lorena, você sempre irá morar no meu coração. Às minhas amigas químicas, Emily, Rina e Verushka, pelos cafés, discussões e conselhos. À minha amiga Tarcila pela companhia nas várias horas extras que foram vitais para conclusão desse trabalho. Ao prezado e querido Prof. Djalma, pela orientação e incentivo. Eu não poderia ter melhor orientador. Ao meu amigo Severino, meu muitíssimo obrigado. Ao Pr. Fábio Rosseti pelas conversas que sempre me inspiram a procurar mais e mais a sabedoria. Obrigada por dividir seus conhecimentos sem cobrar nada. À Wilson Ferreira por sempre ter me ajudado a entender a técnica de ICP-OES. À CAPES, pelo apoio financeiro, através da bolsa de estudo ao longo de dois anos. Ao IDEMA pelo apoio financeiro e por fornecer o mapa do Rio Potengi. A todos que trabalham comigo no laboratório. Vocês são mais que colegas de trabalho, são amigos. RESUMO Esse trabalho objetiva avaliar, por meio da quantificação, a presença dos elementos maiores e menores nos sedimentos do estuário Potengi. Para o estudo, foram definidos quatro pontos de amostragem georeferenciados, onde em cada um deles foram coletadas amostras de sedimento na calha do rio e nas margens esquerda e direita. Além disso, foram realizadas medidas de pH, oxigênio dissolvido, salinidade e condutividade da água in situ no momento da coleta. Em laboratório foram feitas determinações da porcentagem de matéria orgânica por Gravimetria e análise granulométrica nas amostras de sedimento. Para quantificação dos elementos maiores e menores foi realizado um teste prévio para abertura da amostra com um padrão de sedimento estuarino NIST 1646a para escolha da melhor metodologia a ser adotada. As amostras de sedimento foram digeridas em microondas com ácido nítrico e ácido clorídrico segundo metodologia proposta pela US EPA 3051A. As análises quantitativas dos elementos Al, Fe, Cd, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb e Zn foram realizadas por espectrometria de emissão ótica com plasma acoplado indutivamente (ICP-OES). Através destas observou-se que as concentrações parciais dos elementos analisados estão abaixo do folhelho padrão tomado como média mundial descritas por Turekian e Wedepohl (1961). Palavras- Chave: Sedimento. Elementos traço. ICP-OES. ABSTRACT The aim of this study is to quantify the presence of major and minor elements in the sediments of estuary Potengi. Four georeferenced sampling points were used in the study, at which sediment samples were collected in the channel of the river and on the right and left banks. In addition, dissolved oxygen, salinity and water conductivity were taken in situ at the time of sample collection. The percentage of organic matter, determined by gravimetry, and granulometric analysis of the sediment samples were conducted in the laboratory. To quantify the major and minor elements a prior test to open the sample was conducted with standard NIST 1646ª estuarine sediment to choose the best methodology to be adopted. The sediment samples were dissolved in microwaves with nitric acid and chloridric acid, according to methodology proposed by US EPA 3051ª. Quantitative analyses of the elements Al, Fe, Cd, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb and Zn were conducted by inductively coupled plasma optical emission spectrometry (ICPOES). The results showed that the partial concentrations of the elements analyzed are below average worldwide shale levels, the standard described by Turekian and Wedepohl (1961). Keywords: Sediment. trace elements, ICP-OES. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Camadas que compõem o solo................................................ 22 Figura 2 Diagrama esquemático de uma fonte de plasma de argônio.... 41 Figura 3 Representação da emissão atômica......................................... 43 Figura 4 Fluxograma das Etapas Desenvolvidas no trabalho................. 45 Figura 5 Localização dos pontos de amostragem do estuário Potengi... 47 Figura 6 Ponto E01 - Rio Potengi – Dique da Marinha do Brasil............ 50 Figura 7 Ponto E02 - Rio Potengi - Jusante do Canal do Baldo............. 50 Figura 8 Ponto E03 - Rio Potengi - Em frente ao Iate Clube.................. 51 Figura 9 Ponto E04 - Rio Potengi - Ponte Newton Navarro.................... 51 Figura 10 Gráfico da granulometria do Ponto E01- Margem Direita......... 66 Figura 11 Gráfico da granulometria do Ponto E01- Calha........................ 66 Figura 12 Gráfico da granulometria do Ponto E01-Margem Esquerda..... 66 Figura 13 Gráfico da granulometria do Ponto E02- Margem Direita......... 67 Figura 14 Gráfico da granulometria do Ponto E02- Calha........................ 67 Figura 15 Gráfico da granulometria do Ponto E02-Margem Esquerda..... 67 Figura 16 Gráfico da granulometria do Ponto E03- Margem Direita......... 68 Figura 17 Gráfico da granulometria do Ponto E03- Calha........................ 68 Figura 18 Gráfico da granulometria do Ponto E03-Margem Esquerda..... 68 Figura 19 Gráfico da granulometria do Ponto E04- Margem Direita......... 69 Figura 20 Gráfico da granulometria do Ponto E04- Calha........................ 69 Figura 21 Gráfico da granulometria do Ponto E04-Margem Esquerda..... 69 Figura 22 Médias das concentrações do teor de matéria orgânica (%) encontrada nas amostras de sedimento de fundo.................... Figura 23 Gráficos das concentrações de alumínio no sedimento, em porcentagem............................................................................. Figura 24 76 Gráficos das concentrações de manganês no sedimento, em mg.Kg-1...................................................................................... Figura 26 75 Gráficos das concentrações de ferro no sedimento, em porcentagem............................................................................. Figura 25 70 76 Gráficos das concentrações de cádmio no sedimento, em mg.Kg-1...................................................................................... 78 Figura 27 Gráficos das concentrações de chumbo no sedimento, em mg.Kg-1 .................................................................................... Figura 28 Gráficos das concentrações de cobre no sedimento, em mg.Kg-1 .................................................................................... Figura 29 81 Gráficos das concentrações de cromo no sedimento, em mg.Kg-1 ..................................................................................... Figura 31 81 Gráficos das concentrações de zinco no sedimento, em mg.Kg-1 ..................................................................................... Figura 30 79 82 Gráficos das concentrações de níquel no sedimento, em mg.Kg-1 ..................................................................................... 83 Quadro 4.1 Estações de coletas, suas coordenadas e as possíveis fontes poluidoras.................................................................................. 49 Quadro 5.1 Classificação granulométrica dos sedimentos (CONAMA 344/2004*)................................................................................. 63 LISTA DE TABELAS Tabela 4.1 Resultados da média (n = 3) das recuperações dos analitos nas diferentes extrações parciais (%)................................................. 55 Tabela 4.2 Programação do digestor por microondas................................... 56 Tabela 4.3 Condições de operação do ICP-OES........................................... 58 Tabela 4.4 Comprimento de onda, coeficiente de correlação, faixa de concentração e limites de detecção e quantificação, das curvas analíticas utilizadas...................................................................... Tabela 5.1 Resultados obtidos na caracterização das amostras de água nos pontos de amostragem do estuário Potengi/RN................... Tabela 5.2 62 Resultado da caracterização granulométrica e classificação das amostras segundo CONAMA 344/2004...................................... Tabela 5.3 59 64 Comparação das médias (n = 3) dos resultados da porcentagem de matéria orgânica nas amostras de sedimento e a média (n = 3) dos elementos menores, em mg.Kg-1.............. 72 Tabela 5.4 Resultado da média (n = 3) da %MOT......................................... 73 Tabela 5.5 Resultados da Quantificação dos elementos maiores................. 77 Tabela 5.6 Resultados da quantificação dos elementos traço Cd, Cr e Cu... 84 Tabela 5.7 Resultados da quantificação dos elementos traço Ni, Pb e Zn.... 84 Tabela 5.8 Comparação da concentração de elementos maiores e menores em sedimentos de diversos estuários do estado do -1 RN e do folhelho padrão mundial (em mg.Kg , Al e Fe em %)... 85 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS %OD – Oxigênio Dissolvido e sua Saturação µg.L-1 – Microgramas por Litro µM – Micrômetros APHA – American Public Health Association CAERN – Companhia de Águas e Esgotos do RN CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente COT – Carbono Orgânico Total DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio DP – Desvio Padrão DQO – Demanda Química de Oxigênio GPS – Global Position Search ICP-OES – Espectroscopia de Emissão com Fonte de Plasma Indutivamente Acoplado LD – Limite de Detecção m3 – Metros Cúbicos mg (Pt-Co).L-1 – Miligrama de Platina-Cobalto por Litro mg.L-1 – Miligrama por Litro MOT – Teor de Matéria Orgânica OD – Oxigênio Dissolvido pH – Potencial Hidrogeniônico ppb – Partes por Bilhão ppm – Partes por Milhão SERHID – Secretaria de Recursos Hídricos TOG – Teor de Óleos e Graxas UNT – Unidade Nefelométrica de Turbidez USEPA – United States Environmental Protection Agency UTM – Universal Transverse Mercator SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 15 2 OBJETIVOS.......................................................................................... 17 2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................... 17 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................ 17 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................ 19 3.1 ÁREA DE ESTUDO.............................................................................. 19 3.1.1 Estuários ............................................................................................ 19 3.1.1.1 Estuário Potengi .................................................................................. 19 3.2 SEDIMENTOS...................................................................................... 20 3.3 PARÂMETROS ANALISADOS NESTE TRABALHO........................... 22 3.3.1 Granulometria..................................................................................... 22 3.3.1.1 Efeito do tamanho das partículas sobre a acumulação de metais pesados................................................................................................ 3.3.2 Teor da matéria orgânica .................................................................. 23 24 3.3.3 Elementos maiores e traços.............................................................. 25 3.3.3.1 Alumínio................................................................................................ 27 3.3.3.2 Cádmio................................................................................................. 28 3.3.3.3 Chumbo................................................................................................ 29 3.3.3.4 Cobre.................................................................................................... 30 3.3.3.5 Cromo................................................................................................... 32 3.3.3.6 Ferro..................................................................................................... 33 3.3.3.7 Manganês............................................................................................. 35 3.3.3.8 Níquel................................................................................................... 36 3.3.3.9 Zinco..................................................................................................... 37 3.4 DIGESTÃO ÁCIDA POR MICROONDAS EM AMOSTRAS DE SEDIMENTO........................................................................................ 3.5 DETERMINAÇÃO DAS ESPÉCIES METÁLICAS................................ 3.6 ESPECTROMETRIA DE EMISSÃO ÓPTICA COM PLASMA 38 39 ACOPLADO INDUTIVAMENTE (ICP-OES)......................................... 3.6.1 40 Plasma indutivamente acoplado (ICP).............................................. 41 3.6.2 Introdução da amostra líquida.......................................................... 3.6.3 Excitação da amostra......................................................................... 42 42 4 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................... 45 4.1 FLUXOGRAMA DOS PROCEDIMENTOS........................................... 45 4.2 ÁREA DE ESTUDO.............................................................................. 46 4.3 COLETA E ACONDICIONAMENTO DAS AMOSTRAS....................... 51 4.4 MATERIAIS, REAGENTES E VIDRARIAS.......................................... 52 4.5 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS PARA ANÁLISES.......................... 4.5.1 53 Secagem das amostras...................................................................... 53 4.6 PARÂMETROS ANALISADOS............................................................. 53 4.6.1 Granulometria..................................................................................... 4.6.2 Determinação da matéria orgânica total nas amostras dos sedimentos de superfície................................................................... 53 Determinação da concentração das espécies metálicas............... 54 54 4.6.3.1 Digestão ácida por microondas dos sedimentos.................................. 56 4.6.3.2 Análise da concentração das espécies metálicas por ICP-OES.......... 57 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................... 61 5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA........................................................... 61 5.2 CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA.......................................... 63 5.3 TEOR DA MATÉRIA ORGÂNICA......................................................... 70 5.4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA QUANTIFICAÇÃO DOS 4.6.3 ELEMENTOS........................................................................................ 5.4.1 74 Elementos maiores............................................................................. 74 5.4.2 Elementos traços................................................................................ 77 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES.......................................................... 87 6.1 CONCLUSÕES..................................................................................... 87 6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS................................... 89 REFERÊNCIAS.................................................................................... 91 APÊNDICE........................................................................................... 98 1 INTRODUÇÃO 15 1 INTRODUÇÃO Sedimentos de rios, lagos e oceanos contaminados têm-se tornado assunto de grande interesse mundial, pois estes estão associados a contaminantes que podem se distribuir por ressuspensão de partículas do próprio sedimento, podendo se acumular na cadeia alimentar ou afetar a biota. A capacidade dos sedimentos em acumular compostos os torna carregadores e possíveis fontes de poluição à água no ambiente aquático, uma vez que, alterações no pH, potencial redox ou a presença de quelantes orgânicos podem promover a redisposição dos metais retidos nos sedimento ( BEVILACQUA et al, 2009). Portanto, a análise de sedimento de rios e riachos tem provado ser uma ferramenta muito útil nos estudos de poluição, pois as propriedades de acúmulo e de redisposição de espécies nos sedimentos, os qualificam de extrema importância em estudos de impacto ambiental, devido registrarem, em caráter mais permanente, os efeitos de contaminação (ALMEIDA, 2007). Dentre os compostos indicadores de contaminação ambiental de um corpo d’água, encontram-se as espécies metálicas, principalmente os metais pesados, os quais, quando encontrado em grande concentração, merecem maior preocupação, por serem não degradáveis e, portanto, permanecendo por longos períodos no ambiente, podendo, inclusive, introduzir-se na cadeia alimentar através da bioacumulação e gerar efeitos tóxicos e crônicos aos seres humanos. É importante destacar essa propriedade dos metais, visto que, em pequenas quantidades, são essenciais aos organismos, mas quando em excesso, desencadeiam diversos problemas, comunidades bentônicas, perifítica, causando mortalidade planctônica, de nectônica peixes e e seres fotossintetizantes (SILVA, 2002). Sendo assim, para se avaliar a contaminação dos sedimentos no meio ambiente aquático, é necessário coletar amostras para definir adequadamente suas características químicas e físicas. Até o presente, não há um método definitivo de padronização na amostragem de sedimentos, e, além disso, é importante escolher bem o método de abertura da amostra, uma vez que existem diferentes tipos. Aécia Seleide Dantas - 2009 16 Entre as várias fontes antrópicas de poluição por metais destacam-se: contaminação por pesticidas, combustão de carvão e óleo, emissões veiculares, incineração de resíduos urbanos e industriais, água contaminada na irrigação e, principalmente, atividades de mineração, fundição e refinamento. Apresentamos alguns exemplos: • Impurezas em fertilizantes: Cd, Cr, Mo, Pb, U, V e Zn; • pesticidas: Cu, As, Hg, Pb, Mn e Zn; • preservativos de madeira: As, Cu e Cr; • dejetos de produção intensiva de porcos e aves: Cu, As e Zn. Nas últimas décadas, os corpos d’água da cidade de Natal, em particular o meio estuarino do Rio Potengi, tem sido submetido aos efeitos da ocupação desordenada, uso inadequado do solo, lançamento de efluentes domésticos e industriais, sem qualquer tratamento prévio, gerando pontos críticos de poluição. Esses fatores constituem potencial fonte de contaminação das reservas hídricas subterrâneas e superficiais e uma grande ameaça à saúde pública. Deste modo, tornar-se necessário o monitoramento das condições atuais do sedimento de fundo do estuário em questão, por meio de um diagnóstico, para assim avaliar as alterações ambientais ocasionadas e compreender melhor suas consequências ao ecossistema. Aécia Seleide Dantas - 2009 17 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL O objetivo deste trabalho é avaliar, por meio da identificação e quantificação, a qualidade dos sedimentos do Estuário Potengi, com ênfase na análise das espécies metálicas, contribuindo, assim, para o diagnóstico dos problemas ambientais. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 9 Determinar e quantificar as concentrações dos seguintes elementos: alumínio, cádmio, chumbo, cobre, cromo, ferro, manganês, níquel e zinco, nos sedimentos do Estuário Potengi. 9 Caracterizar os sedimentos por meio da análise granulométrica. 9 Determinar o teor de matéria orgânica. 9 Comparar as concentrações parciais das espécies metálicas nos sedimentos da calha com os das margens direita e esquerda de cada ponto de amostragem, para avaliar a influência da dinâmica do estuário. Aécia Seleide Dantas - 2009 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Aécia Seleide Dantas - 2009 19 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 ÁREA DE ESTUDO 3.1.1 Estuários Zonas costeiras e estuários são ambientes de grande complexidade, nos quais a água doce proveniente de rios e córregos flui até o oceano onde se misturam com a água salgada do mar. Nestes estuários, a implantação desordenada de uma série de atividades econômicas tem causado, nos últimos anos, uma grande variedade de impactos. Dentre os principais impactos estão à infiltração de contaminantes nas águas subterrâneas, descargas de efluentes urbanos e industriais, deposição de resíduos e lixos, influência das atividades agrícolas e ocupação urbana. Sendo assim, estuários de todo o mundo estão sujeitos a transformações decorrentes das diversas atividades antrópicas (COSTA, 2008; FERNANDES, 2001). Estes sistemas são extremamente dinâmicos: movem-se e mudam constantemente em resposta aos ventos, às marés e ao escoamento do rio. Daí que a compreensão do transporte e da distribuição dos poluentes nestes sistemas requer um conhecimento dos processos físico-químicos e biológicos, além das propriedades dos próprios contaminantes que ocorrem em tais sistemas. (LANDAJO, 2004). 3.1.1.1 Estuário Potengi O estuário do Rio Potengi está localizado no litoral oriental do Rio Grande do Norte, compreendendo uma extensão marinha entre os baixios de Genipabu (ao norte), até a praia do Meio (ao sul) (ARAÚJO, 2005). Tem como principais Aécia Seleide Dantas - 2009 20 contribuintes os rios Potengi e Jundiaí. De acordo com o SEMARH (2009), esta bacia abrange uma superfície de cerca de 4.093,0 Km2, equivalendo a 7,7% do território estadual. Este estuário apresenta influência tipicamente marinha, onde a ação das marés penetra com vazões que variam de 5.000 até 20.000 m3. s1 (COSTA, 2008). Tomando como referência de estudo o estuários do Potengi, é possível visualizar sinais de poluição nele, onde os possíveis responsáveis são as atividades realizadas ao longo de sua extensão, e a ocupação populacional desordenada. Esgotos domésticos e industriais sem tratamento vêm sendo lançados diretamente no estuário em questão há muitos anos, como o Canal do Baldo. Esses esgotos são provenientes das habitações urbanas, com uma carga muito alta de resíduos originados de instalações sanitárias, onde há concentrações de matéria orgânica. Os esgotos industriais também são grandes agentes poluidores ao longo do estuário Potengi, principalmente os originários das indústrias de beneficiamento de couro e de camarão (CUNHA, 2004). 3.2 SEDIMENTOS Sedimentos de ambientes aquáticos são constituídos por diferentes formas, tamanho de partículas minerais e orgânicas com granulometria variada que cobre o fundo dos rios, lagos, reservatórios, estuários e oceanos (BAIRD, 2002). Sua composição inclui partículas heterogêneas como colóides, detritos, bactérias, algas, óxidos, hidróxidos, silicatos, carbonatos, sulfetos e fosfatos (MANAHAN, 2001). Entende-se que um sedimento é geralmente formado por fases sólidas de elementos majoritários: metais (Fe, Al, Ca, Mn), não metais (C, S, Si e P) e elementos-traço (Cd, Cr, Cu, Pb, Zn, Ni, etc); precipitados e compostos hidrolisados como Cu2(OH)2CO3, Pb5(PO4)3Cl, Pb3(PO4)2, Zn5(OH)6(CO3)2, Zn3(PO4)2.H2O e ZnSiO4. Estes elementos podem estar presentes em altas concentrações devido a processos diagenéticos ou por contaminação, pois possuem maior tendência a co-precipitar e adsorver no material particulado (LEMES, 2001). Aécia Seleide Dantas - 2009 21 O sedimento tem um papel importante em relação à presença de metais, pois, dependendo do ambiente em que se encontram, podem representar uma fonte de liberação ou um sumidouro para os metais provenientes das águas (FROEHNER, 2008). As concentrações totais de metais no sedimento não indicam necessariamente a ocorrência de contaminação por fontes externas, pois dependem do material de origem do sedimento e de suas propriedades. Por esse motivo, o estudo das concentrações parciais dos metais, da granulometria das amostras e da matéria orgânica é fundamental para se entender a dinâmica dos metais em um ambiente aquático (ZAMBETTA, 2006). O estudo de processos relacionados ao comportamento químico, transporte e acúmulo de poluentes, principalmente metais pesados em rios e estuários, apresenta relevância, não só para controle ambiental, mas também para o entendimento dos mecanismos geoquímicos que ocorrem nestes ambientes. Rejeitos industriais, esgotos domésticos, estruturas geoquímicas e atividades de mineração são as principais fontes potenciais de poluição por metais pesados do meio ambiente em geral. No ecossistema aquático, esses metais têm recebido considerável atenção nos últimos anos, em virtude do seu acúmulo e do potencial risco toxicológico à biota local (HORTELLANI et al., 2008). Dentre as justificativas de se estudar a contaminação dos sedimentos por espécies metálicas as duas mais importantes são: 1) a presença desses contaminantes nos sedimentos de rios, estuários e águas marinhas costeiras, implicam em potencial degradação desses ambientes; 2) e a contaminação dos sedimentos pode vir a deteriorar continuamente a qualidade da água de mananciais, mesmo após a redução ou completa eliminação das emissões. Aécia Seleide Dantas - 2009 22 3.3 PARÂMETROS ANALISADOS NESTE TRABALHO 3.3.1 Granulometria O solo é um meio complexo e heterogêneo, produto de alteração do remanejamento e da organização do material original (rocha, sedimento ou outro solo), sob a ação dos seres vivos, da atmosfera e das trocas de energia que ali se manifestam. É constituído por quantidades variáveis de minerais, matéria orgânica, água, ar e organismos vivos, que incluem plantas, bactérias, fungos, protozoários, invertebrados e outros animais (MEDEIROS, 2009). Dependendo da espécie mineralógica que o originou e dos mecanismos de intemperismo e transporte, o solo apresenta diferentes camadas que são constituídas das frações: areia, siltes ou argilas, as quais são representadas na figura 1. Figura 1 - Camadas que compõem o solo. Adaptado de NASCIMENTO, 2008. Existem diferentes técnicas para a determinação da distribuição granulométrica no solo com base em diversos princípios físicos e que medem propriedades distintas relacionadas com o tamanho das partículas, sempre Aécia Seleide Dantas - 2009 23 consideradas esféricas. O Método de Espalhamento de Luz Laser, também chamado de Difração Fraunhofer, utiliza, como princípio, a interação de um feixe de luz com partículas em um meio fluido. Quando um feixe de luz monocromático e colimado de um laser He-Ne atinge uma quantidade de partículas, parte desta luz é submetida a um espalhamento, parte é absorvida e parte é transmitida. No espalhamento, a luz pode ser difratada, refratada e refletida. Neste método, um conjunto de lentes, detectores foto-elétrico e um microprocessador irão captar a intensidade da energia espalhada e transformá-la em distribuição volumétrica das partículas, assumindo-se, a princípio, que as partículas têm formato esférico (RAWLE, 2002). 3.3.1.1 Efeito do tamanho das partículas sobre a acumulação de metais pesados Constituídos de frações mineralógicas que possuem partículas de tamanhos, formas e composições químicas distintas, os sedimentos constituem vastas áreas de terras e suas propriedades dependem acentuadamente da origem e do transporte sofridos por eles. (MANAHAM, 2001; BAIRD, 2002; MENDES, 2006). Esta variabilidade nos sedimentos tem importantes consequências, pois a mineralogia e o conteúdo de elementos traço dependem do tamanho das partículas. As partículas mais finas (aquelas com diâmetro menor que 4 micrometro, chamada fração pelítica ou argila), por exemplo, geralmente são pobres em quartzo e feldspato potássico, mas ricas em minerais de argila, como caulinita, montmorilonita, muscovita e paragonita, em relação às partículas mais grossas (frações silte entre 4 e 63 micrometros, e areia maior que 63 micrometro). A fração pelítica também é enriquecida em ferro, sob a forma de óxidos de ferro ou como ferro associado às argilas, e em matéria orgânica. A fração fina contém não apenas uma grande proporção de argila, ferro e matéria orgânica, mas também elevadas concentrações de elementos traço (GARLIPP, 2006). A literatura tem mostrado que, quanto mais fina for a textura do solo/sedimento, maior será o teor de metais nele encontrado (ZAMBETA, 2006). Isso se deve ao fato de que nas frações mais finas tem-se uma maior razão área Aécia Seleide Dantas - 2009 24 superficial/tamanho do grão (SANTOS et al., 2006). Sedimentos contaminados, frequentemente mostram um enriquecimento similar de metais nas frações mais finas e autores têm sugerido que o grau de contaminação pode ser melhor estimado pela análise da fração pelítica (BOSTELMANN, 2006). Contudo, existem situações nas quais os metais contaminantes atingem as frações mais grossas do sedimento. Por exemplo as atividades de mineração e fundição de lixo, pois, podem em alguns casos aumentar a concentração de metais nas frações mais grossas em relação às frações mais finas. Portanto, é importante se determinar as concentrações de metais em várias frações de sedimentos contaminados, como também no sedimento de regiões livres de contaminação (HOROWITZ, 1991; WARREN, 1981 citado por GARLIPP, 2006). 3.3.2 Teor de matéria orgânica A matéria orgânica desempenha um importante papel no meio aquático, através da formação de complexos estáveis com os elementos metálicos (BAIRD, 2002). As substâncias orgânicas são capazes de complexar metais e aumentar a solubilidade destes. Além do mais, alteram a distribuição entre as formas oxidadas e reduzidas dos metais, a toxicidade do metal e a biodisponibilidade para a vida aquática, além de influenciar em que extensão os metais são adsorvidos na matéria suspensa. Esta matéria orgânica está intimamente ligada aos elementos Cu, Zn e Fe nos sedimentos de lagos e ao Cu nos sedimentos de rios, podendo ser agrupada em substâncias húmicas e não húmicas. As substâncias não húmicas são substâncias com características químicas definidas, tais como, polissacarídeos, aminoácidos, açúcares, proteínas e ácidos orgânicos de baixa massa molar. Já as substâncias húmicas não apresentam características químicas e físicas bem definidas e se dividem em ácidos húmicos e ácidos fúlvicos, com base nas suas características de solubilidade (VICENT-BECKETT et al.,1991). Tais materiais húmicos têm uma grande afinidade pelos cátions de metais pesados, de maneira que os extraem da água por meio de processos de troca iônica. A fixação de cátions metálicos ocorre, em grande parte, por meio da Aécia Seleide Dantas - 2009 25 formação de complexos com íons metálicos através dos grupos COOH dos ácidos húmicos e fúlvicos (BAIRD, 2002). Essa excepcional capacidade de complexação de metais pelo ácido húmico, está diretamente ligada ao teor de oxigênio encontrado na estrutura na forma de grupos carboxílicos e fenólicos. A matéria orgânica tem uma boa capacidade de adsorção para metais pesados, e essa esta tende a diminuir na seqüência Cu, Zn, Pb, Cr, Ni e Cd. (SOARES et al.,1999 citado por MARIANI, 2006). Uma importante propriedade física da matéria orgânica está associada à textura fina dos sedimentos, contendo geralmente uma porcentagem natural de material húmico, derivado de transformações biológicas de plantas e detritos de animais. O material húmico pode estar presente como uma discreta partícula ou como uma camada em partículas de argila, pois ele aumenta a afinidade do sedimento com os metais (FORSTNER & WITTMANN, 1981 citado por LIRA, 2008). Esta afinidade pode tanto concentrar metais no ambiente, impactando-o, quanto pode ser empregada na remoção de metais em ambientes impactados. A matéria orgânica nos sedimentos pode ser originada de fontes naturais e antrópicas. Contudo, a ação antrópica tem sido responsável por alterações significativas nos fluxos de materiais principalmente nas zonas costeiras, devido a quatro principais fatores: queima de combustíveis fósseis com conseqüente emissão de C, N e S; mudanças no uso do solo, resultando em aumentos no transporte de carbono orgânico, sedimentos e nutrientes para a zona costeira; aplicação de fertilizantes contendo P e N; e descargas de esgotos domésticos (CARREIRA & WAGENER, 2003 citado por NASCIMENTO, 2008). A sedimentação de metais pesados dissolvidos é favorecida, dentre outros parâmetros, pela elevada concentração de compostos orgânicos no meio. 3.3.3 Elementos maiores e traços As espécies metálicas são amplamente distribuídas pela crosta terrestre e, juntamente com os outros elementos, fazem parte da estrutura cristalina das rochas. Aécia Seleide Dantas - 2009 26 Alguns elementos como Co, Fe, Mn, Mo, Ni, Se e V são essenciais em funções fisiológicas e bioquímicas. O Cu, Cr e Zn também podem ser considerados essenciais, porém, em altas concentrações passam a ser tóxicos. Outros elementos como Hg, Ag, As, Cd e Pb não têm funções biológicas conhecidas e são comprovadamente tóxicos para o homem. Falando em toxicidade, esta é a propriedade dos agentes tóxicos de promoverem efeitos nocivos às estruturas biológicas através de interações físicoquímicas. A toxicidade de qualquer substância depende da quantidade ingerida por um determinado organismo (LEMES, 2001). Por outro lado, as espécies metálicas são essenciais para a sobrevivência do homem e para o funcionamento da sociedade moderna, onde as transformações de matérias primas em produtos manufaturados tornaram-se uma condição necessária para a vida e o desenvolvimento do homem. A origem das espécies metálicas nos corpos hídricos provém de fontes difusas, podendo ser dividida em geogênica e antropogênica. Fontes industriais e urbanas foram identificadas como a causa primária da poluição por metais tóxicos (CLARK, 2001). O lixiviamento dos solos urbanos e as emissões industriais são as mais significativas fontes destes elementos para corpos receptores de água nos arredores dos grandes centros urbanos e de zonas industriais. As espécies metálicas ocorrem naturalmente no meio ambiente através da desagregação das rochas. No entanto, a introdução destes elementos através das atividades antrópicas pode alterar enormemente os ciclos biogeoquímicos naturais dos mesmos em corpos hídricos (SALOMONS et al., 1995). Os efluentes domésticos e industriais, além da drenagem urbana e rural, contribuem com grandes quantidades de poluição por metais pesados para os ambientes aquáticos, sendo que estas descargas ocorrem de modo pontual e podem levar a uma carga local excessiva de metais pesados na água (STUMM E MORGAN, 1996). Em geoquímica, os elementos são classificados de acordo com a sua abundância na crosta terrestre em (LIRA, 2008): • Elementos maiores, quando a sua concentração é superior a 1,0 % (maior que 10.000 ppm); Aécia Seleide Dantas - 2009 27 • elementos menores, quando a sua concentração está compreendida entre 1,0 e 0,1 % (entre 1.000 e 10.000 ppm); • elementos traços, quando a sua concentração é inferior a 0,1 % (menor que 1.000 ppm). Neste trabalho usaremos essa classificação geoquímica para se referir à concentração das espécies metálicas encontradas no sedimento de fundo. 3.3.3.1 Alumínio A maior parte do alumínio existente na crosta terrestre ocorre em aluminosilicatos e argilas, mas também é encontrado na caulinita (Al2(OH)4Si2O3), porém o mineral mais importante é a bauxita e ambos são minerais insolúveis. A bauxita é uma mistura complexa de hidróxidos de alumínio hidratado e óxido de alumínio. Este último é conhecido como a alumina, que na natureza ocorre como rubi, safira, coríndon e esmeril (HARRIS, 2005, SHRIVER, 2008). No lençol freático, devido à sua baixa solubilidade, os teores de alumínio geralmente não atingem alguns centésimos ou décimos de mg/L. Entretanto, devido ao processo de acidificação dos solos, onde o pH atinge valores inferiores a 5,0, há um aumento na dissolução de seus óxidos ou hidróxidos (MEDEIROS, 2009) Numa concentração de 130 μg/L, o alumínio mata os peixes. A principal via de exposição humana não ocupacional é pela ingestão de alimentos e água. A dose fatal para o homem é considerada de 550 a 600 mg. Provoca efeitos no coração, constrição dos vasos sangüíneos, elevando a pressão arterial e causando efeitos sobre o sistema nervoso (CETESB, 2004). O alumínio tem sido frequentemente usado como fator de normalização para as concentrações de elementos traço em sedimentos, devido a sua elevada concentração natural, além de fazer parte da estrutura dos minerais argilosos (BROWNLOW, 1996 citado por GARLIPP, 2006). Aécia Seleide Dantas - 2009 28 3.3.3.2 Cádmio Metal de consistência mole, branco, brilhante, cuja superfície escurece rapidamente em contato com o ar e que não oxida facilmente. Este pode ser encontrado em elevadas concentrações em rochas sedimentares e fosfatos marinhos. O cádmio apresenta-se nas águas devido às descargas de efluentes industriais, principalmente as galvanoplastias, produção de pigmentos, soldas, equipamentos eletrônicos, lubrificantes e baterias recarregáveis (Ni/Cd). É também usado como inseticida. A queima de combustíveis fósseis consiste também numa fonte de cádmio para o ambiente (COSTA, 2008; GARLIPP, 2006; MENDES, 2006; ALMEIDA, 2007). O cádmio tem mais mobilidade em ambientes aquáticos do que a maioria dos outros metais. É encontrado em água de superfície ou subterrânea como o íon Cd2+ hidratado, ou como um complexo iônico com outras substâncias inorgânicas ou orgânicas. Enquanto as formas solúveis podem migrar na água; o cádmio, em complexos insolúveis ou adsorvido a sedimentos, é relativamente imóvel (LABUNSKA et al., 2000). Este último se associa principalmente aos carbonatos e óxidos de Fe e Mn, em sedimentos oxidados (ROSENTAL et al., 1986). Em sedimentos anóxicos. O Cd se associa quase que exclusivamente a sulfetos (SALOMONS et al., 1987), sendo que os complexos de sulfeto e cádmio são moderadamente solúveis; portanto a mobilidade do Cd em ambientes redutores pode ser elevada. A exposição humana ao cádmio ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados (é um elemento bioacumulativo). Os efeitos agudos da contaminação por cádmio em humanos são muito sérios e abrangem irritação local nas vias aéreas, tosse persistente, dispnéia, dores toráxicas, náuseas e vômito quando o Cd é inalado. O cádmio não apresenta até o presente, alguma função biológica conhecida que o torne necessário ou essencial para os seres vivos. Aécia Seleide Dantas - 2009 29 3.3.3.3 Chumbo As maiores fontes naturais de chumbo são emissões vulcânicas e intemperismo geoquímico (WHO, 1995). É obtido a partir dos seus minérios como sulfetos, sendo o principal deste elemento a galena, (PbS) que sob a ação do oxigênio são convertidos em óxido (PbO), e podem ser reduzidos pelo carbono em alto forno (SHRIVER, 2008; ATKINS & JONES, 2006): O Pb é um metal mole de coloração branca-azulada, tornando-se acinzentado quando exposto ao ar, e é também resistente à corrosão (COSTA, 2008; NASCIMENTO, 2008). Suas principais fontes antrópicas são a indústria extrativa, a petrolífera, acumuladores, tintas, corantes, gráfica e bélica. A produção mundial de chumbo é de aproximadamente 43 milhões de toneladas por ano. Na forma metálica ele geralmente é recuperado e reciclado, mas a maior parte do Pb usado na forma de composto é perdida para o meio ambiente (ARAÚJO, 2005; NASCIMENTO, 2008). O chumbo é depositado nos lagos, rios e oceanos, proveniente da atmosfera ou do escoamento superficial do solo, oriundo de fontes naturais ou antropogênicas. O metal que alcança a superfície das águas é adsorvido aos sólidos suspensos e sedimentos. De acordo com Nascimento (2008), nos sistemas aquáticos, grande parte do chumbo conduzido pelos rios se encontra na forma insolúvel. Esta forma consiste em partículas de carbonato de chumbo, óxido de chumbo, hidróxido de chumbo ou outros compostos incorporados em outros componentes do material lixiviado do solo. As concentrações de chumbo em sedimentos costeiros e estuarinos não contaminados variam, geralmente, entre 5 e 30 μg/Kg de peso seco, sendo que a maior parte do chumbo nos sedimentos se encontra associada ao conteúdo da matéria orgânica presente e ao tamanho das partículas. Na ausência de espécies complexantes solúveis, o chumbo é quase que totalmente adsorvido na forma de espécies que se precipitam a pH maior que 6 (ALVES, 2001; NASCIMENTO, 2008). O chumbo residual (que faz parte da matriz mineral das partículas do sedimento) em locais não contaminados, está associado principalmente com aluminossilicatos, minerais de sulfetos e barita (BaSO4) podendo representar até 80 % do chumbo total. Este chumbo residual é imóvel e não biodisponível. Aécia Seleide Dantas - 2009 30 Quando o chumbo é lançado no meio ambiente, ele tende a se acumular em solos e sedimentos, onde, devido à baixa solubilidade, pode permanecer acessível à cadeia alimentar e ao metabolismo humano por muito tempo. O chumbo entra em contato com o homem pela inalação do ar atmosférico, ingestão de água ou alimento contaminado. A absorção depende da concentração do chumbo e do tempo de exposição, das propriedades físico-químicas do composto, idade e estado fisiológico do indivíduo, e dos níveis de Ca, Mg, Fe, P e vitamina D presentes na dieta. O chumbo tem sido responsável por sérios problemas de intoxicação por ser um metal que apresenta efeito cumulativo no organismo. As exposições crônicas causam vários males ao sistema nervoso, como por exemplo, encefalopatia, irritabilidade, cefaléia, tremor muscular, alucinações, perda de memória e capacidade de concentração. Suas intoxicações, com concentração de chumbo entre 100 a 120 μg/dL de sangue em indivíduos adultos e de 80 a 100 μg/dL de sangue em crianças, podem provocar anorexia, constipação, apatia, vômitos, fadiga, anemia, gosto metálico na boca, sede, entre outros (FIGUEIREDO, 1997; LEE, 2000; ARAÚJO, 2005; ALMEIDA, 2007). 3.3.3.4 Cobre O minério mais comum do cobre é a calcopirita, CuFeS2. Outros minérios são o sulfeto Cu2S, carbonato básico de cobre, CuCO3•Cu(OH)2, e o bornita Cu5FeSO4. Está presente também na turquesa CuAl6(PO4)4(OH)8•4H2O que é uma pedra semipreciosa, apreciada por sua coloração azul. O cobre sofre oxidação na presença da umidade do ar, oxigênio e dióxido de carbono. Dentre suas propriedades destacam-se a elevada condutividade térmica e elétrica, maleabilidade, resistência à corrosão, capacidade de se amalgamar e aspecto agradável (WHO, 1998). A combinação única das propriedades desse metal determina sua ampla variadade de aplicações, sendo usado na indústria elétrica, em tubulações de água, em ligas com Zn, Ni, P e Sn, como supercondutor de altas temperaturas (YBa2Cu3O7), nas indústrias de cachaça, algicidas, fungicidas, inseticidas, como conservante de madeiras e Aécia Seleide Dantas - 2009 31 pinturas em cascos de navios (LEE, 2000; HARRIS, 2005; ARAÚJO, 2005; MEDEIROS, 2009). As principais fontes naturais do cobre são poeiras, emissões vulcânicas, incêndios florestais, processos biogênicos e névoas aquáticas. As fontes antropogênicas incluem a galvanoplastia, corrosão de tubos de cobre e de latão por águas ácidas, fungicidas usados na preservação da madeira e efluentes de esgotos sanitários, a emissão pelas atividades de mineração e fundição, pela queima de carvão como fonte de energia e pelos incineradores de resíduos municipais (ARAÚJO, 2005). Em ambientes aquáticos o cobre ocorre tanto na forma solúvel como na particulada e coloidal, sendo estas duas últimas as mais freqüentes. A fração solúvel pode conter tanto o íon livre, como o cobre complexado a ligantes orgânicos e inorgânicos. Sua especiação em águas naturais é influenciada pelo pH, oxigênio dissolvido e pela presença de agentes oxidantes e compostos ou íons complexantes. Sua toxicidade nesse meio depende da presença de componentes orgânicos e da alcalinidade. O cobre é mais tóxico em baixas alcalinidades (GARLIPP, 2006; ALMEIDA, 2007). Na água do mar este elemento se encontra principalmente na forma de carbonato de cobre, ou em águas de baixa salinidade, como hidróxido de cobre. Em sedimento, o cobre é rapidamente adsorvido dependendo do tipo de sedimento, do pH, dos cátions presentes, da presença de ligantes e dos óxidos de manganês e ferro (ALVES, 2001; ALMEIDA, 2007; COSTA, 2008). A quantidade de matéria orgânica apresenta uma grande influência na forma como o cobre se encontra no sedimento. Quando esse teor é baixo, a maior parte do cobre que ele contém se encontra na fração residual associado à rede silicática das argilas. Em condições contrárias o cobre se associa principalmente aos sulfetos e à matéria orgânica. Em sedimentos desprovidos de oxigênio, o cobre pode reagir com diferentes espécies orgânicas e inorgânicas de enxofre, formando uma grande variedade de complexos solúveis e insolúveis, como, por exemplo, a calcocita (Cu2S), covelita (CuS), entre outros. Esses sulfetos apresentam baixa mobilidade e biodisponibilidade (NASCIMENTO, 2008). O cobre é um metal que ocorre naturalmente no ambiente, sendo um elemento essencial para a fotossíntese nas plantas, bem como no metabolismo animal. Uma pessoa adulta tem no organismo cerca de 100 mg de cobre. É a Aécia Seleide Dantas - 2009 32 terceira maior quantidade de um metal de transição, inferior apenas ao Fe (4 g) e ao Zn (2 g). Embora pequenas quantidades de cobre sejam essenciais, em níveis elevados (doses entre 4 e 400 mg de Cu/Kg de peso) pode produzir efeitos nocivos como, por exemplo, irritação no nariz, boca e olhos, como também vômitos, diarréia, cólicas estomacais, náuseas e até a morte (ATSDR, 2004; MEDEIROS, 2009). 3.3.3.5 Cromo O cromo é um metal duro, quebradiço e apresenta alto ponto de fusão e baixa volatilidade, tem coloração cinza aço, sem odor e muito resistente à corrosão. Apenas as formas, trivalente Cr3+ e hexavalente Cr6+, são consideradas de importância biológica (WHO, 1988). O único minério de cromo de importância comercial é a cromita (FeCr2O4), do qual o metal é obtido por redução com carbono em um forno de arco elétrico. O cromo é encontrado naturalmente em rochas, animais, plantas, solo, poeiras e névoas vulcânicas (WHO, 1988). O metal é importante na metalurgia porque é usado na fabricação de aço inoxidável e na cromagem. Pode ser introduzido no organismo por via oral, dérmica ou pulmonar e sua absorção depende do seu estado de oxidação. Na forma trivalente, o cromo é essencial ao metabolismo humano e sua carência causa doenças, já na forma hexavalente é tóxico e cancerígeno. (LEE, 2000; ALMEIDA, 2007; MENDES, 2006; FIGUEIREDO, 1997). Em ambientes aquáticos, o Cr6+ apresenta-se, predominantemente, na forma solúvel. Essas formas solúveis podem ser estáveis o suficiente para sofrerem o transporte entre meios, e, eventualmente, é convertido em Cr3+ por ação de espécies redutoras como substâncias orgânicas, sulfeto de hidrogênio, enxofre, amônio e nitrito. Essa forma trivalente geralmente não migra significativamente em sistemas naturais. Ao contrário, ela é rapidamente precipitada e adsorvida a partículas suspensas e sedimentos de fundo, por isso, geralmente Cr3+ é mais abundante do que Cr6+ em sedimentos. No entanto, mudanças nas propriedades químicas e físicas do ambiente aquático podem Aécia Seleide Dantas - 2009 33 ocasionar mudanças no equilíbrio entre as formas trivalente e hexavalente. Quase todo o cromo hexavalente existente no meio ambiente é proveniente das atividades humanas (SILVA, 2001). Dentre as principais atividades humanas, nas quais o cromo e seus compostos são liberados para o meio ambiente, estão as emissões decorrentes da soldagem de ligas metálicas, fundições, manufatura do aço e ligas, indústria de galvanoplastia, minas, incineração de lixo, curtumes, e fertilizantes (WHO, 1988). As concentrações de cromo total em sedimentos marinhos e estuarinos não contaminados geralmente variam de 50 a 100 µg.g-1 peso seco. As pequenas quantidades de Cr+6 em sedimentos geralmente estão firmemente ligadas à matéria orgânica e ao óxido de ferro que cobre as partículas de argila. Nos estuários que recebem cromo proveniente de curtumes e placas elétricas, mais de 80% do cromo total encontrado no sedimento está associado à matéria orgânica e aos sulfetos. Já em sedimentos oxidados menos contaminados, o cromo freqüentemente encontra-se adsorvido aos óxidos de ferro (50 a 70%), de acordo com Kersten & Forstner (1986) citado por Garlipp (2006). Mais de 70% do cromo em sedimentos não contaminados podem estar associados à fração residual, não biodisponível. 3.3.3.6 Ferro Quase todas as rochas e solos contêm menos traços de ferro (GUIMARÃES, 2007; LIMA, 2001). O ferro tem como principais minérios: a hematita, Fe2O3, a magnetita, Fe3O4, a limonita, FeO(OH), e a siderita, FeCO3. Em virtude de afinidades geoquímicas, quase sempre é acompanhado pelo manganês. Suas características estão relacionadas com seus estados de oxidação e seu comportamento está ligado ao ciclo do carbono, oxigênio e enxofre. O ferro puro é um metal de cor branco-prateado, maleável, muito reativo, e facilmente oxidável (LIMA, 2001). Devido a essas características tornou-se um elemento indispensável à indústria, sendo empregado formando ligas com outros metais, resultando em uma grande variedade de tipos de aço indispensáveis ao desenvolvimento e manutenção da sociedade moderna. Aécia Seleide Dantas - 2009 34 Entre as fontes antropogênicas de ferro de origem industrial estão, as emissões pelas atividades de mineração, fundição e soldagem. Nas de origem urbana estão os efluentes de esgotos e o escoamento superficial urbano (LIMA, 2001; ABU-HILAL, 1990). O ferro é um elemento essencial a todas as formas de vida e sua importância biológica reside na sua função de transporte de elétrons em plantas e animais (citocromos e ferredoxinas), no transporte de oxigênio no sangue de animais mamíferos, no armazenamento de oxigênio na mioglobina; sendo, portanto, essenciais para a vida animal e vegetal, quando presente em pequenas doses. Do contrário, é tóxico, causando irritação da parede gastrintestinal, problemas cardiovasculares e respiratórios, entre outros (LEE, 2000; ALMEIDA, 2007). Em águas não poluídas, seu teor varia em função da litologia da região e do período chuvoso, quando pode acontecer carreamento de solos com teores mais elevados de ferro (ALMEIDA, 2007). A forma reduzida do ferro torna-se +3 solúvel principalmente sob a forma de bicarbonato, ou íons Fe em equilíbrio com o Fe(OH) , após sua oxidação (ESTEVES, 1998). 3 O ferro que se acumula no sedimento estuarino é oriundo de esgotos domésticos, industriais e ainda da área portuária. Pode ocorrer sob a forma de óxidos hidratados, de partículas coloidais ou na cobertura de outras partículas minerais, podendo transportar metais pesados. Em ambientes estuarinos é comum ocorrerem variações no Eh, devido a fatores que tornam o ambiente anóxico. Desta forma, mudanças de fase podem ocorrer transformando em sulfetos, os metais pesados que estivessem na forma de óxidos hidratados, adsorvidos e co-precipitados. Assim, de acordo com esses fatores, os óxidos hidratados de ferro, bem como os sulfetos, podem ser considerados concentradores de metais pesados em sedimentos estuarinos (FIGUEIREDO, 1997). Aécia Seleide Dantas - 2009 35 3.3.3.7 Manganês Os compostos de Mn mais importantes, do ponto de vista ambiental, são aqueles que contem Mn nos estados de oxidação +2, +4 e +7 (WHO, 1999). O manganês é um metal que se apresenta como um sólido, frágil, quebradiço, lustroso ou como um pó branco-acinzentado. (WHO, 1981). Ele reage lentamente com H2O, liberando H2, e se dissolve facilmente em ácidos diluídos. O metal finamente dividido é pirofórico quando exposto ao ar, mas o metal maciço não reage a não ser quando aquecido. Além disso, apresenta pontos de fusão e de ebulição elevados (ALMEIDA, 2007; LEE, 2000). Encontra-se largamente distribuído na natureza, onde os óxidos, os carbonatos e os silicatos constituem os compostos mais abundantes. Este elemento tem muitas aplicações na indústria, sendo usado na indústria siderúrgica, para obter ligas, além de ser um importante aditivo na fabricação do aço, fogos de artifício, pilhas e baterias secas, fertilizantes, em compostos orgânicos para secagem de tintas e reagentes químicos (LEE, 2000; GARLIPP, 2006; ALMEIDA, 2007; LARINI, 1997). Este elemento é essencial para o homem assim como para grande variedade de organismos vivos. O Mn2+ é importante tanto em enzimas animais como em enzimas vegetais. Porém, o excesso de Mn no organismo pode causar problemas neurológicos. Além disso, em pequenas quantidades é um elemento essencial ao crescimento das plantas, daí sua aplicação em fertilizantes (LEE, 2000; GARLIPP, 2006). Em águas naturais o manganês ocorre em pequenas concentrações devido à lixiviação de minerais e solos, raramente são encontrados na água em concentrações superiores a 1,0 mg/L (MARTINS, 2001). O comportamento do manganês nas águas é muito semelhante ao do ferro em seus mais diversos aspectos. Este metal desenvolve coloração negra na água, podendo se apresentar em ambas as formas, dissolvida e em suspensão, nos estados de oxidação Mn2+ (mais solúvel) e Mn4+ (menos solúvel). Os óxidos de manganês são eficientes aprisionadores de metais-traço, assim como os óxidos de ferro. Pequenas partículas dos óxidos de manganês ou camadas destes em outras partículas encontram-se vastamente distribuídas em rios e solos; ou seja, é freqüentemente transportado nos rios adsorvido em sedimentos suspensos, Aécia Seleide Dantas - 2009 36 dependendo principalmente da capacidade de troca iônica do cátion (WHO, 1999; GARLIPP, 2006; ALMEIDA, 2007). A presença deste metal no solo e na água pode ser originária de produtos e descargas industriais, rejeitos de minas, fertilizantes e determinados tipos de desinfetantes (MENDES, 2006; ALMEIDA, 2007; MARTINS, 2001). 3.3.3.8 Níquel O níquel é um metal branco-prateado, brilhante, muito dúctil e maleável, razoavelmente duro, que pode ser facilmente forjado e soldado, com boa condutividade térmica e elétrica (LEE, 2000; ARAÚJO, 2005). Ele se combina com outros metais para formar ligas altamente resistentes à temperatura e à corrosão, que são utilizadas na cunhagem de moedas e fabricação de jóias. Também é usado em baterias de acumuladores, placas elétricas, veículos, armamentos, utensílios domésticos e como catalisadores (ALMEIDA, 2007; GARLIPP, 2006; ARAÚJO, 2005). A maior fonte desse elemento para o meio ambiente, pela atividade humana, é a queima de combustíveis fósseis, todavia existem outros contribuintes principais, como os processos de mineração e fundição do metal, a incineração do lixo, a galvanoplastia, os esgotos sanitários e a liberação dos resíduos das indústrias que utilizam o níquel, ligas e compostos, no seu processo de fabricação ou fundição (MENDES, 2006; ARAÚJO, 2005). Em seres humanos, a toxicidade do níquel tem como principais sintomas de intoxicação: náuseas, vômito, diarréia, vertigens, fraqueza, dor de cabeça e falta de ar (GARLLIP, 2006). Em ambientes aquáticos a maior parte do Ni encontra-se na forma particulada, havendo urna grande deposição em estuários. É um elemento relativamente abundante em solos e sedimentos, sendo que suas concentrações giram em torno de 50 μg.g-1 de peso seco em sedimentos marinhos e estuarinos. O Ni é um contaminante significativo de sedimentos em áreas industrializadas. Encontram-se sedimentos com altos níveis de contaminação provenientes da dragagem de portos e canais por onde passam navios, bem como sedimentos contaminados por esgotos (CLARK, 2001). A concentração deste elemento Aécia Seleide Dantas - 2009 37 encontra-se com freqüência correlacionada positivamente com a quantidade de argila dos sedimentos. Como também pode ser encontrado nos sedimentos ligado a matéria orgânica, principalmente nos ácidos húmicos e fúlvicos, e em locais onde possam ocorrer processos de troca iônica (ALVES, 2001). Em sedimentos oxidados, a maior parte do níquel potencialmente biodisponível encontra-se complexado com óxidos/ hidróxidos, carbonatos e silicatos de ferro e manganês. Assim, a biodisponibilidade do níquel em sedimentos geralmente é baixa (SIQUEIRA, 2006). 3.3.3.9 Zinco O zinco é um metal de coloração prateada, brilhante quando polido, que se torna ligeiramente opaco ao entrar em contato com o ar, devido à formação de uma camada autoprotetora de óxido ou carbonato. Apresenta baixos pontos de fusão e ebulição. Em quase todas as rochas ígneas o zinco ocorre em quantidades mínimas. Seus principais depósitos são sulfetos sob a forma de esfalerita (ZnS) (ARAÚJO, 2005; LEE, 2000). O zinco é usado em grandes quantidades na metalurgia, principalmente como constituinte do latão e bronze, e na galvanização, em que é depositado como uma camada para inibir a corrosão do aço, na fundição de peças metálicas, em pilhas secas, equipamentos para automóveis, produtos de uso médico e dentário, antibióticos fungicidas e lubrificantes, cosmética, cerâmicas e em indústrias gráficas (LEE, 2000; ARAÚJO, 2005; GARLIPP, 2006; ALMEIDA, 2007). O zinco é considerado um elemento essencial no metabolismo de plantas e animais. Por ser um elemento essencial para o ser humano, só se torna prejudicial à saúde quando ingerido em concentrações muito altas, o que é extremamente raro. Neste caso, pode acumular-se nos tecidos do organismo humano; isso só ocorre quando as taxas de ingestão diária são elevadas (COSTA, 2008; CETESB, 2004). Aécia Seleide Dantas - 2009 38 Na natureza, o zinco é encontrado como sulfeto, muitas vezes associado a outros elementos metálicos como chumbo, cádmio, cobre e ferro (SIQUEIRA, 2006). Na água, no sedimento e no solo, o transporte e liberação deste elemento dependem da forma como ele se apresenta e das características físicas e químicas do meio. O valor do pH influencia diretamente o zinco, que em condições ácidas ele pode estar presente na fase aquosa em sua forma iônica. Já, em condições básicas, pode precipitar ou formar compostos orgânicos complexos, os quais podem acarretar o aumento da sua mobilidade. Sua concentração nos sedimentos associa-se aos óxidos de ferro e manganês, e sua concentração nos solos é governada pelos processos de adsorção/desorção, precipitação/dissolução, complexação e oxirredução, que podem ser influenciados por diversas propriedades dos solos, tais como pH, conteúdo de argila, teor de matéria orgânica e capacidade de troca catiônica (RUSSEL, 1994; MARTINEZ e MOTTO, 2000 citado por SOUZA, 2006). A maior parte do zinco nos sedimentos encontra-se na fração residual, o que o torna não biodisponível (ALMEIDA, 1997; ARAÚJO, 2005; GARLIPP, 2006). O zinco residual geralmente está associado à rede cristalina das argilas e a uma variedade de minerais pesados, incluindo cromita (FeCr2O4), ilmenita (FeTiO2) e magnetita (Fe3O4). A esfalerita (ZnS) e a zincita (ZnO) são importantes carreadores de zinco residual em alguns sedimentos (LORING, 1982 citado por GARLIPP, 2006 ). O zinco não residual em muitos sedimentos oxidados encontrase associado principalmente às frações de óxidos de ferro e manganês. Já em sedimentos reduzidos, a maior parte do zinco se associa com sulfetos e matéria orgânica (ROSENTAL et al., 1986). 3.4 DIGESTÃO ÁCIDA POR MICROONDAS EM AMOSTRAS DE SEDIMENTO Na literatura mundial, observa-se uma grande variação nas metodologias de extração de metais em amostras de sedimento. Tem-se digestão total, digestão parcial e extrações seqüenciais, com mudanças na fração usada e diferentes misturas ácidas no processo de solubilização de metais, o que torna Aécia Seleide Dantas - 2009 39 difícil a escolha da metodologia e a comparação entre os diversos trabalhos (PEREZ-SANTANA, 2007). O procedimento de digestão total inclui de maneira geral as misturas dos ácidos nítrico, clorídrico e fluorídrico (HCI:HNO3 e HF). Essas misturas são capazes de colocar em solução os elementos químicos que estejam associados a todas fases ou fração geoquímica, ou seja, as frações adsorvidas, trocáveis, oxidáveis, reduzidas e residual. As quatro primeiras correspondem às frações lábeis e a última à fração associada à estrutura cristalina dos minerais, (FISZMAN et al., 1984 citado por AGUIAR, 2007). Apesar das misturas ácidas, que utilizam HF em sua composição, serem bastante eficiente no processo de solubilização da matriz a ser avaliada; seu uso torna-se desnecessário, pois metais associados à estrutura mineralógica de silicatos de origem litogênica, não caracterizam contaminação antrópicas, o que provavelmente não daria contribuição ao estudo de contaminação do meio ambiente. 3.5 DETERMINAÇÃO DAS ESPÉCIES METÁLICAS Um dos maiores desafios para o estudo do comportamento de metais, em amostras ambientais, reside na complexidade dessas matrizes, por apresentarem muitas espécies em concentrações abaixo do nível de detecção das técnicas empregadas. Embora as concentrações de cada espécie sejam muito baixas, elas contribuem de forma significativa para a contaminação da biota aquática, além de colaborar para o desequilíbrio do sistema aquático. Alguns dos problemas predominantes associados à determinação experimental são as baixas sensibilidades das técnicas e os processos de abertura de amostras. Aécia Seleide Dantas - 2009 40 3.6 ESPECTROMETRIA DE EMISSÃO ÓPTICA COM PLASMA ACOPLADO INDUTIVAMENTE (ICP-OES) A espectrometria de emissão óptica com fonte de plasma indutivamente acoplado (ICP-OES) é amplamente utilizada para análises ambientais e tradicionalmente utilizada para a análise de solos e sedimentos (YABE, 1995; BETTINELLI, 2000). A técnica de ICP-OES tem sido utilizada amplamente devido a uma série de vantagens que oferece, tais como: análise multielementar simultânea e rápida de elementos maiores, menores e traço, alta sensibilidade, precisões adequadamente altas e ampla faixa linear (LEMES, 2001). A técnica de ICP-OES é baseada na medida da intensidade da radiação emitida, quando um átomo ou íon excitado pelo plasma retorna ao seu estado fundamental. A excitação da espécie ocorre quando seus elétrons mais externos têm seu nível de energia aumentado, passando do estado fundamental para o excitado. O elétron não é estável em níveis mais altos de energia, portanto retorna ao seu estado fundamental, emitindo a energia que foi absorvida, sob a forma de radiação eletromagnética. As espécies atômicas emitem linhas espectrais, tantas quantas forem suas possíveis transições eletrônicas. As linhas espectrais é que vão determinar o espectro de cada elemento e a intensidade de cada linha vai depender da probabilidade de transição e do número de átomos que atinge um determinado estado excitado. A radiação emitida é direcionada para uma lente que tem a função de ampliar e focalizar a zona de descarga luminosa do plasma quando projetada sobre a fenda de entrada, promovendo uma melhor iluminação da rede de difração. Após passar pela lente, a luz emitida direciona-se à fenda de entrada do separador de linhas e chega ao monocromador, onde um prisma ou uma rede de difração isola a linha medida. Em amostras de matrizes complexas, a escolha da linha isenta de sobreposições é necessária para funcionamento ideal da técnica. Essa é uma das razões pelas quais, a linha de maior intensidade nem sempre seja a escolhida. Aécia Seleide Dantas - 2009 41 3.6.1 Plasma indutivamente acoplado (ICP) O plasma é por definição um gás parcialmente ionizado onde co-existem elétrons livres e íons positivos em movimento, em um processo onde ocorre transferência de energia por radiação, condução e aquecimento Joule entre outros. Na Figura 2 tem-se representado o esquema da tocha (quartzo) que é a configuração que sustenta o plasma, circundada por uma bobina de indução (resfriada a água ou ar) através da qual a energia de até 2-3 kW é fornecida, sendo o gerador de freqüência de 27 ou 40 MHz. Figura 2 – Diagrama esquemático de uma fonte de plasma de argônio O plasma de argônio é formado na tocha que é constituída por três tubos concêntricos. O fluxo de argônio que flui tangencialmente entre o tubo exterior e intermediário (12-18 L min-1) é chamado gás refrigerante ou gás do plasma e atua para formar o plasma e refrigerar a tocha. O tubo intermediário carrega o gás argônio auxiliar num fluxo de 1,0 L min-1. A energia para manter a tocha do plasma é fornecida por um gerador de radiofreqüência acoplado no plasma por Aécia Seleide Dantas - 2009 42 meio de uma bobina de indução (bobina Tesla). O tubo central é o que conduz a amostra em forma de aerossol para o plasma (0,7-1,5 L min-1) que é chamado de gás de arraste (GUINÉ, 1998). 3.6.2 Introdução da amostra líquida A amostra é introduzida seguindo na forma de aerossol produzido por nebulizadores pneumáticos ou por nebulizadores ultra-sônicos. O nebulizador de Fluxo Cruzado tem uma boa resistência ao ácido fluorídrico (HF) e não entope facilmente. Ele suporta solução contendo 5 % de sal. Para soluções com alta concentração de sal o nebulizador tipo spray (V-Groove) é o mais adequado. O nebulizador tipo “Meinhard” dá uma boa sensibilidade para soluções com concentração salina abaixo de 1 %. O seu tipo ultra-sônico requer uma concentração salina muito menor do que os nebulizadores pneumáticos (Fluxo Cruzado, Meinhard e V-Groove), e resulta um aumento de sensibilidade da ordem de 10 a 50 vezes (SKOOG, 2006). Os nebulizadores pneumáticos produzem um aerossol altamente disperso com gotículas de até 100 µm de diâmetro, sendo a maioria das partículas retidas pela câmara de nebulização, aquelas com diâmetro menor do que 10 µm, quando se emprega a combinação de nebulizadores pneumáticos e câmara de nebulização convencional. 3.6.3 Excitação da amostra A amostra em solução, por meio da nebulização, transforma-se em aerossol, o qual, após desolvatação, passa a partícula seca que, por volatizaçãodissociação, vai para a forma de vapores atômicos–vapores iônicos, os quais são excitados na forma de átomos-íons. O mecanismo de excitação é colisional. A tendência dos elétrons excitados é de voltarem ao estado fundamental e, ao fazerem isso, devolvem como energia de emissão, em que os comprimentos de onda são característicos de cada elemento (Figura 3) e a intensidade da linha do Aécia Seleide Dantas - 2009 43 espectro de emissão é proporcional à concentração do elemento em determinação. (OLIVEIRA, 1998 citado por LEMES, 2001). Figura 3 - Representação da emissão atômica Aécia Seleide Dantas - 2009 4 MATERIAIS E MÉTODOS 45 4 MATERIAIS E MÉTODOS Este capítulo faz uma descrição da metodologia adotada para o desenvolvimento deste estudo, e traz também uma exposição da área de amostragem, além de relacionar os materiais utilizados nas etapas experimentais e descrever os procedimentos laboratoriais na fase analítica. Para facilitar a compreensão dos textos apresentados na parte experimental desta dissertação, apresentamos abaixo, um fluxograma dos procedimentos seguidos conforme mostrado na figura 4. 4.1 FLUXOGRAMA DOS PROCEDIMENTOS Figura 4 - Fluxograma das etapas desenvolvidas no trabalho. Aécia Seleide Dantas - 2009 46 4.2 ÁREA DE ESTUDO As coletas das amostras de sedimento foram realizadas em 4 (quatro) estações no Estuário do Rio Potengi no trecho compreendido entre as pontes de Igapó e a Newton Navarro (conforme descrito na Figura 5), no dia 17 de Novembro de 2008, na maré baixa. Para cada estação de amostragem foram realizadas coletas na calha e nas margens, esquerda e direita, todas em triplicatas, para com isso detectarmos a variabilidade das concentrações dos elementos nas amostras de sedimentos de uma mesma região. Para identificação dos pontos de coleta foi usado um sistema de navegação, o Sistema de Posicionamento Global (GPS), que é geralmente escolhido como uma técnica de posicionamento exata, de fácil operação e economicamente mais disponível se comparado a outros sistemas mais sofisticados. Os pontos das coletas estão apresentados na Figura 5. Aécia Seleide Dantas - 2009 47 Figura 5 - Localização dos pontos de amostrage. Aécia Seleide Dantas - 2009 48 O Quadro 3.1, mostrado a seguir, apresenta os pontos de coleta identificando suas coordenadas em UTM. Todos os locais de amostragem foram estabelecidos de forma a assegurar que as amostras fossem as mais representativas possíveis para a caracterização do estuário, levando em consideração os efluentes lançados próximos aos locais de amostragem. As Figuras 6, 7, 8 e 9 mostram fotos dos locais de amostragem. Aécia Seleide Dantas - 2009 49 Quadro 4.1. Estações de coletas, suas coordenadas e as possíveis fontes poluidoras. PONTOS LOCAL E REFERÊNCIA UTM X UTM Y 253.654 9.360.036 253.741 9.359.810 E 01 – Margem Esquerda 253.727 9.359.520 E 02– Margem Direita 254.705 9.360.478 254.950 9.360.238 E 02 – Margem Esquerda 255.042 9.360.132 E 03– Margem Direita 255.391 9.362.390 255.625 9.362.294 E 03 – Margem Esquerda 255.872 9.362.236 E 04– Margem Direita 255.921 9.363.350 256.093 9.363.298 256.301 9.363.074 E 01 – Margem Direita E 01 – Calha E 02 – Calha E 03 – Calha E 04 – Calha E 04 – Margem Esquerda Rio Potengi - Dique da Marinha do Brasil Rio Potengi - Jusante do Canal do Baldo Rio Potengi - Em frente ao Iate Clube Rio Potengi - Ponte Newton Navarro POSSÍVEIS FONTES POLUIDORAS Lançamento de esgoto pela CAERN do bairro das Quintas, Natal Lançamento de esgoto do Canal do Baldo, Natal. Proximidade dos tanques de armazenamento da PETROBRAS, e trânsito de embarcações de pesca. Foz do Rio Potengi Aécia Seleide Dantas - 2009 50 Figura 6 - Ponto E01 - Rio Potengi – Dique da Marinha do Brasil Figura 7 - Ponto E02 - Rio Potengi - Jusante do Canal do Baldo Aécia Seleide Dantas - 2009 51 Figura 8 - Ponto E03 - Rio Potengi - Em frente ao Iate Clube Figura 9 - Ponto E04 - Rio Potengi - Ponte Newton Navarro 4.3 COLETA E ACONDICIONAMENTO DAS AMOSTRAS Os procedimentos de limpeza e descontaminação dos materiais foram realizados em laboratório com solução de ácido nítrico 10% e água ultra pura. Para a coleta do sedimento foi utilizado um amostrador do tipo van Veen, pertencente ao grupo dos amostradores de superfície do tipo busca-fundo. Os amostradores pontuais de superfície ou busca-fundo são geralmente Aécia Seleide Dantas - 2009 52 equipamentos leves, podendo ser utilizados em embarcações pequenas e permitem rapidez na coleta das amostras (MEDEIROS, 2009). As amostras foram coletadas em frascos de polietileno e durante o transporte foram acondicionadas e mantidas refrigeradas à temperatura de 4°C. Após chegada no laboratório as amostras foram conservadas a -18ºC até o momento do preparo para posteriores análises. Também foram realizadas, in loco, medidas das condições ambientais tais como pH, teor de oxigênio dissolvido, temperatura, salinidade e condutividade das águas. 4.4 MATERIAIS, REAGENTES E VIDRARIAS O HNO3 utilizado neste trabalho era de grau PA (para análise), sendo adquirido junto a TEDIA. O HCl, também era de grau PA, sendo adquirido junto a MERCK. Os padrões dos metais Al, Fe, Mn, Cd, Pb, Cr, Cu, Ni e Zn, são específicos para ICP-OES (Espectrometria de Emissão Atômica com plasma indutivo acoplado) e foram adquiridos junto a SpecSol e são rastreáveis ao NIST. No preparo das soluções foi utilizada água ultrapura. O padrão de referência para sedimento utilizado neste trabalho foi o 1646a – Estuarine Sediment – NIST. No preparo dos padrões foram utilizados balões volumétricos calibrados e micropipetas da marca Gilson nos volumes requeridos. Aécia Seleide Dantas - 2009 53 4.5 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS PARA ANÁLISES 4.5.1 Secagem das amostras Toda amostra coletada foi homogeneizada, e uma alíquota quarteada foi levada a uma estufa com circulação de ar por 16 horas à 60°C. Após serem retiradas da estufa, foram colocadas em dessecador para resfriamento. Em seguida, a amostra foi peneirada em peneira de aço inoxidável com malhas de 1 mm e desaglomerada em cadinho de porcelana. As amostras mais argilosas necessitaram ser desaglomeradas antes de peneiradas. 4.6 PARÂMETROS ANALISADOS 4.6.1 Granulometria A quantificação das frações granulométricas nas amostras de sedimento e foi determinada em um granulometro da Microtrac S3500 Particle Size Analyser, usando o Método de Espalhamento de Luz Laser, também chamado de Difração Fraunhofer, que utiliza, como princípio, a interação de um feixe de luz com partículas em um meio fluido. Cada amostragem foi analisada em quintuplicata. Aécia Seleide Dantas - 2009 54 4.6.2 Determinação da matéria orgânica total nas amostras dos sedimentos de superfície O teor de matéria orgânica nas amostras de sedimento foi obtido por calcinação. Antes das análises os cadinhos de porcelana foram levados a 500°C na mufla para uma possível descontaminação. Primeiramente as amostras de sedimento foram secas em estufa a 100°C por 16 horas para obtenção do peso seco, e após resfriamento em dessecador foi pesado aproximadamente 1,0 g de cada amostra e colocado em cadinho de porcelana. Em seguida, os cadinhos foram levados à mufla a 360°C por 5 horas. Após esfriarem em dessecador, os cadinhos contendo as amostras foram novamente pesados. A diferença de peso obtida foi considerada a quantidade de matéria orgânica perdida na calcinação. Cada amostra foi analisada em triplicata (GARLIPP, 2006). Segundo Kralik (1999), nas metodologias que usam temperaturas superiores a 400ºC a água contida na rede cristalina do carbonato de magnésio e dos argilominerais de granulação muito fina e eliminada a essa temperatura, o que pode resultar em uma superestimação do conteúdo de matéria orgânica no sedimento. 4.6.3 Determinação da concentração das espécies metálicas Devido os sedimentos serem considerados amostras de matriz complexa, difíceis de tratar, a eleição de uma técnica de preparação química para este tipo de amostra é muito importante. Com isso em mente, foi realizado um teste prévio com o material de referência de sedimento de fundo de estuário, NIST 1646a (que tem classificação granulométrica silte, utilizando três diferentes proporções de mistura de ácidos, para escolha de qual extração parcial usar, baseado na recuperação dos analitos. Aécia Seleide Dantas - 2009 55 As misturas dos ácidos foram: • 10mL de HNO3 – Metodologia segundo USEPA 3051A • 9 mL de HNO3 + 3 mL de HCl - Metodologia segundo USEPA 3051A • 3 mL de HNO3 + 9 mL de HCl - Água régia A metodologia da USEPA (3051A) para análise de metais em sedimento de fundo, com extração ácida por microondas, indica uso do ácido nítrico concentrado para essa extração parcial. Porém, ela sugere o uso do ácido clorídrico em conjunto com o ácido nítrico no caso de haver na solução, altos níveis de alumínio, que é o caso das amostras de sedimento. Isso se mostrou verdadeiro nesse teste prévio, como pode ser observado na Tabela 4.1, onde as melhores recuperações dos analitos foram com essa mistura dos ácidos, com exceção do Cd. Tabela 4.1 Resultados da média (n = 3) das recuperações dos analitos nas diferentes extrações parciais (%) Analitos 10mL de HNO3 9 mL de HNO3 + 3 mL de HCl 3 mL de HNO3 + 9 mL de HCl Cd 114,41 ± 0,008 129,37 ± 0,003 126,64 ± 0,007 Cr 54,87 ± 0,12 60,03 ± 0,24 58,37 ± 0,83 Cu 90,85 ± 0,22 98,93 ± 0,16 96,97 ± 0,66 Ni 73,68 ± 0,11 81,09 ± 0,24 76,51 ± 0,67 Pb 80,64 ± 0,19 89,97 ± 0,22 88,88 ± 0,44 Zn 81,41 ± 1,89 91,24 ± 0,31 87,59 ± 2,73 A partir desses resultados a metodologia escolhida foi a US EPA 3051A com adição de HCl. Aécia Seleide Dantas - 2009 56 4.6.3.1 Digestão ácida por microondas dos sedimentos O ataque ácido em sistema fechado ou sistema de digestão em microondas tem sido empregado com sucesso por vários investigadores (NADKARNI, 1984 citado por GARLIPP, 2006). Esta técnica consiste em colocar a amostra e os ácidos num copo de teflon hermeticamente fechado e submetê-la a tratamento em forno de microondas. O sistema de microondas usa uma combinação de ácido, temperatura e pressão, que permite a dissolução da amostra, pois o ponto de ebulição aumenta com o aumento da pressão. As concentrações parciais dos metais (AI, Cr, Cd, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn) foram obtidas a partir da digestão de 0,50 g da amostra de sedimento, no sistema de digestão em microondas contendo 9 mL de HNO3 e 3 mL de HCl, seguindo a metodologia do USEPA – 3051A, uma vez que ela se mostrou mais adequada para amostras de sedimento de fundo, conforme estudo prévio, como citado anteriormente. A Tabela 4.2, a seguir, mostra a programação usada na digestão das amostras. Tabela 4.2 Programação do digestor por microondas. TEMPO (minutos) POTÊNCIA (W) 6 300 7 800 7 0 5 800 15 0 Após a digestão as amostras foram filtradas em papel de filtro quantitativo e avolumadas para 35 mL em frascos de polietileno com água ultrapura para leitura no ICP-OES. Aécia Seleide Dantas - 2009 57 4.6.3.2 Análise da concentração das espécies metálicas por ICP-OES As amostras foram analisadas em um Espectrômetro de Emissão Atômica com Plasma Indutivo Acoplado, da marca Thermo Scientific, modelo iCAP 6300 Duo, com rede de difração Echelle e detector CID. Como foi mencionado anteriormente, os metais analisados foram: alumínio (Al), cádmio (Cd), cromo (Cr), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), níquel (Ni), chumbo (Pb) e zinco (Zn). Soluções-padrão multi-elementar foram utilizadas para calibração do instrumento, sendo preparadas a partir de uma solução de 1000 mg/L a concentrações específicas para cada elemento. A escolha dos comprimentos de onda para amostras com matrizes complexas exige um trabalho cuidadoso uma vez que interferentes são frequentes, como é o caso de amostras de sedimento, as quais quando digeridas em ácido produzem soluções com elementos maiores, em concentrações elevadas, e elementos traços. Um desses elementos maiores é o Fe que apresenta várias linhas de emissão e, com isso, torna-se interferente de elementos como o Cu e Cd em algumas linhas de emissão. Isso ocorre devido a proximidade das linhas de emissão, que o equipamento não é capaz de separar por causa do alto sinal do Fe e do baixo sinal do elemento que está na concentração de traço nessa solução. Segue na Tabela 4.3 as condições de operação do ICP-OES para as análises realizadas. Aécia Seleide Dantas - 2009 58 Tabela 4.3 Condições de operação do ICP-OES PARÂMETROS VALORES Nº Replicatas 5 Visão Axial Tempo de integração – Altos comprimentos de onda 10 seg Tempo de integração – Baixos comprimentos de onda 10 seg RF power 1150 W Gás auxiliar 0,5 L/min Pressão da câmara de nebulização 0,16 MPa Tipo nebulizador Mira Mist Os resultados obtidos das leituras das amostras no ICP-OES são dados em µg.L-1 , mas para interpretação dos dados os mesmos foram convertidos em porcentagem para Al e Fe, e os demais elementos foram calculados para mg.Kg-1. Os comprimentos de onda (λ) escolhidos, os coeficientes de correlação e as faixas de concentração das curvas analíticas, como também os limites de detecção e quantificação, são apresentados na Tabela 4.4 a seguir. Aécia Seleide Dantas - 2009 59 Tabela 4.4 Comprimento de onda, coeficiente de correlação, faixa de concentração e limites de detecção e quantificação, das curvas analíticas utilizadas LIMITE DE ANALITO λ (nm) COEFICIENTE DE FAIXA DE CORRELAÇÃO CONCENTRAÇÃO LIMITE DE QUANTIFICAÇÃO DETECÇÃO (mg/L) (mg/L) Al 396,152 0,9994 1-50 (mg/L) 0,24 0,83 Cd 214,438 0,9999 1-100 (µg/L) 0,0003 0,001 Cr 267,716 0,9999 10-2000 (µg/L) 0,0007 0,002 Cu 324,754 0,9999 10-2000 (µg/L) 0,0006 0,002 Fe 259,940 0,9999 1-50 (mg/L) 0,58 1,96 Mn 260,569 0,9995 1-50 (mg/L) 0,05 0,17 Ni 216,556 / 232,003 0,9999 10-1000 (µg/L) 0,0005 0,002 Pb 220,353 0,9999 10-1000 (µg/L) 0,0007 0,002 Zn 206,200 0,9999 100-5000 (µg/L) 0,0007 0,002 Aécia Seleide Dantas - 2009 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Aécia Seleide Dantas - 2009 61 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos na caracterização da água, na análise granulométrica, no teor de matéria orgânica e na quantificação dos elementos analisados nas amostras coletadas no estuário Potengi, estão dispostos nesse capítulo, bem como a discussão feita após a interpretação de cada um deles. Todas as metodologias de análises foram seguidas conforme manual de análises de águas APHA - Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 1998; e normas da USEPA. 5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁGUA A análise dos parâmetros físico-químicos da água como temperatura, pH e oxigênio dissolvido são importantes, pois estes fatores influenciam fortemente no teor de metais adsorvidos nos sedimentos. A temperatura da água tem forte correlação com o pH e há correlação de algumas variáveis com a pluviosidade. Uma delas é com o pH que aumenta com as chuvas devido a um provável efeito de diluição dos ácidos orgânicos liberados por um determinado trecho de solo para dentro do rio. A Tabela 5.1 mostra todos os resultados obtidos na caracterização das amostras de água para todos os pontos de amostragem. Aécia Seleide Dantas - 2009 62 Tabela 5.1 Resultados obtidos na caracterização das amostras de água nos pontos de amostragem do estuário Potengi/RN. E013 E023 E033 E043 VLP* pH 7,78 7,96 8,18 8,10 6,0 a 9,01; 6,5 a 8,52,3 OD (mg.L-1) 6,52 5,95 7,77 7,18 ;≥ 5,01,2 ;;≥ 6,0 ,3 DBO (mg.L-1) 9,15 5,25 6,00 8,55 ≤ 5,0 1 COT (mg.L-1) 2,10 1,24 1,04 0,42 ≤ 3,02,3 2,11 2,98 2,30 3,29 PARÂMETROS Nitrogênio Total (mg.L-1) -1 + ++ 1 ≤ (0,03 e 0,05 ) ; ≤0,124 2; ≤ 0,0623 Fósforo Total (mg.L ) 0,121 0,082 0,038 0,048 Sólidos Totais (mg.L-1) 36.162,65 37.061,43 37.407,12 37.891,08 - 8,61 9,31 7,38 8,70 ≤ 1001 0,008 0,009 0,008 0,008 ≤ 0,009 1; ≤ 0,005 2,3 Chumbo Total (mg.L-1) < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 ≤ 0,01 1, 2,3 Cromo Total (mg.L-1) < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 ≤ 0,05 1, 2,,3 Cádmio Total (mg.L-1) < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 ≤ 0,001 1; ≤ 0,005 2, Zinco Total (mg.L-1) 0,015 0,023 0,017 0,008 ≤ 0,18 1; ≤ 0,09 2,3 Níquel Total (mg.L-1) 0,008 0,008 0,007 0,007 ≤ 0,025 1, 2,3 Temperatura da amostra (0C) 28,60 28,70 29,15 28,80 - Clorofila ‘a’ (µg.L ) 2,01 2,01 1,80 1,70 ≤ 301 Salinidade (g Kg-1) 33,80 34,60 35,10 35,60 Nitrogênio Amoniacal (mg.L-1) < 0,10 < 0,10 < 0,10 < 0,10 0,5‰1; > 0,5 e < 30 ‰2; ;≥ 30 ‰3 (3,7 p/ pH =7,5 - 2,0 p/ 7,5 < pH =8 1 p/ 8<pH=8,5 e 0,5 p/ pH > 8,5)1; 0,40 2,3 Turbidez (NTU) Cobre dissolvido (mg.L-1) -1 * VLP–Valores Limites Permitidos em mg/L para águas doces classe 2, salobras classe 1 e salinas classe 1, segundo Resolução CONAMA N° 357/20051 . Águas doces, 2 Águas salobras, 3Águas salinas. E01-Em frente ao dique da Base Naval; E02-Jusante do canal do baldo; E03-Em frente ao Iate Clube; E04-Vão central da ponte Nilton Navarro. 1 Aécia Seleide Dantas - 2009 63 5.2 CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA O estudo da Granulometria é de fundamental importância na avaliação das características químicas e físicas dos sedimentos, pois pode influenciar nas condições ambientais. O Quadro 4.1 e a Tabela 5.2 mostram a classificação granulométrica segundo a Resolução 344, de 25 de março de 2004 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e os resultados obtidos das análises granulométricas dos sedimentos, respectivamente. Quadro 4.1 Classificação granulométrica dos sedimentos (CONAMA 344/2004*) CLASSIFICAÇÃO Phi (φ)** (mm) Areia muito grossa -1 a 0 2a1 Areia grossa 0a1 1 a 0,5 Areia média 1a2 0,5 a 0,25 Areia fina 2a3 0,25 a 0,125 Areia muito fina 3a4 0,125 a 0,062 Silte 4a8 0,062 a 0,00394 Argila 8 a 12 0,00394 a 0,0002 *Referência: Escala Granulométrica de Wentworth, 1922. ** Phi (φ) corresponde à unidade de medida do diâmetro da partícula do sedimento, cuja equivalência em milímetros (mm) é apresentada na coluna 3 do Quadro acima. Aécia Seleide Dantas - 2009 64 Tabela 5.2 Resultado da caracterização granulométrica e classificação das amostras segundo CONAMA 344/2004. AMOSTRAS (mm)* CLASSIFICAÇÃO 0,195 ± 0,02 Areia fina 0,332 ± 0,008 Areia média 0,089 ± 0,008 Areia muito fina 0,128 ± 0,015 Areia fina 0,461 ± 0,026 Areia média E 02 – Margem Esquerda - Média 0,038 ± 0,002 Silte E 03– Margem Direita - Média 0,293 ± 0,02 Areia média E 03 – Calha - Média 0,202 0,021 Areia fina E 03 – Margem Esquerda - Média 0,031 ± 0,008 Silte E 04– Margem Direita - Média 0,189 ± 0,002 Areia fina E 04 – Calha - Média 0,245 ± 0,176 Areia fina E 04 – Margem Esquerda - Média 0,083 ± 0,004 Areia muito fina E 01 – Margem Direita - Média E 01 – Calha - Média E 01 – Margem Esquerda - Média E 02– Margem Direita - Média E 02 – Calha - Média *Diâmetros a 50%. As frações de sedimentos de grãos finos (< 62 µm) compõem a parte de maior poder de adsorção de contaminantes. Nas frações acima de 62 µm, que é considerada essencialmente areia, nota-se um decréscimo linear no conteúdo de metais, devido à menor razão área superficial/tamanho do grão e a mudança na composição química. Dos resultados encontrados nesse trabalho, apenas dois pontos, o E02-ME e E03-ME, tem fração granulométrica silte, onde há maior capacidade de adsorver metais. Todas as demais amostras são predominantemente compostas por areia, que variou entre muito fina e média. Porém, observando-se os gráficos da análise granulométrica (Figuras 10 a 21), vemos que para a margem esquerda (mangue) dos pontos E01, E02 e E03 que a amostra é composta por granulometria variada. Aécia Seleide Dantas - 2009 65 E que há, mesmo em pequena quantidade uma fração de silte, o que pode levar a um aumento do teor de metais adsorvidos nessa área. As Figuras correspondentes aos resultados das análises de granulometria obtidas das amostras de sedimento estão representadas na Figuras de 10 a 21. Aécia Seleide Dantas - 2009 66 Figura 10 - Gráfico da granulometria do Ponto E01- Margem Direita Figura 11 - Gráfico da granulometria do Ponto E01- Calha Figura 12 - Gráfico da granulometria do Ponto E01-Margem Esquerda Aécia Seleide Dantas - 2009 67 Figura 13 - Gráfico da granulometria do Ponto E02- Margem Direita Figura 14 - Gráfico da granulometria do Ponto E02- Calha Figura 15 - Gráfico da granulometria do Ponto E02-Margem Esquerda Aécia Seleide Dantas - 2009 68 Figura 16 - Gráfico da granulometria do Ponto E03- Margem Direita Figura 17 - Gráfico da granulometria do Ponto E03- Calha Figura 18 - Gráfico da granulometria do Ponto E03-Margem Esquerda Aécia Seleide Dantas - 2009 69 Figura 19 - Gráfico da granulometria do Ponto E04- Margem Direita Figura 20 - Gráfico da granulometria do Ponto E04- Calha Figura 21 - Gráfico da granulometria do Ponto E04-Margem Esquerda Aécia Seleide Dantas - 2009 70 5.3 TEOR DE MATÉRIA ORGÂNICA Observando a Figura 22, vemos que as amostras que apresentaram os maiores teores de matéria orgânica (em %) foram os pontos, E02-ME, E03-C, E04-C e E04-ME. Além disso, observa-se uma tendência natural do crescimento do teor de matéria orgânica da margem direita para a esquerda, com exceção do ponto E03 que sofre influência do rio doce. Esses altos teores de matéria orgânica encontrados podem ser explicados pela carga orgânica oriunda de efluentes das indústrias de beneficiamento de camarão adjacentes, e a efluentes domésticos que são lançados sem tratamento pelo Canal do Baldo. 20 Margem direita Calha Margem esquerda 18 16 MOT% 14 12 10 8 6 4 2 0 E01 E02 E03 E04 Pontos de Amostragem Figura 22 - Médias das concentrações do teor de matéria orgânica (%) encontradas nas amostras de sedimento de fundo. Os sedimentos de granulometria mais fina (do tipo silte) apresentam, geralmente, maiores porcentagens de matéria orgânica, embora valores relativamente elevados de matéria orgânica também sejam encontrados nos locais de amostragem com sedimento do tipo areia fina, como pode ser Aécia Seleide Dantas - 2009 71 observado na Tabela 5.3. Vemos ainda, na mesma tabela, que neste trabalho o Zn e Cr mostraram correlação com a matéria orgânica, apesar dos cátions Cu e Zn serem mais prováveis de se ligarem aos sítios coordenadores existentes na matéria orgânica que podem complexar elementos menores, em especial os cátions divalentes citados. Aécia Seleide Dantas - 2009 72 Tabela 5.3 Comparação das médias (n = 3) dos resultados da porcentagem de matéria orgânica nas amostras de sedimento e a média (n = 3) dos elementos menores, em mg.Kg-1. Classificação AMOSTRA MOT (%) Cd Cr Cu Ni Pb Zn Granulométrica E 01 – Margem Direita - Média Areia fina 1,10 ± 0,43 0,11 11,93 4,79 4,90 3,93 19,16 Areia média 0,93 ± 0,13 <LD 6,07 1,83 2,96 2,33 13,05 Areia muito fina 4,67 ± 0,84 0,47 56,34 142,57 21,76 57,84 135,96 Areia fina 2,95 ± 0,69 0,16 22,66 7,30 8,73 7,56 24,68 Areia média 0,81 ± 0,17 <LD 3,63 1,25 1,49 1,98 30,05 Silte 16,09 ± 1,92 0,56 76,92 20,66 29,43 25,30 68,53 Areia média 6,66 ± 1,82 <LD 2,76 0,49 1,04 1,28 8,60 Areia fina 16,92 ± 0,63 0,11 14,21 2,80 5,69 4,40 18,65 Silte 7,11 ± 0,70 0,47 73,42 21,76 35,65 23,24 68,86 E 04– Margem Direita - Média Areia fina 5,41 ± 1,33 <LD 5,11 1,07 2,00 2,01 15,38 E 04 – Calha - Média Areia fina 11,34 ± 0,17 0,18 14,44 1,52 4,25 6,89 38,19 Areia muito fina 12,07 ± 1,81 0,14 20,21 3,25 7,30 8,37 22,62 E 01 – Calha - Média E 01 – Margem Esquerda - Média E 02– Margem Direita - Média E 02 – Calha - Média E 02 – Margem Esquerda - Média E 03– Margem Direita - Média E 03 – Calha - Média E 03 – Margem Esquerda - Média E 04 – Margem Esquerda - Média Aécia Seleide Dantas - 2009 73 Tabela 5.4 Resultado da média (n = 3) da %MOT. AMOSTRAS %MOT ± DP E 01 – Margem Direita - Média 1,10 ± 0,43 E 01 – Calha - Média 0,93 ± 0,13 E 01 – Margem Esquerda - Média 4,67 ± 0,84 E 02– Margem Direita - Média 2,95 ± 0,69 E 02 – Calha - Média 0,81 ± 0,17 E 02 – Margem Esquerda - Média 16,09 ± 1,92 E 03– Margem Direita - Média 6,66 ± 1,82 E 03 – Calha - Média 16,92 ± 0,63 E 03 – Margem Esquerda - Média 7,11 ± 0,70 E 04– Margem Direita - Média 5,41 ± 1,33 E 04 – Calha - Média 11,34 ± 0,17 E 04 – Margem Esquerda - Média 12,07 ± 1,81 Aécia Seleide Dantas - 2009 74 5.4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA QUANTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS Nesse trabalho, as concentrações dos metais foram comparadas com estudos realizados anteriormente nesse estuário, cujos pontos de amostragem são próximos dos georeferenciados, com o “background” regional descrito por Guedes (2003), e com as concentrações totais de metais presentes nos folhelhos geológicos (Tabela 5.8). Estas concentrações do folhelho são tomadas como média mundial descritas por Turekian e Wedepohl (1961). Estes valores foram utilizados como referência em trabalhos de enfoque biogeoquímico e mesmo de monitoramento. Salientando que o folhelho de referência refere-se à concentração total dos metais, e que neste trabalho a concentração medida é parcial. 5.4.1 Elementos maiores Para o objetivo do trabalho, que é a caracterização de amostras de sedimento no estuário Potengi, fazendo comparação entre amostras coletadas na calha do rio e nas suas margens, direita e esquerda, a determinação da concentração de Fe, Al e Mn são importantes porque suas concentrações são geralmente altas e constantes e não são influenciadas pela ação antropogênica. O comportamento dos elementos Al, Fe e Mn é o mesmo para todos os pontos, sempre com as maiores concentrações na margem esquerda, porém apresentando valores abaixo do valor de referência do folhelho de Turekian e Wedepohl (1961), que são 8% para o Al, 4,72% para o Fe e 850,00 mg/Kg para o Mn. As médias das concentrações de alumínio e ferro presentes nos sedimentos do estuário Potengi variaram de 0,13% e 0,09% no ponto E03-MD a 4,97% e 3,65% no ponto E03-ME, respectivamente. Nos mesmos pontos encontramos as médias das concentrações de manganês que variaram de 8,16 a 323,77 mg/Kg, respectivamente (Figuras 23 a 25). Aécia Seleide Dantas - 2009 75 No “background” estudado por Guedes (2003), foi encontrada uma concentração de 0,75% de Al. Neste trabalho, para os pontos E01-ME, E02-MD, E02-ME, E03-ME, E04-C e E04-ME, as concentrações são maiores que as encontradas no “background”. No caso do Fe os pontos cuja concentração ultrapassou os valores do “background”, foram os mesmos que também apresentaram maiores concentrações de Al, com exceção do E04-C, que está de acordo com o valor do “background”, que é de 1,01% de Fe. Já o Mn apresentou maiores concentrações para os pontos E01-ME, E02-ME, E03-ME e E04-ME, que as encontradas por Guedes (2003), que é de 95,0 mg/Kg de Mn. Observando as Figuras 23, 24 e 25, vemos que existem diferenças entre os resultados das replicatas da amostragem de alguns pontos, o que pode ser explicado pelo fato de que os sedimentos dos estuários estão em ambiente dinâmico, e além disso a amostra sofre uma lixiviação no momento da coleta 1 2 3 4 5 6 Margem Direita Calha Margem Esquerda 0 Concentração de Al (Percentual) 7 devido a profundidade do rio nos pontos coletados. E01 E02 E03 E04 Pontos de Amostragem Figura 23 - Gráfico das concentrações de alumínio no sedimento, em porcentagem. Aécia Seleide Dantas - 2009 1 2 3 4 5 Margem Direita Calha Margem Esquerda 0 Concentração de Fe (Percentual) 6 76 E01 E02 E03 E04 Pontos de Amostragem 150 250 350 Margem Direita Calha Margem Esquerda 0 50 Concentração de Mn (mg/Kg) 450 Figura 24 - Gráfico das concentrações de ferro no sedimento, em porcentagem. E01 E02 E03 E04 Pontos de Amostragem Figura 25 - Gráfico das concentrações de manganês no sedimento, em mg.Kg-1. Nas Tabelas 4.7, 4.8, 4.9 e 4.10 a seguir são apresentados os resultados da quantificação do elementos maiores. Aécia Seleide Dantas - 2009 77 Tabela 5.5 Resultados da quantificação dos elementos maiores PONTO DE AMOSTRAGEM MÉDIA E01 - MD MÉDIA E01 - C MÉDIA E01 - ME Al (%) Fe(%) Mn (mg/Kg) 0,47 ± 0,22 0,28 ± 0,05 2,43 ± 0,39 0,44 ± 0,19 0,29 ± 0,06 2,35 ± 0,10 50,03 ± 14,15 46,12 ± 13,45 130,69 ± 13,05 MÉDIA E02 - MD MÉDIA E02 - C MÉDIA E02 - ME 1,29 ± 0,56 0,14 ± 0,03 4,70 ± 0,36 1,02 ± 0,38 0,16 ± 0,02 3,28 ± 0,33 75,33 ± 11,21 18,18 ± 6,04 292,32 ± 47,72 MÉDIA E03 - MD MÉDIA E03 - C MÉDIA E03 - ME 0,13 ± 0,026 0,74 ± 0,41 4,97 ± 0,36 0,08 ± 0,02 0,62 ± 0,29 3,65 ± 0,46 8,16 ± 2,15 58,88 ± 12,36 323,77 ± 28,74 MÉDIA E04 - MD MÉDIA E04 - C MÉDIA E04 - ME 0,207 ± 0,01 1,20 ± 1,74 1,35 ± 0,14 0,21 ± 0,008 0,54 ± 0,70 1,02 ± 0,06 18,88 ± 1,33 32,15 ± 33,04 98,65 ± 11,50 5.4.2 Elementos traços O Cd se associa principalmente com carbonatos e óxidos de Fe e Mn. Em termos químicos o cádmio é muito similar ao zinco, só que muito menos abundante. Estes dois metais freqüentemente sofrem processos geoquímicos juntos. O cádmio é um elemento que é encontrado principalmente em sedimentos de fundo e em partículas em suspensão. Nessas formas, ele pode retornar à fase aquosa pelo aumento da acidez. Não foi possível obter com exatidão os valores para o Cd para todas as replicatas nos pontos de amostragem, pois para algumas as concentrações situaram-se abaixo do limite de detecção, que é de 0,08 mg.Kg-1. As médias das concentrações de Cd e Pb na margem esquerda sempre ultrapassaram os valores do “background” regional e do folhelho padrão, que são respectivamente <0,2 e 0,30 mg.Kg-1, exceto para o ponto E04. Podemos atribuir esse fato às características das amostras, como por exemplo a granulometria da amostra de sedimento nas margens ser menor que da amostra da calha. As concentrações de Cd encontradas nesse trabalho são maiores que as encontradas em trabalhos anteriores no estuário Potengi por FIGUEIREDO (1997) e MEDEIROS (2009). Já para as concentrações de chumbo, comparando com os Aécia Seleide Dantas - 2009 78 mesmos autores, obteve-se valores menores, uma vez que comparou-se aos valores das amostragens na calha do rio. O chumbo é um metal que, em sua maior parte encontra-se associado às partículas mais finas do sedimento. Apesar disso, a maior concentração de chumbo encontrada foi no ponto E01-ME, que têm maior porcentagem de fração granulométrica areia muito fina, e teor de matéria orgânica de 4,67%, não é elevada. Em contraste, temos o ponto, E02-ME, onde a fração granulométrica é silte, o teor de matéria orgânica encontrado foi 16,09% e a concentração de chumbo encontrada foi de 25,30 mg.Kg-1. Quando o chumbo é lançado no meio ambiente, ele tem um longo tempo de residência comparado à maioria dos outros poluentes. Como resultado, ele tende a se acumular em solos e sedimentos, onde, devido à baixa solubilidade, pode permanecer acessível à cadeia alimentar e ao metabolismo humano por muito tempo (CONCEIÇÃO, 2004). Nas Figuras 26 e 27 a seguir, vemos a distribuição do Cd e Pb, nas diversas partes de sedimento do rio amostradas. Figura 26 - Gráfico das concentrações de cádmio no sedimento, em mg.Kg-1. Aécia Seleide Dantas - 2009 10 20 30 40 50 60 Margem Direita Calha Margem Esquerda 0 Concentração de Pb (mg/Kg) 70 79 E01 E02 E03 E04 Pontos de Amostragem Figura 27 - Gráfico das concentrações de chumbo no sedimento, em mg.Kg-1. A quantidade de matéria orgânica apresenta uma grande influência na forma como o cobre se encontra no sedimento. Quando o sedimento contém baixas concentrações de matéria orgânica, a maior parte do cobre que ele contém se encontra na fração residual associada à rede silicática das argilas (CHESTER et al., 1988). Em sedimentos contendo altas concentrações de matéria orgânica, o cobre se associa principalmente aos sulfetos e à matéria orgânica (NAVFAC, 2000). Assim como o chumbo, a maior concentração de cobre e zinco encontradas, não teve ligação com a granulometria mais fina e o mais alto teor de matéria orgânica. As concentrações encontradas estão entre 0,49 mg.Kg-1 e 142,57 mg.Kg-1 para o Cu, e entre 8,60 mg.Kg-1 e 135,96 mg.Kg-1 para o Zn, nos pontos E03-MD e E01-ME respectivamente. Com exceção do ponto E04, todas as amostragens da margem esquerda estão acima do valor do “background” regional que é de 10,0 mg.Kg-1 de Cu, mas apenas o ponto E01-ME está acima do folhelho padrão, que tem concentração 45,0 mg.Kg-1 . Em relação ao Zn, estão acima do “background” regional os pontos: Aécia Seleide Dantas - 2009 80 E01-ME, E02-C, E02-ME, E03-ME e E04-C. E somente o ponto E01-ME está acima do valor de referência do folhelho padrão, que é de 95,0 mg.Kg-1 para o Zn. As altas concentrações encontradas no ponto E01-ME são preocupantes, pois estão muito acima dos valores guias do folhelho para Cu e Zn, e pode estar afetando a qualidade da água no estuário, uma vez que traços desses elementos foram encontrados na análise da água realizada nesse trabalho e em todos os pontos de amostragem, a concentração de Cu na água está acima do valor máximo permitido pela Resolução CONAMA 357, como mostrado na Tabela 4.1. Essa contaminação pode ser oriunda do efeito que os efluentes das carciniculturas que são lançados neste estuário provocam, como por exemplo a alteração do pH da água. No entanto, as concentrações de Cu e Zn encontradas nesse trabalho são menores que as encontradas em trabalhos anteriores no estuário Jundiaí-Potengi (FIGUEIREDO,1997; MEDEIROS, 2009) e em Curimataú (GARLIPP, 2006), como pode ser observado na Tabela 5.8. Comparando com as concentrações encontradas por Figueiredo (1997) e Lira (2008), encontrou-se nesse trabalho uma concentração mais alta de Zn. Levando em consideração que os solos apresentam grande variedade ao longo de uma mesma região e entre diferentes regiões (SUGUIO, 2003), e que, portanto, deve-se considerar que os metais não estão distribuídos de forma homogênea entre as frações de sedimento e que diferenças significativas nas concentrações totais de metais podem ser observadas em amostras de sedimento de uma única localidade (SALOMONS & FORSTNER, 1984). Essa premissa pode justificar os resultados observados nas comparações realizadas nesse trabalho, visto que as concentrações dos metais variaram até mesmo entre as replicatas de amostragem para alguns elementos. Nas Figuras 28 e 29 vemos o comportamento do Cu e do Zn, respectivamente. Aécia Seleide Dantas - 2009 32 64 96 128 Margem Direita Calha Margem Esquerda 0 Concentração de Cu (mg/Kg) 160 81 E01 E02 E03 E04 Pontos de Amostragem 30 60 90 120 Margem Direita Calha Margem Esquerda 0 Concentração de Zn (mg/Kg) 150 Figura 28 - Gráfico das concentrações de cobre no sedimento, em mg.Kg-1. E01 E02 E03 E04 Pontos de Amostragem Figura 29 - Gráfico das concentrações de zinco no sedimento, em mg.Kg-1. A maior parte do cromo em sedimentos encontra-se associada às argilas. conforme indicado pela alta correlação entre as concentrações de alumínio e cromo em sedimentos estuarinos na Flórida (SCHROPP et al., 1990). Aécia Seleide Dantas - 2009 82 O Cr apresentou altas correlações relacionadas com a matéria orgânica e fração silte (Tabelas 4.4). As médias das concentrações de Cr variaram de 2,76 mg.Kg-1 a 76,92 mg.Kg-1. Com exceção do ponto E04, todas as amostras da margem esquerda estiveram acima do valor do “background” regional, que é de 28,5 mg.Kg-1 de Cr, e todos os pontos mostraram concentrações abaixo do folhelho padrão, que tem o valor de Cr igual a 90,0 mg.Kg-1 . Comparadas com as de outros trabalhos, as concentrações de Cr encontradas nesse trabalho (na calha do rio Potengi) estão menores que as encontradas em trabalhos anteriores no estuário Jundiaí (GUEDES, 2003; LIRA, 2008), no estuário Jundiaí-Potengi (FIGUEIREDO,1997; MEDEIROS, 2009) e em Curimataú (GARLIPP, 2006), como pode ser observado na Tabela 5.8. A Figura 30, a seguir, mostra as médias das concentrações de Cr em todos os pontos de 30 50 70 90 Margem Direita Calha Margem Esquerda 0 10 Concentração de Cr (mg/Kg) 110 amostragem. E01 E02 E03 E04 Pontos de Amostragem Figura 30 - Gráfico das concentrações de cromo no sedimento, em mg.Kg-1. As médias das concentrações de Ni variaram de 1,04 mg.Kg-1 a 35,65 mg.Kg-1. As concentrações para todas as amostras da margem esquerda estão acima do valor do “background” regional, que é de 15,5 mg.Kg-1 de Ni, com exceção do ponto E04. Para o Ni todos os pontos mostraram concentrações abaixo do folhelho padrão, que tem o valor de 68,0 mg.Kg-1 . Aécia Seleide Dantas - 2009 83 As concentrações de Ni na calha do Rio Potengi, encontradas nesse trabalho, quando comparadas com trabalhos anteriores no estuário Jundiaí (GUEDES, 2003; LIRA, 2008), no estuário Jundiaí-Potengi (MEDEIROS, 2009) e em Curimataú (GARLIPP, 2006), encontraram-se menores como pode ser observado na Tabela 5.8. Todavia, as análises de traços de níquel em água realizadas nesse trabalho mostraram que já existe contaminação, embora ainda estejam menores do que o valor máximo permitido pela Resolução CONAMA 357. A Figura 31 mostra as médias das concentrações de Ni em todos os 10 20 30 40 Margem Direita Calha Margem Esquerda 0 Concentração de Ni (mg/Kg) 50 pontos de amostragem. E01 E02 E03 E04 Pontos de Amostragem Figura 31 - Gráfico das concentrações de níquel no sedimento, em mg.Kg-1. A seguir serão apresentadas as tabelas 5.6 e 5.7, com os resultados da quantificação do elementos menores. As Tabelas 5.6 e 5.7 apresentam os resultados da quantificação dos elementos menores. Aécia Seleide Dantas - 2009 84 Tabela 5.6 Resultados da quantificação dos elementos traço Cd, Cr e Cu PONTO DE Cd (mg/Kg) Cr (mg/Kg) AMOSTRAGEM MÉDIA E01 - MD 0,11 ± 0,033 11,93 ± 5,63 MÉDIA E01 - C < LD 7,16 ± 1,83 MÉDIA E01 - ME 0,47 ± 0,02 56,33 ± 7,48 Cu (mg/Kg) 4,79 ± 1,31 1,83 ± 0,73 142,57 ± 15,91 MÉDIA E02 - MD MÉDIA E02 - C MÉDIA E02 - ME 0,16 ± 0,04 < LD 0,56 ± 0,05 22,66 ± 5,76 3,63 ± 0,71 76,92 ± 6,90 7,30 ± 2,35 1,25 ± 0,15 20,66 ± 1,96 MÉDIA E03 - MD MÉDIA E03 - C MÉDIA E03 - ME < LD 0,10 ± 0,009 0,47 ± 0,07 2,76 ± 0,47 14,21 ± 6,73 73,42 ± 9,93 0,49 ± 0,08 2,80 ± 1,31 21,75 ± 4,35 MÉDIA E04 - MD MÉDIA E04 - C MÉDIA E04 - ME < LD 0,18 0,14 ± 0,006 5,11 ± 0,21 14,43 ± 18,70 20,21 ± 1,41 1,07 ± 0,25 1,52 ± 1,29 3,25 ± 0,59 Tabela 5.7 Resultados da quantificação dos elementos traço Ni, Pb e Zn PONTO DE Ni (mg/Kg) Pb (mg/Kg) AMOSTRAGEM MÉDIA E01 - MD 4,90 ± 2,46 3,93 ± 1,24 MÉDIA E01 - C 2,96 ± 0,73 2,33 ± 0,40 MÉDIA E01 - ME 19,42 ± 1,80 57,84 ± 7,05 Zn (mg/Kg) 19,16 ± 5,18 13,05 ± 2,18 135,96 ± 11,80 MÉDIA E02 - MD MÉDIA E02 - C MÉDIA E02 - ME 8,73 ± 2,60 1,49 ± 0,16 29,43 ± 3,54 7,56 ± 1,38 1,98 ± 0,19 22,98 ± 1,39 24,68 ± 5,52 16,90 ± 8,4 68,53 ± 8,47 MÉDIA E03 - MD MÉDIA E03 - C MÉDIA E03 - ME 1,04 ± 0,09 5,69 ± 2,74 35,65 ± 6,97 1,28 ± 0,20 4,40 ± 1,41 23,24 ± 1,09 8,60 ± 0,64 18,65 ± 5,59 68,86 ± 8,26 MÉDIA E04 - MD MÉDIA E04 - C MÉDIA E04 - ME 2,00 ± 0,03 4,25 ± 4,77 7,30 ± 0,81 2,01 ± 0,07 6,89 ± 8,38 8,37 ± 0,66 15,38 ± 0,48 38,19 ± 20,70 22,62 ± 1,59 Aécia Seleide Dantas - 2009 85 Tabela 5.8 Comparação entre as concentrações de elementos maiores e menores em sedimentos de diversos estuários do estado do RN com as do -1 folhelho padrão mundial (em mg.Kg , Al e Fe em %). ÁREAS Al Cd Cr Cu Fe Mn Ni Pb Zn “background” Regional 1 0,75 <LD (0,20) 28,50 10,00 1,01 95,00 15,50 14,00 26,00 Folhelho Padrão Mundial 2 8,00 0,30 90,00 45,00 4,72 850,00 68,00 20,00 95,00 Jundiaí 3 1,61 <LD (0,20) 59,90 31,00 2,07 463,40 43,10 38,20 62,00 Curimataú 4 8,76 <0,25 82,40 25,30 5,82 815,00 36,10 23,70 113,00 Potengi 5 - - 36,60 17,50 0,02 - - 23,20 25,50 Jundiaí 6 0,73 0,13 24,64 12,76 0,71 30,00 11,81 26,42 25,20 Jundiaí-Pontengi 7 1,28 <LD (0,28) 39,17 19,98 1,28 144,54 14,02 21,57 79,47 Potengi – MD 8 1,88 0,19 27,49 9,12 1,41 82,93 10,89 8,51 28,58 Potengi – Calha 9 1,02 0,18 19,74 3,68 0,82 71,34 7,83 6,89 61,94 Potengi – ME 10 5,36 0,62 84,36 151,88 3,67 343,05 42,00 65,77 148,24 1 GUEDES, 2003; 2TUREKIAN & WEDEPOHL, 1961; 3GUEDES, 2003; 4GARLIPP, 2006; 5FIGUEIREDO, 1997; 6LIRA,2008; 7MEDEIROS, 2009; 8Este trabalho na margem direita, 2009; 9Este trabalho na calha, 2009; 10Este trabalho na margem esquerda, 2009. Aécia Seleide Dantas - 2009 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES Aécia Seleide Dantas - 2009 87 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES 6.1 CONCLUSÕES A interpretação dos resultados das análises químicas do sedimento de fundo do Estuário Potengi levou as seguintes conclusões: A água analisada em todos os pontos desse trabalho mostra traços de Cu, Ni e Zn, onde as concentrações de cobre são maiores que o valor máximo permitido pela Resolução do CONAMA 357, indicando que este estuário já mostra sinais de contaminação. As partículas constituintes do sedimento de fundo não apresentaram grandes variedades nos diâmetros das partículas ao longo do estuário. As médias das frações detectadas pela análise granulométrica foram de silte e areia (média, fina e muito fina). Porém deve-se observar que nem sempre a média representa bem a característica da amostra. Deve-se considerar que os solos apresentaram grande variedade ao longo de uma mesma região e entre diferentes regiões e que, portanto, os metais podem não estar distribuídos de forma homogênea entre as frações de sedimento e que diferenças significativas nas concentrações totais de metais puderam ser observadas em amostras de sedimento de uma única localidade. Avaliando os resultados das análises de matéria orgânica, observou-se que o teor desta no sedimento, não teve uma relação direta com a fração granulométrica, uma vez que nos pontos de maiores teores de matéria orgânica, encontraou-se tanto fração silte como areia fina. Esses pontos foram na calha e na margem esquerda, respectivamente E03-C e E02-ME. Os resultados analíticos apresentados pelas amostras de sedimentos de fundo no estuário Potengi mostraram para todos os elementos e em todos os pontos, que concentrações encontradas na margem esquerda foram maiores que as concentrações da calha e da margem direita. As concentrações na margem esquerda também foram maiores que o “background” regional, com exceção apenas para o ponto E04-C que apresentou concentrações de Cd e Zn maiores que o ponto E04-ME. O que pode ser justificado por fatores como: Aécia Seleide Dantas - 2009 88 • na margem esquerda do estuário o movimento da água é menor do que na calha e na margem direita deste rio, fazendo com que ocorra uma maior sedimentação das partículas finas nessa região; • existem diversas indústrias de beneficiamento de camarão próximas a margem esquerda, as quais lançam seus efluentes diretamente no Rio Potengi; • por longos anos existiram indústrias que lançavam seus efluentes sem tratamento também nessa região, como por exemplo indústrias de couro, e como os sedimentos tem a característica de reter os elementos por vários anos, esses resultados podem ser um histórico do acúmulo de metais; • a caracterização granulométrica das amostras da margem esquerda mostra que nessa região os sedimentos tem uma granulometria variada e com maior presença da fração silte do que as amostras da calha e da margem direita deste rio, o que justifica o fato de na margem esquerda existir uma maior adsorção de metais que nas outras áreas. Para que uma avaliação de sedimento de fundo em estuários seja feita em relação à concentração de metais, é preciso levar em consideração fatores como: o local da coleta, a profundidade do rio, o tipo de amostrador, a fração granulométrica da amostra e o tipo de tratamento pelo qual a amostra passa para análise quantitativa dos elementos, pois tudo isso influencia na interpretação dos resultados obtidos. Desta maneira, do ponto de vista de um diagnóstico ambiental, esses resultados são muito preocupantes, pois a digestão utilizada nesse trabalho foi parcial, e mesmo assim as concentrações do elementos cádmio, cobre, chumbo e zinco estão acima da média do folhelho padrão. Aécia Seleide Dantas - 2009 89 6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Aplicar métodos estatísticos avançados, como análise multivariada, e relacionar, ao mesmo tempo, os diversos resultados encontrados para as análises do teor de matéria orgânica, granulometria e concentração dos diversos elementos encontrados nos diversos pontos de amostragem a fim de poder visualizar de forma gráfica, eventuais fontes com maior carga de poluentes. Analisar amostras de água e de sedimento a montante do rio e em um ponto no mar para usá-los como “background”, e relacionar possíveis diferenças a fim de que se possa justificar ação antrópica. Procurar uma metodologia validada para análise do teor de matéria orgânica em sedimento de fundo, além de usar análise térmica para ter certeza da temperatura que deverá ser usada sem comprometer a formação geológica do sedimento. Aécia Seleide Dantas - 2009 REFERÊNCIAS Aécia Seleide Dantas - 2009 91 REFERÊNCIAS ABU-HILAL, A. H.; BADRAN, M. M.; Effect of Pollution Sources on Metal Concentrations in Sediment Cores from Gulf of Aqaba (Red Sea). Marine Poll. Bull., v. 21, n. 4, p. 190-197, 1990. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6V6N-488Y90X21C&_user=687335&_coverDate=04%2F30%2F1990&_rdoc=7&_fmt=high&_orig =browse&_srch=docinfo(%23toc%235819%231990%23999789995%23413405%23FLP%23display%2 3Volume)&_cdi=5819&_sort=d&_docanchor=&_ct=21&_acct=C000037878&_versi on=1&_urlVersion=0&_userid=687335&md5=19226e9d1a1bb69919d4e41bdeaf5a 60. Acesso em: 24 nov 2009. DOI :10.1016/0025-326X(90)90501-X AGUIAR, J. E. Comparação de Metodologias para Caracterização da Geoquímica de Metais-Traços em Sedimentos da Plataforma Continental do Ceará. 2007. 114 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Marinhas) - PósGraduação em Ciências Marinhas Tropicais, Instituto de Ciências Mar, Universidade Federal do Ceará , Fortaleza, 2007. ______; MARINS, R. V.; ALMEIDA, M. D.; Comparação de Metodologias de Digestão de Sedimentos Marinhos para Caracterização da Geoquímica de MetaisTraço na Plataforma Continental Nordeste Oriental Brasileira. Geochimica Brasiliensis, v.21, n.3, p.304 - 323, 2007. ALMEIDA, R. da S. Distribuição de Metais em Sedimentos do Rio ApodiMossoró/RN – Brasil. 2007. 107 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró, 2007. ALVES, J. P. H.; GARCIA, C. A. B.; AZEVEDO, M. P. D.; OLIVEIRA, A. P. C. Avaliação da toxicidade de metais em sedimentos que recebem despejos de água produzida usando a relação metal/sulfeto volatilizado em meio ácido. In: CONGRESSO DE P&D EM PETRÓLEO E GÁS UFRN, 1, 2001, Natal. Resumo… Natal: SBQ REGIONAL RN, 2001. APHA - (AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION). Standard methods for the examination of water and wastewater. 21. ed.. Washington: Centennial Edition, 2005. ARAÚJO, A. G. Avaliação da Poluição por Metais Pesados no Estuário do Rio Potengi – Natal/RN. 2005. 92 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Sanitária) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Sanitária, Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2005. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o cotidiano. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. Aécia Seleide Dantas - 2009 92 ATSDR – AGENCY FOR TOXIC SUBSTANCES AND DESEASE REGISTRY. Toxicological profile for Copper. Atlanta : GA: U. S. Department of Health and Human Services, Public Health Service, 2004. Disponível em: http://www.atsdr.cdc.gov/tfacts132.html. Acesso em: 12 mai 2009. BAIRD, C. Química Ambiental. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. BETTINELLI, M.; BEONE, G. M.; SPEZIA, S.; BAFFI, C. Determination of heavy metals in soils and sediments by microwave-assisted digestion and inductively couple plasma optical emission spectrometry analysis. Analytica Chimica Acta, v. 424, 289-296, 2000. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6TF4-41H3KDTH&_user=687335&_coverDate=12%2F01%2F2000&_rdoc=15&_fmt=high&_orig= browse&_srch=docinfo%28%23toc%235216%232000%23995759997%23215471%23FLA%23displa y%23Volume%29&_cdi=5216&_sort=d&_docanchor=&_ct=16&_acct=C00003787 8&_version=1&_urlVersion=0&_userid=687335&md5=e54434f34bf6321287560b4 dc9e7f2ad. Acesso em: 8 mai 2009. DOI 10.1016/S0003-2670(00)01123-5 BEVILAQUA, J. E.; SILVA, I. S.; LICHTIG, J.; MASINI, J. C. Extração seletiva de metais em sedimentos de fundo do Rio Tiête, São Paulo. Química Nova, v.32, n. 1, p. 26-33, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010040422009000100005&script=sci_arttext. Acesso em 8 mai 2009. DOI 10.1590/S0100-40422009000100005 BOSTELMANN, E. Avaliação da Concentração de Metais em Amostras de Sedimento do Reservatório Billings, Braço Rio Grande, São Paulo, Brasil. 2006. 130 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia Nuclear) –Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares de São Paulo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. CETESB – Relatório de Qualidade das Águas Interiores do estado de São Paulo 2003 – São Paulo, 2004. Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/publicacoes.asp . Acesso em: 12 mai 2009. CHESTER, R.: THOMAS. A.; LIN. F.J.: BASAHAM. A. S.; JACINTO, G. The solid state speciation of copper in surface water particles and oceanic sediments. Marine chemistry, V. 24, p. 261-292, 1988. CLARK, R.B. Marine pollution. Oxford: Oxford University Press, 2001, p. 161. CONCEIÇÃO, G. Distribuição de Elementos-Traço em Sedimentos Superficiais do Rio Itajaí-Mirim em Santa Catarina. 2004. 108 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) - Centro de Ciências Tecnológicas, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, SC, 2004. COSTA, E. C. T. A. Diagnóstico Ambiental das Águas do Estuário JundiaíPotengi pela Determinação dos Índices de Qualidade da Água e Toxidez. 2008. 125 f. Dissertação (Mestrado em Química) – Programa de Pós-Graduação Aécia Seleide Dantas - 2009 93 em Química, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Natal, RN, 2008. CUNHA, E. M. S., Evolução atual do litoral de Natal–RN (Brasil) e suas aplicações a gestão integrada. 2004. 393 p. Tese de Doutorado (Doutorado em Ciências del Mar) - Programa Doctorado de Ciências del Mar, Departament d’Ecologia i Departament d’Estratigrafia i Paleontologia de La Universitat de Barcelona. Barcelona, 2004. ESTEVES, F. Fundamentos de limnologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1988. FERNANDES, L. D. F.; Transporte de poluentes em estuários. Trabalho Final de Curso da Licenciatura em Engenharia do Ambiente da Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2001. 54 p. FIGUEIREDO, F. G. de. Metais Pesados em Sedimentos Superficiais do Estuário Potengi. 1997. 65 f. Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Programa de Pós-Graduação em Química, Natal, 1997. FORSTNER U. , WITTMANN G. Metal Pollution in the Aquatic Environment, 2. ed., Berlin: Springer-Verlag, 1981. FROEHNER, S.; MARTINS, R. F. Avaliação da composição química de sedimentos do Rio Barigui na região metropolitana de Curitiba. Química Nova, v.31, n. 8, p. 2020-2026, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010040422008000800020&script=sci_arttext. Acesso em: 12 mai 2009. DOI 10.1590/S0100-40422008000800020 GARLIPP, A. B. Variação Espacial e Sazonal de Elementos Maiores e Traços no Estuário do Rio Curimataú (RN), Através de Dados Geoquímicos e de Sensoriamento Remoto. 2006. 166 f. Tese (Doutorado em Geodinâmica e Geofísica) - Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica , Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006. GUEDES, J. A. Diagnóstico Geoquímico-Ambiental do Fundo Rio Jundiaí nas Imediações da Cidade de Macaíba/RN. 2003. 130 f. Dissertação (Mestrado em Geociência) - Pós-Graduação em Geociências, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte Natal, 2003. GUEDES, J. A. et al. Metais pesados em água do rio Jundiaí - Macaíba/RN. Revista de Geologia, v.18, n.02, p.131-142, 2005. GUIMARÃES, I. do R. Utilização de óxidos de ferro naturais e sintéticos na degradação de compostos orgânicos. 2007. 84 f. Dissertação (Mestrado em Agroquímica) – Departamento de Química, Universidade Federal de Lavras, Lavras - MG, 2007. Aécia Seleide Dantas - 2009 94 GUINÉ-ROSIAS, M. F. Espectrometria de emissão atômica com plasma acoplado indutivamente. Piracicaba. CENA/USP, 1998. HOROWITZ A. J.; A Primer on Sediment-Trace Metal Chemistry. 2.ed. Lewis Publishers, MI, 1991. HORTELLANI, M. A. et al. Avaliação da Contaminação por Elementos Metálicos dos Sedimentos do Estuário Santos – São Vicente. Química Nova, v. 31, n.1, p.10-19, 2008. Disponível em: http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2008/vol31n1/index.htm. Acesso em: 8 maio 2009. KRALIK, M. A rapid procedure for environmental sampling and evaluation of polluted sediments. Applied Geochemistry, v.14: p. 807-816, 1999. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6VDG3YJB7HW9&_user=687335&_coverDate=08%2F31%2F1999&_alid=1111283688&_rdoc=1& _fmt=high&_orig=search&_cdi=5982&_sort=r&_docanchor=&view=c&_ct=1&_acct =C000037878&_version=1&_urlVersion=0&_userid=687335&md5=c20e1c474c84 9a8ce2b6ac6a4b36ee3d. Acesso em: 12 mai 2009. DOI 10.1016/S08832927(98)00096-1 LANDAJO, A. et al. Analysis of heavy metal distribution in superficial estuarine sediments (estuary of Bilbao, Basque Country) by open-focused microwaveassisted extraction and ICP-OES. Chemosphere, v. 56, p. 1033-1041, 2004. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6V74-4CTCSX9N&_user=687335&_coverDate=09%2F30%2F2004&_alid=1111286373&_rdoc=1 &_fmt=high&_orig=search&_cdi=5832&_sort=r&_docanchor=&view=c&_ct=1&_ac ct=C000037878&_version=1&_urlVersion=0&_userid=687335&md5=10a1ac994a 255f265647627569e32b0b. Acesso em 12 mai 2009. DOI 10.1016/j.chemosphere.2004.06.005 LARINI, L. Toxicologia. 3.ed. São Paulo: Manole, 1997. LEE, J. D. Química Inorgânica não tão concisa. 5.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. LEMES, M. J. de L. Avaliação de Metais e Elementos-Traço em Águas e Sedimentos das Bacias Hidrográficas dos Rios Mogi-Guaçu e Pardo, São Paulo. 2001. 215 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) –, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares de São Paulo, Universidade de São Paulo São Paulo, 2001. LIMA, I. V.; PEDROZO, M. F. M. Cadernos de Referência Ambiental: Ecotoxicologia do ferro e seus compostos. v.04, 112f. Salvador: CRA, 2001. LIMA, L. F. de. Geoquímica de Sedimentos de Fundo dos Rios Trairi e Ararí e da Laguna de Nísia Floresta (RN). 2006. 52 f. Dissertação (Mestrado em Geociências) - Programa de Pós-Graduação em Geociências, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006. Aécia Seleide Dantas - 2009 95 LIRA, D. de C. Desenvolvimento de uma metodologia para caracterização de amostras de sedimento (Rio Jundiaí\RN). 2008. Dissertação (Mestrado em Química) - Programa de Pós-Graduação em Química, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2008. MAHAN, B. M.; MYERS, R. J. Química um curso universitário. 4. ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1995. MANAHAN, S. E. F. Fundamentals of environmental chemistry. Second Edition, Boca Ratom: CRC Press LLC, 2001. MARIANI, C. F. Reservatório Rio Grande: Caracterização Limnológica da Água e Biodisponibilidade de Metais-Traço no Sedimento. 2006. 123 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Instituto de Biociências, Departamento de Ecologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. MARTINS, I.; LIMA, I. V. Cadernos de Referência Ambiental: Ecotoxicologia do manganês e seus compostos. v.07, 121f. Salvador: CRA, 2001. MEDEIROS, R. L. da S. Avaliação das condições física e química dos sedimentos do estuário Jundiaí-Potengi. 2009. 107 f. Dissertação (Mestrado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2009. MENDES, Franklin Silva. Estudo Ambiental de Hidrocarbonetos de Petróleo e de Elementos Químicos em Sedimentos de Fundo de um Corpo Lacustre no Município de Guamaré, Estado do Rio Grande do Norte. 2006. 172 f. Tese (Doutorado em Química) –Programa de Pós-graduação de Química, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. 2006. MENDONÇA, Maria Lucia Teixeira Guerra de. Metodologia para Determinação de Metais em Sedimentos Utilizando Microondas com Frasco Fechado e Análise Estatística Multivariada das Concentrações de Metais em Sedimentos da Bacia de Campos. 2006. 181 f. Tese (Doutorado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. NASCIMENTO, Luciana Araújo do. Avaliação da influência da produção de petróleo na concentração de metais traços e orgânicos totais em sedimentos da Bacia Piranhas-Açu. 2008. 108 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Petróleo) – Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Petróleo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2008. NAVFAC. Guide for incorporating bioavailability adjustments into human health and ecological risk assessments at U S. Navy and Marine Corps Facilities - Part 1: overview of metals bioavailability. Naval Facilities Engineering Service Center. User’s Guide UG-2041-ENV. Washington. DC, 2000. PEREZ-SANTANA, S.; et al. Total and partial digestion of sediments for the evaluation of trace element environmental pollution. Chemosphere, v. 66, p. 1545-1553, 2007. Disponível em: Aécia Seleide Dantas - 2009 96 http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6V74-4M69JD21&_user=687335&_coverDate=01%2F31%2F2007&_alid=1111302036&_rdoc=1& _fmt=high&_orig=search&_cdi=5832&_docanchor=&view=c&_ct=2&_acct=C0000 37878&_version=1&_urlVersion=0&_userid=687335&md5=deec1500a9b5b21bae 9d4ec5bde00986. Acesso em: 8 mai 2009. DOI 10.1016/j.chemosphere.2006.08.018 RAWLE A. The importance of Particle Size Analysis in the Pharmaceutical Industry. Malvern. Spring Lane South, 2002. p.1-43. [ S.l]: ROSENTAL, R.; EAGLE, G. A.; ORREN, M. J. Trace metal distribution in different chemical fractions of nearshore marine sediments. Estuarine, Coastal and Shelf Science, V. 22, p. 303-324,1986. RUSSEL, J. B. Química Geral. São Paulo: Makron Books, 1994. v. 1 e 2. SALOMONS, W. Environmental impact of metais derived from mining activities: processes, predictions, prevention. Journai of Geochemical Exploration, 52: 523, 1995. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6VCP-3YXC0SK7&_user=687335&_coverDate=01%2F31%2F1995&_alid=1111310492&_rdoc=1& _fmt=high&_orig=search&_cdi=5960&_sort=r&_docanchor=&view=c&_ct=4&_acct =C000037878&_version=1&_urlVersion=0&_userid=687335&md5=feb74d73629d 88b28f7665fd1a3565e9 . Acesso em: 11 mai 2009. DOI 10.1016/03756742(94)00039-E SANTOS, D. M. et al. Avaliação de Metais Pesados na Baía de Paranaguá, PR, Brasil, sob influência das atividades antrópicas. J. Braz. Soc. Ecotoxicol., v.01, n.02, p.157-160, 2006. SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS (Rio Grande do Norte). Disponível em: http://www.semarh.rn.gov.br/consulta/cBaciaDetalhe.asp?CodigoEstadual=08. Acesso em: 03. Jul. 2009. SEDNET 2008 - European Sediment Research Network. Disponível em: http://www.sednet.org. Acesso em: maio de 2009. SHRIVER D. F.; ATKINS, P. W. Química Inorgânica. 4.ed., São Paulo: Bookmam, 2008. SILVA, C. S.; PEDROZO, M. F. M. Cadernos de Referência Ambiental: Ecotoxicologia do cromo e seus compostos.. Salvador: CRA, 2001. . v. 5,. 100 p. SILVA, M. R. C. Estudo de Sedimentos da Bacia Hidrográfica do Mogi-Guaçu, com Ênfase na determinação de Metais. 2002. 113 f. Dissertação (Mestrado em Ciências, Química Analítica) – Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2002. SIQUEIRA, G. W. et al. Determinação dos Elementos-Traço (Zn, Co e Ni) em Sedimentos da Plataforma Continental Amazônica sob Influência da Descarga do rio Amazonas. Acta Amazônica, v.36, n.3, p.321–326, 2006. Disponível em: Aécia Seleide Dantas - 2009 97 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S004459672006000300005&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 7 mai 2009. DOI 10.1590/S0044-59672006000300005 SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de Química Analítica. 8. ed. São Paulo: Thompson, 2006. SOUZA, R. S. et al. Adsorção de zinco e sua relação com características de solos do Estado da Paraíba. Revista Brasileira de Ciências Agrárias. v.01, p.1–6, 2006. SUGUIO, K. Introdução à Sedimentologia. São Paulo: Edgard Blücher, 2003. USEPA – U.S. Environmental Protection Agency (2007). Method 3051a. Disponível em: http://www.epa.gov/epawaste/hazard/testmethods/sw846/pdfs/3051a.pdf . Acesso em: 20 mar 2009. VICENT- BECKETT, V.A.; PASCUAL, C.B.; KAWN, C.S.; BECKET, R. Levels and Distribution of Trace Metal in sediments of Laguna Lake (Philippines): Inter.Journal.Anal.Chem. ; v. 45; p.101-116, 1991. WHO - World Health Organization. Cadmium: Environmental Aspects. Geneva, 1992 (Environmental Health Criteria, No.134). WHO - World Health Organization. Chromium: Environmental Aspects. Geneva, 1988 (Environmental Health Criteria, No.61). WHO - World Health Organization. Concise International Chemical Assessment Document nº 12. Manganese and its compounds. Geneva, 1999. WHO - World Health Organization. Copper: Environmental Aspects. Geneva, 1998 (Environmental Health Criteria, No. 200). WHO - World Health Organization. Lead: Environmental Aspects. Geneva, 1995 (Environmental Health Criteria, No. 165). WHO - World Health Organization. Manganese: Environmental Aspects. Geneva, 1981 (Environmental Health Criteria, No.17). YABE, M. J. S.; OLIVEIRA, E. Metais pesados em águas superficiais como estratégia de caracterização de bacias hidrográficas. Química Nova, v.21, n. 5, p. 551-556, 1998. Disponível em: http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1998/vol21n5/index.htm. Acesso em: 8 mai 2009. ZAMBETA, P. M. A. Espécies químicas inorgânicas (Al, As, Cd, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb e Sn) no sedimento e nos sólidos em suspensão do rio Corumbataí, SP. 74 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Agroecossistemas) –Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2006. Aécia Seleide Dantas - 2009 APÊNDICE Aécia Seleide Dantas - 2009 99 Tabela A1 Resultado da caracterização granulométrica e classificação das amostras segundo CONAMA 344/2004, nos pontos E01 e E02. AMOSTRAS (mm)* E 01 – Margem Direita R1 0,213 ± 0,003 E 01 – Margem Direita R2 0,174 ± 0,015 E 01 – Margem Direita R3 0,197 ± 0,007 E 01 – Margem Direita - Média 0,195 ± 0,02 E 01 – Calha R1 0,342 ± 0,006 E 01 – Calha R2 0,326 ± 0,007 E 01 – Calha R3 0,329 ± 0,017 E 01 – Calha - Média 0,332 ± 0,008 E 01 – Margem Esquerda R1 0,091 ± 0,01 E 01 – Margem Esquerda R2 0,080 ± 0,005 E 01 – Margem Esquerda R3 0,096 ± 0,003 E 01 – Margem Esquerda - Média 0,089 ± 0,008 E 02– Margem Direita R1 0,114 ± 0,005 E 02– Margem Direita R2 0,127 ± 0,002 E 02– Margem Direita R3 0,144 ± 0,004 E 02– Margem Direita - Média 0,128 ± 0,015 E 02 – Calha R1 0,489 ± 0,053 E 02 – Calha R3 0,437 ± 0,034 E 02 – Calha - Média 0,461 ± 0,026 E 02 – Margem Esquerda R2 E 02 – Margem Esquerda R3 E 02 – Margem Esquerda - Média Areia fina Areia média Areia muito fina Areia fina 0,455 ± 0,013 E 02 – Calha R2 E 02 – Margem Esquerda R1 CLASSIFICAÇÃO Areia média 0,037 ± 0,004 0,037 ± 0,002 0,04 ± 0,001 0,038 ± 0,002 Silte *Diâmetros a 50%. Aécia Seleide Dantas - 2009 100 Tabela A2 Resultado da caracterização granulométrica e classificação das amostras segundo CONAMA 344/2004, nos pontos E03 e E04. AMOSTRAS (mm)* E 03– Margem Direita R1 0,310 ± 0,003 E 03– Margem Direita R2 0,271 ± 0,014 E 03– Margem Direita R3 0,297 ± 0,013 E 03– Margem Direita - Média 0,293 ± 0,02 E 03 – Calha R1 0,185 ± 0,005 E 03 – Calha R2 0,195 ± 0,002 E 03 – Calha R3 0,225 ± 0,002 E 03 – Calha - Média 0,202 0,021 E 03 – Margem Esquerda R1 0,030 ± 0,001 E 03 – Margem Esquerda R2 0,024 ± 0,001 E 03 – Margem Esquerda R3 0,040 ± 0,00 E 03 – Margem Esquerda - Média 0,031 ± 0,008 E 04– Margem Direita R1 0,191 ± 0,004 E 04– Margem Direita R2 0,187 ± 0,002 E 04– Margem Direita R3 0,190 ± 0,003 E 04– Margem Direita - Média 0,189 ± 0,002 E 04 – Calha R1 0,344 ± 0,013 E 04 – Calha R2 0,042 ± 0,000 E 04 – Calha R3 0,350 ± 0,014 E 04 – Calha - Média 0,245 ± 0,176 E 04 – Margem Esquerda R1 0,083 ± 0,002 E 04 – Margem Esquerda R2 0,079 ± 0,001 E 04 – Margem Esquerda R3 0,087 ± 0,001 E 04 – Margem Esquerda - Média 0,083 ± 0,004 CLASSIFICAÇÃO Areia média Areia fina Silte Areia fina Areia fina Areia muito fina *Diâmetros a 50%. Aécia Seleide Dantas - 2009 101 Tabela A3 Resultado da média (n = 3) da %MOT, nos pontos E01 e E02. AMOSTRAS %MOT ± DP E 01 – Margem Direita 1 0,99 ± 0,25 E 01 – Margem Direita 2 1,58 ± 0,36 E 01 – Margem Direita 3 0,74 ± 0,15 E 01 – Margem Direita - Média 1,10 ± 0,43 E 01 – Calha 1 0,81 ± 0,21 E 01 – Calha 2 1,06 ± 0,18 E 01 – Calha 3 0,95 ± 0,27 E 01 – Calha - Média 0,93 ± 0,13 E 01 – Margem Esquerda 1 4,00 ± 0,09 E 01 – Margem Esquerda 2 4,41 ± 019 E 01 – Margem Esquerda 3 5,61 ± 0,13 E 01 – Margem Esquerda - Média 4,67 ± 0,84 E 02– Margem Direita 1 3,32 ± 0,17 E 02– Margem Direita 2 3,39 ± 0,09 E 02– Margem Direita 3 2,16 ± 0,50 E 02– Margem Direita - Média 2,95 ± 0,69 E 02 – Calha 1 0,69 ± 0,07 E 02 – Calha 2 NA* E 02 – Calha 3 0,93 ± 0,25 E 02 – Calha - Média 0,81 ± 0,17 E 02 – Margem Esquerda 1 17,44 ± 1,97 E 02 – Margem Esquerda 2 14,73 ± 2,65 E 02 – Margem Esquerda 3 NA* E 02 – Margem Esquerda - Média 16,09 ± 1,92 *NA – Não Realizada a Análise. Aécia Seleide Dantas - 2009 102 Tabela A4 Resultado da média (n = 3) da %MOT, nos pontos E03 e E04. AMOSTRAS %MOT ± DP E 03– Margem Direita 1 6,34 ± 1,62 E 03– Margem Direita 2 5,02 ± 1,54 E 03– Margem Direita 3 8,62 ± 2,24 E 03– Margem Direita - Média 6,66 ± 1,82 E 03 – Calha 1 16,47 ± 1,21 E 03 – Calha 2 17,36 ± 2,63 E 03 – Calha 3 NA* E 03 – Calha - Média 16,92 ± 0,63 E 03 – Margem Esquerda 1 6,94 ± 0,64 E 03 – Margem Esquerda 2 6,51 ± 0,59 E 03 – Margem Esquerda 3 7,88 ± 1,30 E 03 – Margem Esquerda - Média 7,11 ± 0,70 E 04– Margem Direita 1 5,65 ± 0,97 E 04– Margem Direita 2 6,61 ± 0,88 E 04– Margem Direita 3 3,98 ± 0,05 E 04– Margem Direita - Média 5,41 ± 1,33 E 04 – Calha 1 11,46 ± 0,38 E 04 – Calha 2 11,22 ± 1,49 E 04 – Calha 3 NA* E 04 – Calha - Média 11,34 ± 0,17 E 04 – Margem Esquerda 1 14,02 ± 0,34 E 04 – Margem Esquerda 2 11,76 ± 1,14 E 04 – Margem Esquerda 3 10,43 ± 2,65 E 04 – Margem Esquerda - Média 12,07 ± 1,81 *NA – Não Realizada a Análise. Aécia Seleide Dantas - 2009 103 Tabela A5 Resultados da Quantificação dos elementos maiores no Ponto E01 PONTO DE AMOSTRAGEM Al (%) Fe(%) Mn (mg/Kg) 0,27 0,25 0,26 0,25 0,25 0,25 35,80 35,32 34,78 0,26 ± 0,008 0,25 ± 0,001 35,30 ± 0,51 0,71 0,70 0,69 0,64 0,66 0,63 64,96 63,50 62,13 Média E01 – MD2 0,70 ± 0,011 0,64 ± 0,016 63,53 ± 1,42 E01 – MD3 R1 E01 – MD3 R2 E01 – MD3 R3 Média E01 – MD3 0,47 0,45 0,46 0,46 ± 0,009 0,43 0,43 0,43 0,43 ± 0,001 51,26 50,63 51,88 51,26 ± 0,62 MÉDIA E01 - MD 0,47 ± 0,22 0,44 ± 0,19 50,03 ± 14,15 0,22 0,21 0,22 0,23 0,23 0,23 36,70 29,93 31,89 0,22 ± 0,009 0,23 ± 0,002 32,84 ± 3,48 0,32 0,31 0,32 0,35 0,34 0,34 60,03 57,89 61,30 0,32 ± 0,005 0,34 ± 0,001 59,74 ± 1,72 0,29 0,30 0,31 0,30 0,31 0,31 43,61 48,25 45,45 0,30 ± 0,01 0,28 ± 0,05 0,31 ± 0,004 0,29 ± 0,06 45,77 ± 2,33 46,12 ± 13,45 2,03 2,15 2,11 2,18 2,19 2,37 116,57 119,89 116,25 2,10 ± 0,059 2,25 ± 0,105 117,57 ± 2,02 2,33 2,30 2,37 2,45 2,34 2,37 131,23 127,83 133,61 2,33 ± 0,033 2,39 ± 0,052 130,89 ± 2,90 2,76 2,82 2,99 2,33 2,41 2,58 139,72 142,83 148,25 2,86 ± 0,119 2,43 ± 0,39 2,44 ± 0,127 2,35 ± 0,10 143,60 ± 4,31 130,69 ± 13,05 E01 – MD1 R1 E01 – MD1 R2 E01 – MD1 R3 Média E01 – MD1 E01 – MD2 R1 E01 – MD2 R2 E01 – MD2 R3 E01 – C1 R1 E01 – C1 R2 E01 – C1 R3 Média E01 – C1 E01 – C2 R1 E01 – C2 R2 E01 – C2 R3 Média E01 – C2 E01 – C3 R1 E01 – C3 R2 E01 – C3 R3 Média E01 – C3 MÉDIA E01 - C E01 – ME1 R1 E01 – ME1 R2 E01 – ME1 R3 Média E01 – ME1 E01 – ME2 R1 E01 – ME2 R2 E01 – ME2 R3 Média E01 – ME2 E01 – ME3 R1 E01 – ME3 R2 E01 – ME3 R3 Média E01 – ME3 MÉDIA E01 - ME Aécia Seleide Dantas - 2009 104 Tabela A6 Resultados da Quantificação dos elementos maiores no Ponto E02 PONTO DE AMOSTRAGEM E02 – MD1 R1 E02 – MD1 R2 E02 – MD1 R3 Média E02 – MD1 E02 – MD2 R1 E02 – MD2 R2 E02 – MD2 R3 Média E02 – MD2 E02 – MD3 R1 E02 – MD3 R2 E02 – MD3 R3 Média E02 – MD3 MÉDIA E02 - MD E02 – C1 R1 E02 – C1 R2 E02 – C1 R3 Média E02 – C1 E02 – C2 R1 E02 – C2 R2 E02 – C2 R3 Média E02 – C2 E02 – C3 R1 E02 – C3 R2 E02 – C3 R3 Média E02 – C3 MÉDIA E02 - C E02 – ME1 R1 E02 – ME1 R2 E02 – ME1 R3 Média E02 – ME1 E02 – ME2 R1 E02 – ME2 R2 E02 – ME2 R3 Média E02 – ME2 E02 – ME3 R1 E02 – ME3 R2 E02 – ME3 R3 Média E02 – ME3 MÉDIA E02 - ME Al (%) Fe(%) Mn (mg/Kg) 1,45 1,46 2,73 1,11 1,12 2,00 82,30 81,69 77,82 1,88 ± 0,74 1,41 ± 0,51 80,60 ± 2,43 1,27 1,20 1,23 1,01 0,99 1,01 83,87 81,25 83,67 1,23 ± 0,04 1,00 ± 0,01 82,93 ± 1,46 0,79 0,77 0,76 0,67 0,64 0,63 64,50 59,43 63,43 0,77 ± 0,01 1,29 ± 0,56 0,65 ± 0,02 1,02 ± 0,38 62,45 ± 2,67 75,33 ± 11,21 0,11 0,12 0,12 0,15 0,14 0,14 17,47 17,72 19,67 0,12 ± 0,006 0,14 ± 0,005 18,28 ± 1,20 0,18 0,17 0,17 0,19 0,19 0,17 25,86 23,28 23,38 0,17 ± 0,004 0,18 ± 0,008 24,17 ± 1,46 0,14 0,14 0,14 0,15 0,16 0,16 12,00 12,62 11,67 0,14 ± 0,003 0,14 ± 0,03 0,16 ± 0,006 0,16 ± 0,02 12,09 ± 0,48 18,18 ± 6,04 5,16 5,11 5,09 3,63 3,61 3,68 339,45 337,33 339,30 5,12 ± 0,03 3,64 ± 0,04 338,69 ± 1,18 4,47 4,59 4,42 3,22 3,28 3,14 298,90 294,34 291,51 4,49 ± 0,09 3,21 ± 0,07 294,92 ± 3,73 4,53 4,61 4,33 3,01 3,00 2,96 247,10 246,15 236,80 4,49 ± 0,14 4,70 ± 0,36 2,99 ± 0,03 3,28 ± 0,33 243,35 ± 5,69 292,32 ± 47,72 Aécia Seleide Dantas - 2009 105 Tabela A7 Resultados da Quantificação dos elementos maiores no Ponto E03 PONTO DE AMOSTRAGEM E03 – MD1 R1 E03 – MD1 R2 E03 – MD1 R3 Média E03 – MD1 E03 – MD2 R1 E03 – MD2 R2 E03 – MD2 R3 Média E03 – MD2 E03 – MD3 R1 E03 – MD3 R2 E03 – MD3 R3 Média E03 – MD3 MÉDIA E03 - MD E03 – C1 R1 E03 – C1 R2 E03 – C1 R3 Média E03 – C1 E03 – C2 R1 E03 – C2 R2 E03 – C2 R3 Média E03 – C2 E03 – C3 R1 E03 – C3 R2 E03 – C3 R3 Média E03 – C3 MÉDIA E03 - C E03 – ME1 R1 E03 – ME1 R2 E03 – ME1 R3 Média E03 – ME1 E03 – ME2 R1 E03 – ME2 R2 E03 – ME2 R3 Média E03 – ME2 E03 – ME3 R1 E03 – ME3 R2 E03 – ME3 R3 Média E03 – ME3 MÉDIA E03 - ME Al (%) Fe(%) Mn (mg/Kg) 0,10 0,11 0,11 0,06 0,07 0,07 6,03 6,33 5,78 0,11 ± 0,005 0,07 ± 0,002 6,05 ± 0,27 0,16 0,16 0,16 0,11 0,11 0,10 11,25 11,24 8,59 0,16 ± 0,002 0,10 ± 0,004 10,36 ± 1,53 0,13 0,13 0,13 0,08 0,09 0,08 7,65 8,33 8,23 0,13 ± 0,003 0,13 ± 0,026 0,09 ± 0,006 0,08 ± 0,02 8,07 ± 0,37 8,16 ± 2,15 0,91 0,92 0,95 0,84 0,80 0,84 69,79 70,37 73,87 0,92 ± 0,021 0,82 ± 0,025 71,34 ± 2,20 1,01 1,01 1,05 0,75 0,75 0,77 58,43 57,46 60,12 1,02 ± 0,024 0,76 ± 0,011 58,67 ± 1,35 0,27 0,26 0,29 0,27 0,27 0,30 42,87 44,58 52,40 0,27 ± 0,015 0,74 ± 0,41 0,28 ± 0,014 0,62 ± 0,29 46,62 ± 5,08 58,88 ± 12,36 4,84 4,98 4,83 3,66 3,68 3,67 292,31 293,24 286,66 4,89 ± 0,080 3,67 ± 0,014 290,74 ± 3,56 5,28 5,18 5,63 4,13 3,98 4,18 340,04 337,61 351,50 5,36 ± 0,235 4,10 ± 0,103 343,05 ± 7,42 4,71 4,61 4,63 3,21 3,18 3,14 337,26 340,14 335,14 4,65 ± 0,055 4,97 ± 0,36 3,18 ± 0,032 3,65 ± 0,46 337,51 ± 2,51 323,77 ± 28,74 Aécia Seleide Dantas - 2009 106 Tabela A8 Resultados da Quantificação dos elementos maiores no Ponto E04 PONTO DE AMOSTRAGEM E04 – MD1 R1 E04 – MD1 R2 E04 – MD1 R3 Média E04 – MD1 E04 – MD2 R1 E04 – MD2 R2 E04 – MD2 R3 Média E04 – MD2 E04 – MD3 R1 E04 – MD3 R2 E04 – MD3 R3 Média E04 – MD3 MÉDIA E04 - MD E04 – C1 R1 E04 – C1 R2 E04 – C1 R3 Média E04 – C1 E04 – C2 R1 E04 – C2 R2 E04 – C2 R3 Média E04 – C2 E04 – C3 R1 E04 – C3 R2 E04 – C3 R3 Média E04 – C3 MÉDIA E04 - C E04 – ME1 R1 E04 – ME1 R2 E04 – ME1 R3 Média E04 – ME1 E04 – ME2 R1 E04 – ME2 R2 E04 – ME2 R3 Média E04 – ME2 E04 – ME3 R1 E04 – ME3 R2 E04 – ME3 R3 Média E04 – ME3 MÉDIA E04 - ME Al (%) Fe(%) Mn (mg/Kg) 0,21 0,22 0,22 0,20 0,21 0,20 16,61 18,25 17,25 0,22 ± 0,005 0,20 ± 0,004 17,37 ± 0,83 0,21 0,20 0,19 0,22 0,21 0,22 21,85 19,08 18,59 0,20 ± 0,011 0,22 ± 0,006 19,84 ± 1,75 0,21 0,19 0,21 0,22 0,21 0,22 20,24 17,83 20,29 0,20 ± 0,012 0,207 ± 0,01 0,22 ± 0,008 0,21 ± 0,008 19,45 ± 1,40 18,88 ± 1,33 0,14 0,15 0,14 0,11 0,11 0,11 10,19 10,17 10,68 0,14 ± 0,005 0,11 ± 0,00 10,35 ± 0,28 3,26 3,22 3,13 1,37 1,34 1,31 70,35 71,85 68,31 3,20 ± 0,065 1,34 ± 0,03 70,17 ± 1,78 0,25 0,25 0,26 0,17 0,19 0,17 15,51 16,91 15,37 0,25 ± 0,001 1,20 ± 1,74 0,17 ± 0,01 0,54 ± 0,70 15,93 ± 0,85 32,15 ± 33,04 1,47 1,44 1,47 1,03 1,06 1,04 105,42 103,97 107,40 1,46 ± 0,017 1,04 ± 0,015 105,60 ± 1,72 1,39 1,38 1,39 1,09 1,08 1,06 104,55 102,73 107,62 1,39 ± 0,008 1,08 ± 0,013 104,97 ± 2,47 1,20 1,19 1,19 0,94 0,95 0,97 85,08 85,24 85,84 1,19 ± 0,005 1,35 ± 0,14 0,96 ± 0,013 1,02 ± 0,06 85,39 ± 0,40 98,65 ± 11,50 Aécia Seleide Dantas - 2009 107 Tabela A9 Resultados da quantificação dos elementos traço Cd, Cr e Cu, no Ponto E01 PONTO DE AMOSTRAGEM Cd (mg/Kg) Cr (mg/Kg) Cu (mg/Kg) E01 – MD1 R1 E01 – MD1 R2 E01 – MD1 R3 < LD < LD < LD 6,32 6,63 6,35 5,18 4,51 5,24 Média E01 – MD1 < LD 6,43 ± 0,17 4,98 ± 0,41 E01 – MD2 R1 E01 – MD2 R2 E01 – MD2 R3 0,13 0,14 0,13 17,65 18,19 17,19 5,67 6,64 5,70 0,13 ± 0,005 17,68 ± 0,50 6,00 ± 0,55 0,09 0,09 0,09 11,93 11,57 11,56 3,24 3,09 3,87 0,09 ± 0,001 0,11 ± 0,033 11,69 ± 0,21 11,93 ± 5,63 3,40 ± 0,41 4,79 ± 1,31 E01 – C1 R1 E01 – C1 R2 E01 – C1 R3 < LD < LD < LD 5,33 5,36 5,06 1,12 1,18 0,93 Média E01 – C1 < LD 5,25 ± 0,16 1,07 ± 0,13 E01 – C2 R1 E01 – C2 R2 E01 – C2 R3 < LD < LD < LD 7,98 8,00 8,28 2,04 1,59 2,05 Média E01 – C2 < LD 8,09 ± 0,17 1,89 ± 0,26 E01 – C3 R1 E01 – C3 R2 E01 – C3 R3 < LD < LD < LD 7,20 7,45 7,44 2,31 3,20 2,11 Média E01 – C3 MÉDIA E01 - C < LD < LD 7,36 ± 0,14 7,16 ± 1,83 2,54 ± 0,58 1,83 ± 0,73 E01 – ME1 R1 E01 – ME1 R2 E01 – ME1 R3 0,44 0,44 0,480 51,84 50,96 52,37 154,66 132,90 167,36 0,45 ± 0,02 51,72 ± 0,71 151,64 ± 17,42 0,47 0,45 0,48 51,48 50,80 54,68 119,51 113,78 139,30 0,47 ± 0,02 52,32 ± 2,07 124,20 ± 13,40 0,49 0,49 0,51 63,94 62,40 68,55 178,12 121,85 155,68 0,50 ± 0,01 0,47 ± 0,02 64,96 ± 3,20 56,33 ± 7,48 151,88 ± 28,33 142,57 ± 15,91 Média E01 – MD2 E01 – MD3 R1 E01 – MD3 R2 E01 – MD3 R3 Média E01 – MD3 MÉDIA E01 - MD Média E01 – ME1 E01 – ME2 R1 E01 – ME2 R2 E01 – ME2 R3 Média E01 – ME2 E01 – ME3 R1 E01 – ME3 R2 E01 – ME3 R3 Média E01 – ME3 MÉDIA E01 - ME Aécia Seleide Dantas - 2009 108 Tabela A10 Resultados da quantificação dos elementos traço Cd, Cr e Cu, no Ponto E02 PONTO DE AMOSTRAGEM Cd (mg/Kg) Cr (mg/Kg) Cu (mg/Kg) 0,19 0,19 0,19 27,74 27,82 26,93 9,52 9,29 8,57 0,19 ± 0,004 27,49 ± 0,49 9,12 ± 0,49 0,17 0,18 0,18 24,34 23,87 24,43 7,96 8,47 7,97 0,17 ± 0,001 24,21 ± 0,30 8,13 ± 0,29 0,12 0,11 0,11 16,76 15,95 16,14 4,43 4,72 4,81 0,11 ± 0,005 0,16 ± 0,04 16,29 ± 0,42 22,66 ± 5,76 4,65 ± 0,20 7,30 ± 2,35 E02 – C1 R1 E02 – C1 R2 E02 – C1 R3 < LD < LD < LD 2,77 3,16 2,93 1,21 1,98 1,07 Média E02 – C1 < LD 2,95 ± 0,19 1,42 ± 0,49 E02 – C2 R1 E02 – C2 R2 E02 – C2 R3 < LD < LD < LD 4,47 4,37 4,26 1,17 1,17 1,18 Média E02 – C2 < LD 4,36 ± 0,10 1,17 ± 0,005 E02 – C3 R1 E02 – C3 R2 E02 – C3 R3 < LD < LD < LD 3,54 3,59 3,62 1,09 1,23 1,13 Média E02 – C3 MÉDIA E02 - C < LD < LD 3,58 ± 0,04 3,63 ± 0,71 1,15 ± 0,07 1,25 ± 0,15 E02 – ME1 R1 E02 – ME1 R2 E02 – ME1 R3 0,63 0,61 0,62 85,25 83,25 84,59 22,90 22,59 23,05 0,62 ± 0,009 84,36 ± 1,02 22,85 ± 0,24 0,55 0,55 0,54 76,26 75,93 74,86 20,32 20,07 19,81 0,55 ± 0,005 75,68 ± 0,73 20,07 ± 0,25 0,52 0,52 0,50 71,96 71,56 68,66 19,31 19,23 18,63 0,52 ± 0,01 0,56 ± 0,05 70,73 ± 1,80 76,92 ± 6,90 19,06 ± 0,37 20,66 ± 1,96 E02 – MD1 R1 E02 – MD1 R2 E02 – MD1 R3 Média E02 – MD1 E02 – MD2 R1 E02 – MD2 R2 E02 – MD2 R3 Média E02 – MD2 E02 – MD3 R1 E02 – MD3 R2 E02 – MD3 R3 Média E02 – MD3 MÉDIA E02 - MD Média E02 – ME1 E02 – ME2 R1 E02 – ME2 R2 E02 – ME2 R3 Média E02 – ME2 E02 – ME3 R1 E02 – ME3 R2 E02 – ME3 R3 Média E02 – ME3 MÉDIA E02 - ME Aécia Seleide Dantas - 2009 109 Tabela A11 Resultados da quantificação dos elementos traço Cd, Cr e Cu, no Ponto E03 PONTO DE AMOSTRAGEM Cd (mg/Kg) Cr (mg/Kg) Cu (mg/Kg) E03 – MD1 R1 E03 – MD1 R2 E03 – MD1 R3 < LD < LD < LD 2,28 2,36 2,22 0,39 0,55 0,31 Média E03 – MD1 < LD 2,29 ± 0,07 0,42 ± 0,12 E03 – MD2 R1 E03 – MD2 R2 E03 – MD2 R3 < LD < LD < LD 3,23 3,33 3,13 0,77 0,46 0,49 Média E03 – MD2 < LD 3,23 ± 0,10 0,58 ± 0,17 E03 – MD3 R1 E03 – MD3 R2 E03 – MD3 R3 < LD < LD < LD 2,67 2,90 2,73 0,55 0,44 0,48 Média E03 – MD3 MÉDIA E03 - MD < LD < LD 2,77 ± 0,12 2,76 ± 0,47 0,49 ± 0,06 0,49 ± 0,08 E03 – C1 R1 E03 – C1 R2 E03 – C1 R3 0,11 0,11 0,11 19,83 20,16 19,23 3,66 3,77 3,62 0,11 ± 0,003 19,74 ± 0,47 3,68 ± 0,08 0,10 0,01 0,01 16,22 16,06 16,21 3,38 3,34 3,56 0,01 ± 0,002 16,17 ± 0,09 3,43 ± 0,11 < LD < LD < LD 6,09 6,11 7,96 1,39 1,15 1,37 < LD 0,10 ± 0,009 6,72 ± 1,08 14,21 ± 6,73 1,30 ± 0,13 2,80 ± 1,31 0,48 0,49 0,47 74,65 75,56 73,25 22,80 23,63 22,34 0,48 ± 0,009 74,49 ± 1,16 22,92 ± 0,65 0,53 0,53 0,55 82,28 80,96 85,10 25,20 24,80 26,21 0,54 ± 0,01 82,78 ± 2,11 25,40 ± 0,73 0,40 0,41 0,40 62,89 63,44 62,67 16,92 17,04 16,86 0,40 ± 0,003 0,47 ± 0,07 63,00 ± 0,40 73,42 ± 9,93 16,94 ± 0,09 21,75 ± 4,35 Média E03 – C1 E03 – C2 R1 E03 – C2 R2 E03 – C2 R3 Média E03 – C2 E03 – C3 R1 E03 – C3 R2 E03 – C3 R3 Média E03 – C3 MÉDIA E03 - C E03 – ME1 R1 E03 – ME1 R2 E03 – ME1 R3 Média E03 – ME1 E03 – ME2 R1 E03 – ME2 R2 E03 – ME2 R3 Média E03 – ME2 E03 – ME3 R1 E03 – ME3 R2 E03 – ME3 R3 Média E03 – ME3 MÉDIA E03 - ME Aécia Seleide Dantas - 2009 110 Tabela A12 Resultados da quantificação dos elementos traço Cd, Cr e Cu, no Ponto E04 PONTO DE AMOSTRAGEM Cd (mg/Kg) Cr (mg/Kg) Cu (mg/Kg) E04 – MD1 R1 E04 – MD1 R2 E04 – MD1 R3 < LD < LD < LD 4,69 6,36 4,91 0,97 0,93 0,84 Média E04 – MD1 < LD 5,32 ± 0,91 0,91 ± 0,07 E04 – MD2 R1 E04 – MD2 R2 E04 – MD2 R3 < LD < LD < LD 4,98 5,02 4,72 1,22 0,76 0,80 Média E04 – MD2 < LD 4,91 ± 0,17 0,93 ± 0,25 E04 – MD3 R1 E04 – MD3 R2 E04 – MD3 R3 < LD < LD < LD 5,11 5,01 5,21 1,24 1,83 1,02 Média E04 – MD3 MÉDIA E04 - MD < LD < LD 5,11 ± 0,10 5,11 ± 0,21 1,36 ± 0,42 1,07 ± 0,25 E04 – C1 R1 E04 – C1 R2 E04 – C1 R3 < LD < LD < LD 2,86 2,87 2,79 0,50 0,90 0,67 Média E04 – C1 < LD 2,84 ± 0,04 0,69 ± 0,20 E04 – C2 R1 E04 – C2 R2 E04 – C2 R3 0,180 0,177 0,176 40,88 34,00 33,16 3,25 2,92 2,88 Média E04 – C2 0,177 ± 0,002 36,01 ± 4,23 3,01 ± 0,21 E04 – C3 R1 E04 – C3 R2 E04 – C3 R3 < LD < LD < LD 4,45 4,44 4,48 0,87 0,91 0,81 Média E04 – C3 MÉDIA E04 - C < LD 0,18 4,46 ± 0,02 14,43 ± 18,70 0,86 ± 0,05 1,52 ± 1,29 E04 – ME1 R1 E04 – ME1 R2 E04 – ME1 R3 0,142 0,140 0,144 21,22 20,77 21,56 4,26 3,54 3,82 Média E04 – ME1 0,142 ± 0,002 21,18 ± 0,40 3,88 ± 0,36 E04 – ME2 R1 E04 – ME2 R2 E04 – ME2 R3 0,145 0,142 0,148 20,82 20,51 21,22 3,08 3,20 3,23 Média E04 – ME2 0,145 ± 0,003 20,85 ± 0,35 3,17 ± 0,08 E04 – ME3 R1 E04 – ME3 R2 E04 – ME3 R3 0,133 0,132 0,133 18,63 18,47 18,67 2,71 2,74 2,67 Média E04 – ME3 MÉDIA E04 - ME 0,133 ± 0,001 0,14 ± 0,006 18,59 ± 0,10 20,21 ± 1,41 2,71 ± 0,03 3,25 ± 0,59 Aécia Seleide Dantas - 2009 111 Tabela A13 Resultados da quantificação dos elementos traço Ni, Pb e Zn, no Ponto E01 PONTO DE AMOSTRAGEM Ni (mg/Kg) Pb (mg/Kg) Zn (mg/Kg) E01 – MD1 R1 E01 – MD1 R2 E01 – MD1 R3 2,55 2,58 2,47 2,99 2,78 2,78 14,14 14,81 11,76 Média E01 – MD1 2,53 ± 0,06 2,85 ± 0,12 13,57 ± 1,60 E01 – MD2 R1 E01 – MD2 R2 E01 – MD2 R3 7,42 7,72 7,19 5,28 5,41 5,18 22,95 23,55 24,88 Média E01 – MD2 7,44 ± 0,27 5,29 ± 0,12 23,80 ± 0,98 E01 – MD3 R1 E01 – MD3 R2 E01 – MD3 R3 4,73 4,73 4,68 3,77 3,60 3,62 19,36 18,88 22,11 Média E01 – MD3 MÉDIA E01 - MD 4,71 ± 0,03 4,90 ± 2,46 3,66 ± 0,09 3,93 ± 1,24 20,11 ± 1,74 19,16 ± 5,18 E01 – C1 R1 E01 – C1 R2 E01 – C1 R3 2,14 2,22 2,06 1,94 1,90 1,83 9,53 11,17 11,58 Média E01 – C1 2,14 ± 0,07 1,89 ± 0,05 10,76 ± 1,08 E01 – C2 R1 E01 – C2 R2 E01 – C2 R3 3,24 3,17 3,15 2,70 2,61 2,71 16,28 12,26 16,80 Média E01 – C2 3,19 ± 0,05 2,68 ± 0,05 15,11 ± 2,49 E01 – C3 R1 E01 – C3 R2 E01 – C3 R3 3,21 4,29 3,14 2,40 2,42 2,49 12,69 13,48 13,65 Média E01 – C3 MÉDIA E01 - C 3,55 ± 0,64 2,96 ± 0,73 2,44 ± 0,04 2,33 ± 0,40 13,27 ± 0,51 13,05 ± 2,18 E01 – ME1 R1 E01 – ME1 R2 E01 – ME1 R3 18,69 18,41 18,92 63,18 87,38 46,76 135,72 150,22 158,78 Média E01 – ME1 18,67 ± 0,26 65,77 ± 20,43 148,24 ± 11,66 E01 – ME2 R1 E01 – ME2 R2 E01 – ME2 R3 18,35 17,74 18,21 49,61 52,71 54,53 121,49 123,36 129,27 Média E01 – ME2 18,10 ± 0,32 52,28 ± 2,48 124,71 ± 4,06 E01 – ME3 R1 E01 – ME3 R2 E01 – ME3 R3 21,46 20,98 22,02 54,52 51,65 60,27 137,33 131,34 136,12 Média E01 – ME3 MÉDIA E01 - ME 21,48 ± 0,52 19,42 ± 1,80 55,48 ± 4,39 57,84 ± 7,05 134,93 ± 3,16 135,96 ± 11,80 Aécia Seleide Dantas - 2009 112 Tabela A14 Resultados da quantificação dos elementos traço Ni, Pb e Zn, no Ponto E02 PONTO DE AMOSTRAGEM Ni (mg/Kg) Pb (mg/Kg) Zn (mg/Kg) E02 – MD1 R1 E02 – MD1 R2 E02 – MD1 R3 10,88 10,85 10,95 8,22 8,32 8,06 27,01 27,55 31,19 Média E02 – MD1 10,89 ± 0,05 8,20 ± 0,13 28,58 ± 2,27 E02 – MD2 R1 E02 – MD2 R2 E02 – MD2 R3 10,60 8,81 8,90 8,53 8,65 8,35 25,63 27,34 28,30 Média E02 – MD2 9,44 ± 1,00 8,51 ± 0,15 27,09 ± 1,35 E02 – MD3 R1 E02 – MD3 R2 E02 – MD3 R3 5,94 5,99 5,63 6,77 5,71 5,45 19,15 17,99 17,93 Média E02 – MD3 MÉDIA E02 - MD 5,86 ± 0,20 8,73 ± 2,60 5,98 ± 0,70 7,56 ± 1,38 18,36 ± 0,69 24,68 ± 5,52 E02 – C1 R1 E02 – C1 R2 E02 – C1 R3 1,22 1,68 1,12 1,72 1,90 1,69 28,32 NA 24,88 Média E02 – C1 1,34 ± 0,30 1,77 ± 0,11 26,60 ± 2,43 E02 – C2 R1 E02 – C2 R2 E02 – C2 R3 1,70 1,68 1,62 2,14 2,05 2,03 11,36 11,56 13,21 Média E02 – C2 1,67 ± 0,04 2,07 ± 0,06 12,04 ± 1,01 E02 – C3 R1 E02 – C3 R2 E02 – C3 R3 1,38 1,66 1,38 2,10 2,11 2,11 12,26 NA 11,88 Média E02 – C3 MÉDIA E02 - C 1,48 ± 0,16 1,49 ± 0,16 2,11 ± 0,006 1,98 ± 0,19 12,07 ± 0,19 16,90 ± 8,4 E02 – ME1 R1 E02 – ME1 R2 E02 – ME1 R3 33,13 32,51 33,04 24,93 24,24 24,57 72,45 77,31 84,88 Média E02 – ME1 32,89 ± 0,33 24,58 ± 0,34 78,21 ± 6,26 E02 – ME2 R1 E02 – ME2 R2 E02 – ME2 R3 29,77 29,63 29,40 22,23 22,35 21,63 65,61 63,31 65,71 Média E02 – ME2 29,60 ± 0,18 22,07 ± 0,39 64,88 ± 1,36 E02 – ME3 R1 E02 – ME3 R2 E02 – ME3 R3 26,19 26,11 25,12 22,71 22,80 22,42 63,10 63,56 60,83 Média E02 – ME3 MÉDIA E02 - ME 25,81 ± 0,60 29,43 ± 3,54 22,07 ± 0,77 22,98 ± 1,39 62,50 ± 1,46 68,53 ± 8,47 Aécia Seleide Dantas - 2009 113 Tabela A15 Resultados da quantificação dos elementos traço Ni, Pb e Zn, no Ponto E03 PONTO DE AMOSTRAGEM Ni (mg/Kg) Pb (mg/Kg) Zn (mg/Kg) E03 – MD1 R1 E03 – MD1 R2 E03 – MD1 R3 0,89 1,15 0,77 1,09 1,20 0,99 7,19 9,01 7,56 Média E03 – MD1 0,93 ± 0,19 1,10 ± 0,10 7,92 ± 0,96 E03 – MD2 R1 E03 – MD2 R2 E03 – MD2 R3 1,14 1,13 1,07 1,47 1,53 1,50 9,68 9,19 8,69 Média E03 – MD2 1,12 ± 0,04 1,50 ± 0,03 9,19 ± 0,50 E03 – MD3 R1 E03 – MD3 R2 E03 – MD3 R3 0,97 1,01 1,20 1,24 1,26 1,26 9,14 7,84 9,14 Média E03 – MD3 MÉDIA E03 - MD 1,06 ± 0,12 1,04 ± 0,09 1,25 ± 0,01 1,28 ± 0,20 8,70 ± 0,75 8,60 ± 0,64 E03 – C1 R1 E03 – C1 R2 E03 – C1 R3 7,84 7,80 7,86 4,85 4,96 4,99 22,90 21,28 21,49 Média E03 – C1 7,83 ± 0,03 4,93 ± 0,07 21,89 ± 0,88 E03 – C2 R1 E03 – C2 R2 E03 – C2 R3 6,55 6,68 6,63 5,42 5,42 5,54 20,22 20,33 25,03 Média E03 – C2 6,62 ± 0,07 5,46 ± 0,07 21,86 ± 2,75 E03 – C3 R1 E03 – C3 R2 E03 – C3 R3 2,46 2,76 2,59 2,76 2,59 3,04 11,94 10,97 13,67 Média E03 – C3 MÉDIA E03 - C 2,60 ± 0,15 5,69 ± 2,74 2,80 ± 0,22 4,40 ± 1,41 12,19 ± 1,37 18,65 ± 5,59 E03 – ME1 R1 E03 – ME1 R2 E03 – ME1 R3 36,84 37,41 36,05 22,58 23,05 22,47 73,26 76,00 69,91 Média E03 – ME1 36,76 ± 0,68 22,70 ± 0,31 73,06 ± 3,05 E03 – ME2 R1 E03 – ME2 R2 E03 – ME2 R3 41,78 41,03 43,20 24,50 23,71 25,29 71,49 72,10 78,94 Média E03 – ME2 42,00 ± 1,10 24,50 ± 0,79 74,18 ± 4,14 E03 – ME3 R1 E03 – ME3 R2 E03 – ME3 R3 28,16 28,34 28,07 22,38 22,95 22,24 58,12 58,11 61,82 Média E03 – ME3 MÉDIA E03 - ME 28,19 ± 0,14 35,65 ± 6,97 22,53 ± 0,38 23,24 ± 1,09 59,35 ± 2,14 68,86 ± 8,26 Aécia Seleide Dantas - 2009 114 Tabela A16 Resultados da quantificação dos elementos traço Ni, Pb e Zn, no Ponto E04 PONTO DE AMOSTRAGEM Ni (mg/Kg) Pb (mg/Kg) Zn (mg/Kg) E04 – MD1 R1 E04 – MD1 R2 E04 – MD1 R3 1,95 2,08 2,00 1,93 2,01 1,85 12,91 19,13 15,71 Média E04 – MD1 2,01 ± 0,06 1,93 ± 0,08 15,92 ± 3,11 E04 – MD2 R1 E04 – MD2 R2 E04 – MD2 R3 2,07 1,95 1,85 2,14 2,09 1,99 19,21 11,03 14,69 Média E04 – MD2 1,96 ± 0,11 2,07 ± 0,07 14,98 ± 4,09 E04 – MD3 R1 E04 – MD3 R2 E04 – MD3 R3 2,10 1,99 1,98 2,08 1,93 2,05 18,98 14,74 12,05 Média E04 – MD3 MÉDIA E04 - MD 2,02 ± 0,07 2,00 ± 0,03 2,02 ± 0,08 2,01 ± 0,07 15,25 ± 3,50 15,38 ± 0,48 E04 – C1 R1 E04 – C1 R2 E04 – C1 R3 1,14 1,30 1,58 1,54 1,57 1,47 59,26 64,93 NA Média E04 – C1 1,34 ± 0,22 1,52 ± 0,05 62,07 ± 4,01 E04 – C2 R1 E04 – C2 R2 E04 – C2 R3 9,80 9,80 9,66 16,92 16,56 16,17 NA 28,66 24,62 Média E04 – C2 9,75 ± 0,08 16,55 ± 0,37 26,64 ± 2,85 E04 – C3 R1 E04 – C3 R2 E04 – C3 R3 1,62 1,78 1,59 2,61 2,59 2,61 26,64 NA 25,04 Média E04 – C3 MÉDIA E04 - C 1,66 ± 0,10 4,25 ± 4,77 2,60 ± 0,01 6,89 ± 8,38 25,84 ± 1,13 38,19 ± 20,70 E04 – ME1 R1 E04 – ME1 R2 E04 – ME1 R3 8,41 7,73 7,97 9,15 8,36 8,69 21,91 21,35 23,41 Média E04 – ME1 8,04 ± 0,34 8,73 ± 0,40 22,22 ± 1,06 E04 – ME2 R1 E04 – ME2 R2 E04 – ME2 R3 7,36 7,32 7,58 9,05 8,56 8,73 20,45 21,29 22,05 Média E04 – ME2 7,42 ± 0,14 8,78 ± 0,25 21,26 ± 0,80 E04 – ME3 R1 E04 – ME3 R2 E04 – ME3 R3 6,36 6,43 6,50 7,72 7,54 7,56 22,94 23,23 26,93 Média E04 – ME3 MÉDIA E04 - ME 6,43 ± 0,07 7,30 ± 0,81 7,60 ± 0,10 8,37 ± 0,66 24,37 ± 2,22 22,62 ± 1,59 Aécia Seleide Dantas - 2009