1 - SOI - Simulação de Organizações Internacionais

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AEA – Agência Europeia do Ambiente
CEE – Comunidade Econômica Europeia
CSNU – Conselho de Segurança das Nações Unidas
EUA – Estados Unidos da América
IPCC – Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas
IRI – Índice de Riqueza Inclusiva
MERCOSUL – Mercado Comum do Sul
ONG – Organização Não Governamental
ONU – Organização das Nações Unidas
OOMA – Organização do Oriente Médio pela Água
OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte
PIB – Produto Interno Bruto
UE – União Europeia
URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
ZEE – Zona Econômica Exclusiva
1
Nobres delegados e delegadas,
É com muita alegria que nós, a Diretoria do Conselho de Segurança das Nações
Unidas(2040) da SOI 2014 apresentamos aos senhores e senhoras nosso Relatório do
Secretário da ONU, o qual foi desenvolvido a partir de muito empenho, dedicação e
criatividade de toda esta diretoria juntamente com nosso blog, que poderá ser acessado
pelo seguinte link (http://csnumini2014.wordpress.com/), e com os anexos para
fornecer-lhes uma base para uma excelente discussão no âmbito de nosso comitê que
será simulado em breve.
No entanto, antes que os senhores e senhoras iniciem a leitura de nosso
Relatório, queremos que os senhores tenham um contato inicial e conheçam um pouco
de cada um dos diretores do comitê que iremos simular.
Iniciaremos com Amanda Barros, a Sra. Ocupada, mãe de 10 filhos, trabalha em
três expedientes e ainda consegue tomar conta de seu canil. Amanda é dona da sede do
nosso Conselho, é conhecida como a Rainha do San Valle que costuma ostentar sua wifi
sem senha. É só chegar e conectar (diz ela). Está cursando o 4º período noturno e é
sócia ativa do bar do Thomas. É a bicampeã do Guerra Game (apesar de aparentar, esse
jogo não é criação do nosso ~Guerra1~), sendo adepta do jogo e forte incentivadora. É
uma frequentadora assídua da MiniSOI, tendo participado de todas as edições desde seu
1º ano do Ensino Médio. Além disso, Amandinha também possui grande conhecimento
do vernáculo, o qual usa frequentemente para contribuir com nosso trabalho, muito
desse aprendizado ela obteve em um outro projeto aí que ela preferiu sair para se
dedicar exclusivamente a MiniSOI. Vale salientar que nossa diretora também é
extremamente cuidadosa, para ter uma ideia dessa virtude basta pedir para dar uma
olhada em seu notebook, o qual dizem que ela derrubou de um carro em movimento,
procede? “Não!”, gritou Amanda enquanto batia o seu automóvel mais uma vez.
Trataremos agora de nosso tutor, se seu companheiro de sala Renato 2 é tido
como Mestre, o Doutor da MiniSOI, André Ricardo Macêdo, conhecido como Galego, é
o membro mais experiente do CSNU em termos de SOI e, principalmente de MiniSOI,
é ex-vice-presidente da COMPETRO (Comissão Permanente do Trote3). Além disso,
recentemente, Dr. Galego foi obrigado a se mudar para Recife, pois não podia ir à praia
1
Renato Guerra é outro membro de nossa diretoria que será apresentado posteriormente.
Conforme expomos na nota de rodapé acima falaremos dele mais adiante.
3
Uma das organizações mais célebres do glorioso curso de Direito da UFRN.
2
2
pegar uma “onda”, sem ter que dar milhares de autógrafos aos seus fãs, afinal, não é
qualquer um que é escolhido Garoto Intervalo por 5 anos seguidos (#RumoAoHexa).
Lagoa Azul, como também é conhecido pela cor de seus olhos e pelo corte de cabelo,
bateu todos os recordes da Mini SOI, e é, além de tudo, o craque da Seleção de Futebol
do Curso de Direito que, quando se formar, anunciou que o curso aposentará a camisa
número 7, em sua homenagem. Perguntado sobre o porquê de usar a camisa 7, ele
afirmou que, nos tempos em que não era apaixonado pela sua amada, costumava
conhecer pelo menos 7 belas senhoritas por festa, fora as que não lembrava. Um dos
outros diretores deste seleto comitê já anunciou publicamente que foi o grande Galego
que o ensinou a “como enganar uma nega”.
Chegou a hora dele, Alan Monteiro, vulgarmente conhecido como “Magão das
Novinhas” e atualmente cursa o 6º período de Direito. A mente criativa por trás deste
comitê nunca perde a oportunidade de fazer uma boa piada. Para aquelas...opa...aqueles
que ainda não o conhecem não devem ser muitas...opa...muitos basta procurar o
membro mais musculoso de nossa Diretoria, que terá encontrado ele. Alan também
ocupa o cargo de presidente ad eternum da Resistência4 e é o membro mais jovem da
COMPETRO, dois dos mais seletos grupos do Glorioso Curso de Direito. Este nosso
querido diretor é um excelente professor possuindo uma grande didática e paciência,
inclusive, quando determinadas delegadas...opa...delegados costumam defender a
democracia chinesa. Seu curso para iniciantes no Snapchat é bastante procurado,
inclusive para além das fronteiras brasileiras: recentemente foi convidado para ministrar
sua expertise na Inglaterra “It’s London, baby! Little kiss on the shoulder =*”, gritou ele
no corredor do Setor 1 da UFRN. Em sua 2ª participação como diretor da Mini-SOI, o
Magão já fazia sucesso com suas delegadas antes mesmo de entrar no projeto –
queimando a largada –, hoje, é sem dúvidas o diretor que mais faz sucesso, seja por seu
carisma ou por sua competência. É também seguidor do estilo de vida #utepils 5.
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!11!!!!1!!!
6
Apaixonada por filmes, Giselle Gomes não recusa um convite para o cinema, e ela
mesma lembra: não chame para filme 3D, porque o óculos atrapalha... Outra paixão é a
academia, não há uma semana que ela não vá pelo menos 5 dias para exercitar a
#rosinha, claro, saúde em primeiro lugar. Giza, como é chamada pelos amigos mais
4
Outra célebre organização do curso do glorioso curso de Direito e que recusa apresentações.
Expressão norueguesa, que significa beber uma cerveja gelada na praia em um dia ensolarado.
6
Giselle é uma garota risonha, razão pela qual iniciamos a parte dela desta maneira.
5
3
próximos, é uma pessoa #KKKKKK² muito #KKKKKK feliz #KKKKKKK e não
consegue
#KKKKKKK
controlar-se
#KKKKKKK
diante
#KKKKKKK³
de
#KKKKKKK uma #KKKKKK boa #KKKKKK piada #KKKKKK²¹. Encantada pelas
muralhas da China e por sua história milenar, nossa Giza não cansa de esclarecer
constantemente ao restante de nossa diretoria sobre as particularidades dessa nação para
a qual ela promete mudar-se em breve. É a exímia motorista da rodada do comitê,
admitindo ter comprado a carteira por pura ostentação KKKKKKKK1!!1!11!!
“Inclusive este perfil ficou MUITO BOM”, acrescenta Giza.
Dando continuidade a apresentação de nossos diretores temos Netinho Costa. O
Pequeno filho do filho do pai, ou Netinho Macêdo, como gosta de ser chamado, cursa o
6º período noturno de Direito e pela primeira vez consta no quadro de celebridades da
MiniSOI. Antigo membro da Resistência, desbandou de seu grupo para seguir seu
coração. Hoje, anda com três carregadores para seu celular, pois se a Sra. Macêdo ligar
e pegar o telefone desligado... Já sabe! Bastante fotogênico e exibicionista, ama postar
fotos em seu novo instagram, e pede para que todos o sigam @netinhoocosta (ele segue
de volta e troca likes). Um dos fundadores do Bar do Val, Netinho é frequentador
assíduo desse local, contudo, obviamente que só vai para esse bar quando o Le Cirque
não está em Natal, pois, não troca a ida ao circo por nada. Por fim, enquanto sapateava
ao som de um bom samba de raiz, advertiu: “Um Rei nunca perde sua majestade!”7.
Primeiramente bom dia, apresentaremos agora Marilia Paiva, a nossa Lila, a qual
é sem dúvidas o elemento mais peculiar do grupo de diretores, seja porque é a única que
não cursa o glorioso curso de direito, faz C&T, seja por sua forma de saldar a todos...
Tunduntz8... adora ouvir rock e reggae, mas na hora de mostrar seus dotes musicais não
foge do sertanejo universitário e do pagodão de “Raça Negra” pra demonstrar sua
afinação. Sua dedicação a MiniSOI é de encher os olhos, pois após participar do projeto
como delegada, fez parte do comitê de imprensa – para cobrir a Mini – apenas para
poder participar como diretora, onde chegou com méritos. Nossa Liloca também adora
papos filosóficos e debates elucidativos sobre diversos assuntos esotéricos, em especial
quando se encontra em momentos de descontração no famoso Bar do Val. Agora,
motorizada, oferece caronas com emoção “Vem comigo! Ou não...”. Suas habilidades
7
Alusão a propaganda feita pelo mesmo para o Cursinho Overdose quando da sua aprovação no
vestibular, quando o mesmo foi intitulado o “Rei do Direito”.
8
Expressão usada pela mesma constantemente para se referir a diversas coisas aparentemente desconexas.
4
vão além do seu multiuso na MiniSOI, sabendo manusear uma viola melhor do que
qualquer outra diretora deste comitê, tirando Melissa9, Giselle e Amanda.
Em nome da Rainha Elizabeth II, Honey, digo, Melissa Emerenciano ou Mel,
cursa o 4º período de Direito e é veterana em termos de MiniSOI, tendo participado de
todas as edições (sempre no rol de menções honrosas), inclusive na primeira delas foi
preciso entrar com um Mandado de Segurança, uma vez que cursava apenas o 4º ano do
Ensino Fundamental (na ocasião representou o Reino Unido, like always). Apesar de
aparentar ser muito extrovertida, em confidência revelou já ter recusado inúmeros
convites para desfilar em Barcelona, sua terra natal e atual residência: sua altura,
beirando os 2 metros, foi um grande empecilho para sua carreira de top model,
extrapolando a média mundial e impedindo a utilização de salto alto. Apesar de
poliglota, o uso excessivo de cafeína comumente lhe causa alucinações, já tendo
confundido um labrador com uma criança. Em castelhano finalizou: “segundamente,
non preocupem nosotros, la parte buena es la menas pior“.
Por último mas não menos importante, temos Renato Guerra, oriundo das praias
de Madagascar, onde frequentemente pratica slackline num cadarço, é conhecido
popularmente como Mestre Renato de pele bronzeada. Membro assíduo do grupo
formado pelos alunos do curso de Direito da UFRN denominado de “Resistência”. Tem
a expressão #utepils como filosofia de vida e a segue arduamente sempre que pode.
Apesar de aparentar ter uma cara séria, é um homem muito carinhoso, principalmente
com suas delegadas, o qual as presenteia com pirulitos em forma de coração. O Mestre
da MiniSOI tem um quê de mineiro, pois é daqueles que come quieto. Contudo,
perguntado sobre esse seu jeito mais “contido”, afirma veementemente que quem “come
calado, come dobrado”. Pedimos encarecidamente as senhoras delegadas que se
controlem diante dos belos olhos verdes de nosso diretor. Apesar de seu notório
conhecimento jurídico, demonstra inigualável prova de humildade ao exprimir “a gente
somos” em ambiente de assembleia, bem como ser letrado em diversos idiomas, como o
alemão #ja10.
9
Esta é nossa diretora que será apresentada a seguir.
Expressão que significa sim em alemão e é usada reiteradas vezes por Renato.
10
5
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO AO TEMA
7
2 RECURSOS NATURAIS: ASPECTOS ESPECÍFICOS ....................................... 7
3 O CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS .............................. 10
4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA E GEOPOLÍTICA: O SÉCULO XX E O INÍCIO
DO XXI...................................................................................................................... 13
4.1 AMÉRICA ............................................................................................................ 13
4.2 EUROPA .............................................................................................................. 13
4.3 ÁSIA..................................................................................................................... 15
4.4 ÁFRICA ............................................................................................................... 18
4.5 ORIENTE MÉDIO................................................................................................ 19
5 DE 2014 A 2020 ...................................................................................................... 20
5.1 AMÉRICA ............................................................................................................ 20
5.2. EUROPA ............................................................................................................. 22
5.3 ÁSIA..................................................................................................................... 23
5.4. ÁFRICA .............................................................................................................. 25
5.5 ORIENTE MÉDIO................................................................................................ 26
6 A DÉCADA DE 2020 – 2030 .................................................................................. 26
6.1 AMÉRICA ............................................................................................................ 26
6.2 EUROPA .............................................................................................................. 27
6.3 ÁFRICA ............................................................................................................... 29
6.4ORIENTE MÉDIO ................................................................................................ 29
6.5 ÁSIA..................................................................................................................... 30
7 A DÉCADA DE 2030 - 2040 .................................................................................. 32
7.1 AMÉRICA ............................................................................................................ 32
7.2 EUROPA .............................................................................................................. 35
7.3 ÁFRICA ............................................................................................................... 37
7.4 ORIENTE MÉDIO................................................................................................ 37
7.5 ÁSIA..................................................................................................................... 38
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 40
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 41
6
TEMA ÚNICO: A ESCASSEZ DOS RECURSOS NA TURAIS E A IMINÊNCIA
DA 3ª GUERRA MUNDIAL
1 INTRODUÇÃO AO TEMA
O Relatório do Secretário das Nações Unidas sobre a Questão Ambiental, a ser
usado como base na 9.825ª reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, tem
como intuito apresentar a importância dos recursos naturais para os seres humanos, bem
como o contexto histórico e geopolítico, da sociedade global, até o presente momento,
de modo a fornecer os conhecimentos necessários que deverão embasar os debates dessa
reunião.
A seriedade dessa temática está relacionada com a importância dos recursos
naturais para a vida no planeta Terra. Esses são todos os bens produzidos pela natureza
capazes de serem úteis ao ser humano 11 , não havendo, por isso, a necessidade de
possuírem valor econômico apenas pelo uso do termo “bens”. Sob este aspecto, é
importante que se leve em conta o critério da utilidade, de modo que nem tudo
produzido pela natureza será recurso natural.
Nesse sentido, a distribuição desigual de recursos naturais entre os países do
globo provoca situações conflitantes, pois, enquanto alguns Estados possuem
abundância de água, minerais, florestas, etc., outros não detêm nem o suficiente para
assegurar o Direito Humano Fundamental de Acesso ao Meio Ambiente - consagrado
nas mais diversas declarações e tratados internacionais - a sua população.
Por fim, os representantes presentes na 9.825ª Reunião do CSNU devem buscar
a garantia de um mundo justo e ecologicamente equilibrado, de modo a permitir uma
vida saudável e de qualidade para todos os seres humanos, independente de etnia, sexo,
religião ou nacionalidade.
2 RECURSOS NATURAIS: ASPECTOS ESPECÍFICOS
Os recursos naturais são as riquezas advindas do meio ambiente, com
capacidade de serem usadas pelo homem. Esse conceito é cabível (levando em conta a
relação homem, natureza e tecnologia), uma vez que a natureza oferece o bem que, por
sua vez, será utilizado pelo ser humano com base na tecnologia que dispõe. Noutro
11
BULZICO, Bettina Augusta Amorim. O Direito Fundamental ao Meio Ambiente Ecologicamente
Equilibrado: Origens, Definições e Reflexões na Ordem Constitucional Brasileira. p 15.
7
sentido, não se deve entender a ideia acima proposta como uma relação meramente
direta, havendo a possibilidade de recursos serem usados indiretamente pelo homem12.
Para fins de esclarecimento, apesar do senso comum excluir os seres vivos deste
rol, todos eles são necessários ao funcionamento do ecossistema como um todo. Outro
ponto que se faz destacar é a relevância dos recursos naturais como norteadores da
economia, bem como a importância fundamental deles para o desenvolvimento social,
tecnológico e político. Desta feita, qualquer alteração significativa na gestão de recursos
naturais em determinado local, pode gerar severas consequências em outras regiões,
sendo, por isso, necessária muita cautela. Ademais, os recursos refletem na sociedade
que, obtém deles a sua sobrevivência, de modo que as exigências feitas por aquela à
natureza tem progredido à medida que a população cresce, a tecnologia se desenvolve e
a globalização se intensifica.
Os recursos provenientes da natureza podem ser divididos em renováveis, não
renováveis e inesgotáveis. Os primeiros são aqueles cujo uso moderado possibilita sua
regeneração durante a vida humana, como a biomassa; já os não renováveis ou não se
renovam ou necessitam de um período histórico muito extenso para que tal aconteça,
por exemplo o petróleo; por fim, os inesgotáveis são os que seu uso pode ser feito
livremente sem riscos de se esgotar como o vento. Outra forma de classificar os
recursos naturais seria em energéticos (capazes de produzir energia útil, como o álcool)
e não energéticos (incapazes de gerar energia útil, por exemplo a areia).
Ainda é fundamental a discussão quanto a gestão desses bens, a qual foi feita até
o século XVII de modo irracional, quando surge a figura de Thomas Malthus na
Inglaterra com sua teoria apocalíptica de que a humanidade estava fadada à extinção
pela escassez de alimentos. A Teoria de Malthus afirmava categoricamente a
inconsistência entre o ritmo de crescimento populacional, que ocorria em progressão
geométrica, e os índices de crescimento dos gêneros alimentícios, que evoluíam em
progressão aritmética. No entanto, tal previsão não se concretiza, pois Malthus havia
considerado o terreno limitado de plantação da ilha da Grã Bretanha e desconsiderado o
desenvolvimento tecnológico.
12
Como exemplo da possibilidade de utilização indireta de determinado recurso natural pela humanidade
temos as abelhas, as quais apesar de não possuírem utilidade direta ao homem produzem o mel usado por
ele.
8
Apesar da falha de cálculos da teoria acima exposta, o temor por uma catástrofe
ambiental perpetua-se na mente humana até o século XX, quando se tem o
fortalecimento do desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade defende o uso dos
recursos naturais de maneira moderada, possibilitando que este se prolongue para as
gerações atuais e futuras. Os temores acerca da incapacidade dos recursos naturais
suportarem o avanço populacional da humanidade são reais e atuais, conforme
publicado pela revista da Academia Nacional de Ciências Americana 13.
No início do século XXI, o conceito de desenvolvimento sustentável foi
amplamente debatido sob duas grandes óticas, a pessimista e a otimista. A pessimista
expôs categoricamente a incapacidade do mercado gerir os recursos da natureza, sendo
essencial uma intervenção dos Estados para prover este controle, seja por meio de
quotas de exploração ou da proibição do uso de determinados recursos, por exemplo.
Tal entendimento se fortaleceu com a irreversibilidade da forma de exploração atual e a
imprevisibilidade dos efeitos da mesma.
Por outro lado, os otimistas afirmavam que os temores sobre uma provável
catástrofe ambiental deveriam ser resolvidos pelas gerações futuras, com suas
tecnologias bem mais avançadas que as de então e com os dados mais concretos sobre
os efeitos de nossos atos no meio ambiente.
Todavia, não se pode olvidar que a água ocupa lugar de destaque dentre todos os
recursos por sua essencialidade a toda e qualquer forma de vida, tanto é assim que o
primeiro indicativo da existência de vida em determinado local, como um planeta,
transpassa pela água.
Nesse sentido, um dos agravantes para a relevância deste recurso é que apesar de
sua abundância pelo planeta, apenas 1% dessa água é potável, ou seja, apresenta-se
pronta para uso de todas as formas de vida. Acrescida a esta escassez de água para
consumo, tem-se a aceleração dos derretimentos das geleiras, compostas por água
potável, que se unem às águas marítimas, tornando-a inconsumível. A má gestão da
água com sua poluição e uso descontrolado potencializam o contexto de escassez.
Outrossim, tem-se a importância e cautela necessárias no uso do petróleo, pois
este, além de não ser um recurso renovável, é usado amplamente pela nossa sociedade
para fins dos mais variados. Dessa maneira, apesar de existirem diversos estudos e
13
RECURSOS naturais do planeta estão acabando, diz estudo. Disponível em:
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/020625_recursos.shtml>. Acesso em: 06 de Abril de 2014.
9
progressos sobre a viabilidade de sua substituição por outros recursos naturais
energéticos, ainda é necessária a busca por outro material ou outros materiais capazes de
substituí-lo no uso para fabricação de eletrodomésticos, computadores, automóveis,
descartáveis etc.
Vivemos na sociedade do descartável, do uso, do plástico, ou seja, do petróleo.
Razão que justifica os constantes conflitos políticos e militares por esse e sua
importância econômica, de maneira que a substituição deste composto é essencial para a
perpetuação da sociedade humana como a conhecemos.
3 O CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS
O Conselho de Segurança é um órgão das Nações Unidas criado pelo artigo 7º14
da Carta da ONU15, assinada em julho de 1945, em São Francisco, após o término da
Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional. Constitui o órgão de
maior poder coercitivo dentro das Nações Unidas, podendo recomendar, por meio da
Assembleia Geral, a suspensão dos direitos e privilégios de um membro contra o qual
for levada a efeito ação preventiva ou coercitiva por parte do Conselho de Segurança,
como também recomendar a expulsão de membro da ONU que houver violado
persistentemente os princípios contidos na Carta supracitada, conforme versam os
artigos 5º16 e 6º17 do documento mencionado.
Dentre as atribuições do CSNU, merecem maior importância as funções
de: manter a paz e a segurança internacionais de acordo com os princípios e propósitos
das Nações Unidas; investigar qualquer disputa ou situação que possa vir a se
transformar em um conflito internacional; recomendar métodos de diálogo entre os
países; determinar se existe uma ameaça para a paz ou ato de agressão e, caso exista,
recomendar quais medidas devem ser tomadas; solicitar aos países que apliquem
sanções econômicas e outras medidas que não envolvam o uso da força para impedir ou
14
Artigo 7º. 1. Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas: uma Assembleia Geral,
um Conselho de Segurança, um Conselho Econômico e Social, um conselho de Tutela, uma Corte
Internacional de Justiça e um Secretariado. 2. Serão estabelecidos, de acordo com a presente Carta, os
órgãos subsidiários considerados de necessidade.
15
UNIC RIO. Carta das Nações Unidas e Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Disponível em:
<http://unicrio.org.br/img/CartadaONU_VersoInternet.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2014.
16
Artigo 5º. O Membro das Nações Unidas, contra o qual for levada a efeito ação preventiva ou
coercitiva por parte do Conselho de Segurança, poderá ser suspenso do exercício dos direitos e privilégios
de Membro pela Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança. O exercício
desses direitos e privilégios poderá ser restabelecido pelo conselho de Segurança.
17
Artigo 6º. O Membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os Princípios contidos
na presente Carta, poderá ser expulso da Organização pela Assembleia Geral mediante recomendação do
Conselho de Segurança.
10
deter alguma agressão; decidir sobre ações militares contra agressores; exercer as
funções de tutela das Nações Unidas em “áreas estratégicas” 18.
O CSNU tem poderes para deliberar sobre qualquer conflito existente, ainda que
de ordem interna, pois com a evolução do Direito Internacional constatou-se que mesmo
um conflito interno poderia ser uma ameaça à paz internacional 19. Outrossim, qualquer
Estado-membro da ONU ou qualquer um de seus órgãos pode provocar a atuação do
Conselho de Segurança, conforme versa o art. 3520 da Carta.
Nesse sentido, o artigo 2321 da Carta estabelece que o CSNU será composto por
quinze membros, sendo cinco permanentes e dez rotativos eleitos por um período de
dois anos. Cinco membros da África e Ásia, dois da Europa Central, um da Europa
Ocidental e dois da América Latina compõem o rol dos membros não permanentes. São
membros permanentes do Conselho, desde a sua criação, a Rússia (à época União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas), os Estados Unidos da América, a França, o Reino
Unido e a China. Tais componentes possuem o poder de veto. O artigo 27 estabelece
que cada membro do Conselho de Segurança terá um voto e as decisões sobre questões
de procedimento serão tomadas pelo voto afirmativo de nove membros. As decisões
"em todos outros assuntos serão tomadas pelo voto afirmativo de nove membros,
incluindo os votos afirmativos de todos os membros permanentes”22.
Isto é, caso um membro permanente não esteja de acordo com uma decisão,
pode emitir um voto negativo, o que implica seu veto. Se não apoia uma decisão, mas
18
CONSELHO DE SEGURANÇA BR. Funções e atribuições. Disponível em: <http://www.brasil-csonu.com/o-conselho/funcoes-e-competencias/>. Acesso em: 15 fev. 2014.
19
VARELLA, Marcello D. Direito Internacional Público. 4. ed. p. 318. São Paulo: Saraiva, 2012
20
Artigo 35. 1. Qualquer Membro das Nações Unidas poderá solicitar a atenção do Conselho de
Segurança ou da Assembleia Geral para qualquer controvérsia, ou qualquer situação, da natureza das que
se acham previstas no Artigo 34. 2. Um Estado que não for Membro das Nações Unidas poderá solicitar a
atenção do Conselho de Segurança ou da Assembleia Geral para qualquer controvérsia em que seja parte,
uma vez que aceite, previamente, em relação a essa controvérsia, as obrigações de solução pacífica
previstas na presente Carta. 3. Os atos da Assembleia Geral, a respeito dos assuntos submetidos à sua
atenção, de acordo com este Artigo, serão sujeitos aos dispositivos dos Artigos 11 e 12.
21
Artigo 23 1. O Conselho de Segurança será composto de quinze Membros das Nações Unidas. A
República da China, a França, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o Reino Unido da GrãBretanha e Irlanda do norte e os Estados unidos da América serão membros permanentes do Conselho de
Segurança. A Assembleia Geral elegerá dez outros Membros das Nações Unidas para Membros não
permanentes do Conselho de Segurança, tendo especialmente em vista, em primeiro lugar, a contribuição
dos Membros das Nações Unidas para a manutenção da paz e da segurança internacionais e para os outros
propósitos da Organização e também a distribuição geográfica equitativa. 2. Os membros não
permanentes do Conselho de Segurança serão eleitos por um período de dois anos. Na primeira eleição
dos Membros não permanentes do Conselho de Segurança, que se celebre depois de haver-se aumentado
de onze para quinze o número de membros do Conselho de Segurança, dois dos quatro membros novos
serão eleitos por um período de um ano. Nenhum membro que termine seu mandato poderá ser reeleito
para o período imediato. 3. Cada Membro do Conselho de Segurança terá um representante.
22
AGÊNCIA
EFE.
O
papel
da
ONU.
Disponível
em:
<http://noticias.terra.com.br/especial/euaxiraque/interna/0,,OI94695-EI1310,00.html>. Acesso em: 06
abr. 2014.
11
não quer bloqueá-la com seu veto, pode se abster na votação. Significa dizer: para que
uma decisão não procedimental seja aprovada, deve haver o voto afirmativo de nove dos
membros do conselho, incluindo obrigatoriamente os votos afirmativos dos cinco
membros permanentes.
Contudo, entre 2014 e 2040 o Conselho de Segurança das Nações Unidas passou
por reformas em sua composição, com a finalidade de buscar uma maior legitimidade,
bem como aumentar a força de suas decisões, por se tornar um órgão plural. A entrada
de países como Brasil, Japão, Alemanha e Índia (conhecidos como o Grupo dos quatro:
G4”), começou a ser debatida desde 200523, quando foi proposta a entrada de seis novos
países no grupo de membros permanentes (os quatro anteriormente citados e mais dois
africanos), além de mais quatro membros não permanentes. Na época, outros dois
projetos foram apresentados, um pela União Africana e outro pelo chamado “Clube do
Café”24. Porém, nenhum projeto obteve êxito.
Essa situação assim permaneceu até 2018, quando a discussão para a criação de
novas cadeiras no Conselho de Segurança ganhou força novamente, após intensificação
da pressão exercida pelo Grupo dos 4. Este Grupo se aliou à África do Sul e, em 2021,
apresenta uma nova proposta de composição do CSNU, prevendo a criação de seis
cadeiras para membros permanentes e nove para membros não permanentes.
A proposta foi aceita tanto pelo Reino Unido como pela França, em apoio à
Alemanha, na busca de aumento do poder político da União Europeia. A China, por sua
vez, se absteve. Isso porque, apesar de não desejar a inclusão da Índia e do Japão, seus
principais rivais na Ásia, pretendia manter boa relação política com o Brasil, optando
por não usar seu poder de veto.
A Federação Russa, em crise econômica interna, também se absteve,
restando a decisão para os Estados Unidos da América, tendo em vista que todos os
membros não permanentes votaram afirmativamente. Os EUA votaram a favor, desde
que se inserisse também Turquia (em tentativa de estreitar ligações com esse país), bem
como que o poder de veto desses seis novos membros permanentes só entrasse em vigor
após dez anos (ou seja, só em 2031). Assim, a Resolução nº 2517 de 2021 admitiu a
reforma do Conselho e sua nova composição.
23
BBC BR. Conheça as propostas de reforma do conselho de segurança da ONU. Disponível em:
<www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2005/09/050909_csonuaw.shtml>. Acesso em 16 fev.
2014.
24
FUNDAÇÃO ALEXANDRE DE GUSMÃO. Reforma da ONU. p 88. Disponível em:
<http://www.funag.gov.br/biblioteca/dmdocuments/0790.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2014.
12
Logo, em 2040, ano em que ocorrerá a 9.825ª reunião do Conselho de Segurança
das Nações Unidas, este será composto por onze membros permanentes, decisivos no
cenário geopolítico mundial. Os cinco iniciais (EUA, França, Rússia, Reino Unido e
China) acrescidos de Brasil, Índia, Turquia, África do Sul, Alemanha e Japão, além de
dezenove membros rotativos.
4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA E GEOPOLÍTICA: o século XX e o início do XXI
4.1 AMÉRICA
Para o historiador Eric Hobsbawm, o início do século XXI pode ser descrito em
três palavras, as quais se aplicam de forma muito adequada ao continente americano
nesse contexto histórico: “Globalização, Democracia e Terrorismo” 25. A segunda delas
encaixa-se adequadamente na situação dos países latino-americanos, os quais viveram o
crescimento de regimes democráticos no início do século, após períodos de ditaduras de
extrema direita no século anterior, destacando-se Brasil, Argentina, Chile e Peru.
O terceiro termo, por sua vez, relaciona-se com o grande atentado nos Estados
Unidos em 11 de setembro de 2001, quando dois aviões sequestrados por terroristas
atingiram o World Trade Center, símbolo da economia americana, e, mais tarde, outra
aeronave se chocou contra o Pentágono, a sede do Departamento de defesa dos Estados
Unidos26. O atentado deixou quase três mil mortos e trouxe sérias consequências para os
EUA e para o mundo 27.
4.2 EUROPA
No início do século XX, as principais nações europeias eram acometidas por
vários problemas, além de forte concorrência comercial interna (em especial, na disputa
por mercados consumidores, acentuada pelo industrialismo tardio da Itália e da
Alemanha), o que acabou gerando vários conflitos de interesses entre as nações, entre
eles a Primeira Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados em
uma rápida corrida armamentista, visando à proteção de sua soberania, tendo em vista
as marcas e feridas deixadas pelo século anterior.
Desse modo, algumas nações estavam extremamente descontentes com a
25
HOBSBAWM, E. J. Globalização, democracia e terrorismo. Tradução de José Viegas. São Paulo:
Companhia das Letras, 2007, 183p.
26
ENTENDA como ocorreram os atentados de 11 de setembro de 2001. 2011. Disponível em:
<http://g1.globo.com/11-de-setembro/noticia/2011/08/entenda-como-ocorreram-os-atentados-de-11-desetembro-de-2001.html>. Acesso em: 01 abr. 2014.
27
11 DE setembro de 2001: O maior atentado terrorista de todos os tempos. 2011. Disponível em:
<http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/11-de-setembro-de-2001-o-maior-atentado-terrorista-detodos-os-tempos.htm>. Acesso em: 01 abr. 2014.
13
partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por
exemplo, haviam ficado de fora do processo neocolonial. A insatisfação de ambas, neste
contexto, pode ser considerada como uma das causas da primeira Grande Guerra. Em
1917, a entrada dos Estados Unidos na guerra acabou por decretar a vitória da Entente e
a criação do Tratado de Versalhes 28, que impunha ao grupo dos Aliados fortes restrições
e punições, e acabou influenciando o início da 2ª Guerra Mundial.
A região da Europa foi durante muito tempo uma arena permanente de batalhas,
passando por um processo de reorganização depois de duas devastadoras guerras
mundiais. Na primeira metade do século XX, a Europa Ocidental era o coração imperial
do mundo, onde se encontravam as maiores potências globais e o centro das relações
internacionais. No final da 2ª Guerra Mundial, a Alemanha encontrava-se aos pedaços,
dividida e ocupada, controlada pelos soviéticos na parte oriental e pela Inglaterra,
França e EUA na porção ocidental.
No pós 2ª Guerra, a Europa Ocidental encontrava-se destruída. A falta de
alojamento e o desemprego, somados aos estragos da guerra, causavam constante
agitação social, ameaçando, assim, a estabilidade do sistema capitalista da época. Além
disso, com as enormes dívidas contraídas, não havia recursos suficientes para a sua
reconstrução.
Em abril de 1948, o presidente Harry Truman, dos Estados Unidos, lançou o
Plano Marshall, o qual estabelecia ajuda de 17 bilhões de dólares aos países devastados
pela guerra, o que representou uma porta de entrada para os capitais norte-americanos
na economia europeia, bem como a garantia da manutenção das exportações americanas
para o continente europeu29.
Na década de 1950, no contexto da Guerra Fria, ao mesmo tempo em que a
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) foi criada com o objetivo de
constituir uma frente oposta ao bloco socialista, surgiu Pacto de Varsóvia 30 . A
Comunidade Econômica Europeia também foi concebida, devido ao êxito econômico
alcançado pelo Plano Marshall, o qual estimulou a integração entre os países europeus
28
A
PRIMEIRA
Guerra
Mundial
(1914
–
1918).
Disponível
em:
<http://www.suapesquisa.com/primeiraguerra/>. Acesso em: 06 abr. 2014.
29
PEDRO, Antônio. A reconstrução da Europa no pós 2a Guerra. Disponível em:
<http://histoblogsu.blogspot.com.br/2009/07/reconstrucao-da-europa-pos-2-guerra.html>. Acesso em: 06
abr. 2014.
30
PACTO
de
Varsóvia.
Disponível
em:
<http://www.historiadomundo.com.br/idadecontemporanea/pacto-de-varsovia.htm>. Acesso em: 06 abr. 2014.
14
capitalistas em 1957 31 , visando à defesa e reconstrução de sua economia frente a
ampliação dos poderes do bloco socialista. Tal integração culminou no surgimento da
Comunidade Econômica Europeia (CEE), que virou União Europeia em 1993, com o
Tratado de Maastricht.
Dessa forma, a Europa, que visava se reerguer econômica e politicamente,
estreitou suas relações com os EUA, superpotência capitalista. Isso foi fator
importantíssimo para manter a Europa livre de um potencial domínio soviético, ainda
que restringisse sobremaneira sua atuação política autônoma.
Nas décadas de 1970 e 1980, a CEE passou a ganhar força, não apenas em
relação à cooperação econômica, mas também na cooperação política. Dessa forma, a
unidade da União Europeia trouxe uma maior independência política para a região, que
passou, inclusive, a cooperar entre si para o desenvolvimento, por meio de ajudas
humanitárias e investimentos sociais 32.
Durante a maior parte da segunda metade do século XX, a URSS dominou o
Leste Europeu e a parte ocidental da Ásia. Em 1991, devido a fragilização do governo –
que levou a uma série de eventos que culminaram na dissolução da URSS – a região
antes controlada pela União Soviética enfraqueceu e fragmentou-se bastante. Nesse
âmbito, as potências europeias anteciparam-se para tirar vantagem da economia russa e
integrar o máximo que pudessem do antigo império russo à sua própria esfera de
influência.
4.3 ÁSIA
Milenares em sua historicidade, a sociedade chinesa teve uma sucessão de
tradicionais reinados em seu território, destacando-se as dinastias Ming e Qing. O
extremo conservadorismo dessa dinastia perdurou até o século XX, precisamente no ano
de 1911, quando se testemunhou a instauração da República Popular da China.
Mao Tsé-Tung: eis o nome da China revolucionária. O ano de 1949 foi de
grande relevância para a sociedade chinesa, representando a vitória do campo sobre as
expansões urbanistas. Filiado ao Partido Comunista chinês, Mao bebia em fontes de
inspiração socialista e, nesse sentido, ganhou força por defender a reestruturação e o
desenvolvimento dos setores rurais do seu país.
31
UNIÃO Europeia. Disponível em: <www.frigoletto.com.br/GeoEcon/UEuropeia/ueuropeia.htm>.
Acesso em: 06 abr. 2014.
32
POLÍTICA externa da União Europeia. Disponível em: <www.valente.adv.br/2007/07/politicaexterna-da-união-europeia/>. Acesso em: 06 abr. 2014.
15
Todavia,
tal
peculiaridade
confrontava
diretamente
as
propostas
de
modernização, urbanização e industrialização do socialismo soviético, implicando uma
atmosfera de grande tensão entre essa potência oriental e a voraz Rússia de Stálin. O
reflexo disso, portanto, foi a criação e aplicação de dois novos programas
governamentais, conhecidos historicamente como “O Grande Salto Adiante” e a
Revolução Cultural Chinesa. Muito embora, foi ainda nesse contexto que a China sofreu
com a Grande Fome de 1958 à 1961.
O período de “maoização” do Estado chinês perdurou até a entrada de Deng
Xiaoping, com a morte de Mao. Em que pese a permanência de uma política autoritária
e censuradora, seu governo revelou-se uma verdadeira via de contramão ao que vinha
sendo estabelecido.
Nesse sentido, a China do século XXI – detentora da segunda maior economia
do globo ainda no início dos anos 2000 – é resultado dessa nova política de abertura
econômica, quando passou a ostentar elevadíssimos índices de exportação e a se mostrar
a localidade de maior atração econômica do planeta. Era a combinação perfeita para o
capitalismo: um gigantesco território, fértil e rico em matérias-primas e na circulação de
mercadorias; um numerário habitacional - leia-se um mercado consumidor - de perder
de vista, e, sobretudo, uma legislação carente.
Por fim, o que se viu foi a degradação em larga escala do espaço onde a
sociedade chinesa, de forma milenar, deitava suas raízes, o campo, como corolário da
sua ascensão econômica escalonada.
Todavia, o contexto histórico da geopolítica asiática também não poderia ser
compreendido em sua integralidade sem mencionar os aspectos geopolíticos coreanos.
A região da Coreia é tida como uma das mais antigas. No entanto, a atenção merecida
só veio recentemente, mais especificamente com a sua anexação pelo Japão no início do
século passado – Guerra Russo-Japonesa de 1905 33 – e, posteriormente, com sua
ocupação em 1945 pelos Estados Unidos e pela URSS – 2ª Guerra Mundial34.
O resultado da separação feita sob o contexto da Guerra Fria não poderia ser
33
Guerra travada (1904-1905) entre o Império Japonês (Imperador Meiji) e o Império Russo (Czar
Nicolau II).
34
A divisão do mundo que se seguiu após o fim da 2ª Grande Guerra, divisão esta levada à cabo pelas
superpotências dominantes (EUA e URSS), também atingiu a Península da Coreia, que foi dividida entre
tais potências: o sul sob influência estadunidense e o norte sob influência soviética.
16
outro senão mais um conflito armado, desta vez entre as Coreias divididas do Norte e do
Sul, cada qual com seu “padrinho” político e militar: URSS e EUA, respectivamente. A
Guerra da Coreia (1950) 35 acabou por distanciar ainda mais uma nação apartada
militarmente, ainda que seus laços culturais e familiares permanecessem para além da
fronteira.
O Japão, por sua vez, destacou-se entre as potências orientais por apresentar um
contexto bastante conturbado. Contudo, sua facilidade em se reerguer e se recuperar foi
surpreendente. Sua história começou há quase 37 mil anos, mas o Império Japonês pode
ser resumido na figura do Imperador Meiji, que comandou o arquipélago “onde o sol
nasce” de 1867 a 1912. A revolução política, social e industrial promovida nessa época
transformou o Japão numa potência desafiadora. Seu envolvimento em sucessivos
combates, cumulado com as respectivas vitórias 36, elevaram tal império à condição de
nação influente na região asiática.
Essa ascensão japonesa seguiu a passos largos até a invasão de várias regiões da
China na primeira metade do século XX, dando início a um desentendimento com os
Estados Unidos, que culminou com a declaração de guerra em 1941 37 e posterior aliança
com o “Eixo” na 2ª Guerra Mundial.
As consequências da derrota na 2ª Grande Guerra foram devastadoras para o
Japão, que levou décadas para se reconstruir. No entanto, a recuperação japonesa pósguerra é tida como uma das mais espantosas até hoje: em menos de 30 anos o Japão já
podia ser reconhecido mais uma vez como “império”. Sua reestruturação econômica e
política teve raízes no apoio dos EUA e nas novas intenções do governo japonês, cujos
objetivos giravam em torno do enfraquecimento das relações com a URSS e do
fortalecimento dos laços com o Ocidente.
Com relação ao subcontinente indiano, este foi ocupado inicialmente nove mil
anos atrás por diversas civilizações, até a invasão dos mongóis. A partir do século XVI,
35
Conflito armado (1950-1953) entre as Coreias, envolvendo seus aliados, que tinham interesses
geopolíticos na região. Apoiando o Norte, encontravam-se a China e a URSS; em contrapartida os EUA e
o Reino Unido ofereciam apoio ao Sul. Essa batalha teve início com a invasão da parte Sul pelo governo
comunista da parte Norte. Todavia, o que pretendia unificar acabou alargando um abismo que perdura até
hoje.
36
O Império Japonês venceu a batalha contra a China na Guerra Sino-Japonesa (1894-1895), libertando a
Coreia do domínio da Dinastia Qing, península, esta, que mais tarde seria anexada ao seu território com a
vitória sobre o Imperador Nicolau II na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905).
37
No dia 7 de dezembro de 1941, forças militares japonesas atacaram a base naval estadunidense de Pearl
Harbor, trazendo a potência norte-americana para a 2ª Guerra Mundial. O desfecho deste conflito no
Pacífico foi o bombardeio atômico das cidades de Hiroshima e Nagasaki.
17
intensificam-se as relações da Índia com os europeus, culminando com o domínio inglês
da região até o século XX.
Na luta pela independência indiana faz-se mister destacar a figura de Mahatma
Gandhi38, como líder do movimento pacifista de libertação, cujo objetivo é alcançado
em 1950 com a nova República. Não obstante as problemáticas decorrentes de sua
superpopulação e mazelas internas, o crescimento da Índia tem sido intenso, em especial
no que tange ao desenvolvimento tecnológico e à exportação de “cérebros”39.
4.4 ÁFRICA
No continente africano, até o século XV, predominaram relações comerciais dos
reinos da região com o Oriente. Já com relação ao Ocidente, os primeiros contatos
ocorreram no período das “Grandes Navegações” 40 , quando os países da Europa
instauraram suas feitorias no litoral africano. Posteriormente, ocorreu a expansão dos
mercados europeus recém-industrializados para a África e a partilha desta no século
XIX41.
A divisão acima foi feita considerando-se apenas os interesses europeus e
desrespeitando as fronteiras tradicionais dos povos africanos, tendo ocorrido a cisão de
povos próximos em regiões distintas e a fusão de povos rivais num mesmo território.
Com os movimentos pela independência das nações africanas no pós Segunda Guerra
Mundial, não houve grandes alterações no panorama social.
O território onde hoje se encontra a África do Sul foi ocupado por diversos
povos africanos até o século XVII, quando a região foi ocupada por holandeses. No
século seguinte, os ingleses ocuparam a colônia holandesa. Como consequência, em fins
do século XIX, explode na região a Guerra dos Bôeres42, cujo término cria a União da
África do Sul. Durante esta dominação inglesa foi criado o regime de segregação entre
38
MAHATMA
Gandhi
(1869
–
1948).
Disponível
em:
<http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP/Politicos/Gandhi.htm>. Acesso em: 31 mar. 2014.
39
COLABORAÇÃO
de
pesquisa
e
migração
global.
Disponível
em:
<http://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/international-higher-education/colaboracao-depesquisa-e-migracao-global>. Acesso em: 31 mar. 2014.
40
O
QUE
foram
as
Grandes
Navegações?
Disponível
em:
<http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-foram-as-grandesi-navegacoes>. Acesso em: 31 mar.
2014.
41
SANTOMAURO, Beatriz. O que foi a Conferência de Berlim?. Disponível em:
<http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/foi-conferencia-berlim-700439.shtml>. Acesso em: 31
mar. 2014.
42
ÁFRICA
do
Sul
–
Guerra
dos
Boêres.
Disponível
em:
<http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=172&evento=2>. Acesso em: 31
mar. 2014.
18
negros e brancos, conhecido como apartheid43, o qual só se rompe em 1994.
4.5 ORIENTE MÉDIO
A condição de área de passagem entre a Eurásia 44 e a África, de um lado, e entre
o Mar Mediterrâneo e o Oceano Índico, de outro, já foi motivo de riqueza para o Oriente
Médio por meio do comércio de caravanas. Entretanto, a grande rotatividade de povos e
a diversidade de etnias que se estabeleceram na região, somado às condições naturais com a maior parte de seus países dependente de água de países vizinhos - e à presença
de recursos estratégicos no subsolo, tornam a região foco de incontáveis conflitos a
nível regional e global.
Os conflitos entre Israel e Palestina têm extensas raízes culturais, que remontam
vários séculos. Esta tensão se inicia com a intensificação da migração judaica para a
região, que teve início em 1897, impulsionado pelo encontro sionista45. Nesta época a
área pertencia ao Império Otomano 46, onde viviam cerca de 500 mil árabes. A segunda
Guerra mundial provocou uma imigração ainda maior e em 1948, ano em que ocorreu a
criação do Estado de Israel, os judeus já somavam 600 mil pessoas.
Em 1947, com a intenção de solucionar o problema, a ONU propôs a criação de
dois Estados, um árabe e outro judeu, porém, a identidade palestina era ainda pouco
nítida e o Estado Palestino não chegou a constituir-se47. Pode-se considerar que a luta
por este teve início apenas em 1964, com a criação da Organização para a Liberdade
Palestina (OLP), que à época tinha o intuito de destruir Israel. Esta realidade mudou
após a primeira Intifada 48 em 1993, fazendo surgir as incessantes negociações para o
reconhecimento recíproco dos dois Estados, o que não pôs fim aos conflitos na região.
Esta área, assim como a maior parte do Oriente Médio, sofreu influência
crescente da Turquia, a qual desde tempos remotos é caracterizada por sua grande força
de conquista. Sua participação na Primeira Guerra Mundial foi caracterizada pelos
43
COSTA, Renata. O que foi o Apartheid na África do Sul? Disponível em:
<http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/foi-apartheid-africa-sul-533369.shtml>.
Acesso em: 31 mar. 2014.
44
DOS SANTOS, José Alberto Loureiro. O coração da Eurásia contra o resto do mundo. Disponível
em:
<http://www2.acad-ciencias.pt/joomla/images/Documentos/E-Books/comunicacao_0006.pdf>.
Acesso em: 02 abr. 2014.
45
VAKHSHITEH, Ahmad. Surgimento e formação do sionismo. Disponível em:
<http://sionismo.net/historia/sionismo-1/>. Acesso em: 01 abr. 2014.
46
SANTIAGO,
Emerson.
Império
Otomano.
Disponível
em:
<http://www.infoescola.com/historia/imperio-otomano/>. Acesso em: 01 abr. 2014.
47
STORCH, Sergio. Palestina e Israel por trás da cortina de fumaça. Disponível em:
<http://outraspalavras.net/posts/palestina-e-israel-por-tras-da-cortina-de-fumaca/>. Acesso em: 02 abr.
2014.
48
SOUZA, Rainer. Intifada. Disponível em: <http://guerras.brasilescola.com/seculo-xx/intifada.htm>.
Acesso em: 02 abr. 2014.
19
massacres contra as minorias cristãs o que contrariou a tradição secular de tolerância e
convivência pacífica marcante no regime otomano. O fim da Guerra resultou no
declínio do Império Otomano, antigo aliado da Alemanha.
5 DE 2014 A 2020
5.1 AMÉRICA
Depois da grande crise econômica mundial de 2008, a qual abalou fortemente os
Estados Unidos da América 49 e deixou quase 10 milhões de desempregados no país 50,
este retomou o seu crescimento lentamente. No ano de 2013, a taxa de desemprego
atingiu o menor índice desde novembro de 2008, ficando em 7% 51 . A economia
estadunidense tomou fôlego e a partir de 2017, nove anos após o estopim da crise,
estabilizou-se novamente.
Em 2014, durante a crise na Ucrânia, os Estados Unidos desaprovaram e
contestaram as ações russas, principalmente no que diz respeito à anexação da região da
Criméia, no norte da Ucrânia, ao território russo. Foram impostas severas sanções
econômicas pelos EUA a Moscou, e admitiu o então presidente norte americano Barack
Obama que o país estava pronto para estabelecer novas sanções, ainda mais severas,
caso fosse necessário 52.
O ano de 2017 foi de eleições presidenciais na Venezuela. Apesar dos protestos
que dominaram o país em 2014, Nicolas Maduro conseguiu ser reeleito e fechou o país
ainda mais para o mercado externo, tentando frear a influência americana nas revoltas
internas, que protestavam contra o partido dominante e a influência ainda existente do
Chavismo 53. Sendo assim, a cúpula política percebeu que se tornaria muito difícil o
desenvolvimento isolado do país e, por conseguinte, buscou fortificar relações com
Cuba, Brasil e Argentina.
49
ENTENDA
a
crise
dos
Estados
Unidos.
2008.
Disponível
em:
<http://vestibular.brasilescola.com/blog/entenda-crise-dos-estados-unidos.htm>. Acesso em: 28 mar.
2014.
50
CRISE nos EUA cria comunidades de desempregados perto de Nova York. 2011. Disponível em:
<http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/09/crise-nos-eua-cria-comunidades-de-desempregados-pertode-nova-york.html>. Acesso em: 28 mar. 2014.
51
DESEMPREGO nos EUA cai para o menor nível em 5 anos, diz governo. 2013. Disponível em:
<http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/12/taxa-de-desemprego-nos-eua-cai-para-7-em-novembrodiz-governo.html>. Acesso em: 28 mar. 2014.
52
Os EUA impõem à Rússia as sanções mais duras desde a Guerra Fria. 2014. Disponível em:
<http://brasil.elpais.com/brasil/2014/03/17/internacional/1395069993_264275.html>. Acesso em: 28 mar.
2014.
53
Chavismo é o nome designado à ideologia política e ao estilo de governo adotados pelo ex-presidente
da Venezuela, Hugo Chavez.
20
Os laços diplomáticos entre Venezuela e Cuba já se estreitavam desde 2000,
quando os países assinaram o Acordo de Cooperação Integral, fundado em ideais
socialistas e na animosidade contra os Estados Unidos, o qual foi estendido por mais
dez anos em 2010, e Havana continuou a receber o petróleo venezuelano nesse
período54. Em troca, Cuba, à época segunda maior produtora de níquel do mundo 55 ,
fornecia o metal à Venezuela, que por sua vez, exportava para a China, onde é muito
grande a demanda por esse material. Em 2020 ocorreu uma outra renovação, dessa vez
por mais 20 anos.
Nesse sentido, a situação política de Cuba durante a década de 2010-2020
permaneceu como a desenvolvida pelos irmãos Castro. Governo socialista, economia
frágil e foco no desenvolvimento social da população. Por outro lado, o país caribenho
enfrentou grandes problemas de escassez de água nesse período. Em 2012, foi firmado o
terceiro acordo com o Kuwait para abastecimento hidráulico da ilha 56. Em meados de
2018, como as chuvas esperadas para maio e junho foram extremamente escassas no
país, um quarto acordo foi feito entre o “Fundo Kuwait para o Desenvolvimento
Econômico Árabe” e o “Instituto de Recursos Hidráulicos de Cuba”.
A Argentina também sofreu com a falta de água e de energia elétrica. Em
dezembro de 2013, cortes diários de energia duraram semanas e a temperatura alcançou
recordes para o mês57. A situação continuou crítica nos anos seguintes, principalmente
durante o verão, mas foi em 2018 que os termômetros do país bateram recordes
elevadíssimos. Milhares morreram no verão desse ano, nomeadamente idosos, e os
cortes de energia chegaram a ser ainda mais intensos.
54
CUBA e Venezuela estendem aliança; Havana receberá petróleo por mais dez anos. 2010.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mundo/827672-cuba-e-venezuela-estendem-aliancahavana-recebera-petroleo-por-mais-dez-anos.shtml>. Acesso em: 01 abr. 2014.
55
DE FARIAS, José Osael Gonçalves. RELATÓRIO TÉCNICO 24: Perfil da Mineração de Níquel.
2009.
Disponível
em:
<http://www.mme.gov.br/sgm/galerias/arquivos/plano_duo_decenal/a_mineracao_brasileira/P15_RT24_
Perfil_da_Mineraxo_de_Nxquel.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2014.
56
CUBA fecha acordo com Kuwait para combater escassez de água. 2012. Disponível em:
<http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,cuba-fecha-acordo-com-kuwait-para-combaterescassez-de-agua,867895,0.htm>. Acesso em: 01 abr. 2014.
57
ONDA de calor provoca blecautes e protestos na Argentina. 2013. Disponível em:
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/12/131228_argentina_protestos_blecautes_calor_rw.sht
ml>. Acesso em: 02 abr. 2014.
21
5.2. EUROPA
Nesse período a Rússia reascendeu do fim do século XX com uma nova
autoconfiança; porém, encontrou-se em uma posição geopolítica insustentável. A menos
que reafirmasse sua esfera de influência sobre os antigos territórios da antiga URSS,
demonstrando, dessa forma, a sua força e unidade política e militar, a própria Federação
Russa poderia vir a se fragmentar. Desse modo, o grande recuo do poder da Rússia
acabou na Ucrânia.
Após longos anos se reerguendo, a Rússia passou a tentar aumentar sua zona de
influência novamente, o que aconteceu em três frentes bem definidas, quais sejam: em
direção à Ásia Central, em direção ao Cáucaso58 e, inevitavelmente, em direção a Oeste
especificamente para os países bálticos 59 e o Leste Europeu, tentando reconquistar a
influência da grande União Soviética 60 . Até aproximadamente 2020, a primeira
preocupação da Rússia foi reconstruir o Estado Russo e reafirmar seu poderio na região,
tornando-se uma importante potência regional mesmo, que isso implicasse um
desentendimento com a Europa.
Já em relação aos países Europeus, com o fim da Guerra Fria e o surgimento de
uma nova ordem mundial, não mais fundada na bipolaridade capitalismo/socialismo, a
Europa passou a desenvolver uma política externa de segurança comum, atuando com a
finalidade de execução da mesma por meio de três formas, quais sejam, a tomada de
posições comuns, atuação comum e representação comum 61. Isso devido a necessidade
sentida da Europa como um todo ter apenas um posicionamento, podendo, dessa forma,
influenciar nos resultados das decisões internacionais de forma satisfatória para o
desenvolvimento da região.
A União Europeia construiu uma política externa bastante pacífica, fruto do
medo decorrente do passado bélico, tendo inclusive diversas parcerias econômicas e
políticas com países de todas as regiões do globo, dentre elas, países da África, do
Mediterrâneo62, Leste Europeu, América Latina e até mesmo com a Rússia, onde houve
58
A REGIÃO do Cáucaso. Disponível em: <http://www.asia-turismo.com/caucaso-regiao.htm>. Acesso
em: 03 abr. 2014.
59
E FRANCISCO, Wagner de Cerqueira. Os países bálticos. Disponível em:
<http://www.mundoeducacao.com/geografia/os-paises-balticos.htm>. Acesso em: 01 abr. 2014.
60
URSS – União Soviética. Disponível em: <http://www.historiadomundo.com.br/idadecontemporanea/urss.htm>. Acesso em: 30 mar. 2014.
61
SIDJANSKI, Dusan. O Futuro Federalista da Europa. Lisboa: Gradiva, 1996. p. 280-281.
62
DE
FREITAS,
Eduardo.
Mar
Mediterrâneo.
Disponível
em:
<http://www.mundoeducacao.com/geografia/mar-mediterraneo.htm>. Acesso em: 28 mar. 2014.
22
grande importação dos recursos energéticos abundantes da região, quais sejam, o
petróleo e o gás natural63.
O panorama internacional voltou seus holofotes à questão mais recorrente dos
últimos tempos: os recursos naturais e os impactos graves e generalizados das mudanças
climáticas. As mudanças ora em curso, provocadas pelo homem, já causam impacto em
todo o planeta e os problemas tendem a piorar muito até 2100. As ondas de calor e as
chuvas intensas devem aumentar e o derretimento do gelo, principalmente no Polo
Norte, vai elevar ainda mais o nível dos oceanos, o que já ameaça comunidades
costeiras. Essa é a conclusão de um relatório elaborado por mais de 700 cientistas de
100 países.
5.3 ÁSIA
A República Popular da China figurou, até meados de 2025, como a maior
potência do Oriente. Com um crescimento econômico anual superior a 20% e um PIB64
de quase U$ 18 trilhões de dólares, a China se revelou a maior economia do mundo no
início do século, perfazendo mais de 35% da economia mundial.
Não obstante a indiscutível prosperidade chinesa, algumas dificuldades
primárias ainda eram enfrentadas por essa nação. Demasiadamente populosa, a China
concentrava, na época, maior parte de seu povo no campo, onde a capacidade de
produção era elevada. No entanto, via-se uma situação de completa ausência de
possibilidades de escoamento, pior, de reinvestimento.
Em última análise, tem-se uma China rural na iminência de um colapso natural
frente ao esgotamento dos mais variados recursos. No meio urbano, o quadro fático
também não se mostrou nada positivo, haja vista o controle por parte do Governo sobre
os salários chineses, o qual tornou a remuneração destes uma das mais desproporcionais
e injustas do mundo.
Outrossim, finalmente se chegou a época das consequências ambientais, que
passaram a aterrorizar os chineses. A histórica utilização em larga escala de
combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) gerou um grande nível de poluição
do ar e dos recursos hídricos. Porém, ainda que de forma tardia, o gigante oriental
63
POLÍTICA externa da União Europeia. Disponível em: <www.valente.adv.br/2007/07/politicaexterna-da-união-europeia/>. Acesso em: 06 abr. 2014.
64
Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços
finais produzidos em uma determinada região, durante um período certo. (GORDON, Robert J.)
23
tem tentado minimizar os danos milenares que causou à sua própria vegetação e
rios. Nesse sentido, centenas de milhões de dólares foram investidos a cada ano em
pesquisas para o tratamento de águas e a purificação do ar. Via-se, pois, a conformação
de uma nova política ambiental chinesa65.
A divisão entre Coreias do Norte e Sul se tornou ainda mais visível nos
primeiros anos do século XXI, quando a Coreia do Sul passou a destacar-se como
potência econômica e tecnológica, galgando espaços até então restritos às grandes
potências ocidentais, colocando o leste asiático em evidência. Por outro lado, a Coreia
do Norte chamava a atenção da comunidade internacional para a mesma região
por motivos diversos: agravamento da fome e da desnutrição, controle rígido da
mídia e da informação, denúncias de violação a direitos humanos, entre outras
medidas do governo autoritário do país66.
Entre os anos de 2015 e 2020, a superioridade da parcela Sul da Península foi
acentuada com a inferioridade da parcela Norte, ou seja, quanto mais o Sul avançava na
melhoria da qualidade de vida, mais o Norte se afundava em políticas públicas que não
davam retorno à população. Foi uma época difícil para o povo norte-coreano, posto que
apenas o paralelo 38º separava de uma vida bem mais confortável ao sul.
Em razão de um laço cultural marcante e de um passado comum, a Coreia do Sul
passou a se solidarizar com a situação pouco favorável dos seus “irmãos” do norte,
assinalando uma intenção, ainda que tímida, de reaproximação. Em 2019, tal intenção
foi prontamente respondida pelo novo governo norte-coreano 67 , notadamente mais
aberto para relações com a Coreia do Sul. As tentativas de aproximação política e
econômica tiveram como resultado ações de ajuda humanitária, especialmente por meio
de programas alimentares, apontando um futuro mais próspero na península.
O Japão, por sua vez, muito embora tenha sofrido com recessões e desastres
naturais no início do século XXI, acabou firmando uma posição de extrema importância
na geopolítica mundial – sinal disto foi a formação de um grupo, juntamente com a
65
MORGAN, Dexter. Pollution ib the Yangtze reveals a new China. Disponível em:
<http://csnumini2014.wordpress.com/2014/03/16/pollution-in-the-yangtze-reveals-a-new-china/>.
Acessoem: 03 abr. 2014.
66
MORGAN, Dexter. The difference is what they have in common! Disponível em:
http://csnumini2014.wordpress.com/2014/03/26/2020-the-difference-is-what-they-have-in-common/.
67
Em 2015, o excêntrico Kim Jong-un, neto do “Presidente Eterno” Kim Il-sung, descobriu um câncer no
olho. O tratamento iniciado às pressas numa clínica cubana não foi suficiente para salvar o ilustre ditador
do seu fatídico fim: a metástase do câncer alcançou seu estágio mais avançado e abriu o lugar no “trono”
coreano para o herdeiro Kim Jau-sung-il, politicamente mais flexível que seus antecessores.
24
Alemanha, Brasil, Índia e África do Sul, para pleitear cadeiras permanentes no
Conselho de Segurança da ONU 68. Tendo como principal parceiro os Estados Unidos, a
indústria de ponta japonesa continuou influenciando as tendências tecnológicas
mundiais.
Os pontos interessantes da década de 2010 foram a aproximação econômica com
a China; o fortalecimento de suas relações com a potência norte-americana; e, em se
tratando de recursos naturais, o aumento na sua cobertura vegetal, indo na contramão
das demais potências: o cálculo de recursos naturais per capita não diminuiu como, por
exemplo, no Brasil, na Índia e nos Estados Unidos69.
Os índices de crescimento econômico e produtivo da China, no início do novo
milênio, espantaram a todos os economistas do período, assim como o crescimento da
Índia na década de 2010 também o fez. A Índia, caracterizada pela grande emigração de
cientistas para os países desenvolvidos, criou uma política de incentivos e vultuosos
investimentos para mantê-los no subcontinente, gerando grande progresso. Contudo,
este desenvolvimento econômico e produtivo não foi acompanhado de grandes avanços
sociais no país.
5.4. ÁFRICA
Conforme já era possível vislumbrar esta década foi de consolidação e
ampliação das políticas humanitárias movidas na África, tanto por magnatas, quanto por
países desenvolvidos e ONGs, com o intuito de suprir emergencialmente as maiores
mazelas do continente, quais sejam, a fome, a sede e suas epidemias constantes. No
entanto, apesar de estas medidas visarem à tutela de Direitos Humanos, ficou nítida a
ineficácia de sua aplicação isolada. A África do Sul reiterou sua posição de potência
emergente nesta década, unindo-se ao grupo que pleiteou a ampliação do número de
membros permanentes no CSNU70.
68
PULITZER, Joseph. Reunification of cyprus achieves significant results. Global Tomorrow News.
2018. Disponível em: <http://csnumini2014.wordpress.com/2014/03/24/reunification-of-cyprus-achievessignificant-results/>. Acesso em 2 de abr. de 2014.
69
- PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.Um novo balanço para as Nações:
UNU-IHDP e PNUMA lançam um índice de sustentabilidade que vai além do PIB. PNUMA.
Disponível em:<http://www.pnuma.org.br/comunicados_detalhar.php?id_comunicados=213>. Acesso
em: 4 de abr. de 2014.
70
PULITZER, Joseph. “CRIAÇÃO DO G5 – Nova Estrutura para o Conselho de Segurança?”.
Disponível
em:
<http://csnumini2014.wordpress.com/2014/03/24/reunification-of-cyprus-achievessignificant-results/>. Acesso em: 27 mar. 2014.
25
5.5 ORIENTE MÉDIO.
Durante a década de 2010, o Oriente Médio sofreu incessantemente com
rebeliões internas por liberdade, devido ao desenvolvimento dos meios de comunicação,
em especial a internet, e a proliferação de ideários da cultura ocidental, como a
igualdade entre os gêneros. Neste contexto, constatou-se a proibição do uso de diversos
sites de relacionamento globais, como o Facebook, e a criação de sites nacionais nos
mesmos moldes, mas controlados pelos Estados. Apesar do esforço de alguns líderes da
região pela perpetuação desse modelo, o mesmo não se manteve tanto por pressões
internas como externas pela reabertura.
No final de 2014, o Estado israelense, sob a tutela de seu primeiro-ministro
Benjamim Netanyahu, mostrou-se bem mais conivente e aberto a concessões em relação
ao povo palestino. Como pode se depreender da entrega do corpo de Mehdi Abel Jawad
Khanfar 71, além de outras medidas tomadas em ações afirmativas de Direitos Humanos
na região.
Até meados da década de 2020, a Turquia foi vista pela sociedade internacional
como uma ameaça aos Direitos Humanos, entretanto, com a solução dos conflitos na
Ilha de Chipre 72 , o país deu um passo importante para melhorar sua imagem
internacional.
6 A DÉCADA DE 2020 – 2030
6.1 AMÉRICA
A América, na década de 2020, teve importantes eventos relacionados ao meio
ambiente e aos recursos naturais. Em 2022, o Rio de Janeiro sediou a Conferência das
Nações Unidas Sobre Riqueza Inclusiva, a Rio+30, da qual resultou a “Declaração da
Rio+30”. Brasil, Canadá e Estados Unidos foram os países que mais se destacaram pela
sua participação ativa no evento. Comprometeram-se com o incentivo à produção de
energias limpas e renováveis, como a solar, visto que, na conferência anterior (Rio+20),
constatou-se que a produção de eletricidade e calor é responsável por mais de 40% das
emissões de CO2 73 . Além disso, os Estados Unidos reafirmaram seu interesse em
71
PULITZER, Joseph. What'sgoingon? Disponível em: <http://csnumini2014.wordpress.com/>. Acesso
em: 25 fev. 2014.
72
PULITZER,
Joseph.
ReunificationofCyprusachievessignificantresults.
Disponível
em:
<http://csnumini2014.wordpress.com/page/2/>. Acesso em: 24 mar. 2014.
73
ENVIRONMENT
for
the
future
wewant.
2012.
Disponível
em:
<http://unep.org/geo/pdfs/geo5/GEO5_report_full_en.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2014.
26
aprofundar seus projetos de pesquisa tecnológica em dessalinização e purificação da
água. Apesar do maior engajamento dos países supracitados, todos os membros das
Nações Unidas foram signatários da Declaração Sobre Riqueza Inclusiva 74.
Com o fim da Guerra das Coreias, os EUA intensificaram os investimentos na
sua pesquisa sobre a purificação da água, bem como no aumento do uso da energia solar
ao longo dessa década, o que proporcionou o desenvolvimento de tecnologias capazes
de reaproveitar a água em quase 100%, além da produção de uma energia limpa, sem
danos ambientais. Contudo, os americanos resguardaram a patente tecnológica, e não
abriram mão de vender tal tecnologia a um preço exorbitantemente caro. E mais:
mesmo com todo o progresso tecnológico esse país permaneceu o mais consumistas
e um dos mais poluidores do mundo.
Ainda assim, os Estados Unidos não chegaram a ser punidos pelo CSNU, tendo
em vista que mantiveram um crescimento de seu Índice de Riqueza Inclusiva.
Diferentemente da Argentina, a qual registrou um aprofundamento de problemas
ambientais entre 2024 e 202875, sendo punida pelo CSNU - com fundamento no Artigo
276, inciso I, da Declaração das Nações Unidas sobre Riqueza Inclusiva – a aumentar o
investimento na proteção do meio ambiente em 1,5% de seu Produto Interno Bruto
(PIB), além de pagar indenização.
6.2 EUROPA
A Europa, por sua vez, foi fortemente prejudicada pelas mudanças climáticas na
década de 2020, visto os impactos causados sobre o ambiente e a sociedade, como foi
constatado pela Agência Europeia do Ambiente (AEA) 77. Além disso, a AEA observou
o aumento das temperaturas, assim como da precipitação, no norte europeu, enquanto
que o sul do velho continente registrou um decréscimo pluvial. A cobertura de gelo na
Groelândia, as geleiras do Ártico e muitas outras ao redor da Europa derreteram, bem
como grande parte do permafrost. Além de impactos relacionados ao calor, outros
efeitos importantes na saúde humana também são esperados, como, por exemplo, a
maior incidência de doenças transmitidas por insetos, como mosquitos.
Nesse contexto, esse período foi considerado um dos mais quentes já registrados
na Europa, com 1,3°C a mais do que a média pré-industrial. Projeções indicaram que o
aquecimento pode chegar a 2,5° ou até 4°C até o final do século. O nível do mar
74
PULITZER, Joseph. Disponível em: <http://csnumini2014.wordpress.com/page/2/>.
Para mais informações acesse: http://csnumini2014.wordpress.com.
76
Para mais informações acesse: http://csnumini2014.wordpress.com.
77
Site oficial da Agência Europeia do Ambiente: http://www.eea.europa.eu/pt.
75
27
aumentou, potencializando o risco de inundações costeiras. Pesquisas indicam que até
2100 os níveis dos oceanos aumentem em um metro78. Os Países Baixos, por exemplo,
sofreram drasticamente com o aumento do nível do mar, já que, se não fossem os diques
construídos pelo governo, boa parte de seu território já estaria inundada.
Ainda nessa década, a Europa sofria com as sequelas das últimas guerras
travadas em seu território, por isso buscou adotar uma política externa visando conciliar
todos seus possíveis atritos de forma pacífica, fazendo com que a região passasse por
toda a década de 2020 sem protagonizar grandes conflitos.
No entanto, a Rússia como a porção oriental da Europa e que já entrou em
conflito com o resto do continente em numerosas ocasiões, como por exemplo, as
guerras napoleônicas, as duas guerras mundiais e a Guerra Fria, que lidavam, pelo
menos em parte, com o status da Rússia e sua relação com o restante da Europa,
representa, por si só, uma ameaça em potencial para a União Europeia 79.
Por ser uma vasta região com uma enorme população, a Rússia é dotada de dois
ativos: terra e recursos naturais, representando, portanto, uma tentação constante para as
potências europeias, que veem uma oportunidade de aumentar seu tamanho e suas
riquezas em direção ao leste, intensificando ainda mais a tensão na região.
Dado o simples fato de que a Rússia não se desintegrou mediante tantos
conflitos e que esta se reenergiza, ao longo desta década, essa nação reorganizou suas
ações, em busca de uma política externa que reafirme sua força como potência regional,
visando retomar sua esfera de influência sobre os antigos territórios da URSS. Isso se
concretizou, primeiramente, com os seus avanços no território da Ucrânia, aumentando
o efetivo militar na fronteira com aquele país.
Com a anexação da Crimeia ao território russo, o ocidente expressou
preocupação com os rápidos acontecimentos, pressionando todos os envolvidos a
evitarem um agravamento da crise, pedindo à Rússia que respeitasse a soberania
ucraniana, informando que caso contrários seriam impostas punições de caráter
econômico ao país, tais como a proibição do financiamento de empresas. Em
contrapartida, o poder russo alegou que qualquer movimentação de seus militares estaria
78
KOOTHRAPPALI, Rajesh. HURRY UP, PLANET IS BURNING. Disponível em:
http://csnumini2014.wordpress.com/2014/03/22/hurry-up-planet-is-burning/. Acesso em: 03 de abr. de
2014
79
FRIEDMAN, George. Os próximos 100 anos: Uma previsão para o século XXI. Nova York: Best
Business, 2009.
28
em conformidade com os acordos com a Ucrânia no contrato de arrendamento de uma
base naval na cidade portuária de Sebastopol80.
6.3 ÁFRICA
Já o continente africano sofreu delicadas alterações, principalmente no fim desta
década, com a proliferação de tratados bilaterais firmados entre diversos países
africanos e determinados países do restante do globo. Além disso, tem-se um
fortalecimento da União Africana81, que estimula o comércio no interior do continente.
Em 2021, a África do Sul, em conjunto com os demais participantes do G4 e a
Turquia, entram no CSNU como membros permanentes, além da entrada de mais 9
membros rotativos, alterando profundamente a constituição do Conselho. No entanto, o
poder de veto destes novos membros permanentes só pode ser exercido em 2031,
conforme previsto na Resolução nº 2517 de 2021.
Vale ressaltar, também, a consolidação da África do Sul como líder da União
Africana e como potência regional, de modo que o estreitamento comercial entre os sulafricanos e os demais países do continente mostrou-se extremamente benéfico a ambos.
Tal fato pode ser expresso pela duplicação das relações comerciais da África do Sul
com os outros africanos em 10 anos.
6.4 ORIENTE MÉDIO
Outra região muito importante para o contexto geopolítico mundial é o Oriente
Médio, o qual, nesta década, recebeu de forma mais intensa os olhares de todo o mundo.
Essa localidade, que nunca foi uma das mais prósperas, esgota-se de uma maneira cada
vez mais rápida, intensificando os conflitos já existentes em uma verdadeira “guerra
pela água”. Os países foram obrigados a desenvolver políticas emergenciais, bem como
a aclamar pela ajuda internacional, visto que o desespero dessas nações transformou
profundamente as relações comercias daqueles territórios. Isto é, os governos daquela
área passaram a intensificar a importação de água por preços elevadíssimos, criando
sérios prejuízos econômicos na região, os quais não foram controlados nem pela
exportação de metais preciosos e petróleo.
Após aproximadamente 6 anos de reaproximação entre israelenses e palestinos,
o atentado de 13 de março de 2021 fez ressurgir a tensão na região. O navio israelense
80
Agência REUTERS. Ocidente fica em alerta com crise na região ucraniana da Crimeia. Disponível
em:
<http://m.g1.globo.com/mundo/noticia/2014/03/ocidente-fica-em-alerta-com-crise-na-regiaoucraniana-da-crimeia.html>. Acesso em 1 abr. 2014.
81
UNIÃO AFRICANA. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/temas/mecanismos-interregionais/uniao-africana>. Acesso em: 02 abr. 2014.
29
Estelles foi invadido e teve todo o seu carregamento saqueado; além disso, membros da
tripulação foram torturados. Porém, nada de concreto surgiu quanto à autoria do evento,
apenas suspeitas de que fora planejado e executado por um grupo terrorista palestino do
Hamas82. Contudo, as lideranças deste grupo negaram veementemente a participação em
tal incidente.
Tendo em vista a sua crescente influência regional, global e a resolução da
questão curda em 2018, a Turquia conseguiu retomar as negociações de sua entrada na
União Europeia (UE)83 em 2027, e o que cada vez mais era esperado se concretizou. A
Alemanha e a França, que apresentavam reservas sobre a entrada de um país de cultura
majoritariamente muçulmana, cederam às negociações em face ao ganho de notoriedade
da política e diplomacia turca.
6.5 ÁSIA
Ainda no início dessa década, enquanto o Japão gozava de um período de
imensa tranquilidade e prosperidade – especialmente após conseguir assento
permanente no Conselho de Segurança da ONU, destacando sua importância geopolítica
– a Península da Coreia enfrentava alguns problemas e, portanto, sua situação se
modificou.
Muito embora a parte Norte tenha recebido auxílio de várias nações,
especialmente da Coreia do Sul, a má utilização desses recursos – na forma de
alimentos e de financiamentos – acabou por não alcançar a melhoria na qualidade de
vida que se esperava. Esse fracasso por parte do governo norte-coreano ficou ainda mais
visível quando as Nações Unidas, em reunião no Rio de Janeiro em 2022, publicaram a
Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre a Riqueza Inclusiva.
Nessa reunião, as sucessivas falhas da Coreia do Norte na proteção dos Direitos
Humanos foram utilizadas como exemplo de ingerência no que diz respeito à qualidade
de vida de sua população e à proteção dos seus recursos naturais, ao contrário da Coreia
do Sul, que se destacou como sendo pioneira em programas humanitários dentro e fora
do país.
Em 2024, a população norte-coreana já expressava forte descontentamento com
82
HAMAS: Grupo é considerado um dos mais extremistas do Oriente Médio. Disponível em:
<http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/hamas-grupo-e-considerado-um-dos-mais-extremistasdo-oriente-medio.htm>. Acesso em: 01 abr. 2014.
83
O QUE É A UNIÃO EUROPEIA? Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/uniaoeuropeia/>.
Acesso em: 02 abr. 2014.
30
os rumos da política de seu país. A tensão interna ficou ainda pior quando a insatisfação
ultrapassou as fronteiras e atingiu a Coreia do Sul. Os anos de paz e amizade entre as
Coreias do Norte e do Sul se encerraram quando aquela região foi abalada pela
descoberta de um plano militar do líder Kim Jau-sung-il. A cúpula do governo ditatorial
de Pyongyang, notadamente desesperada, planejava invadir a região sulista de Jeju.
O rigoroso inverno asiático e a acentuada crise econômica que assolava o povo
do norte – povo este marcado pela fome, sede, miséria e revolta contra a incompetência
de seu governante – foram decisivos para o planejamento desse ataque. O serviço
secreto da Coreia do Sul, com o suporte tecnológico dos Estados Unidos, logo divulgou
as intenções bélicas do Norte, convocando as nações de mundo inteiro a se
posicionarem contra as atitudes despóticas do líder Kim Jau-sung-il.
Os anos seguintes foram atribulados. As movimentações militares foram
intensas. A Coreia do Sul declarou-se inimiga da Coreia do Norte ainda naquele ano de
2024. As Coreias, mais uma vez em guerra, estavam traçando um futuro totalmente
diferente daquele determinado no fim de 1953. O Sul contou com a ajuda já esperada
das potências ocidentais, sobretudo dos Estados Unidos – que na época ofereceu
tecnologias pioneiras, como as técnicas e os equipamentos de purificação da água e de
produção de energia limpa através do sol. O que o líder sul-coreano não esperava era a
força civil norte-coreana, que em meio a tantos problemas, ainda se via diante do
sofrimento de mais uma guerra provocada pelos seus líderes políticos: o povo daquele
país gritava por mudanças e tais mudanças só viriam com a saída do ditador Kim Jausung-il.
Em 2026 a situação ficou insustentável. A falida Coreia do Norte simplesmente
não conseguia arcar com seu poderoso exército: os enormes investimentos em
armamentos e em recrutamentos não supriam a fome e a sede dos soldados. A derrota
era iminente. No final daquele fatídico ano, a Coreia do Sul sagrou-se vencedora da
Segunda Guerra das Coreias ao garantir a deposição do ditador norte-coreano, que não
teria sido possível sem a pressão feita nas ruas pelos milhões de cidadãos insatisfeitos e
cansados de tanta tirania.
Na localidade de Panmunjeom 84 foi firmado o Tratado de Paz da Península
84
Neste mesmo local foi assinado o armistício de 1953. Mais uma vez o solo de Panmunjeom presenciava
uma promessa de paz. Desta vez seria pra sempre.
31
Coreana85: no referido documento foi firmada uma junta de três representantes, sendo
um da Coreia do Sul, um da Coreia do Norte e um da ONU, para conduzir a anexação
da parte norte à parte sul, confirmando a inevitável união das Coreias em uma só, agora
sob os auspícios da próspera Coreia do Sul.
As Coreias estavam, então, unidas em uma só nação, com desafios enormes para
elevar a condição precária do norte à boa qualidade que já se tinha no sul. Porém, o que
mais evidenciou a potência geopolítica coreana foi sua expansão além-mar.
O final da Década de 2020 foi marcado pela entrada da Coreia em territórios
africanos. Sua ambição por recursos naturais e por mercado para sua indústria levou ao
estabelecimento de relações bem interessantes com diversas nações da África. Tal
aproximação era benéfica para ambos os lados, contudo, era mal vista pela África do
Sul, que também disputava os recursos naturais e o mercado do resto do seu continente.
Contrariando as projeções e as tradições de seus predecessores históricos, a
Índia, que transcorreu um boom econômico na década de 2020, conseguiu superar este
avanço desenfreado e torná-lo um crescimento equilibrado, reorientando sua política
interna com políticas sociais de inclusão e distribuição de renda efetivas. Ademais,
outro choque para os economistas foi a diversificação de parceiros econômicos no seu
processo de desenvolvimento.
7 A DÉCADA DE 2030 - 2040
7.1 AMÉRICA
O Brasil é figura importante para a representação da América Latina e Caribe no
CSNU, pois, como membro permanente desse órgão, é visto como principal
representante dos interesses latinos no mundo. Seus investimentos para proteção da
fauna e flora foram elogiados por toda a sociedade global, mesmo passando por
problemas ambientais internos. Mas por ser vizinho de países como a Venezuela, o
Brasil foi pressionado a ajudar aquele país a proteger a floresta amazônica na
região fronteiriça, evitando possíveis danos à cobertura vegetal interna de seu país,
o que ocasionaria uma diminuição de seu IRI.
85
A anexação alterava a condição dos povos norte e sul-coreanos para simplesmente “coreanos”. O
governo que passou a gerenciar a Península continuou no poder dos antigos líderes do Sul, mas passou a
contar com representantes do antigo Norte, que melhor opinavam sobre a região que antes controlavam.
Referenciar o anexo.
32
Por sua vez, a Venezuela se comprometeu a se abrir mais politicamente e
economicamente ao Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), principalmente a Brasil e
Argentina, mantendo sua relação amigável com Cuba. Tanto Cuba como Venezuela
receberam ajuda da ONU para se desenvolver. Isso porque em 2032, com o provento do
Tratado da Antártida, foi assegurado o direito a ONU a usufruir das riquezas presentes
em áreas de patrimônio da humanidade (a própria Antártida e o fundo do mar, por
exemplo), de forma a ajudar os países em situação precária. Contudo Cuba é o único
país da América que continua em situação emergencial.
Isso se deve principalmente pelo avanço do mar nos países caribenhos, que
submergiu uma parte do território cubano. Entretanto, com a ajuda venezuelana, os
cubanos conseguiram continuar vivendo em suas terras, mas muitos países do caribe
perderam boa parte de seus territórios pelo mar, ocasionando uma intensa imigração. O
grande destino de pessoas advindas dos demais países foi o México.
Neste contexto, o México teve que reforçar suas fronteiras, e contou com
ajuda da comunidade internacional para a obtenção de recursos com a finalidade
de sustentar a população crescente. Além disso, comprou a tecnologia do Canadá
para a purificação da água. Essa tecnologia foi fruto de pesquisas canadenses para
investir em meios alternativos para a purificação da água, buscando um modo
diferente do americano e mais barato, para ser usado em outros países do mundo, já que
suas reservas de recursos não oferecem preocupações.
Durante a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Patrimônio
Ambiental da Humanidade, em 2032, os Estados Unidos passaram a sentir,
internamente, os reais efeitos de todo o investimento na Guerra das Coreias. A crise
econômica atingiu a população de forma direta, visto que o governo americano não
tinha mais condições financeiras de proteger o mercado interno do avanço liberal.
Em outras palavras, algumas empresas americanas não conseguiam competir
com os produtos importados de países como Japão, Coreia, China, além dos europeus e
até latino-americano. Normalmente, os EUA tomariam medidas protecionistas, porém,
com a crise econômica instaurada no pós-guerra, o governo americano não conseguiu
instituir tais medidas. Logo, as empresas foram perdendo capital, demitindo
funcionários e até declarando falência.
Essa crise se agravou, pois, na mesma época, os Estados Unidos entraram
em um conflito ideológico com a Rússia, nomeado de Segunda Guerra Fria, o que
desestabilizou ainda mais a economia americana, visto que os investimentos na área
33
militar foram acentuados em plena crise financeira. Entretanto, o que parecia ser o
início da queda do império americano, não durou mais de 4 anos, quando os índices
econômicos dos EUA se reergueram e, em 2038, apesar de apresentar queda em seu IRI,
não foi punido pelo CSNU, pois sua justificativa apresentada foi aceita pelos membros
de tal órgão.
Em 2031, o Brasil passou a ter o poder de veto no Conselho de Segurança
das Nações Unidas, lutando principalmente pelo apoio internacional na contenção
do aumento do nível oceânico nos países caribenhos, bem como em ajudar o
México, com o intuito de proteger suas fronteiras, evitando a imigração ilegal e o
tráfico de seres humanos. Além disso, participou ativamente da pressão feita aos
Estados Unidos para que liberassem a patente de suas tecnologias de purificação da
água, visto que a Argentina passava por uma forte crise de abastecimento desse líquido
em suas grandes cidades.
A crise na Argentina ocasionou a declaração de situação emergencial no país,
que teve intervenção militar das Tropas de Paz da ONU autorizada em 2034,
permanecendo até 2037, quando, por meio de empréstimo ao Fundo Monetário
Internacional, o governo argentino conseguiu regularizar a situação econômica do país,
instalando uma política sustentável severa, e adquirindo tecnologias do Canadá para
purificação de água e uso de energia limpa. Por causa da intervenção militar entre 20342037, a Argentina declarou situação emergencial e não foi punida pelo CSNU em 2036,
quando seus índices caíram de maneira vertiginosa.
A conjuntura na Argentina refletiu diretamente nos demais países da América
Latina, principalmente na Venezuela, de economia mais frágil, que aumentou a
produção petrolífera para se manter economicamente estável e conseguir assegurar os
acordos com Cuba. Os índices venezuelanos caíram, mas o CSNU acatou a justificativa
dada e não puniu a Venezuela, enviando observadores da ONU para acompanhar o país
in loco.
As tecnologias canadenses também foram usadas em diversos países da África
e do Oriente Médio; apesar de não terem a eficácia da produzida pelos Estados Unidos,
serviram para amenizar diversos problemas na população dessas regiões. Nesse sentido,
o Canadá se estabeleceu como a potência verde das Américas, visto que desde as
primeiras décadas desse século suas principais cidades já possuíam cerca de 90% de uso
de energia limpa, além de propiciar para outros países o uso da energia renovável.
34
7.2 EUROPA
No tocante à região da Europa e Rússia, tem-se que após alguns anos, mais uma
vez, se reestruturando internamente, os russos, na década de 2030, tentam se reafirmar
como potência regional. Dessa vez, a Rússia tenta expandir sua influência sobre a região
dos Balcãs, que se encontra demais valorizada devido às suas grandes reservas de água
potável, recurso natural escasso em diversas regiões do planeta e que tem um grande
valor econômico em 2040.
No entanto, tal expansão não se dá de forma pacífica, uma vez que a região
também está sofrendo com investidas turcas, que buscam a fonte de recursos naturais
necessária para se afirmar de vez como nova potência regional.
A Europa ocidental, por sua vez, retoma a sua política externa cautelosa,
mantendo-se como centro das relações internacionais. Como palco de inúmeros recentes
acontecimentos, como a crise na Ucrânia (2019), a 2ª Guerra Fria (2030) e no atual
momento, o conflito pelos Balcãs - região que engloba países como Grécia,
Montenegro, Sérvia, Bulgária e que detém recursos naturais abundantes – entre Rússia e
Turquia, o continente europeu novamente se mantém conservador, posto que, assim,
evita maiores tensões.
Contudo, em 2028, a Rússia causou danos ambientais graves, com uma explosão
acidental de um gasoduto no trecho Moscou-Bielorrússia, prejudicou todo o
abastecimento dessas localidades, como também provocou sérias degradações ao meio
ambiente. Em virtude disso, a Rússia foi punida pelo CSNU a pagar indenizações aos
países, além de restaurar o dano ambiental causado, com base no artigo 2º, inciso II, da
Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre a Riqueza Inclusiva.
Entretanto, tais sanções não foram devidamente atendidas pela Federação Russa,
que alegou a manipulação de votos pelos Estados Unidos e, ainda, que o caráter
acidental do desastre a isentaria de qualquer responsabilidade. Passou-se, então, a
observar uma confluência de esforços internacionais para pressionar a Rússia a tal
cumprimento.
De forma mais agressiva, os EUA mobilizaram tropas em direção ao Leste
Europeu e fizeram declarações intimidadoras ao governo russo. Por derradeiro,
propuseram ao Conselho de Segurança a imposição de um Bloqueio Continental à
Rússia. Contudo, antes da fatídica votação, o governo de Moscou sucumbiu à pressão
estadunidense e acatou as devidas medidas de reparação pelo acidente causado. Para os
estudiosos da época, a tensão gerada, sobretudo, entre essas duas nações ficou
35
conhecida por 2ª Guerra Fria, em alusão à histórica rivalidade que marcou o final do
século XX.
Frente à realidade de países como Espanha, Itália, Portugal no tocante a escassez
dos recursos naturais e aumentos da temperatura em seus territórios, alarma-se sobre
possíveis consequências na política externa adotada pela UE em um curto prazo,
mostrando que a Europa não ficará inerte quando as necessidades individuais de cada
país falarem mais alto que os direitos e fronteiras internacionais tão prezados até o
momento.
As mudanças climáticas, a escassez de recursos naturais, que se intensificam na
década de 2030, bem como as atividades humanas em áreas suscetíveis a desastres, têm
sido fatores elementares de estresse aos recursos hídricos. As mudanças no clima
contribuíram para a maior ocorrência de eventos extremos, tornando mais intensos e
frequentes os desastres naturais.
Nos últimos anos, ondas de calor, enchentes e secas têm representado altos
custos à sociedade europeia, que caso não se adapte e se conscientize, pode sofrer
consequências ainda piores86. Nesse sentido, a preocupação é de que as disparidades
econômicas entre as regiões, já bem marcadas, sejam intensificadas devido às
dificuldades de adaptação das áreas mais empobrecidas.
Desse modo, as estiagens afetaram a produção de alimentos, aumentando a fome
em vários países. A consequência foi de imigração em toda a Europa. Isso ocorreu nas
áreas atingidas por secas, que foram mais intensas e frequentes no sul do continente em
países como Itália, Portugal e Grécia; e inundações, mais propícias na região norte,
devido às altas temperaturas que intensificaram o ciclo da água, atingindo
primordialmente países como Dinamarca, Noruega e Finlândia, para o centro do
continente europeu, o que poderá trazer tensões políticas por ser um pretexto para
possíveis conflitos em busca de recursos naturais. Desde 2014, o então presidente do
Painel Intergovernamental para Mudança Climática (IPCC) da ONU, alertou: “ninguém
será poupado das consequências de uma crescente mudança climática, alterando todo o
ecossistema e a vida das pessoas em um cenário global” 87.
86
Relatório avalia os impactos das mudanças climáticas na Europa, confirmando necessidade
urgente de adaptação. Disponível em: <http://www.ecodebate.com.br/2012/11/29/relatorio-avalia-osimpactos-das-mudancas-climaticas-na-europa-confirmando-necessidade-urgente-de-adaptacao/>. Acesso
em 4 de abr. de 2014.
87
NAÇÕES
UNIDAS.
IPCC
Report:
‘severe
anda
pervasive’
impactsofclimatechangewillbefelteverywhere.
Disponível
em:
<http://www.un.org/climatechange/blog/2014/03/31/ipcc-report-severe-and-pervasive-impacts-ofclimate-change-will-be-felt-everywhere/>. Acesso em: 4 abr. 2014.
36
7.3 ÁFRICA
A mudança de paradigma africano desde a década passada prossegue; no
entanto, a continuação deste avanço é posta em dúvida, quando a aproximação entre os
africanos e potências emergentes de outros continentes, em especial a Coreia, passa a ter
sua legitimidade questionada pela África do Sul. Neste sentido, geram-se atritos
políticos-diplomáticos entre coreanos e Sul-africanos a partir de 2037, quando o
Marrocos se nega a comercializar recursos naturais primários com a África do Sul por
uma imposição feita, segundo o governo marroquino, pelos coreanos, os quais exigiram
a exclusividade nesta modalidade comercial.
Posteriormente, a África do Sul impôs diversas sanções aos coreanos. Por
exemplo, exigiu o rompimento de tratados bilaterais entre os Estados mais próximos da
sua área de influência com a Coréia, dentre os quais podemos citar Angola e Zâmbia.
A razão desses embates não tem sido pela mera influência política na região, o
objetivo principal de ambas as nações é a garantia da exploração de recursos naturais
dos países africanos subdesenvolvidos abundantes nestes recursos. Esta situação tem
sido delineada pela incapacidade destes países de explorar estes recursos e a escassez
dos mesmos na Coreia e na África do Sul.
7.4 ORIENTE MÉDIO
O problema da escassez de água no Oriente Médio não se altera e os países desta
região. Por meio de uma atitude una em sua história, acordam pela criação da
Organização do Oriente Médio pela Água (OOMA), sob a tutela da Turquia. Esta
organização não se trata especificamente de um bloco econômico, mas da união dos
países do Oriente Médio, com o fulcro de reduzir as problemáticas por falta de água,
como a tentativa de desenvolvimento de técnicas viáveis de dessalinização, reutilização
de água após seu ciclo natural e, principalmente, a negociação em bloco pela compra de
água para a região.
Em 2033, o primeiro ministro israelense Ad Silem propôs um acordo de paz,
acatado pelos palestinos em razão da predominância política e ideológica do Fatah na
região, reconhecendo a soberania palestina sobre a Faixa de Gaza. O tratado pareceu
surtir efeitos significativos, pois no Dia do Yom Kippur, proclamou discurso que
emocionou israelenses e palestinos.
Desde então, nenhuma novidade demonstrou-se relevante para a efetiva criação
do Estado Palestino, embora cada vez mais ambas as regiões expressem um
reconhecimento mútuo, problemas políticos têm adiado a criação do novo Estado.
37
7.5 ÁSIA
Paralelamente, no hemisfério oriental, encontra-se, neste ponto da narrativa, uma
China decadente e assolada por um excedente econômico 88 negativo. A história do
presente percalço financeiro chinês, como supramencionado, teve seu início ainda no
final da década de 2020, quando, instada a se abrir total e definitivamente para o
mercado externo, a economia chinesa voltou suas costas aos investimentos estrangeiros
e expulsou os que em seu território já haviam deitado raízes, contradizendo, assim, toda
a lógica de globalização.
Todavia, por óbvio, não tardou a eclosão de uma medida retaliativa. Nesse
sentido, o ano de 2032 marcou a História quando em 1º de Janeiro, após inúmeras e
frustradas tentativas de renegociações internacionais, o presidente dos Estados Unidos
da América fez um pronunciamento oficial à imprensa mundial e declarou a
“indisponibilidade econômico-financeira e militar”89 de sua nação para com a República
Popular da China.
O resultado disso foi um país imerso ao caos. Por um lado, a grande massa
campesina do interior clamava pela abertura total e definitiva de mercado, para que,
escoados seus produtos agrícolas, se conseguisse a capitalização individual em uma
moeda mais valorizada como o dólar e, com isso, se alcançasse um nível mais elevado
de poder aquisitivo. De outro, a classe política e as grandes elites das antigas Zonas
Econômicas Especiais (ZEEs), nada ansiavam além de sua permanência no gozo dos
privilégios econômico-sociais. Ainda, pretendia-se alavancar uma reforma interna de
caráter político, objetivando-se a democratização do Governo chinês e a maior
participação popular.
Nesse ínterim, em meio a inúmeros conflitos nacionais, a República Popular da
China vivencia uma forte crise interna econômica e política, cujas repercussões atingem
todo o globo e sob as mais variadas perspectivas. Exemplo mais proeminente disso foi o
desdobramento ambiental que assumiu a crise financeira oriental.
A carência hídrica não apenas chinesa, mas mundial, cada vez mais crônica,
associada à sua nova postura socioambientalmente responsável, confluíram para a
estruturação de uma “China-fiscal”. Isto é, o próprio Governo chinês delegou por si e
88
Entende-se por excedente econômico o total de utilidade proporcionado por um produto em relação ao
seu custo produtivo (GEORGE, 1920). A utilidade, por sua vez, é uma unidade de medida que está
vinculada à satisfação de um agente da economia. A análise da sua variação, portanto, permite explicar o
comportamento resultante das escolhas feitas por cada agente para aumentar a sua satisfação. É, pois,
frequentemente usada para estudar as decisões de consumo quando se coloca em alternativa vários bens e
serviços, a posse da riqueza ou o usufruto de tempo de lazer. (SARAIVA; p. 63)
89
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38
para si a função de vigiar e, se necessário, reprimir as atividades econômicas
desenvolvidas nas proximidades asiáticas.
Contudo, tal conjuntura esbarra no degradante imperialismo indiano,
desenvolvido na região insular da Ásia. Em suma, a Índia assumia condutas de
exacerbada exploração ambiental, sem qualquer dos cuidados mínimos exigidos pelo
Tratado de Responsabilidade Sócio Ambiental dos Países Asiáticos 90 e, ainda, evocava
sempre nas Cortes Internacionais 91 o estado de miséria e perigo de sua população, bem
como a sua densidade demográfica frente aos demais países da localidade.
Tem-se, pois, neste ponto, a instituição de uma atmosfera de muita tensão em
todo o Oriente, decorrente de conflitos pontuais travados entre essas duas potências,
sobretudo militares, por recursos hídricos na localidade de Myanmar (antiga Birmânia).
Enquanto isso, a Coreia – então unificada – desfrutava de um recomeço bastante
esperançoso e o Japão experimentava o amargo que agora tomava conta de suas
relações econômicas com os Estados Unidos. A Crise de 2032 alcançou inúmeros países
e um dos que mais sofreu foi justamente o Japão. A decisão tomada ainda na década de
2010-2020 de intensificar a parceria nipo-americana nas áreas da economia e da
tecnologia afetou por demais o mercado japonês durante a já citada Crise de 2032. Sua
posição dentro da lista de maiores importadores de produtos estadunidenses e de
maiores exportadores para as terras do “Tio Sam” resultou em consequências
desastrosas.
A derrocada econômica do Japão só não foi pior porque os investimentos
básicos e fundamentais já tinham sido feitos desde o início deste século. No entanto, a
recuperação só começou a ser notada no final da década de 2030, quando indícios de
melhorias superaram os fatos marcantes dessa que foi a maior crise econômica do
século XXI.
Esse fôlego tomado pelo Japão, quase oito anos após a crise, foi percebido
quando, já em posição de influenciar a política global, tomou partido no conflito entre a
Índia e a China na região de Myanmar, passando a defender os interesses de Pequim:
formava-se, pois, uma aliança entre nações praticamente irmãs.
Muito embora a Coreia também tenha sofrido bastante com a recessão dos
Estados Unidos, seus planos de expansão para o continente africano estavam. A baixa
90
91
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39
nas relações comerciais entre o mercado coreano e o norte-americano foi quase que
totalmente compensada por um rápido crescimento das relações desse mesmo mercado
com os africanos. De maneira resumida, a cautela em negociar com os Estados Unidos
foi substituída por investimentos de risco nos países da África, fazendo com que a
economia coreana visse tal continente como uma verdadeira saída para seus produtos.
No entanto, um conflito de interesses era inevitável: em meados de 2037 o
continente africano se via em meio a uma disputa por influências, regiões, recursos e
mercados; de um lado a Coreia – cujo apoio vinha principalmente dos Estados Unidos,
que agora se recuperava da crise e buscava crescimento – e do outro a África do Sul,
país não mais emergente, mas já uma potência reconhecida mundialmente.
O desenvolvimento social indiano, tão aplaudido durante as últimas décadas
começa a ruir, haja vista a enorme população desse Estado e a incapacidade natural da
região em prover os substratos mínimos para a vida humana, em especial a água. Desta
feita, a Índia não teve escolha a não ser a busca, em Mianmar, por água e alimentos para
abastecer sua população, tendo em vista a abundância dos produtos necessários,
proximidade territorial e debilidade econômico-social da área. Contudo, os indianos não
esperavam que a China, desesperada pela recessão e com a maior população do mundo,
também possuísse interesse em Mianmar.
Tal embate, sob a perspectiva geopolítica, deve ser avaliado de modo temerário,
sendo inclusive, chamado pelo meios midiáticos como “Guerra dos Bilhões”, clara
alusão a serem estas nações as detentoras das maiores populações globais.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, tem-se instalado o quadro de emergência para a realização da
9.825ª reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, cujo tema principal deve
ser a escassez dos recursos naturais e a iminência da 3ª Guerra Mundial. Logo, este
Relatório é de grande importância para nortear os debates a serem realizados nessa
reunião, por isso, foram elaboradas perguntas para orientar os representantes de cada
país:

O que são Recursos Naturais? Qual a importância deles para o desenvolvimento
humano?

Atualmente (2040) o seu país sofre com a escassez de água? Em caso positivo, o
40
que ele tem feito para minimizar os danos resultantes? Se não, de que forma ele
tem contribuído
para a solução
dessa problemática
na comunidade
internacional?

Qual a situação da Riqueza Inclusiva em seu país? Ele vem cumprindo os
dispostos nos tratados internacionais de 2022 e 2032?

O seu país está envolvido em algum conflito? Qual é a posição dele nos
conflitos existentes nos Bálcãs, Mianmar e na África?

No contexto geopolítico atual (2040), o seu país possui algum aliado? Qual? E
inimigos?
Dessa forma, os membros presentes nesse encontro devem buscar soluções
pacíficas para os conflitos em torno dos recursos naturais, além de fomentar, interna e
internacionalmente, a criação e difusão de tecnologias alternativas para o uso
sustentável dos recursos naturais.
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