GESTÃO EM SAÚDE: A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO

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ISSN 1984-9354
GESTÃO EM SAÚDE: A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO
ADMINISTRATIVA NA ATUAÇÃO DE GESTORES EM
INSTITUIÇÕES DE SAÚDE
Felipe Trindade Ferreira
[email protected]
(LATEC/UFF)
Resumo: Este estudo tem por objetivo indicar a importância do profissional atuante em instituições
de saúde no que diz respeito à sua qualificação administrativa para gerir.
Apontando-se
experiências operacionais obtidas dentro da área de saúde e assim formando-o com visões micro e
macro, facilitando compreender aspectos complexos para reduzir impactos negativos à instituição
e ao paciente.
Palavras-chaves: Instituições de saúde; gestão hospitalar; tomada de decisão; custos.
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1. Introdução
É cada vez mais frequente a relação entre profissionais formados em carreiras administrativas e sua
atuação na área de saúde realizando atividades relativas às finanças, administração de pessoal, recursos
humanos, administração de materiais, entre outras. Assim como é comum visualizarmos profissionais
graduados na área de saúde que não atuem diretamente no que tange aos cuidados de
usuários/pacientes. Assumem então atribuições diversas em busca de aperfeiçoamento funcional da
instituição.
As atividades desempenhadas com habilitação específica para a função permanecem inalteradas. Já
as atividades indiretamente relacionadas com a atividade principal da instituição são ocupadas muitas
vezes por administradores, contadores, advogados, economistas, enfermeiros, médicos, além de
trabalhadores contratados para assumirem cargos que exijam níveis de escolaridade mais baixos.
Nesse contexto, imagina-se num profissional que venha a gerir uma instituição com tamanha
complexidade operacional e demanda controle de questões que abordem, entre outros aspectos: a
gestão por processos (ambulatório, internação, unidades de tratamento intensivo, pronto-socorro, etc...)
– incentivando assim a importância de cada líder no respectivo setor de atuação, sendo este
responsável indiretamente pela administração; o gerenciamento de risco, em ações corretivas,
preventivas e de melhoria que envolvem a parte de administração de materiais hospitalares, utilização,
descarte de materiais com observância às regras que a Anvisa estabelece; treinamentos periódicos de
colaboradores, desde o processo de admissão, no intuito de evidenciar também a parte administrativa
da instituição; auditorias frequentes, capazes de intermediar o relacionamento usuário, plano de saúde
e instituições; entre outros aspectos pertinentes.
Iniciativas desta forma tendem a aumentar, de maneira natural, a qualidade de assistência ao
usuário e caminhar ao encontro das normas que a ANS regulamenta e exige para o melhor desempenho
das instituições de saúde.
Para isso, otimizar os processos internos não é o bastante. É necessário, principalmente, que haja
visão como um todo da organização em que se atua. Segundo Rosa Maria Ruthes:
A tendência nas organizações de saúde é buscar competências que auxiliem os
profissionais nas suas necessidades, principalmente no que se refere ao cuidado de
enfermagem considerado como núcleo da competência, visando criar, assim,
novos parâmetros de ações, para adaptar as pessoas no presente às incertezas do
futuro (RUTHES; CUNHA, 2007).
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Portanto, atualizar-se conforme as mudanças e transformações que ocorrem e que ainda virão a
ocorrer é, entre outras, uma atribuição relativa ao gestor hospitalar e um desafio diário.
A organização hospitalar possui infraestrutura de instalações, equipamentos, instrumentais,
médicos, funcionários, recursos financeiros e especialmente os pacientes que ali se dirigem em busca
de tratamento ou consulta. Para administrar adequadamente tais recursos, faz-se necessário um gestor
competente, capaz de entender de pessoas, dinheiro, tecnologia e dos processos necessários (LINO et
al, 2008).
Sendo assim, outras habilidades decorrem deste profissional para que alcance o sucesso no
processo de gestão como: a capacidade de ‘’formar pessoas’’ (treinamentos e educação continuada);
incentivo a prestação de atendimento humanizado em busca da satisfação do cliente cada dia mais
informado sobre seus direitos e necessidades (MAURO; MOZAR, 2013); além da otimização de
recursos financeiros, redução de custos, fatores estes anteriormente citados etc.
O Gestor Hospitalar é um profissional capaz de gerenciar de forma eficiente a
complexidade das atividades das instituições de saúde, adquirindo autonomia no
processo de aquisição e disseminação do conhecimento para ser um agente
multiplicador apto a resolver questões internas e externas da organização e suas
relações humanas, sociais e tecnológicas (VIEIRA; VALÉRIA, 2009).
2. Objetivo
Este trabalho tem como objetivo conscientizar profissionais da área de saúde da importância
da qualificação administrativa seja ela para a realização de tarefas em funções operacionais até
aquelas que exijam planejamento estratégico dentro de instituições de saúde.
3. Metodologia
A metodologia de pesquisa utilizada neste trabalho se baseia em análises e pesquisas realizadas
através de diferentes estudos de casos e da experiência obtida em cargos ocupados anteriormente, o
que possibilitou a análise e posterior crítica acerca do assunto.
4. Área de atuação
O profissional atuante como administrador, podendo ser de áreas diversas como gestão de
recursos humanos, administração de marketing, engenharia, logística e transporte, administrador
financeiro, etc... São alguns exemplos de especializações numa área única de segmento. No entanto,
o gestor hospitalar dentro da instituição de saúde é responsável por administrar diversas áreas como
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estas. Ou seja, tem a necessidade compreender assuntos de alta complexidade relativos ao setor de
compra de medicamentos e assuntos que influenciem na logística dos materiais, assuntos ligados a
área financeira, contas a pagar e a receber, auditorias, acompanhamento de questões jurídicas,
necessitando manter o funcionalismo dentro de normas pré-estabelecidas de órgãos reguladores.
Segundo Malik; Teles (2001), no Brasil, a maioria dos dirigentes nos hospitais são médicos
e enfermeiras que aprenderam a coordenar o hospital no dia-a-dia. Os autores afirmam que
existe uma carência de cursos de administração para a área de saúde. Faz-se necessário,
portanto, cursos profissionalizantes que poderão auxiliar o administrador a contrabalançar o
dilema técnico-financeiro que tanto afligem os gestores das empresas de prestação de
serviços em saúde.
Segundo Teles Malik, esta tendência torna cada dia mais necessária a criação de cursos
profissionalizantes com foco administrativo/hospitalar. Cursos estes que formem o administrador com
conhecimentos teóricos e práticos da rotina de um hospital e de todos aqueles envolvidos no processo,
tornando assim capacitado na tomada de decisão em situações diversas.
A maioria dos hospitais é dirigida por médicos que frequentaram cursos de especialização para
obtenção dos conhecimentos da técnica da administração e organização de empresa, e que para essa
direção é requerido um profissional com conhecimento em administração hospitalar e habilidades para
acompanhar o avanço da ciência médica e a conexão com outras profissões. (Barquín; Ramon, 1992)
Este incremento da experiência obtida em rotinas aliados à técnica alcançada em cursos de
especialização são cada vez mais exigidos aqueles que vislumbram assumir cargos com nível
hierárquico maior na organização. A especialização torna-se necessária para que o nível administrativo
do hospital não perca o bom funcionamento e, consequentemente, a boa qualidade de atendimento ao
paciente não seja reduzida.
O hospital terá outro desempenho a partir do momento em que fizer a escolha por um profissional
com conhecimentos técnicos relacionados à administração e domínio de assuntos de saúde. Aliado aos
médicos e enfermeiros este gestor obtém o apoio necessário na tomada de decisão e em todo o
gerenciamento. (Morera; Galán, 1996).
Ainda segundo Galán, esse é um assunto que envolve conflito constante e, como não existe
resposta certa, cada caso deverá ser estudado, separadamente. No entanto, não se pode perder de vista
que quando existe a possibilidade de cura, deve-se buscar a oportunidade, pois não há dinheiro que
pague a perda de uma vida.
Quando o assunto é a área de atuação do profissional de saúde que está inserido no mercado de
trabalho brasileiro, segundo Sullivan, o governo brasileiro vem realizando ações no sentido de oferecer
serviços de saúde de qualidade para toda a população. Entretanto, apesar dos esforços, ainda há
diversos problemas nessa área.
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Além disso, a complexidade do ambiente no qual se inserem as organizações em geral provoca uma
demanda crescente por informações cada vez mais acuradas para a tomada de decisão. Para que as
organizações hospitalares possam atuar nesse ambiente, é necessário que seus gestores busquem
ferramentas de gestão que tenham comprovada eficácia no meio empresarial (ALEMI; SULLIVAN,
2007).
Os gestores, a partir da visualização de seus diretores, deverão saber perceber a necessidade de uma
total integração e interação de atividades funcionais das áreas afins com as áreas meio, com objetivo
de identificar e mensurar as necessidades de serviços médicos, para que a partir de então os serviços
ofertados ao paciente possam atendê-lo em suas expectativas ou superá-las.
Para o cumprimento desta missão, espera-se que os gerentes sejam eficientes não só em suas
respectivas áreas de atuação, mas fundamentalmente em saber se relacionar e entender as necessidades
e anseios da corporação medica, para que, a partir de então, as competências específicas de sua atuação
o tornem objetivo na busca das metas corporativas traçadas.
Com relação à área de atuação do gestor, há a preocupação deste na atuação de todos aqueles
envolvidos no processo. Ou seja, todos que atuem direta ou indiretamente no hospital, sejam como
colaboradores ou como usuários. Para os colaboradores, é necessário que se transmita de maneira clara
a ideia de humanização, ou seja, a excelência no atendimento, onde está inerente o respeito e a
compaixão para com o outro, visto que atuam em contato com cidadãos que passam por sentimentos
diversos.
Borba (1991) é categórico ao afirmar que não há lógica na necessidade de que o gestor hospitalar tenha
graduação em medicina, uma vez que por não ter formação curricular para administração, o hospital
corre riscos quando não gerido por um especialista em sua área de atuação.
Segundo ele, essa experiência só será válida se o profissional tiver habilidade inata e estiver realmente
especializado para tal função, ficando dessa forma evidente que é indispensável possuir conhecimentos
teórico-práticos de Administração Geral e, especificamente, de Administração Hospitalar.
O Administrador Hospitalar, que deseja atuar na área, deve ter perfeito entendimento do
processo de trabalho na prestação da saúdem com uma visão integrada de todos os
serviços, autonomia e iniciativa para decidir, apoiando-se nos princípios éticos, ter
comprometimento com a empresa, saber trabalhar com equipe e estar disposto a
aprender diariamente. (SEIXAS e MELLO, 2004, p.19)
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5. Problemas reais
O governo suspendeu temporariamente a comercialização de 161 planos de saúde no Brasil. A
medida é uma punição para planos que apresentam desempenho ruim, com atrasos em consultas,
cirurgias e exames. O país aplica em saúde 9% do PIB. É pouco. A França gasta 11,7%. A Alemanha,
11,5%. O Reino Unido, 9,6%. Os Estados Unidos, 17,6%. A Argentina aplica menos (8,3%), mas tem
indicadores de saúde melhores que os nossos. Isso significa que nossos vizinhos conseguem fazer uma
gestão mais eficiente dos recursos. Nos principais países europeus, mais de 70% dos gastos com saúde
saem dos cofres do governo. Do pouco que o Brasil destina à saúde, 47% é dinheiro público, derivado
dos impostos pagos por cidadãos e empresas. A maior parte dos gastos (53%) sai do caixa dos
empregadores, que contratam convênios médicos para os funcionários, e do orçamento das famílias
que gastam com planos de saúde, médicos particulares e remédios. Os cidadãos são duplamente
penalizados. Financiam um sistema público de saúde que funciona mal – e comprometem grande parte
do orçamento familiar com tratamento médico.
Outro problema encontrado nos hospitais e vivenciado por pacientes e seus parentes é o custo
da saúde brasileira. A saúde é cara. Manter um paciente em um hospital é caro, tanto para a família,
quanto para o governo. A saúde é apontada nas pesquisas como maior preocupação dos brasileiros e
mesmo assim não parece encontrar-se como prioridade aos olhos do governo. Nenhuma medida será
capaz de transformar a realidade brasileira caso não nos engajemos. Isso só acontecerá quando a
sociedade exigir uma solução para as duas razões do mau desempenho do Brasil em saúde: falta de
gestão e falta de dinheiro.
Cobranças após as internações dos pacientes também contribuem e acrescentam o lado negro
da saúde. A vida é prolongada, assim como os custos de manter o paciente internado.
Diante das falhas do Sistema Único de Saúde (SUS), ter um plano de saúde privado tornou-se
uma das maiores aspirações da população. Nos últimos cinco anos, 10 milhões de cidadãos
conquistaram a sonhada carteirinha. Há hoje 49 milhões de almas (25% da população) a acalentar a
ilusão de nunca precisar do SUS. Nem de se internar como um paciente particular e receber uma conta
impagável. Quem paga as altas mensalidades dos planos de saúde acredita na garantia de receber
atendimento médico quando precisar. Essa é a premissa que sustenta o crescimento do mercado da
saúde suplementar. A realidade é menos rósea.
Quando o convênio se recusa a cobrir algum procedimento hospitalar ou, por qualquer razão, o
paciente é internado num hospital privado sem ter plano de saúde, a família vive um choque de
realidade. Descobre o abominável mundo dos custos de saúde. Ser admitido num hospital na categoria
“paciente particular” é uma operação de altíssimo risco. Significa estar à mercê de um sistema de
preços confuso, criado num ambiente de transparência zero. Durante ou depois da internação, o doente
ou seu responsável legal se veem atolados em cobranças. (SEGATTO; CRISTIANE, 2014)
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Alguns dos obstáculos enfrentados na saúde brasileira são ilustrados acima e também segundo Fajardo
Ortiz. O último salienta que além da insuficiência de diversos setores, é necessário a área médica e a área
administrativa terem igual valor nas instituições.
Os problemas da gestão da saúde referem-se a “insuficiência de pessoal”; “insuficiência de
recursos econômicos e materiais”; “administração antiquada”; e “locais e equipamentos
inadequados” [Tradução do autor]. O autor explica que esses problemas estão tão interrelacionados que as soluções são simultâneas. A origem principal dessa situação é a escassez de
recursos financeiros, gerando falta de atendimento médico, principalmente para a população
menos favorecida. (ORTIZ; FAJARDO, 1972)
6. Possíveis soluções a serem discutidas
Nas entidades hospitalares privadas a contabilidade de custos, quando bem estruturada, permite a
criação de uma vantagem competitiva, encontrando destaque também nas entidades hospitalares
públicas, onde possui importante papel como instrumento de gestão, pois estes necessitam de gestores
que não se atenham somente aos recursos limitados, mas que otimizem o emprego desses recursos com
a finalidade de atender os anseios da sociedade (SILVA; DRUMOND, 2004).
Neste contexto, “os sistemas de apuração de custos recomendados passaram a ser considerados
como o componente do sistema de informação financeira mais importante para a análise gerencial e
tomada de decisões estratégicas da instituição” (FALK, 2001, p. 15).
Buscar aperfeiçoar os padrões de eficiência no uso dos recursos alocados às atividades
operacionais dos hospitais é uma consequência das condições impostas pelo mercado, no entanto, uma
significa parcela das organizações hospitalares ainda utiliza métodos contábeis tradicionais, não
dispondo de sistema de gerenciamento de custos que ofereça informações necessárias ao controle de
suas atividades ou para a tomada de decisões administrativas e de investimentos (ABBAS, 2001).
O gestor, ao conhecer os custos, se apropria de informações que subsidiam as decisões e o controle,
podendo indicar onde ocorrem problemas no hospital, acompanhando as ações implementadas e
escolhendo alternativas que levem às melhores decisões. Neste sentido, “calcular custos nada mais é
do que entender a realidade da empresa” (SANTIAGO; GOMES, 2003).
Os custos na área de saúde têm exigido dos profissionais qualificados que auxiliem, no sentido de
cooperar no resultado econômico da instituição. As perdas tanto de materiais como de medicamentos,
sendo as principais fontes lucrativas do hospital, são controladas minimamente e a auditoria em
enfermagem pode desempenhar um trabalho produtivo.
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A revolução na área da saúde vem contribuindo para o aparecimento de novos métodos de
tratamento, mais eficientes e contra doenças anteriormente ‘’incuráveis’’. Este elemento de avanço e
modernização nos hospitais tornou necessário que houvesse um modelo de gestão atual.
Os custos na área de saúde têm exigido dos profissionais qualificados que auxiliem, no sentido de
cooperar no resultado econômico da instituição. As perdas tanto de materiais como de medicamentos,
sendo as principais fontes lucrativas do hospital, são controladas minimamente e a auditoria em
enfermagem pode desempenhar um trabalho produtivo.
Nas auditorias, frequentemente são detectadas ausências de dados fundamentais para o
esclarecimento das ações realizadas bem como registros feitos de forma indevida. Grande parte do
pagamento de materiais, medicamentos, procedimentos e outros serviços estão vinculados aos registros
de enfermagem. Devido às anotações de enfermagem em sua maioria serem inconsistentes, ilegíveis e
subjetivas, a prática de glosar itens do faturamento das contas hospitalares tem sido significativa para o
orçamento das instituições. Glosa significa cancelamento ou recusa parcial ou total, de orçamento,
conta verba por serem considerados ilegais ou indevidos, ou seja, refere-se aos itens que o auditor da
operadora (plano de saúde) não considera cabível para pagamento.
As glosas ou correções são aplicadas quando qualquer situação gerar dúvidas em relação às regras e
práticas adotadas pela instituição de saúde. Quando elas ocorrem, observa-se conflito na relação entre
convênio (plano de saúde) e prestador de serviços (instituição hospitalar). Quando as instituições de
cuidado de saúde têm os valores dos serviços prestados glosados pelas operadoras de planos de saúde,
elas podem lançar mão de recursos, denominadas recursos de glosas, a fim de recuperar suas perdas
econômicas. Fatores estes bem avaliados pelo administrador hospitalar podem reduzir impactos
econômicos à instituição. (Rodrigues; Vanessa, 2004)
A necessidade de transformação nas organizações de saúde está gerando o aparecimento de
um novo tipo de gestor: o gerente profissional, voltado para a melhoria da qualidade, focada
nos desejos e anseios dos clientes com vistas a aumentar a procura dos mesmos por serviços
prestados pelo seu hospital, com benefícios para a eficiência e a qualidade da assistência
médica (NEIRA 2000, p.25).
O sistema de gestão deve ser dinâmico e não limitar-se apenas às melhorias na provisão de
pessoal, orçamentos e financiamentos. Há a necessidade de flexibilidade por parte dos sistemas, sendo
capazes de apreciarem a organização como um todo. Além disto, a qualidade assistencial é uma das
principais preocupações pois trabalha com relação direta ao atendimento e, consequentemente, a
avaliação e a imagem que o hospital vai passar àquele que o procura. (MEZOMO, 2001, p.15)
Nos hospitais, as habilidades e a formação da força de trabalho, a estrutura organizacional complexa e a
especificidade dos serviços prestados tornam efetivamente difíceis o gerenciamento e o controle das
atividades. Conforme Castelar, Mordelet e Grabois (2003), a combinação ótima dos recursos humanos,
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tecnológicos e financeiros deve ser um dos objetivos da organização, a fim de possibilitar o alcance de
uma gestão eficiente e a prestação de serviços de qualidade. É necessária também a profissionalização da
gestão hospitalar, qualificando-se os gestores dessas organizações como articuladores dos diferentes
fatores que influenciam as atividades desenvolvidas, sejam estes internos (médicos, pessoal de
enfermagem, pessoal administrativo, etc.), sejam externos (a comunidade, outras unidades de saúde,
políticos, etc.) (GUPTILL, 2005).
Abaixo segue uma ilustração com relação à aplicação dos valores destinados à saúde, bem
como seus indicadores em diferentes países. Aqueles que destinam mais recursos à saúde,
normalmente, têm melhores índices no que tange os seguintes fatores: expectativa de vida,
mortalidade materna e mortalidade infantil, por exemplo.
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7. Conclusão
Interessante, todavia, é que a partir do momento em que os profissionais que trabalham
diretamente com o paciente, ocupam coordenações, na medida em que ascendem na organização,
passam a desempenhar mais tarefas administrativas. A enfermeira que coordena uma unidade de
internamento realiza mais funções administrativas e quase nenhuma técnica. Ela usa seus
conhecimentos de enfermagem para atuar na chefia. Esses profissionais, ao ocupar determinados
cargos, não gostam e não entendem das atividades administrativas. Com isso, o hospital perde um bom
técnico e não ganha um bom líder. Sendo assim, para que estas mudanças se deem sem alterar a
qualidade das atividades realizadas, o gestor torna-se o responsável direto por propor estas medidas,
uma vez que, adquiriu o conhecimento baseado, entre outros aspectos no estudo enfático de
administração de pessoal, controle de medicamentos, redução de custos, delegar funções à
profissionais competentes para assumir tal função e todo o know-how exigido para assumir este cargo
tão importante dentro da organização. Cabe também ao gestor ir ao encontro dos princípios e valores
da organização, transmitindo-os às suas equipes.
Há ultimamente a necessidade por parte do administrador que entenda as necessidades de cada
instituição às mudanças ocorridas no mundo inteiro. A modernização se apresenta na indústria, no
comércio e nos serviços e ocorre a adesão natural por partes das instituições aos mecanismos que
facilitem a vida de profissionais e à maior produção. Não seria diferente nos hospitais, que prestam
serviços de alta complexidade a pacientes cada dia mais exigentes de um atendimento eficiente.
O profissional especializado em gestão hospitalar torna esta mudança possível atentando às
necessidades do hospital, os custos de implantação de novas tecnologias, a redução de gastos e,
consequentemente, a melhoria na prestação do serviço.
É, portanto, de suma importância adquirir o conhecimento teórico vinculado ao conhecimento
prático no que tange a gerencia de um hospital, estando o gestor desta forma apto a identificar o
melhor momento de alterar, ajustar ou manter aquilo que se apresenta no atual funcionamento da
organização. Sendo assim, coordenar, instruir, analisar, controlar são algumas das atribuições
necessárias para que este profissional consiga atuar de maneira eficiente. Portanto, após a análise de
casos e estudo deles, chega-se a conclusão da tamanha importância do gestor nas instituições
hospitalares.
Outro assunto de alta relevância no que tange administração hospitalar é a periódica avaliação do
desempenho organizacional, que a fim de mensurar a eficiência da gestão que é realizada, assim como
àqueles que desempenham atividades dentro do hospital.
Diante do cenário atual, onde a concorrência aquece o mercado hospitalar apresentando recursos
tecnológicos, investindo fortemente em inovações e hotelaria, a qualificação técnica torna-se de
fundamental importância para a multiplicação de conhecimentos entre as equipes multidisciplinares
responsáveis por garantir o bom funcionamento das instituições.
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Portanto, de acordo com a análise de casos citados acima, conclui-se que a capacitação administrativa
dos gestores, aliado ao conhecimento técnico torna-se crucial para que, além do andamento das
questões orçamentárias, jurídicas e comerciais da instituição, os processos se tornem alinhados,
confiáveis e seguros.
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