Formato SMD

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Diário
DIVERSÃO
& ARTE
SANTA MARIA
QUARTA-FEIRA, 17 DE AGOSTO DE 2011
Editor: Francisco Dalcol ☎ 3220.1872
✉ [email protected]
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RENATO ROCHA MIRANDA, TV GLOBO
LÍLIA
CABRAL
NA NOVA
TRAMA
DAS NOVE
Página 6
LAURA FABRÍCIO, DIVULGAÇÃO
Todos os
Banda Salvia lança EP
com três músicas que
confirmam influências de
reggae, samba e rock
temperos
FRANCISCO DALCOL
A
braçar diversos estilos musicais é uma decisão arriscada.
Sem unidade, o trabalho pode
virar tudo e nada ao mesmo
tempo. Mas quando diferentes
influências formam um caldo sonoro particular, a zona de perigo passa a ser um território conquistado e dominado.
É com esse desafio que a Salvia (assim
mesmo, sem acento) lança seu EP de estreia,
com três músicas. O ouvinte desavisado
poderá ficar meio desnorteado com os diferentes temperos do som da banda santamariense. Mas quem conhece os shows da
Salvia perceberá que as três faixas deixam
explícitas influências que convergem em
uma musicalidade construída sobre o alicerce do groove, do balanço e do suingue.
Desde 2003, a Salvia tem se influenciado
pelos sons que foram entrando no repertório cover para as casas noturnas. O reggae
do começo foi se contaminando pelo rock,
gerando um rótulo que coube durante um
tempo à banda: o reggae’n’roll. Músicas de
Ben Harper, Sublime e Cake são marcantes
desse período. A Salvia acabou aumentando de tamanho, com novos instrumentistas
que trouxeram mais referências. Aí, o soul,
a MPB, o samba-rock e o maracatu começaram a engrossar o caldo. Nessa conta, entraram covers de Tim Maia, Jorge Ben (ainda
sem o Jor), Chico Buarque, Mano Chao, Nação Zumbi, mundo livre s/a, Ultramen...
– Começamos como banda de reggae. Mas
os covers acabaram influenciando mesmo
nosso som. E de forma natural – diz o vocalista Vinícius Schenini, principal compositor.
As músicas – É justamente a diversidade
musical da Salvia que se revela no EP. Feliz
da Vida abre o disco lembrando que o reggae
é a inspiração inicial e permanente da banda.
Está ali toda a musicalidade eternizada por
nomes como Bob Marley e reforçada pela
mensagem “pra cima” da letra, que também
faz jus ao reggae.“Enfrente a vida/pode ser o
que você quiser/pode ser como você quiser”,
diz o refrão. Na sequência, Moraes Moreira
sugere uma música com reverências ao artista que fez parte dos Novos Baianos. Parece
samba, mas também maracatu, e ainda remete a rock. São misturas desnorteadoras
que se tornaram menos incomuns desde o
surgimento de bandas brasileiras como Nação Zumbi e mundo livre s/a. O “Moraes Moreira” da música é, na verdade, uma brincadeira interna da banda, que retrata como as
coisas se criam internamente na Salvia. Em
um dos churrascos da banda, a cabeleira de
um amigo deu motivos para uma tiração de
onda que terminou com versos como “Aquele amigo meu.../Igual Moraes Moreira/Aquela cabeleira.../Igual Moraes Moreira”.
Já em Feitiço do Amor, a batida rápida e a
guitarra escorregadia da abertura apontam
para uma inconfundível sonoridade do rock
gaúcho. É a Salvia fazendo um rock nervoso, para falar justamente do que entrega a
letra: “Mas se descuidar/Pode cair no feitiço
do amor/E se isso acontecer/Que bom para
você”. Na música, esse refrão desaba, criando
o mais nervoso clima entre as três faixas do
disco. E isso é só uma prévia de uma mistura
sonora maior que deverá vir pela frente. Em
janeiro, a banda volta ao estúdio para gravar
de 12 a 15 músicas para o CD de estreia.
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EM RESUMO
EP Salvia
■ Artista: banda
Salvia
■ Lançamento:
independente,
3 faixas
■ Gênero:
reggae, rock,
samba
■ Preço: R$ 5
■ Para
ouvir: www.
salviamusica.
com.br
Na foto (a partir
da esq.), Raoni,
Gabardo, Vini,
Théo e Caetano
Formato SMD
O EP com três músicas da Salvia foi gravado no
ano passado, no Estúdio12 Experienciasonora, em
Porto Alegre. O produtor é Marcelo Fruet, nome
cada vez mais celebrado na música gaúcha. E o toque final do som se deve em boa parte à masterização feita por Dave Locke, do JPMasters, na Carolina
do Norte (EUA). Com isso tudo, a Salvia se livrou da
pecha de “banda de Santa Maria”. Conseguiu isso ao
escapar daquela sonoridade típica dos estúdios da
cidade e que funcionou até os anos 90, mas que hoje
joga contra qualquer banda de rock que entre em
estúdio com o objetivo de divulgar suas músicas na
globalizada vitrine da Internet.
Ainda que use a rede para mostrar seu som, a Salvia não decretou o fim do disco. O EP foi prensado
no formato em SMD, que traz qualidade próxima
ao CD, por um custo mais baixo, comportando até
60 minutos de música. Cada cópia do EP está sendo
vendida por R$ 5. No encarte, a banda ainda compartilha letras e cifras para tocar as músicas.
Formação – Hoje, a Salvia é formada por Vinícius
Schenini (voz e guitarra), Théo Buriol (guitarra),
Raoni Manrique (baixo), Daniel Gabardo (percussão) e Caetano Biavaschi (bateria). O guitarrista
Guilherme Wallau, que gravou o EP, acabou se mudando para Porto Alegre e precisou deixar a banda.
Como que para manter uma unidade, a Salvia se resolveu internamente, com Vini voltando para a guitarra, como no começo de tudo. E será esse o time
que regravará as três músicas do EP e as outras que
formarão o futuro CD.
– A gente resolveu regravar as músicas para conseguirmos um CD que mantenha uma unidade.
Vamos ver – aposta Vini.
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