Governo do Estado do Rio Grande do Norte Secretariado de Estado da Educação e Cultura - SEEC UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – PROPEG Departamento de Pesquisa Campus Universitário BR-110, KM-46 - Costa e Silva – Fone: (084) 3315-2180 - Ramal 52180 CEP: 59600-970 - e-mail: [email protected] FORMULÁRIO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETO DE PESQUISA - PIBIC TÍTULO DO PROJETO Efeito do extrato bruto extraído de s de Myracrodruon urundeuva no metabolismo de ratos normais, obesos ou com diabetes induzida. COORDENADOR Francisco Barros Barbosa Co-ORIENTADOR (Opcional) ORIENTANDO 1) Thiago Fernandes Martins 2) Luadja Zaydan de Souza Lima 3) Jucimara Soares da Silva 4) Ana Cláudia da Silva Melo 5) Raabe Mikal Honorato RENOVAÇÃO DE PROJETO * SIM ✘ NÃO 1. RESUMO DO PROJETO (até 2000 caracteres com espaço) O objetivo deste projeto é estudar os efeitos do extrato bruto das cascas de Myracrodruon urundeuva . no metabolismo de ratos. A efetivação do estudo se justifica pela carência de estudos sistematizados sobre flora do bioma caatinga e pela necessidade de validação do conhecimento popular sobre a ação das plantas medicinais. A busca constante de novas formulações para o controle do diabetes é também justificativa para o estudo. Os dados produzidos neste projeto visão também suprir de informações projetos mais específicos com relação aos constituintes da planta e seu possível efeito hipoglicêmico em animais. Para a realização deste projeto serão utilizados ratos Wistar albinos normais; com hiperglicemia induzida por obesidade experimental ou com diabetes induzida por aloxano, submetidos ao tratados com o extrato bruto da Myracrodruon urundeuva. Nestes animais serão avaliados, os níveis plasmática de glicose, ácidos graxos livres, colesterol e albumina. A interpretação dos dados obtidos nos indicará a linha mais adequada a se seguir posteriormente. 2. INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA (até 7000 caracteres com espaço) Em nível de senso comum, muitas plantas são tidas como potentes instrumentos para a cura de diversas doenças que acometem o homem ou outros animais. Conhecidas popularmente como “plantas medicinais” elas têm se constituído de uma fonte terapêutica importante para a população de um modo geral, especialmente para aquelas que vivem isoladas e com difícil acesso à rede pública de saúde. A massificação do uso dos recursos fitoterápicos ocorrida em todo o mundo tem exigido que a pesquisa científica assuma papel decisivo na validação do conhecimento do senso comum . Assim sendo, estudos realizados em diferentes centros de pesquisa do mundo têm identificado e isolado em muitas espécies, componentes químicos que possuem potentes elementos que agem contra fungos, bactérias, insetos, moluscos, células tumorais, etc. e na fisiologia de diferentes sistemas de vertebrados. (SHANEMCWHORTER, L, 2005; JUNG et al, 2006; NAIK,1991). Nos últimos anos a flora que compõe a caatinga brasileira tem recebido atenção especial em função da grande variedade de espécies nativas existentes e, por conseqüência, das possibilidades de isolamento de compostos com novas potencialidades terapêuticas. Nesta linha, este estudo se propõe a avaliar o possível efeito da Myracrodruon urundeuva no metabolismo dos carboidratos de ratos normais ou com diabetes induzida. O número crescente do diabetes 1 em todas as faixas populacionais de nosso país justifica por si só a realização desse e de outros estudos que busquem a descoberta de novos componentes que apresentem ação efetiva no controle do metabolismo dos carboidratos e na homeostasia glicídica destes indivíduos. A aroeira de campo (Myracrodruon urundeuva ALLEMÃO) como é comumente conhecida no Brasil, pertence ao gênero Myracrodruon da família Anacardiaceae. É uma planta de ampla distribuição geográfica adaptada a vários biomas com cerrado, florestas pluviais e caatinga (Andrade, 2000). Os extratos hidroalcoólico e aquoso da entrecasca desta planta mostram atividade antiinflamatória, analgésica, cicatrizante e antiulcerativa. Na medicina popular nordestina á ainda indicada no tratamento de bronquite, tuberculose pulmonar, gastrite e diabetes (Lorenze H, 1992; Matos,FJA 2000). Os constituintes químicos da Myracrodruon urundeuva revelam alta concentração de extrativos fenólicos o que indica que a planta é rica em metabólitos secundários (GLASBY, 1991) e, portanto explica sua resistência à degradação química e biológica. Como alguns destes metabólitos secundários têm, em outras plantas, mostrado ação hipoglicemiante, resolvemos investigar se o extrato bruto da Myracrodruon urundeuva também apresenta tal efeito, como preconiza o senso comum. A idéia é avaliar se essa planta tem potencial terapêutico para o tratamento de alguma das formas do diabetes. Assim pretende-se avaliar o efeito do extrato bruto desta planta no metabolismo de animais normais e de animais dos modelos experimentais de diabetes tipo I e tipo II que desenvolvemos no laboratório. Como se sabe, no diabetes tipo I as células beta do pâncreas (produtoras de insulina) são destruídas por um processo autoimune. (ASHCROFT, et al,1992). Conseqüentemente, a insulina não é mais produzida e não é liberada no sangue para promover o transporte da glicose para as células. Por essa razão, a lesão das células beta do pâncreas representa uma falha de componente “efetor” desse sistema de controle. Se a insulina não puder ser liberada em resposta a um aumento da glicemia após uma refeição rica em carboidratos, a glicose não pode ser transportada para o interior das células do organismo e o resultado final é a hiperglicemia e o diabetes, com repercussões sistêmicas variadas e baixa qualidade de vida. (ASHCROFT, et al,1992; POWERS HOWLEY, 2000). No diabetes tipo II as células B pancreática do indivíduo podem apresentar defeitos na capacidade de síntese e/ou de secreção de insulina ou ainda na capacidade de ação deste hormônio em nível periférico. O resultado é uma alteração no metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas induzindo o indivíduo a uma reduzida tolerância à glicose com picos de hiperglicemia característicos. É também objetivo deste estudo avaliar se a planta em questão tem efeitos tóxicos que possam trazer riscos ao seu consumo (em forma de chás, decoctos, infusões) e se ela tem potencial para se constituir em uma alternativa de tratamento para os indivíduos que sofrem de alguma forma de descontrole da homeostasia glicídica. * Em caso de renovação de projeto, o coordenador deverá explicitar as razões para tal, justificando com os dados preliminares. 3. OBJETIVOS (até 2200 caracteres com espaço) Geral: Este projeto tem como objetivo geral estudar o efeito do extrato bruto da entrecasca da planta Myracrodruon urundeuva no metabolismo da glicose de ratos normais; com hiperglicemia induzida por obesidade experimental (modelo de diabetes tipo II) ou com diabetes induzida por aloxano (modelo de diabetes tipo I). Paralelamente pretende-se avaliar se o extrato da referida planta apresenta toxicidade quando administrada oralmente. Específicos: * Estudar as mudanças comportamentais dos animais submetidos aos tratamentos descritos neste projeto. * Determinar os níveis plasmáticos das enzimas alanina amino transferase e aspartato amino transferase nos ratos normais, após a administração oral de extrato aquoso saturado da Myracrodruon urundeuva ; *Avaliar o efeito da administração oral do extrato bruto da planta na glicemia de jejum dos animais dos 2 três modelos experimentais nas diferentes etapas deste estudo; * Avaliar a resposta glicêmica dos animais dos modelos descritos a uma sobrecarga exógena de glicose, após o tratamento proposto. * Determinar o perfil lipídico de jejum (ácidos graxos livres, triglicérides e colesterol) destes animais, após a administração oral do extrato nas diferentes etapas do projeto. Determinar os níveis plasmáticos de proteínas totais e de albumina após a administração do extrato 4. METODOLOGIA (até 4000 caracteres com espaço) Material vegetal e seu extrato bruto: Será utilizado cacas do caule da Myracrodruon urundeuva para a produção do extrato. A entrecasca será separada picotada e a ela adicionada etanol a 70% na proporção de 200g pó litro de etanol. O material permaneceu embebido por seis dias com agitações regulares a cada 4 horas. A mistura será então filtrada, a parte sólida desprezada e a parte solúvel liofilizada para obtenção do extrato final. O pó obtido foi então re-suspendido em água e administrado aos animais testes na concentração de 15mg/kg de peso do animal. Preparo dos animais: Serão utilizados ratos Wistar albinos entre com 90 dias de idade. Os animais serão divididos em grupos de 8 animais conforme a seguinte descrição: 1) animais normais (NA); 2) Animais normais tratados (ANT); 3) Animais com hiperglicemia induzida por obesidade experimental (ADO); 4)Animais Animais com hiperglicemia induzida por obesidade experimental tratados(ADOT); 5) Animais diabéticos induzidos por aloxano (ADA); Animais diabéticos induzidos por aloxano tratados (ADAT) Indução da Obesidade: A obesidade e a conseqüente hiperglicemia será induzida pela injeção diária de (4 mg/kg de peso) glutamato monossódico via intradérmica na região cervical, nos primeiros cinco dias de vida dos animais. Indução do diabetes: O diabetes será obtido pela administração de aloxano em dose única de 150 mg:kg peso do animal (SWANSTON-FLATT, 1989) Os tratamentos: Caracterizada a hiperglicemia induzida pela obesidade ou pela administração do aloxano (avaliações através de dosagem de glicose de jejum) os animais dos três grupos tratados receberão uma dose diária (durante 4 semanas) de 150 mg por kg de peso do animal. Os animais dos outros três grupos (controles) receberão procedimento idêntico utilizando-se de solução de cloreto de sódia a 0,9%. Os testes experimentais: Os testes experimentais consistirão na avaliação de jejum dos níveis plasmáticos de glicose, ácidos graxos livres, colesterol e albumina e das enzimas alanina amino transferase e aspartato amino transferase e da resposta intravenosa a uma sobrcarga exógena de glicose (ivGTT), em todos os animais dos grupos instituídos. O plasma para estas dosagens serão obtidos de amostras de sangue coletadas no último dia de cada uma das 4 semanas do tratamento com o extrato. As referidas coletas serão feitas com os animais em jejum, 3 e 6 horas após da administração do extrato. Para a realização do ivGTT será implantada um cânula de látex na veia jugular dos animais anestesiados. Por esta cânula será administrada uma 1g de glicose por kg de peso do animal e 4 amostras de sangue serão coletadas em intervalos regulares de 15 minutos. Essas avaliações ocorrerão no final das quatro semanas do tratamento. As dosagens bioquímicas: Todas as dosagem bioquímicas (Trinder,1969) serão feitas utilizando-se de Kits produzidos para avaliação destes metabólitos em humanos com a concentração determinada por espectrofotometria. Avaliação da Toxicidade do extrato Para a avaliação da toxicidade, uma fração do pó obtido do Extrato da Myracrodruon urundeuva será dissolvida de forma a alcançarmos a maior concentração possível em função da capacidade máxima de 3 dissolução desse preparado em água e então administrada oralmente aos animais. Será avaliado a resposta em relação ao comportamento dos animais, como salivação, freqüência respiratória, miose, piloereção, agitação motora sem perda da preensão das patas, tremores e convulsões, lacrimejamento contorções abdominais e mortes. Serão também feitas avaliações sorológicas das enzimas alanina aminino transferase (ALT) e da Aspartato amino transferase, cuja elevações são indicativos de hepatotoxicidade. A determinação da concentração destas enzimas será feita utilizando-se KITS específicos e as leituras procedidas em espectrofotômetro. 5. RESULTADOS E APLICAÇÕES ESPERADAS (até 4000 caracteres com espaço) Com base o perfil cromatográfico da planta espera-se que o extrato bruto extraído da casca da planta tenha boa capacidade de regular a glicemia em animais hiperglicêmico, uma vez que alguns desses componentes extraído de outras plantas do gênero já tiveram efeitos comprovados. Concretizadas nossas observações, frações do extrato com esses componentes podem ser obtidos e testados isoladamente (em projetos posteriores) para ter seu efeito comprovado. Por outro lado, se o extrato da planta não se caracterizar como tóxico, ensaios poderão ser feitos envolvendo grupos de pessoas especialmente relacionadas para este fim para que se possa orientar o uso seguro deste fitoterápico. Além disto, a avaliação do potencial hipoglicêmico de plantas nativas da caatinga poderá contribuir para o entendimento da capacidade fitoterápica de nossa flora e se constituir no ponto de partida para outras investigações envolvendo o problema em questão. Espera-se também que os resultados obtidos com o estudo possam contribuir para a segurança do uso da planta no controle do diabetes mellitus. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (até 3000 caracteres com espaço) ASHCROFT FM and ASHCROFT SJH. Mechanism of insulin secretion. In ASHCROFT FM, ASHCROFT SJH. Insulin: Molecular Biology to Pathology. Oxford University Press, New york, 1992 GLASBY, J.S. 1991. Dictionary of plants: containing scondary metabolites. Taylor & Francis, London. 488p. LORENZI H, , Arvores brasileiras: manual de identificacão e cultivo de plantas arboreas nativas do Brasil. Editora Plantarum Ltda, Nova Odessa, 352p 1992. MATOS, F.J.A. Plantas medicinais. 2. ed. Fortaleza: UFC, 2000. POWERS, S.K. e HOWLEY, E.T. Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento e Desempenho. 3ª edição. Brasil: Mande, 2000. p.18 SWANSTON-FLATT SK, DAY C, FLATT PR, GOULD BJ, BAILEY CJ. Glycaemic effects of traditional European plant tratments for diabetes. Studies in normal and streptozotocin diabetic mice. Diabetes Res. 10 (2): 69-73, 1989. NAIK, S. R., J. M. BARBOSA FILHO, et al. Probable mechanism of hypoglycemic activity of bassic acid, a natural product isolated from Bumelia sartorum. J Ethnopharmacol, v.33, n.1-2, May-Jun, p.37-44. 1991 4 SHANE-MCWHORTER, L. Botanical dietary supplements and the treatment of diabetes: what is the evidence? Curr Diab Rep, v.5, n.5, Oct, p.391-8. 2005 JUNG, M., M. PARK, et al. Antidiabetic agents from medicinal plants. Curr Med Chem, v.13, n.10, p.1203-18. 2006 TRINDER, P. Determination of blood glucose using an oxidase-peroxidase system with a noncarcinogenic chromogen. J Clin Pathol, v.22, n.2, Mar, p.158-61. 1969 7. ORÇAMENTO RUBRICAS/DISCRIMINAÇÃO Material de Consumo Kit para dosagem de glicose Kit para dosagem de albumina Kit para dosage de ácidos graxos livres Kit para dosagem de colesterol Kit enzimático Alanina amino transferase Kit enzimático Alanina amino transferase 01 Pipeta automática com volume variável Quantidad e 3 2 2 2 1 1 1 Valor Individual R$ 35,00 60,00 150,00 90,00 45,00 56,00 700,00 Total de Material de Consumo Serviço de Terceiros Pessoa Física Quantidade Valor Unitário R$ Valor Total R$ 105,00 120,00 300,00 180,00 45,00 56,00 700,00 1506,00 Valor Total R$ Total de Serviço de Terceiros Pessoa Física Serviço de Terceiros Pessoa Jurídica Quantidade Valor Unitário R$ Valor Total R$ Total de Serviço de Terceiros Pessoa Jurídica Passagens/Trecho Quantidade Valor Unitário R$ Valor Total R$ 5 Passagens – Total Diárias Quantidade Valor Unitário R$ Valor Total R$ Diárias - Total Bolsa de iniciação científica Quantidad e Valor Unitário R$ Valor Total R$ Bolsa de Iniciação Científica - Total VALOR TOTAL DO PROJETO 1506,00 8. TERMO DE COMPROMISSO DO SOLICITANTE Declaro, para fins de direito, conhecer as normas gerais fixadas pelo presente edital, pelo CNPq e pela UERN para a concessão de Bolsas de Iniciação Científica. Mossoró, 25 de maio de 2009. Assinatura do(a) Coordenador(a) 6