Noções de Economia Polícia Federal Teoria e Exercícios Prof. César Rissete Mais de 360 aprovados na Receita Federal em 2006 Data de impressão: 09/07/2007 67 das 88 vagas no AFRF no PR/SC 150 das 190 vagas no TRF no PR/SC 150 das 190 vagas no TRF Visite a loja virtual Conquiste sua vitória ao nosso lado w w w. e d i t o r a m a x i m u s . c o m . b r www.conquistadeconcurso.com.br w w w. e d i t o r a m a x i m u s . c o m . b r www.cursoaprovacao.com.br oaprovacao.com.br Visite o Portal dos Concursos Públicos MATERIAL DIDÁTICO EXCLUSIVO PARA ALUNOS DO CURSO APROVAÇÃO ww w. c u r s o a p r o v a c a o . c o m . b r MATERIAL DIDÁTICO EXCLUSIVO PARA ALUNOS DO CURSO APROVAÇÃO Polícia Federal Prof. César Rissete PARTE I MICROECONOMIA A microeconomia é a parte da economia que estuda o comportamento dos agentes econômicos como consumidores, governo, trabalhadores e produtores. Por ser de natureza abstrata, a teoria microeconômica é também uma das matérias mais difíceis. Embora tenha abstrações para elaborar modelos que permitam a análise do comportamento de agentes econômicos como consumidores e produtores, é a microeconomia que permite, por exemplo, entender o impacto de medidas econômicas do governo. Considera as unidades econômicas específicas, observando-as em detalhes. Outra importante preocupação da microeconomia é saber como as unidades econômicas interagem de modo a formar unidades maiores, como os mercados e as indústrias. Resumidamente, três princípios caracterizam a elaboração da teoria microeconômica: - Pressupõe-se que a economia é composta de unidades tomadoras de decisão ou agentes econômicos; - A cada unidade decisora é atribuída uma funçãoobjetivo que se supõe perseguida coerentemente; - Por último, presume-se que o sistema econômico oferece limites para a obtenção dos objetivos perseguidos pelos agentes econômicos. Esses limites consistiriam na escassez relativa dos recursos produtivos ou fatores de produção diante das necessidades dos agentes (Lei da Escassez). Uma definição que pode ser dada a Economia é: Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Nesta definição encontramos vários conceitos importantes, que formam as bases do estudo da ciência econômica. São eles: Escolha Escassez Necessidades Recursos Produção Distribuição Na apostila estaremos preocupados em avaliar o impacto do governo sobre as decisões dos agentes econômicos, verificando o resultado de sua intervenção de um ponto de vista microeconômico. Mas antes disso há necessidade de entender alguns conceitos básicos. 1. CONCEITOS BÁSICOS DA MICROECONOMIA O objetivo da microeconomia é estudar o comportamento de uma unidade econômica individual, seja ela constituída por pessoas, empresas ou governo, para verificar como se dá a formação dos preços das mercadorias e serviços, concomitante com o comportamento dos consumidores em uma determinada estrutura de mercado. Entre tantas, temos a Teoria da Firma, Teoria da Produção e a Teoria do Consumidor. Neste sentido, a decisão da firmas em produzir (oferta) interage com a decisão de comprar (demanda) dos consumidores, estabelecendo um sistema de mercado, onde confronto entre a oferta e demanda estabelecem um preço (preço de mercado), que atende as necessidades tanto da firma quanto dos consumidores. Atualizada 30/05/2007 Economia Pelo lado da oferta, a produção é realizada pelas diversas empresas (micro, pequenas, médias, grandes, conglomerados, transnacionais, etc.), que organizam os 1 fatores de produção (terreno, edificações, máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas, capital e trabalho), onde está embutida a tecnologia de um lado e a força de trabalho de outro. 2 As firmas têm o propósito de produzir bens e serviços para consumo das famílias, das empresas e do governo. Portanto, em uma visão simplista, pode-se organizar a produção de bens econômicos em dois grandes grupos: os bens de consumo final e os bens de capital, incluindo os intermediários. Seguindo o mesmo raciocínio, deve-se perceber que os bens são destinados para a venda, onde dependendo do consumidor, terá uma aplicação específica, observando-se o sistema econômico ao qual está integrado. Fundamentos Teoria do consumidor: parte da economia que se preocupa em estudar o comportamento da unidade do setor de consumo consumidor. Teoria da firma: explica o comportamento da firma quando desenvolve a sua atividade produtiva. Firma ou empresa: unidade de produção que atua racionalmente, procurando maximizar seus resultados relativos à produção e lucro. Teoria de produção: seus princípios gerais proporcionam as bases para a análise dos custos e da oferta de bens produzidos. a) Serve para análise das relações existentes entre produção e custos de produção; b) Análise da demanda da firma com relação aos fatores de produção que utiliza. Fator de produção: bens ou serviços transformáveis em produção (terra, capital e trabalho). a) Primários: que não são produzidos por outra empresa, ou seja, são fatores naturais que existem independentemente da ocorrência de processo produtivo; b) Secundários: deriva do processo produtivo realizado por alguma empresa ou firma, ou seja, necessitam de processo produtivo para criá-los. Produção: transformação pela empresa, utilizando-se dos fatores de produção adquiridos em produtos para venda no mercado. Função de produção: Q = f(x1, x2, x3,...,xn) Função simplificada: Q = f(x1, x2) Por hipótese, a função de produção é uniforme e contínua e desta forma, todos os termos positivos na função. Q > 0; x1 > 0 e x2 > 0 Processo de produção: técnica por meio da qual um ou mais produtos serão obtidos pela utilização de determinantes de fatores de produção. 1 Os fatores de produção considerados pela economia clássica são: Terra, Capital e Trabalho. 2 Basicamente, os bens de consumo podem ser classificados em: Duráveis, Semiduráveis, Perecíveis, Intermediários e de Capital. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 1 Polícia Federal Prof. César Rissete Análise de curto prazo. Fatores variáveis e fixos: Q = f(x1, x2) Onde x1 é o fator variável da função. Onde x2 é o fator fixo da função. Produtividade média do fator variável Pme = q/x1 Produtividade marginal do fator variável: entende-se como relação entre as variações do produto total e as variações da quantidade utilizada do fator variável. Pmg = q/ x1 Lei dos rendimentos decrescentes No curto prazo, em que há fatores de produção fixos, a empresa pode enfrentar limites ao seu crescimento. Este limite se deve ao fato de a empresa ao atingir um determinado porte, no qual o custo marginal para obtenção de uma unidade adicional de produção igualase a receita marginal, atingiu seu tamanho ótimo. A partir desse ponto, quando o custo marginal para obtenção de uma unidade adicional torna-se maior que a receita marginal, a empresa entra na zona dos rendimentos decrescentes. Nesse estado a empresa, ao incorrer em custos mais altos que competidores em situação de equilíbrio, passa a perder competitividade de mercado, sendo obrigada a buscar mais eficiência nos seus processos produtivos, onde uma das alternativas poderia ser a redução de sua escala de produção. Rendimento de escala Uma empresa ao aumentar seu porte, tem a possibilidade de obter economias de escala, já que possuirá maior poder de barganha em relação aos fornecedores e mais investimentos em capital, possibilitando assim, aumentar sua produção, sua produtividade e conseqüentemente, diminuir o custo por unidade de seus produtos. Há portanto uma redução no seu custo marginal, ou seja: cada unidade adicional produzida tem um aumento de custo menos que proporcional a esse incremento. Esta diminuição pode se traduzir em maiores margens de lucro e menores preços para o consumidor final. Rendimentos crescentes de escala Empresas como as grandes fabricantes de software e a indústria farmacêutica, típicas da nova economia, investem grandes quantidades de recursos em pesquisa e desenvolvimento na busca de novos produtos que, ao serem patenteados, garantem por um longo período de tempo uma exclusividade de mercado. Essas empresas passam por um processo inverso às empresas tradicionais, de rendimentos crescentes: quanto mais vendem, menor a parcela de amortização dos custos de desenvolvimento embutida nos produtos vendidos. Após a amortização total dos custos de desenvolvimento, a relação entre custos e preços atinge um mínimo. A Microsoft, por exemplo, após amortizar os custos de desenvolvimento de um sistema operacional, como o Windows XP, tem praticamente o custo da mídia e da embalagem para obtenção de uma unidade adicional de produto. 2 Atualizada 30/05/2007 Economia Rendimentos constantes de escala É quando todos os fatores de produção crescem numa determinada proporção e a produção cresce na mesma proporção. Conceito de Custos Custo Total (CT) = Custos Fixos (CF) + Custos Variáveis (CV) Custos Fixos (CF): custos que independem quantidade produzida. Ex: Aluguéis, máquinas. da Custos Variáveis (CV): são parcelas dos custos que dependem da produção e assim mudam com a variação desta. Ex: salários, matérias-primas. Custo Médio (CMe): é o quociente entre o custo total e a quantidade produzida, ou seja: CMe = CT / Q. Custo Fixo Médio (CFMe) = CF / Q Custo Variável Médio (CVMe) = CV / Q Custo Marginal (CMg): é a relação existente entre a variação absoluta do custo total decorrente da variação absoluta da quantidade produzida, ou seja: CMg = CT / Q. Longo Prazo: é o período de tempo em que todos os custos são variáveis. Custo Total (CT) = Custo variável de longo prazo LUCRO: BASICAMENTE SE DÁ PELA DIFERENÇA ENTRE RECEITA TOTAL (RT) E CUSTO TOTAL (CT). LT = RT CT Custos de oportunidade Em nossas vidas tudo que decidimos fazer deve passar por uma análise do Custo de Oportunidade. Ao escolher a carreira policial, você deve estar ciente que deverá abrir mão de algumas opções, como por exemplo estar com a família neste exato segundo, seja lendo em casa e trancado em uma sala, seja no Curso Aprovação, ainda mais longe de sua família. Pode-se definir o custo de oportunidade como perdas decorrentes de escolhas. A cada escolha, a cada opção escolhida em sua vida, esteja ciente que devera abdicar de outras opções, que representa seu custo de oportunidade. Oportunidade perdidas, deixadas de lado, ao ter que enfrentar o dilema das escolhas. Um exemplo citado em vários manuais é do abastecimento de combustíveis. As vezes um determinado estabelecimento comercial faz uma promoção imperdível, e varias pessoas resolvem abastecer neste local. Você terá que escolher entre abastecer neste posto e, digamos assim, economizar financeiramente, ou abastecer em outro posto mais caro, mas que não tenha uma fila de espera. Caso você opte por abastecer no posto da promoção, seu custo de oportunidade é o tempo de espera, que deve ser avaliado inclusive economicamente. Quanto custa seu tempo? Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete Fatores de Produção Para obter os bens e serviços há a necessidade de recursos à disposição para conseguir produzí-los. Eles são chamados de fatores de produção. A designação fator se deve por se tratar de um elemento indispensável, onde os mais importantes são três: a terra, o trabalho e o capital. A terra diz respeito à natureza. Envolve não somente a terra cultivável, quanto todos os recursos que ela pode oferecer, tais como os minérios: o ferro, o calcáreo, a argila; as matas; a água. O trabalho aciona estes recursos, dando-lhes vida. Sua importância repousa sobre a capacidade das pessoas em se organizarem e agirem socialmente em cooperação com o objetivo de produzir sua existência. O trabalho funciona como mediador da ação do homem para transformar e dominar a natureza, através das máquinas, equipamentos e ferramentas. Quanto maior a aptidão, a habilidade e a capacidade de produção desse trabalho, dado o progresso da tecnologia e da ciência, mais eficientes são os resultados obtidos. O homem produz cada vez mais com esforço menor. O capital, em um sentido físico estreito, compreende os elementos materiais criados pelo homem para agir sobre o objeto a ser trabalhado. Compõem as edificações, as instalações, os equipamentos, as máquinas, as ferramentas. Estes elementos, conforme suas grandezas, não constituem mais uma propriedade específica de alguém. Nesse caso, estamos lidando com o grande capital. A propriedade particular, no caso deste grande capital, pertence às lembranças do passado. Contabilmente, neste caso, o capital seria representado apenas pelo ativo permanente. O capital, em um sentido social amplo, trata-se de um relacionamento social. Existem os proprietários e administradores (empresários e executivos) do capital de um lado e os proprietários da capacidade de trabalho (trabalhadores) de outro. Entre estes dois existem as máquinas, os equipamentos, as instalações, as ferramentas, as edificações. Estes elementos materiais constituem os meios, através dos quais, o homem obtém a produção de mercadorias e serviços. Para obter capital, todo esse conjunto de coisas precisa ser valorizado. Então, o capital emprega o trabalho e, através deste, aufere lucro e consegue valorizar a produção, conseguindo crescer, portanto acumular riquezas. Por conseguinte, dois aspectos são fundamentais: Capitalistas ou administradores, numa ponta, organizando, planejando, orientando e dirigindo o processo produtivo, participando indiretamente do ato de produzir e, Trabalhadores, de outro, atuando diretamente no processo produtivo, através do contato e operação dos meios de produção. Então, o capital é um conjunto social, visando a valorização mediante o processo produtivo de mercadorias ou serviços. Contabilmente, neste caso, o capital seria representado pelo ativo total. O sistema social produtor de riquezas, sob a forma de mercadorias e serviços, acionado por trabalhadores assalariados e comandado por capitalistas ou grandes executivos, extraindo lucro desse mesmo trabalho para conseguir se expandir foi cognominado de capitalismo. O capitalismo se modificou ao longo do tempo. É hoje muito mais uma instituição histórica da sociedade. Ele aboliu a figura de propriedade particular para introduzir a figura de propriedade social. A sociedade anônima Atualizada 30/05/2007 Economia presta-se a este papel. Ninguém em especial é proprietário da General Motors ou da Nestlé. Ela é uma propriedade social de milhares de pessoas. Agora, uma elite executiva exercita o comando efetivo sobre esse capital, agora sob forma anônima, e por conseguirem exercer a gestão dessa propriedade anônima, podem direcionar a acumulação seguida pelo capital. Os modernos executivos da cúpula da grande empresa, por portarem esta prerrogativa, conquistaram uma participação privilegiada sobre os lucros, os dividendos e as ações, colocando-os numa posição social destacada e influente sobre toda a sociedade. Curva CPP A curva (ou fronteira) de possibilidade de produção (CPP) é um conceito teórico com o qual se ilustra como a questão da escassez impõe um limite à capacidade produtiva de uma sociedade; escolher entre alternativas de Produção. A produção total de um país tem um limite máximo, uma produção potencial ou produto de pleno 3 emprego , máximo em emprego e produção sem ociosidade. O quadro a seguir exemplifica as alternativas de produção. A sobrevivência dos seres humanos depende da produção de bens, que requer recursos imprescindíveis para sua obtenção. Precisamos, então, dos fatores de produção: a terra, o capital e o trabalho. Como há limitações em conquistar tais fatores, a escassez impõe escolhas entre eles, de tal forma que todos esses fatores potenciais sejam utilizados o mais perfeitamente possível para proporcionar o pleno emprego, dentro das condições existentes. Não se pode ocupar todos os fatores na produção agrícola, nem alocá-los inteiramente na produção de máquinas. É necessário um equilíbrio para que tais recursos sejam utilizados da melhor maneira, sem a existência de capacidade ociosa, seja de capital, terras ou trabalho. Os três devem ser empregados em condições de otimizar sua utilização. Isto sendo feito, poderíamos dizer que viveríamos num mundo perfeito, onde capital, terra e trabalho se empregam em condições de perfeição, não existindo nem o desperdício, nem a privação. Portanto, é preciso combinar os fatores de produção de tal modo a alcançar esta situação de plenitude em diversas alternativas possíveis. Então, vamos criar um exemplo fictício onde os fatores de produção possam ser empregados de modo ideal, em várias alternativas de combinação, com um caso hipotético de produção de máquinas e alimentos. 3 A economia define tecnicamente que no pleno emprego, todos os fatores de produção são utilizados. Em outras palavras, todos aqueles que querem trabalhar estão empregados. O desemprego existente é friccional (transição de uma atividade para outra) ou quem não está empregado é porque não quer trabalhar (desemprego voluntário). Todas as máquinas estão empregadas na produção não há máquina ociosa nas empresas e nem empresas falidas. Todo o capital financeiro está empregado na produção (não há especulação financeira, não tem dinheiro parado e, portanto, não existe dívida pública). Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 3 Polícia Federal Prof. César Rissete Quadro: Fronteira de Possibilidade de Produção Portanto: Na alternativa (A) todos os fatores de produção seriam locados para a produção de máquinas; Na alternativa (E) seriam alocados somente para a produção de alimentos; e Nas alternativas intermediárias (B, C e D) os fatores de produção estão distribuídos na produção de um e de outro bem. Desta forma pode ser construída Possibilidades de Produção (CPP). a Curva de No ponto Y (interno à curva), mostra que, quando a produção está dentro da curva, está operando com capacidade ociosa ou com desemprego, ou seja, com os fatores de produção subutilizados. Já no ponto Z (acima da curva), traduz uma combinação impossível, uma vez que os fatores de produção e a tecnologia de que a economia dispõe seriam insuficientes. Esse ponto ultrapassa a capacidade de produção potencial ou pleno emprego dessa economia. Isso permite perceber que, quando há um deslocamento da CPP para a direita e para cima, indica crescimento econômico para o país, em função do aumento da quantidade física de fatores de produção. Em outras palavras, o crescimento econômico se dá em função de um melhor aproveitamento dos recursos já existentes, do progresso tecnológico, da maior eficiência produtiva e organizacional das empresas e da melhoria no grau de qualificação da mão-de-obra. Teoria do Consumidor No caso do comportamento do consumidor, podemos citar três os fatores em condições coeteris paribus, considerando as demais influências de desprezíveis: Preço (P); Quantidade (q); Renda (R). 4 Atualizada 30/05/2007 Economia Aí se pode criar inclusive uma equação matemática para refletir o comportamento do consumidor, apenas para afirmar que as quantidades compradas se interrelacionam com os preços e a renda do indivíduo. Ninguém pode gastar mais do que possui. Portanto, o gasto está limitado à otimização da renda na hora de escolher, da melhor maneira possível, as mercadorias para atender as necessidades de cada um. Pa.qa + Pb.qb+ Pn.qn R Como a microeconomia lida com o preço, podemos especificar seus dois tipos principais: o preço relativo e o preço absoluto. O relativo diz respeito à relação de uma mercadoria com a outra. O absoluto refere ao preço em si, sem colocá-lo em comparativo com nenhuma outra mercadoria. Se houver uma queda substancial de preço na carne de carneiro, comparada à carne de boi, esperase que os consumidores procurem comprar mais da primeira, mantidas as demais condições constantes, quer dizer, coeteris paribus. As preferências dos consumidores são consideradas constantes. Eles seriam profundamente influenciados pelo preço muito mais do que pelos gostos. Hoje em dia, já se afirma nos supermercados que a cerveja preferida é a em promoção. A microeconomia estabelece critérios plausíveis para orientar a tomada de decisões no dia-a-dia. Empresas, governos e pessoas podem formular estratégias de atuação obediente a observação de um horizonte de planejamento microeconômico. As empresas podem planejar em torno dos seguintes aspectos: preço, faturamento, custos de produção e custo alternativo, otimização da produção, avaliação de investimentos, propaganda e publicidade, localização, diferenciação de mercados. Os governos podem decidir acerca de estratégias quanto: impostos, subsídios, preços agrícolas, salários, tarifas públicas, normas disciplinadoras. As pessoas podem decidir sobre os aspectos: orçamento familiar, custos de oportunidade, aplicações financeiras, investimentos, ocasião apropriada. A microeconomia pode se dedicar à análise da produção, também apelidada de oferta, e à análise do consumo, ou demanda, ou procura, mas sempre encaradas enquanto unidades individuais. Tanto para a produção bem como a demanda, existem as respectivas teorias explicativas. A Demanda Vamos estudar a teoria da demanda para observar até que ponto a demanda se modifica com as alterações de preços. Em primeiro lugar, é preciso deixar claro o comportamento da demanda. Ele se manifesta de modo inversamente proporcional ao preço. Quanto menor o preço, maior a quantidade demandada e a recíproca é verdadeira. Matematicamente, a função de demanda pode ser assim descrita: Qdemanda = f (P) A demanda de um determinado produto pode ser definida como o conjunto das diversas quantidades de um bem ou serviço, que os consumidores estão dispostos a adquirir, em um determinado período de tempo. Fatores que influenciam a demanda: O preço do produto; Os preços de outros produtos, substitutos ou complementares; Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete A renda dos consumidores: bens normais, inferiores e de consumo saciado; Os gostos e preferências. Lei geral da demanda Considerando constantes os demais fatores (ceteris paribus), pode-se dizer que a quantidade demandada de um bem ou serviço varia no sentido inverso de seu preço, ou seja, a quantidade demandada é tanto maior quanto menor o seu preço, e vice-versa. Essa é a lei da demanda. Exemplo: Demanda de tomate em um pequeno mercado. Preço do quilo de feijão Quantidade de quilos por (R$) semana 1,80 350 1,90 310 2,00 280 2,10 250 2,20 210 2,30 180 2,40 150 Economia Exemplo: Oferta de tomate em um pequeno mercado. Preço do quilo de feijão (R$) 1,80 1,90 2,00 2,10 2,20 2,30 2,40 Quantidade de quilos por semana 150 180 210 250 280 310 350 Podemos também representar algebricamente uma curva de oferta. Temos que Qox = f (px) Equilíbrio de mercado Podemos também representar algebricamente uma curva de demanda. Temos que Qdx = f (px) A Oferta Também se estudará a oferta, que corresponde às quantidades que os produtores estão dispostos a oferecer a um determinado preço por um certo espaço de tempo. Seu comportamento se manifesta de forma diretamente proporcional ao preço. Quanto maior o preço de mercado maior o estímulo à produção. Esta é a Lei Geral de Oferta. Matematicamente, a função da oferta pode assim ser descrita: Qoferta = f (P) A oferta de um produto é definida como o conjunto das diversas quantidades que os produtores estão dispostos a produzir e oferecer, por unidade de tempo. Fatores que a influenciam a oferta: o preço do produto; os preços de outros produtos, substitutos na produção; os custos de produção; a tecnologia. Verificaremos também como o equilíbrio entre oferta e demanda ocorrerá em condições de mercado no ponto em que ambas interagem, formando uma igualdade. Nesse ponto o preço se forma em condições concorrenciais. Consideremos novamente as duas tabelas de demanda e de oferta de tomates. A cada preço do quilo de tomate, as quantidades demandadas e ofertadas são diferentes, com exceção do preço R$ 2,10 o quilo. A qualquer preço acima desse nível a quantidade ofertada é maior, e a qualquer preço abaixo a quantidade demandada é maior. Preço do Quantidade Quantidade Diferenças quilo do Ofertada por Demandada (kg) tomate (R$) semana por semana 1,80 150 350 -200 1,90 180 310 -150 2,00 210 280 -70 2,10 250 250 0 2,20 280 210 70 2,30 310 180 150 2,40 350 150 200 A lei geral da oferta Considerando constantes os demais fatores (ceteris paribus) , pode-se dizer que quantidade ofertada de um bem ou serviço varia no sentido de seu preço, ou seja, a quantidade ofertada é tanto maior quanto maior o seu preço, e vice-versa. Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 5 Polícia Federal Prof. César Rissete Assim poderemos perceber que o encontro de interesses entre os consumidores e os produtores produzirá um preço de equilíbrio e uma quantidade de equilíbrio. Portanto, tanto o preço como a quantidade, satisfazem o consumidor e o produtor, e neste ponto de equilíbrio encontra-se o chamado preço de mercado. Temos então que Qdx = Qox. Elasticidade Conceito Cada produto tem sua própria sensibilidade com relação às variações dos preços e da renda. Essa sensibilidade ou reação pode ser medida através do conceito de elasticidade. Genericamente, a elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma variável quando ocorrem alterações em outra variável, coeteris paribus (mantendo-se tudo o mais constante). O conceito de elasticidade representa uma informação bastante útil tanto para as empresas quanto para a administração pública. Nas empresas a previsão de vendas é de extrema importância, pois permite uma estimativa da reação dos consumidores em face de alterações nos preços das empresas, dos concorrentes e em seus salários. Para o planejamento macroeconômico é de igual importância, pois poder-se-ia prever, por exemplo, qual seria o impacto de uma desvalorização cambial de 30% sobre a balança comercial, ou qual a sensibilidade dos investimentos privados a alterações na tributação ou na taxa de juros etc. Elasticidade -preço da demanda Conceito É a resposta relativa da quantidade demandada de um bem X às variações de seu preço, ou, de outra forma, é a variação percentual na quantidade procurada do bem X em relação a uma variação percentual em seu preço. Matematicamente, temos: Q1 Q0 Variação percentual em Q Q0 Ep = = P1 P0 Variação percentual em P P0 Como a correlação entre preço e quantidade demandada é inversa, ou seja, a uma alteração positiva de preços corresponderá uma variação negativa da quantidade demandada, o valor encontrado da elasticidade-preço da demanda será sempre negativo. Exemplo: Preço inicial (P0): $20,00 Preço final (P1): $16,00 Quantidade inicial (Q0): 30 Quantidade final (Q1): 39 (39 30) 0,3 30 Ep = = = - 1,5 16 - 20 - 0,2 20 Significa que, dada uma queda de 1% no preço, a quantidade demandada aumenta em 1,5%. Trata-se de um produto cuja demanda tem grande sensibilidade a variação do preço. Isso nos remete aos conceitos de demanda elástica, inelástica e unitária: 6 Atualizada 30/05/2007 Economia Demanda elástica: (Ep > 1) A variação da quantidade demandada supera a variação do preço. Os consumidores desses produtos tem grande reação ou resposta, nas quantidades, a eventuais variações de preços. Em casos de aumentos de preços, diminuem drasticamente o consumo; quando há quedas do preço de mercado, aumentam o consumo em um percentual maior que a queda do preço. Demanda inelástica: (Ep < 1) Ocorre quando uma variação percentual no preço provoca uma variação percentual relativamente menor nas quantidades demandadas. Os consumidores desse produto reagem pouco a variações no preço, isto é, possuem baixa sensibilidade ao que acontece com os preços no mercado. Demanda de elasticidade-preço unitária: (Ep = 1) As variações percentuais no preço e na quantidade são de mesma magnitude, porém em sentido inverso. Fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da demanda Disponibilidades de bens substitutos: Quanto mais substitutos houver para um bem, mais elástica será sua demanda, pois pequenas variações em seu preço, para cima, por exemplo, farão com que o consumidor passe a adquirir seu substituto, provocando queda em sua demanda mais que proporcional à variação do preço. Essencialidade do bem: Se o bem é essencial, será pouco sensível à variação de preço; terá, portanto, demanda inelástica. Importância do bem, quanto a seu gasto, no orçamento do consumidor: Quanto mais importante o gasto referente a um determinado bem (maior ponderação) em relação ao gasto total (orçamento) do consumidor, mais sensível torna-se o consumidor a alterações em seu preço, ou seja, a demanda é mais elástica. Por exemplo, a elasticidade-preço da demanda de carne tende a ser mais elevada que a de fósforos, já que o consumidor gasta uma parcela maior de seu orçamento com a carne do que com fósforos. Relação entre Receita Total do Produtor e o Grau de Elasticidade A receita total do produtor, que equivale ao gasto total dos consumidores, para uma dada mercadoria é igual à quantidade vendida vezes seu preço unitário de venda. RT = P x Q Onde, RT = receita total; P = preço unitário; Q = quantidade vendida. Dada uma variação no preço do produto, o que acontecerá com a receita total do produtor? Tal resposta dependerá da reação dos consumidores, isto é, do grau de elasticidade-preço da demanda. Podem ocorrer três possibilidades: Demanda elástica A redução no preço do bem tenderá a aumentar a receita total, pois o aumento percentual na quantidade vendida será maior do que a redução percentual do preço. Da mesma forma, um aumento de preço provocará uma redução da receita total. Demanda inelástica O raciocínio é inverso. Um aumento de preço provoca aumento da receita total, e a redução de preço provoca diminuição da receita total. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete Demanda de elasticidade unitária Um aumento ou uma redução de preço não afeta a receita total, já que o percentual de variação no preço corresponde a igual percentual de variação na quantidade (em sentido contrário). Elasticidade-Renda da Demanda: O coeficiente de elasticidade-renda da demanda (Er) mede a variação percentual da quantidade da mercadoria comprada resultante de uma variação percentual na renda do consumidor. Q1 Q0 Variação percentual da quantidade demandada Ep = Q0 = R1 Variação percentual na renda do consumidor R0 R0 Se a elasticidade-renda da demanda é negativa, (Er < 0), o bem é inferior, ou seja, aumentos de renda levam a queda no consumo desse bem. Se a elasticidade-renda da demanda é positiva, mas menor que 1, (0 < Er < 1), o bem é normal, isto é, aumentos de renda levam a aumentos no consumo. Se a elasticidade-renda da demanda é positiva e maior que 1, (Er > 1), o bem é superior ou de luxo, ou seja, aumentos na renda do consumidor levam a um aumento mais que proporcional no consumo do bem. Por exemplo: se a elasticidade-renda da demanda é de 1,5, um aumento na renda do consumidor de, digamos, 1% levará a um aumento do consumo desse bem de 1,5%. Elasticidade-Preço da Oferta O mesmo raciocínio utilizado para a demanda também se aplica para a oferta, observando-se, no entanto, que o resultado da elasticidade será positivo, pois a correlação entre preço e quantidade ofertada é direta. Quanto maior o preço, maior a quantidade que o empresário estará disposto a ofertar. Q1 Variação percentual da quantidade ofertada Ep = Q0 Q0 = Variação percentual do preço do bem R1 R0 R0 Estrutura de Mercado O mercado constitui um híbrido entre a oferta e a demanda. Não se trata de um ou de outro considerados isoladamente, contudo de ambos simultaneamente. Agora este mercado, este espaço de encontro está envolvido por um contexto próprio, de acordo com as condições em que se depara a venda de determinada mercadoria ou serviço. Isto quer dizer uma estrutura pertinente ao caso. As estruturas de mercado, descrevem basicamente, o número e as características das firmas que constituem este mercado (Mercado: conjunto de empresas que produzem um mesmo produto ou um conjunto de produtos relacionados entre si). As várias formas ou estruturas de mercado dependem fundamentalmente de três características: Número de empresas que compõem esse mercado; Tipo de produto (homogêneos ou diferenciados); Atualizada 30/05/2007 Economia Se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. Concorrência perfeita (ou concorrência pura) É um tipo de mercado em que há um grande número de vendedores (empresas) e de compradores, de tal sorte que uma empresa ou um consumidor, isoladamente, por ser insignificante, não afeta os níveis de oferta do mercado e, consequentemente, o preço de equilíbrio. É um mercado atomizado , pois é composto de um número expressivo de empresas, como se fossem átomos. Nesse tipo de mercado devem prevalecer ainda as seguintes premissas: Produtos homogêneos: não existe diferenciação entre produtos ofertados pelas empresas concorrentes. Transparência do mercado: Todas as informações sobre lucros, preços etc. são conhecidas por todos os participantes do mercado (informações simétricas). Existe grande número de compradores e vendedores. Esta quantidade refere-se não ao valor acima de determinada quantidade, mas sim ao preço dado para as firmas e para os consumidores; Os produtos são homogêneos, isto é, não existe diferenciação entre produtos ofertados pelas empresas concorrentes e existem substitutos perfeitos entre si. Desta forma, não pode haver preços diferentes no mercado; A entrada e saída de firmas no mercado é livre, não havendo barreiras (livre mobilidade). Isto permite que as firmas menos eficientes saiam do mercado e que ingressem firmas mais eficientes. Uma característica do mercado em concorrência perfeita é que, a longo prazo, não existem lucros extraordinários (onde as receitas superam os custos), mas apenas os chamados lucros normais, que representam a remuneração implícita do empresário (seu custo de oportunidade, ou o que ele ganharia se aplicasse seu capital em outra atividade, que pode ser associado a uma espécie de remuneração de mercado). Em concorrência perfeita, como o mercado é transparente, se existirem lucros extraordinários, isso atrairá novas firmas para o mercado, pois que também não há barreiras ao acesso. Com o aumento da oferta de mercado (devido ao aumento no número de empresas), os preços de mercado tenderão a cair, e consequentemente os lucros extras, até chegar-se a uma situação onde só existirão lucros normais, cessando o ingresso de novas empresas nesse mercado. Nenhuma firma isoladamente tem condições de alterar o preço ou praticar preço superior ao estabelecido no mercado. Ela possui uma pequena participação no mercado, e sua atuação não influenciará o preço de mercado por não dispor da quantidade suficiente. Contudo, a esse preço dado pelo mercado, ela poderá vender o quanto puder limitada apenas por sua estrutura de custos. Monopólio O mercado monopolista se caracteriza por apresentar condições diametralmente opostas às da concorrência perfeita. Nele existe, de um lado, um único empresário (empresa) dominando inteiramente a oferta e, de outro, todos os consumidores. Não há, portanto, concorrência, nem produto substituto ou concorrente. Neste caso, ou os consumidores se submetem as condições impostas pelo Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 7 Polícia Federal Prof. César Rissete Economia vendedor, ou simplesmente deixarão de consumir o produto. O fato de possuir um único vendedor que fixa o preço do seu produto, também o caracteriza como sendo uma estrutura teórica, onde a demanda da firma é a demanda do setor. As hipóteses deste mercado são: O setor é constituído por apenas uma única firma; A firma produz um produto para o qual não haja um substituto próprio; Existe concorrência entre os consumidores. Podemos caracterizar também tanto oligopólios com produtos diferenciados (como a indústria automobilistica) como oligopólios com produtos homogêneos (alumínio, cimento). FATORES QUE INTERVÉM NO SURGIMENTO DO MONOPÓLIO E SÃO BARREIRAS À ENTRADA DE NOVAS FIRMAS: - Controle exclusivo de um fator produtivo por uma empresa ou domínio das fontes mais importantes de matéria-prima indispensáveis para a produção de um determinado bem. Ex.: mina de diamantes, exploração de petróleo; - Concessão de uma patente. A patente confere ao inventor o direito de fabricação exclusiva de um produto durante um período do tempo, no Brasil são 20 anos; - Controle estatal da oferta de determinados serviços (correios, telégrafos); - Porte do mercado e a estrutura de custos de indústrias especiais podem dar lugar a um monopólio natural (surge quando uma empresa diminui de maneira expressiva seu CMe por unidade de produto à medida que aumenta a produção, podendo satisfazer as necessidades do mercado de forma mais eficiente que muitas empresas). É pouco provável que um monopólio se perpetue no longo prazo: as patentes tornam-se obsoletas; novos produtos e mais refinados são desenvolvidos por outras firmas; matérias primas substitutas tornam-se disponíveis, etc. A manutenção do monopólio é mais factível quando o mercado é garantido por meio de leis governamentais como, por exemplo, serviços de utilidade pública como telefone e energia elétrica. Monopsônio: caracteriza-se pela existência de muitos vendedores e um único comprador; Oligopólio É um tipo de estrutura caracterizada por um pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado. Pode caracterizar-se como um mercado em que há um pequeno número de empresas, como a indústria automobilistica, ou então onde há um grande número de empresas, mas poucas dominam o mercado, como a indúsria de bebidas. O setor produtivo brasileiro é altamente oligopolizado, sendo possível encontrar inúmeros exemplos: montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de papel, de bebidas, química e farmacêutica etc. No oligopólio, tanto as quantidades ofertadas quanto os preços são fixados entre as empresas por meio de conluios ou cartéis. O cartel é uma organização (informal) de produtores dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ele pertencem. Nos oligopólios, normalmente as empresas discutem suas estruturas de custos, embora o mesmo não ocorra com relação a sua estratégia de produção e de marketing. Há uma empresa líder que, via de regra, fixa o preço, respeitando as estruturas de custos das demais, e há empresas satélites que seguem as regram ditadas pelas líderes. Esse é um modelo chamado de liderança de preços. Como exemplo no Brasil, podemos citar a indústria de bebidas. 8 Atualizada 30/05/2007 Concorrência monopolista (concorrência imperfeita): caracteriza-se pelo fato de que as empresas produzem produtos diferenciados, embora substitutos entre si. A curva de oferta é a curva de demanda, mas com alta elasticidade; Oligopsônio: mercado no qual poucos compradores, que dominam o mercado e muitos vendedores; Monopólio bilateral: confronto entre o monopolista e o monopsonista. Vale lembrar que em todas as estruturas clássicas, o mercado é transparente (todos tem informação perfeita) e os agentes são maximizadores de lucro. Modalidades de associação e concentração de atividades A associação e concentração de atividades têm por objetivo fundamental o domínio do mercado por parte das empresas. Entre as modalidades de associação e concentração assinaladas na história econômica, destacamos: Trustes O truste é uma modalidade de concentração em que o empresário, orientado por interesses monopolísticos, procura, utilizando práticas variadas, eliminar os concorrentes de sorte a que somente ele se torne senhor da oferta. No truste as diversas empresas perdem a sua autonomia econômica e jurídica, permanecendo no mercado uma só empresa. Até certo limite, o truste confere a empresa o domínio dos preços e quantidades dos bens que produz. Os trustes conferem ao empresário o privilégio de atuar no mercado de monopólio. Os trustes são proibidos em todo o mundo, significando abuso do poder econômico , dominação dos mercados, eliminação da concorrência e aumento arbitrário de lucros, o que a legislação reprime nos termos do parágrafo 4º do Art. 171 da Constituição de 1988 e Lei nº 8.884, de 11/06/94. Cartéis Cartéis são acordos, formais ou informais, entre as empresas, feito com o objetivo de domínio de mercado. O mercado que facilita sua formação é o de Oligopólio, como já vimos anteriormente. O cartel é um acordo livre entre as empresas do mesmo ramo de atividade com o objetivo de atenuar a concorrência. As empresas que se cartelizam não perdem suas individualidades econômica e jurídica. Os cartéis mais comuns referem-se a acordos sobre preços, condições de venda e de região. No cartel de preços, as empresas estabelecem um nível de preços para os produtos que fabricam; os de condições, além de estabeleceram os preços, também estabelecem regras para as condições de venda, entrega, prazos de venda, descontos, etc. Quando os contratantes delimitam as zonas ou regiões em que cada um deve atuar, diz-se que o cartel é de região. A prática do cartel em nosso país é como ocorre com o Truste, considerada abuso do poder econômico . Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete Fusão A independência das firmas é totalmente abolida e as antigas firmas desaparecem para dar surgimento a uma nova entidade comercial, com uma unidade orgânica sob direção única, pela compra de uma firma por outra, com unificação do capital. Ex: AMBEV (Brahma e Antarctica) Aquisição Ocorre quando duas empresas envolvidas na transação mantêm sua independência jurídica, sendo que o controle da empresa vendida passa para a compradora. Ex: Nestlé e Garoto; Sonae e Mercadorama/Real/Coletão/Supermercados Muffatão; Palmolive e Kolynos; HSBC e Bamerindus; Itaú e Banestado; Ponto Frio e Disapel; Electrolux e Refripar. Joint-Venture Surgimento de uma nova empresa que é controlada pelas duas (ou mais) empresas que deram origem a operação. Surge para explorar um novo mercado. Ex: Sony-Ericson no Brasil; Semp-Toshiba no Brasil; Fiat-GM Powertrain (FGP), a joint venture entre as duas empresas, feita para unificar a produção de motores e transmissões em todo o planeta. 2. A RACIONALIDADE ECONÔMICA DO GOVERNO Muitas vezes coloca-se que o governo não deveria interferir no bom funcionamento da economia. Entretanto, sua intervenção se deve ao fato de que o mercado não consegue se auto-regular de maneira eficiente. Mesmo os economistas mais liberais concordam que determinados setores da produção são indispensáveis ao bem-estar comum, mas não oferecem atrativos suficientes para a existência de investimentos privados no volume necessário à satisfação da demanda. Por exemplo, levar energia elétrica a uma cidade fronteiriça em Roraima ou no Acre certamente não pode ser uma atividade rentável aos preços possíveis de serem cobrados dos habitantes daquela região. Logo, a infraestrutura de eletricidade passa a demandar a ação de alguém que esteja menos interessado em ganhar com o fornecimento do serviço e mais preocupado com a simples manutenção de uma comunidade em área de fronteira. Esse alguém é o Estado, ou Setor Público. Além da implantação de infra-estrutura básica (vias de transporte, energia, água e esgoto, etc.), o Setor Público é responsável pela organização e financiamento da previdência e seguridade social, poder de polícia, e ainda por orientar e corrigir qualquer distorção ou ineficiência dos mecanismos de mercado. Assim, justifica-se a existência de estoques reguladores e a participação do Estado em operações de mercado tipicamente privadas. O Estado vai atuar em função das falhas de mercado, ou seja, insuficiência da atuação privada na alocação dos bens e serviços à sociedade, e necessidade de uma instituição que garanta aos indivíduos acesso a serviços básicos. São exemplos de falhas de mercado: existência de bens públicos, existência de monopólios naturais, poder de mercado, externalidades (negativas e positivas), mercados incompletos (não oferta de determinado bem ou serviço na quantia necessária), falhas de informação/informação incompleta e a ocorrência de desemprego e inflação. Na presença de falhas de mercado, a intervenção governamental pode aumentar a eficiência do mercado, mas na ausência de falhas de mercado, a intervenção governamental gera uma ineficiência, também conhecido como peso morto. Atualizada 30/05/2007 Economia As funções do Setor Público estão, portanto, classificadas em alocativa, distributiva, estabilizadora e reguladora. 2.1. Função Alocativa É a política de estabelecer o rol e a quantidade de bens públicos a ser oferecida à população. Bens Públicos: São aqueles que podem ser usufruídos por todas as pessoas, independente do pagamento de qualquer preço. Ex: vias públicas (aquelas sem pedágio, é claro...), praias, iluminação pública, etc. O bem para ser considerado público não precisa ser fornecido necessariamente pelo Estado, mas tem que ter as características de não rivalidade e não exclusão no consumo. Empresas privadas podem fornecer bens públicos; o importante é que o Estado financie esse fornecimento na íntegra, de modo que o consumo do bem não esteja condicionado a nenhuma prestação pecuniária por parte do consumidor. Existem também os chamados bens meritórios ou semi-públicos, que apesar de ser passível de exclusão pelo mecanismo de mercado e de rivalidade, são imprescindíveis para a mínima condição de vida do cidadão, que por merecimento, devem ser atendidos, seja pelo Estado ou pelo mercado, como o acesso a saúde e educação, por meio da oferta de hospitais e escolas públicas. Bens Privados: Todos aqueles que, sendo ofertados pelo Setor Privado sem financiamento ou com financiamento apenas parcial por parte do Estado, ou mesmo sendo ofertados pelo Estado, exigem o pagamento de um PREÇO pelo consumidor. 2.2. Função Distributiva Refere-se à tão discutida distribuição de renda . Em outras palavras, é a política de distribuição do Produto Nacional Bruto. As transferências ocorrem através da aplicação, por um lado, de impostos maiores sobre as camadas de maior renda e, por outro lado, de serviços públicos e subsídios às camadas mais pobres da população. Na análise das transferências e subsídios poder-se-ia tratá-los como impostos indiretos negativos. 2.3. Função Estabilizadora Tem por objetivos otimizar o nível de emprego, buscar a estabilidade de preços e promover o crescimento econômico (e, conseqüentemente, a renda per capita). Os instrumentos típicos para execução da função estabilizadora são classificados em fiscais e monetários: Instrumentos Fiscais (Política Fiscal): compras e vendas governamentais, política tributária. Instrumentos Monetários (Política Monetária): controle da oferta de papel-moeda, depósitos compulsórios do setor financeiro, taxa de juros. 2.4. Função Reguladora Regular a atividade econômica mediante leis e disposições administrativas (estabelecimento de controle de preços, regulação dos mercados, proteção dos consumidores, e outros). Essa função vem se tornando mais importante a partir das privatizações executadas nos anos 1990, fazendo com que o Estado passa-se de produtor para regulador do mercado. Portanto, há a necessidade da intervenção do governo, mas esta deve ser feita de maneira racional, otimizando o uso dos recursos, dada a escassez dos fatores produtivos perante as necessidades dos agentes econômicos. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 9 Polícia Federal Economia Prof. César Rissete 3. IMPOSTOS, TARIFAS, PREÇOS MÍNIMOS, QUOTAS, SUBSÍDIOS, EFICIÊNCIA ECONÔMICA E DISTRIBUIÇÃO DA RENDA Para que o Estado possa cumprir com suas funções há a necessidade de arrecadar recursos. Uma das formas de arrecadar é por meio das receitas públicas, em especial impostos e tarifas. Imposto é um tributo cobrado pelo governo sem um fim específico definido como contrapartida. O dinheiro arrecadado por conta dos impostos vai para uma espécie de grande conta , que financia as mais diversas formas de gasto público. É pago coativamente, independentemente de uma contraprestação imediata e direta do Estado. Os impostos são aplicados sobre a venda e sobre a produção dos bens e serviços, podendo ser específicos ou ad valorem. Esse imposto terá por efeito deslocar a curva de oferta da mercadoria para cima. Consideraremos agora o caso em que o governo impõe um imposto sobre a venda de determinada mercadoria. 3.1. Impostos Específicos Esse imposto incide sobre cada unidade física da mercadoria. Por exemplo, cobra-se t reais sobre cada unidade, cada quilo, cada litro vendidos. O imposto será sempre esse t reais sobre o que for comprado. Com a imposição do imposto os produtores sofrem aumento dos seus custos de produção, já que os impostos indiretos incidem sobre bens e serviços, provocando uma elevação do Custo Marginal, de CMg1 para CMg2=CMg1+t. Com o aumento dos custos de produção, a curva de oferta da mercadoria se desloca para cima sem que com isso haja uma alteração na inclinação da curva de oferta. Isto ocorrerá porque, se antes da introdução do imposto t sobre cada unidade vendida, os produtores queriam um preço p1 para ofertar a quantidade q1 da mercadoria, após a introdução do imposto eles exigirão um preço p1+t para ofertar a mesma quantidade. Entretanto, como veremos, nem sempre o empresário consegue repassar o custo gerado pelo imposto ao preço do produto. Assim, se a curva de oferta podia ser inicialmente expressa pela equação p f (q) , após a adoção do imposto, a curva de oferta passa a ser expressa por p f (q ) t . Note que nesse caso a inclinação da curva de oferta, que é dada pela derivada primeira de p em relação a q, não se altera. Há um deslocamento paralelo da curva de oferta para a esquerda na proporção do valor específico do imposto por unidade comercializada, uma parte do incremento do custo de produção decorrente da aplicação do imposto é repassado aos consumidores e o restante é absorvido pelos produtores, reduzindo seus lucros. Para os consumidores o aumento do preço, proporcional ao repasse do custo de produção, reduz a capacidade de consumo. A nova quantidade de equilíbrio é menor que a anterior à aplicação do imposto e o novo preço é maior que o anterior (novo ponto de equilíbrio acima e à esquerda do ponto anterior). 10 Atualizada 30/05/2007 p=f(q)+t P p=f(q) E2 p2 E1 B p1 A t p3 D q2 q1 Q As curvas de oferta e de demanda antes de imposto, mostram um preço p1 e uma quantidade q1, prevalecentes no mercado. A cobrança de um imposto específico elevará a curva de oferta do f (q) para p f (q) t para mercado de p todas as quantidades vendidas, isto é, a curva de oferta se desloca verticalmente de um valor igual a t por unidade vendida. A distância mostrada entre as duas curvas de oferta é o total de imposto a ser arrecadado pelo governo por unidade vendida. Com o imposto específico, o preço p2 resultante da interseção da oferta p f (q) t com a demanda D é o preço bruto pago pelos consumidores. A quantidade vendida é q2 que é inferior a q1. Os produtores recebem pela venda de q2 o preço líquido do imposto igual a: p p t 3 2 O preço p3 é a própria receita líquida de impostos recebida pelos produtores. O imposto específico torna mais caro o produto e reduz a quantidade de produtos comprados. A redução está na proporção do nível da elasticidade preço da demanda, que, se for inelástica, ou seja, se a demanda não é tão sensível à variação de preços, provoca uma pequena redução na quantidade demandada. No equilíbrio, quando for comprado q2 ao preço p2, o governo arrecada com esse imposto específico o equivalente, como se vê no gráfico anterior, à soma das áreas: A + B = t x q2 É importante identificar também quem paga o imposto, ou em quem incide o imposto. O preço pago pelo consumidor é p2, e está acima do preço na ausência de imposto, p1, que paga uma diferença no valor monetário de: p2 - p1 O preço líquido recebido pelo vendedor é p3, inferior ao preço sem imposto p1, e igual à diferença: p1 - p3 A receita total do governo com o imposto é igual a: (t x q2), das quais os consumidores pagam: q2 (p2 - p1); Os produtores pagam: q2 (p1 - p3); Confirma-se que a receita com o imposto do governo é: q2 (p2 - p1) + q2 (p1 - p3) = (t x q2), Que no gráfico é equivalente á soma das áreas A e B: A + B = t x q2 Além de saber quem paga o imposto, deve-se saber quem paga mais o imposto, o comprador ou o vendedor? Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete Economia Isso depende da intensidade da reação dos consumidores e produtores às variações nos preços de mercado, ou seja, depende dos níveis das elasticidades-preço, respectivamente, da demanda e da oferta. Ou seja, a proporção das parcelas do ônus tributário absorvidas pelos produtores e consumidores é definida pelas elasticidades das curvas de oferta e demanda. Demanda Muito Elástica (curva D mais horizontal): causa uma redução significativa da quantidade demandada em virtude de pequenas variações no preço ofertado. Nessa situação o preço sofrerá um aumento relativamente menor e os consumidores absorverão uma parcela pequena do imposto. P S2 S1 E2 p2 E1 p1 t D p3 Q q2 q1 Demanda Pouco Elástica (curva D mais vertical): redução na quantidade demandada relativamente menor que o aumento verificado no preço. Nesse caso os consumidores absorverão a maior parte do imposto. P S2 S1 E2 p2 E1 t p1 p3 D Q q2 q1 Demanda Perfeitamente Inelástica (Vertical): os produtores repassam totalmente aos consumidores o ônus tributário do imposto indireto, não há variação na quantidade demandada e conseqüentemente na quantidade de equilíbrio (q1 = q2). P D S2 S1 E p2 t E p 1= p Q q2=q Demanda Perfeitamente Elástica (Horizontal): os consumidores ficam totalmente livres do ônus do imposto, não há variação no preço demandado e conseqüentemente no preço de equilíbrio (p1 = p2). P S2 E p1=p2 S1 E D t p3 Q q2 Atualizada 30/05/2007 q1 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 11 Polícia Federal Prof. César Rissete Economia PESO MORTO: Surge devido a ineficiência que o imposto gera na sociedade, reduzindo a quantidade de produtos consumida e produzida. Pb é o preço (incluindo o imposto) pago pelos compradores. PS é o preço que os vendedores recebem, com lucro líquido. A carga fiscal é repartida igualmente. Preço S Pb Os compradores perdem A + B, os vendedores perdem D + C e o governo arrecada A + D . O peso morto é B + C. A P0 D B C t PS D Q1 Q0 Quantidade 3.2. Impostos Indiretos ad valorem O imposto representa uma certa percentagem t sobre o produto. Na hipótese de se estar em um mercado competitivo perfeito, quanto mais elevado for o preço da mercadoria ou serviço, maior é o valor monetário do imposto. Produtores o deslocamento da curva de oferta para cima e para a esquerda agora ocorre não paralelamente, mas proporcionalmente ao valor absoluto do imposto por unidade. Como este é proporcional ao preço comercializado, verificamos um aumento na inclinação da curva. Tudo o mais ocorre como no imposto indireto específico. Consumidores o aumento do preço, proporcional ao repasse do custo de produção, reduz a capacidade de consumo. A nova quantidade de equilíbrio é menor que a anterior à aplicação do imposto indireto e o novo preço é maior que o anterior (novo ponto de equilíbrio acima e à esquerda do ponto anterior). P S1 S0 E1 P1 A P0 E0 B D P2 Q1 12 Atualizada 30/05/2007 Q0 Q O imposto causa um deslocamento na curva de oferta, mas de valor crescente e não constante como no caso do imposto específico. O imposto, recaindo sobre o preço, será representado por (p x t), e como a curva de oferta tem declividade e significa que tem alguma elasticidade com relação aos preços, o vendedor só vende mais a preços mais elevados. O imposto provoca um deslocamento na curva de oferta, que é crescente com os aumentos dos preços, assumindo a posição S1 no gráfico acima. O efeito do imposto é desigual, à medida que maiores quantidades forem ofertadas. A partir da situação de equilíbrio dada pelo preço P0, que possibilita vender Q0 do produto, conclui-se que: P1 é o preço bruto depois do imposto pago pelo consumidor; P2 = P1 t x P1, corresponde ao preço líquido do imposto recebido pelo vendedor; Q1 é a quantidade de mercado na nova posição de equilíbrio após o imposto, dada pela interseção da curva de oferta S1 com a curva de D original, ambas dependendo do preço bruto P1. A arrecadação do governo com o imposto ad valorem, do mesmo modo que no caso do imposto específico, é dada pela soma das áreas A e B, isto é: A + B = (P1 x t) x Q1 A proporção das parcelas do ônus tributário absorvidas pelos produtores e consumidores novamente é definida pelas elasticidades das curvas de oferta e demanda, respectivamente. Uma demanda muito elástica (curva D mais horizontal) causa uma redução significativa da quantidade demandada em virtude de pequenas variações no preço ofertado. Nessa situação o preço sofrerá um aumento Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Economia Prof. César Rissete relativamente menor e os consumidores absorverão uma parcela pequena do imposto. Uma demanda pouco elástica (curva D mais vertical) causa uma redução na quantidade demandada relativamente menor que o aumento verificado no preço. Nesse caso os consumidores absorverão a maior parte do imposto. Para que os produtores conseguissem repassar totalmente aos consumidores o ônus tributário do imposto indireto a curva de demanda teria que ser perfeitamente inelástica (vertical), de modo a não haver variação na quantidade demandada e conseqüentemente na quantidade de equilíbrio (Q0 = Q1). Nesse caso a receita do governo com o imposto seria totalmente paga pelos consumidores. Por outro lado, para que os consumidores ficassem totalmente livres do ônus do imposto, a curva de demanda deveria ser perfeitamente elástica (horizontal), de modo a não haver variação no preço demandado e conseqüentemente no preço de equilíbrio (P0 = P1). 3.3. Para evitar essas situações e prejuízos decorrentes, o governo interfere no mercado e fixa Preços Mínimos, ou seja, garante aos produtores do primeiro produto uma renda mínima. P S P1 Compras do governo E 2 A B E0 P0 D + DG P2 D Q2 Q0 Q1 Q Preços Mínimos Essa medida visa proteger os produtores, em geral agrícolas, de flutuações do mercado, ou melhor, defendêlos de uma possível queda acentuada nos preços de seus produtos. São exemplos de mercados de bens essenciais, em que há necessidade da atuação do governo, os de cereais, gado, hortifrutigranjeiros, dentre outros. Nesses mercados, os preços flutuam por várias razões, internas e internacionais, durante o ano, em certas estações e condições climáticas, o que obriga o governo a intervir sobre os preços como uma defesa ao agricultor, para que não haja futuras crises de produção sobre esses produtos essenciais. A maioria dos produtos agrícolas tem elasticidades preços da oferta e da demanda extremamente pequenas. A inelasticidade da demanda se deve à estabilidade do comportamento do comprador, devido à rigidez dos hábitos de consumo em relação à maioria dos produtos agrícolas, pois as pessoas não mudam, de uma hora para outra, suas preferências e exigências, principalmente alimentares. Quanto à inelasticidade da oferta ela decorre, principalmente, da cristalização e constância dos processos tecnológicos que transmitem uma certa rigidez ou inflexibilidade nos custos de produção dos bens primários, também devido ao hiato entre o momento do plantio e o da colheita. Para se ter uma idéia dos efeitos no mercado caso não houvesse essas intervenções, vamos imaginar a seguinte situação: em um determinado ano há uma grande safra, portanto, haverá uma grande oferta. Os preços de equilíbrio serão baixos, podendo chegar a ser inferiores ao custo de produção. A receita total dos agricultores irá diminuir. Essa redução é causada não só pelos preços, mas também porque a demanda é inelástica. Se fosse elástica a receita total aumentaria. Os agricultores podem se sentir desestimulados e podem até deixar de plantar os produtos para obterem lucros em outro mercado. Vão plantar um outro produto. O produto que teve uma safra elevada terá sua oferta reduzida no próximo ano, seu preço vai subir, haverá escassez no mercado e prejuízo para os consumidores e para as indústrias de seus derivados. Já o segundo produto (aquele que o agricultor resolveu plantar depois) terá sua oferta aumentada, os preços também caem e a renda dos agricultores reduz-se conseqüentemente. Atualizada 30/05/2007 A situação de equilíbrio inicial é dada pelo preço P0 e a quantidade vendida Q0. Com a intervenção do governo, o equilíbrio do mercado se altera, tendo-se a nova situação: a) P1, que é o preço mínimo de garantia estabelecido; b) Q0, que é a quantidade do produto ao preço de mercado P0. c) Q1, que é a quantidade disponível do produto ao preço P1 de garantia. d) Q2, que é a quantidade comprada pelos consumidores ao preço P1. O mercado competitivo do produto tem, agora, um preço garantido pelo governo de P1 reais para toda a safra Q1. O consumidor está disposto a consumir Q0, mas ao preço P0. Ao preço mínimo de garantia P1, o consumidor comprará apenas a quantidade Q2 do produto. O preço de garantia igual a P1 para o produtor deixa um excedente igual a Q1 Q2 unidades do produto, que no gráfico é igual à distância AB. A quantidade AB do produto excedente do mercado será adquirida pelo governo, que a mantém em estoque para ser utilizada na entressafra, ou para exportar (no Brasil, o responsável por administrar esta política é a CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento). Neste último caso, pode fazê-lo até a preço inferior ao de garantia, ou mesmo ao de mercado, configurando-se uma situação de dumping no mercado internacional. Situação que ocorre para garantir a receita interna do produtor, mantendo-o sinalizado para continuar produzindo a mercadoria. Os gastos do governo com esse programa são mostrados no gráfico, pela área vertical ABQ2Q1 = P1 (Q1 Q2). Esses gastos do governo dependem das elasticidades preço da demanda e da oferta do produto no mercado. Em geral, complementa-se a política de preços mínimos com incentivos para reduzir ou restringir a produção. Sem a intervenção do mercado, e com uma produção igual a Q1, o consumidor estaria propenso a comprar essa quantidade, apenas, se o preço caísse para P2. Mas essa situação seria inadequada ou não-rentável para os produtores. Por isso, a intervenção do governo passa como se este fosse um grande comprador, o que equivale, no gráfico, a um deslocamento da curva da demanda para a direita e para cima, do ponto A até o Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 13 Polícia Federal Economia Prof. César Rissete ponto B, o que restabelece uma nova situação de equilíbrio no mercado. Mas agora, a um preço por unidade igual a P1 e uma quantidade total de Q1 unidades resultante do cruzamento da curva de oferta S com a curva da demanda total igual a D + DG. Se o preço mínimo estabelecido fosse menor que o preço de mercado nenhum produtor usaria essa garantia. É melhor para ele vender para o mercado do que recorrer às autoridades para receber Preço Mínimo por cada unidade. Além de entrar no mercado e adquirir produtos, causando um aumento da demanda total, o governo pode também fazer com que o preço de uma mercadoria seja majorado por meio de redução da Oferta. Isto pode ser feito por decreto, em que o governo simplesmente define quotas de produção para cada empresa. Por meio do estabelecimento de quotas apropriadas, o preço pode então ser forçado a subir até que atinja algum patamar arbitrariamente determinado. Esta é exatamente a forma pela qual muitos governos municipais mantêm elevadas as tarifas dos táxis, estabelecendo licenças. Outra forma utilizada é, ao invés de definir quotas, estabelecer uma política de incentivos, como é o caso da política agrícola de muitos paises desenvolvidos como França e Estados Unidos da América. Os programas de limitação de área de plantio proporcionam aos fazendeiros a obtenção de incentivos financeiros (sob a forma de transferências diretas de renda) para que deixem em ociosidade uma parte de suas fazendas. Graficamente teríamos: S S E1 P1 E0 P0 D Q1 Q0 P S S + SG P1 A B E0 P0 3.4. Quotas de Produção P produto, mas com preços inferiores ao que vigoraria caso fosse válido a lei de mercado, permitindo que mais pessoas tenham acesso aos bens. Q No ponto E0 (P0, Q0) estaríamos em uma situação de equilíbrio. Com a imposição de quotas de produção ou incentivos a não-produção, há uma redução da oferta para S , determinada pelo governo a partir de sua política. Com a curva de oferta criada pelo governo, a quantidade demandada será menor dado o nível de preços maior (em E1). Neste caso, quem perde mais é o consumidor, pois tem menos produto a disposição e a um preço maior. 3.5. Subsídios E1 P2 D Q2 Q0 Q1 Q Para ofertar a quantidade Q1, os produtores cobram um valor igual a P1, entretanto, o governo paga a diferença de preço: P1 P2 = B E1 A esse preço P2, a demanda será igual a Q1, dada a curva de demanda. Isso significa que os compradores adquirem toda a produção Q1 do produto, mas ao preço P2, menor do que o preço de livre mercado P1. Nesse caso o governo atua como um grande ofertante, dado no gráfico pelo deslocamento da curva de oferta S para S + SG, que cruza com a demanda D, restabelecendo o novo equilíbrio para o mercado em E1. A nova quantidade de mercado será Q1, e nesse caso quem ganha é o consumidor porque tem maior quantidade a preço mais baixo (P2). Aliás, é esse menor preço que possibilita a maior demanda pelo produto. O programa de subsídio envolve o pagamento pelo governo equivalente á linha BE1 no gráfico, que é a diferença de preço pago a cada produtor para que a produção total Q1, seja adquirida pelos consumidores. A despesa total do governo com esse programa de subsídio é igual a: Q1 (P1 P2) que corresponde a área BE1P2P1, Vantagens do programa de subsídio: Evita o custo de armazenamento e risco de perda por deterioração dos produtos, quando o governo adota uma política de preços mínimos e estocagem de produtos. Os consumidores compram toda a produção, porque o governo banca o preço mais baixo, elevando o bem-estar da população, principalmente quando o produto ou o serviço é essencial e perecível. Como por exemplo a maioria dos alimentos de amplo consumo das famílias de renda mais baixa, e que não se sujeitam a períodos de longa estocagem. Do ponto de vista econômico, a solução mais eficiente seria deixar os mercados livres, determinando os preços e as quantidades a serem vendidas e compradas, mas a intervenção pode ser fundamental para promover o benefício da população (subsídios) e dos produtores (preços mínimos). Uma das maneiras do governo aumentar a oferta de determinado produto permitindo que parcelas da população com renda mais baixa tenham acesso a estes produtos, é fornecer aos produtores um subsídio (considerado como um imposto indireto negativo). O governo permite que os produtores aumentem a oferta do 14 Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete Economia 3.6. Carga Fiscal e Distribuição de Renda Carga Fiscal compreende a totalidade de tributos pagos pela Sociedade, incluindo as contribuições fiscais e parafiscais em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Carga Fiscal Progressiva, Regressiva e Neutra: Carga Fiscal Progressiva é aquela que, após a aplicação dos tributos, provoca como resultado final uma melhor distribuição de renda na Sociedade. Carga Fiscal Regressiva é aquela que, após a aplicação dos tributos, provoca como resultado final uma maior concentração de renda na Sociedade. Carga Fiscal Neutra (ou proporcional) é aquela que não altera a distribuição de renda na Sociedade. Visualizando a distribuição de renda de uma população através da Curva de Lorenz, vemos que a distribuição ideal seria a diagonal a 45 graus e que quanto mais baixa a curva, pior a distribuição de renda. Renda % Curva de Lorenz ideal A B População % Observando o exemplo acima, a curva A representa uma distribuição de renda melhor que na curva B, onde a renda é mais concentrada. Digamos que A seja a Curva de Lorenz Inicial numa determinada Sociedade. A aplicação de uma carga fiscal progressiva sobre a curva A causaria seu deslocamento na direção da curva de Lorenz ideal. Por outro lado, a aplicação de uma carga regressiva, deslocaria a curva A em direção à curva B. Por fim, a aplicação de uma carga proporcional não afetaria a curva de Lorenz. 4. REGULAÇÃO ECONÔMICA Regulação econômica consiste em qualquer ação do governo no sentido de limitar a liberdade de escolha dos agentes econômicos. No caso então, que um agente regulador (agência responsável) fixa uma tarifa para um determinado serviço, está restringindo a liberdade que uma empresa tem de estabelecer o preço pela sua atividade. A regulação não se restringe somente a preços, mas também a quantidades (com limites mínimos de produção ou da limitação do número de empresas que podem atuar em determinado setor), a qualidade (determinadas característica no serviço ou produto a ser ofertado) e a regulação de segurança no trabalho (equipar trabalhadores por exemplo com determinados equipamentos de segurança - EPI). Se houvesse concorrência perfeita, não seria necessária a intervenção do governo, pois o mercado por si só, oferece estímulos eficientes através do mecanismo Atualizada 30/05/2007 de preços. Entretanto, esses estímulos naturalmente não são fornecidos pelo mercado, principalmente em casos de monopólio e oligopólios, gerando falhas na operação do mercado que necessitam de intervenção governamental. 4.1. Monopólio Natural Ocorre quando, por algum motivo, é mais eficiente o fornecimento de um bem ou serviço por uma empresa apenas. 4.1.1 Com um produto. Neste caso, é mais barato, ou os custos médios são menores, se for produzida uma dada quantidade x do produto em uma única firma do que em duas. Nesse caso, a existência de economias de escala em toda a amplitude é relevante para que esse cenário ocorra. 4.1.2 Multiproduto. Os custos de uma única empresa produzir os produtos x e y, deve ser menor que os custos de uma empresa produzir somente o produto x mais os custos de outra empresa produzir somente o produto y. Existir economias de escala não é condição nem necessária, nem suficiente. É importante haver economias de escopo. 4.1.3 Indústrias de Rede. Estas indústrias são um caso especial de monopólio natural. Exploram a multiplicidade de relações transacionais entre os agentes econômicos situados em diferentes nós da rede, envolvendo um princípio de organização espacial e territorial. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 15 Polícia Federal Prof. César Rissete Há 3 elementos que contribuem para a formação de um modo de organização particular: Externalidades. Importância de economias de escala. Articulação em torno da infra-estrutura propriamente dita dos diferentes tipos de serviços finais e do serviço de coordenação da rede. A característica que distingue estas indústrias é que elas geram externalidades de rede, ou seja, o benefício de um usuário depende do número de usuários ligados à rede. Ex: linha telefônica. Como estas envolvem conexão direta com o consumidor geram um poder de mercado significativo para as empresas que administram as redes, o que leva a necessidade de regulação. 4.2. Formas de Regulação de Preços 4.2.1. Regulação por taxa de retorno. A agência regulatória estabelece um valor tarifário visando garantir para a firma regulada a taxa de retorno considerada adequada ao prosseguimento de suas atividades. Este é um método adequado apenas quando as condições de custos salariais e de demanda não variam de forma significativa em períodos relativamente curtos de tempo, ou seja, são relativamente estáveis. Quando aquelas mudam devido a diversos fatores como mudança tecnológica, este é um processo mais lento para dar conta dessas mudanças. E pior, este método não fornece estímulos adequados ao aumento de eficiência, o que é muito importante em fases de mudanças tecnológicas. Um problema que pode ocorrer é o Efeito AverchJohnson. Este efeito adviria do fato de que a agência reguladora, ao estabelecer a taxa de retorno adequada para a operação da firma regulada, tende a estabelecer uma taxa acima do valor de mercado. Ao fazer isso a agência torna o capital para a empresa regulada mais barato do que efetivamente é. Assim, a empresa tenderá a substituir trabalho por capital, já que este é subsidiado, resultando em alocação ineficiente de recursos. Mas esse efeito pode apresentar um lado positivo: maior intensidade de capital significa freqüentemente não apenas melhor qualidade, como também tecnologias mais modernas. Por esses problemas desenvolveu-se um método alternativo, o preço-teto. 4.2.2. Preço-Teto Consiste em estabelecer um limite superior para indústria regulada aumentar seus preços, limite este que pode ser estabelecido para cada preço individualmente ou para a média de preços dos serviços fornecidos pela indústria regulada. Em geral é escolhido como sendo um índice geral de preços menos um Fator X a título de aumento de produtividade. É muito utilizada em empresas de energia elétrica. Ao longo do tempo essa tarifa vai sendo reavaliada. Vantagens: Atinge exclusivamente os serviços em que a empresa regulada atua como monopolista, mesmo que ela atue com outros produtos em mercados competitivos, somente um produto monopólico é regulado. Este é um importante mecanismo de defesa da concorrência. Espera-se que esse índice estimule a eficiência produtiva e promova a inovação. O custo do aparato da regulação econômica seria baixo, uma vez que se resumiria ao cálculo de índices 16 Atualizada 30/05/2007 Economia de preços, sem envolver o levantamento de dados contábeis a respeito da empresa regulada, exceto no momento da revisão tarifária. Como o processo regulatório é simplificado, está menos sujeito ao risco de ser manipulado pela empresa regulada, com informações falsas sobre demanda e custos. 4.2.3. Tarifa em duas partes Esta tarifa é calculada por meio de uma taxa fixa, que independe da venda do produto ou serviço, e um preço por unidade do serviço efetivamente usado. É particularmente útil na definição de um regime tarifário para os segmentos de transporte e/ou indústrias de redes (energia elétrica, por exemplo). Tarifa em Duas Partes = Componente Fixo (acesso) + Preço por Unidade Consumida. 4.3. A Regulação na Prática Antecedentes: Modelos básicos norte-americano e europeu. No início do século XX houve o surgimento de empresas de telefonia, gás, eletricidade, água que se 4 desenvolveram e levaram a inovações tecnológicas . Estas empresas organizaram-se inicialmente em torno do fornecimento local dos serviços, mas com as inovações tecnológicas associadas à transmissão/transporte do fluxo de serviços permitiram a conexão de consumidores mais distantes, permitindo a otimização da capacidade instalada e o aproveitamento dos ganhos de escala. Resultado: monopólios territoriais e integração vertical, levando a empresas que dominavam a oferta destes serviços. Os modelos americano e europeu possuíam traços comuns, mas a intervenção estatal e os instrumentos de regulação utilizados variaram nos países industrializadas. Essencialmente são duas formas de regulação. A primeira (originária nos EUA) tem como objetivo a defesa do interesse público. É centrada no controle dos monopólios privados das indústrias de rede. A necessidade de supervisionar a concentração é que fornece o fundamento básico da intervenção estatal para garantir o interesse público nos setores onde o abuso de posições dominantes demanda uma vigilância particular. Esses instrumentos de regulação (principalmente mecanismos tarifários) garantiam tanto a operação das indústrias de rede articuladas em torno da estrutura monopolista como limitavam a extensão geográfica das suas atividades. Na Europa as indústrias de rede caracterizaram-se pela constituição de grandes empresas estatais dispondo de monopólios territoriais e integradas verticalmente. 4 Um exemplo de empresa que nasceu e se consolidou com as inovações é a da AT&T. Muito da história da telefonia dos Estados Unidos está relacionada com a AT&T, sigla para American Telephone and Telegraph Company (Companhia Americana de Telefone e Telégrafo). A empresa foi fundada em 1885 por Graham Bell, ninguém menos que o inventor do telefone. Desde sua fundação, a AT&T foi a responsável pelas chamadas de longa distância no mercado norte-americano. Durante o século XX, a empresa foi a principal operadora de telefonia dos Estados Unidos, posição que só mudou em 1984, por causa de um processo antitruste. No processo, a AT&T, acusada de monopólio, foi desmembrada em sete operadoras regionais de telefonia, que ficaram conhecidas por "Baby Bells": a Ameritech, Bell Atlantic, BellSouth Telecommunications, NYNEX, Pacific Telesis, Southwestern Bell Telephone e US West. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete 4.3.1. As reformas dos anos 80 e a nova fase da regulação. Algumas medidas gerais podem apontar os caminhos trilhados pela maioria dos países durante os anos 80: 1 Desverticalização dos diferentes segmentos de atividade da cadeia produtiva dos serviços de infraestrutura. 2 Introdução da concorrência em diferentes segmentos de atividade das indústrias de rede. 3 Abertura do acesso de terceiros às redes. 4 Estabelecimento de novas formas contratuais. 5 Privatização das empresas públicas 6 Implementação de novos mecanismos de regulação e criação de novos órgãos reguladores. Este processo de reestruturação das indústrias de rede vem modificando profundamente o modo de organização industrial e as formas de regulação que governavam as atividades econômicas e os serviços prestados pelas empresas operadoras. Esse processo engendra novas oportunidades de negócio e uma redefinição das estratégias tradicionais das empresas, além de reservar ao Estado novas atribuições, especialmente em matéria de regulação e de defesa da concorrência. Com a entrada de novas empresas operadoras, desloca-se sensivelmente o foco central da regulação, antes fundado na supervisão de empresas estatais. A nova forma de regulação setorial implica uma maior complexidade institucional e uma nova forma de intervenção do Estado. A desregulamentação não é sinônima de ausência de regulamentação, ao contrário do que aparenta. O processo de desmantelamento das estruturas de mercado verticalizadas e monopolistas têm reservado um papel central para as tarefas de regulação. A desregulamentação deve então ser entendida como uma política econômica conduzida pelos governos, visando a remoção de barreiras à entrada. Dessa forma, objetiva-se introduzir pressões competitivas nas indústrias de infraestrutura com o intuito de incrementar a eficiência econômica. Vários países, baseados nisso, criaram novas agências de regulação econômica responsáveis pela transição para novos modos de organização, contemplando maior grau de concorrência em determinados segmentos de atividade. Não obstante a diversidade de novos modos de organização industrial que emergem em diferentes países e a importância relativa das funções de transmissão/transporte e de distribuição, o traço comum que orienta a reforma das indústrias de rede é sustentado por dois princípios básicos: de um lado, o serviço de comando das redes pode ser oferecido por um mercado aberto a diferentes empresas, com regras de planejamento flexíveis para que a segurança da infraestrutura de base seja garantida e as necessidades dos diferentes clientes possam ser atendidas; de outro lado, a gestão das infra-estruturas de base permaneceria em regime de monopólio natural, baseada na justificativa da existência de economias de escala importantes, com possibilidade, contudo, de introdução de mecanismos quase-concorrenciais. A articulação desse conjunto de tarefas implica a construção de um novo marco regulatório e a criação de instrumentos de coordenação diferentes daqueles utilizados no modelo de planejamento centralizado. No âmbito de uma indústria de rede, diferentes estruturas de mercado podem ser identificadas, Atualizada 30/05/2007 Economia comportando um número variável de empresas operadoras. A tarefa de regulação das indústrias de rede requer hoje instrumentos que permitam regular, simultaneamente, segmentos dessas indústrias onde algum grau de concorrência é possível de ser observado e outros que preservam características de monopólio natural. Anteriormente, regular a indústria era sinônimo de regular tanto a conduta como o desempenho de uma única empresa monopolista e verticalizada. Hoje requer a construção de um novo ambiente institucional, no qual as ações dos órgãos reguladores reúnem um leque de missões de regulação, que se destacam: 1) Supervisionar o poder de mercado dos operadores e evitar práticas anticompetitivas. 2) Organizar a entrada de novos operadores e promover a competição. 3) Zelar pela implementação de um novo modo de organização industrial. 4) Defender e interpretar as regras, arbitrando os eventuais conflitos entre atores. 5) Complementar o processo de regulamentação. 6) Estimular a eficiência e a inovação, estimulando a repartição dos ganhos de produtividade registrados na indústria com os consumidores. 7) Zelar pelas condições de operação coordenada das redes. 8) Assegurar o cumprimento das missões de serviço público. 4.3.2. Regulação no Brasil No Brasil, além dos fatores que levaram os países centrais a adotarem este novo padrão de regulamentação, a crise financeira do Estado nos anos recentes tem intensificado as mudanças. O argumento central estava articulado com a falta de capacidade de financiamento das empresas estatais. Caberia então aos capitais privados dos novos operadores a missão de recuperar o nível de investimentos em infra-estrutura, eliminando os gargalos de crescimento dos demais setores da economia. Com a entrada de novos operadores, o que se deve esperar nos setores de infra-estrutura é uma agenda de reformas institucionais que permita criar um regime de incentivos que, efetivamente, incremente o nível dos investimentos. Essa agenda seqüencial deveria estar centrada na eliminação progressiva dos focos de incerteza: 1) Definir o modo de organização da indústria com o objetivo de suprimir as barreiras institucionais e fixar os espaços de atuação dos capitais privados e públicos. 2) Redefinir os mecanismos de regulação. 3) Analisar as questões dos direitos de propriedade. Sendo um dos objetivos a ampliação do capital privado nesses setores, o cumprimento dessa agenda de reformas permitiria valorizar as empresas selecionadas para o programa de privatização, eliminando diversas incertezas quanto às formas de comercialização dos serviços. Isso nos revela que as estratégias e os desempenhos das empresas dependem muito mais da eficiência da regulação e do grau de concorrência do que da estrutura de capital da empresa pública ou privada. No caso do Brasil, a estrutura governamental de defesa da concorrência está concentrada no Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, que é composto delas seguintes instituições: Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 17 Polícia Federal Prof. César Rissete SDE: Secretaria de Direito Econômico (www.mj.gov.br/sde). Vinculada ao Ministério da Justiça, a SDE tem suas atribuições definidas nas Leis 8078/90 (defesa do consumidor), 8884/94 (defesa da concorrência), 9008/95 (integra o Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos) e 9021/95 (implementação do CADE). Dentre as atribuições se destacam: formular, promover, supervisionar e coordenar a política de proteção da ordem econômica, nas áreas de concorrência e defesa do consumidor; orientar e coordenar ações com vistas à adoção de medidas de proteção e defesa da livre concorrência e dos consumidores; examinar os atos, sob qualquer forma manifestados, que possam limitar ou prejudicar a livre concorrência ou resultar na dominação de mercados relevantes de bens ou serviços; acompanhar, permanentemente, as atividades e práticas comerciais de pessoas físicas ou jurídicas que detiverem posição dominante no mercado relevante de bens e serviços, para prevenir infrações da ordem econômica; promover as medidas necessárias para assegurar os direitos e interesses dos consumidores. - SEAE: Secretaria de Acompanhamento Econômico (www.seae.fazenda.gov.br). Vinculada ao Ministério da Fazenda, a SEAE tem suas competências definidas no artigo 11 do Decreto 5.949/2.006. Dentre estas, destacam-se: delinear, coordenar e executar as ações do Ministério, no tocante à gestão das políticas de regulação de mercados, de concorrência e de defesa da ordem econômica, de forma a promover a eficiência, o bemestar do consumidor e o desenvolvimento econômico; assegurar a defesa da ordem econômica, em articulação com os demais órgãos do Governo encarregados de garantir a defesa da concorrência: a) atuando no controle de estruturas de mercado, emitindo, pareceres econômicos relativos a atos de concentração no contexto da Lei n° 8.884, de 11 de junho de 1994; b) procedendo a análises econômicas de práticas ou condutas limitadoras da concorrência, instruindo procedimentos no contexto da Lei nº 8 884, de 1994; e c) realizando, em face de indícios de infração da ordem econômica, investigações de atos ou condutas limitadores da concorrência no contexto da Lei nº 9.021, de 30 de março de 1995, e da Lei nº 10.149, de 21 de dezembro de 2000; acompanhar a implantação dos modelos de regulação e gestão desenvolvidos pelas agências reguladoras, pelos ministérios setoriais e pelos demais órgãos afins, opinando, a seu juízo ou quando provocada; promover o desenvolvimento econômico e o funcionamento adequado do mercado, nos setores agrícola, industrial, de comércio e serviços e de infra-estrutura: a) acompanhando e analisando a evolução de variáveis de mercado relativas a produtos, ou a grupo de produtos; b) 18 Atualizada 30/05/2007 Economia acompanhando e analisando a execução da política nacional de tarifas de importação e exportação, interagindo com órgãos envolvidos com a política de comércio exterior; c) adotando, quando cabível, medidas normativas sobre condições de concorrência para assegurar a livre concorrência na produção, comercialização e distribuição de bens e serviços; d) compatibilizando as práticas internas de defesa da concorrência e de defesa comercial com as práticas internacionais, visando à integração econômica e à consolidação dos blocos econômicos regionais; e e) avaliando e se manifestando expressamente acerca dos atos e instrumentos legais que afetem as condições de concorrência e eficiência na prestação de serviços regulados e de livre comercialização, produção e distribuição de bens e serviços. - CADE: Conselho Administrativo de Defesa Econômica (www.cade.gov.br). O CADE, criado em 1962 e transformado, em 1994, em Autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, tem suas atribuições previstas na Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994. Tem a finalidade de orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos de poder econômico, exercendo papel tutelador da prevenção e repressão do mesmo. É o responsável pela decisão final sobre a matéria concorrencial. Assim, após receber os pareceres das duas secretarias (Seae e SDE) o CADE 5 tem a tarefa de julgar os processos . Além desta estrutura, com a abertura de setores antes controlados pelo Estado, criaram-se estruturas próprias para regulação destes setores. 4.3.2.1. Regulação da Indústria de Energia Elétrica. Em 1995 temos o marco, em que a Lei de Concessões estabelece regras para tarifas, licitação, autorização e permissão de concessão, assim como as cláusulas presentes nos contratos de concessões. Ela viabiliza a abertura industrial ao capital privado, sinalizando o setor com o fim da integração vertical dividindo-o nos segmentos de geração, transmissão e distribuição. Em 1996 foi criada a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) disciplinando o regime das concessões de serviços públicos de energia elétrica, onde são estabelecidos princípios básicos para o processo de descentralização e delegação de atividades para as Unidades da Federação. A função da ANEEL é regular e fiscalizar as atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica. Como é uma 5 Está em tramitação na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 3.937/2004 que altera a estrutura do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. A proposta alteraria a estrutura para o seguinte formato: Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Economia Prof. César Rissete autarquia, tem autonomia financeira e decisória. Dentre suas atribuições destacam-se: 1. Resolver conflitos e divergências entre concessionárias, permissionárias, autorizadas, produtores independentes e autoprodutores, bem como entre esses agentes e seus consumidores. 2. Assegurar a entrada de novos agentes no mercado. 3. Definição e aplicação dos novos princípios de regulação de tarifas. 4. Defesa das condições de concorrência, estabelecendo regras que limitam o poder de mercado das empresas concessionárias. 5. Definição dos padrões técnicos e normativos de qualidade e desempenho das empresas. 4.3.2.2. Regulação de Telecomunicações. A agência reguladora é a ANATEL, também autarquia ligada ao Ministério das Comunicações. Ela regula os serviços de telecomunicações, que incluem telefonia fixa (suas concessionárias e suas concorrentes) e celular (divisão em 10 áreas, onde constam empresas de banda A empresas estatais privatizadas - e banda B empresas que foram admitidas para concorrer com as de banda A, ou empresas espelhos). A regulação do preço é o regime de preço-teto, que consiste na aplicação do IGP-DI menos um redutor. Mas pode ser adotada a liberdade tarifária caso constate haver competição efetiva entre as empresas do setor, o que também pode ser suspenso, caso haja práticas anticompetitivas no setor. Além das metas tarifárias há metas quantitativas e qualitativas. 4.3.2.3. Regulação de Petróleo e Gás Natural. Em 1997 instituiu-se o Conselho Nacional de Política Energética CNPE, vinculado à presidência e a ANP (Agência Nacional do Petróleo). A ANP tem autonomia financeira e decisória e acumula as responsabilidades de poder concedente e de regulação. Como se trata de recursos naturais não renováveis, os objetivos de introdução de pressões competitivas e atração de capitais privados foram compatibilizados com a manutenção da titularidade da União dos direitos de propriedade das reservas de petróleo e de gás natural. Então a Petrobrás tem direito de propriedade sobre as áreas de produção, refinarias e seus equipamentos de transporte dutoviário/marítimo e do seu complexo portuário/armazenagem. São atribuições de regulação sob responsabilidade da ANP: 1) Implementar a política nacional de petróleo e gás natural. 2) Fiscalizar diretamente ou mediante convênios as atividades integrantes da indústria do petróleo. 3) Promoção de licitações de blocos petrolíferos, a fim de consolidar o processo de entrada de novas empresas. 4) Estruturar e controlar os royalties e demais participações governamentais. 5) Estabelecer os critérios para a movimentação e comercialização do petróleo, derivados e gás natural. 6) Estabelecer a regulação do acesso aos dutos. 7) Fazer cumprir as boas práticas de conservação e uso racional do petróleo e seus derivados e do gás natural e de preservação do meio ambiente. 8) Manter base de dados e difusão das informações geológicas das bacias sedimentares brasileiras. 9) Garantir o suprimento de derivados em todo o território nacional. 10) Proteger o interesse dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos. A ANP não exerce a regulação dos preços, mas pode ser necessária sua atuação como intermediadora de negócios entre empresas. Atualizada 30/05/2007 PARTE II MACROECONOMIA: PAPEL DOS GASTOS PÚBLICOS 1. INTRODUÇÃO O que é Macroeconomia? A macroeconomia é o estudo dos agregados econômicos no curto prazo. É a teoria da renda, do emprego, do juro, da moeda, no nível geral de preços e das flutuações econômicas. A macroeconomia é o estudo da economia como um todo. A abordagem agregada distingue-se da abordagem das decisões particulares microeconômicas, que veremos na parte 2. Possui uma lógica distinta da que guia os agentes individuais na busca por sua satisfação máxima com esforço mínimo, sendo o movimento do agregado distinto do particular. Porque estudar Macroeconomia? i) Explicar os eventos econômicos: - Porque o Brasil é deficitário no Balanço comercial? - Porque a taxa de desemprego vem aumentando? - Porque os juros são altos? - Porque a economia em 1996 cresceu menos que em 1997? - Porque a taxa de investimento é baixa? - Será que a inflação vai aumentar? Esses, dentre outros, são fatos que atuam sobre a vida de todos, interferindo no poder de compra da moeda, nas condições de crédito, trabalho e rendimentos. Na política as questões macroeconômicas estão no centro do palco. O sucesso de uma política macroeconômica pode eleger presidentes. Uma crise social afeta o governo, uma crise macroeconômica, derruba. ii) Buscar soluções: - Propor políticas e ajustes macroeconômicos; - Evitar prejuízos e obter oportunidades nos movimentos conjunturais da economia; iii) Prever o futuro? A capacidade do economista prever o futuro é a mesma do meteorologista em prever o tempo mês que vem. Como o futebol, a macroeconomia é uma caixinha de surpresas. Não é uma ciência exata como a astronomia ou a física. Objetivos da Macroeconomia Analisar o comportamento dos agregados e a adoção de políticas econômicas no curto prazo para: Obter: Combater: Crescimento Econômico Recessão Emprego Desemprego e ociosidade Estabilidade dos preços Inflação Disponibilidade de crédito Crises de financiamento Elevação dos investimentos Elevação da Especulação Estabilidade no Balanço de Instabilidade cambial e Pagamentos externa Não são objetivos básicos da macroeconomia o desenvolvimento econômico, a distribuição de renda, o desenvolvimento tecnológico ou a sustentabilidade ambiental. Esses são objetivos alcançáveis no longo prazo, para os quais a política macroeconômica deve estar vinculada. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 19 Polícia Federal Prof. César Rissete Divisão da Macroeconomia A macroeconomia pode ser dividida em duas partes: - PARTE REAL DA ECONOMIA, que é composta do Mercado de Bens e Serviços e do Mercado de Trabalho; - PARTE MONETÁRIA DA ECONOMIA: Constitui-se nos Mercados Financeiro (monetário e de títulos) e de Divisas (Cambial). Destes mercados, estaremos analisando os mercados de Bens e Serviços, e o Mercado Financeiro. O Mercado de Bens e Serviços trata da formação e distribuição do produto e da renda gerados pela atividade econômica, a partir de um fluxo contínuo que se estabelece entre os chamados agentes macroeconômicos: famílias, empresas, governo e resto do mundo. Esse fluxo (Fluxo Circular da Renda) precisa ser periodicamente mensurado, para se avaliar o desempenho da economia no período. Esta mensuração, no âmbito do Mercado de Bens e Serviços, dará origem ao Produto Interno Bruto (PIB). PIB - PRODUTO INTERNO BRUTO: Valor de todos os bens e serviços finais, produzidos no território nacional (em uma economia), num dado período, avaliado a preço de mercado. Mede a performance da economia pelo fluxo anual de produção. Pode ser mensurado por três óticas: da Renda, da Produção, e dos Gastos. O Mercado Monetário analisa o fator que torna comum todos os produtos de uma economia, que é a moeda. Trata então da mensuração da quantidade de moeda no sistema e da formação da taxa de juros, além de analisar o mercado em que os agentes superavitários emprestam recursos aos agentes deficitários, o mercado de títulos. Enquanto no Mercado de Bens e Serviços temos o efeito direto da Política Fiscal, no Mercado Financeiro temos a execução da Política Monetária, que age indiretamente sobre o Mercado de Bens e Serviços. Antes de vermos o que é Política Fiscal e Monetária, é importante analisar a macroeconomia desenvolvida por um dos mais importantes economistas, chamado John Maynards Keynes. Macroeconomia Keynesiana Até 1930 predominava na economia um pensamento liberal, fruto do desenvolvimento de uma teoria denominada clássica, acreditava-se que as livres forças de mercado conduziriam a economia ao pleno emprego. De acordo com essa teoria, não haveria desemprego involuntário, ou seja, pessoas desejando trabalhar ao nível de salário de mercado encontrariam empregos, apenas não encontraria emprego quem não aceitasse o salário vigente no mercado. Entretanto, nos anos 1930, com a crise vivida pelos países capitalistas após a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, houve uma queda brutal do nível de atividade e uma elevação do desemprego e da capacidade ociosa, mostrando que o mercado sozinho não levava ao pleno emprego. Apesar do salário nominal estar despencando nos anos 1930, o desemprego não arrefeceu, mas sim aumentou, demonstrando a incapacidade do mercado em levar o sistema ao pleno emprego e jogando por terra um dos pilares da teoria clássica, a inexistência do desemprego involuntário. 20 Atualizada 30/05/2007 Economia Com isto, começaram a ter lugar no pensamento econômico, teorias que colocavam a insuficiência de demanda agregada como um dos fatores explicativos da depressão, deslocando o foco da oferta agregada como determinante do nível de produto. A principal contribuição neste redesenho foi o trabalho publicado em 1936 do inglês John Maynards Keynes, intitulado A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda . Desenvolve-se neste o chamado Princípio da Demanda Efetiva como base para a determinação do produto e da renda, rompendo-se com a idéia de passividade da demanda e o automatismo de sua adequação à oferta, conforme formulado por Jean Baptiste Say em sua máxima: a oferta cria sua procura (Lei de Say). De acordo com Keynes, a intervenção do governo é necessária no sentido de regular a atividade econômica e levar a economia ao pleno emprego. O governo, principalmente através de seus gastos, seria um elemento fundamental para a inversão do quadro de recessão e desemprego, uma vez que aumentando seus gastos, estaria aumentando a despesa agregada e, conseqüentemente, o nível de produção (dada a capacidade ociosa das empresas). Desta idéia, coloca-se na prioridade da agenda dos governos o que se denomina de POLÍTICA FISCAL. Desde então, a grande questão colocada é o grau de intervenção do Estado na sociedade, contrapondo de um lado economistas ou pensadores mais liberais ou conservadores (clássicos, neoclássicos, monetaristas), e de outro os keynesianos (intervencionistas ou fiscalistas). 2. POLÍTICAS FISCAL E MONETÁRIA 2.1. POLÍTICA FISCAL Refere-se a todos os instrumentos de que o governo dispõe para a arrecadação de tributos (Política Tributária) e controle de suas despesas (Política de Gastos). Além da questão do nível de tributação, a política tributária, via manipulação da estrutura e alíquotas de impostos, é utilizada para estimular ou inibir os gastos do setor privado em consumo e em investimento. Caso o objetivo seja redução da inflação, as medidas fiscais mais utilizadas são a diminuição de gastos públicos e/ou o aumento da carga tributária (inibindo o consumo e o investimento). Já se o objetivo for o crescimento e emprego, deve-se aumentar os gastos públicos ou reduzir a carga tributária. 2.2. POLÍTICA MONETÁRIA Política monetária pode ser definida como o controle da oferta de moeda e das taxas de juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos da política monetária global do governo. Entretanto, devemos ter claro que as autoridades monetárias não são, em sistema algum, as únicas que detêm o controle da política econômica como um todo. Por mais acentuada que possa ser a tendência monetarista da política econômica, esta interage com políticas que em geral estão sob controle de outros organismos governamentais. Entre estas, destacam-se a política fiscal, constituída pelas diferentes formas de tributação e de dispêndios do governo; a política de rendas, constituída pelos controles diretos exercidos sobre as remunerações dos fatores, sobre os preços dos produtos finais e intermediários e sobre as condições da concorrência; e a política cambial, constituída pela administração da taxa de câmbio e pelo controle das operações cambiais, a qual, embora timidamente ligada à política monetária, se destaca ao atuar sobre variáveis relacionadas às transações econômicas do país com o exterior. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete 2.2.1. Conceito e Medição de Oferta Monetária Conceito e medição de oferta monetária Uma das características mais importantes no papelmoeda é a eliminação da idéia de moeda representativa. Como intermediária de trocas, a moeda vale não por sua utilidade intrínseca, mas por sua capacidade de adquirir outras mercadorias, assim sendo, é desnecessário que possua qualquer valor pelo seu uso direto. O importante é que a moeda possua aceitação geral e, nessas condições, o papel-moeda é algo de mais baixo custo e de mais fácil manipulação que qualquer outra forma de moeda legal, quanto à moeda escritural, ela surgiu com o desenvolvimento dos bancos comerciais. Especificamente, ela é representada pelos depósitos à vista, os quais possuem liquidez equivalente à da moeda legal. Assim, consideram-se meios de pagamento numa economia moderna o papel-moeda em poder do público (que é igual ao saldo do papel-moeda emitido menos es encaixes em moeda corrente dos bancos) mais os depósitos a vista do público na rede bancária. Os ativos existentes no Brasil que satisfazem a essas condições e que preenchem os atributos essenciais de rendimento zero, de custo de manutenção e estocagem negligenciáveis e de máxima liquidez são: - O papel-moeda e as moedas metálicas em poder do público; - Os depósitos à vista do público nos bancos comerciais; - Os depósitos à vista do público nos bancos múltiplos; - Os depósitos à vista do público no Banco do Brasil; - Os depósitos à vista do público nas caixas econômicas, federal e estadual. Assim, para indicar o total da oferta monetária no Brasil, M, no conceito restrito de meios de pagamento, empregamos a seguinte expressão: M = MM+DBC+DBM+DBB+DCE Com relação ao papel-moeda e moedas metálicas em poder do público, não se trata efetivamente do saldo em circulação nem do saldo emitido. A expressão em poder do público é decorrente dos conceitos apresentados abaixo: * Saldo do Papel-Moeda em Circulação = Saldo do Papel-Moeda Emitido Caixa do Banco Central. * Saldo do Papel-Moeda em Poder do Público = Saldo do Papel-Moeda em Circulação Caixa em Moeda Corrente dos Bancos Comerciais e Múltiplos, do BB e das CEs. Os encaixes das autoridades monetárias e dos bancos comerciais são excluídos, tais exclusões são decorrentes do próprio conceito de moeda que adotamos. Segundo esse conceito, são considerados como moeda apenas os meios de pagamento possuídos pelos agentes econômicos não bancários. A observação desse conceito convencional de moeda leva ainda a uma outra importante constatação, a de que ele privilegia a função da moeda como intermediária de trocas, ou ele se fundamenta na definição de moeda como meio de pagamento. Entretanto, se a definição de oferta monetária considerar, além da função de intermediação de trocas, a de reserva de valor, o conceito convencional é passível de críticas, pois ele exclui totalmente um significativo grupo de ativos financeiros que, pelo seu alto grau de liquidez, são considerados como quase-moeda. Entre os mais importantes, encontram-se os títulos do Banco Central e do Tesouro Nacional, os depósitos a prazo fixo, os depósitos em cadernetas de poupança, as letras hipotecárias e outros ativos financeiros de emissão do sistema de intermediação financeira não bancária. Atualizada 30/05/2007 Economia A partir disso se desenvolveram outros conceitos mais abrangentes e menos convencionais de moeda. O conceito tradicional que inclui apenas a moeda manual e moeda bancária é denominado de M1, além deste, o Banco Central do Brasil adota outros três conceitos mais abrangentes, identificados por M2, M3 e M4. Estes três últimos incorporam ativos financeiros quase-monetários de alta liquidez. Os critérios do BACEN para a definição dos vários conceitos de moeda são os seguintes: - Conceito M1: trata-se dos meios de pagamento, segundo a versão convencional. M1 é constituído pela soma das moedas manual (papel-moeda e moedas metálicas em poder do público) e escritural (depósitos à vista do público nos bancos comerciais, bancos múltiplos, Banco do Brasil e caixas econômicas). - Conceito M2: inclui, além dos ativos monetários que integram o conceito M1, os Depósitos para Investimentos, Depósitos de Poupança e Títulos Privados (depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias e letras imobiliárias). - Conceito M3: inclui além dos ativos monetários e quase-monetários que integram o conceito M2, as Quotas de Fundos de Renda Fixa e Operações Compromissadas com Títulos Federais. - Conceito M4: inclui, além dos ativos monetários e quase-monetários totalizados no conceito M3, os Títulos Federais e Títulos estaduais e municipais. OBS: os ativos incluídos nos conceitos alteram-se conforme a liquidez. Para informação mais atualizada consulte: www.bacen.gov.br 2.2.2. Criação de moeda pelos bancos comerciais Os bancos comerciais, que são autorizados a receberem depósitos à vista, são uma importante fonte de criação de moeda. Como vimos, temos as moedas fiduciárias e as moedas escriturais, que são criadas pelo banco. Neste ponto veremos como isso ocorre no Brasil. Os agentes preferem manejar a moeda escritural, comparativamente ao uso da moeda manual, para a liquidação de suas transações. As razões que explicam essa preferência são, em síntese, as seguintes: - Os depósitos bancários à vista são mais seguros e oferecem maiores garantias aos seus detentores. Comparativamente com a moeda manual, são menos passíveis de perdas e roubo. - O manejo de cheques, para efetuar pagamentos, é mais fácil, principalmente quando se trata de transações de grande vulto. - A manutenção de saldos monetários nos bancos comerciais facilita a obtenção de empréstimos, quer por parte das empresas (para o financiamento do processo de produção), quer por parte das unidades familiares (para o financiamento do consumo de bens e serviços, em antecipação a rendimentos que estas esperam auferir no futuro). - Os pagamentos por intermédio de cheques permitem o melhor controle e a melhor contabilização das despesas, ao mesmo tempo em que podem servir de comprovante para determinadas finalidades legais, especialmente quando nominais e cruzados. - A concessão de aberturas automáticas e limitadas de crédito, superiores aos saldos existentes, de que são exemplos os cheques especiais, levam os agentes econômicos a se utilizarem, de forma generalizada, dos bancos comerciais como depositários de suas reservas monetárias. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 21 Polícia Federal Prof. César Rissete O uso generalizado da moeda escritural ou bancária, todavia, está na origem de um processo multiplicador que eleva os saldos em meios de pagamento. Isto porque a moeda de alto poder de expansão, como usualmente é considerada a moeda originalmente injetada no sistema econômico por decisão das autoridades monetárias, tende a se transformar em depósitos bancários, por força das razões assinaladas. Subseqüentemente, uma dada parcela de tais depósitos transforma-se em empréstimos concedidos pelos bancos, os quais, por sua vez, tendem a retornar ao sistema bancário, na forma de novos depósitos. Este processo tende a se renovar infinitamente, dado que os bancos comerciais não mantêm em caixa a totalidade dos depósitos captados, mas apenas uma parcela deles. De uma forma simplificada, o processo se dá da seguinte maneira: 1) As autoridades monetárias injetam dinheiro no sistema econômico, ou seja, há um aumento dos meios de pagamento. Por exemplo: vamos supor que o BACEN compra títulos da dívida de um agente no valor de 200 mil reais. 2) O agente econômico deposita este dinheiro em um banco comercial. Por simplicidade, consideraremos que o agente deposita todo o dinheiro no banco comercial. 3) O banco comercial não mantém a totalidade do depósito em caixa, mas empresta este dinheiro a outro agente. Vamos supor que a relação caixa/depósitos seja de 20%, ou seja, de todos os depósitos à vista feitos no banco, ele mantém 20% em seu caixa, e empresta os restantes 80%. 4) Já nesta primeira etapa vemos que o banco comercial criou 80% dos 200 mil reais depositados, ou seja, há uma criação de moeda no equivalente a 160 mil reais. Isso porque os agentes têm a disposição esse montante e o montante inicial de 200 mil reais. 5) Os agentes que receberam o empréstimo de 160 mil reais ou aqueles que com esse empréstimo foram pagos efetuarão depósitos neste valor e assim os bancos que receberam esses depósitos concederão novos empréstimos, equivalentes a 80% desse montante, no valor de 128 mil reais. Novamente, sem que os depositantes da primeira e da segunda etapas tenham perdido os seus direitos sobre os depósitos efetuados, o público passa a contar com mais 128 mil reais à sua disposição. 6) No final, a moeda criada pelos bancos comerciais será dada pelo depósito inicial no sistema bancário multiplicado por uma constante, que se chama MULTIPLICADOR DOS MEIOS DE PAGAMENTO. Porém, o modelo apresentado é simples e por isso deve ser visto com certas restrições. Passaremos agora a ver como calcular o multiplicador no Brasil hoje. Multiplicador dos meios de pagamento no Brasil após as Reformas de 1986 e 1994 Os principais conceitos e relações de comportamento para a dedução do multiplicador dos meios de pagamento no Brasil são: - Meios de pagamento: são constituídos por dois componentes, o papel-moeda em poder do público, PMPP, e os depósitos à vista nos bancos comerciais, nos P bancos múltiplos, e nas caixas econômicas, D BC, MP = P PMPP+ D BC. - Reservas Bancárias: as reservas bancárias, RES são constituídas pelos depósitos compulsórios dos bancos comerciais e outras instituições incluídas no conceito 22 Atualizada 30/05/2007 Economia convencional de meios de pagamento junto ao Banco BC Central, D AM, mais o papel-moeda em caixa dos bancos BC comerciais, PMBC, RES = D AM + PMBC. - Base Monetária: a base monetária, conceito restrito, B, é dada pelo passivo monetário das autoridades monetárias. É constituída por três parcelas: papel-moeda em poder do público, PMPP; papel-moeda em caixa das instituições identificadas como bancos criadores de moeda, PMBC; e reservas desses bancos junto ao Banco BC Central, B = PMPP + PMBC + D AM. - Primeira Relação: participação do papel-moeda na composição dos meios de pagamento. Evidencia a proporção em que a moeda manual é utilizada pelo público, PMPP = C*MP ou C = PMPP/MP. - Segunda Relação: participação dos depósitos à vista do público no conjunto de instituições simplificadamente identificado como bancos comerciais em relação ao total P P dos meios de pagamento, D BC = D*MP ou D = D BC/MP. Cabe assinalar que a soma dessas duas proporções é necessariamente igual a um. Assim: C+D = 1. - Terceira Relação: proporção do encaixe técnico dos bancos comerciais, a parcela dos depósitos à vista P P mantida em caixa, PMBC = R1* D BC ou R1 = PMBC/ D BC. - Quarta Relação: proporção das reservas bancárias junto ao Banco Central, preponderantemente dada pelos recolhimentos compulsórios sobre depósitos à vista, BC P BC P D AM = R2* D BC ou R1 = D AM/ D BC. Podemos somar as duas últimas relações: R = R1 + R2 Partindo das definições e das relações de comportamento dadas, podemos deduzir a expressão do multiplicador dos meios de pagamento no Brasil, k: k = MP/B = M1/B Substituindo pelas definições atuais, temos: P BC k = PMPP+ D BC / PMPP + PMBC + D AM Procedendo a substituição de cada uma das categorias incluídas nas definições de meios de pagamento e de base monetária pelas correspondentes relações de comportamento, temos: P P k = C*MP + D*MP / C*MP + R1* D BC + R2* D BC P P Como R1* D BC = R1*D*MP e R2* D BC = R2*D*MP, podemos reescrever a expressão da seguinte forma: k = C*MP + D*MP / C*MP + R1*D*MP + R2*D*MP Colocando MP em evidência, temos: k = MP* (C+D) / MP* (C + R1*D + R2*D) Cortando MP no numerador e no denominador, obtemos: k = C + D / C + R1*D + R2*D Mas como C+D=1, e colocando no denominador D em evidência, obtemos finalmente o Multiplicador dos Meios de Pagamento no Brasil: k = 1/ C + D * (R1 + R2) = M1/B A expressão indica que, quanto maiores forem as reservas bancárias (encaixes técnicos mantidos pelos bancos criadores de moeda e seus depósitos compulsórios e voluntários no Banco Central), menor deverá ser, para iguais relações de comportamento referente à composição dos meios de pagamento, o multiplicador da moeda escritural. Quanto às relações de comportamento, cabe notar que maiores parcelas dos meios de pagamento mantidas em poder do público sob a forma de papel-moeda implicam, mantidas inalteradas as demais variáveis, menor magnitude do efeito multiplicador. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete 2.2.3. Instrumentos da Política Monetária 2.2.3.1. Fixação da Taxa de Reservas A taxa de reservas dos bancos comerciais é o fator básico de que depende a magnitude do multiplicador dos meios de pagamento. As reservas bancárias são constituídas pela soma dos depósitos voluntários e compulsórios dos bancos junto às autoridades monetárias e pelo papel-moeda e moedas metálicas mantidos em caixa. A taxa de reservas, que incorpora estas diferentes formas de reservas bancárias, é, assim, a proporção dos depósitos que os bancos mantêm, voluntária ou compulsoriamente, em sua própria caixa ou junto às autoridades monetárias. Sendo assim, a determinação do total das reservas (fixação da taxa de reservas) que os bancos comerciais deve manter junto às autoridades monetárias, à ordem do BACEN, é um dos mais poderosos instrumentos de controle do efeito multiplicador dos meios de pagamento. Quando o BACEN aumenta a taxa das reservas compulsórias que os bancos comerciais devem manter à sua ordem, fica reduzida a proporção dos depósitos que pode ser convertida em empréstimos. Inversamente, se o BACEN reduz a taxa de reservas, as disponibilidades para empréstimos aumentam. Deste modo, os aumentos nas taxas de reservas diminuem o multiplicador monetário que, por sua vez, conduzem à contração da oferta monetária, M. Contrariamente, quando a taxa de reservas é diminuída, o multiplicador aumenta e os meios de pagamento se expandem. Em outras palavras, há uma relação inversa entre taxas de reservas e multiplicador monetário/meios de pagamento. 2.2.3.2. Redesconto ou Empréstimos de Liquidez As operações de redesconto são um instrumento de política monetária que consiste na concessão de assistência financeira de liquidez aos bancos comerciais. Na execução dessas operações, o BACEN funciona como banco dos bancos, descontando títulos dos bancos comerciais a taxas prefixadas, com a finalidade de atender às suas necessidades momentâneas de caixa, a curtíssimo prazo. Tendo em vista que os bancos comerciais podem recorrer a outras formas de solucionar tais dificuldades (como o mercado interbancário), o recurso ao redesconto oficial é tido como último e extremado expediente, notadamente quando as taxas de juros cobradas pelo Banco Central têm nítido caráter punitivo. Assim, quanto à concessão de assistência financeira via operações de redesconto, o BACEN é usualmente definido como emprestador de última instância (lender of last resort). O controle dos meios de pagamento por intermédio do redesconto resulta da alteração das taxas de juros cobradas pelo BACEN (forma tradicional de operar esse instrumento), pela mudança dos prazos concedidos aos bancos comerciais para resgate dos títulos redescontados, pela fixação dos limites da operação ou, ainda, pela restrição dos tipos de títulos redescontáveis. Cabe observar que em muitos países o poder de impacto das operações de redesconto de liquidez é atenuado por diferenciadas formas de mercado interbancário. Trata-se de mercado em que, via operações de cobertura de perdas na compensação, os próprios bancos suprem suas necessidades urgentes de caixa, sem recorrer ao BACEN. Em geral, os bancos que registram momentaneamente ganhos expressivos na compensação diária financiam, mediante taxas reguladas Atualizada 30/05/2007 Economia pelo próprio mercado, aqueles que registrem perdas substanciais que afetem sua liquidez. Esta modalidade de operação interbancária de liquidez é prática corrente no Brasil. 2.2.3.3. Operações de Mercado Aberto As operações de mercado aberto, OPEN MARKET, constituem um instrumento de política monetária mais ágil e de reflexos mais rápidos, comparativamente com a fixação de reservas e a concessão de redescontos. A flexibilidade desse instrumento é de tal ordem que ele pode ser eficazmente usado para regular, no dia-a-dia, a oferta monetária e a taxa de juros. Genericamente, o open market é operado por intermédio da compra e venda de títulos da dívida pública, de emissão do BACEN ou do Tesouro Nacional. Quando as autoridades monetárias desejam expandir a oferta monetária, realizam operações maciças de resgate dos títulos públicos em circulação, injetando no mercado moeda de alto poder de expansão, reduzindo com isso a taxa de juros, via compensação do mercado de moedas. Contrariamente, quando desejam o efeito oposto, emitem e colocam em circulação volumes maciços de títulos da dívida pública, retirando do sistema monetário, na proporção dos títulos adquiridos pelos bancos ou pelo público, moeda que se encontrava em circulação, com isso torna-se menor a oferta monetária e se expande a taxa de juros. Resumidamente, as operações de mercado aberto possibilitam: - O controle diário do volume da oferta de moeda. - A manipulação das taxas de juros a curto prazo. - Às instituições financeiras e ao público em geral a realização de aplicações, a curto e curtíssimo prazo, das suas disponibilidades monetárias ociosas. - A criação de liquidez para os títulos públicos. Os dois primeiros objetivos são alcançados no mercado primário, onde o BACEN negocia diretamente com as instituições financeiras, afetando a posição de reservas dos bancos comerciais. Os dois segundos são alcançados no mercado secundário, onde o governo intervém por intermédio dos DEALERS instituições financeiras especializadas em negociação com títulos públicos e credenciadas, pelo BACEN, para agir em seu nome no mercado aberto, de forma a afetar as condições de liquidez da economia. 2.2.3.4. O Controle e Seleção do Crédito Este instrumento de política monetária é, muitas vezes, rejeitado pelas correntes monetaristas ortodoxas, à medida que impõem restrições ao livre funcionamento das forças de mercado, decorrentes da introdução de controles diretos sobre o volume e preço do crédito. A utilização desse instrumento pode referir-se às três seguintes formas de intervenção direta: - Controle do volume e da destinação do crédito. - Controle das taxas de juros. - Determinação dos prazos, limites e condições dos empréstimos. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 23 Polícia Federal Prof. César Rissete Economia 3. INTERLIGAÇÃO LADO REAL E MONETÁRIO: MODELO IS-LM Apesar de ser um modelo baseado em algumas idéias de Keynes, não se deve confundir o que o autor colocou em sua teoria geral, e os desenvolvimentos feitos por John Hicks e Alvin Hansen. Estes dois autores, sintetizaram o trabalho de Keynes, mas eliminaram uma variável fundamental no modelo do autor, que é a supressão das expectativas no modelo. Entretanto, o modelo IS-LM ou Análise Hicks-Hansen ou Síntese Neoclássica, é um modelo de determinação de renda e emprego, que considera os mercados de bens (IS do inglês Investment-Saving) e os mercados monetários (LM do inglês Liquidity Money). Supõe-se nível de preços dados, isto é, as empresas estão dispostas a atender toda a demanda ao nível de preços vigentes no mercado. O modelo IS-LM também será a base para se determinar a curva de demanda agregada (DA), que em conjunto com a curva de oferta agregada (OA) vai determinar conjuntamente os níveis de preços e de produção. 3.1. MERCADO DE BENS (IS) A curva IS mostra as diversas combinações de taxa de juros e de níveis de produto que equilibram o mercado de bens, isto é, que fazem com que não haja excesso ou falta de oferta de um bem (Oferta agregada = Demanda agregada). No modelo, a Demanda Agregada será composta de três partes, em uma economia com governo: - GASTOS EM INVESTIMENTO: com base em Keynes, formula-se uma equação em que os investimentos tenham um componente autônomo I0, e outro componente que depende da taxa de juros (i), expressa na sensibilidade-juros do investimento (b): I = I0 - bi - GOVERNO: tem um nível de gastos autônomos em compras (G0), transfere recursos para as famílias (TR) e cobra impostos a uma alíquota t. - GASTOS EM CONSUMO: em uma economia sem governo, os gastos são uma função da renda, mas com o governo os gastos em consumo vão incluir os gastos de parcela das transferências do governo (c*TR, que será incluído no Consumo Autônomo, C0) e os gastos em consumo da renda que resta após a cobrança de impostos [(c*(Y-tY)]: C = C0 + c*(1-t)*Y Portanto, a demanda agregada corresponde à soma desses três componentes: DA = C + I + G DA = I0 - bi + C0 + c*(1-t)*Y + G0 Reunindo os gastos autônomos: I0 + C0 + G0 = A0 CURVA DE DEMANDA AGREGADA: DA = A0 - bi + c*(1-t)*Y Equilíbrio no Mercado IS No equilíbrio, os produtores atendem toda a demanda agregada (DA), o produto Y se iguala à demanda agregada Y = DA. Y = A0 - bi + c*(1-t)*Y Y (c*(1-t))*Y = A0 bi Y*(1- c*(1-t)) = A0 bi Y = 1/(1- c*(1-t)) * (A0 bi) ou Y = * (A0 bi), onde = 1/1- c*(1-t), que é o multiplicador. Desenvolvendo a fórmula anterior: Y = A0 bi bi = A0 Y i = A0/ b Y/ b 24 Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete Economia CURVA IS: i = A0/b (1/ b)*Y A partir da equação de Demanda Agregada, determinamos o equilíbrio no mercado de bens (curva IS): DA Y=DA DA2= A0-bi2+c*(1-t)*Y A0 bi2 DA1= A0-bi1+c*(1-t)*Y A0 bi1 Y1 Y Y2 i i1 i2 IS Y1 Y Y2 No gráfico DA temos a seguinte situação: a uma taxa de juros i1, o intercepto da curva DA1 no eixo DA encontra-se em (A0 bi1), com inclinação da curva dada por c*(1-t). O ponto em que a curva DA1 se encontra com a reta de 45º (DA=Y) indica o equilíbrio no mercado de bens, com o produto (Y1) se igualando a demanda (DA1). Se a taxa de juros cai para i2, há um incentivo para o investimento, que agora depende da taxa de juros, fazendo com que o intercepto (A0 bi1) se desloque para cima em (A0 bi2). A curva DA1 desloca-se para cima em DA2, com a mesma inclinação, isto é, c*(1-t) não mudou. Há um novo equilíbrio, com o produto Y2 igualando-se a demanda DA2. A curva IS relaciona a taxa de juros ao produto de equilíbrio. Para ser derivado, anota-se no eixo vertical os dois valores i1 e i2 da taxa de juros e os respectivos produtos Y1 e Y2 de equilíbrio, obtendo-se dois pontos que formam a curva IS. Inclinação de IS Na curva IS: i = A0/b (1/ b)*Y, o que determina a inclinação é -(1/ b). O sinal negativo indica a inclinação negativa da curva e o valor dessa inclinação depende do multiplicador ( ) e da sensibilidade-juros do investimento (b). Pela equação, podemos ver que quanto maior for o multiplicador ou maior a sensibilidade-juros do investimento, menor é o valor da inclinação da curva. 1. Sensibilidade-juros do investimento Quanto maior for a elasticidade, mais horizontal será a curva IS, isto é, menor sua inclinação. Neste caso, uma pequena variação na taxa de juros induzirá uma grande variação no investimento e, portanto, na demanda agregada e na renda. O oposto ocorrerá quando o investimento for pouco sensível à taxa de juros: variações no investimento irão requerer maiores valores na taxa de juros, levando uma curva IS próxima da vertical. i b2 (sensibilidade-juros do investimento da IS2) é maior que b1. Deste modo, IS2 é menos inclinada que IS1. Com sensibilidade maior, a variação da taxa de juros terá mais efeito no investimento e portanto no produto ( Y< Y). i i IS IS Y Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 25 Polícia Federal Prof. César Rissete Economia 2. Multiplicador O multiplicador foi definido como: = 1/1- c*(1-t) Um multiplicador maior depende de que c*(1-t) seja também maior, isto é, que a propensão marginal a consumir c seja maior e/ou que a alíquota de imposto t seja menor. c maior e/ou t menor c*(1-t) maior 1/1- c*(1-t) maior Como vimos, quanto maior é o multiplicador dos gastos autônomos, menor será a inclinação da curva IS, parecido com o que foi desenvolvido para uma sensibilidade-juros maior. Com a curva IS menos inclinada (ou mais horizontal), a variação da taxa de juros tem mais efeito sobre o produto. Posição de IS A posição da curva IS dependerá dos gastos autônomos (A0). Um aumento no gasto autônomo de A01 para A02, desloca o intercepto da curva de A01 bi1 para A02 bi1, a curva DA1 passa para DA2. A mesma taxa de juros i1, o deslocamento de DA1 para DA2 gera um equilíbrio a um produto maior Y2. Há uma nova curva IS (IS2), que se deslocou para a direita de IS1 devido ao aumento do gasto autônomo ( A). Note que, em função do efeito multiplicador, a variação na renda foi maior do que a variação no gasto autônomo ( Y> A). DA Y=DA DA2= A02-bi1+c*(1-t)*Y A02 bi1 DA1= A01-bi1+c*(1-t)*Y A A01 bi1 Y1 Y Y2 i i1 IS2 Y Y1 IS1 Y2 Y 3.2. EQUILÍBRIO NO MERCADO LM A curva LM (do inglês Liquidity Money) representa o equilíbrio no mercado de ativos monetários, por simplificação, consideram-se apenas dois tipos de ativos: moeda e títulos. A curva LM mostra as combinações de taxa de juros e produto que equilibram o mercado monetário, isto é, igualando oferta e demanda por moeda. Demanda por Moeda. A função demanda por moeda é: L = kY-hi Onde a demanda por moeda L depende da renda Y (motivos transação e precaução para reter moeda) e da taxa de juros (motivo especulação); k mede a proporção da renda que se mantém na forma de moeda para realizar transações previstas (motivo transacional) e imprevistas (motivo precaução); h mede a sensibilidade-juros da demanda por moeda. A sensibilidade-juros da demanda por moeda (h) representa o quanto os indivíduos estão dispostos a abdicar da rentabilidade paga pelos títulos ao reter moeda, que não rende juros. Quanto maior a sensibilidade, ou seja, quanto mais importante é a rentabilidade dos juros para o indivíduo, menor será a retenção de moeda pelo mesmo, já que esta não apresenta rendimento algum. A relação entre a renda e a demanda por moeda é direta, ou seja, quanto maior a renda maior será a demanda por moeda dos indivíduos, por outro lado, a relação entre taxa de juros e demanda será inversa, já que há uma taxa de juros maior a tendência das pessoas é guardar maior parte de sua riqueza em títulos. 26 Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Economia Prof. César Rissete Oferta de Moeda Por hipótese, a oferta de moeda será determinado exogenamente, determinada pelo Banco Central. Entretanto, o que importa é a oferta real de moeda, ou seja, tem que levar em consideração o nível de preços. Como o modelo IS-LM supõe preços dados (P), tem-se a oferta real de moeda M/P. Equilíbrio no mercado monetário A oferta de moeda deve ser igual á demanda por moeda: M/P = kY-hi i = (-M/P+kY)/h CURVA LM: i = -(1/h)*(M/P)+(k/h)*Y i i LM E2 i2 i2 E1 L2 i1 i1 L1 Y1 Y2 Y M/P L Para uma demanda por moeda representada pela curva L1=kY1-hi e uma oferta monetária dada de M/P, há um equilíbrio em E1, a uma taxa de juros i1, onde MP=L. Supondo um aumento da renda de Y1 para Y2, a uma taxa de juros i1 igual a taxa inicial, a curva de demanda por moeda L1 desloca-se para L2= kY2-hi, pois os indivíduos irão demandar mais moeda pelos motivos precaução e transação, e, dada uma oferta monetária rígida, a demanda fica maior que a oferta. Para resolver esse desequilíbrio, há uma elevação da taxa de juros de i1 para i2, que reduz a demanda por moeda para especulação, igualando novamente oferta monetária e demanda monetária total em E2. Inclinação de LM Segundo a equação da LM: i = -(1/h)*(M/P)+(k/h)*Y, a inclinação da curva LM é positiva e seu valor é dado por k/h, ou seja, os fatores que afetam a inclinação da curva LM são as elasticidades ou sensibilidades da demanda de moeda em relação à renda e à taxa de juros. Quanto maior a elasticidade/sensibilidade da demanda de moeda em relação à renda (k), maior será a inclinação da curva LM, uma vez que uma pequena variação na renda levará a uma grande expansão na demanda de moeda, exigindo uma maior elevação na taxa de juros para compensá-la. LM2 i Na curva LM2 sensibilidade-renda da demanda por moeda (k) é maior que na curva LM1. A LM2 é mais inclinada (ou vertical) e, dado um aumento na renda, a variação necessária na taxa de juros para reequilibrar o mercado é maior no caso de uma sensibilidade-renda maior, pois haverá um aumento considerável na demanda por moeda pelo motivo transação e precaução, exigindo um aumento maior na taxa de juros para reduzir a demanda especulativa. LM1 i i Y1 Y2 Y Por outro lado, quanto maior a elasticidade/sensibilidade de demanda de moeda em relação à taxa de juros (h), menor será a inclinação. Se a demanda de moeda for muito sensível à taxa de juros, qualquer variação nesta exigirá uma mudança significativa na renda para compensá-la, ou inversamente, qualquer alteração no nível de renda exigirá uma pequena mudança na taxa de juros, para manter o mercado monetário em equilíbrio. Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 27 Polícia Federal Economia Prof. César Rissete LM1 i Na curva LM2 a sensibilidade-juros da demanda por moeda (h) é maior que na curva LM1. A LM2 é menos inclinada (ou mais horizontal) e, dado uma variação na renda ( Y), a variação necessária na taxa de juros para reequilibrar o mercado é menor no caso de uma sensibilidade-juros maior, pois qualquer variação na taxa de juros promoverá uma grande variação na demanda especulativa por moeda. LM2 i i Y1 Y2 Y RESUMINDO: h (sensibilidade-juros da moeda) maior, LM menos inclinada (inverso, denominador). k (sensibilidade-renda da moeda) maior, LM mais inclinada (direto, numerador). Posição de LM A posição da curva LM é dada pela oferta real de moeda. Como estamos considerando o nível de preços constante, esta é afetada basicamente pela política monetária do Banco Central. Assim, expansões na oferta de moeda deslocam a curva LM para a direita (para baixo), e contrações para a esquerda (para cima). i i LM1 LM2 i2 i2 i2 L2 i1 i1 i1 L1 Y1 Y2 Y M1/P M2/P L Quando aumenta a oferta monetária (de M1/P para M2/P), provoca um deslocamento paralelo de LM para baixo e a direita. Para um mesmo nível de renda (Y1 ou Y2), a taxa de juros é menor (taxas de juros da LM2 são menores que as da LM1), no caso do aumento da oferta monetária. 28 Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete Economia 3.3. EQUILÍBRIO NO MODELO IS/LM Para determinarmos o nível de renda e de taxa de juros que equilibram simultaneamente os mercados de bens e de ativos, basta juntarmos as curvas IS e LM. No ponto de intersecção das curvas, será o ponto de equilíbrio. No ponto E a economia estará em estado de equilíbrio, aos níveis de taxa de juros (ie) e de renda (Ye). Quaisquer pontos fora do equilíbrio sofrerão ajustes que os levarão ao ponto E. No caso de desequilíbrio no mercado de bens, o ajuste se dará via quantidades, alterando o nível de produto - renda (Primeira regra de ajustamento). No caso de desequilíbrio no mercado monetário, a correção se dará com variações nas taxas de juros (Segunda regra de ajustamento). i LM E ie IS Ye Y 4. POLÍTICAS ECONÔMICAS NO MODELO IS/LM A curva IS é traçada considerando uma dada política fiscal (nível de gastos públicos e tributação) e a curva LM para uma dada oferta de moeda. Alterações no ponto de equilíbrio da economia decorrem de deslocamentos quer da curva IS quer da LM ou de ambas, sendo que estas mudanças são provocadas principalmente por medidas de política econômica. No caso da curva IS, outros fatores, além de políticas econômicas, podem levar a deslocamentos, como por exemplo, mudanças nos gastos autônomos (investimento, consumo, e outros). No caso da LM, seus deslocamentos decorrem de modificações na oferta real de moeda. Primeiro veremos o que ocorre com mudanças no gasto autônomo, para em seguida analisar os efeitos das políticas fiscal e monetária. 4.1. AUMENTO NO GASTO AUTÔNOMO Há primeiro um aumento no gasto autônomo ( A0). i LM E2 i2 E1 i1 A IS2 IS1 Y Y1 Y2 Y2´ Y Em um segundo momento há aumento da renda. Como houve aumento da renda, ocorrerá desequilíbrio no mercado monetário, pois haverá uma elevação na demanda por moeda transacional e precaucional, que provocará correções via aumento da taxa de juros (de i1 para i2), reduzindo a demanda especulativa. No mercado de bens, o aumento da taxa de juros inibe os gastos em investimento, fazendo com que o aumento da renda (de Y1 para Y2) seja menor do que o previsto pelo multiplicador (que seria o deslocamento de Y1 para Y2´ se a taxa de juros permanece em i1). Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 29 Polícia Federal Prof. César Rissete Economia 4.2. POLÍTICA MONETÁRIA A operação básica da política monetária são variações na quantidade de moeda no sistema. Isso é feito basicamente por operação de open market (mercado aberto), em que o Banco Central aumenta (ou reduz) a oferta monetária ao adquirir títulos (ou comprar títulos) públicos em poder do mercado, pagando com moeda (ou recebendo em moeda). No caso de uma compra no mercado aberto, o BACEN adquire títulos do mercado, expandindo a oferta real de moeda no sistema, e deslocando a curva LM de LM1 para LM2. Com o aumento da oferta monetária, há um desajuste no mercado monetário, com a demanda por moeda sendo inferior à nova oferta real de moeda. Para corrigir o desequilíbrio, há uma redução da taxa de juros (de i1 para i3) para elevar a demanda especulativa por moeda e compensar o aumento da oferta monetária. i LM1 LM2 E1 i1 i2 E2 E´1 i3 IS Y1 Y2 Y No mercado de bens, a redução da taxa de juros de i1 para i3 incentiva os gastos em investimentos, gerando um desequilíbrio entre Demanda Agregada e Produto (DA>Y). O ajuste do mercado de bens se dá com o aumento do produto, sendo que esse ajuste é mais lento que o ajuste do mercado monetário. O aumento dos gastos em investimento elevam o Y e a renda. Com o aumento da renda de Y1 para Y2, haverá um aumento da demanda transacional e precaucional, o que desequilibra o mercado monetário e exige uma elevação da taxa de juros de i3 para i2, reduzindo a demanda especulativa e reequilibrando o mercado monetário. No final, a política monetária expansionista (contracionista) desloca à direita (esquerda) e para baixo (cima) a curva LM, reduzindo (elevando) a taxa de juros e aumentando (reduzindo) o produto. A eficácia da política monetária em influenciar o nível de produto dependerá de dois fatores: 1. Elasticidade da demanda de moeda em relação a taxa de juros: se a demanda por moeda foi muito sensível à taxa de juros, uma pequena variação na taxa de juros será suficiente para ajustar o mercado de ativos. Assim, com esta pequena mudança na taxa de juros, a maior parte da expansão monetária será retida pelo público induzindo uma pequena alteração no investimento e, portanto, na renda. Ou seja, quanto maior a sensibilidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros, menor será a eficácia da política monetária. 2. Elasticidade do investimento em relação a taxa de juros: se esta elasticidade for baixa, mesmo que a ampliação da oferta de moeda gere uma grande mudança na taxa de juros, isso poderá resultar em pequena variação no investimento. Concluímos, portanto, que a eficácia da política monetária será tanto maior quando maior a inclinação da LM e menor a inclinação da IS (veremos mais a frente em termos gráficos). 30 Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete Economia 4.3. POLÍTICA FISCAL E EFEITO DESLOCAMENTO (CROWDING-OUT) O efeito de uma política fiscal sobre a taxa de juros e renda é similar ao ocorrido no caso de variações no gasto autônomo. Uma política fiscal expansionista (contracionista) desloca a curva IS para cima (baixo) e à direita (esquerda), de IS1 para IS2. i LM E2 i2 E1 i1 IS2 IS1 Y1 Y2 Y3 Y Com o deslocamento da curva IS haverá um aumento da renda, de Y1 para Y3. Como o aumento da renda provoca elevação na demanda transacional e precaucional, a taxa de juros terá que aumentar para reduzir a demanda especulativa e reequilibrar o mercado monetário, de i1 para i2. Com o aumento da taxa de juros, os gastos em investimentos são desestimulados, fazendo com que o aumento do produto seja de Y1 para Y2 e não para Y3. Há um deslocamento dos gastos privados em investimento, devido ao aumento dos gastos do governo. Assim como no caso da política monetária, a eficácia da política fiscal dependerá de dois fatores, além do multiplicador dos gastos: 1. Elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros: quanto maior a sensibilidade da demanda de moeda em relação a taxa de juros maior será o impacto da política fiscal, pois a elevação necessária da taxa de juros para compensar o desequilíbrio monetário será menor, diminuindo o impacto negativo sobre os investimentos. 2. Elasticidade do investimento em relação a taxa de juros: quanto maior a sensibilidade no investimento em relação a taxa de juros, menor será o efeito da política fiscal sobre a renda, uma vez que qualquer mudança na taxa de juros gerará um grande impacto sobre o investimento, compensando o aumento de gastos do governo. 4.4. POLÍTICA MONETÁRIA ACOMODATÍCIA (MONETIZAÇÃO DE DÉFICITS PÚBLICOS) O efeito deslocamento descrito acima pode ser anulado se dor acompanhado por uma política monetária acomodatícia que eleve a oferta monetária para evitar a elevação da taxa de juros e o conseqüente deslocamento dos gastos privados em investimento. i LM1 LM2 Para evitar o aumento da taxa de juros, elevasse a oferta monetária para que esta se iguale com a demanda por moeda maior. i1 IS2 IS1 Y1 Atualizada 30/05/2007 Y3 Y Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 31 Polícia Federal Prof. César Rissete Economia 4.5. CASOS EXTREMOS: EFICÁCIA DAS POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL 4.5.1. Armadilha da Liquidez. É um caso extremo em que a demanda por moeda é extremamente sensível a taxa de juros em seu componente especulativo, deixando a curva LM uma horizontal. i LM i1 IS2 IS1 Y1 Y2 Y Neste caso, a política monetária é incapaz de reduzir a taxa de juros, é ineficaz, pois toda oferta monetária é prontamente demanda, não havendo desequilíbrio no mercado monetária. Por outro lado, a política fiscal é extremamente eficaz, não havendo efeito deslocamento. Ou seja, quanto mais horizontal for a curva LM, menos eficaz será a política monetária e mais eficaz a política fiscal. 4.5.2. Caso Clássico Neste caso, a demanda por moeda é insensível a taxa de juros, isto é, não há demanda especulativa por moeda. A curva LM é vertical. i LM1 LM2 i2 i1 IS2 i3 IS1 Y1 Y2 Y Um aumento dos gastos do governo (política fiscal expansionista) apenas gera um aumento na taxa de juros (de i1 para i2), necessário para reduzir os gastos em investimento na mesma proporção do aumento dos gastos do governo, há um efeito deslocamento completo e o produto permanece em Y1. Por outro lado, um aumento da oferta monetária (política monetária expansionista) tem efeito máximo sobre o produto (de Y1 para Y2), pois a oferta de moeda determina o nível de renda. A política monetária é extremamente eficaz, enquanto a política fiscal é ineficaz. Eficácia relativa das políticas econômicas e a inclinação de IS e LM Política Monetária Curva IS Curva LM Muito inclinada INEFICAZ EFICAZ Pouco inclinada EFICAZ INEFICAZ Política Fiscal Curva IS Curva LM Muito inclinada EFICAZ INEFICAZ Pouco inclinada INEFICAZ EFICAZ 32 Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete Economia 5. OFERTA E DEMANDA AGREGADA No modelo de oferta e demanda agregada é examinado o sistema keynesiano quando os preços e os salários não são mantidos constantes, e vemos que os fatores pelo lado da oferta, assim como os fatores pelo lado da demanda, têm seu papel na determinação do produto. 5.1. A FUNÇÃO DEMANDA AGREGADA A curva de Demanda Agregada é construída achando os níveis de produto demandado para cada nível de preços. O nível de produto no qual as curvas IS e LM se cruzam, para um dado nível de preços, é um ponto na curva keynesiana de Demanda Agregada. Uma mudança nos preços não afeta a curva IS pois as variáveis que a determinam são fixadas em termos reais, já na curva LM, qualquer mudança nos preços afeta a oferta real de moeda, deslocando a curva LM. Um aumento no nível de preços desloca LM para a esquerda e uma queda nos preços desloca LM para direita. Os pontos que cruzam IS-LM são pontos da curva de Demanda Agregada. i LM1 (M/P1) LM2 (M/P2) i1 i2 IS Y1 P Y Y2 P1 Tomando como dados os gastos autônomos, isto é, mantendo constante a curva IS e o estoque nominal de moeda (M), podemos obter a função demanda agregada. A curva de DA é negativamente inclinada pois a redução do nível de preços, desequilibrando inicialmente o mercado monetário e depois o de bens, levará a um aumento do produto, da seguinte forma: P M/P M/P>L i Lespec ... i I DA DA>Y Y Ao longo da curva de Demanda Agregada, o mercado de bens e o mercado monetário estão em equilíbrio, conforme descrito no modelo IS-LM. P2 DA Y1 Y2 Y Inclinação da Curva de Demanda Agregada A inclinação da curva DA depende das quatro variáveis que determinam as inclinações de IS e de LM: 1. Multiplicador dos gastos autônomos: quanto maior o multiplicador ( ), menos inclinada (mais horizontal) é a curva DA. (RELAÇÃO INDIRETA) 2. Elasticidade-juros do investimento: quanto maior a elasticidade-juros do investimento, maior é o aumento da renda a partir da queda dos preços (lembre-se de que com o aumento dos preços hpa uma queda da taxa de juros), e menos inclinada é a curva DA. (RELAÇÃO INDIRETA) 3. Elasticidade-juros da demanda por moeda: quanto mais sensível é a demanda por moeda a variações dos juros, menor será a queda (ou aumento) dos juros quando há uma redução (aumento) dos preços. Sendo assim, os juros irão oscilar menos, reduzindo a influência sobre o investimento e a renda, e a curva DA será mais inclinada (mais vertical). (RELAÇÃO DIRETA) 4. Elasticidade-renda da demanda por moeda: apesar de seu efeito ser após o aumento do produto, não devemos esquecer que quanto há um aumento da renda/produto, aumenta-se a demanda precaucional e transacional. Quando a elasticidaderenda da demanda é maior, menor será a necessidade de alterar a taxa de juros para modificar a demanda especulativa e compensar o desequilíbrio no mercado monetário. O raciocínio é semelhante ao fator anterior, quanto mais sensível, mais inclinada é a curva DA. (RELAÇÃO DIRETA). E qual a implicação de uma curva mais ou menos inclinada? Como podemos ver no gráfico, quanto menos inclinada (mais horizontal) for a curva DA, maior é o aumento no produto dada uma queda nos preços. De outro lado, quanto mais inclinada (mais vertical) for a curva DA, menor será a resposta da quantidade demanda em relação a uma variação no nível de preços. Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 33 Polícia Federal Prof. César Rissete P P1 P P2 DA2 Economia Podemos perceber que na curva DA2 (menos inclinada, mais horizontal) a variação do produto demandado é maior que no caso da curva DA1 (mais inclinada, mais vertical), dada uma mesma variação no nível de preços. Y1 DA1 Y2 Y1 Y2 Y2 Y 5.2. OFERTA AGREGADA A curva de oferta agregada mostra a produção que as empresas irão levar adiante para cada nível de preços. O formato desta curva depende de algumas hipóteses que se adotam, dando origem a dois tipos de curvas de oferta agregada: curvas de oferta de curto prazo ou caso keynesiano, e curvas de oferta de longo prazo ou caso clássico. 5.2.1. CURVAS DE OFERTA DE CURTO PRAZO OU CASO KEYNESIANO Considera-se a existência de desemprego, capacidade ociosa na economia, de tal modo que o nível de preços poderia ser tomado como constante e a oferta agregada se tornaria uma horizontal ao nível de preços dado. Nesse sentido, variações na demanda agregada provocam modificações na utilização dos fatores de produção e, por conseguinte, no produto. P OA Y Supõe-se neste caso a rigidez salarial, em que as empresas podem alterar os níveis de produção sem impactos sobre os custos e, portanto, sobre os preços. Assim, a oferta pode responder à demanda sem pressionar o nível de preços. A rigidez pode ser explicada por uma série de motivos: existência de contratos, custos de transação, problemas informacionais, etc. Esta situação tem mais validade no curto prazo, quer pela existência de contratos que fazem com que os salários sejam rígidos, quer porque as empresas não reagem automaticamente às flutuações no mercado de bens e desvios dos salários reais em relação à produtividade do trabalho com demissões e contratações, dado que estas mudanças implicam em custos (recrutamento, seleção, treinamento, outros). A curto prazo, as empresas podem não reagir a uma queda das vendas demitindo trabalhadores, devido aos custos de recontratação quando a economia se recuperar. 34 Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete Economia EFEITOS DA POLÍTICA FISCAL E MONETÁRIA NO CURTO PRAZO No curto prazo, a política fiscal terá efeitos sobre o nível de produtos, sem alterar o nível de preços. i LM (M/P) i2 i1 IS2 IS1 Y1 Y2 Y P P OA DA2 DA1 Y1 Y2 Inicialmente o aumento dos gastos do governo aumenta o nível de Demanda Agregada. No mercado de bens a Demanda Agregada maior desloca a curva IS para cima aumentando o nível de produto. Há, em função de uma política fiscal expansionista, um deslocamento para cima e à direita da curva de DA, alterando o nível de produto sem modificar o nível de preços, dada uma curva de AO horizontal. Note que ocorre o chamado efeito deslocamento, pois há um aumento na taxa de juros. Uma política fiscal contracionista diminuiria o nível de produto, deslocaria a curva de DA para baixo e à esquerda, sem modificar o nível de preços. Y No caso da política monetária, o instrumento utilizado pelo governo são alterações na quantidade nominal de moeda no sistema, e, dado um nível de preços fixos no curto prazo, alterações na quantidade real de moeda. A política monetária, ao expandir (reduzir) a oferta real de moeda, deslocará a curva LM para baixo (cima) e à direita (esquerda). Como os preços são rígidos, a curva de Demanda Agregada sofrerá deslocamento para cima (baixo) e á direita (esquerda), aumentando (reduzindo) o nível de produto, sem alterar os preços. i LM1 (M1/P) LM2 (M2/P) i1 i2 IS Y1 Y2 Y Como podemos notar, ao desequilibrar o mercado monetário com a expansão de moeda, a política monetária provocará uma redução na taxa de juros. Essa redução aumentará o nível de investimento e conseqüentemente da demanda agregada, deslocando-a para cima e à direita, aumentando o nível de produto. P P OA DA2 DA1 Y1 Atualizada 30/05/2007 Y2 Y Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 35 Polícia Federal Economia Prof. César Rissete 5.2.2. CURVAS DE OFERTA DE LONGO PRAZO OU CASO CLÁSSICO Consideram-se como hipóteses preços e salários totalmente flexíveis e mercados concorrenciais, o equilíbrio econômico se dá ao nível de pleno emprego dos fatores, não havendo desemprego. A curva de oferta agregada será uma vertical, e o nível de produto será determinado exclusivamente por este. A Demanda Agregada terá impacto apenas no nível de preços, sem alterar o produto real, pois é determinado exclusivamente pelas condições de oferta: basicamente dotação de fatores de produção e tecnologia. P LM2 (M/P2) i LM1 (M/P1) i2 i i1 IS2 IS1 OA YPE Y Y P P2 OA P1 YPE Y Isto é válido quando pensamos no longo prazo. A longo prazo, persistindo situações de desequilíbrio, desemprego ou subemprego, os preços e salários tendem a varia, de modo a buscar-se o equilíbrio. Por exemplo, ao longo da vigência do contrato, mesmo havendo desemprego, os salários não podem ser revistos, mas uma vez corrido o tempo de vigência dos contratos e permanecendo a situação de desemprego, os contratos podem ser renegociados com reduções salariais. Quanto maior o prazo considerado, maior a possibilidade de que as variáveis se ajustem à situação de equilíbrio. A curto prazo, os preços possuem certa rigidez, a longo prazo estes tendem a ser totalmente flexíveis. Com isso, a oferta agregada de curto prazo assemelha-se à oferta agregada horizontal keynesiana, e será tanto mais assim quanto maior a rigidez dos preços. Já a longo prazo, considerando que os salários reais respondem às situações de desequilíbrio no mercado de trabalho, a economia tende a situação de equilíbrio de pleno emprego, valendo a oferta agregada vertical do modelo clássico. DA2 DA1 YPE Y Y A política monetária irá agir por meio de um aumento da oferta real de moeda, deslocando a curva LM (de LM1 para LM2) desequilibrando o mercado monetário e reduzindo a taxa de juros de i para i . Com a queda dos juros, há um aumento do investimento e a curva de demanda agregada se desloca de DA1 para DA2, alcançando um nível de produto Y acima do nível de pleno emprego (YPE). Com o produto acima do pleno emprego, há pressão sobre o mercado de trabalho e de bens, elevando o nível de preços de P1 para P2, reduzindo a oferta real de moeda e deslocando de volta a curva LM, de LM2 para LM1. EFEITOS DA POLÍTICA FISCAL E MONETÁRIA NO LONGO PRAZO A política fiscal promove primeiro um deslocamento da curva IS, conforme visto anteriormente. Este deslocamento, promovido por aumento nos gastos do governo, estimula as empresas a produzirem mais para atender a demanda. Nessa tentativa de aumentarem a produção (de YPE para Y ), há uma pressão sobre os salários nominais, dado que a economia está em pleno emprego, o que provoca aumento dos salários que são repassados para os preços. Com um aumento dos preços (de P1 para P2), a oferta real de moeda cai (de M/P1 para M/P2), elevando a taxa de juros e desestimulando o investimento, e levando a economia de volta ao produto de pleno emprego, com taxa de juros mais alta e preços maiores. A elevação da taxa de juros reduz a demanda por bens de investimento no mesmo montante do aumento dos gastos do governo, isto é. há um efeito deslocamento completo. 36 Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete Enquanto a curva horizontal implicava que políticas econômicas apenas alterava o nível de produto e a curva vertical implicava apenas alteração no nível de preços, uma curva de oferta agregada positivamente inclinada traz como principal resultado o fato de que as políticas fiscal e monetária expansionistas tem capacidade de elevar o produto, embora às custas de um aumento no nível de preços. LM1 i Economia LM2 i i 6. TÍTULOS PÚBLICOS, DÉFICIT E DÍVIDA PÚBLICA IS YPE Y Y P OA Enquanto o déficit se refere a fluxos, dívida refere-se a estoques. As estatísticas oficiais podem ser apuradas de acordo com dois critérios: acima da linha , que apresentam as variáveis desagregadas de receitas e despesas, contabilizando a diferença, e abaixo da linha , variável que mede apenas a dimensão do desequilíbrio através da variação do endividamento público. P2 6.1. DÉFICIT PÚBLICO P1 No Brasil, o resultado entre as receitas e despesas do governo, que pode resultar em superávit ou déficit público, é calculado pelo Banco Central e, de forma complementar, pela Secretaria de Tesouro Nacional. Os vários conceitos de déficit público podem ser apurados por dois critérios: o de caixa, mede o fluxo ocorrido no caixa do governo, com o pagamento efetivo das contas do governo e das receitas recebidas; e o de competência, apura as despesas no momento de sua liquidação, ou seja, quando se efetivou um direto adquirido pelo credor, independente de o pagamento ocorrer naquela data. Para o cumprimento dessa atribuição, consideram três modalidades: DA1 YPE Y DA2 Y Ao final do ajuste, não mudaram o produto e a taxa de juros, apenas ocorrendo uma elevação dos preços idêntica à variação da oferta nominal de moda, não alterando a oferta real de moeda. Neste sentido, a moeda é neutra, ou seja, não afeta as variáveis reais apenas as nominais, como prescrito pela teoria clássica e pela Teoria Quantitativa da Moeda. Como podemos perceber pelas curvas de oferta de curto e longo prazo, as políticas econômicas tem efeito sobre as variáveis reais apenas no curto prazo, como dito pela teoria keynesiana, no longo prazo as políticas não afetam as variáveis, apenas elevando o nível de preços, como dito pela teoria clássica. 5.2.3. CURVA INCLINADA DE OFERTA POSITIVAMENTE Os dois casos de curvas de oferta que vimos são muito extremos, sendo horizontal ou vertical, não havendo nenhuma flexibilidade. Entretanto, temos casos intermediários em que a curva de oferta é positivamente inclinada a curto prazo, com o que oscilações da demanda podem provocar tanto modificações do produto como dos preços. P OA RESULTADO PRIMÁRIO Os juros incidentes sobre a dívida líquida dependem do nível de taxa de juros nominal e do estoque da dívida que, por sua vez, é determinado pelo acúmulo de déficits nominais passados. Assim, a inclusão dos juros no cálculo do déficit dificulta a mensuração do efeito da política fiscal executada pelo governo, motivo pelo qual se calcula o resultado primário do setor público, que corresponde ao déficit nominal (NFSP) menos os juros nominais incidentes sobre a dívida interna e menos os juros externos, em dólares, convertidos pela taxa média de câmbio de compra. Resultado Primário = Receitas não financeiras Despesas não financeiras Resultado Operacional É representado pela soma do resultado primário com as despesas com juros reais, ou seja, exclui do cálculo do pagamento dos juros nominais da dívida pública os efeitos da correção monetária. Assim, registra os gastos primários e o pagamento dos juros reais (excluída a inflação). A utilização desse conceito operacional é mais adequada em economias com inflação elevada. O resultado operacional inclui os gastos com juros, descontando os valores referentes à correção monetária dos juros. Resultado Operacional = Resultado Primário + Pagamento de juros reais Y Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 37 Polícia Federal Prof. César Rissete NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DO SETOR PÚBLICO NFSP (DÉFICIT NOMINAL) Também chamada de déficit nominal ou resultado nominal, corresponde a variação nominal dos saldos da dívida interna líquida, mais os fluxos externos efetivos, convertidos para reais pela taxa média de câmbio de compra. O método utilizado pelo Brasil, após a moratória de 1982, para o cálculo do déficit público, de acordo com o critério recomendado pelo FMI, é o denominado Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP). Esse conceito supõe que o déficit pode ser medido de duas maneiras diferentes: Método Acima da Linha: subtraindo despesas e receitas, de acordo com o senso comum. Não foi possível a utilização desse método pelo Brasil, considerando a complexidade na obtenção das informações, em decorrência do número de Estados (27), municípios (mais de 5000) e dezenas de empresas estatais. Resultado Nominal = Receitas Totais Gastos Totais Método Abaixo da Linha: medindo o aumento da dívida pública, visto que um aumento do déficit implica a elevação do endividamento do governo. Nesse método, utilizado pelo Brasil, o BACEN mede a variação da dívida do governo aos bancos e outras instituições financeiras; inclui também, as dívidas externas, que são autorizadas e registradas pelo Banco Central. A diferença entre o déficit operacional e o déficit nominal, é que no primeiro computam-se os juros reais, excluindo a correção monetária, e no segundo incluem-se os gastos com juros nominais, não considerando o imposto inflacionário como receita real do governo. Quanto maior a taxa de inflação, mais distante estão os dois déficits, com o déficit nominal maior que o déficit operacional. 6.2. Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) Corresponde ao saldo líquido do endividamento do setor público não-financeiro (governo central, Estados, municípios e empresas estatais) e do Banco Central com o sistema financeiro (público e privado), o setor privado não-financeiro e o resto do mundo. Entende-se por saldo líquido, o balanceamento entre as dívidas e os créditos do setor público não-financeiro e do Banco Central. É importante ressaltar que os saldos da dívida líquida são apurados pelo critério de competência, ou seja, a apropriação de encargos é contabilizada na forma prorata, independente da ocorrência de liberações ou reembolsos no período. Deve-se mencionar ainda que, diferentemente de outros países, o conceito de dívida líquida utilizado no Brasil considera os ativos e passivos financeiros do Banco Central, incluindo, dessa forma, a base monetária. Ajuste Patrimonial: item da DLSP que contabiliza a diferença entre os passivos do governo, contraídos no passado e posteriormente reconhecidos (esqueletos), e os resultados da privatização. Dívida Fiscal Líquida (DFL): é dada pela diferença entre a DLSP e o ajuste patrimonial. O setor público como qualquer outro agente econômico se defronta com uma restrição orçamentária. Se o governo gasta mais do que arrecada em determinado período, irá gerar uma necessidade de financiamento junto ao setor privado e/ou ao Banco Central. Assim temos a primeira medida: 38 Atualizada 30/05/2007 Economia Dt = Gt Rt O déficit público é uma medida de fluxo, ou seja, a mensuração deve ser feita em relação a determinado período de tempo (mês, ano, trimestre). A medida em que ocorre o déficit, há uma variação positiva na dívida pública, aumenta-se o estoque da dívida, aliás, ao contrário do déficit, a dívida é uma variável de estoque (acumulado ao longo do tempo). As fontes de financiamento que dispõe o setor público são: emissão de títulos públicos domésticos, externos e junto ao Banco Central. As operações de empréstimos do Banco Central para o Tesouro Nacional que correspondem a aumentos da base monetária podem ocorrer também de forma indireta por meio das compras em mercado aberto de títulos da dívida pública em poder do setor privado. Portanto, para captar adequadamente as NFSP do setor público consolidado é necessário agrega às operações fiscais do setor publico as mudanças ocorridas no âmbito do balanço do BACEN. Em geral, são conhecidas como operações quasefiscais . 6.3. TÍTULOS DE RESPONSABILIDADE DO TESOURO NACIONAL A Secretaria do Tesouro Nacional é o órgão responsável pela administração das dívidas públicas interna e externa, tendo por atribuição gerir a dívida pública mobiliária federal e a dívida externa de responsabilidade do Tesouro Nacional (Decreto nº 1.745, de 13 de dezembro de 1995). O Tesouro Nacional, como caixa do governo, capta recursos no mercado financeiro via emissão primária de títulos, para execução e financiamento das dívidas internas do governo, inicialmente via ORTN e LTN, após o Plano Cruzado via OTN, depois via BTN e LFT e, finalmente, via NTN uma série infindável de siglas que identificam títulos com características diferenciadas de prazos e remuneração, mas que, na sua essência, cumprem a missão básica de rolagem da dívida interna pelo Tesouro Nacional. Por representar uma parcela significativa de recursos transferidos dos agentes econômicos (pessoas físicas e jurídicas) para o Tesouro Nacional, sua movimentação tem uma participação ativa na execução da política monetária do governo. 6.3.1. NOTAS DO TESOURO NACIONAL (NTN) Foi o instrumento criado pelo governo, pela Lei n.º 8.177, de 01/03/91, e inicialmente regulamentado pelos os Decretos n . 317 e 334 com o objetivo de alongar o prazo de financiamento da dívida do Tesouro. São títulos pós-fixados com valor nominal de emissão, são nominativos e negociáveis, cuja forma de colocação pode ser direta ou por oferta pública, com a realização de leilões pelo BACEN. Os juros estão isentos de imposto de renda. As NTN-A incluem nove subséries diferentes a serem utilizadas na troca pelo BIB Brazil Investment Bond e por todos os tipos de títulos BRADIES criados quando do acordo de reestruturação da dívida em 94 e os que antecederam. Ao investidor o governo garante a mesma correção do papel externo. A vantagem para o governo é eliminar parte da dívida externa estruturada que liga o país a um passado ruim, contaminando as expectativas dos investidores e aumentando sua rejeição pelas agências internacionais de Rating (avaliação do risco de crédito). Elas em resumo servem para internalizar a dívida externa. Além destas, temos as NTNs séries B, C, D, E, F, H, I, J, L, M, P R, S, T e U, cada qual com suas características. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE A1 Finalidade: utilizada nas operações de troca por Brazil Investment Bond (BIB) INDEXADOR: CÂMBIO NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE A2 Finalidade: utilizada nas operações de troca por Interest Due and Unpaid Bond (IDU, teve origem nos juros atrasados e não pagos no período de julho de 1989 a dezembro de 1990) INDEXADOR: CÂMBIO NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE A3 Finalidade: utilizada nas operações de troca por Par Bond, títulos emitidos na reestruturação da dívida de 1992, Plano Brady. INDEXADOR: CÂMBIO NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE A9 Finalidade: substituição das NTM-L existentes junto ao Banco Central do Brasil, até o limite da obrigação decorrente do MYDFA (títulos de dívida emitidos pelo governo brasileiro em 1988 com prazo de 20 anos). INDEXADOR: CÂMBIO NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE B Finalidade: pode ser emitida para cobertura de déficit orçamentário, bem como para realização de operações de crédito por antecipação de receita (ARO), observados os limites fixados pelo poder legislativo. Todas as séries já foram resgatadas. INDEXADOR: IGP-M NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE C Finalidade: pode ser emitida para cobertura de déficit orçamentário, bem como para realização de operações de crédito por antecipação de receita (ARO), observados os limites fixados pelo poder legislativo. Prazo: mínimo de 12 meses. Taxa de juros: 6% a.a., calculada sobre o valor nominal atualizado. ATUALIZAÇÃO DO VALOR NOMINAL: PELA VARIAÇÃO DO ÍNDICE DE PREÇOS PARA O MERCADO IGP-M DO MÊS ANTERIOR, DIVULGADO PELA FGV. NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE D Finalidade: pode ser emitida para cobertura de déficit orçamentário, bem como para realização de operações de crédito por antecipação de receita (ARO), observados os limites fixados pelo poder legislativo. Prazo: mínimo de 3 meses. Taxa de juros: 6% a.a., calculada sobre o valor nominal atualizado. ATUALIZAÇÃO DO VALOR NOMINAL: PELA VARIAÇÃO DA COTAÇÃO DE VENDA DO DÓLAR DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA NO MERCADO DE CÂMBIO DE TAXAS LIVRES. ESTES TÍTULOS DÃO AOS BANCOS UM ATIVO BEM AJUSTADO AOS PASSIVOS CUJAS REMUNERAÇÕES ESTEJAM VINCULADAS AO DÓLAR E, PORTANTO, SERVINDO COMO INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO PARA QUEM DISPÕE DE CAIXA PARA NELE INVESTIR. NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE E Finalidade: refinanciamento da dívida pública mobiliária federal interna. Atualizada 30/05/2007 Economia INDEXADOR: ÍNDICE CALCULADO COM BASE NA TAXA BÁSICA FINANCEIRA DIVULGADA PELO BACEN CRIADA EM 16/06/98 COM O INTUITO DE AUMENTAR O PRAZO DA DÍVIDA INTERNA, SEU PRAZO É DE 30 ANOS. NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE F Finalidade: caução de saques de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Todas as séries já foram resgatadas. INDEXADOR: ÍNDICE CALCULADO COM BASE NA TR NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE H Finalidade: pode ser emitida para cobertura de déficit orçamentário, bem como para realização de operações de crédito por antecipação de receita (ARO), observados os limites fixados pelo poder legislativo. INDEXADOR: ÍNDICE CALCULADO COM BASE NA TR. ESSES TÍTULOS DÃO AOS BANCOS UM ATIVO BEM AJUSTADO AOS PASSIVOS CUJA REMUNERAÇÃO ESTEJA VINCULADO À TR, COMO POR EXEMPLO A CADERNETA DE POUPANÇA. NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE I Finalidade: captação de recursos para o pagamento de equalização das taxas de juros dos financiamentos à exportação de bens e serviços brasileiros amparados pelo Programa de Financiamento às Exportações (PROEX), quando previsto na Lei Orçamentária Anual. INDEXADOR: VARIAÇÃO DA COTAÇÃO DE VENDA DO DÓLAR NORTE AMERICANO. NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE J FINALIDADE: AUMENTO DE CAPITAL DO BANCO DO BRASIL. TODAS AS SÉRIES JÁ FORAM RESGATADAS. NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE L Finalidade: realização de troca de títulos de responsabilidade do Tesouro Nacional na carteira do Banco Central (Transação PTAX 800-opção 5), emitida até o limite do passivo externo do banco, a ser assumido pelo Tesouro Nacional nos termos do Plano Brasileiro de Refinanciamento e Clube de Paris. Todas as séries já foram resgatadas. NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE M Finalidade: captação dos recursos provenientes das capitalizações realizadas ao amparo do contrato de troca e subscrição dos bônus de dinheiro novo e de conversão de dívida, datados de 29 de novembro de 1993. A NTN-M pode ser utilizada como meio de pagamento para aquisição de bens e direitos alienados no âmbito do PND, nos termos da lei n.º 8031/1990 INDEXADOR: VARIAÇÃO DA COTAÇÃO DE VENDA DO DÓLAR NORTE AMERICANO. NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE P Finalidade: repasse de recursos oriundos das privatizações, às empresas estatais detentoras do capital da empresa privatizada. Tal título será trocado junto a empresas públicas que receberam reais pela privatização das estatais, de forma que tais recursos formem o Fundo Nacional de Privatização, que por Lei aplicará em projetos de saúde, segurança e tecnologia, e amortização da dívida pública mobiliária federal. INDEXADOR: ÍNDICE CALCULADO COM BASE NA TR. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 39 Polícia Federal Prof. César Rissete NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE R1 Finalidade: aquisição, por parte das entidades fechadas de previdência, que tenham por patrocinadoras, exclusivas ou não, empresas públicas, sociedades de economia mista, federais ou estaduais, inclusive as de natureza especial e fundações instituídas pelo poder público. É facultada, a aquisição por parte das demais entidades de previdência privada, bem como pelas sociedades seguradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas de previdência privada. Todas as séries já foram resgatadas. NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE R2 Finalidade: aquisição, por parte das entidades fechadas de previdência .que tenham por patrocinadoras, exclusivas ou não, empresas públicas, sociedades de economia mista, federais ou estaduais, inclusive as de natureza especial e fundações instituídas pelo poder público. É facultada, a aquisição por parte das demais entidades de previdência privada, bem como pelas sociedades seguradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas de previdência privada. INDEXADOR: COTAÇÃO DE VENDA DO DÓLAR DOS ESTADOS UNIDOS NO MERCADO DE CÂMBIO DE TAXAS LIVRES. NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE S Finalidade: podem ser emitidas para cobertura de déficits orçamentários, bem como para realização de operações de crédito por antecipação de receita (ARO), observados os limites fixados pelo poder legislativo. INDEXADOR: TAXA MÉDIA AJUSTADA DOS 6 FINANCIAMENTOS DIÁRIOS APURADOS NO SELIC . NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE T Finalidade: pode ser emitida para cobertura de déficit orçamentário, bem como para realização de operações de crédito por antecipação de receita (ARO), observados os limites fixados pelo poder legislativo. Todas as séries já foram resgatadas. NOTA DO TESOURO NACIONAL (NTN) SÉRIE U Finalidade: garantia do empréstimo contratado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão junto ao Banco do Brasil. INDEXADOR: ÍNDICE CALCULADO COM BASE NA TAXA DE JUROS DE LONGO PRAZO (TJLP). LETRA DO TESOURO NACIONAL (LTN) Finalidade: pode ser emitida para cobertura de déficits orçamentários, bem como para realização de operações de crédito por antecipação de receita (ARO), observados os limites fixados pelo poder legislativo. Prazo: mínimo de 28 meses. INDEXADOR: TÍTULO DE RENTABILIDADE PRÉFIXADA. LETRA FINANCEIRA DO TESOURO NACIONAL (LFT) Finalidade: pode ser emitida para cobertura de déficits orçamentários, bem como para realização de operações de crédito por antecipação de receita (ARO), observados os limites fixados pelo poder legislativo. Economia INDEXADOR: TAXA MÉDIA AJUSTADA DOS FINANCIAMENTOS APURADOS NO SELIC (PÓSFIXADO). A LFT É UM PAPEL QUE NÃO TRAZ PERDA AO SISTEMA FINANCEIRO, POIS SUA RENTABILIDADE ACOMPANHA A TAXA ACUMULADA DO OVERNIGHT RESTRITO ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E, POR ESTA RAZÃO, QUEM AS TEM NÃO SE DESFAZ. LETRA FINANCEIRA DO TESOURO (LFT) SÉRIE A Finalidade: pode ser emitida para assunção, pela União, de dívida de responsabilidade dos Estados e do Distrito Federal. INDEXADOR: TAXA MÉDIA AJUSTADA DOS FINANCIAMENTOS DIÁRIOS APURADOS NO SELIC, ACRESCIDA DE 0,0245%. LETRA FINANCEIRA DO TESOURO (LFT) SÉRIE E Finalidade: pode ser emitida para assunção, pela União, de dívida de responsabilidade dos Estados e do Distrito Federal. INDEXADOR: TAXA MÉDIA AJUSTADA DOS FINANCIAMENTOS DIÁRIOS APURADOS NO SELIC. BÔNUS DO TESOURO NACIONAL (BTN) BRAZIL INVESTMENT BOND (BIB) Finalidade: criado pela lei n.º 7777 de 19.7.1989, pode ser emitido para cobertura de déficit orçamentário, bem como para realização de operações de crédito por antecipação de receita (ARO), observados os limites fixados pelo poder legislativo, ou então, para troca voluntária por bônus da dívida externa brasileira, objeto de permuta por dívida externa do setor público, registrada no BACEN. Foram extintos pela lei n.º 8177/1991, mas ainda existem alguns em circulação. CERTIFICADO FINANCEIRO DO TESOURO (CFT) SÉRIE A Finalidade: atender a operações com finalidade específicas definidas em lei. Data de emissão: dia 15 de cada mês. Prazo: até 30 anos. ATUALIZAÇÃO DO VALOR NOMINAL: PELA VARIAÇÃO DO IGP-DI DO MÊS ANTERIOR, DIVULGADO PELA FGV. TAXA DE JUROS: ATÉ 6% A.A. 7 CUSTÓDIA: CETIP . CERTIFICADO FINANCEIRO DO TESOURO (CFT) SÉRIE B Finalidade: atender a operações com finalidade específicas definidas em lei. Data de emissão: dia 15 de cada mês. Prazo: até 30 anos. Atualização do valor nominal: mensalmente, com base na TR do mês anterior. Taxa de juros: até 6% a.a. CUSTÓDIA: CETIP. 7 6 Criado em 1979 e administrado pelo Banco Central do Brasil, é um Sistema Especial de LIquidação e Custódia que se destina ao registro de operações com títulos de emissão do Tesouro Nacional, BACEN, Estados e Municípios e de depósitos interfinanceiros. 40 Atualizada 30/05/2007 Criado em 1986, é uma Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados. Os produtos financeiros que podem ser custodiados na CETIP são: CDB, RDB, Debêntures, Moedas de privatização, etc. Os títulos públicos que não são objeto da dívida pública contratual também são registrados no CETIP. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete CERTIFICADO FINANCEIRO DO TESOURO (CFT) SÉRIE D Finalidade: atender a operações com finalidade específicas definidas em lei. Data de emissão: dia 15 de cada mês. Prazo: até 30 anos. Atualização do valor nominal: pela variação da cotação de venda do dólar dos EUA no mercado de câmbio de taxas livres. Taxa de juros: até 6% a.a. CUSTÓDIA: CETIP. CERTIFICADO FINANCEIRO DO TESOURO (CFT) SÉRIE E Finalidade: atender a operações com finalidade específicas definidas em lei. Data de emissão: dia 15 de cada mês. Prazo: até 30 anos. Atualização do valor nominal: mensalmente, pela variação do IGP-M do mês anterior, divulgado pela FGV. Taxa de juros: até 6% a.a. CUSTÓDIA: CETIP. CERTIFICADO DO TESOURO NACIONAL (CTN) Finalidade: prover recursos necessários à cobertura de déficits orçamentários, observados os limites ficados pelo poder legislativo. Data de emissão: dia primeiro de cada mês. Prazo: 20 anos. Atualização do valor nominal: com base na variação do IGP-M, divulgado pela FGV, ou outro índice que venha a substituí-lo. CUSTÓDIA: CETIP. CERTIFICADO DA DÍVIDA PÚBLICA (CDP) FINALIDADE: QUITAR AS DÍVIDAS JUNTO AO INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL (INSS). RENTABILIDADE PÓS-FIXADA PELA VARIAÇÃO DA TR CUSTÓDIA: CETIP TÍTULO DA DÍVIDA AGRÁRIA (TDA) Finalidade: Promoção da reforma agrária, sob a forma de Desapropriação ou Aquisição de Imóvel Rural Data de emissão: dia primeiro de cada mês Atualização do valor nominal: mensalmente, com base na TR referente ao mês anterior CUSTÓDIA: CETIP 6.4. TÍTULOS DE RESPONSABILIDADE DO BANCO CENTRAL DO BRASIL Para lançar um título no mercado, isto é, para fazer a primeira venda de um título mercado primário, o BACEN realiza o chamado leilão primário. Em geral, quem participa desse leilão são instituições financeiras que utilizam os títulos para compor as exigências dos fundos e de outros depósitos compulsórios, além de assegurar a rentabilidade de outras aplicações que ofereçam aos seus clientes. Entretanto, a instituição não é obrigada a carregar o papel, comprado em leilão primário, até seu vencimento. É prática comum a venda desses títulos a outras instituições, seja de forma definitiva ou por meio de operações compromissadas (venda com recompra em prazo e preço previamente definidos) e, dessa forma, cria-se o mercado secundário, que tem no mercado aberto ou OPEN MARKET o seu instrumento. Atualizada 30/05/2007 Economia Este processo, de forma implícita, é um mecanismo de financiamento do governo via mercado financeiro, onde ocorre, simplificadamente, a seguinte operação: o BACEN vende títulos públicos às instituições financeiras, a uma determinada taxa de juros; os bancos pagam à vista e vão ao mercado diariamente obter os recursos para financiar estas posições, repassando esses títulos aos investidores, com o compromisso de recomprá-los no dia seguinte e pagando uma taxa diária. Portanto, temos aí uma operação de overnight. Para o BACEN, o Open Market é um instrumento de sintonia fina da política monetária, vendendo títulos quando há excesso de recursos na economia ou resgatando-os quando há ausência e é necessário aumentar a liquidez. É por meio dessas operações que o BACEN influencia a taxa de juros. O Overnight é uma operação desenvolvida dentro do Open Market. O mecanismo do Overnight é diferente, porque o aplicador compra títulos públicos no mercado secundário, com a condição de revendê-lo no dia seguinte (operações compromissadas), por uma taxa predeterminada entre as partes. É nas operações overnight de troca de reservas bancárias lastreadas em títulos públicos federais que se forma o juro primário da economia Taxa SELIC, que serve de referência para todas as demais taxas de juros. Os títulos públicos são movimentados via SELIC (SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA), onde estão registradas em computador a posse dos títulos e a disponibilidade de reservas, de todos os bancos. BÔNUS DO BANCO CENTRAL DO BRASIL (BBC) Finalidade: instrumento de política monetária. Título prefixado. PRAZO: MÍNIMO DE 28 DIAS. BÔNUS DO BANCO CENTRAL DO BRASIL (BBC) SÉRIE A Finalidade: execução de política monetária. Criados em 11/97, são títulos híbridos que rendem um período inicial, de no mínimo 7 dias, taxas prefixadas, após esse período o papel é remunerado pela SELIC. São títulos utilizados para momentos de instabilidade do mercado, em que se deseja fazer uma transição suave de taxas de juros pós-fixadas para prefixada. LETRA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL (LBC) Finalidade: instrumento de política monetária. As LBC, criadas no governo Collor, são títulos idênticos às LFT, emitidas pela primeira vez no governo Sarney, sendo de curto prazo, de rendimento igual à taxa média de juros prefixada no Overnight e, dessa forma, sendo quase moeda, impedem o BACEN de praticar uma política monetária ativa. A partir de 03/91, deixou de existir a apuração da taxa líquida, já que, a partir desse mês, o Overnight de títulos públicos passou a ser apenas troca de reservas entre as instituições financeiras. As atuais posições em LBC foram emitidas para substituir os papéis estaduais (LFT-E), de forma a garantir a rolagem tranqüila da dívida desses estados (basicamente, RJ, SP, MG, RS), bem como garantir um menor custo de financiamento das mesmas. PRAZO: MÁXIMO DE 30 MESES. RENDIMENTO: DEFINIDO PELA SELIC. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 41 Polícia Federal Economia Prof. César Rissete LETRA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL PARA VENDA A TERMO A INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ESTADUAIS (LBC-E) Finalidade: venda a termo a bancos comerciais estaduais e federais e a instituições financeiras estaduais e federais, detentoras de carteira comercial, previamente credenciadas pelo BACEN, para servir de troca temporária com títulos públicos estaduais. As operações de venda a termo somente poderão ser realizadas com instituições financeiras federais quando vinculadas a títulos públicos estaduais de emissão do Estado, cujas instituições estejam em processo final de privatização ou de transformação em Agência de Fomento. Não consiste em endividamento efetivo, tendo em vista que seu custo é anulado quando do resgate da respectiva nota promissória, dada em garantia à autoridade monetária. Prazo: a ser definido pelo BACEN na época da contratação RENDIMENTO: DEFINIDO PELA SELIC. NOTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL SÉRIE FLUTUANTE (NBCF) Finalidade: instrumento de política monetária. Criada em 09/98 pela resolução 2.043 do BACEN. Atualização do valor nominal: pela variação da cotação de venda do dólar dos Estados Unidos da América no mercado de câmbio de taxas flutuantes. Taxa de juros: 6% a.a., calculada sobre o valor nominal atualizado. PRAZO: MÍNIMO DE TRÊS MESES. NOTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL SÉRIE ESPECIAL (NBCE) Finalidade: instrumento de política monetária. Atualização do valor nominal: pela variação da cotação de venda do dólar dos Estados Unidos da América no mercado de câmbio de taxas livres. Taxa de juros: 6% a.a., calculada sobre o valor nominal atualizado. PRAZO: MÍNIMO DE TRÊS MESES. NOTA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL SÉRIE A (NBCA) Finalidade: instrumento de política monetária. Criada em 1988. PRAZO: MÍNIMO DE 28 DIAS. FONTE: RELATÓRIO MENSAL DA DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL, ABRIL DE 2007. WWW.STN.FAZENDA.GOV.BR TABELA A.1. ESTOQUE DA DPF EM PODER DO PÚBLICO E DO BANCO CENTRAL. R$ Bilhões Jan/07 DPF EM PODER DO PÚBLICO DPMFi LFT LTN NTN-B NTN-C NTN-D NTN-F Dívida Securitizada TDA Outros 1 DPFe 2 Dívida Mobiliária Global US$ Global BRL Euro 3 BIB Outros Dívida Contratual Organismos Multilaterais Bancos/Agências DPMFi EM PODER DO BANCO CENTRAL LTN LFT NTN-D Demais 1 Fev/07 Mar/07 Abr/07 1.228,42 1.087,90 421,53 314,75 172,29 64,96 1,24 60,85 19,03 4,21 29,04 140,53 110,31 86,32 6,46 15,33 0,47 1,72 30,22 24,42 5,80 1.260,39 1.120,05 428,73 328,84 174,53 65,00 1,25 67,49 20,93 4,21 29,05 140,34 110,00 85,84 8,03 13,91 0,47 1,75 30,34 24,54 5,80 1.278,27 1.142,65 415,75 348,32 180,27 65,11 1,22 77,47 21,45 4,34 28,71 135,62 106,76 82,07 8,87 13,69 0,41 1,71 28,87 23,58 5,29 1.285,94 1.151,47 424,63 327,41 192,46 62,55 1,22 89,13 21,25 4,45 28,36 134,47 106,19 82,37 8,96 13,83 0,41 0,62 28,28 23,43 4,86 299,89 143,71 82,94 310,94 149,68 83,68 13,66 59,58 13,55 64,03 307,01 154,05 69,30 13,25 70,40 299,77 138,37 76,13 13,27 72,00 Inclui dívida agrícola; 2 Valores da DPFe convertidos de todas as moedas para US$ e, posteriormente, de US$ para R$ com a cotação do último dia do mês; 3 Ressalta-se que ainda estão em circulação os BIBs, títulos de renegociação anterior ao Plano Brady, que não possuem cláusula de recompra e cujo estoque representa aproximadamente 0,3% do estoque total da DPFe; Obs: A partir de outubro de 2006, o estoque da DPFe incorpora os juros nominais por competência. 42 Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Economia Prof. César Rissete TABELA A.2 - COMPOSIÇÃO DA DPMFi EM PODER DO PÚBLICO R$ Bilhões Prefixados Mês jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 375,60 396,33 425,80 416,54 Índice Preços 34,53% 35,39% 37,26% 36,17% 250,72 253,02 258,90 268,52 23,05% 22,59% 22,66% 23,32% Selic 423,18 430,40 417,42 426,32 Câmbio 38,90% 38,43% 36,53% 37,02% 14,16 14,15 13,73 13,37 1,30% 1,26% 1,20% 1,16% TR 24,24 26,15 26,80 26,71 Outros 2,23% 2,33% 2,35% 2,32% 0,00 0,00 0,00 0,00 Total 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1.087,90 1.120,05 1.142,65 1.151,47 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% TABELA A.3 - COMPOSIÇÃO DA DPFe EM PODER DO PÚBLICO R$ Bilhões Dólar jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 117,01 116,65 111,35 111,07 83,27% 83,12% 82,10% 82,59% Euro Real Outros 15,33 10,91% 6,46 4,60% 1,72 13,91 9,91% 8,03 5,72% 1,75 13,69 10,09% 8,87 6,54% 1,71 13,83 10,29% 8,96 6,66% 0,62 Total 1,23% 1,25% 1,26% 0,46% 140,53 140,34 135,62 134,47 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% TABELA A.4 - VENCIMENTOS DA DPF EM PODER DO PÚBLICO DPF R$ Bilhões Até 12 meses Mês jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 410,29 407,66 409,81 426,87 33,40% 32,34% 32,06% 33,20% De 1 a 2 anos 268,97 283,94 294,89 244,64 21,90% 22,53% 23,07% 19,02% De 2 a 3 anos 178,68 180,68 195,17 208,76 De 3 a 4 anos 14,55% 93,39 14,34% 104,57 15,27% 101,56 16,23% 113,44 7,60% 8,30% 7,95% 8,82% De 4 a 5 anos Acima de 5 anos 72,57 76,41 72,82 80,52 204,54 207,12 204,02 211,71 5,91% 6,06% 5,70% 6,26% 16,65% 16,43% 15,96% 16,46% Total 1.228,44 1.260,39 1.278,27 1.285,94 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% TABELA A.5 - PRAZO MÉDIO DA DPF EM PODER DO PÚBLICO, POR TÍTULO Meses Jan/07 DPF Fev/07 Mar/07 Abr/07 DPMFi Tesouro Nacional 36,31 31,88 31,88 36,10 31,64 31,64 36,07 31,88 31,88 36,79 32,69 32,69 LFT LTN NTN - B NTN - C NTN - D NTN - F TDA Dívida Securitizada Demais Banco Central 21,89 10,38 57,01 82,27 16,71 38,72 59,61 86,86 94,37 - 21,75 10,03 57,89 81,66 15,77 38,46 58,80 87,14 93,70 - 22,92 9,69 58,02 81,14 14,77 38,44 58,65 86,58 93,11 - 22,54 10,55 58,51 83,20 13,74 38,13 57,76 85,69 93,54 - 70,64 74,31 71,73 75,58 71,41 74,96 71,93 75,51 81,83 40,52 75,73 35,69 3,59 57,22 81,85 44,52 80,61 34,76 2,64 57,79 81,18 43,48 81,90 37,46 1,61 58,27 81,14 42,94 80,89 36,46 3,00 58,51 N/D N/D - 62,97 35,92 - 62,97 37,30 - 62,47 39,40 - 1 NBC-E DPFe Dívida Mobiliária Globals Euros Reais 2 BIB Outros Dívida Contratual 3 Organismos Multilaterais Bancos Privados e Ag. Gover. Clube de Paris 1 Inclui os títulos do Tesouro Nacional e do Banco Central em poder do público; 2 Ressalta-se que ainda estão em circulação os BIBs, títulos de renegociação anterior ao Plano Brady, que não possuem cláusula de recompra e cujo estoque representa aproximadamente 0,3% do estoque total da DPFe; 3 O Tesouro Nacional está revisando a metodologia de cálculo da Dívida Contratual Externa, em linha com a já existente para o cálculo do prazo médio da DPMFi e da Dívida Mobiliária Externa. Obs. 1: A partir de outubro de 2006, o cálculo do prazo médio da DPFe passou a incorporar os juros nominais por competência. Obs. 2: O Tesouro Nacional revisou a metodologia do prazo médio da Dívida Mobiliária externa, com o objetivo de padronizar e integrar a apuração dos prazos da dívida interna e externa. Pelo novo método, o prazo médio de cada título é calculado descontando-se seus fluxos futuros pela yield de emissão, e não mais pela taxa do cupom. Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 43 Polícia Federal Economia Prof. César Rissete TABELA A.6 - PRAZO MÉDIO DA DPF EM PODER DO PÚBLICO Meses Jan/07 DPF DPMFi 1 Prefixados Índice de Preços Selic Câmbio TR Outros DPFe Dívida Mobiliária Globals Euros Reais 2 BIB Outros Dívida Contratual 3 Organismos Multilaterais Bancos Privados e Ag. Gover. Clube de Paris 1 Fev/07 Mar/07 Abr/07 36,31 31,88 14,97 65,17 21,86 109,24 79,25 70,64 74,31 81,83 40,52 36,10 31,64 14,87 65,52 21,72 108,49 79,85 71,73 75,58 81,85 44,52 36,07 31,88 14,92 65,34 22,88 107,83 79,38 71,41 74,96 81,18 43,48 36,79 32,69 16,45 65,69 22,50 109,37 78,32 71,93 75,51 81,14 42,94 75,73 35,69 80,61 34,76 81,90 37,46 80,89 36,46 2,64 57,79 62,97 35,92 - 1,61 58,27 62,97 37,30 - 3,00 58,51 62,47 39,40 - 3,59 57,22 N/D N/D - Inclui os títulos do Tesouro Nacional e do Banco Central em poder do público; 2 Ressalta-se que ainda estão em circulação os BIBs, títulos de renegociação anterior ao Plano Brady, que não possuem cláusula de recompra e cujo estoque representa aproximadamente 0,3% do estoque total da DPFe; 3 O Tesouro Nacional está revisando a metodologia de cálculo da Dívida Contratual Externa, em linha com a já existente para o cálculo do prazo médio da DPMFi e da Dívida Mobiliária Externa. Obs. 1: A partir de outubro de 2006, o cálculo do prazo médio da DPFe passou a incorporar os juros nominais por competência. Obs. 2: O Tesouro Nacional revisou a metodologia do prazo médio da Dívida Mobiliária externa, com o objetivo de padronizar e integrar a apuração dos prazos da dívida interna e externa. Pelo novo método, o prazo médio de cada título é calculado descontando-se seus fluxos futuros pela yield de emissão, e não mais pela taxa do cupom. TABELA A.7 - CUSTO MÉDIO MENSAL DA DPF EM PODER DO PÚBLICO % a.a. Jan/07 DPF DPMFi LFT LTN NTN - B NTN - C NTN - D NTN - F TDA Dívida Securitizada Outros DPFe Dívida Mobiliária Globals Euros Reais 1 BIB Outros Dívida Contratual 2 Organismos Multilaterais Bancos/Agências Clube de Paris 13,00 14,21 13,40 15,49 15,21 16,12 4,27 14,50 7,06 8,13 6,46 1,08 1,08 2,95 (13,16) 13,02 (1,31) (10,11) N/D N/D N/D - Fev/07 13,64 13,99 13,20 14,89 16,47 13,79 7,30 14,01 5,47 7,83 7,75 10,10 10,10 5,92 32,74 12,64 1,55 25,57 N/D N/D N/D - Mar/07 10,21 13,02 13,00 14,70 14,20 13,98 (22,84) 13,84 6,68 7,65 (5,66) (19,86) (19,86) (23,82) (16,34) 12,46 (26,97) (23,69) N/D N/D N/D - Abr/07 12,19 12,86 12,83 14,50 12,92 10,23 1,16 13,61 6,10 7,62 4,13 4,88 4,88 (0,19) 29,67 12,46 (4,26) 22,01 N/D N/D N/D - 1 Ressalta-se que ainda estão em circulação os BIBs, títulos de renegociação anterior ao Plano Brady, que não possuem cláusula de recompra e cujo estoque representa aproximadamente 0,3% do estoque total da DPFe; 2 O Tesouro Nacional está desenvolvendo metodologia de cálculo da Dívida Contratual Externa, em linha com a já existente para o cálculo do custo médio da DPMFi e da Dívida Mobiliária Externa. 44 Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Economia Prof. César Rissete TABELA A.8 - CUSTO MÉDIO DA DPF EM PODER DO PÚBLICO, ACUMULADO NOS ÚLTIMOS 12 MESES % a.a. Jan/07 DPF DPMFi LFT LTN NTN - B NTN - C NTN - D NTN - F TDA Dívida Securitizada Outros DPFe Dívida Mobiliária Globals Euros Reais 1 BIB Outros 2 Dívida Contratual Organismos Multilaterais Bancos/Agências Clube de Paris Fev/07 Mar/07 Abr/07 14,02 14,63 14,99 16,58 12,90 13,42 7,24 15,66 6,50 8,12 14,34 14,53 14,68 16,35 12,89 13,69 10,94 15,46 6,49 8,09 13,58 14,19 14,25 16,00 12,75 14,28 5,52 15,17 6,45 8,06 13,84 14,22 14,10 15,90 12,85 14,88 8,94 15,10 6,53 8,10 7,41 7,96 7,96 6,14 11,95 12,97 1,48 3,95 N/D N/D N/D - 8,81 12,37 12,37 9,86 21,34 13,15 5,00 10,10 N/D N/D N/D - 7,01 6,96 6,96 4,37 13,60 12,82 (0,05) 5,34 N/D N/D N/D 8,30 9,72 9,72 7,71 15,07 12,87 3,15 6,50 N/D N/D N/D 1 Ressalta-se que ainda estão em circulação os BIBs, títulos de renegociação anterior ao Plano Brady, que não possuem cláusula de recompra e cujo estoque representa aproximadamente 0,3% do estoque total da DPFe; 2 O Tesouro Nacional está desenvolvendo metodologia de cálculo da Dívida Contratual Externa, em linha com a já existente para o cálculo do custo médio da DPMFi e da Dívida Mobiliária Externa. LISTA DE EXERCÍCIOS MICROECONOMIA 1. O modelo básico da oferta e da demanda é utilizado para analisar os mais variados problemas econômicos. Com base nesse modelo, julgue os itens seguintes. 1) No Brasil, a política de fixação de preços mínimos para determinados produtos agrícolas provoca excesso de demanda, permitindo, assim, o escoamento da produção dessas mercadorias. 2) Se a demanda por serviços bancários for inelástica, a informatização crescente desse setor conduzirá à redução do emprego dos bancários. 3) A elasticidade-preço de longo prazo da curva de oferta, para determinado bem, é superior à elasticidade de curto prazo, porque, no longo prazo, os fatores de produção podem ser ajustados. 4) No Brasil, a redução do preço do petróleo e a recente valorização do real frente ao dólar deslocam a curva de oferta de gasolina para cima e para a esquerda. 5) O crescimento da indústria turística no Nordeste brasileiro explica-se, em parte, pelas elevadas elasticidades-renda que caracterizam esses serviços. Atualizada 30/05/2007 2. O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta como pela procura. Colocando em um único gráfico as curvas de oferta e procura de um bem ou serviço qualquer, a intersecção das curvas é o ponto de equilíbrio E, ao qual correspondem o preço p0 e a quantidade q0. Este ponto é único: a quantidade que os consumidores desejam comprar é exatamente a quantidade que os produtores querem vender. Ou seja, não há excesso ou escassez de oferta ou de demanda. Existe coincidência de desejos. (Trecho extraído do livro Economia: micro e macro de Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos, São Paulo. Atlas, 2.000 p. 66) Dadas a função de demanda (D = 20 2p) e a função de oferta (S = 12 + 2p), pede-se: 1) determinar o preço de equilíbrio (p0); 2) determinar a respectiva quantidade de equilíbrio (q0); 3) identificar se existe excesso de oferta ou de demanda, se o preço for $ 3 e 4) definir a magnitude desse excesso (q). Indique a opção correta. a) 1) p0 = $ 2; 2) q0 = 16 un.; 3) excesso de oferta e 4) q = 4 un. b) 1) p0 = $ 2; 2) q0 = 16 un.; 3) excesso de demanda e 4) q = 4 un. c) 1) p0 = $ 4; 2) q0 = 12 un.; 3) excesso de oferta e 4) q = 8 un. d) 1) p0 = $ 4; 2) q0 = 12 un.; 3) excesso de demanda e 4) q = 8 un. e) 1) p0 = $ 6; 2) q0 = 10 un.; 3) excesso de oferta e 4) q = 6 un. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 45 Polícia Federal Prof. César Rissete 3. Suponha que a demanda por cigarros seja quase que totalmente inelástica, que a oferta seja positivamente inclinada e o mercado competitivo Considere as afirmações abaixo referentes à introdução de um imposto sobre a venda de cigarros: I) A incidência econômica deste imposto deverá recair sobre os vendedores de cigarro. II) A medida é ineficaz se pretende reduzir significativamente o consumo de cigarros. III) O imposto provoca um aumento de preços praticamente igual ao tamanho do imposto. É correto afirmar: a) I, II e III. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) III, apenas. e) II e III, apenas. 4. Quanto à ineficiência causada pela introdução de impostos e subsídios é correto afirmar que: a) impostos sobre folha de pagamento não geram ineficiências. b) a ineficiência de um imposto sobre uma mercadoria é inversamente proporcional à elasticidade da demanda. c) a ineficiência de um imposto sobre uma mercadoria é inversamente proporcional à sua alíquota. d) impostos do tipo lump sum não geram ineficiência. e) subsídios não geram ineficiência. 5. Suponha um mercado de bens de luxo em que a demanda é relativamente mais elástica que a oferta. Caso o governo coloque um imposto sobre o bem em questão, ocorrerá o seguinte: a) a incidência jurídica do imposto determina que o excedente do produtor diminuirá mais do que o excedente do consumidor e, por esta razão, vale a pena tributar bens como bebidas alcoólicas de luxo. b) o peso-morto do imposto será mínimo. c) a incidência econômica do imposto será igual para produtores e consumidores d) a incidência econômica do imposto será diferente entre produtores e consumidores e o peso-morto do imposto será máximo. e) a incidência econômica do imposto será maior sobre os produtores. 6. A teoria da oferta e demanda, que estuda as interações entre vendedores e compradores em uma economia de mercado, constitui o cerne do estudo dos fenômenos econômicos. Utilizando os conceitos essenciais dessa teoria, julgue os itens abaixo. 1) Supondo-se as elasticidades da oferta e da demanda finitas, quando o preço da gasolina cai, a demanda de óleo de motor aumenta e isso provoca, ceteris paribus, uma alta no preço do óleo de motor, se esse produto for um bem normal. 2) A preocupação recente com a boa forma física multiplica o número de academias de ginástica, contribuindo, assim, para deslocar a demanda de equipamentos de musculação para baixo e para a esquerda. 3) Se a demanda de produtos agrícolas for perfeitamente inelástica em relação ao preço, então, uma supersafra agrícola aumentará, substancialmente, a renda dos agricultores. 4) O desenvolvimento de inseticidas mais eficazes para combater gafanhotos que ataquem as lavouras de milho desloca a curva de oferta desse produto, para baixo e para a direita, aumentando, assim, a oferta desse produto. 46 Atualizada 30/05/2007 Economia 5) A implementação de uma política de controle de aluguéis contribui para aumentar a demanda e a quantidade disponível de imóveis para alugar. 7. Utilizando os conceitos básicos da teoria microeconômica, julgue os itens seguintes. 1) A magnitude das elasticidades preço da demanda de mercado dos diferentes bens depende da disponibilidade de bens substitutos. 2) Supondo-se que a expansão do efetivo policial conduza a um aumento da necessidade de melhor equipá-lo, por exemplo, com armamentos e viaturas, então as exigências em termos de pessoal e equipamentos são bens substitutos no que diz respeito à provisão dos serviços de segurança pública. 3) Levada a cabo, recentemente, por alguns governos estaduais, a redução do ICMS que incide sobre automóveis pode ser vista como um deslocamento para cima e para a esquerda da curva de oferta desse produto. 4) Análises da demanda de farinha de mandioca, no Brasil, indicam que uma expansão da renda dos consumidores reduz a demanda por esse produto. Caso essas análises estejam corretas, então a farinha de mandioca é um bem inferior. 8. Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público, a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os ordenamentos jurídicos de diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação ou às atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori que tal ou qual atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma como o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que dirá que gama ou elenco de atividades se incluem no seu âmbito. Pedro Henrique Poli de Figueiredo. Uma contribuição para o conceito de regulação do serviço público no Brasil . In: Marco regulatório, n.º 1 (com adaptações). Considerando o texto acima, julgue os itens a seguir, a respeito da regulação de mercados. 1) Regulação de mercados poderia ser definida como o conjunto de ações públicas que busca melhorar a eficiência da alocação dos recursos no mercado, ou aumentar o bem-estar social dessa alocação. 2) A regulação visa criar sistemas de competição em setores que tendem a funcionar sob o regime de monopólios naturais, que provocam a existência de custos fixos importantes, grande proporção de investimentos irreversíveis, gerando barreiras à entrada de novos investidores. 3) A regulação visa corrigir a ocorrência de externalidades, como contaminação, utilização de recursos naturais e efeitos da poluição. 4) Um aspecto que não precisa ser contemplado pela regulação é a assimetria de informação, que consiste em o produtor ter mais informação que o consumidor e não a transferir, pois o Estado deve deixar que o mercado encontre seu ponto de equilíbrio. 5) Uma política adequada de regulação deve ter objetivos claros quantificáveis, tendo presente que regulação não é apenas fixar preço. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete 09. Com base na imposição de um imposto, assinale a única opção falsa. a) Quando um imposto é aplicado num mercado, há dois preços de interesse: o que o demandante paga e o que o ofertante recebe. b) O imposto sobre a quantidade é uma taxa cobrada por cada unidade vendida ou comprada do bem. c) O imposto sobre o valor é uma taxa expressa em unidades percentuais. d) A parte de um imposto que é repassada aos consumidores independe das inclinações relativas das curvas de oferta e demanda. e) A produção perdida é o custo social do imposto. 10. Sob o ponto de vista da distribuição da incidência tributária, indique a opção errada. a) Um imposto sobre os vendedores desloca a curva de oferta para cima, em montante maior ao do imposto. b) Quando um bem é tributado, compradores e vendedores partilham o ônus do imposto. c) A única diferença entre tributar o consumidor e tributar o vendedor está em quem envia o dinheiro para o governo. d) A incidência tributária depende das elasticidadespreço da oferta e da demanda. e) O ônus do imposto tende a recair sobre o lado do mercado que for menos elástico. 11. Ao analisar os efeitos da tributação sobre os bens e fatores sob as condições do mercado perfeito, é necessário avaliar os efeitos da aplicação do imposto unitário e do ad valorem sobre as diversas indústrias no mercado competitivo. Marque a afirmativa falsa. a) Os efeitos da aplicação do imposto unitário podem afetar tanto o consumidor, quanto o produtor. b) Os tributos ad valorem incidem sobre o valor da operação. c) A elasticidade não afeta a distribuição do ônus tributário entre o consumidor e o produtor, no caso da aplicação do imposto unitário. d) Os tributos unitários e ad valorem podem ser aplicados no caso de monopólio. e) Os tributos unitários incidem sobre cada unidade de produto. 12. Um sistema tributário regressivo caracteriza-se por a) elevar as alíquotas à medida que a renda aumentar b) incidir sobre a renda e a riqueza c) apresentar crescimento da relação entre carga tributária e renda com o aumento do nível de renda d) exercer um controle automático sobre a demanda agregada e) onerar os segmentos sociais de menor poder aquisitivo Economia LISTA DE EXERCÍCIOS MACROECONOMIA 1. Considere c: papel-moeda em poder do público/meios de pagamentos d: depósitos a vista nos bancos comerciais/meios de pagamentos R: encaixe total dos bancos comerciais/depósitos a vista nos bancos comerciais m = multiplicador dos meios de pagamentos em relação à base monetária Com base nestas informações, é incorreto afirmar que, tudo o mais constante: a) quanto maior d, maior será m b) quanto maior c, menor será d c) quanto menor c, menor será m d) quanto menor R, maior será m e) c + d > c, se d for 0 2. Considere: Ipr = investimento privado Ipu = investimento público Spr = poupança privada Sg = poupança do governo Se = poupança externa Com base nas identidades macroeconômicas fundamentais, pode-se afirmar que: a) Ipr + Ipu = Spr + Sg b) déficit público = Spr - Ipr + Se c) Ipr + Ipu - Se = Spr + Sg d) déficit público = Spr + Ipr + Se e) Ipr = Spr + Se 3. Se base monetária dobra e tanto as razões depósitos à vista/meios de pagamento (d1) e reservas totais/depósitos à vista R permanecem constantes, a oferta de moeda: a) cai pela metade b) permanece constante c) dobra 1 d) aumenta por um fator 1 d1(1 R) 1 1 e) cai por um fator x 2 1 d1(1 R) 4. Num sistema bancário com reserva de 100%, o multiplicador monetário é igual a: a) 0 b) 1 c) 10 d) 100 e) 1/10 GABARITO MICROECONOMIA 01 E, C, C, E, C 02 A 03 E 04 D 05 E 06 C, E, E, C, E 07 C, E, E, C 08 C, C, C, E, C 09 D 10 A 11 C 12 E Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 47 Polícia Federal Prof. César Rissete 5. Considere as seguintes informações para uma economia fechada e com governo: Y = 1200 C = 100 + 0,7Y I = 200 onde: Y = produto agregado; C = consumo agregado; e I = investimento agregado. Com base nestas informações, pode-se afirmar que, considerando o modelo keynesiano simplificado, para que a autoridade econômica consiga um aumento de 10% no produto agregado, os gastos do governo terão que sofrer um aumento de: a) 60% b) 30% c) 20% d) 10% e) 8% 6. Com relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que: a) quanto maior a taxa de juros, menor é a demanda por moeda. b) na ausência dos casos clássico e da armadilha da liquidez, uma política fiscal expansionista eleva a taxa de juros. c) na ausência dos casos clássico e da armadilha da liquidez, uma política fiscal expansionista eleva a renda. d) no caso da armadilha da liquidez, uma política fiscal expansionista não aumenta o nível de renda. e) quanto maior a renda, maior é a demanda por moeda. 7. Considere: M/P = 0,2Y - 15r Y = 600 - 1000r P Y = 500 P=1 Onde: M = oferta nominal de moeda; P = nível geral de preços; Y = renda real; P Y = renda real de pleno emprego; e r = taxa de juros. Com base nestas informações, pode-se afirmar que o valor da oferta de moeda necessária ao pleno emprego é de: a) 80,0 b) 98,5 c) 77,2 d) 55,1 e) 110,0 48 Atualizada 30/05/2007 Economia 8. Com relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que: a) no chamado caso da armadilha da liquidez , em que a LM é horizontal, uma elevação dos gastos públicos eleva a renda sem afetar a taxa de juros. b) excluídos os casos clássico e da armadilha da liquidez , numa economia fechada a elevação dos gastos públicos eleva a renda. Esta elevação, entretanto, é menor comparada com o resultado decorrente do modelo keynesiano simplificado, em que os investimentos não dependem da taxa de juros. c) no chamado caso clássico , em que a LM é vertical, uma elevação dos gastos públicos só afeta as taxas de juros. d) se a IS é vertical, a política fiscal não pode ser utilizada para elevação da renda. e) na curva LM, a demanda por moeda depende da taxa de juros e da renda. 9. Considerando o modelo IS/LM com os casos denominados de "clássico" e da "armadilha da liquidez", podemos afirmar que: a) no "caso clássico", deslocamentos da curva IS só altera o nível do produto uma vez que a taxa de juros é fixa. b) tanto no "caso clássico" quanto no caso da "armadilha da liquidez", elevações dos gastos públicos causam alterações no produto. A diferença, entre os dois casos, está apenas na possibilidade ou não de alterações nas taxas de juros. c) no caso da "armadilha da liquidez", a política fiscal é totalmente inoperante, ocorrendo o oposto no "caso clássico". d) tanto no "caso clássico" quanto no caso da "armadilha da liquidez", o nível do produto é dado. A diferença está apenas nos efeitos dos deslocamentos da curva IS sobre as taxas de juros. e) o "caso clássico" ocorre quando a demanda por moeda é totalmente insensível à taxa de juros; já o caso da "armadilha da liquidez" ocorre quando a demanda por moeda é infinitamente elástica em relação à taxa de juros. 10. Uma dada economia fechada pode ser representada pelas seguintes equações (em unidades monetárias): A curva IS: Y = 150 500 r A demanda por moeda: M/P = 0,5Y 100 r Com esta caracterização, para que se alcance um nível de renda de 100 e se estabilizem os preços em 1, deveríamos ter uma oferta de moeda de: a) 100 e a taxa de juros se situaria no patamar de 5% b) 40 e a taxa de juros se situaria no patamar de 10% c) 40 e a taxa de juros se situaria no patamar de 25% d) 950 e a taxa de juros se situaria no patamar de 10% e) 50 e a taxa de juros se situaria no patamar de 50% Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete 11. Em relação ao modelo IS/LM podemos afirmar que: a) a eficácia da política fiscal está diretamente relacionada à elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros b) quanto maior a sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros, menor a eficácia da política monetária c) a política fiscal independe do multiplicador de gastos d) a política fiscal será mais eficiente se for válida a Teoria Quantitativa da Moeda e) quanto maior a elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros, maior a eficácia da política monetária 12. Considerando o modelo de oferta e demanda agregada; considere ainda que, no longo prazo os preços são flexíveis, mas no curto prazo, verifica-se rigidez total nos preços. Então, é correto afirmar que: a) deslocamentos na demanda agregada afetam o produto agregado tanto no curto quanto no longo prazo. A diferença entre os dois casos está apenas no grau de intensidade dos efeitos da demanda sobre o produto. b) deslocamentos na demanda agregada no longo prazo só afetam o nível de preços; já no curto prazo, tais deslocamentos só afetam o produto agregado. c) no longo prazo, deslocamentos na demanda agregada afastam o produto agregado do seu nível de pleno emprego. Tal efeito, entretanto, não ocorre no curto prazo. d) tanto no curto quanto no longo prazo, deslocamentos na demanda agregada afastam o produto do seu nível de pleno emprego. A diferença está nos efeitos desses deslocamentos sobre a inflação. e) tanto no curto quanto no longo prazo, o produto agregado encontra-se em seu nível de pleno emprego. Assim, deslocamentos da demanda agregada só causam efeitos sobre a inflação, cuja intensidade é maior no longo prazo. 13. Com base no modelo IS/LM sem os casos clássico e o da armadilha da liquidez , julgue os itens abaixo: a) um aumento na oferta de M1 eleva o produto. b) uma política de crédito expansionista aumenta as taxas de juros. c) um aumento nos recolhimentos compulsórios dos bancos não altera o produto. d) uma elevação dos investimentos privados eleva as taxas de juros. e) uma redução nos impostos eleva as taxas de juros. 14. Considere o modelo de oferta agregada com preços totalmente flexíveis no curto prazo. Sabendose que no longo prazo o produto é determinado pela disponibilidade de capital, trabalho e tecnologia, pode-se afirmar que: a) no longo prazo, a política monetária afeta o nível de preços mas não o produto ou o emprego. b) no curto prazo, não existe possibilidade de inflação no modelo, já que as pressões inflacionárias são neutralizadas pelo desemprego. c) no longo prazo, apenas uma política fiscal expansionista terá efeitos sobre o crescimento do produto. d) uma elevação exógena nos custos não causa inflação uma vez que os preços são flexíveis e tal flexibilidade resulta em quedas em outros preços na economia, de forma que as pressões iniciais são neutralizadas. e) uma redução na demanda agregada não gera recessão no curto prazo. Atualizada 30/05/2007 Economia 15. Considere as seguintes funções: i) Y = Y(r, G, A), onde Y = renda e r = taxa de juros; G = gastos do governo; A = outros componentes da demanda; Y/ r < 0 e Y/ G > 0; ii) Ms = Md (Y, r); onde Ms = oferta exógena de moeda; Md = demanda por moeda; Y = renda; e r = taxa de juros; Md/ Y > 0 e Md/ r < 0. A notação Y significa variação de Y; G variação de G e assim por diante. Com base nestas informações e supondo que a economia opera abaixo do pleno emprego, é correto afirmar que: a) neste modelo, quanto maiores os gastos do governo, menor será a taxa de juros de equilíbrio. b) as duas equações descrevem o modelo de oferta e demanda agregada. c) neste modelo, a curva LM é horizontal. d) a curva IS pode ser representada pela equação i) e é negativamente inclinada, ao passo que a curva LM pode ser representada pela equação ii) e é positivamente inclinada. e) neste modelo, efeitos de uma política monetária expansionista não têm qualquer efeito sobre o produto. 16. Considere: c = papel moeda em poder do público/meios de pagamentos; d = depósitos a vista nos bancos comerciais/meios de pagamentos; R = encaixes totais dos bancos comerciais/depósitos a vista nos bancos comerciais. Sabendo-se que c=d e R=0,3, pode-se afirmar que o valor do multiplicador será de, aproximadamente: a) 1,2234 b) 2,1023 c) 1,9687 d) 1 e) 1,5385 17. O estudo da demanda e da oferta agregada é crucial para a elaboração de políticas macroeconômicas apropriadas. A esse respeito, julgue os itens subseqüentes. 1) Quando a queda da inflação no Brasil conduz à redução das taxas de juros e à depreciação do real, o aumento das exportações líquidas daí decorrente provoca expansão da demanda agregada. 2) Aumentos da produtividade agrícola que se traduzam em rendas mais elevadas para os agricultores deslocam a curva de oferta agregada para cima e para a esquerda. 3) No Brasil, a indexação das faixas de renda para o imposto de renda de pessoa física (IRPF), ao reduzir o imposto pago pelos contribuintes, aumenta a demanda por bens e serviços e desloca, assim, a curva IS para a esquerda. 4) A curva LM é ascendente porque, quanto mais elevado for o nível da renda, maior será a demanda por saldos monetários reais e, portanto, maior será a taxa de juros de equilíbrio. 5) Quando o investimento autônomo aumenta, a produção de equilíbrio aumentará à medida que a propensão marginal a poupar for menor. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 49 Polícia Federal Prof. César Rissete 18. As políticas fiscais e monetárias constituem importante instrumento da ação do governo para a estabilização econômica. Com relação a esse assunto, julgue os itens abaixo. 1) Ocorre efeito deslocamento (crowding out), quando o aumento dos gastos públicos eleva a renda, desloca a demanda de moeda para a direita, aumenta a taxa de juros e reduz o investimento privado. 2) No longo prazo, políticas monetárias expansionistas são inoperantes porque se traduzem em um nível de preços mais elevado, de forma a garantir o equilíbrio no mercado monetário. 19. O estudo dos fenômenos monetários é fundamental à compreensão do funcionamento das economias de mercado. Em face desse assunto, julgue os itens abaixo. 1) Entre as funções do Banco Central do Brasil (BACEN), listam-se a emissão de papel moeda, a realização de operações de redesconto, a administração das reservas cambiais, a fiscalização das bolsas de valores e a regulação do crédito e das taxas de juros. 2) A inflação incentiva a poupança doméstica porque aumenta a taxa líquida de retorno das aplicações financeiras. 3) Quando a razão reserva-depósito é reduzida, o multiplicador monetário eleva-se, contribuindo, assim, para a expansão do estoque monetário. 20. Uma das formas de financiamento do setor público é pelo crédito obtido junto ao mercado financeiro. Para isso, entre outras modalidades de crédito, é praticada a venda de títulos da dívida mobiliária. Diversos têm sido os títulos emitidos pelo governo federal nos últimos anos. Entre os títulos que se destinam a prover recursos necessários à cobertura de déficits orçamentários ou à realização de operações de crédito por antecipação de receitas e para atendimento a determinações legais, incluemse: 1) as letras financeiras do tesouro. 2) os certificados financeiros do tesouro. 3) os bônus do tesouro. 4) os certificados do tesouro. 5) as notas do tesouro. 21. Julgue os itens abaixo, a respeito do modelo ISLM. 1) Os estudos econométricos demonstram que o modelo possui pouca utilidade, já que na prática ele é incapaz de caracterizar o comportamento observado das principais variáveis econômicas, constituindo-se apenas em instrumento útil para fins didáticos. 2) A inclinação da curva IS depende da propensão marginal a poupar, sendo que quanto maior for essa propensão, menor será a inclinação da referida curva. 3) A elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros afeta o grau de eficácia da política monetária e da política fiscal. 4) A elasticidade do investimento em relação a taxa de juros afeta apenas o grau de eficácia da política fiscal, mas não tem efeito sobre o grau de eficácia da política monetária. 5) O financiamento do déficit fiscal apenas mediante venda de títulos do governo torna a política fiscal menos efetiva no controle da demanda agregada do que se fosse feito mediante a expansão da oferta de moeda. 50 Atualizada 30/05/2007 Economia 22. Julgue os itens abaixo. 1) A inclinação da curva IS depende da sensibilidade do consumo e do investimento às alterações na taxa de juros. 2) A curva IS representa a relação inversa entre a taxa de juros nominal e o nível de renda nominal. 3) A curva IS representa os pares de valores (produto/taxa de juros) nos quais a demanda agregada é igual à absorção interna. 4) A curva LM representa as combinações de PIB nominal e taxa de juros nominal nas quais existe equilíbrio no mercado de moeda. 5) A curva LM representa as combinações de PIB real e taxa de juros nominal nas quais existe equilíbrio no mercado de moeda. 23. Com relação aos conceitos de variável estoque e variável fluxo, pode-se afirmar que: a) o déficit público é necessariamente uma variável fluxo, ao passo que a dívida pública é necessariamente uma variável estoque. b) o déficit público é uma variável fluxo e nada se pode afirmar quanto a dívida pública. c) o déficit público, por ser independente da variável tempo, é necessariamente uma variável estoque. d) dependendo do modelo, a classificação do déficit e dívida pública nos conceitos de variável estoque e fluxo podem ser alteradas. e) as variáveis déficit e dívida pública, só podem ser classificadas num único conceito: ou ambas são variáveis estoque ou ambas são variáveis fluxo. 24. Considerando o multiplicador dos meios de pagamentos em relação a base monetária, pode-se afirmar que: a) seu valor depende do comportamento dos agentes em relação a forma com que eles guardam meios de pagamentos. b) dependendo do valor dos parâmetros que fazem parte do seu cálculo, é um número que pode assumir valores negativos. c) não pode ter seu valor reduzido pelo Banco Central, já que depende do comportamento dos bancos. d) tende a ser constante ao longo do tempo. e) independe dos encaixes voluntários mantidos pelos bancos. 25. Considere os seguintes dados: papel moeda em poder do público/meios de pagamentos = 0,240 encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos comerciais = 0,400 Pode-se então afirmar que: a) o multiplicador bancário em relação ao papel moeda emitido é igual a 1,168. b) o valor do multiplicador bancário em relação à base monetária é igual a 1,168. c) uma unidade monetária a mais de papel moeda emitido dá origem a 1,838 unidades a mais de meios de pagamento. d) a proporção depósitos a vista nos bancos comerciais em relação aos meios de pagamentos é necessariamente igual a 0,360. e) uma unidade monetária a mais de base monetária dá origem a 1,838 unidades monetárias de meios de pagamentos. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Prof. César Rissete 26. São consideradas políticas adequadas para combater o desemprego: a) elevação das taxas de juros na economia. b) criação de agências de emprego que divulguem informações relativas a vagas. c) criação de seguro desemprego. d) criação de um programa de renda mínima. e) redução dos encargos trabalhistas. 27. A curva IS será vertical se a elasticidade: a) da demanda por investimentos em relação aos juros for zero; b) da poupança em relação aos juros for positiva; c) da demanda por investimentos em relação aos juros for menor que zero; d) da renda em relação aos juros for maior que um; e) da demanda por investimento em relação aos juros for maior que um. 28. Na teoria de Keynes, a propensão marginal a consumir é regulada pela lei: a) dos rendimentos decrescentes e pode assumir qualquer valor; b) psicológica fundamental e seus valores variam no intervalo (0, 1); c) dos rendimentos proporcionais decrescentes e seu valor máximo é a unidade; d) psicológica fundamental e seus valores podem ser negativos; e) psicológica fundamental e seus valores variam no intervalo [0, 1]. 29. Se a curva LM é paralela ao eixo da taxa de juros, uma política fiscal de aumento dos gastos do governo, mantendo-se constante a oferta de moeda, provocará: a) ampla expansão da renda; b) pequena expansão da renda; c) nenhuma expansão da renda; d) grande diminuição da renda; e) pequena diminuição da renda. 30. Se uma curva IS é menos inclinada (mais deitada) que uma outra curva IS, o multiplicador de investimentos correspondente à curva de demanda agregada que se associa à primeira é: a) menor; b) maior; c) nulo; d) unitário; e) inalterado. Economia 32. Os termos acima da linha e abaixo da linha , aplicados em relação ao déficit público no Brasil, correspondem a: a) duas definições distintas de déficit público, que se diferenciam, respectivamente, pela inclusão ou não dos pagamentos de juros pelo governo. b) dois conceitos distintos de déficits, que se diferenciam, respectivamente, pela inclusão ou não da correção monetária paga pelo governo. c) conceitos distintos de déficit, calculados a partir da mesma fonte de informações. d) duas formas de medir o déficit, respectivamente, a partir de sua geração e de seu financiamento. e) duas definições distintas de déficit público, que se diferenciam, respectivamente, pela inclusão ou não das despesas de capital do governo. GABARITO MACROECONOMIA 01 C 02 B 03 C 04 B 05 A 06 D 07 B 08 D 09 E 10 B 11 A 12 B 13 C, E, E, C, C 14 A 15 D 16 E 17 C, E, E, C, C 18 C, C 19 E, E, C 20 C, E, C, E, C 21 E, E, C, E, C 22 C, E, E, E, C 23 A 24 A 25 E 26 E, E, E, C, C 27 A 28 B 29 C 30 B 31 E 32 D 31. No modelo macroeconômico do tipo IS-LM, o impacto de um aumento do montante do gasto público sobre o produto nominal da economia será: a) tanto maior quanto menor for a propensão marginal a consumir. b) tanto maior quanto maior for a sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros. c) tanto maior quanto mais inclinada for a curva LM. d) tanto menor quanto maior for a propensão marginal a consumir. e) totalmente anulado pelo decréscimo dos investimentos se a curva LM for vertical. Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 51 Polícia Federal Prof. César Rissete QUESTÕES EXTRAS Polícia Civil do Pará - 2006-07-26 Questão 37: Acerca da intervenção do Estado na economia, assinale a opção correta. a) A existência de bens públicos, tais como as escolas públicas e privadas, justifica a presença do Estado na economia. b) Setores econômicos com monopólio natural não justificam por si sós a necessidade de intervenção econômica do Estado. c) A presença de externalidade positiva ou negativa não justifica uma intervenção do Estado na economia. d) O livre funcionamento dos mercados pode ocasionar problemas como inflação e desemprego, o que justifica a necessidade de intervenção do Estado na economia. Questão 38: No que se refere à racionalidade econômica do governo, assinale a opção correta. a) A função alocativa do governo obriga-o a fornecer bens públicos à sociedade, e o financiamento da produção desses bens ocorre por meio da obtenção voluntária de recursos. b) A função distributiva do governo leva-o a impor tributos, subsídios ou transferências na consecução de tal função. c) Com base na função alocativa, o governo pode impor alíquotas de impostos mais altas para indivíduos de alta renda. d) A função estabilizadora do governo se justifica pela crença de que o mercado tem capacidade de se autoajustar ao nível de pleno emprego da economia. Questão 39: Acerca da regulação de mercados, assinale a opção correta. a) Os principais objetivos da regulação de mercados são o bem-estar do consumidor e a melhoria da eficiência alocativa, distributiva e produtiva da indústria envolvida. b) Todo tipo de monopólio natural deve ser coibido pelo regulador a fim de que se promova a concorrência por meio da quebra desse monopólio. c) A prática de preços baixos deve ser incentivada pelo regulador e devem ser utilizados todos os instrumentos necessários para que os preços baixem, independentemente das conseqüências sobre o setor produtivo regulado. d) Cabe ao regulador promover a concorrência entre empresas de um mesmo setor, o que permite a formação de barreiras à entrada de novas empresas no setor em questão. Questão 40: Acerca dos instrumentos fiscais de intervenção do governo na economia, assinale a opção correta. a) Tarifas de importação elevadas, que caracterizam protecionismo da indústria nacional, não elevam os níveis de ineficiência econômica de um país. b) Aumentos mensais na arrecadação fiscal brasileira, sem suas contrapartidas na provisão de bens públicos, teoricamente, significam menos bem-estar social dos brasileiros. c) Teoricamente, os únicos ganhadores com políticas de subsídios são os produtores e consumidores. d) Em tese, impostos, tarifas, subsídios e transferências, além de fazerem surgir ineficiência econômica, não promovem redistribuição de renda. Agente Branco 2004 Economia 26/09/2004 A questão da escolha em situação de escassez, abordada pela microeconomia, as interações entre governo e mercados privados e os problemas macroeconômicos são temas relevantes para a ciência econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir. 111. O binômio escassez/escolha, que permeia o problema econômico correlato, ocorre somente quando, dentro do processo produtivo, não existe possibilidade de substituição entre insumos. 112. Em alguns provedores de Internet, a cobrança de uma mensalidade fixa pelo uso ilimitado do serviço faz que os consumidores utilizem esse serviço até o ponto em que o benefício marginal se anula. 113. O cálculo do imposto sobre o valor adicionado pelo método do produto (IVA-PNB), além de não isentar os bens de capital no momento da aquisição, não permite deduções referentes à depreciação dos equipamentos. 114. Alocações eficientes, no sentido de Pareto, além de não serem socialmente justas, situam-se aquém da fronteira de possibilidades de utilidades da economia. 115. Caso a Receita Federal deseje maximizar a arrecadação tributária derivada de um imposto ad valorem, esse tributo deverá ser colocado sobre produtos transacionados em mercados competitivos e cuja elasticidade preço da demanda seja extremamente elevada. 116. Embora a implementação do preço regulado correspondente ao preço máximo inferior ao preço de equilíbrio monopolista não garanta que os lucros sejam maximizados, esse tipo de regulação asseguraria o crescimento sustentável para o setor em pauta. 117. De acordo com a visão monetarista, no curto prazo, políticas monetárias completamente antecipadas pelos agentes econômicos modificam as variáveis econômicas nominais, como preços e salários, mas não alteram o nível de atividade da economia. 118. Quando a taxa de crescimento da economia e o déficit primário aumentam, ocorre um aumento inequívoco da razão (dívida pública/PIB), a qual mensura a magnitude da dívida em relação ao tamanho da economia. 119. O efeito das despesas públicas sobre a atividade econômica varia com as modificações na estrutura funcional dos gastos. 120. Quando ocorre, simultaneamente, aumento dos impostos e das importações, o multiplicador keynesiano se eleva, contribuindo, assim, para a expansão do nível de equilíbrio do produto. Gabarito 111-C; 112-E; 113-C; 114-E; 115-E; 116-E; 117-C; 118E; 119-C; 120-E. Gabarito 37-D; 38-B; 39-A; 40-B. 52 Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores Polícia Federal Economia Prof. César Rissete Escrivão Branco 2004 26/09/2004 O problema da escolha em situação de escassez, abordado pela microeconomia, as interações entre governo e mercados privados, e as questões macroeconômicas são temas relevantes para a ciência econômica. A esse respeito, julgue os itens a seguir. 111. Quando os custos de oportunidade para os recursos produtivos são crescentes a curva de possibilidades de produção é uma linha reta um aumento dos gastos públicos não conduz à redução das despesas dos agentes privados. 112. A função redistributiva do governo está associada à provisão de bens e serviços que, em virtude da existência de falhas de mercado, não são ofertados adequadamente pelos mercados privados. 113. Pelo fato de o critério de eficiência de Pareto não levar em consideração questões distributivas, ele não permite uma ordenação inequívoca das alocações que se encontram na fronteira de possibilidades de utilidade. 114. A minimização dos efeitos distorcivos da tributação da renda, com o intuito de reduzir o gravame excessivo do sistema tributário, requer a ampliação das bases e a redução das alíquotas tributárias. 115. Políticas de fixação de preço máximo, como o controle de aluguéis, que tenham o objetivo de controlar inflação e melhorar o poder aquisitivo da renda das famílias carentes, contribuem para a redução das disparidades de renda e conduzem a níveis mais elevados de eficiência produtiva da economia. 116. Sob condições de oferta keynesiana, caracterizadas por preços fixos, uma expansão dos gastos públicos conduz a um aumento da produção de equilíbrio. 117. Esquemas regulatórios que obrigam um monopolista perfeitamente discriminador a cobrar um único preço pelo seu produto podem conduzir a reduções do nível de eficiência na economia. 118. Quando o governo vende títulos ao setor privado para financiar deficits orçamentários, ocorre um processo de monetização da dívida pública. 119. Na ausência de indexação das receitas públicas, taxas mais elevadas de inflação aumentam o deficit orçamentário pelo fato de reduzirem o valor real da arrecadação. 120. O resultado primário inclui as despesas com o componente real dos juros; não inclui, porém, a correção monetária e cambial da dívida pública. Gabarito 111-E; 112-E; 113-C; 114-C; 115-E; 116-C; 117-C; 118E; 119-C; 120-E. Atualizada 30/05/2007 Agente PF 2002 27/01/2002 Questão 23: A expressão Consenso de Washington, cunhada em 1990, traduz, em linhas gerais, um conjunto de teses e idéias neoliberais defendidas por altos funcionários da área econômica dos Estados Unidos da América (EUA) e pelos organismos multinacionais lá sediados. Esse ideário, espécie de esteio da economia dita globalizada, estabeleceu o tom da evolução econômica e financeira mundial desde então, angariando adeptos e opositores pelo mundo afora. Relativamente a esse tema, julgue os itens que se seguem. 1. O Consenso de Washington defendia a austeridade fiscal como condição essencial ao sucesso dos programas de estabilização monetária, de que decorria a adoção de um programa de corte dos gastos públicos e reformas administrativas, previdenciárias e fiscais. 2. Tendo em vista a abertura e a desregulação do mercado cada vez mais internacionalizado, o Consenso de Washington propunha e praticou que o capital fosse pesadamente taxado para não colocar em risco as economias mais frágeis. 3. O modelo de industrialização adotado pelos países periféricos após a Segunda Guerra Mundial, que envolvia sensível presença estatal, segundo a perspectiva de Washington, estava ultrapassado e, como tal, deveria ser desmontado. 4. Paradoxalmente, ao mesmo tempo que propunha a desregulação do mercado financeiro, o Consenso de Washington estimulava a presença mais ativa do Estado na defesa do trabalho, ampliando a legislação trabalhista como forma de impedir conflitos sociais. 5. Ampla abertura comercial e privatização das empresas e dos serviços públicos foram alguns dos aspectos mais marcantes do receituário elaborado pelo Consenso de Washington. Questão 24: Os tributos influenciam a distribuição de renda e de riqueza dentro de uma sociedade ao afetarem os padrões de distribuição e consumo. Acerca desse tema, julgue os itens abaixo. 1. A tributação do elástico, tanto do lado da demanda quanto da oferta, é a conclusão recorrente de toda a análise da incidência e transferência, do ponto de vista estrito da arrecadação. 2. Quando uma indústria está trabalhando com custos decrescentes, o que significa que um aumento de produção resulta em maiores custos por unidade de produção o custo marginal é menor que o custo médio , sua curva de oferta é declinante. A imposição de um imposto per capita sobre seu produto, ceteris paribus, fará que seu preço de venda suba mais que o valor do imposto transferência para a frente de mais de 100%. 3. Do ponto de vista da eficiência, o sistema tributário ideal é aquele consistente com a alocação paretiana ótima de recursos. Seria aquele que não alterasse os preços relativos determinados pelo mercado, não influindo, assim, nas decisões privadas de produção e consumo. 4. O imposto sobre a propriedade imobiliária coloca-se como o melhor exemplo dos tributos diretos, enquanto o imposto sobre a renda da pessoa jurídica caracteriza mais adequadamente os tributos indiretos. 5. Muitas vezes, a transferência do ônus tributário é camuflada por alterações na quantidade ou na qualidade do produto, o que significa que se estará pagando maior preço ainda que numericamente inalterado por unidade efetiva de consumo ou insumo. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 53 Polícia Federal Prof. César Rissete Questão 25: Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço público, a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os ordenamentos jurídicos de diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em relação à regulação ou às atividades reguladas, tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori que tal ou qual atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma como o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que dirá que gama ou elenco de atividades se incluem no seu âmbito. Pedro Henrique Poli de Figueiredo. Uma contribuição para o conceito de regulação do serviço público no Brasil . In: Marco regulatório, n.º 1 (com adaptações). Considerando o texto acima, julgue os itens a seguir, a respeito da regulação de mercados. 1. Regulação de mercados poderia ser definida como o conjunto de ações públicas que busca melhorar a eficiência da alocação dos recursos no mercado, ou aumentar o bem-estar social dessa alocação. 2. A regulação visa criar sistemas de competição em setores que tendem a funcionar sob o regime de monopólios naturais, que provocam a existência de custos fixos importantes, grande proporção de investimentos irreversíveis, gerando barreiras à entrada de novos investidores. 3. A regulação visa corrigir a ocorrência de externalidades, como contaminação, utilização de recursos naturais e efeitos da poluição. 4. Um aspecto que não precisa ser contemplado pela regulação é a assimetria de informação, que consiste em o produtor ter mais informação que o consumidor e não a transferir, pois o Estado deve deixar que o mercado encontre seu ponto de equilíbrio. 5. Uma política adequada de regulação deve ter objetivos claros quantificáveis, tendo presente que regulação não é apenas fixar preço. Economia Anotações Gabarito 23 24 25 C E C E E C C C C E E E C C C 54 Atualizada 30/05/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores