JOÃO PALERMO NETO FMVZ/USP Chapecó, 03 de Dezembro de 2014 O emprego de medicamentos veterinários e de aditivos em medicina veterinária vem contribuindo de forma marcante para o sucesso da produção animal brasileira. Jpalermo-neto jpalermoneto O uso destes medicamentos pode deixar resíduos nos alimentos provenientes dos animais tratados e no caso dos antimicrobianos pode até mesmo contribuir para o aparecimento de bactérias resistentes. Jpalermo-neto jpalermoneto jpalermoneto jpalermoneto CONSUMIDORES GOVERNO VAREGISTAS The Consumer PRODUÇÃO ANIMAL MIDIA ALIMENTOS MEDICAÇÃO ACADEMIA jpalermoneto PRODUÇÃO ANIMAL GOVERNO VAREGISTAS CONSUMIDORES MIDIA ALIMENTOS MEDICAÇÃO ACADEMIA jpalermoneto ALIMENTOS SEGUROS AMBIENTE SEGURO jpalermoneto jpalermoneto O Conflito se instala no momento em que se discute a relevância de manter ... a produção animal intensiva o bem estar dos animais a saúde humana A manutenção da qualidade dos alimentos e do meio ambiente é, nos dias de hoje, a maior preocupação dos consumidores no mundo inteiro. jpalermoneto Jpalermo-neto jpalermoneto Implementar análises de risco Calcular o período de carência Empregar práticas responsáveis e transparentes Produzir alimentos saudáveis Ganhar a confiança do consumidor Cuidar da comunicação Jpalermo-neto jpalermoneto • Codex é o nome simplificado da Comissão do Codex alimentarius da FAO/OMS. • O Codex foi criado para desenvolver padrões internacionais para alimentos. - para proteger a saúde dos consumidores. - para facilitar as práticas comerciais de alimentos entre os países. jpalermoneto O Codex alimentarius contém disposições relativas à higiene dos alimentos, resíduos de medicamentos veterinários e de aditivos, praguicidas, contaminantes, resistência bacteriana preparação de etiquetas, forma de apresentação, métodos para análises de risco e de amostragem. jpalermoneto É um processo sistemático e estruturado que examina os potenciais efeitos adversos para a saúde, decorrentes de um perigo ou condição associada a um alimento (resíduos de um produto veterinário), desenvolvendo opções para minimizar o risco deste perigo. jpalermoneto INFORMAÇÕES COM EMBASAMENTO CIENTÍFICO AVALIAÇÕES DE RISCO FATORES POLÍTICOS E ADMINISTRATIVOS MANEJO DO RISCO COMUNICAÇÃO DO RISCO jpalermoneto • Para identificar métodos que permitam garantir a segurança alimentar de forma mais eficiente. • Para introduzir padrões apropriados de medicadas de controle. “As análises de risco tornaram-se a pedra fundamental no desenvolvimento de medidas para controle da qualidade dos alimentos.” jpalermoneto jpalermoneto Um processo cuja intenção é calcular ou estimar o risco associado à exposição de um organismo a um perigo em particular (resíduo de um ativo de uso veterinário) bem como as incertezas ligadas a esta exposição. jpalermoneto jpalermoneto • Qual é a segurança do ser humano a uma exposição aguda ou prolongada a este perigo (resíduo)? • Qual a quantidade de resíduo que, se ingerido, não representa risco ou apresenta risco insignificante? jpalermoneto Verificar a toxicidade do fármaco e calcular os valores de referência toxicológica NOEL = maior dose que não produz efeito tóxico. IDA = Ingestão diária aceitável. LMRs = limites máximos de resíduos jpalermoneto Avaliação do perigo Cálculo da NOEL Avaliação da exposição Análise química Consumo de alimento Uso de fatores de segurança Cálculo da IDA toxicológica Exposição jpalermoneto IDA = MIC50 modal (g) x MCC (g) FD x FS x peso (kg) MIC50 = concentração de um antimicrobiano que inibe in vitro 50% do crescimento de uma bactéria representativa da microflora do TGI. MIC50 modal = o valor modal dos MIC50 das bactérias mais representativas da microflora do TGI. MCC = média do conteúdo fecal humano/dia (220g). FD = fração do antimicrobiano disponível no TGI. FS = fator de segurança (varia de 1 a 10). Peso = média de peso corporal humano (60 kg) jpalermoneto São obtidas, para os antimicrobianos dois valores de IDA: um derivado de testes de toxicidade. outro, microbiológico e derivado da análise de seus efeitos sobre a microflora do TGI humano. O menor deles é usado para o cálculo dos LMR para este antimicrobiano. jpalermoneto IDA LMR = FS2 0,005 LMR = 10 = 0,0005mg/Kg ou 5µg/Kg (FS2 = 10) jpalermoneto Determinação do período de carência ou de retirada de um medicamento usando a IDA e os LMRs propostos para um ativo como pontos centrais da determinação. jpalermoneto “O intervalo de tempo que vai do último dia de ingestão do ativo (na ração ou como medicamento) até o momento em que os tecidos ou produtos provenientes dos animais medicados possam ser ingeridos pelo ser humano”. jpalermoneto O período de carência: Varia com a formulação medicamentosa. Varia com a via de administração. Varia com a espécie animal tratada. Períodos de carência específicos deverão ser calculados para cada formulação medicamentosa destinada a cada espécie de animais de produção. jpalermoneto Excretion 1000 Cumulative % of dose (14C ) excreted Total Urine Feces 120 Concentração µg/kg Medicana 100 100 80 incluir LMR 10 60 40 20 1 0,1 0 0 0 4 2 5 10 10 6 8 Dias após exposição 15 20 25 12 30 14 Período de Carência 35 DAYS post-dose jpalermoneto jpalermoneto É indiscutível, o uso não humano de antimicrobianos contribui para o aparecimento de bactérias resistentes em alguns alimentos de origem animal e no próprio ser humano. jpalermoneto O TRATAMENTO SE FAZ DE FORMA MASSAL OU GRUPAL. jpalermoneto 1. Protocolos sobre uso racional de antimicrobianos em animais de produção; 2- Guias de boas práticas de fabricação de rações com aditivos antimicrobianos (promotores de crescimento). Não é recomendado o uso como aditivo em ração dos chamados antibióticos criticamente importantes. MACROLÍDEOS. QUINOLONAS E FLUOROQUINOLONAS, CEFALOSPORINAS DE 3ª E 4ª GERAÇÕES jpalermoneto Regulamento aprovado pelo decreto no 6.296 de 2007 IN no 13 de 30/11/2004 (aditivos) IN no 65 de 212/2006 (fabricação de ração com produto veterinário). IN no 04 de 23/02/2007 (BPPF). IN no 15 de 26/5/2009 (Registro). IN no 22 de 2/06/2009 (Rotulagem). IN no 29 de 14/09/2012 (importação). jpalermoneto PROIBIDOS LEGISLAÇÃO Avoparcina Of. Circ. DFPA no 47/1998 Arsenicais e antimoniais Port. no 31 de 29/01/2002 Cloranfenicol e Nitrofuranos IN no 09 de 27/06/2003 Hormônios como aditivos Alimentares em aves IN no 17 de 18/06/2004 Olaquindox IN no 11 de 24/11/2004 Carbadox IN no 35 de 14/11/2005 jpalermoneto PROIBIDOS Violeta de Genciana LEGISLAÇÃO IN no 34 de 13/09/2007 Anfenicois, tetraciclinas IN no 26 de 9/07/2009 Beta lactâmicos (benzilpenicilâmicos (revoga Port. 193/1988) E Celosporinas), quinolonas e Sulfonamidas sistêmicas IN no 55 de 01/12/2011 Anabolizantes hormonais em bovinos (revoga IN 10/2001) Eritromicina e espiramicina IN no 14 de 17/05/2012 jpalermoneto Salmonella spp. Escherichia coli Campylobacter spp. Enterococcus spp. TOXINFECÇÕES ALIMENTARES jpalermoneto ANÁLISES DE RISCO CASO A CASO antimicrobiano → animal → microrganismo (R)? ex. enrofloxacina, frango, salmonella Início de um processo de análise de risco Monitoramento do uso de antimicrobianos Vigilância da resistência em bactérias de interesse de origem humana e animal (Salmonella, Campilobacter, enterococos, E. coli). AVALIAÇÃO DO RISCO GERENCIAMENTO DO RISCO COMUNICAÇÃO DO RISCO Detecção de um aumento no risco ?? Aumento da prevalência de bactérias resistentes ?? jpalermoneto ? jpalermoneto Obedecer os princípios do Codex para garantir a qualidade das rações e dos medicamentos veterinários e, desta forma, a qualidade das carnes. jpalermoneto Que valores desejamos promover? Desejamos, de fato, seguir a legislação do Codex e do MAPA e aplicar as Boas Práticas de Produção? Respostas sinceras a questões como estas é que tornam viáveis as mudanças necessárias e que movem a profissão, um bom agronegócio, um bom governo e um bom país! QUE FAZEM O MUNDO MELHORAR DE VERDADE!!! jpalermoneto Muito obrigado !!! João Palermo Neto FMVZ-USP [email protected] Esta palestra expressa a opinião do autor e não necessariamente aquela das instituições às quais ele pertence. Chapecó, Dezembro de 2014